quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Livro: MESTRES DAS RUAS.



          MESTRES DAS RUAS.

  I B

São Paulo, 25 de janeiro de 1991.

Zona norte, periferia de São Paulo no Imirim.

Uma manhã muito bonita e agradável, um sol brilhante, não muito quente aproximadamente 26ºC.

O canto de um passarinho era interrompido, quase que imperceptivelmente, pôr uma música tocada em baixo volume, com um swing forte e balanço pesado, a melodia e a letra da música, era assim:

 

NO! NO! Sleep till Broklim.

NO! NO! Sleep till Broklim . 

 

 



Era uma música dos Beastie Boys. (Banda de Rap Norte Americana)

Essa música vinha do quarto do Tuco, onde a luz do dia entrava pelo vitrô no lado oposto do beliche, preenchendo todo o quarto, a luz refletia no rádio e brilhava no teto, Tuco que que estava deitado na parte superior do beliche, observava o teto, olhava para as manchas causadas pelas infiltrações, que pareciam formar uma imagem de uma santa; aquela imagem já fazia parte do convívio dele, e todo dia antes de dormir ou acordar, ele fazia o sinal da cruz olhando para a mancha no teto; ele se benze e continua com os braços cruzados atrás da nuca, entrouxado no travesseiro e continuava a ouvir a música enquanto pensava na vida; no seu amor e como iria ser o seu dia de hoje.

· Hoje!

· Que horas são? Ele olha no relógio.

· São 08:00 em ponto!

· É hoje que nós iremos fazer o grafite no túnel da Avenida Paulista, em homenagem aos seus 100 anos de existência, no dia do aniversário da cidade de São Paulo, será uma grande festa, está noticiando toda hora no nos noticiários.

Empurrando o cobertor com os pés e se preparando para pular da parte de cima do seu beliche e já pulando, porém, batendo no rádio que estava no criado mudo, a direita da cama, derrubando-o e fazendo muito barulho. Estabanado como só ele era.

Mas mesmo com todo esse barulho, o Leco, irmão do Tuco que dormia na parte de baixo, não acordou.

Tuco olha para o irmão.

· É, o dorminhoco não acordou mesmo.

- Leco acorda! - nós já estamos atrasados, para ir fazer o grafite na Avenida Paulista.

Tuco olhou outra vez e nada do irmão acordar.

Ele coça a cabeça, vai ficando irritado, e dá uma chacoalhada com força no irmão e puxa a coberta, só assim então que o Leco dá um sinal de que iria se levantar, ele dá uma resmungada e juntando a coberta novamente, no maior chamego, e se vira para o lado da parede e continua a dormir.

Então, Tuco olha mais uma vez, para o irmão e dá de ombros.

- Ah! Desisto, deixa este dorminhoco aí dormindo, tenho que ir chamar o pessoal para irmos fazer o grafite, e sem você!

Só assim então que o Leco despertou.

· Grafite? É mesmo é hoje, né?

· Espera eu pô!

- Vai logo então seu babento! Olha só... Todo babado, com a cara amassada! Também parece uma avestruz, dormindo com a cara enfiada no travesseiro!

- HA! HA! HA! Um avestruz! Tem tudo a ver, Magrelão, perna fina e comprida, babão, que faz biquinho quando dorme, dorminhoco, com essas pernas compridas e finas com essas meias coloridas, parece mesmo.

· Avestruz, HA! HA! HA!

· Caramba! Já vai começar encher o saco, logo cedo: Dá um tempo, meu! - - Caramba!

Tuco calça o seu Tênis cano alto, pega o seu boné, com a aba curvada e que tem a letra” bordada na frente e diz.

· Está bem, avestruz! Fica aí que eu vou subir e comer toda a mortadela, seu boca aberta.

· Eu vou escovar os dentes primeiro e tomar café depois, se você não deixar mortadela para mim, você vai ver.



Tuco deu de ombros e continuou a subir as escadas, que era feita de cacos de lajotas vermelha, parte da escada estava verde tomada pelo lodo, formado pela água da chuva, o que deixava a escada lisa e perigosa, não havia corrimão e as paredes também estavam tomadas pelo lodo, não deixando opção de apoio em caso de um escorregão, ele sobe as escadas de 3 em 3 degraus, o que era fácil para ele, já estava acostumado e sabia exatamente onde pisar, e vai em direção a cozinha, chegando na entrada da cozinha pelo corredor, onde a porta ficava logo após o tanque de lavar roupa, a porta já estava aberta,  e um cheiro convidativo de café fresquinho pairava no ar, onde o cheiro de mato no ar fresco da manhã que vinha da Serra era bruscamente substituído pelo o aroma do café, que saia de dentro da cozinho,  ele olha para a sua mãe que estava lavando louça da noite passada, mas havia deixado cair à esponja no chão e como ela não enxergava, tateava sobre a pia, tentando encontrá-la.

Tuco se lembra como ela havia ficado cega, se lembra daqueles dias difíceis, dentro de um barraco de madeira com o chão batido de terra, com um quintal grande que parecia uma chácara, como uma casa do interior, onde havia uma grande árvore de Mangueira, também havia um pé de limão, cana-de açúcar que ficava no canto do muro que dava acesso para a rua, os varais de estender roupas amarrados na árvore de um lado e na outra ponta do varal, amarrado no barraco de madeira, quantas vezes aqueles varrais não foram arrebentado com as brincadeiras dos meninos, pipas que enroscavam e de tanto puxarem acabavam caindo, algumas vezes ainda estavam com as roupas secando no varal, e a sua mãe saia gritando de dentro do barraco, já com uma cinta na mão dando cintada neles, que corriam em volta do barraco fugindo das cintadas da mãe, em uma dessas fugas eles foram salvos por um acidente de um carro, que bateu no muro do barraco, que ficava do lado de uma grande avenida movimentada, o carro derrubou o muro e só por Deus que eles não foram atingidos pelo carro ou por parte do muro que caiu, ele lembra da sua mãe arrependida, jogando a cinta no chão e vindo na sua direção chorando e abraçando ele e o seu irmão, perguntando se eles estavam bens, se não haviam sido atingidos, ela gritava e agradecia a Nossa senhora de Aparecida por ter salvo os seus filhos por ter protegidos eles, ele pensa foram tantas histórias naquele lugar, onde tudo aquilo para um menino de 10 anos de idade, era um paraíso, ele o seu irmão brincavam e imaginavam de tudo naquele quintal, algumas brincadeiras saudáveis e outras nem tanto e as vezes até  perigosas, como a vez que ele estava fazendo fogueira e usando álcool para acender o fogo, para simular lançamentos dos brinquedos para o espaço, ele colocou uma quantidade de álcool em uma pequena garrafa de refrigerante, chamada caçulinha e colocou um brinquedo de um soldadinho de plástico na ponta da garrafa, e o jogou na fogueira, o brinquedo de plástico derreteu e tampou a boca da garrafa formando uma grande pressão, até que garrafa explodiu, expirando álcool e fogo nele e no seu irmão, que ainda estava segurando a garrafa de álcool, derrubando mais álcool sobre eles, no Leco só respingou , já no Tuco a sua camiseta pegou fogo, ele a tirou rápido , mas foi o suficiente para queimar o seu peito, e ele lembra do seu pai correndo com ele para o hospital, ele  lembra do sofrimento do seu pai, tendo que cuidar de dois meninos e uma bebê recém nascida e tendo que se dividir entre o trabalho, hospital e o lar, os meninos não ajudavam muito, só aprontavam o tempo todo, e o seu pai precisou pedir emprego para um amigo em uma padaria para o Tuco como ajudante, como ele era mais velho que o Leco, começou a trabalhar para ajudar o Pai, enquanto o Leco dizia para o pai que ele também poderia trabalhar, o pai diz que não, e o Leco insistia lembrando da época em que eles ainda moravam na Bahia, e ganhavam uns trocados recolhendo os grãos de café que caiam dos caminhões que abasteciam a fabrica de café, eles recolhiam do chão os grãos de café,  chegando a juntar até 2 kg por dia. O pai recorda ele da tragédia que quase aconteceu.

 - É mas você quase morreu atropelado por aquele caminhão que passou por cima de você, a sorte foi que você era magrinho e se deitou no chão e o caminhão passou direto sem te atingir, aquele dia eu quase coloquei o coração pela boca, por isso que você e a vizinha vão me ajudar a cuidar da sua irmã recém nascida, aqui dentro de casa. Mesmo assim os meninos davam um jeito de brincar e aprontar; com o dinheiro que o Tuco ganhou como ajudante na padaria, ele comprou um carrinho de rolimã e brincava na ladeira que dava acesso da padaria até a sua casa, a ladeira passava em frente à casa do Dib que vendo o Tuco brincando com o carrinho de rolimã, pegou o seu carrinho e  se juntou a ele, e juntos desciam a ladeira a toda velocidade enquanto o Leco ficava pedindo que o deixasse brincar também, chorando alto xingando o Tuco, o seu pai escutando o Leco chorando saiu do barraco atrás do filho para ver o que estava acontecendo, e foi nesse exato momento que ele viu o Tuco descendo com o carrinho de rolimã e quase sendo atropelado por um carro, o Tuco vinha descendo a toda velocidade e o carro subindo normalmente, mas havia um buraco e onde havia esse buraco, o carro fez um desvio brusco na direção do Tuco, para poder desviar do buraco e voltou para a direção reta, o Tuco se assustou e desviou para o lado da sarjeta, raspando um pouco o eixo do carrinho de rolimã na guia, o seu pai vendo aquilo, quase teve um enfarte e quando o Tuco chegou no fim da ladeira, o pai tomou o carrinho dele, pegou ele pela orelha e o levou para o barraco, o Leco foi atrás chorando, acompanhado pelo Dib e ficaram no portão só observando, enquanto o Pai dos meninos destruía o carrinho com um pequeno machado e depois ateou fogo nos pedaços, gritando que os seus filhos não vão ser vagabundo, vão trabalhar para aprender a ser homem, ele gritava: - vocês não estão vendo o sacrifício que estou tendo que passar para cuidar de vocês enquanto a sua mãe está internada no Hospital;  o pai olha para o Tuco e ameaça bater nele, que corre até o portão onde estava o Leco e o Dib, o Pai para e  volta para o barraco, Tuco se senta no degrau da escada de acesso a rua e fica ali parado por um tempo, a vizinha uma menina de 15 anos chamada Vera, que ajudava a cuidar do bebê e  da casa, vendo a cena, vai até a casa deles, ela pede licença para os meninos e abre o portão, pede licença para o Tuco e desce os degraus e entra no barraco, ela fica ali por um tempo, do portão era possível ouvir o pai dos meninos  conversar com  a menina, ele estava muito nervoso e a menina tentava acalma-lo, passou um tempo e se fez silêncio, que só foi interrompido pelo choro do bebê, do portão era possível ver através da janela da cozinha dentro do barraco a menina pegar o bebê no colo e falar alguma coisa para o Pai dos meninos, que sai do barraco bem mais calmo e  vai na direção dels, passa pelo Tuco e diz: - Vamos comer alguma coisa na padaria e chama o amigo de vocês também, vamos! Tuco se levanta, sobe os degraus olha para o Dib e diz:- Vamos com a gente. Na padaria os meninos comem pizza, tomam guaraná, e o pai diz: - Pegam o que vocês quiserem. Enquanto ele tomava uma pinga, derramando uma parte para o santo e tomando o restante de um só gole, rindo para os meninos com peso na consciência e querendo compensar o ocorrido. – Aquela menina é bonita né pai. Diz o Tuco. O seu pai olha para ele e diz que sim balançando a cabeça e dá um sorriso por ele ter demonstrado interesse na beleza da menina, como se quisesse dizer, meu filho é cabra macho. Os meninos tomam sorvete, comem chocolate e o Dib diz: - Seu pai é muito legal. Ao recordar desse dia, ele também lembra que foi assim que ele conheceu o Dib, foi nesse dia, enquanto isso devido a maus tratos hospitalar, seguido de infeção e febre alta, a sua mãe perdia totalmente a visão no Hospital.



Tuco se desfaz do transe na entrada da cozinha, ele entra, se abaixa, pega a esponja para a mãe e diz.

· Tá aqui, mãe!

Tuco é você?

· É, sou eu!

· E menino grosso, já acorda mal humorado.

· AH, mãe! Não enche, que eu quero tomar o meu café sossegado, e cadê a Tatiana aquela menina inútil, que não serve nem para pôr o café na mesa.

O Leco, que já havia lavado o rosto, estava entrando na cozinha e escutou o que o irmão estava falando e retruca:

· Larga a mão de ser folgado, arruma a mesa você mesmo e não fica xingando a menina assim, ela não te fez nada e fala direito com a nossa mãe, se não, quando o pai chegar eu conto tudo para ele!

AH! Cala a boca e vem tomar o seu café logo, senão eu vou comer toda a mortadela, e já estamos demorando demais. Aposto que ainda vamos ter que acordar o Lu e o Dib, aquelas duas avestruzes também, Avestruz não, O Dib parece mais uma árvore, todo duro.

A mãe deles ri e repete balançando a cabeça. “- Homem árvore, cada uma” ela ri. 

· E o Lu, até ele se emperiquitar todo para sair, já vai ser hora de dormir de novo.

Falando em horas, que horas são?

O Leco responde:

· São oito e meia!

- Já! Vai, vamos logo! Eu vou pegar os skates para irmos mais rápido.

· Aonde é que vocês vão? Pergunta a dona Tazinha.

· Nós vamos fazer um grafite no túnel da Avenida Paulista, hoje ela completa 100 anos.

Bem mais amoroso com a mãe do que o Tuco, respondeu o Leco.

· Por favor, tomem cuidado!  Eu estava escutando agora mesmo no programa do Eli Correia. Que ontem, três meninos que cabulavam aula, mentiram para suas mães, dizendo que iriam para escola e não foram, pegaram um ônibus foram nadar lá na represa de Mairiporã. Dos três meninos só um sabia nadar bem. O outro sabia mais ou menos, e o terceiro não sabia nadar.

E adivinha o que aconteceu? – O que aconteceu mãe? Pergunta o Leco. –Vai fala logo mãe! Exclama o Tuco. E menino grosso, mas deixa eu continuar, o que aconteceu foi o seguinte: O menino que sabia nadar bem, foi brincar e  fazer graça, fingindo que estava se afogando, o que não sabia nadar acreditou mesmo  que ele estava se afogando, porque ele morria de medo e pulou para ajuda-lo, porém quando ele pulou, bateu com o cotovelo na cabeça do que estava brincando,  desmaiando-o, e fazendo ele se afogar de verdade, como o que pulou pensou que fosse dar pé para ele devido a sua altura, acreditou que poderia ajudar, “mas” não dava pé para ele também e como ele não sabia nadar começou a se afogar também e entrou em pânico.

· O terceiro que sabia nadar mais ou menos, pulou para tentar ajudar, mas o que não sabia nadar estava com muito pânico e se agarrou nele, levando-o junto para o fundo da represa e sendo assim afogando os três. Pessoas que estavam no local, porém distante o suficiente para não socorrer a tempo, assistiram a tudo e não conseguiram ajudar, tentaram socorrer os meninos, porém devido a distância que estavam, a profundidade e também a visibilidade da água que era muito escura, quando o resgataram, já era muito tarde e os três estavam mortos. 

 

 



 · Que história triste mãe! (comenta o Leco)

- Que merda! (exclama o Tuco)

· Mas onde nós vamos hoje não tem rio mãe, é só asfalto, só se chover muito para alagar o túnel da Avenida Paulista e tem mais, iria ser muito legal se alagasse, por que daí,  nós poderíamos pegar algumas ondas na descida do túnel e surfar com os shapes dos nossos skates, igual àquela vez que alagou a rua onde nós morávamos e usamos as portas de um Guarda-roupa velho que jogaram na rua, nós pegamos aquelas portas para deslizar naquela água empossada até a altura do muro da dona Rosinha e que também invadiu as casas do corredor do Veio Giglio, que era abaixo do nível da rua, e foi por isso que ele abandonou aquelas casas , toda vez que chovia forte a chuva transformava a rua em um rio, propício para surfar naquela rua toda alagada de água de enxurrada que descia do morro, nós passávamos vela nas portas do guarda-roupa e vindo correndo da parte alta da rua, jogávamos as portas na água,  pulávamos em cima, fazendo com que a madeira deslizasse sobre a água, igual uma prancha de surf ou Sonrisal (modalidade que usa uma pequena prancha para deslizar em pequenas ondas na beirada do mar, é chamado assim por comparar o sal do mar que borbulho como um Sonrisal colocado em um copo com água) , nós nos  sentíamos verdadeiros surfistas, tentávamos até fazer manobras , nós nos divertimos muito naquela dia, até o “homem árvore do Dib, ralar o joelho no asfalta, naquela água suja, porque  prancha (porta de guarda-roupa)  dele travou e ele foi de cara e com o joelho no asfalto alagado e  ficou  preocupado, dizendo que aquela água suja iria “infeccionar” – Ai “vai infeccionar”, estraga prazer; -Aí “ Vai infeccionar  os meus ralados”. -Foi muito legal esse dia; não foi Leco?  Leco confirma rindo e responde para mãe deles.

