Trying to be an artist, but I'm better at being a thug. Tentando ser artista, mas o destino é ser vândalo.
domingo, 16 de março de 2025
Capítulo IX.
Capítulo IX.
Algumas noites depois, cheguei em casa tarde, abri a porta de casa com cuidado para não acordar ninguém, estava tudo escuro e não acendi a luz para não acordar ninguém e nem o meu primo que deveria estar dormindo no sofá na sala, abri e fechei a porta com cuidado para não fazer nenhum barulho, andei no escuro até a escada desviando da mesa de centro e da poltrona onde o meu pai costumava se sentar para ver televisão, imaginando onde ela deveria estar, cheguei até a escada e quando fui subir o primeiro degrau e coloquei o pé no degrau, ouvi uma voz do nada.
Boa noite!
Tomei um susto, demorei para entender, mas lembrei que o meu primo dormia no sofá embaixo da escada, eu estava tão acostumado a dormir primeiro que ele, porque ele não parava em casa sempre chegava de madrugada depois de mim nos últimos dias depois dos acontecimentos, com medo ou vergonha de me encarar, que pensava que ele poderia estar ali, mas evitava acender a luz para não fazer contato caso estivesse e infelizmente esse dia ele estava e puxou conversa, eu demorei para responder até processar tudo o que estava acontecendo e por fim respondi.
Boa noite também.
E ele respondeu.
Posso conversar com você só um minuto.
Assenti com a cabeça, mas a voz disse novamente.
Posso conversar com você, é rápido,não precisa me ignorar.
Assenti com a cabeça novamente. E a voz disse mais uma vez.
Me desculpe, só queria me desculpar, isso está me matando, preciso conversar com você, isso está acabando comigo.
Consenti com a cabeça mais uma vez e foi só aí que percebi e entendi que estava escuro e que ele não estava vendo eu consentir com a cabeça, então respondi.
Sim, mas vamos lá na cozinha!
Ok. ele respondeu balançando a cabeça, deu para ver no escuro ele balançando a cabeça, porque a luz que entrava pela janela iluminava ele, no momento que passava um carro na rua com o farol alto, ele estava fazendo a mesma coisa que eu havia feito, ´só que ele não sabia eu tinha entendido ou visto ele balançar a cabeça no escuro. Então desci um degrau da escada e acendi a luz e fui na direção da cozinha, acendi a luz da cozinha e pedi para ele apagar a luz da sala, ele apagou a luz e veio na minha direção, ali estava ele, o cara que me trouxe os problemas dele, ele estava descalço, vestindo um shorts e estava usando uma camiseta de uma banda de rock.
Eu conheço essa camiseta. Disse eu lembrando que havia ganho essa camiseta de uma antiga namorada e um shorts.
Eu peguei no varal, era a única que estava seca, pensei que fosse uma minha, mas desculpa depois eu te devolvo. disse ele sem olhar nos meus olhos, ele não conseguia me encarar ou olhar para mim, ficava com a cabeça baixa com vergonha.
Também eu acho que ninguém iria querer comprar essa camiseta velha. pensei comigo.
O meu primo, tentava começar um diálogo, mas não sabia como, eu me sentei na cadeira da mesa da cozinha, o passarinho, um canário da terra que era todo amarelinho e xodó da minha avó, que dormia na gaiola coberta por um pano, deu um Pio, como se estivesse reclamando da luz acesa.
Calma Tim, já apago a luz. disse eu para o passarinho que se chamava Tim.
O meu primo puxou uma cadeira também e se sentou.
Piu. piou o passarinho mais uma vez reclamando da luz acesa.
E o meu primo meio que sem jeito começou a se desculpar e falar.
Me desculpe por pegar o seu tênis e a sua e trocar por droga, eu vou tentar pegar de volta ou te pagar outro, a blusa está com um amigo que deixei como garantia do dinheiro, eu só deixei com ele até ter o dinheiro para pegar de volta e ter o dinheiro que peguei emprestado.
Eu só balançava a cabeça, ele conseguia ser convincente nos seus argumentos, por isso conseguia convencer as pessoas nas suas tramóias, ele era um malandro, eu só estava ouvindo, até que disse.
