Trying to be an artist, but I'm better at being a thug. Tentando ser artista, mas o destino é ser vândalo.
sábado, 8 de março de 2025
Heroína ou Ironia? Capítulo VIII
Capítulo VIII
Nesse dia o meu primo estava feliz, ele sorria e me olhava e fazia sinal de positivo para mim, dizendo silabicamente:
- Esse é o meu primo!
Ficamos ali no meio da pista curtindo, bebendo, dançando, beijando, curtimos muito essa noite, o meu primo era conhecido, as pessoas passagem por ele e o comprimentavam, alguns comprimentos de mão eram estranhos e demorados outros discretos, mas um deles que eu deveria ter reparado mas não percebi um momento crucial, sempre abraçado com uma das garotas, as vezes duas, era muita intimidade, beijos e abraços entre eles.enquanto as outras garotas me abraçavam também, uma delas brinca comigo.
Vamos fazer igual?
E antes que ela terminasse a frase, já havia enfiado a língua dentro da minha boca, eu só fechei os olhos e curti o momento, foi uma loucura, o Dj mudou a música bem naquela hora e colocou para tocar um clássico dos Ramones, “Surfin bird” e uma sequência de playlist punk rock, California Uber alles do Dead Kennedys, Nellie the Elephant do Toy dolls, a galera foi a loucura e cantavam juntos, pulavam e faziam roda de Punk se batendo uns nos outros, simulando uma dança indigina, muito legal eu queria que aquela noite não terminasse nunca, foi muito divertido, mas o tempo passa e tudo que bom se acaba.
Vamos embora. disse o meu primo.
As garotas já estavam indo também e ainda ganhei mais um beijo de despedida, de cada uma delas, era boca de todo sabor, chiclete de hortelã, halls de cereja, gosto de cerveja, whisky, cigarro, amarga, doce e uma com um gosto químico que não soube distinguir o que era, essa garota era a mais agitada de todas, estava alucinada, agitada com um olhar inquieto, eu me lembro do meu primo gritar.
- Chega de beijo porra! - vamos logo porra! Ele estava diferente, como se algo o perturbasse ou que estava cansado porque acabou a energia, algo assim.
Eu tentava me despedir das garotas, mas elas estavam tão bêbadas, alucinadas, que voltavam para dar outro beijo e eu tentava sair mas não conseguia, saia uma, voltava outra e dizia.
Só mais um beijo de saideira.
A outra dizia.
É o último, eu prometo. Dizia ela, mas não era.
Fiquei ali, estava adorando, ser água benta na saída da igreja, onde as pessoa passam a mão na água e se benzem, até o meu primo me puxar
Uma das garotas nos deu uma carona e nos deixou perto de casa, na hora de se despedir, foi mais beijo, essa era a garota mais bonita de todas, usava um perfume maravilhoso e a sua boca tinha gosto de mistura de Halls com algo químico, eu desci do carro e dei a volta no carro e ganhei mais um beijo pela janela do carro, o meu primo me puxou e deu tchau para a garota, que antes de partir ela me olhou e disse.
Tchau meu Anjo. e me mandou um beijo beijando a mão e assoprando, ela ligou o carro e partiu dando tchau com a mão fora da janela do carro.
Estou apaixonado. Eu disse e o meu primo me abraçou pelo pescoço, e fiquei preso no seu suvaco com a cabeça entre o seu peito e a sua barriga, com a cabeça virada para cima, eu olhei para cima e percebi que as narinas dele estavam brancas, com resto de cocaína, eu me desvencilhei do seu abraço e olhei nos seus olhos, que estavam vidrados, ele estava com a boca seca, o que o forçava a colocar a língua para fora para tentar umedecer e ele disse.
E aí, gostou? disse ele olhando para o vazio,tentando se concentrar, mas sem esperar uma resposta direta, como se já não lembrasse mais da pergunta que fez.
Eu fiquei fitando ele, demorei para responder para ele ali parado na minha frente como um Zumbi, pensei comigo, que foi que deu Cocaína para ele e não percebi, e parece que não foi pouco, pelo estado que ele está, misturou várias bebidas e droga, olha o estado que ele está, foi aí que juntei as coisas, lembrei da menina que tinha gosto químico na boca, que perguntou quando chegamos, se ele tinha alguma coisa, eu lembro dele falar que não, mas na hora não havia entendido a sua resposta, agora eu entendi e faz sentido o que ela disse, que na hora não consegui ler os seus lábios, que disse:
- Eu tenho.
Agora faz sentido, as pessoas que comprimentavam o meu primo e que deravam para soltar a mão estavam entregando para ele os papelotes pagos pelas meninas, por isso estava tão agrupados para disfarçar, e agora a menina do carro, tão linda mas também estava com gosto químico misturado com Halls na boca, ela deve de ter cheirado com ele no momento que me esperava enquanto as outras meninas tiraram uma casquinha comigo, eu percebi que tinha hora que ela dirigia estranho, e tinha momentos de lucidez e outras horas, parecia que estava dirigindo no céu sobre nuvens, devia de estar viajando com o efeito da droga e por isso que o beijo dela, não terminava, ela beijava gostoso como se não queria mais parar de beijar, devia estar achando que eu era um anjo do céu, e queria beijar sem parar, viajando no efeito da droga, mas que beijo gostoso que foi, espero que ela chegue em casa bem e não se envolva em nenhum acidente.