· Mamãe para de escutar estes programas doidos de rádio que a senhora escuta, eu sei que a única diversão que a senhora tem, mas procura outros programas mais alegres.

-Ah! Me deixa esse programa é o meu único companheiro, que tenho de tarde.

· Tá bom. (Leco dá um beijo nela e diz) - Vamos Tuco!

· Olhem aqui, mãe não se engana, pressentimento de mãe não falha. (alertou Dona Tazínha)

Já no portão o Tuco grita - “tchau, mãe!”

deixando-a pensativa.

· Ai meu Deus, minha Nossa Senhora de Aparecida! Proteja os meus meninos! Não deixa nada de ruim acontecer com eles.

Já contrariando-a, os dois já saindo de uma viela estreita que dava acesso a uma ladeira, montam nos seus skates e descem rápido, fazendo algumas manobras de skate na ladeira íngreme. 

Dando vários slides, slides de from, slide 360º, e no final da descida os dois juntos dão um belo sorocabano, (manobra de skate que faz o skate deslizar apoiando a mão no chão, como se fosse um freio) para que os skates parassem por completo, pois já estavam chegando na avenida.

Na avenida eles pegaram os skates e colocaram debaixo do braço e atravessam correndo para a calçada do outro lado da avenida que era perfeita para andar de skate, onde já havia ali um trilho de trem, que a galera usava para fazer algumas manobras de skate sobre ele, algumas manobras chamadas como o rock slide, fifity, etc. 

Tuco vai à frente e sobe a calçada de olie air.

Leco, não deixando por menos, sobe a calçada de olie flip air, e ainda dá um impulso em direção ao trilho de trem e aplica um belo rock slide, até o final do trilho, e depois de completar a manobra ele para e olha para o irmão, e tira um sarro.

· Vamos seus gralha, (pessoa que anda mal de Skate) vamos logo, vamos logo, mas vamos chamar o Juca primeiro.

 

 

                                 Juca, Leco, Dib, Ed jr.

Tuco, ainda com a cara de bobo por causa da manobra que o irmão tinha acabado de fazer, balança a cabeça e diz:

· É, vamos chamar ele, já é na próxima esquina mesmo, não tem como não passar em frente da casa dele, que é praticamente caminho para a rua da Máster.

· Talvez ele não tenha saído ainda. Responde o Leco.

Eles dão mais alguns impulsos nos skates e deixam deslizarem pela calçada, até chegar na casa do Juca.

· Vamos gritar juntos, para sair bem alto. Fala o Tuco.

· Está bom. Concorda o Leco.

· Vai no três!

· Juuuuuuuccccaaaaaaaa! !!

· Bastou um grito só, para que se aparece um vulto no vidro da porta da sala, tentando abri-la.

· Pela camisola eu acho que a mãe do Juca. (diz o Leco).

· Mas é lógico né mané, que é a mãe dele, ou você acha que o Juca iria estar usando uma camisola para dormir.

· Não sei de repente nosso amigo está ficando boiola. Os dois caem na risada. 

· É, aí eu não sei o que dizer, de repente vai saber, além do mais a camisola e cor de rosa.

· HÁ! HÁ! HÁ!

A porta se abre e era realmente a mãe do Juca.

E os dois novamente juntos, por impulso, perguntam juntos em uma só voz.

· Dona Maria o Juca já saiu?

Com um sotaque bem nordestino e tranquilo, dona Maria responde calmamente e bem devagarzinho.

- O calmamente e jjáááá ssaiiuuuuuuu.

Os dois já sabendo como ela falava bem devagar, saíram sem esperar o fim da frase e foram andando e comentando.

- Nós já estamos aqui na porta do colégio, e aposto que ela ainda não pronunciou o ultimo “u” da frase. “O Joselmo já saiu”. (falou o Tuco rindo).

- Ontem eu fui com o Juca ajudar o pai dele a montar um armário, impressionante como eles são calmos, deve ser o suco de maracujá que eles tanto tomam. Fala o Leco.

- É nada, é o jeito deles, eles também são nordestinos como nós, eles vieram do Rio Grande do Norte. Fala o Tuco.

- Nós somos Baianos e dizem que os baianos são devagar quase parando, mas nos somo ligados nos 220 volts. Diz o Leco.

- Devagar nós? O Tuco ri. Somos 440 volts!

- A mulher que fez a encomenda para o pai do Juca, falou que demorou dois meses para ele terminar o armário, ela falou que ia toda semana na marcenaria, perguntar pelo armário, e o pai do Juca acalmava a mulher, estou caprichando por isso está demorando um pouco, depois de instalado o armário a mulher elogiou bastante dizendo : “demorou mas valeu a pena”, O Juca é como o pai dele, é calmo e devagar, mas tudo que ele pega para fazer, faz bem feito, lembra ele quis aprender andar de skate, ele apreendeu e andar melhor que todos nós , ele quis apreender a desenhar e agora desenha tão bem quanto você e o Dib, ele quis aprender a jogar basquete e consegue enterrar a bola no aro.

- É verdade, aquele coco com orelha, tudo que ele pega para fazer aprende muito rápido, Coco com oreia, o dia que o Dib o levou para a rua e apresentou para nós e disse assim: “Esse é cara que está na minha sala, o nome dele é muito estranho pode chamar ele de Coco com Oreia”, aquilo foi muito engraçado. Os dois dão risadas.

Já na calçada do colégio onde era lisa e tem uma pequena rampa que era para a entrada dos carros dos professores para o estacionamento, e as laterais da rampa tinha uma transição de 35 º, nas laterais que era perfeita para fazer manobras de skate.

Para eles era como se fosse sagrado, passou ali, tem que fazer alguma manobra naquela transição, e como sempre, lá vão eles.

Tuco dá um belo olie air e o Leco logo atrás dá um olie air também, foram perfeitos.

Eles vibram, parando os skates. Pelo motivo de que, o outro lado da calçada do colégio, estava toda quebrada e não dava para eles andarem de skates naquela parte.

Eles pegam os skates e colocam debaixo do braço até atravessar a avenida em direção da vielinha.

Na entrada da vielinha.  já avistam um grafite, que tem logo na entrada, e que foram eles mesmo que  fizeram, escrito: “Arte de Rua”.

E como sempre, eles observam o desenho olham os detalhes e entram na vielinha.

Automaticamente, vem aquele cheiro de urina, insuportável, que quase não dá para respirar.

Tuco, fala uma das dele.  - Eu acho que até meu bisavô, já passou, por aqui, e deu uma mijadinha nesta Vielinha, não é possível que exista alguém, que passou por aqui e não tenha mijado aqui, e aproveitando a deixa, eu acho que vou dar uma mijadinha aqui também, agora.

E já se posicionando para mijar, como uma coisa psicológica, o irmão vendo o outro mijando, resolve mijar também.

· É isso aí Leco, aqui é como posso dos desejos, no poço você joga a moedinha e faz o pedido, como por aqui não tem nenhum poço dos desejos, a gente dá uma mijadinha e faz um pedido. (os dois dão risadas)

Quando o Tuco terminava a frase, duas senhoras que vinha voltando da feira, estavam entrando na viela e os fraga. Fazendo com que ambos saiam mijando andando e tentando fechar as calças.

Uma das senhoras grita.

-  Seus mal-educados, sem vergonhas, não tem banheiro na casa de vocês não?

Eles corem rindo quase não se aguentando em pé, corem até a calçada onde ficava o aro de basquete e se sentam para recuperar o fôlego, de onde eles avistam as duas senhoras aparecem no fim da viela, e subindo a primeira rua a esquerda, gesticulando e mexendo a boca, que de longe, não dava para entender nada, mas dava para imaginar, para a sorte deles.

Já tomado o fôlego.

Eles olham para o aro de basquete, preso no poste, e como mais um gesto sagrado.

Eles pulam para se pendurar no aro, simulando uma jogada de basquete, (a enterrada).

O Leco como ele era mais alto que o irmão, consegue com sucesso, agora o Tuco só encosta as pontas dos dedos no aro e já se dá por satisfeito, e fala.

- Vamos Leco, nós ainda temos que chamar o Dib o Lu e se o Ed Jr. não aparecer temos que ir até a casa dele e rezar para que o Juca, já esteja aí.

Como a rua em frente ao aro de basquete, dava caminho para a casa do Dib. O Tuco dá uma ideia!



· Eu vou lá chamar o Dib e você chama o Lu, falou?

· Falou então vai lá, que eu vou chamar o Lu.

O Tuco entra na rua a esquerda e começa a subir a rua em direção a casa do Dib. 

 

                                                  

                                                     Dib

 No caminho ele foi pensando.

· Tomara que não seja, o viciado do Primo dele a atender a porta, eu não suporto aquele cara, só de olhar para aquela cara de viciado, dá vontade de dar um monte de soco nele, não sei como o Dib aguenta. O cara rouba as coisas dele, e ele só dá um soco, de vez enquanto, ainda o primo dele faz um inferno na casa da avó dele, xinga ela, não deixa ninguém dormir, não trabalha, só dá prejuízo.

Tuco já se encontrava, na frente do portão da casa do Dib. E pensa.

· E agora, o que eu faço? - Já sei, vou jogar pedrinhas na janela, assim ele aparece na janela e eu não vejo o primo dele.

Tuco se abaixa e pega cinco pedrinhas no buraco que havia na calçada.

E joga a primeira - errei!!

Joga a Segunda – AHH!! acertei!!!

Dentro do quarto do Dib faz um barulho imenso. Que o faz acordar assustado.

Dib se levanta, olha pelo friso da janela, no momento que o Tuco lançava a terceira pedra. – Aha!! acertei de novo!!!

Dib toma um susto e raciocina.

· Ah é o Tuco, vou sacanear ele, vou ligar o rádio e fingir que não escutei, as pedradas na janela e vou me esconder embaixo do segundo colchão.

Dib volta para a cama e liga o Microsystems, que ficava ao lado a cama onde haviam dois colchões um de mola mais pesado e menor embaixo e um de espuma mais leve e mais comprido que o debaixo, deixando assim um vão entre o colchão de baixo e a parede, e é justamente onde ele se esconde, antes de se esconder ele liga o rádio na mesma música que o Tuco ouvia de manhã e arrasta a cama para deixar o espaço, que faz um barulho na sala.

Do lado de fora, Tuco percebe a música.

· Que música é essa? - É “Beastie boys”! É por isso que ele não está me escutando, vou ter que chamar, não vai ter jeito, droga. - Eu pensei que o primo dele já tinha roubado este rádio e trocado por pó faz tempo, ainda bem que não, mas se ele não tomar cuidado, vai virar pó mesmo.

E o Tuco dá um grito, chamando o amigo.

· Diiiiibbbbb!!!!!!!! Homem Árvore !!! há, ha ,acha

A porta da sala começa a se abrir e fechar, a abrir e fechar de novo, e fechar e abrir mais uma vez e fechar outra vez.

· Ué? o que será que está acontecendo, com a porta?

De repente, aparece a avó do Dib, na porta, falando e xingando ao mesmo tempo o primo dele o “Edu”.

· Sai! Solta a porta, seu merda, não é a polícia não, e nem nenhum traficante querendo te matar, é o Tuco amigo do Dib.

· Oi Tuco!

· Oi dona Amélia, o Dib está dormindo ainda?

· Está sim.

· Posso ir lá acorda-lo dona Amélia?

· Sim é lógico, só não repara a bagunça.

· Que isso dona Amélia.


Ao entrar na casa do Dib, Tuco se depara com o primo do Dib, que estava com os olhos vidrados e com a boca torta de tanta droga, que havia consumido.

E quando ele ficava doidão, ele tinha mania de trancar tudo, com medo de que alguém fosse pega-lo, principalmente os traficantes por causa do dinheiro que ele devia para eles, ou a polícia procurando para saber se ele teria roubado alguém, ele tinha muito medo de levar outro tiro então ele sempre ficava assim, lembrando da vez que ele levou um tiro de um traficante, que queria o dinheiro que ele devia para ele, mas ele levou esse tiro por ter sido tão arrogante. Que aconteceu assim: O traficante chegou apontando a arma para ele, querendo intima-lo, mas ele tomou a arma do traficante, deu vários tapas na cara do traficante e  jogou a arma no chão , saiu andando como se nada tivesse acontecendo, o traficante se levantou pegou a sua arma e descarregou o revolver na sua direção, para a sorte dele o traficante era vesgo ou ruim de mira, só acertou um tiro no ombro direito e a bala varou sem pegar nenhum órgão letal, mas fez um belo de um estrago deixou buraco feio no ombro dele, esse traficante era vesgo mesmo, ou não queria mata-lo, depois deste susto ele ficou com essa mania de se esconder e trancar tudo pela à sua frente, como uma vez que ele estava tão doido, que escutou um barulho no quintal, correu subiu as escadas, subiu no sótão e se escondeu dentro da caixa d’água, é um imbecíl mesmo, quebrou um monte de telhas e o estuque do teto e fez a maior sujeira.

E logo que o Tuco passou pela porta e entrou, o doidão correu e trancou a porta, com chave, trinco e uma cadeira, e ainda ficava perguntando.

· Eles estão aí fora? - Chiuuu!!! Com o dedo na boca pedindo silêncio.

· Oh, eu estou ouvindo acabaram de fazer um barulhão lá em cima, estão lá em cima do telhado e também estão aí fora e vão me pegar.

O doido subiu as escadas correndo e se trancou dentro do guarda-roupas.

· Que bicho doido dona Amélia! (exclama o Tuco)

· É você não viu nada, esta noite ele não deixou ninguém dormir, brigou com o seu amigo, brigaram de faca e pedrada, depois ficou a noite toda perambulando, foi um inferno! Você não imagina quanto.

· Como que a senhora aguenta isso?

· Ah não sei, eu não estou aguentando mais, já não tenho idade para isso, mas aprende uma coisa menino, água que passarinho não bebe não faz bem para a saúde.

Tuco não entende nada e comenta.

· Com a idade que a senhora tem, não devia estar passando por isso, e o filho da senhora o Pai do Dib? Ele não fala nada?

- Aquele não tem jeito, ele tem um vício também, agora mesmo deve de ter ido jogar no bicho, depois de tudo que aconteceu, ele anotou o dia e horas e disse: “Hoje vai dar Cobra na cabeça” e saiu e não voltou até a gora, o que não tem remédio, remediado está; vai lá chamar o Dib logo, antes que esse doido volte e eles acabam brigando de novo, eles quase se mataram esse noite, foi pau de dá com pau em doido.

Tuco faz que sim balançando a cabeça e começa a subir as escadas, ele repara que a escada eram igual a da sua casa feita de cacos de ladrilhos vermelho, ele segura no corrimão, que estava enferrujado e descascado na parte que ele segurou, sente um arrepio e troca a mão de lugar subindo alguns degraus parando na curva da escada e se apoiando na parede, onde a tinta estava se descascando se esfarelando e  fazendo cair arreia  da tinta e da parede no canto da escada. Tuco olha para o chão e empurra a sujeira com o pé, olha para cima em direção ao quarto e fica apreensivo, mas decide subir com cuidado, ele pisa em uma casca de tinta que estrala, um barulho no quarto do fundo, chama a atenção dele e ele pensa.

- Deve de ser o doido do primo. Ele continua subindo, fazendo barulho de cada passo que dava da areia grudada na sola do seu tênis. 

Depois de todo barulho que o primo do Dib fez, dessa vez ele tem certeza de que era o Tuco que estava subindo, Dib a escuta se aproximando e se esconde, no fim da cama, embaixo do primeiro colchão, e no meio do segundo colchão que era mais curto, no vão com a parede e reclama: - essa parede esta gelada.

Tuco abre a porta do quarto, olha para a cama de casal vazia que era onde o pai do Dib dormia sozinho, olha para o buraco no teto todo destruído como se alguém tivesse tentado andar pelo estuque e acabou caindo dentro do quarto, e pensa: - Deve de ser esse o buraco que a Dona Amélia mencionou onde o primo do Dib acabou caindo. Ele olha o resto do quarto, olha para a cama de solteiro do Dib encostada na parede, a prancha de surfe no canto, junto com o skate e não vê ninguém, só o rádio tocando outra música dos Beastie boys, e pensa.

- Ih, eu acho que ele já foiiiiiii!!!