Sim, eu te perdoo só quero tentar te ajudar a se livrar dessa merda. naquela época eu não podia imaginar como estava sendo ingênuo, inocente, acreditando que eu poderia ajudá-lo, acreditando que ele poderia se livrar desse vício, mas eu não era o único, a tia dele por parte de pai também tentou de tudo, até o levou em centro de candomblé, paraprera-lo para poder incorporar entidades, fazer a cabeça como ela se referia a prepará-lo para tal procedimento, como ela já havia começado, quando ele estava morando no quarto da Avó por parte de pai, nesse dia eu fui junto, quando chegamos no terreiro de Umbanda, da rua já se ouvia tambores que tocavam com força e animação, na entrada no terreiro um cheiro de incenso com charuto dominava o ar, quase todas as pessoas ali estavam vestidas de branco, tirando a nossa família, só o meu primo e a tia dele estavam de branco, rasparam a cabeça dele, outras entidades rodeavam ele enquanto raspavam a cabeça dele, depois o levaram para o centro do terreiro, os tambores tocaram mais alto e com mais força, entidades incorporadas nos seus cavalos, cavalo era a pessoa que a entidade usava para se manifestar através do corpo dela, eles dançavam em volta do meu primo, até que os tambores pararam bruscamente, entrou uma entidade usando uma roupa de palaha que cobria todo o seu corpo e rosto, falou no ouvido de uma senhora vestida de baiana, que foi na direção do meu primo, pegou na mçao dele e o levou para uma porta no canto do terreiro, enquanto isso ficamos ali parados e os tambores voltaram a tocar, depois de alguns minutos o meu primo saiu da porta, a entidade mandou chamr a minha tia, depois a minha prima, a minha avó
e por último me chamou também, então lá fui eu, assim que passei pela porta ficou escuro, fiquei um pouco assustado, era um corredor comprido só iluminado por velas, logo na entrada havia algumas oferendas que estavam sendo preparadas para ser deixadas em alguma encruzilhada, despachadas em algum canto da cidade, havia algumas galinhas que ainda sangravam em um tacho ou um vasilhame de barro, mas o que mais me assustou foi uma coisa que não consegui identificar direito, parecia um pedaço de carne com um monte de espinhos ou espetos enfiados nele, isso me deixou assustado pela aparência, uma entidade vestida de branco pegou na minha mão e me levou até o fim do corredor onde estava a entidade vestida de palha, que estava sentado em um trono ao lado dele havia outra entidade, sentado em um banquinho, ele usava um chapéu e não mostrava o rosto, ele fumava um charuto e não mostrava o rosto, ficava o tempo todo de cabeça baixa, a entidade de branco me posicionou na frente das outras duas entidades, a entidade que fumava charuto deu uma baforada com a fumaça do charuto em mim, eu quase tossi, ele continuou soprando a fumaça por todo o meu corpo, falando umas palavras, que parecia ser de uma lingua africana. me deu vontade de rir, mas me segurei para nçao rir e a entidade falou.
O que posso fazer por vosso se?
Eu fiquei sem saber o que dizer, não esperava nada sobre isso, só achava que tinha haver com o meu primo, pensei um pouco e disse.
Por mim nada,mas o que eu queria era que vocês possam ajudar o meu primo a se livrar desse vício maldito.
A entidade que não olhava nos meus olhos, que ficava o tempo todo de cabeça baixa, deu uma tragada no charuto, bateu no peito deu um grito, falou umas palavras estranhas novamente e disse.
Sei, vosso se tem o coração bom, preocupado com o outro cavalo, o outro irmão, o seu pedido está encaminhado, a entidade se levantou, deu mais baforadas com a fumaça do charuto em cima de mim, dessa vez eu tossi, ele disse mais algumas palavras estranhas, bateu no peito, a entidade vestida de palha se levantou e dançou em volta de mim, as duas entidades se sentou e falaram.
Pronto pode ir, que oxalá o guie.
A entidade vestida de baiana pegou na minha mão e me levou até a saída do corredor, mas antes de sair eu tropecei em uma das oferendas, justamente na que mais me assustou, o pedaço de alguma coisa cheia de espinhos, eu peguei o negócio com nojo e coloquei no vasilhame , a sorte que o vaso não quebrou, endireitei o vaso, sai pela porta rapidamente e fui de encontro da minha família, que me olhavam tentando entender o que tinha caído do outro lado.
O tim piou mais uma vez reclamando da luz, me tirando do transe da lembrança, mas aquela conversa iria ser longa, seria mais um diálogo noturno.
A minha intenção era ajudar e não julgar, porque nunca sabemos o nosso dia de amanhã.
Amanhã é segunda-feira. respondi para mim mesmo, rindo fazendo uma piada boba.
E tenho que trabalhar. mas aquela noite o meu primo queria abrir o coração, colocar o seu coração na mesa, ele começou a chorar e disse que:
Eu estava um mês sem usar nada dessa vez, acho que foi uma das vezes que fiquei tanto tempo sem usar, depois que fiquei internado na clínica de recuperação, bastou eu encontrar as pessoas erradas, com um pouquinho de má influência e foi tudo por água abaixo, era um mê sabe o que é isso, sabe como foi difícil, esse um mês parecia um ano, a minha mãe me pediu para não decepcioná-la, que nós já não tínhamos mais para onde ir e que essa era a nossa última chance de superar, eu consegui por um mês, um mês.