Sim, adorei!
Respondi para o meu primo, que já não sabia mais do que eu estava falando, ele me olhou, fechou e abriu os olhos tentando entender o que eu estava falando, ele deu um sorriso e descemos andando a rua de casa, entramos pela porta da sala tentando não fazer barulho, porque já era bem tarde, e qualquer barulho menor que seja nesse horário parece uma orquestra sinfônica tocando, eu subi para o meu quarto e ele ficou no sofá da sala que ficava embaixo da escada sentado como um Zumbi, mas antes de eu subir ele me chamou em um momento de lucidez e me disse tirando a minha blusa e descalçando o par de tênis.
Toma guarda isso.
Naquele momento achei estranho aquela atitude, peguei o meu tênis e a minha blusa e subi, deixei o tênis entre a minha cama e a do meu pai, me deitei para dormir, mas o meu pai roncava e ainda estava com o rádio ligado ao lado do travesseiro, eu demorei para dormir, pensava na noite que havia acontecido e no gosta que estava na minha boca, era uma mistura de whisky, cigarro, cerveja, bala sabor de cereja e um gosto estranho que não sabia identificar na hora, mas agora eu já sabia o que era, fiquei me lembrando do que havia acontecido até adormecer.
Por volta das 05:00 hrs da manhã escutei uma barulheira, barulho de porta fechando e sofá arrastando a minha tia e a minha avó gritando, pulei da cama rapidamente e desci as escadas correndo, pulando os degraus para chegar mais rápido lá embaixo e me deparei com uma cena, que se tornaria rotineira naquela época da minha vida.
O meu primo havia empurrado o sofá até a porta da entrada da sala como se quisesse bloquear a passagem de alguém, se apoiava no sofá fazendo força para impedir que alguém entrasse, a minha tia estava de pijama e tentava segurar o meu primo, pedia para ele parar, que nem tinha ninguém ali, era tudo da imaginação dele, ela falava chorando e gritava.
Porque? Como se ela já tivesse visto isso e que iria começar tudo de novo.
A minha avó, que estava ainda estava de camisola cor de rosa, chorava também, sem saber o que estava acontecendo.
o Meu primo olhava para elas e pedia silêncio colocando o dedo no meio da boca.
Chii ! eles estão aqui e vão me pegar, - OH! , estão aqui, escuta, são eles, - oh!
Não tem ninguém aqui, para com isso, por favor! dizia a minha tia chorando.
E ele abria a parte do vidro e espiava, olhava, olhava e se passasse um carro ou alguém andando na rua, ele trancava rapidamente o vidro e dizia,
Oh! oh! estão aqui.
E fez isso por um bom tempo.
Eu e a minha avó estávamos estáticos, observando aquela cena medonha sem entender nada e sem saber o que fazer.
De repente passa um carro na rua, o meu primo pula a poltrona rapidamente, derrubando o vaso e os objetos que estava na mesa de centro, ele corre e sobe as escadas correndo e entra dentro do guarda-roupa, podíamos escutar o barulho das madeiras dentro do guarda-roupa quebrando.
A minha avó gritava.
Você vai quebrar todo o meu guarda-roupa. mas era em vão ele não escutava uma palavra do que ela dizia.
Eu não sabia o que fazer, só fiquei ali sem saber como ajudar ou o que atitude tomar.
A minha tia estava envergonhada, era a primeira crise de Paranóia que acontecia na casa da mãe dela, que estava tentando ajudá-los dando abrigo e suporte, naquela noite ninguém mais conseguiu dormir, era um tal de subir e descer escada, trancar e abrir porta, empurra sofá e coloca no lugar e volta a empurrar novamente na direção da porta, era a minha tia tentando acalmá-lo a minha avó sem saber o que fazer gritava.
Para com isso menino, não tem nada aqui.
E foi assim até passar o efeito da droga, ele estava com a boca mais seca, uma gosma branca ressecada nos dois cantos da boca, ficava colocando a língua para fora e para dentro da boca e depois de conseguir acalmá-lo e ele dormir.
A minha tia se virou para mim e para a minha avó, enquanto o meu pai dormia desmaiado.
Onde ele conseguiu dinheiro para comprar droga?
Eu lembrei que ele tinha usado no baile e mencionei com ela o que eu havia percebido e que poderia ter acontecido, e ela balançando a cabeça respondeu.
Não foi isso, esse tipo de droga não deixa ele assim, foi algo mais forte, mas essa droga que você falou só abriu o apetite dele, fazendo com que ele ele quisesse mais, algo mais forte, a droga injetável. disse a minha tia apontando para o braço dele onde havia um pequeno burraco, que ainda sangrava na veia no meio do braço na dobra do cotovelo, era possível ver resquícios de sangue seco em volta enquanto no buraco gotejava sangue.