Neste exato momento, Dib dá um baita susto nele, levantando o colchão e jogando em cima dele.

· Caramba meu, que susto, droga!!! Pensei que fosse o doido do seu primo.

· Há, ha, há, ha., há, te assustei trouxa.

· É, vai logo, já estamos atrasados para ir fazer o grafite, vai logo se troca!


Sentando na cama do pai do Dib, que ficava no meio do quarto e a cama do Dib ficava encostada na parede, que era toda grafitada, Tuco espera o amigo se trocar e observa o resto do quarto, tinha um grafite de um Super homem , dois personas, uma letra escrito Dib e uma cidade desenhada como fundo no grafite e haviam algumas pichações nas outras parede e alguns stencil do Gato Garfield, do Batman, Charles Chaplin, um stencil pequeno de uma bruxa voando na frente de uma lua com a frase, Skate Bike or die, Tuco olha para um stencil de uma mão esganando um gato e lembra que eles fizeram juntos aquele desenho, o Tuco desenhou o gato com os olhos de loucos e o Dib acrescentou uma mão esganando o gato, ele olha as outras paredes onde haviam outros grafites pequenos pelo quarto todo, desenho de uma moto de trilha, o rosto de uma mulher punk usando um moicano.

 

 

 

· Para de ficar viajando Tuco e me ajuda procurar o meu tênis, que eu não estou achando. Diz o Dib.

· Ele estava aqui ontem à noite, tirei-os e os deixei aqui, perto da cama, mas não está aqui e em lugar nenhum.

· Meu Primo!! Ele deve de ter pego depois da treta, deve ter entrado pelo buraco do teto enquanto eu estava dormindo e abriu a porta e saiu sem ninguém ver e depois foi vender ou trocar por um papelote de droga.

· É, ele está bem doidão deve de ter pego mesmo e vendido ou dado a preço de banana, por um ou no máximo dois papelotes.

· Filho da puta !!! vóóó, esse veado vendeu o meu tênis de novo, não quero nem saber eu quero outro. Cadê a mãe dele?

· Ela está na cozinha, vai falar com ela

Tuco dá uma ideia nada boa.

· Vamos encher ele de porrada, a gente o tira do guarda-roupas e enche ele de porrada, vamos, vai.

· Não adianta, mais que esse filho da puta, já apanhou, não adianta só matando. É isso! - Vou matar esse viciado do cacete.

Dib pega outro tênis velho, que com certeza este seu primo não pegaria para vender, por que era muito velho mesmo, todo rasgado e colado com silver tape, coloca a sua Boina virada ao contrário e desce do quarto em direção a cozinha gritando.

· Eu não aguento mais, eu vou matar esse filho da puta, a hora que eu voltar, se o meu tênis não estiver aqui, ou outro no lugar dele, vou pegar o revólver emprestado de um amigo, meu eu o mato.

· Só assim isso vai ter fim. - Tchau, estou saindo agora, não esquece do que eu disse.

A vó pergunta, não vai tomar café? - Não sai assim em jejum, faz mal e não é bom atrai coisas ruins.

- Saco vazio não para em pé. Acrescenta avó.

· Ah Vó me deixa, perdi até o apetite, vamos Tuco.

Saindo pelo portão ele escuta mais uma vez.

· Toma café menino!

Ele olha para traz para a avó e continua andando entrando a primeira rua a esquerda em direção a casa do Lu.

Tuco pergunta?

· Você vai matar mesmo o seu primo? - Por que se for matar ele, me chama que eu te ajudo, iria me dar muito prazer matar aquele viciado.

· Ah cala a boca! É só para dar um susto neles, para ver se eles se tocam. Você acha mesmo que eu iria matar o meu próprio primo?

· Pelo o que ele te faz, não duvido nada, que você tenha alguma reação e de uns tiros nele.

· Antes dele entrar nessa ele era como um irmão para mim, um irmão que não tive. E não é culpa dele de estar assim hoje em dia, ele é só mais uma consequência dessa violência, uma vítima dos traficantes. É que no começo eles dão de graça, depois que você vicia, ai meu irmão, sua vida já era, você se torna um perfeito laranja, por isso que eu falo: “nem sempre é bom ser esperto”, não julgo ninguém, por que eu não sei o meu dia de amanhã.· Posso cair nessa também, sem perceber, não sou melhor que ninguém.

- Lembra aquela treta que tive com o Magno? Que estava eu e o seu irmão?

- lembro mais ou menos. Diz o Tuco frisando os olhos para lembrar.

-Aquela que treta, por causa de pipa, nós começamos a se desentender no telhado, eu eu percebei a maldade no olhar dele, que tinha a intenção de me empurrar do telhado, então eu falei assim: Vamos descer vamos resolver lá embaixo onde o seu irmão estava me esperando. Quando nós descemos, eu fiquei esperando ele já com o punhos levantados, chamando ele para a briga, ele ficou me rodeando com medo, porque ele já havia me visto brigar e viu o pau que dei no cara, então no chão ele ficou com medo, porque a intenção dele era mesmo de me empurrar do telhado, era  chance que ele tinha, já no chão ficou cabreiro e ficou me rodeando tentando achar um jeito de me acertar primeiro, mas o seu irmão estava comigo também e ele sabia que o seu irmão não iria deixar eu brigar sozinho com ele, o seu irmão estava louco para a briga começar para dar uns chutes na cara dele também, mas aí o que aconteceu, nós estávamos no meio da rua, começou a juntar gente em volta de nós e no meio dessas pessoas havia um homem que pediu para parar com a briga e entrou no meio de nos dois, foi aí então que o Magno estranhou o homem e o empurrou, derrubando o homem, que se levantou sacando uma arma e o distintivo da polícia, ordenando que o Magno se deitasse no chão, o homem revistou o Magno e encontrou alguns papelotes de cocaína com ele, o policial deu vós de prisão, algemando-o e chamou um carro de policia para leva-lo para a delegacia.

- Ah sim , agora lembrei o Leco me contou. Recorda o Tuco.

- Então, aquele policial estava a dias investigando o Magno esperando a oportunidade certa para prende-lo, mas a briga antecipou a investigação e o policial encontrou aqueles papelotes de posse do Magno, foi a prova do crime suficiente para prender ele, o policial no dia se virou para mim e para o seu irmão e perguntou , se não queríamos ser testemunha, o Magno ouvindo aquilo , olhou para nós com um ódio no olhar, mas nunca fomos cagueta e dissemos que não queríamos ser testemunha e fomos saindo dali, porem, quando o Magno chegou na delegacia ele disse que aqueles papelotes eram para o consumo dele, apesar do flagrante, ele era reo primário, e assim ele ficou poucos dias preso e logo saiu dizendo que iria se vingar de mim, que tinha sido eu que armado para ele ser preso, que a culpa era minha e coisa e tal, então um dia ele estava lá na rua dele e viu o Amendoim da nossa rua junto como Ligeirinho e o Mosquito e gritou para eles: “Estava isso aqui, avisa o Dib que isso é para ele” ele estava de porte um revolver calibre 38 modelo Buldogue cromado de cano curto com cabo de borracha que brilhou na hora que mostrou para os meninos, os meninos correram e me contaram o que estava acontecendo, mas eu nem precisei fazer nada, porque quando ele mostrou a arma para os meninos e disse o meu nome, o que ele não sabia que dos caras que estavam com ele dois eram os meus primos, e um deles exatamente era esse meu primo que está passando por essa situação, e o que aconteceu foi o seguinte, os meu primos ouvindo, o Magno dizer o que ele falou, foram para cima dele e o apavoraram dizendo que ele não era louco de relar um dedo em mim, e foi por isso que eles tretaram e o meu primo nunca mais comprou droga dele, até a situação não favorecer, porque quando a porca entorta o rabo não tem jeito, estou parecendo a minha avó falando.

- Está aparecendo mesmo. O Tuco ri e continua.

- Então foi por isso que o Magno não atirou em você aquele dia que estávamos jogando basquete e ele estava pegando aquela mina drogada que morava no predinho, que só estava com ele por causa da droga , porque o bicho é feio que doí.

Os dois dão risadas e o Tuco continua.

- De dentro do quarto dela ele ficava mirando o revolver para você onde você ia, eu estava vendo ele com a mão apontada, mas estava escuro e não conseguia ver direito, até que ele chegou perto da da janela e o cano do revolver cromado brilhou e foi aí que eu dei um grito com ele, e el baixou a mão rapidamente e disfarçou.

- Eu lembro e depois paramos de jogar, porque queríamos pegar ele, mas ele fechou a janela e não saiu o dia inteiro de lá, ele e a mulher drogada ficaram se drogando a noite toda e não colocaram a cara para fora e foi aí que arrumei aquela confusão com o Batata por causa da bicicleta roubada  que estava com o Baianinho, quando jogamos a bola na janela, a bola bateu na quina da janela e foi parar na laje da casa do vizinho do Baianinho, onde estava escondido a  bicicleta que ele e o Batata haviam roubado de uma casa, eu subi na laje para pegar a bola e vi a bicicleta, nós pegamos a bicicleta novinha e destruímos ela pulando a rampa com ele, dando 360º wall rider, destruímos a bicicleta, então o Baianinho passou e viu a bicicleta, nós apavoramos ele, mas o problema não era ele, o problema era o Batata que falou que não iria ficar assim que iria me matar e coisa e tal e quem foi que resolveu mais essa treta para mim.

- Quem? Pergunta o Tuco.

- Foi o meu primo também, o  Batata sabia que ele era o meu primo e foi falar com ele e ele disse a mesma coisa , se ele encostasse um dedo em mim, ele iria se ver com ele, nessa época meu primo não estava tão zoado como hoje e estava mais forte e eles eram amigos de infância, assim ele comprou a briga que foi o suficiente para o Batata ser preso em um assalto e acabar morrendo na cadeia, tá vendo é por isso que não posso fazer nada contra ele, essa pessoa alucinada não é ele, é o efeito da droga, você não lembra dele antes, em 1983 ele tinha um grupo de Break, chamado Ligthing Bolt igual a marca de surf, eles eram surfistas que dançavam Break, eles chegaram a participar de concursos no Chacrinha e no programa viva a noite do Gugu, eu lembro até hoje no Chacrinha eles usaram aquela música que tinha a voz robótica e no Gugu em 1984 eles dançaram enquanto aquele grupo de rap chamado Black Juniors, cantava aquela música “Mas que linda Estás”, foi ele quem me ensinou alguns movimentos de Break na época, lembra?

- Eu lembro você era, bom, foi na época que você fez aquele desenho de um rádio cantando:

“Eu tenho um nome, meu nome é, eu disse é, Dib, Dib, Dib, Moo méé, habib dance, pichador noturno, pichador de túnel, eu sou o Dib o mais louco do mundo”.

- Depois pintar, ficou fazendo minhoquinha na calçada. Diz o tuco rindo

 Isso mesmo eu também rodava de costa e fazia minhoca, foi o meu primo que me ensinou, nessa época ele o meu primo era boa pinta, pegava várias minas, uma mais bonita que a outra e agora está parecendo um chassis de grilo.

Eles dão risada. 

Tuco, Lu, Leco, Dib, Juca, Ed jr.
             

Já chegando na rua da casa do Lu, eles avistam o Leco e o Juca, sentados na calçada da Dona Bete, encostados no muro, onde tem um grafite bem grande feito por eles, escrito: “Master” da outra esquina, eles avistam o ED jr chegando também, e chegam juntos.

Se cumprimentam, com um cumprimento inventado por eles, para se diferenciar com estilo.

O cumprimento era assim: cruzavam o dedinho por baixo como uma senha, e apontavam o indicador, um para o outro, dizendo: “Eu te protejo, você me protege”. 


 Depois de todos terem se cumprimentado.

O Ed jr, Dib, Tuco, perguntam juntos.

· Cadê o Lu? Ainda não acordou?

O Leco e o Juca, juntos também respondem, balançando a cabeça dizendo, que não.

- Ainda não, já chamamos três vezes e ninguém apareceu.

· Vamos chamar todo mundo junto, aí vamos ver se ele não acorda. (fala o Dib)

· Vamos lá, vai no três.

· Um ......Dois......Três.... LLLUUCCIAANNOOOO!!!!!!!

· Nossa agora até os defuntos, vão levantar. (diz o Tuco)

Todos riem.

· A mãe dele vai xingar (avisa o Ed. Jr)

Dito e feito, o vitro da sala se abre, e aparece o Lu todo despenteado, gritando com a mãe dele.

· Não enche, vai pentear cabelo, já estou atendendo.

A mãe dele aparece na entrada da sala.

· Moleque! Fala direito comigo, eu sou a sua mãe e exijo respeito.

E a mãe dele chama o pai dele.

· Pasquale, vem dar um jeito no seu filho, homem imprestável.

Lu olha para os seus amigos e fala.

· Vocês são fodas em caramba tem que gritar assim, sabe que a minha mãe enche o meu saco, droga!

Tuco retruca.

· Se você não fosse uma bela adormecida, nós não iríamos precisar gritar e vai logo veio rabugento! Hoje você não vai ficar jogando dominó com os seus amigos aposentados na praça. Zoa o Tuco fazendo referência que o Lu era um daqueles idosos aposentados que ficam nas praças, jogando Dominó.

Os meninos dão risadas.

- Imagina a cena do Lú usando, uma boina de veio e batendo com a bengala, resmungando porque o seu parceiro de jogo de dominó está demorando para jogar. Fala o Leco rindo e imaginando a cena.

- A Ham, ha, muito engraçado. Retruca o Lu.

- Vai logo meu, que já estamos atrasados! Grita o Dib.

· Tá bom, já vou e não vou demorar não. Responde o Lu.

Vinte minutos depois. O Dib reclama.

· Caramba meu, não aguento mais esperar, vou subir e apresa-lo. Dá licença, dona Neuza, posso ir lá chamar o Lu de novo.

· Claro... Se não apressar ele fica até amanhã no chuveiro, sobe por aqui, a porta do fundo do quarto dele está aberta.

· Obrigado. (Dib agradece)

Já na porta do quarto.

· Caramba meu, você ainda está no chuveiro?

· Estou saindo. Responde o Lu.

                             DIB

Lu sai do banheiro, dá uma pensadinha, olha para a cama onde estava a sua roupa, para se vestir, nos mínimos detalhes, a camisa esticadinha, a bermuda em baixo da camisa, as meias lado a lado e a cueca do outro lado.

· Que frescura, parece um veio rabugento mesmo, meu! Quando você ficar veio, ninguém vai te suportar ou te aguentar! Anda logo meu!!!

- Não enche, está parecendo o Tuco falando assim. Responde ele enquanto escolhia que roupa iria vestir.

Lu termina de se vestir, dá mais uma pensadinha, e diz.

- Falta o boné, vou pegar o boné do meu irmão.

Ele entra no quarto do irmão, nas pontas do pé e pega o boné, sai do mesmo jeito que entrou, mas seu irmão acorda.

· O que você quer aqui moleque?

· Me empresta o boné?

· Não você vai estragar o meu boné, que nem usei ainda.

· Não vou estragar não, prometo, Tchau.

· Dib vai lá pegando as tintas que eu já estou descendo.

O irmão dele se levanta xingando, e reclamando com a mãe.

· Mãe esse moleque pegou o meu boné, ele vai estragar, e se ele estragar a senhora vai me dar outro, droga esse moleque não me deixa em paz um minuto, pareço o pai dele, não sou o pai dele não, (como o Maurício era cinco anos mais velho, que o Lu. As ideias deles não batiam e eles não se davam muito bem.)

· Eu não aguento mais as brigas de vocês dois, estou de saco cheio, vocês não me deixam trabalhar direito, ficam me atormentando o dia inteiro, vocês dois nem parecem irmãos, pareciam mais dois rivais.

Enquanto isso o Lu e o Dib iam saindo de fininha, com as tintas e as latas de spray, pela escada. Mas a mãe dele percebe e grita.

· Moleque se você estragar o chapéu do seu irmão, você vai se ver comigo, praga de moleque que não me dá um minuto de sossego.

· Ah!!!!!!!!(Resmunga o Lu)

· Ah!! O que seu moleque. Me respeita que eu sou a sua mãe.

Lu sai para a rua meio desorientado. E o pessoal exclamam.

· Finalmente!!!!!!!!!

 

 

 

 

O ônibus 

 

· Vai, vamos logo! fala o Tuco mais uma vez.

Eles dividem as tralhas que irão levar. E cada uma pega um pouco das coisas.

· Estamos todos aqui, vamos nessa finalmente, lá. (fala o Tuco).

· Vamos pegar o Itaim, (106-A), que é mais fácil, para descermos por trás. (Descer por trás na época, era tomar condução e sair sem pagar). sugere o Ed jr.