Ele ficou repetindo várias vezes e eu não sabia o que dizer nessa hora, fiquei pensativo, mas ainda estava chateado com ele, por ter vendido o meu tênis que havia pago caro, além do meu moletom, balancei a cabeça e disse:
Vai dar certo, nós vamos conseguir, a esperança é a última que morre, vou tentar te ajudar, mas você vai ter que ter força de vontade, tem que ser forte.
Força de vontade, como fui ingênuo, não sabia onde estava me enfiando, era um inocente, iludido achando que poderia acreditar na cura de um viciado em Heroína.
O meu primo me agradeceu e mais uma vez me disse.
Eu vou pagar pelas suas coisas ou vou pegar de volta.
Piu! Piou o passarinho mais uma vez.
Eu lembro que você me contou que ficava até tarde conversando com aquele estrupício do seu primo, foi um pouco antes de começarmos a namorar, também lembro que aquele lazarento roubou o meu Walkman que havia te emprestado e a blusa novinha que te dei no nosso primeiro dia dos namorados, Deus que me perdoa, mas quando eu ia na casa da sua avó depois que casamos, e ele teve a overdose eu tinha vontade de fazer maldade com ele, quando o via deitado na cama hospitalar no canto da sala, até isso ele tinha sorte, tinha cama e enfermeiro e médico que o atendiam em casa uma vez por semana, isso era injusto, tantas pessoas doentes não tinham essa sorte, esse atendimento, isso é muito injusto, foi ele que procurou isso, não foi uma doença que aconteceu, é nessas horas que sou a favor de liberar as drogas, mas tem que ser assim, quer usar usa, mas se precisar de assistência hospitalar tem que ser pago do seu bolso ou deixa morrer, não pode tirar o lugar de um pai de família que pagou impostos e que fica doente sem causar a própria doença, quer usar, que use, mas não pode tirar o lugar em um hospital de uma pessoa que nçao tem nada haver com isso, era por isso que eu tinha vontade de beliscar ele, esfregar fralda suja de mnerda na cara dele, ou afogar ele com um travesseiro, quando eu lembro disso tudo que ele te fez eu gostaria de ter a metade do corção que você tem ou essa capacidade de perdoar que você tem, eu sei que errei com você também e você me perdoou, por isso fiz de tudo para te ajudar com o seu pai,cuidei dele como pude, o levava no médico, cuidei das feridas do pé dele, ira lá duas vezes por semana para fazer curativo, poruqe eu lembro quando você chegou em casa quando o seu pai estava internado e os médicos queriam amputar o pé dele, você estava branco e assustado e nós demos um jeito eu e a minha irmã nos revazavamos e faziamos o curativo no pé podre do seu pai, você mesmo não conseguia, só de você chegar perto te dava ansia de vomito, pois é fiz isso e muito mais, levava ele no médico, até bati o carro uma vez porque ele me deixava nervosa, como aquela vez, que ficou enjoado e abriu a porta do carro para vomitar com o carro em movimento, quase bati o carro de novo e foi aí que dei um basta e falei que não levaria mais no médico sozinha, mas o médico logo depois falou que o Alzheimer do seu pai havia piorado e não podia mais morar sozinho e assim tivemos que levá-lo para morar com a gente, foi uma barra, o problema de urina que ele tinha, era terrível, ele não queria usar fralda e enfiava tudo o que achava pela frente na cueca para tentar conter a sua incontinência urinária, era saco plástico , até caneca ele enfiou no saco e o pior era que ele não lembrava se havia comida e ficava pedindo mais comida ou reclamando e brigando comigo enquanto você estava trabalhando e quando você chegava em casa, muitas vezes encontrava eu chorando de um lado e o seu pai chorando do outro, aí quando decidimos colocar o seu pai em um asilo a família toda me crucificou como se a culpa fosse minha, ele era o seu pai e você que decidiu depois que tentamos de tudo percebemos que não tinhas capacidade para cuidar dele, poruqe a cada dia que passava ele piorava e precisa de um acompanhamneto de profissional, mas é fácil julgar né, a sua prima um pouco antes da sua tia falecer, eu lembro que ele te ligou e perguntou como era a casa de repouso, que ela não iria cuidar do irmão, e que queria coloca-lo também poruqe a sua tinha já estava velhinha e não tinha mais saúde para cuidar dele. a minha esposa não entendia como eu tinha a capacidadede lidar com tudo isso, mas o que eu pensava, que tudo o que o meu primo me roubava, era só bens materiais, e que eu a perdoei por causa da nossa família e o meu pai, foi o alccol que acabou com a vida dele, ele era alcolatra e isso destruiu a vida dele também, o seu casamento, a vida social, poruqe ninguem o respeitava, parecido como o meu primo fez com a dele por causa de um vício.