Vai dar uma olhada, se não está faltando nada de vocês mãe. disse a minha tia olhando para a minha avó, ele não olhou para mim com vergonha do que estava acontecendo e já sabendo que o que tinha sumido provavelmente era meu, ela disse sem me olhar.
Você também, vai olhar as suas coisas!
Eu pensei e lembrei do tênis e subi correndo para o meu quarto, já no quarto, não encontrei o tênis, não estava mais lá, me deu uma raiva e desci com vontade de bater nele, a minha tia me pediu calma implorando e disse que me daria outro.
Calma? a senhora sabe quanto custou esse tênis? Foi quase um salário mínimo, parcelei em várias vezes para pagar.
Está bem , eu te dou outro assim que receber o meu décimo terceiro.
Fiquei com tanta raiva que sai para a rua sem comer nada depois de trocar e disse.
Não quero nem saber, eu quero outro, se não eu vou matar esse filho da puta, vou pegar a arma do meu amigo emprestada e dou um tiro nele. mas falei aquilo da boca para fora. a minha tia coitada estava apavorada e a minha avó preocupada comigo só dizia.
Não sai assim , sem comer nada em jejum, faz mal.
E sai assim mesmo, batendo a porta, a noite quando voltei para casa, estava todo mundo apreensivo, pensando que eu iria cometer algum ato impensado.
A minha avó e a minha tia vieram na minha direção, assim que abri a porta.
Você não está armado, está? perguntaram praticamente juntas as duas enquanto um barulho vinha do guarda-roupa do quarto da minha avó, o meu pai estava na ponta da escada segurando um pedaço de pau, com os olhos arregalados.
O que está acontecendo? eu perguntei.
Ele está drogado de novo. disse a minha avó.
Como ele conseguiu mais droga?
Não sei, olha se não está faltando mais nada seu. disse a minha tia.
A minha blusa. subi correndo e procurei por ela, mas nada, ele havia pego.
Ele pegou a minha blusa que comprei com o dinheiro que vendi a minha moto.
Vamos dar um pau nele. disse o meu pai com um pedaço de pau na mão, com muita raiva, que até gaguejava para falar.
A minha avó pedia calma, e a minha tia se desculpava e pedia para não fazer nada também, elas ficam na frente da subida da escada nós tentando impedir de subir, impedindo de tirar ele de dentro do guarda-roupa, que estalava e dava para ouvir o barulho lá de baixo.
Deixa filho, outra hora a gente pega ele. disse o meu pai colocando a mão no meu ombro.
Assim desistimos de bater nele e fomos jantar na cozinha, na cozinha percebi que havia muita comida gostosa, em cima da mesa e do fogão, a minha tia e a minha avó para me agradar fizeram várias coisas que eu gostava, eu estava faminto não havia comido nada o dia inteiro, em cima da mesa havia, pão de brioche recheado de presunto e queijo, pão de maçã, coxinha, bolo, no fogão, havia arroz de forno, panqueca, purê e suflê de batata, na geladeira tinha e uma torta de morango e uma de pêssego e no congelador um sorvete caseiro que a minha tia costumava fazer. eu não sabia por onde começar e peguei um pedaço do Brioche recheado de presunto, queijo e tomate.
Cuidado ainda está quente acabei de fazer.demorei para fazer por causa do show do seu primo, me atrasou toda eu e a vovó, não me deixava terminar , ficava me chamando e gritando, que iriam pegar ele, eu tentei ignorar, mas tem hora que não dá. disse a minha tia, mas já era tarde, queimei a boca com o tomate quente, não sei porque mas o tomate sempre demora para esfriar.
Assoprei com a boca cheia tentando esfriar na boca e querendo mastigar por causa da fome que estava e do sabor que instigava a engolir quente mesmo, enquanto mastigava assoprando a minha tia veio até a mim pedindo mil desculpas, que iria me devolver tudo o que o meu primo me roubou, a minha avó também veio ao meu encontro pedindo calma, mas eu estava com tanta fome, que só queria comer e balançava a cabeça concordando com elas.
Está vendo todo mundo passava a mão na cabeça dele, se tivesse tomado uma atitude diferente. Disse a minha esposa e tive que concordar com ela.
Você tem razão, tenho que concoradr com você dessa vez, fui burro e estupido, acreditando que as coisas poderiam ser diferente, essa foi a primeira vez que ele roubou uma coisa minha, se eu tivesse tomado uma atitude diferente, naquela época não teria chegado onde chegou
Está vendo, foi o que disse, tinha que ter dado um pau bem dado nele, mas não todo mundo só passava a mão na cabeça dele, aí se fosse comigo, eu dei uma paulada no meu pai, imagina o que não teria feito com ele se fosse comigo? Disse a minha esposa vermelha de raiva.
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