E todos concordam.

· Vamos pegar o ônibus em frente o fliperama do Zé, é mais perto. (sugere o Leco, apontando a direção.

E novamente todos concordam.

O Juca Percebe o Dib, meio chateado e pergunta.

· O que você tem irmão? Está meio chateado, o que foi? conta aqui para o irmão.

· Ontem a Vaninha, falou que não queria mais nada comigo, que ela não gostava mais de mim. - Eu falei tudo bem, então está terminado. - Eu pensei comigo, tudo bem mesmo. Por que eu estava com três, ainda me sobraram duas, uma não vai me fazer falta. - Mas hoje não sei eu acho que gostava dela um pouquinho.

O Lu ouvindo a conversa, e ouvindo o amigo dizer que gostava um pouco dela, o olhou com um olhar meio estranho e como se quisesse dizer alguma coisa.

O Dib e o Juca estranharam o comportamento do amigo, mas não entenderam nada.

· Que horas foi isso ontem? (perguntou o Ed. jr)

· Por volta das 09:30 horas da noite. Por que? (respondeu e perguntou o Dib).

· Eu vi a Vaninha, ontem na casa do Lu as 10:00 horas. (Respondeu o Ed. jr)

O Lu entra na conversa.

· Dib eu tenho que te falar a verdade, afinal de contas nós somos amigos e eu nunca te trairia. - Ela chegou em mim ontem de manhã e se declarou para mim, dizendo que: “Gostava de mim e que queria ficar comigo, e que só ficou com você para se aproximar de mim”. - Foi aí que eu disse para ela, eu só fico com você quando você terminar do Dib.

A conversa é interrompida. por que eles estavam passando pelo aro de basquete, e como sempre, como um ato sagrado. Todos deixaram as tralhas no chão, e um por um, pulavam tentando alcançar ou se pendurar no aro de basquete. E como sempre, o Juca, Leco e o ED. jr, conseguem se pendurar, o Dib o Tuco e o Lu, se contentam em só relar as pontas dos dedos no aro. Depois de todos pularem, eles continuam o caminho, virando à direita subindo a rua da casa do Dib.

· Lu voltando o que estávamos conversando, eu gostei da sua atitude, você foi honesto comigo, se ela não gosta de mim e gosta de você é melhor assim, não é. Está doendo um pouco é natural, mas eu preciso dizer isso para você. (sentindo o coração apertar Dib fala para o Lu)

· Então quer saber de uma coisa, fica com ela, vai fundo namora com ela, eu não me importo mais, assim se torna mais fácil para mim.

· Ainda me sobraram duas a Katia e a Kelly, não são justos eu ficar com três e você sem nenhuma, além do mais sendo que ela gosta de você e não de mim.

E neste exato momento o Leco corta a conversa. E pergunta?

· Aquela na garupa da moto não é a Katia?

· É sim é ela e o namorado dela.

· Ela tem namorado? (pergunta o Leco)

· Tem sim, eu não tinha te contado, que eu era o outro, ela namora este cara há três anos, ele é bem playboy, tem carro, moto, ela só está interessada no dinheiro dele, e por isso ainda fica comigo. 


- O pior é que o vacilão deixa a mina ir embora sozinha tarde da noite, e tudo isso começou por causa disso. Em uma dessas vezes  eu estava acompanhando ela, eu entrei na rua que sempre entrava e nesse dia o cadarço do meu tênis desamarrou e eu parei para amarrar, foi nesse exato momento que um cara suspeito apareceu na esquina da avenida com a rua que eu estava e olhou para mim e depois olhou para ela e voltou a olhar para mim e subiu em direção do caminho que ela fazia, eu continuei indo na direção da minha casa , até que me deu um estalo,  e pensei “acho melhor eu subir correndo a rua paralela” , só por garantia, para  verificar se está tudo certo com ela, sem que ela me veja, porque caso não seja nada e ela não me chame de bitolado, foi aí que subi correndo e quando cheguei na esquina da rua de trás com a pracinha eu pensei que já havia passado por ela e olhei para baixo na avenida eu não a vi, quando eu me virei para procurar por ela já vi o cara arrastando ela pelo pescoço, tentando arrastar ela para dentro de uma construção, eu não pensei duas vezes, eu corri, atravessei a avenida com os carros em movimento, quase sendo atropelado e acertei uma voadora no cara, eu ainda não coloquei muita força porque fiquei com medo do cara bater a cabeça na parede e acabar matando ele, por isso ele conseguiu me revidar e me acertou um soco derrubando o meu óculos, eu ainda estava com o caderno na mão , soltei o caderno e enchi o cara de porrada, que foi tentando fugir de mim e eu enchendo ele de porrada, a Katia começou a chorar e deu grito, nesse momento eu parei de bater no cara , para ver porque ela estava gritando, pensei que tinha outro cara atacando ela  e foi nesse exato momento que o cara aproveitou esse vacilo e fugiu correndo, como eu estava preocupado com ela, não fui atrás do cara, ela veio na minha direção e me abraçou e pediu para eu acompanhar ela até uma parte do caminho, depois desse susto ela ficou preocupada, e só fui  até uma parte porque ela estava com medo de que o namorado dela nos visse juntos , e foi o que fiz, fui até um determinado ponto e voltei para casa, no dia seguinte na entrada da escola, o namorado dela apareceu com uma gangue de moto querendo saber como era o cara e  se eu não o ajudava a encontrar o cara, fizemos um rolê por ali mesmo naquela região e não encontramos  nada, ele me deixou na escola onde a Katia já estava e quando eu entrei na hora do intervalo, ela veio conversar comigo, me deu um beijão e me agradeceu muito e depois me deu outro beijo, ai a partir daí sempre que o namorado dela não consegui buscar ela , ela me pedia para acompanhar ela até um determinado ponto, porém a gente sempre desviava um pedaço do caminho, e íamos parar no fundo do meu quintal para namorarmos um pouquinho  e foi em uma dessas vezes que quase a engravidei, lembra dessa história Leco? Você ainda trampava comigo lá na Folha, você estava comigo quando fui falar com o meu pai, que talvez tinha engravidado uma menina e ele me falou assim: “Nunca come marmelada, quando come se lambuza”. Leco ri e diz”, então era ela.

- Sim eu lembro e lembro você dizendo assim também, ela é “A Coisa mais linda” tipo as nossas mães falando. (O Leco ri)

- Então e foi assim que me envolvi com ela e estou até hoje nessa situação.

· E você como que fica quando a vê saindo na garupa do namorado dela, depois de ficar naqueles amasso dentro da escola? (Pergunta o Juca)

· Eu não sei explicar, é uma sensação de ser usado e depois jogado fora, entende?

· Não, não entendo, se isso te faz mal, para com isso, está mina não vale a pena o seu sofrimento, ela só está tirando uma casquinha com você, esquece ela também, ela me lembra aquela japonesinha que você ficou com ela também, que estava gravida de outro cara e mesmo assim você ainda ficou com ela por seis meses, quando ela começou a namorar com você já estava gravida de outro cara a poucas semanas. (fala o Tuco)  

 

- Porém ela não sabia ainda que estava gravida. (defende o Dib).

- Para de ser trouxa, é lógico que ela sabia, ela até tentou te dizer que engravidou do irmão dela, dizendo que o irmão dela havia se masturbado  na privada e quando ela se sentou na privada,  ela engravidou, porque o esperma ainda estava quente e quando ele foi se limpar, esbarrou o papel higiênico no esperma e passou na xoxota dela empurrando para dentro, depois que o irmão dela, havia se trancado no banheiro e ela estava muito apertada, ela não viu que estava melado de esperma do irmão e como ele tinha acabado de se masturbar , o esperma ainda estava quente e ativo e a fecundou, que papo de aranha e você ainda cai nessa. (todo mundo ri, até o próprio Dib).

- Eu não acreditei nessa história não, só te contei a história absurda que ela me contou. (diz o Dib)

- É meu parceiro, você não tem sorte com mulher não. (diz o Tuco).

· Eu gosto um pouco da Katia também, mas você tem razão, tenho que tomar vergonha na cara, e dar um basta nisso, eu vou dar o ultimato nela, ou eu ou o outro, para quem já perdeu uma perde mais u........

Antes que ele terminasse a frase, tomou um empurrão.

O Dib parou e olhou para ver quem o tinha empurrado.

Era o Gentil, dono de uma oficina mecânica e maconheiro nas horas vagas. Que cismava que tinha sido o Dib, que tinha pichado o seu murro.

· Que foi meu? Ficou louco? (Pergunta o Dib)

· Não, não fiquei louco, eu quero te avisar, que eu vou mandar pintar o muro e se o muro aparecer pichado, eu vou atrás de você.

· Já te falei que não fui eu que pichei o seu muro, já não estou mais nessa, já fazem três anos, desde que o Necrop`s morreu.

· É se estiver mentindo o seu fim vai ser igual ao do seu amigo.

O Dib se irrita com o que aquele homem disse, e parte para cima dele dizendo.

- Como é que é seu cuzão, não tenho medo de homem nenhum não, se você é valente assim como você diz, caminha, vamos sair na mão agora só eu e você.

O homem chegou bem perto do Dib, quase encostando nariz com nariz, que dava até para um sentir a respiração um do outro.

O homem percebe que o Dib não se afastou e que não estava brincando e que estava pronto para partir para a briga mesmo. Se sentindo intimidado, ele começa a tirar uma coisa do bolso, da calça.

Era um canivete.

 

O Dib ri, e fica olhando-o armar o canivete, deixando o pronto para furar alguém.

Foi então que o Dib disse.

· Você acha que eu tenho medo disso. - Tenho mais medo disso no chão do que na sua mão.

· Você é homem mesmo?

Dib levanta a camisa, até a altura do peito e diz.

· Se você é homem mesmo, enfia essa merda aqui! Vai seu cuzão!

O homem se sentido humilhado e com um ódio ardendo.

Tenta acertar o Dib, que não se mexeu, foi aí que o Tuco o puxou tirando-o da mira da punhalada, que passou raspando da barriga do Dib.

Neste mesmo momento o Lu se agacha, pega umas pedras e começa a atacar no homem, fazendo com que ele corre-se, e se esconde-se dentro da oficina dele.

Não deixando barato, todos pegaram pedras e começaram a apedrejar a oficina do Gentil, causando muitos prejuízos, para ele, só que o Lu acertou um carro que passava na hora, que não tinha nada a ver com a história, e eles tiveram que sair correndo, sem esquecer nenhuma das coisas, que eles carregavam.

Para a sorte deles, bem naquele momento vinha passando, o ônibus, que eles iriam pegar. Dão sinal, para que o ônibus se para e entram rapidamente no ônibus, sem que ninguém, percebesse, onde eles entraram e conseguem escapar.

Já passado o tumulto e o susto eles se sentam nos últimos bancos e dão muitas risadas.

- Você viu a cara do cara quando ataquei a primeira pedra, e quando destruímos a oficina dele. (Diz o Lu)

· É bom. Para ele não mexer mais com a gente. (falou o Dib)

· Nós pegamos o ônibus certo? Eu nem olhei, fui entrando junto com vocês. (pergunta o Tuco)

· Eu olhei. (responde o Juca) - É o 106-A, Imirim - Itaim.

· É o 106-A mesmo. (afirma o Dib) - E para esquecermos o que aconteceu, que tal o Ed- jr tocar uma gaita para a gente. - Você trouxe a gaita ED?

· Trouxe sim.

· Então o que está esperando? Toca para a gente se distrair. (Fala o Leco)

O ED tira a gaita do bolso, dá um assopro nela, para limpa-la e começa a toca-la.

Todo mundo no ônibus, fica olhando o ED tirar algumas melodias da gaita. Os passageiros olham com admiração e sem repressão.

Um senhor, sentado no banco da frente do deles, do lado esquerdo do ônibus, incentiva dizendo.

· O rapaz é muito bom mesmo, continua! Vai! 

E o ED continuava tocando.

O Tuco começa a acompanhar, fazendo beat box, (imitar uma batida de bateria com a boca) e o Dib e o Leco, cantam a letra de rap, do 106-A e começa aquela bagunça, dentro do ônibus, eles se penduram nos corrimões do teto do ônibus, e ficam de ponta cabeça e cantando o rap. 

 

 

Onde a letra da música era assim. 

106-A

Sou um pobre usuário, agora vou falar.

Desta linha de ônibus, que é o 106-ª

Imirim, Itaim pra você pra mim,

lotação esgotada do início ao fim. 

 

Deficiência de ônibus sempre estão atrasados.

Esta droga de ônibus, vive o dia inteiro lotado

Ora cobrador vê se não me amola.

Esta droga de ônibus é o último a por ônibus

E a primeira a pôr gaiola. 

 

Ora motorista vê se não enche o saco.

Esta desgraça estremece toda quando passa no buraco.

 

Vamos competir pra ver quem desce mais

Se é pela porta da frente ou pela porta de trás

Pessoas competindo por um lugar.

Se não conseguir, só resta encouchar.

 

É difícil de sair e difícil de entrar.

Passa das seis horas entra em recesso.

Não para em nenhum ponto, como carro expresso

Eu quero tomar transporte não quero tomar bagulho

Inferno da Zona Norte, Centro, Nove de Julho.

 

O Dib termina a música, fazendo scratch, com a boca.


- Esta música, foi o Ed jr e o Barreto, que fizeram, para tocarem no Fecalp do ano passado. Eles ficaram na terceira posição do festival da canção do Leme do Prado. Lembram? (pergunta o Dib)

Todos se calam, no exato momento em que o ônibus passava em frente de um grafite feito por eles, na esquina da avenida: Alfredo Plujol com a avenida Cruzeiro do sul. Onde está escrito “Imirim” O bairro deles.

E como um gesto sagrado, todos ficam em transe olhando o grafite, era como se o ônibus estivesse em câmera lenta.

Eles não piscam, prestam atenção em cada detalhe, em cada cor, conseguem ver tudo isso com o ônibus a 40 km por hora, mas para eles era como se estivesse tudo em câmera lenta.

E só retornam a falar de novo, depois que o grafite some de vista.

E comentam entre si.

- Aquele detalhe da pintura da letra ficou muito boa. (se gaba o Dib)

- A letra que ficou muito boa, por que foi eu quem fiz (O Lu também se gabando)

- O personagem ficou mais ou menos, não é ED? Pelo menos nós tentamos.

(fala o Juca)

o Tuco brinca.

· É Leco, como sempre só sobrou o fundo para nós, mas ficou bom também.

· O Tinho comentou comigo, que está letra ficou muito boa, mas que nós tínhamos que melhorar no personagem (fala o Dib)

· O que, que o Tinho está falando? Nós começamos a grafitar, primeiro do que ele. Nós que tínhamos que dar palpite nos grafites dele. (resmunga o Tuco como sempre)

· Ele não falou por mau, ele só estava comentando comigo, numa boa, como eu também falei dos defeitos do grafite dele. (explica o Dib)

· Essa droga de ônibus, está indo muito devagar, já era para termos chegado lá, na Avenida Paulista. (reclama o Tuco)

· Por que você está com pressa Tuco? (pergunta o Juca)

· É por que a Zouida da Carla, não veio, e ele quer ir logo, acabar cedo e voltar para os braços da sua amada. (fala o Lu tirando um sarro com o Tuco)

- O Tuco namora em cima do skate, namora jogando basquete, andando de bicicleta, não desgruda um minuto e hoje ela não veio ele está sentido perdido, sem rumo, abandonado, apaixonado. Fala o Leco rindo. 

E todos juntos começam a chamar o Tuco de dominado.

· Dominado! dominado! dominado!

Tuco olha para o Dib e diz.

· O que você está dizendo, você também é.

· Eu não sou nada, agora eu só tenho a Kelly, Segunda feira, eu vou encostar a Katia na parede, e dizer para ela, ou eu ou ele. É lógico que ela vai preferir o japonês, ele tem carro, moto, e dá tudo do bom e do melhor para ela. Eu não tenho porra nenhuma, sou um pé de chinelo, e ela não quer ficar com um pé de chinelo. Que garota iria querer ficar com um pé de chinelo? Me diz, qual garota?

· É o que eu vou falar para ela na Segunda-feira, se ela ficar comigo, depois de eu falar isso para ela, é por que ela realmente gosta de mim. Não é verdade? 

 

LU, Ed jr, Tuco, Dib, Juca, Leco 

A briga com os motoristas

O Leco interrompe a conversa, para planejarem como iriam descer pela porta de trás do ônibus, para não pagarem a condução.

O ônibus já estava passando por dentro do túnel do Anhangabaú.