Você falando assim e vendo de fora, não vou dizer que é fácil julgar, mas se isso fosse com a sua família, digamos que se a sua irmã se envolvesse com droga, ou melhor que o seu pai destruiu a sua família por causa do alcoolismo, como ele quase fez, se não fosse a sua mãe segurar toda a barra, como você iria resolver isso, o que você iria fazer?
Eu ia dar um pau nela todo dia e o meu pai iria deixar que a minha mãe resolvesse, porque se ela aceita ele ser assim, o problema é dela, eu já não aceito.
Eu sei disso. rimos muito do sarcasmo dela.
O pior que ela estava falando a verdade a irmã iria apanhar todo dia , ou seria uma briga feia todo dia, e o pai dela ou tomava jeito ou se ferrava.
Engraçado como o passado está tão presente, você lembrou do Walkman, um aparelho que já estava usado, surrado e velhinho, mas o pior foi o meu primeiro rádio que ele roubou, depois de uma noite de diálogos e promessas, eu fui trabalhar e não imaginei que ele iria pegar o meu rádio, aquele rádio que havia pago com o meu 13º salário e mais umas parcelas no crediário também, era aquele Micro System, com duas caixas de alto falantes acoplada, Surround da Philips, era aquele da propaganda que passava na televisão, da galera dançando na rua e onde eles pisavam a rua se acendia como se estivesse te ensinando a dançar e tocava a música do Technotronic, naquele dia eu cheguei em casa e subi para o meu quarto e percebi que o criado mudo estava vazio e que estava faltando alguma coisa, demorei para entender e acreditar, até a ficha cair e quando a ficha caiu, eu desci reclamando para a minha tia, coitada ela não sabia mais o que dizer, e eu disse:
Hoje ele apanha, fiquei esperando ele aparecer, mas essa noite ele não voltou para casa, estava no hospital internado, ele havia se envolvido em uma briga na rua e tomou uma facada, foi superficial, a facada não atingiu nenhum órgão vital, mas ele teve que ficar em observação no hospital público, ele era vaso ruim de quebrar e tinha sorte, tomou tiro e facada e nenhum dos dois acertou um órgão vital, essa história me fez lembrar, do meu outro primo que que morreu, ele foi assassinado com cinco tiros e não teve a mesma sorte que ele, e o motivo foi o mesmo, por causa de droga, mas antes dele morrer, esse meu outro primo um pouco antes de morre, estava junto com outros usuários de droga em uma roda de amigos e como meu primo que eraprimo dele também, os meus dois primos estavam juntos usando droga, o que morreu e esse da história, e no meio deles estava um traficante pé de chinelo que queria me matar por causa de uma briga, então alguns muleques que moravam na minha rua passou perto deles e sse traficante se levantou, sacou uma arma e gritou para os muleuqes da minha rua.
Avisa lá o seu amigo, que isso aqui é para ele. Disse o traficante mostrando a arma e dizendo o meu nome. Eu havia tido um desentendimento com esse traficantezinho de merda e na porrada ele não aguentou e queria me pegar na trairagem, queria se vingar.
Nesse dia os meus dois primos que estavam juntos, quando ouviu o meu nome, se entre olharam e perguntaram entre eles, se era de mim que ele estava falando, o traficantezinho confirmou que era, e para azar dele os meu dois primos compraram a minha briga e foram para cismado traficante, dizendo que ele não era louco de encostar um dedo em mim e tomaram a arma do cara e descobriram que a arma não tinha bala, por sorte naquele dia, ninguém se machucou, porque se arma estivesse carregada o meu primo poderia ter tomado outro tiro, um dos dos meus primos, ou o que morreu poderia ter morrido nesse dia, porque os dois deram uns tapas no traficantezinho. isso era honra de família, e já havia acontecido algo parecido, esse meu primo que morreu, uma vez arrumou uma briga com um homem bem mais velho que ele, por causa do filho do cara, o meu primo tomou uns socos do cara mais velho e o meu primo correu e foi chamar o irmão mais velho dele também, assim os dois foram até a casa do cara que bateu no meu primo, o irmão mais velho gritava para o cara sair, se fosse homem, o cara saiu armado, e como estava dizendo os meu primos são tudo loucos, aliás eram, porque quando o cara saiu armado, o irmão mais velho do meu primo que morreu, levantou a camisa até o peito e gritou:
Eu tenho mais medo disso no chão do que na sua mão, se você é homem mesmo, atira ou vou te encher de porrada. disse ele levantando a camisa e batendo no peito e gritava.
Se você é homem, atira!
Se ouviu um estrondo, um estopim, meu primo mais velho colocou a mão no peito e viu o sangue escorrendo, o homem atirou mesmo, mas graças a Deus ele não morreu, mas tem a bala alojada até hoje perto da espinha.
A sua família é tudo louca, depois você fala da minha.
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