· Nós iremos descer no próximo ponto ou esperar um pouco mais próximo da Av. Paulista. (pergunta o Lu)

· Acho melhor descermos, aqui na Praça da Bandeira, por que lá para cima é muito difícil subir alguém, neste ônibus. (fala o Dib)

· É e a gente sobe o resto a pé pela rua Augusta. (complementou o Juca)

O ônibus para em um farol para pedestres, a uns 10 metros do ponto de ônibus e ninguém no ponto se manifestou, com a intenção de que iria tomar este ônibus.

· Acho melhor arrombarmos a porta do ônibus. (disse o Dib)

Mas antes que ele terminasse a frase. o Lu já estava em posição para arrombar a porta e grita.

· Me ajuda aqui! Que está difícil.

· O Dib e o Leco pulam, para ajuda-lo, e cada um no ferro de proteção do vidro e puxam.

A porta se abre.


Como o ônibus estava na faixa do meio da rua, um outro ônibus percebendo o que estava acontecendo, encosta o ônibus o mais próximo possível da porta para tentar impedir, que eles descessem, sem pagar a condução.

Mas mesmo assim o Dib pulou e conseguiu sair, o Lu e o Leco pularam atrás, e também conseguiram descer, mas como outro ônibus chegava cada vez mais perto o Leco teve de soltar a porta.

As portas se fecharam, deixando o Tuco, Ed Jr. e o Juca dentro do ônibus. O semáforo se abre e o ônibus anda, mas para no ponto, pois havia gente para descer naquele ponto.

· Alá o ônibus parou no ponto. (disse o Dib)

· Vamos correr arrombar a porta por fora e ajudar os caras a descerem também. (disse o Leco)

Eles correm em direção do ônibus e arrombam as portas, para que os três descessem, mas quando Juca acaba de descer, o motorista havia descido do ônibus e agarra o Dib por trás.

O Dib se debate e consegue se soltar do motorista, e começa a brigar com o motorista, mas o que eles não esperavam, era que aquele ônibus que tentou fechar a porta para eles não descerem, estava reservado, para levar alguns motoristas e cobradores até a garagem, e parou atrás do ônibus para ajudar o companheiro, desceram mais ou menos uns vintes cobradores e motoristas, e corriam em direção do Dib que brigava com o motorista do primeiro ônibus, onde o primeiro que desceu, correu e deu um soco no Dib, pegando- o desprevenido, mas mesmo assim o Dib revidou o soco e veio outro, e o chutou por trás fazendo com que o Dib se desequilibrasse um pouco , mas não o suficiente para derruba-lo e impedir que revidasse o soco novamente.( O Dib usava um anel de uma caveira no dedo bem grande, que ocupava o dedo inteiro) ele o quebrou-o na cara do cara de azul que o chutou, mas o negócio tinha ficado  escuro, escuro não, azul mesmo, tinha uniforme azul para tudo quanto era lado. E mais outro motorista empurrou o Dib fazendo com que dessa vez caísse completamente, mas ele se levantou rápido, para não ser massacrado, cambaleando um pouco, devido a rapidez que se levantou, e os motorista o empurravam de novo para que caísse.

O Leco percebendo o amigo em mais apuro do que ele, corre para ajuda-lo, dá um pulo e acerta um belo de uma pesada, em um dos caras que empurrava o Dib, fazendo com que ele caísse por cima dos outros motoristas, e chamando a atenção para ele, dando tempo para que o Dib se levantar e recuperar, para fugir e gritar para o amigo.

· Sai fora, corre que o negócio tá ficando feio para o nosso lado, estamos em desvantagem.

De repente, eles escutam o Lu gritar.

· Dib, Leco, me ajudem!


Um dos motoristas estava segurando o Lu, mas quando o motorista vê o Dib e o Leco indo em direção dele, ele afrouxa um pouco, deixando assim com que o Lu escapasse, mas na hora do Lu se abaixar para escapar, ele bate a aba do boné no braço do motorista e deixa cair o boné do irmão, e como nessa mesma hora estavam chegando mais motoristas, eles tiveram que fugir deixando o boné para trás.

Como o Tuco, ED e o Juca, desceram e correram para o viaduto, não viram o que estava acontecendo, e deixaram o Dib, Leco e o Lu, sozinhos, para brigarem com vinte e poucos homens, eles tiveram que fugir mesmo, sem pensar duas vezes.

Correram de encontro aos outros três. Quando se uniram, pararam e ficaram esperando para ver se os motoristas haviam vindo atrás deles, olharam, mas adiante e viram o ônibus indo embora e no reservado os motoristas e cobradores entrando no ônibus, e indo embora também e levando o boné do irmão do Lu.

O Leco olha para o Tuco, e fala.

· Pó meu, por que vocês não nos ajudaram?

· Nós não vimos, só fomos perceber, quando chegamos aqui e olhamos para trás e vimos vocês tentando escapar, já era tarde. Tinha uniforme azul para todo quando é lado e não parava de chegar mais, pareciam que estavam todos os motoristas e cobradores de São Paulo, naquele ônibus reservado. (falou o Juca)

· É deixa pra lá. (raciocina o Leco)

· Perdi o boné do meu irmão, ele vai me matar, não quero nem ver a hora que ele descobrir, que perdi o boné dele. (lamenta o Lu)

· Depois você compra outro para ele, naquela banca na avenida Rio Branco, Lu. (sugere o Juca)

· É deixa pra lá. (lamenta o Lu)

Do viaduto das Bandeirs eles avistam o grafite deles no muro do outro lado da avenida.

- Esse grafite ficou show, os raios do fundo preto formando uma tempestade, a letra Escrito “Master” saindo de dentro da tempsetade, o desenho Do Mago parecendo que estava saindo da parede, até o Tag de vermelho ficou bom, tudo ficou legal, esse grafite ficou perfeito. Fala o Ed jr.

- É tenho que concordar com você, esse realmente ficou bom. Fala o Leco

- Esse dia foi engraçado aconteceu um monte de coisas, mas a hora mais engraçada, foi quando estávamos pintando, e estava acontecendo uma passeata Gay, maratona Gay, passou mais de dois mil travestis fantasiados, gays lésbicas e simpatizantes e praticamente quase todos eles mexeram com o Lu e com o Tuco que estavam na ponta da calçada assistindo o que estava acontecendo. O Juca para um pouco para respirar e tentar para de rir.

O Leco continua relembrando o dia.

- A minha sorte e a do Dib e que estávamos na escada no alto, o Ed estava em cima do muro e o Juca estava na outra ponta longe pintando o fundo, um por um dos travestis que iam passando, beijando, abraçando e mexendo com o Tuco e com o Lu dizendo: “ que fofo, que lindinho” passavam a mão neles, o tuco tentava se desviar de um , mas vinha outro e aliciava ele, no fim depois que toda a maratona acabou de passar, o Lu e o Tuco estavam todos brilhantes de maquiagem, marca de batom,  purpurina e lantejoulas, plumas e paites,  com uma cara de ué.

Os outros quatros dão risadas e o Tuco e o Lu ficam com cara de bravos .


Eles começam a caminhar em direção da rua augusta, depois de caminharem algumas quadras, eles passam por um grafite deles onde Havia o Tio Patinhas desenhado na frente da letra escrito “Master” com um fundo formando um muro animado.

Eles param em frente ao desenho novamente e o Juca diz.

- Esse dia foi muito engraçado, o Dib pintou toda as costas do Lu.

Eles dão risada e o Leco acrescenta.

Enquanto nós estávamos fazendo o grafite do muro da rua, a dona da loja de roupa ao lado do muro, perguntou quanto cobrávamos para desenhar um papai noel dentro da loja dela, o Tuco esfomeado que é, falou para ela, a senhora paga umas pizzas e fica tudo certo.

-Eu estava com fome. Diz o Tuco.

- Mas a melhor parte foi quando o Dib estava pintando com uma lata florescente e a lata entupiu, o Dib chacoalhou tanto a lata para a tinta sair que a válvula estourou, o Dib para não estragar as roupas novas da loja, o Dib tentou sair correndo para fora da loja com a lata saindo tinta, mas o Lu ficou na frente e o Dib mirou o spray na costa dele foi empurrando-o até conseguir sair da loja.

Ele dão risadas.

- Tinha acabado de comprar aquela camisa na loja da senhora, a camisa branca ficou laranja florescente. Resmunga o Lu rindo.

Eles dão mais risadas.

- E a cara da dona da loja quando viu o spray explodindo, foi a melhor, a tinta bateu no teto e formou um nuvem tipo de explosão, a dona adorou o desenho que formou, se quiséssemos fazer de propósito não ficaria tão legal, terminas os dois desenhos da loja e do muro e ainda ganhamos quatro pizzas e dois refrigerantes e demos muitas risadas, foi muito engraçado esse dia.  Diz o Ed ainda rindo da história. 

Eles continuam andando e o Tuco já reclama.

· Estou com sede e com fome, já são quase 11 horas.

- Só pensa em comida meu, você comeu quase 200 gramas de mortadela e comeu três pãezinhos e já está com fome, você deve de ter uma solitária dentro de você. Diz o Leco.

- Solitária não, ele tem uma acompanhada e bem acompanhada. Fala o Lu rindo. 

· Acho que  próxima esquina tem uma padaria, nós vamos lá e compramos doze pãezinhos e quatrocentas gramas de mortadela, mais uma coca de dois litros,  tá bom Tuco? Pergunta o Dib.

O Tuco faz que sim com a cabeça e dá de ombros

Eles compram os quitutes, andam até uma esquina onde havia uma escada, se sentam, e ali mesmo sem nenhuma cerimônia, cortam os pães com as mãos mesmo, colocam as fatias de mortadela dentro do pão, e mandam ver, com alguns goles de refrigerante.

Feito o lanche, eles continuam seus objetivos. 

 

 

 

O grafite  

· Falta só um quarteirão, e já é a avenida Paulista. (Fala o Ed jr.)

Chegando na avenida Paulista, eles passam por cima do complexo do túnel, observando o que acontecia dentro e procurando um espaço legal para eles fazerem o grafite deles. Eles entram no túnel pela avenida Doutor Arnaldo, dando a volta toda por que eles viram do outro lado um grafiteiro fazendo um grafite enorme na entrada do túnel, mas não era do estilo deles, era um pouco mais puxado para artes plásticas, os desenhos estilizados, era um super homem barrigudo correndo de uma mulher, um cachorro olhando, com uns marcianos, misturados.

Já dentro do túnel, no momento que eles passavam pelo grafiteiro, que fazia aquele grafite, e eles escutam.

· Isto que é grafite galera. (Era o Ruí Amaral, um artista plástico e grafiteiro também)

Eles passam pelo artista e o cumprimentam.

Tuco resmunga.

· Grafite! para mim isto não é, desenho estranho, todo torto.

· Tuco cada um tem o seu estilo próprio, cada artista faz o que bem entender, o que quiser, convêm outros artistas olharem e respeitarem o trabalho de outros artistas. (explica o Dib)

No exato momento que eles passavam por outro artista plástico que jogava tinta chapiscando na parede e uma mulher com u pincel dava a forma, nas tintas jogadas, pareciam um monte de cabeça colada umas nas outras.

Olharam o túnel num todo e observaram que tinha, grafiteiro dos dois lados do túnel.

· Será que sobrou espaço para nós. (pergunta o Leco)

· Vamos andando talvez do outro lado tenha espaço par a gente. (responde o Lu)

Chegando na saída do túnel para a avenida Paulista, havia bastante espaço ainda.

· Aqui está bom! (exclama o Juca)

· É. Aqui está legal, nós iremos fazer aqui, e deixamos este outro espaço, para o Speto.

· Você ligou para o Speto, Lu?

· Liguei sim, e ele falou que viria e iria chamar os Gêmeos, Binho e o Tinho.

No exato momento, que eles vinham chegando. E vieram com eles o Zelão e o Vitché também.

· Tem espaço? Para todo mundo aí? (pergunta Os Gêmeos)

· Tem de sobra. (responde o Ed jr)

· Legal então vamos começar a nossa arte. (exclama o Binho).

Eles dividem os espaços na parede, planejando fazer um fundo só, e cada qual começam a fazer a sua arte.

Os Master, desenham um personagem e uma letra escrito São Paulo e Art. de Rua, com um outro personagem no final, que era um policial, de arma em punho, com a seguinte frase. “Violência gera violência”.

Do outro lado do túnel os Gêmeos desenham três personagens, e uma letra escrito Gêmeos.

O Speto desenha uma mulher.

O Binho desenhou um cavaleiro montado em um dragão.

O Tinho faz um jogador de futebol americano e escrito Tinho.

O Zelão fez um monte de personagens, em volta da sua letra, escrito Zelão.

O Vitché faz uma letra bem grande estilizada, escrito Victhié.

Do mesmo lado do túnel que os Master, estavam Os Mix Paint, que era continuação dos Master, que era formado por amigos que andavam juntos, como o Einstein, Mulambo, Adnã, Alé e Estevam, eles faziam um grafite imenso, do lado do artista plástico Celso Ghitay e do Juneca que desenhava um padeiro com um bolo de aniversário na mão com as velas da idade do aniversário de São Paulo.

Enquanto eles faziam os grafites, se descontraiam, um pouco dançando break. O Dib e um dos Gêmeos, começam a dançar ali mesmo na calçada do Túnel. Um dos Gêmeos dá um moinho, naquele chão desacreditava, e o Dib faz alguns passos para completar, o Speto registrava tudo, tirando fotos.

Todos faziam seus grafites e conversavam de diversas coisas. O Zelão mostrava as suas tatuagens, onde uma das tatuagens era um grafite.

Havia também uma amostra de carros antigos que ficava passando por dentro do Túnel da Avenida Paulista, completando a festa.

Havia muita reportagem, TV, rádio, jornal, no local mostrando o evento, eles entrevistavam o pessoal fazendo grafite, perguntava para as pessoas o que eles achavam daquela arte urbana, frases como: “– Você acha que o grafite embeleza a cidade? “.

As pessoas diziam que era bonito e bom, alguns faziam comentários como:

“· É melhor do que a parede sem cor ou toda pichada e colada cartaz”. “-O grafite dá uma vida para a parede, um colorido, as cores nos dão uma alegria, isso é arte pura com tendência de ser um novo estilo de arte contemporânea, como a Arte Moderna e outras que conhecemos, esses jovens podem algum dia serem reconhecidos como grandes artistas, de um novo estilo e nova técnica”. (comenta um cidadão muito simpático e inteligente). 

 

 

A repreensão do policial

Alguns grafiteiros terminavam seus grafites e começavam ir embora.

Estava começando a ficar tarde e o grafite dos Master e dos Gêmeos não estava pronto ainda, mas eles não queriam parar e largar pela metade, então continuavam. O Speto e o Vitché ficam com eles só tirando fotos e esperando o Gêmeos para irem embora juntos.

O Túnel que estava fechado foi liberado e o trafego começou a fluir dentro do túnel.

Foi quando, parou um carro de polícia, com uma freada brusca que fez os pneus cantarem, os meninos se assustam com a freada, aquele carro de polícia estava passando por ali fazendo ronda por acaso naquela região e não sabia do evento.

- Todos com as mãos na parede, abrem as pernas. Grita o Tenente ou Coronel da polícia todo autoritário e preocupado, apontando arma.

E dá geral em um por um, já perguntando com um tom de voz agressivo nada amigável.

· Quem autorizou os senhores a fazerem isto aqui? (pergunta o Tenente da Policia). O policial estava todo desconfiado e nervoso, apontando a arma para todo mundo, um revólver calibre 38, cano longo e ventilado cromado, gritando para que as pessoas que estavam ali, assistindo aquela cena, fossem embora, apontando a arma.

Para a sorte deles o secretário da Regional da Sé, ainda estava por ali. E quando viu aquela cena, veio correndo se explicando para o policial. Que apontou a arma para o secretário e pedindo para que ele se afastasse.

· Eles estão autorizados pela Regional da Sé. Eu tenho a autorização aqui comigo.

O secretário mostra a autorização para o policial, que se afastam um pouco para conversarem.

Mas não dispensa ninguém, ficam todos ali parados com as mãos e o rosto virado para a parede.

O Dib cochicha e canta baixinho um trechinho da letra de rap do grupo Código 13, para um dos Gêmeos.

· Policial é marginal esta é a lei do cão

· A polícia mata o povo e não vai para a prisão

· “Policiais reis da zona sul, vestido bonitinho com seus trajes azul”.

O Dib para de cantar porque o tenente já vinha voltando. porém o policial escuta e dá um safanão no Dib. que coça a cabeça onde o policial bateu com a coronha da arma 

O secretário continuava se explicando para o tenente, capital, estressado que se sentia dono da porra toda.

Em pé: Dib (Master), Binho, Gustavo (Os Gemeos), Speto, Vitchié, Otavio (Os Geméos), Tinho. Agachados: Lu (Master), B-Boy, Rooney Yo Yo, B-Boy. 

· Isto é um projeto, que se chama “Grafite Arte Legal” onde tentamos transformar alguns pichadores em grafiteiros e tem o apoio da prefeita Erundina, o grafite é uma arte muito descriminada ainda como o senhor pode ver, que até queria prender os meninos, mas um dia será uma grande arte reconhecida.

O Tenente dado por satisfeito os libera e os avisa.

- Muito bem, já está escurecendo, deixa isto para outro dia, aqui a noite e muito perigoso, eu não quero passar aqui de novo e ver vocês aqui, por isso vão embora e terminam isto outro dia, durante a luz do dia, não quero mais ver essas caras feias de vocês por aqui rabiscando as paredes.

Todos concordam balançando as cabeças. O Dib ainda coçava o local da pancada.

O policial olha para ele sério, entra no carro e vai embora; eles juntam as suas coisas e saem dali rapidamente.

Já na avenida Paulista, Os Master, combinam outro grafite com Os Gêmeos e o Speto e se despedem dali mesmo, pois já estavam na esquina da rua Augusta com avenida Paulista, os Gêmeos iriam continuar em frente, porque eles iam em direção ao Cambuci, Aclimação e Os Master, iriam descer a Rua Augusta até a Praça Roosevelt, onde iriam tomar o ônibus Imirim -Shopping.

O relógio marcava seis e meia. 

 

 

O encontro com o movimento Hip Hop

· Estou com fome. (resmunga o Tuco).

· Você só pensa em comer, parece um morto de fome. (exclama o Leco).

· É, mas eu também estou com fome, vamos ver o quanto nós temos de dinheiro para ver o que dá para comprar e para comer. (fala o Ed jr).

Contado o dinheiro.

· Nós temos CR$6.00 cruzados. (contou o Juca).

· Dá para comprar duas pizzas de Mussa rela na padaria. (comenta o Lu).

· Então o que estamos esperando, vamos logo comprar está pizza. (apressa o Tuco).

Eles compram as pizzas, andam até o ponto de ônibus que ficava na praça Roosevelt e se sentam na calçada, onde ali mesmo, devoram as pizzas, um de olho no pedaço do outro, para ver quem come mais rápido, para comer o que sobrou, mas o Dib divide os pedaços iguais, eles comem e lambem os dedos, pois duas pizzas, era pouco para eles.

Eles cheiravam o cheiro pizza que ficou na mão, de repente eles percebem uma música.

- É Rap! (afirma o Juca)

· É mesmo! (confirma o Leco)

Eles se levantam e procuram de onde estava vindo aquela música, até que o Dib encontra.

· Achei vem ver, é um pessoal cantando Rap e outros dançando break.

E todos corem para ver, ficam tão encantados com o pessoal cantando e dançando, que não percebem um sujeito que se aproximava deles, e pergunta para eles.

· O que vocês querem aqui?

· Nada só estamos olhando, porque não pode? Olhar o pessoal dançar, que eu saiba estamos em um lugar público aqui embaixo da praça Roosevelt e ainda faz parte da praça.

O sujeito não gosta muito da entonação de voz do Dib, mas não revida a resposta e pergunta.

· Vocês gostam de rap e break?

· É gostamos, nós somos grafiteiros e gostamos do movimento Hip-Hop também.

· Vocês são grafiteiros? espera um pouco aqui.

O sujeito desce a escada em direção ao pessoal que estava dançando e cantando, conversa com outro sujeito e aponta para eles.

· IH! IH! acho que arrumamos treta. (indaga o Juca).

· Eles estão vindo para cá, o que vamos fazer? (pergunta o ED)

· Nada vamos esperar e ver o que acontece, afinal somos homem também. (fala o Dib).

O sujeito volta com mais dois e um deles cumprimenta.

· E aí, certo? - Vocês são grafiteiros?

· Sim somos.

· Qual o nome da Crew de vocês?

· Nós somos da equipe Master de grafite. (responde o Lu)

· Vocês que são Os Master? Que fizeram aquele mestre na Praça da Bandeira.

· É fomos nós. (fala o Lu)

· O sujeito se apresenta.

· Eu me chamo Rooney, o pessoal me chama de Rooney Yo Yo eu sou grafiteiro também, vocês já viram a capa do disco do Thaide e DJ UM, fui eu que fiz.

· Eu vi, está escrito em pé Thaide e Dj UM, em baixo com um desenho do lado e o DJ um, está pulando na frente do grafite e o Thaide está com uma cara de mau na capa.

· É esse mesmo, eu também fiz na galeria da 24 de maio e da Barão de Itapetininga, nas lojas de B-Boy.

· Chegam mais eu vou apresentar vocês para o pessoal aqui, eles são do grupo Sindicato Negro.

· Rooney YO YO desce na frente, (ele usava uma jaqueta grafitada na costa) e chama um outro cara.

 


 

· Ei MT. Bronx! chega ai, vem cá!

O MT Bronx vem de encontro deles.

O Dib olha para ele e pensa. - Aonde que foi que eu já vi esse cara?

E lembra. - Foi na banca da avenida Rio Branco, ele estava comprando um boné também e ele trampa com aquelas bicicletas que tem um baú na frente, é ele mesmo.

· E aí vocês fazem parte do movimento HIP-HOP também? (com uma voz grossa pergunta o MT BRONX)

· É estamos querendo fazer parte do movimento. (responde o Lu).

O MT Bronx vai de encontro ao pessoal que estavam dançando e cantando e pede para que parassem um pouco, todos obedecem, pede a atenção de todos e chama Os Master.

· Vem cá!

- Aí galera este pessoal aqui são Os Master, eles são das ruas também, e querem fazer parte do movimento HIP-HOP, eles fazem grafite pelas ruas da cidade, com o propósito e objetivo do movimento. Eu quero uma salva de palmas para eles.

Todos batem palmas, assobiam e gritam. “VIVA O MOVIMENTO HIP-HOP” E todos vem cumprimentar eles, um por um.

· Puxa vida lá de cima não parecia que tinha tanta gente assim, ainda bem que não arrumamos treta. (pensa o Ed jr).

Depois de todos serem cumprimentados, o MT Bronx os chama de canto para conversarem.

· Eu queria fazer um grafite nesta parede aqui. Ele aponta para uma parede curvada, onde havia um banco de concreto, que acompanhava a arquitetura da praça, onde várias pessoas estavam sentadas, ele pede licença e todos se levantam. Eu queria fazer um grafite aqui e com o nome do nosso grupo. Queria escrever “SINDICATO NEGRO”, dá para fazer?

Eles olham. - Dá sim (responde o Lu)

· É só arrumar umas tintas e algumas latas de spray, que nós fazemos com muito orgulho. (fala o Lu)

· Certo valeu. (agradece ao MT Bronx, e vai cantar um Rap)

O Rooney vem conversar com eles.

· E o Thaide e o DJ um, eles não aparecem aqui também? (pergunta o Dib)

· De vez em quando aparece.

· E Os Racionais, eles vêm aqui também?

· Eles vinham, faz tempo que eles não aparecem por aqui, quem vinha mais era o kl DJ, eu acho que eles devem de estar fazendo muito shows por aí a fora, ou alguma coisa assim.

O ED jr olha para onde o MT Bronx estava cantando, tinha um pessoal curtindo, havia uma moreninha linda no meio, que chamou a atenção dele. E pergunta.

· Quem é aquela moreninha dançando.

· Eu acho que é a filha do dono da Zimbabwe.

· Ah só. (responde o Dib e pergunta). - Essa galera é a mesma que frequentava a estação São bento?

Dib, Lu.

- Sim é sim, proibiram da gente se reunir lá na estação são Bento, aqueles guardas do Metrô, não deixava mais a gente se reunir lá para dançar e ficava toda hora nos expulsando, então a gente resolveu vir para cá.

Tuco não se aguentando mais de ansiedade, para ver o seu amor. (Chama o pessoal para irem embora.)

 


 

· Vamos embora!

· É vamos sim. (responde o Dib)

Só que eles não poderiam saírem dali assim, sem cumprimentar ninguém. E cumprimentam um por uma das pessoas que estavam ali. Eles tinham um cumprimento especial, que era assim. Você dá a mão, puxa para trás raspando a palma da mão até chegar nos dedos, que curvados para frente em forma de gancho, se encaixam, daí você aperta com força.

Cumprimentam todos ali e seguem os seus caminhos, em direção ao ponto de ônibus.

 

O retorno para casa

Já no ponto de ônibus, esperando o destino para o Imirim.

· Legal! (exclama o Lu). Semana que vem, nós iremos voltar, falou?

· É isso aí nós voltaremos. (concorda o Juca)

O ônibus vinha virando a esquina.

· É o nosso ônibus. (avisa o Leco).

Todos dão sinal e o ônibus para eles sobem.

· É o Boy, o cobrador, e aí Boy? (Dib grita dentro do ônibus, para o cobrador que o reconhece e o cumprimenta também).

· E aí veadinho veio (diz o cobrador para o Dib)

Todos riem.

· Esse cobrador é muito engraçado. (comenta o Dib sinalizando para o cobrador).

· Então deixa a gente no ponto do colégio, lá no Peruche, no Garcia, lembra?

O cobrador faz sinal de positivo.

· Eu não vejo a hora de chegar em casa, a tempo de ver o jornal Nacional, para ver a gente na televisão, e amanhã bem cedinho eu vou comprar os jornais que nos entrevistaram, para ver como ficou a nossa reportagem. (comenta o Lu)

· Duvido que você acorde cedo amanhã, esqueceu que tem aquela festa, hoje à noite na Casa Verde. (lembra o Juca da festa)

· É mesmo eu também tinha me esquecido? (fala o ED).

· E vocês não esqueceram que amanhã à tarde nós iremos fazer o grafite do Fly, para pagar a tatuagem que ele vai fazer para agente, esqueceram? Enquanto um trabalha no grafite outra já vai fazendo a sua tatuagem, para não perder tempo. (comenta o Dib)

· Deixa-me ver o desenho Lu. (pede o Leco)

· Está aqui no meio da pasta deixa eu acha-lo, aqui está, é uma latinha de spray animada, com um “M” de Master no centro, Gostaram?

· Gostamos! (todos respondem). 

 

 

O DESENHO  

Todos ficaram admirando o desenho.

· É legal, onde que nós vamos fazer. (pergunta o Juca)

· Que tal no ombro. (sugere o Tuco)

· Não. (respondem todos em coro)

· Que tal aqui no pulso esquerdo, se quiser mostrar tira o relógio e as pulseirinhas, se quiser esconder coloca o relógio em cima, assim fica em um local estratégico, o que vocês acham? (pergunta o Lú)

· Legal, boa ideia. (concorda o Dib)

E todos concordam.

· Está chegando o nosso ponto. (avisa o Leco)

· Já! (exclama o Tuco)

· É porque é sábado, e esta hora não tem trânsito por aqui. (explica o Dib que avisa o cobrador que será o próximo).

· Ei, Boy é o próximo.

O cobrador apanha uma moeda na gaveta e bate no ferro a sua frente, dando um aviso muito usado como comunicação entre os motorista e cobradores de ônibus, para deixar alguns passageiros descerem sem pagar a condução. (assim eles descem sem pagar pelas passagens).

O ônibus para no ponto em frente ao Colégio e abre a porta traseira. Descendo assim um por um, agradecendo ao cobrador e ao motorista.

Todos juntos fazem um sinal de positivo para o cobrador, que responde aos sinais, com um sinal de positivo também.

· Não falei que esse cobrador era legal. (fala o Dib).

Chegando na rua dos Master.

- Vamos fazer um grafite rápido na entrada da Viela com os restos de sprays. Sugere o Lu.

Sem pensar duas vezes, todos concordam e começam a pintar o muro, o muro era chapiscado, muito áspero e estava todo cheio de musgo, eles escrevem a palavra “rua” e um personagem apontando para dentro do beco, enquanto eles pintavam as pessoas iam passando e só ficavam olhando, ate´que as duas senhoras Beatas que sempre flagrava eles entra na viela e uma delas diz.

- Nossa que cheiro forte de tinta.

- Não sei o que é pior o cheiro dessa tinta ou cheiro de urina da viela. Acrescenta a outra senhora.

- São esses vagabundos de sempre, que não tem o que fazer, fica rasbicando as paredes dos outros, não sabe quanto custa para pintar uma casa e fica destruido a parede da casa dos outros. Reclama a senhora que estava com um lenço vermelho amarrado na cabeça e segurava uma sombrinha.

- Vai rezar! Grita o Leco.

Eles dão risada e a senhora tenta acerta-lo com a sombrinha, o Leco se desvia e corre para longe dela.

- Volta aqui seu vagabundo, para você ver se não te dou umas pancadas, seu mal educado. Diz a senhora empunhando a sombrinha.

Eles terminam o desenho juntam as coisas e vão até à casa do Lu, todos se cumprimentam e cada um vai para a sua casa.

O ED jr, vai para a esquerda da rua, e o Dib, Juca, Tuco e o Leco, continuam no caminho oposto do ED.

O Lu entra bem quietinho na sua casa, para que sua mãe não perceba que ele voltou sem o boné do irmão, entra pela cozinha passa pela sala, sobe as escadas que dá acesso aos quartos e corre para o banheiro e suspira.

· Ufa !! ninguém me viu, por hoje eu consegui esconder, vou tomar um banho rápido me trocar e esperar os caras na rua, para irmos na festa.

O Ed jr entra na sua casa, não fala com ninguém, passa direto para o quarto, liga a televisão e fica esperando passar o Jornal Nacional, para ver se eles iriam passar na televisão, no noticiário.

Nessa altura o Dib também havia chegado na casa.

Todos o olham entrar pela porta da sala assustados, pensando que ele estava realmente armado e que iria cometer uma loucura, matando o seu primo.

Seu Pai é o primeiro a vir ao seu encontro.

· Meu filho não estrague a sua vida não vale a pena se sujar por este bosta.

· Do que você está falando pai?

· Você não foi buscar uma arma com o seu amigo, para se vingar do seu primo, por ele ter roubado o seu tênis?

· Não, peguei, não.

A sua avó vem ao seu encontro e também o abraça e o beija e fala.

· Você é um menino bom, eu sabia que não iria fazer nenhuma bobagem. Você não pegou o revólver emprestado, Pegou?

· Não eu nem vi o MCL hoje, eu falei aquilo só para assustar.

· E assustou mesmo, ele foi dormir na casa da irmã hoje, com medo que você, fosse mata-lo. (explica a sua Tia mãe do seu primo)

· Como que ela o deixa dormir lá depois de tudo que ele fez para ela, roubando todas coisas dela também? (pergunta o Dib)

· Ela é irmã, sabe como é né, sangue do mesmo sangue e a irmã o ama muito e sempre o perdoa.

· Eu também o perdoo Tia, eu sei que a culpa não é dele é da maldita droga,

Ele é uma boa pessoa e nunca iria fazer uma coisa dessas, eu só o ameacei e, para ver se ele para com isso, dando um susto nele. Vou tomar banho, que eu vou sair depois a gente conversa mais.

A tia balança a cabeça e vai para a cozinha e ele sobe para o quarto.

O Juca chega na sua casa, com muita fome e vai direto para a cozinha, onde estavam a sua irmã e a sua mãe e pergunta.

- O que tem para comer estou com muita fome e não dá tempo de tomar banho agora, se não eu vou perder o Jornal Nacional, nós vamos aparecer na Televisão mãe, fazendo grafite na avenida Paulista.

Sua mãe lhe traz um prato com comida e um suco de maracujá, para ele que se sentava em uma almofada no chão olhando ansioso para a televisão.

O Tuco e o Leco chegam em casa as 20:00 horas em ponto, e pergunta para a mãe que estava na cozinha de onde não assiste televisão, por que não enxerga, mas escuta tudo dali, fica imaginando tudo e acompanha as novelas só de ouvido e sabe tudo que acontece nas novelas dessa maneira.

· Mãe já começou o jornal Nacional?

· Está começando. (responde a Tatiana, a irmã deles da sala)

Eles correm para a sala e sentam no sofá explicando para a irmã o motivo de tanta ansiedade para assistirem o noticiário.

A mãe deles agradece a Deus pelos filhos terem chegados sãos e salvos.

A mãe do Lu o chama para jantar.

· Luciano vem jantar! Seu pai fez pizza.

Como o pai dele era italiano, sempre fazia pizza aos sábados.

· Estou indo mãe. (responde o Lu, pensando em ir assistir o noticiário na cozinha, onde havia uma pequena televisão, daquelas importadas do Paraguai).

Ele desce para a cozinha, pega um prato coloca dois pedaços de pizzas e se senta no banquinho, que ele puxa de baixo da mesa, onde estava a pequena televisão que já passava o noticiário e pergunta para a mãe.

· Começou agora? 


· Já faz uns cinco minutos que começou. (responde a mãe)

No momento que a repórter anuncia.

· Hoje São Paulo faz aniversário e em São Paulo hoje aconteceram diversas comemorações e homenagens pela cidade inteira. No tradicional bairro do Bexiga, fizeram um bolo com 437 metros e na avenida Paulista onde hoje também faz aniversário e completa 100 anos, aconteceram vários shows e homenagens, como no complexo viário, que foi todo grafitado, por rapazes organizado pela prefeitura e patrocinados por algumas empresas, vejam imagens de hoje à tarde.

E na televisão aparece o Dib em cima de uma escada, pintando e o Lu em baixo pintando também.

· Olha lá mãe, Eu e o Dib na televisão.

Na imagem seguinte aparece o Tuco, Leco, Juca e o Ed jr, todos trabalhando no grafite do lado.

· Sou eu e os caras, nossos cincos segundos de fama. (Ed jr vibrava e gritava sozinho no quarto).

A avó do Dib o chama.

· Vem ver vocês estão na televisão.

Dib desce correndo e ainda pega um pedacinho da reportagem.

· Eu vi você em cima de uma escada pintando e os meninos também.

· Legal! (exclama o Dib).

- Você me viu na televisão pai?

- Me diga com andas, que te direi que és. Fala o pai dele.

O Dib balança a cabeça, dá de ombros e volta para o quarto.

O Juca estava na maior festa na sua casa.

· Eu sai na televisão, eu sai na televisão. - Oba!!

Ele abraçava a mãe e a irmã e de repente lembrou.

- Eu esqueci de pôr para gravar. Ele ainda tenta gravar alguma coisa, mas, não dava mais tempo.

E na casa do Tuco e do Leco.

· Viu Tatiana a gente na televisão, ouviu mãe a repórter falando dos grafites, apareceu eu o Tuco e os caras na televisão.

· Que bom filho, vocês gravaram?

· Gravar!!??? Não esquecemos, que droga.

· Depois dessa eu vou até tomar banho, viu Tuco eu vou tomar banho primeiro.

· Se você demorar muito eu vou ficar batendo na porta, ouviu!

Enquanto o Leco Toma banho, o Tuco Muda o canal da televisão, para a MTV.

· Deixa onde estava menino, que eu estava ouvindo o noticiário e depois vai passar a minha novela e eu quero escuta-la.

Como não estava passando nada de bom na MTV, Tuco volta para o canal 5, lembrando que este era um dos poucos prazeres da mãe e sai da sala em direção ao quarto, onde liga o rádio, para escutar música e deita para esperar o Leco acabar de tomar banho, o que costumava demorar aproximadamente uns 30 minutos em média, todo dia no chuveiro e aja paciência.


Na casa do Lu, aparece a Vaninha o chamando, e a mãe dele que atende.

· O Lu não vai na festa?

A mãe do Lu estranha e pergunta.

· Mas você não era namorada do Dib? É todo castigo para corno é pouco.

- Que isso mãe!

- Talarico, sem vergonha, roubando a namorada do amigo.

· Não é mais mãe agora ela é a minha namorada.

Mãe dele resmunga alguma coisa.

· Que falta de vergonha.

· O Dib vai na festa? (pergunta a Vaninha )

· É lógico nós vamos todos juntos.

· Eu não quero que você fique me abraçando e me beijando na frente dele, tá bom?

· Está bom, mas vamos lá chamar ele.

Eles saem da casa para a rua abraçados, no exato momento que o Dib aparece no portão para chamar o Lu, e fraga os dois abraçados.

Vaninha automaticamente tira o braço rápido do ombro do Lu e tenta disfarçar. Mas o Dib corrige as coisas e fala.

· Pode continuar abraçando-o Vaninha, nós não temos mais nada, para você ficar disfarçando, eu quero é mais que vocês dois sejam felizes, se vocês se gostam, não vai ser eu que vou impedir as suas felicidades, pelo contrário eu vou apoia-los.

Vaninha se sente mais aliviada e agradece ao Dib pela compreensão.

O Ed jr chega, trazendo as suas quatro primas e a preferida do Juca, que já chega perguntando por ele.

· Cadê o Juca?

· Daqui a pouco ele chega. (responde cumprimentando o Dib)

· Uééé, vocês trocaram de namorada? (Pergunta uma das primas do ED)

· Isso é uma longa história, deixa isso para lá. (responde dando risada o Dib)

A menina não entende nada, mas não pergunta, para não parecer indiscreta.

· vamos esperar o Tuco, Leco e o Juca aqui? (pergunta o Lu)

· O Dú japonês e o Gel vão com a gente também e eu falei que iria espera-los aqui. (responde o Dib)

· Olha lá eles vindo, e quem é aquela moreninha com eles. (aponta e pergunta o ED)

· É a Kelly! ela deve de ter ido me chamar em casa e como eu já havia saído, ela passou na casa do Dú para saber se eu já tinha ido ou não.

O Dib cumprimenta o Dú e o Gel e vai em direção da Kelly para dar um beijo nela e ela vira o rosto e o beija na bochecha.

O Dib olha para ela e dá de ombros e fala.

· Os caras chegaram, lá vem o Tuco com a Carla e o Leco com a Cris, e o Juca com uma menina.

A prima do ED se vira rapidamente para certificar do que o Dib falou, e percebe que era mentira.

· seu bobo. (fala a ela dando um tapa no Dib)

· vocês nos viram na televisão? (pergunta o Dib para o Dú e o Gel )

· Quando? (pergunta o Gel)

· Agora a pouco no jornal Nacional, não viram?

· Não! (respondem juntos o Dú e o Gel)

Juca já chega perguntando também.

· E aí nos virão na televisão? É nós somos famosos agora.

Juca olha para a prima do ED, não cumprimenta ninguém e vai de encontro a ela, ele a puxa para um canto e ficam conversando sozinhos.

· E aí pessoal já estamos todos aqui? - vamos nessa? (fala o Dib pegando na mão da Kelly, que estava meia estranha com ele.)

· E todos caminham em direção a festa, que não ficava muito longe dali, por que eles moravam bem na divisa dos bairros da Casa Verde e o do Imirim, e a festa era na Casa Verde.


 

 A Vaninha pergunta para o Lu. - Quem é aquela menina que o Dib está de mão dada com ela?

· É a Kelly você não o ouviu falar.

· Ele a conheceu hoje?

· Não.

· Cachorro, quer dizer que ele estava comigo e com ela, e eu toda preocupado com ele achando que ele estava chateado, cachorro.

· Por que você está com ciúmes dele com ela?

· Não, só estava comentando, não precisa ficar bravo também e agora me dá um beijo, só de raiva.

A Vaninha beija o Lu na frente do Dib só para provocar ciúmes nele, e olha para ver se ele estava olhando.

Dib olha eles se beijarem e brinca. - Cuidado para não matar o menino sufocado.

Todos riem.

Dib puxa assunto com a Kelly que estava muito estranha.

· O que você tem, está tão fria comigo?

· Nada.

· Como nada, alguma coisa você tem, está toda estranha comigo.

· Sabe o que é, a não deixa pra lá.

· Começou agora desembucha.

· Eu não gosto de você.

· Puxa, foi bem curta e grossa, que você não gosta de mim, está dando para perceber.

· Não, não é que eu não goste de você, eu não gosto de você como namorado, eu misturei um pouco as coisas, você é muito parecido com o meu irmão que morreu, e eu me atrai por você por causa disto e não por amor ou paixão; entendeu?

· Não, não entendi, o que realmente você quer de mim agora?

· A sua amizade, eu espero que você ainda continua sendo meu amigo.

Dib olha para seus amigos que vão à sua frente, dá uma pensada em tudo que está acontecendo. - De manhã havia perdido a Vaninha para o Lu e decidira que não ficaria mais com a Katia e agora a Kelly lhe dá um fora, puxa eu estou azarado com as mulheres, é como aquele velho ditado diz: “Quem muito quer nada tem”.

· O que você está pensando? (pergunta a Kelly interrompendo o transe do Dib)

· Está tudo bem, estava pensando algumas coisas que se passaram pela minha cabeça; você quer assim? Tudo bem vai ser assim então, fica assim então, você no seu canto e eu no meu; falou.

Ele vai em direção dos seus amigos, que já estavam entrando na festa.

 

 

 

· O que aconteceu? (pergunta o Dú)

· Nós terminamos. (responde o Dib entrando na festa)

Ele conhecia quase todo mundo que estava na festa.

Um cara que o vê chegando, o reconhece de uma briga que tiveram há um tempo atrás e que havia levado a pior e que por esse motivo não esqueceu e sai sem que o Dib o perceba para ir chamar os seus camaradas.

Dib e os caras não percebendo o que estava acontecendo, começam a curtir a festa, não ficando abalado com o que a Kelley o havia contado, e dança, zoa com os seus amigos sem parar um minuto, para não sentir pena de si mesmo e pergunta para o Leco.

· A festa está boa né?

· Sim está sim. (responde o Leco e sem perder a oportunidade de perguntar o que estava acontecendo com ele e a Kelly.)

· Por que você está aqui e a Kelly lá do outro lado? vocês desmancharam?

· É nos desmanchamos, mesmo.

· É, estou vendo, olha lá ela está tirando o Dú para dançar.

Dib olha aquela cena, com um fundo musical, tão romântico e ao mesmo tempo tão triste e sente o seu coração apertar de novo.

A música com melodia tão triste, faz com que ele desarme sua guarda e demonstra o que realmente estava sentindo, o sorriso havia desaparecido do seu rosto, dando espaço, para uma fisionomia triste e preocupada, ele olha os dois dançando e já imagina outras coisas.

· Puxa, outro amigo me roubando a minha namorada, e logo o Dú , que é como um irmãozinho para mim, nós crescemos juntos, eu sempre o protegi, nunca deixava ninguém bater nele na escola uma vez cheguei a brigar com dois caras bem maiores do que eu, só para defende-lo, em outros lugares também, como naquele dia que fomos descer por trás do ônibus, para não pagar a condução; E só o Pastel conseguiu descer do ônibus, Onde ficou eu o Dú e o Gel Testa, ainda dentro do ônibus, o cobrador veio e deu um soco no rosto do Dú, eu fui como um touro para cima do cobrador, dando um monte de soco nele e o Gel Testa me ajudando a bater também no cobrador; Eu e o Gel Testa no mó pau com o cobrador e o Dú lá com a mão no rosto, como uma criança que havia apanhado do pai, até que o cobrador se safou das nossas mãos, correu até a sua mochila que estava no assento dele e sacou uma Peixeira e veio na nossa direção, eu me pendurei no corrimão e fiquei tentando me defender com os pés; para a minha sorte o pessoal que estavam sentados nos bancos de trás do ônibus, correram para frente, pulando os bancos e girando a catraca, sendo assim preocupando o cobrador, que voltara a sua atenção para eles, me esquecendo um pouco e me dando tempo de pegar uma vassoura que estava no canto do ônibus, para eu poder me defender. E durante todo este período o ônibus já estava parado no meio da rua e para a nossa sorte, um carro de polícia parou e entrou no ônibus, acalmando o cobrador e nos deixando explicar, explicar nada mentindo mesmo descaradamente, que não estávamos com o rapaz que havia descido por trás, e para a nossa sorte novamente eu tinha três passes comigo no bolço, que deu para pagar a minha condução a do Gel Testa e a do Dú. Foi um sufoco. Eu podia ter morrido aquele dia e foi defendendo o Dú, se ele ficar com a Kelly, eu não posso fazer nada, eu tenho mais e que os apoiar, por que eu não vou bater nele.

Neste exato momento um grupo com mais ou menos uns 20 rapazes entram na festa, apontando para o Dib e seus amigos.


O Dib olha e reconhece alguns deles, principalmente o da frente, que não tinha os três dentes da frente, que tinha sido o próprio Dib que os tinha quebrados, com um soco, naquela briga onde ele se vingou deles por terem batido no Necrop`s e no Carlinhos na Vênus, ele deixou os dois malsão.

Antes que o Dib conseguisse se defender, três vão para cima dele, um pulou e puxou a jaqueta dele para frente e para baixo, impedindo que ele enxergasse alguma coisa, enquanto os outros dois, davam chutes e socos nele, quando o resto da turma começou a ir para cima dele e seus colegas vendo aquela cena, entram na briga para ajuda-lo, afinal de contas o lema deles era “eu te defendo você me defende”.

 

Começa um grande quebra pau, coisa feia porrada para todo lado.

Dib começa a socar o que estava segurando a sua jaqueta e consegue se soltar, ficando mano a mano com três, mas agora batendo também, mais batendo do que apanhando, até que ele leva uma rasteira e cai, mas como um gato se levanta rapidamente; pois ele sabia que, se ele ficasse no chão era o seu fim, esses covardes eram como leões, que quando sua caça cai todos atacam.

Neste exato momento, o pai da menina dona da festa, aparece na porta dos fundos da casa, dando um tiro para o alto, fazendo com que todos parassem de brigar, e o homem diz.

· Isto que vocês chamam de festa? Então acabou a festa de vocês, todos para fora, acabou a festa.

Como a festa era no quintal dos fundos, todos se espremem para saírem, por um corredor que dava acesso a rua, causando um grande tumulto.

E a briga continua na rua, só que agora não era mais na mão livre, eram pedradas e pauladas, fazendo com que todos corressem uns para um lado e outros para o outro lado, atiravam pedaços de pau e pedras.

Até que alguém chamou a polícia e todos fugiram.

Os Master correm pelas ruas e becos do Parque Peruche, até chegarem na rua deles.

Chegando na rua eles se soltam na calçada da casa do Lu e dão muitas risadas e comentam sobre a briga.

· Eu dei muitos chutes em um cara que caiu no chão. (fala o Tuco).

· Foram três para cima do Dib. (fala o Juca).

· Você está bem Dib? (pergunta o Lu).

· Estou, só um pouco avermelhado devido as porradas que tomei.

· Se nós não estivéssemos lá, eles tinham te matado de porrada. (fala o Leco).

· Cadê o Dú a Kelly e o Gel e a Holiana? (pergunta o Dib).

· Eles devem de ter ido para o outro lado, por que eu não os vi na briga. (responde o Lu).

Dib olha para os seus amigos e nota que todos estão acompanhados, menos ele e o ED.

O Tuco com a Carla, o Leco com a Cris, o Juca com a Cibele, o Lu com a Vaninha, o Ed não estava com ninguém também mas estava numa conversa entretida com as suas outras primas.

Aquela cena não era muito boa para ele e diz.


· Vou para casa, tive um dia muito cansativo hoje, vou descansar um pouco, estou cansado fisicamente, emocionalmente é o coração dói também. Falou galera.

O pessoal diz, fica mais um pouco aí.

· Não, quero ir para casa. E vai embora.

O Juca olha seu amigo indo embora, desolado e comenta.

· Ele ficou chateado por que a Kelly desmanchou dele, também.

· Também por que? (pergunta a Vaninha)

· Ele estava namorando comigo e com a Kelly ao mesmo tempo é bem feito para ele, cachorro. Era por isso que alguns dias eu ficava esperando por ele e ele não aparecia. 

 

 

O Leco se sentindo no dever de defender o amigo diz.

· E o que você fez com ele também, você acha justo? Desmancha dele e fica com o amigo dele na cara dele.

O Tuco, Leco e o Juca dirigem a palavra par o Lu e dizem.

· Você também não está certo não Lu.

· Olha o cara ficou arrasado, perdeu três namorada em um único dia, quer dizer, uma ele ainda tem que terminar, e isso vai ser só na Segunda-feira.

· Três!!!! Ele tinha três namoradas? E vocês ainda estão achando ruim, por que eu terminei dele, ele é três vezes cachorro.

Eles mudam de assunto.

Dib chega na sua casa, que estava, muito silenciosa, pelo motivo do seu primo ter ido dormir na casa da irmã, não iria ter inferno na casa hoje e assim deixando toda a família dormirem sossegados.

Ele sobe para o seu quarto, tira a roupa, ficando só de cueca e se deita, estava muito cansado, fisicamente e emocionalmente.

Mas como num estalo, ele ouve vozes passando pela rua e as reconhece.

Eram o Dú a Kelly o Gel e a Holiana. Ele se levanta e vai até a janela e através da abertura ele olha e vê o Dú e a Kelly abraçados, descendo em direção a casa dela, que era no fim da rua.

Desta vez ele sente o coração apertar as pernas bambearem, que teve de soltar o corpo apoiado na parede, deixando escorregar até o chão e a lágrima inevitável escorre pelo rosto e ele chora como uma criança de soluçar. O seu pai não se incomodava com choro e continuava a roncar, com o seu radinho de pilha próximo do seu ouvido, que tocava uma música sertaneja.

Ele se deita na cama pensando que com a sua canseira iria ser fácil dormir, e iria ser mais fácil esquecer, mas ele estava enganado, e não conseguia dormir por que não parava de pensar no tinha acabado de ver. E imaginava o Dú beijando a Kelly, e ela o convidando para entrar na sua casa onde eles fariam amor, isso ficava martelando na sua cabeça a noite inteira, até que sem perceber ele adormeceu as três da manhã.

 

 

- Pow, pow, pow.

- O que isso? Que barulho? Em rio que tem Piranha, Jacaré nada de costa, hoje vai dar jacaré na cabeça, que horas são vou anotar esses números.

Grita o pai do Dib, procurando uma caneta.

Dib se levanta e vai até a janela, estavam o Tuco o Leco e Lu atacando pedra na janela, ele abre a janela.

- Acorda homem árvore! Eles riem.

- Vai! vamos lá no Binho. Diz o Leco.

- Esqueceu? hoje não sou eu que se atrasei. Diz o Lu rindo.

- Caramba é verdade, vichi se o Lu já está aqui me chamando, nem sei que horas são e tinha esquecido, calma aí vou me trocar e já desço rápido.

Ele se troca e o seu pai diz.

- Devagar e sempre.

Ele balança a cabeça, calça o tênis, escova os dentes, sai tomando um copo de leite com chocolate.

- Pronto! Diz ele.

- Pegou o skate? Pergunta o Tuco.

- Não.

- Então pega, nó vamos de skate até a casa do Binho, nós vamos pela Avenida Engenheiro Caetano.

- Ok.

Ele pega os skates e descem a rua a toda velocidade até o final na valeta, eles pegam os skates e passando pelo Aro de basquete, eles jogam os skates no chão e como sempre pulam para tentarem alcançar o aro.

- Aí estou com o corpo frio ainda. Reclama o Dib.

- Aí estou com o corpo frio ainda, sou um homem árvore. Retruca o Tuco.

Eles dão risadas, pegam os skates e passam pela avenida.

- Pera aí não vai ter jeito, vou ter que mijar que acordei só escovei os dentes nem mijei. E foi só um começar que todos vão atras e os quatro estavam mijando na viela, quando quem aparece.

- Não acredito! grita as duas senhoras.

- Vocês não têm casa não? Parece que só vive aqui. Fala a outra senhora.

Eles correm vestindo as calças e montando nos Skates já na Avenida.

- Putz nós vamos ter que remar até o bairro da Água fria, nem ferrando vou pegar rabeira em ônibus. Reclama o Tuco.

Eles esperam um ponto de ônibus, quando o ônibus para, eles se seguram no para-choque de trás do ônibus, o veículo parte e eles pegam carona segurando no para-choque, que vai cada vez mais rápido, eles se seguram com força, o ônibus para em outros pontos de ônibus diminuindo a velocidade e parando nos semáforos, quando o ônibus estava chegando na região do Mandaqui e freando para parar no semáforo, o skate do Dib e do Leco travam em um buraco de bueiro no chão e os dois se esborracham no chão, o asfalto estava quente e eles vão deslizando Para a sorte deles os outros carros estavam parando para obedecer ao farol vermelho e conseguem frear sem atropelar eles. Os dois ficam reclamando de dor no chão, o Tuco e o Lu voltam até onde os amigos haviam caído.

- E aí vocês estão bem? pergunta Lu.

O Dib e o Leco olham para ele, e olham em volta onde algumas pessoas riam e outros estavam preocupadas, eles olham para o Tuco que começa a rir e todos eles dão risadas, se levantam rindo e as pessoas em volta dão de ombro.

- Dá para continuar? Não estamos tão longe agora. Fala o Lu.

- Sim estou de boa. fala o Leco.

- Eu também falo o Dib.

Assim eles continuam a caminhada.

- Agora é só subir essa ladeira. Fala o Lu.

- Ah! Eu que não vou subir isso andando, vou esperar outro ônibus. Fala o Tuco.

O Dib e o Leco se olham.

- E aí. Pergunta o Lu.

- Vamos nessa.  fala o Leco rindo.

O Dib dá de ombros.

Um ônibus para no farol, eles seguram no para-choque e pegam outra carona para subirem a Av. Água fria, chegando no fim da Avenida.

- Pronto agora falta pouco é só a gente descer a rua depois do Hospital presidente, acho que vamos entrar a esquerda e depois a direita, ele falou que vai ter um aro de basquete em uma praça, um terreno a casa dele fica no outro lado.



- Chegando na rua, eles avistam uns meninos brincando no aro de basquete e perguntam para eles.

- Vocês sabem onde mora o Binho? Pergunta o Lu.

- Ele é meu irmão. Responde um dos meninos que aparentava ter 9 anos de idade.

- Legal conseguimos, você pode chamar ele para a gente?

O menino faz que sim com a cabeça e pede que eles o acompanhem, eles vão atrás do menino que chama o irmão.

- A gente pode beber água nessa torneira?  Pergunta o Dib.

O menino diz que sim com a cabeça.

O Dib abre a torneira e bebe um pouco de água, faz copinho juntando as duas mãos e molha os ralados do tombo, e faz uma cara de dor.

- Aí ardeu. Diz o Dib.

- Aí ardeu. Retruca o Tuco.

Dib xinga o Tuco.

O Leco faz o mesmo, lava os relados fazendo a mesma cara feia de dor.

Tuco e o Lú, só bebem a água e lava as mãos

O Binho aparece na porta.

- Que bagunça é essa? Fala ele rindo.

- Entrem aí!

Eles entram enxugando as mãos na roupa.

- Olha quem está aí, quem é vivo sempre aparece. Fala o Tinho.

- Pô japonês! Está parecendo a minha avó falando provérbios. Diz o Dib rindo.

E eles dão risadas.

- Posso andar no skate de vocês? pergunta o irmão do Binho.

- Sim claro, mas você sabe andar? Pergunta o Leco.

- Sim, estou apreendendo. Responde ele.

- Ok, mas não vai se machucar. Diz o Leco.

- Posso pegar mais um para o meu amigo. Pergunta ele.

E o Dib só estica o braço e entrega o outro skate para ele.

O Menino pega os skates com muita alegria e sai para a rua.

- Entrem, venha conhecer o meu cafofo.

O Binho mostra onde ficava a mesa de desenho dele, haviam folhas e mais folhas de desenhos, os rapazes pegam os desenhos um por um e observam, até que o Tuco reconhece uma letra.

- Essa letra aqui você fez na pista de skate ZN, eu lembro dessa, reconheceria essa letra em qualquer lugar.

O Binho diz que sim balançando a cabeça.

- Toma pega esses desenhos para vocês, eu tenho cópias.

O Leco pega-os desenhos e segura na mão e fica olhando, o Dib dá uma olhada por cima do ombro do Lú que não era muito alto.

- E aquele aro de basquete lá fora? Pergunta o Leco.

- Vamos lá brincar. Fala o Binho.

Eles vão até o aro, o Binho pede a bola de basquete dos meninos emprestada e joga para o Leco. Que testa o aro e enterra a bola no cesto.


- Uauu !! exclama a molecada.

O Leco ri, pega a bola e arremessa de longe acertando novamente o aro.

- O que é você é profissional, nem vou brincar com vocês, se é doido. Diz o Binho. 

Eles ficam ali trocando ideia, o Binho comenta que a casa no alto pertencia a um dos integrantes da Banda Anjos do Beco.

- Nós já fomos em um show deles lá no Anhembi né Dib. Comenta o Leco

O Dib concorda balançando a cabeça.

Uma saveiro para perto deles e irmão do Binho e o Amiguinho dele pulam da caçamba segurando o skate na rua e entrega para o Leco e para o Dib, agradecendo.

- Agora a gente tem que ir na casa do Speto, ele mora perto da gente também, mundo pequeno. Comenta ao Lu.

- Ele mora perto de Santana. Acrescenta o Tinho.

- Vamos nessa galera. Fala o Tuco.

- IH! Já que ir mulherar. Zoa o Leco.

- Já quer ir ver a Zoiuda. Diz o Dib e Ri.

- Tá certo vamos nessa então. Fala o Lu.

- Espera aí, deixa ver se o meu amigo deixa vocês lá embaixo na Engenheiro pelo menos. Diz o Binho.

- Ai sim! Diz o Tuco.

O Binho fala com o amigo que concorda eles sobem na caçamba da Pick-up Saveiro.

Eles agradecem ao Binho pegam os skates e seguem os seus caminhos.

O carro o deixa na Avenida eles pulam da caçamba em cima dos skates agradecendo, e remam os skates sentido ao Imirim.

Já perto da casa deles, eles param em um Bar, estavam todos suados de tanto remar os skates e pedem refrigerantes de Tubaína para cada um, o Tuco bebe a dele e pede mais outra.

- Vichi você vai explodir. Diz o Leco.

- É, vou mesmo. Diz o Tuco soltando um Arroto.

Eles dão risada.

O Ed chega na rua com uma amiga muito bonita e diz.

- Ae galera essa é a minha amiga fotografa, que falei, vamos fazer aquelas fotos? Os rapazes estavam mais interessados na beleza da moça, mas concordavam balançando a cabeça.

Eles saem pela cidade e vão até alguns locais acessíveis, onde havia grafite deles, com eles fazendo poses na frente.

- O Dib e o Lu ficam fazendo poses de modelinho. Zoa o Tuco.

- Você é chato pra caralho meu! Grita o Dib.

O Dib se irrita e tira os restantes das fotos de costa ou de boné e de óculos escuro, com uma cara amarrada.

- Eu queria fazer umas fotos de vocês, em ação. Fala a moço.

Os rapazes hipnotizados pela beleza da moça, balançavam a cabeça e concordavam.

- Então vamos fazer um grafite naquele muro perto do aro de basquete hoje à noite, você pode vir a noite?

- Sim posso.

- Então combinado depois que todo mundo mulherar, a gente se encontra aqui e novo a noite.

A moça acha engraçado a palavra Mulherar.

Todos concordam.

Assim a noite depois de todos terem namorado, eles se encontram no ponto de sempre em frente à casa do Lu.

A Moça volta com a máquina fotográfica, junto com o Ed.

Eles Juntam todos os materiais os desenhos as tintas, levam um rádio abastecido com pilhas e vão até o final da rua em sentido a vielinha.

Eles começam a desenhar no muro, enquanto a moça fazia umas fotos.

O Tuco coloca o rádio para tocar, como sempre ele coloca uma fita cassete dos Biestie boys enquanto pintavam o muro.

Quando a fita começa a tocar a segunda música o Tuco se empolga e aumenta o volume, o Vizinho da casa em frente começa reclamar e o Tuco o xinga e manda ele calar a boca e aumenta ainda mais o rádio. Assim eles estão lá pintando grafite todos despreocupados, do nada aparece vários carros de polícia, veio um pela rua de baixo o outro por cima e alguns policiais aparecerem a pé pela Vielinha.

- Encostem na parede todos vocês.

Os seis encostam na parede e os policiais os revistam.

A moça se afasta um pouco.

- Quem foi que mandou o nosso Capitão tomar naquele lugar.

O senhor da casa de onde o Tuco havia xingado veem até o Tuco e aponta para ele dizendo.

- Foi esse aqui.

O policial dá um tapa na orelha do Tuco, que fica com o ouvido zumbindo.

- E agora garoto, quem você mandou tomar naquele lugar?

O Tuco fica com cara de besta.

- E quem autorizou vocês a fazerem esta pichação aqui? Pergunta o Policial.

Eles ficam todos quietos.

- Ninguém vai falar nada, vamos levar todos para a delegacia então, já que não está autorizado.

- Desliguem esse rádio. Diz o capitão que pega o rádio e joga com tudo no chão, que espatifa expirando para todos os lados e as pilhas voa longe.

Faz-se um silêncio.

- E quem é essa moça, que está tirando fotos.

A moça se aproxima e se identifica.

- Eu sou jornalista, senhor. Diz ela mostrando um crachá.

- Jornalista? Pergunta o Coronel.

Que analisa a sua volta, onde a vizinhança assistia o que acontecia devido ao barulho e pela quantidade de carros de polícia.

O Coronel grita.

- Muito bem, eu não vou mandar prender vocês, mas some daqui antes que eu mude ideia e mande prender vocês.

 Eles pegam o que pode e correm em direção a casa do Lu, onde eles sobem para a laje de onde ficam observando a polícia ir embora.


A moça sobe junto.

- Caramba Tuco, porque você tinha que xingar o velho? Fala o Juca.

- Eu vou lá saber que o cara era capitão da Polícia.

- Puta falta de sorte, perdemos um monte de Sprays. Fala o Ed.

- Meu irmão vai me matar a hora que ele ver que quebrei um dos rádios dele. Fala o Lu.

- Eu fiz umas fotos maravilhosas, adorei. Diz a moça.

Todos olham para ela.

- Você é jornalista mesmo? Pergunta o Tuco.

- Sim, sou.

- Agradece ela Tuco, por causa dela não fomos presos pela sua boca grande. Fala o Lu.

- Ah tá agora a culpa foi só minha.

- Quem xingou o senhor foi você. Fala o Leco.

- Valeu moça, me desculpe por alguma coisa. Fala o Dib para ela se desculpando no lugar do Tuco, porque ele nunca iria pedir desculpas.

- Tudo bem, eu adorei, me deu medo, no começo e depois um frio na barriga, mas foi bastante produtivo, eu vou ficar com algumas dessas fotos para mim, como fotos jornalísticas, e depois que eu revelar as outras eu mando pelo ED.

Eles concordam a moça se despede e vai embora com o ED.

Os rapazes a observam ir embora na rua de cima da laje.

- Que gata. Fala o Leco.

Eles ficam em silêncio, refletindo sobre o que tinha acontecido, sem muita conversa entre eles.

Até o silêncio se interrompido, por uma frase.

- Tuco você é muito sem noção. Fala o Lu.

- E você é um veio rabugento. Responde ele para o Lu.

- É mais não foi eu que tomei um tapão na orelha, o seu ouvido deve de estar zumbindo até agora. Fala o Lu rindo.

- Eu vou dar um na sua orelha para você ver. Fala ele indo para cima do Lu.

- Para as duas. Fala o Leco entrando no meio dos dois.

- Ah! Eu vou embora Chefe da Master. Fala o Tuco descendo as escadas e indo embora.

- Falou sem noção. Grita o Lu para o Tuco indo embora que mostra o dedo do meio para ele.

- Nós demos muita sorte hoje, se não fosse aquela gata estávamos ferrados, por causa do seu irmão. Fala o Lu para o Leco.

O Leco só concorda balançando a cabeça

E cada um vai para a sua casa.


A LEITURA DAS CARTAS.

Ele é acordado com a sua avó puxando o seu pé. As 08:30 da manhã.

· Vamos levanta você prometeu que iria comigo na tia Teresa, uma andorinha sozinha não faz verão, vai levanta!

Ele sabia que a sua avó não iria deixa-lo dormir mais e se levanta com os olhos todo vermelho, se troca com muita preguiça, lava o rosto, amarra o cabelo. O seu café já estava em uma caneca que a avó havia colocado, para irem mais rápido e assim eles vão em direção ao ponto de ônibus, não demora muito, ele e avó embarcam em direção a casa da tia Teresa, que era  irmã da sua avó, ela morava na Casa Verde e andava muito doente, ela vivia com a sua neta, Valquíria de 25 anos que só vivia aprontando também, ela era muito bonita, loira dos olhos azuis e um corpo escultural, parecia atriz de novela ou de filme antigo, como a Greta Garbo e o seu charme.

Quando o ônibus já estava na Casa Verde, subiram três senhores, que se sentaram nos bancos ao lado do Dib e de sua avó e começaram a conversar muito alto, eles deviam de ser surdo, porque falavam muito alto e sendo assim, todo mundo que estava no ônibus escutava a conversa deles com clareza.

- Vocês virão que briga noites atrás na festa da filha do seu Antônio, disseram que saiu até tiro. (um dos senhores comentou)

Dib percebeu que eles falavam da briga dele de noite passadas e prestou mais atenção no que eles conversavam.

- Seu Antônio deu um tiro para o alto para pararem de brigar dentro da festa, mas quando os briguentos saíram para a rua a briga continuou, com pauladas e pedradas para todo lado, um espancando o outro. A frente da minha casa ficou toda cheia de pedras e pedaços de paus que os vândalos arrancaram das cercas das arvores. (conta o senhor que estava sentado no banco sozinho)

· Aqueles marginais, quebraram toda a cerca da minha arvore que está nascendo, para pegarem as ripas para bater um no outro. (xinga o senhor que estava sentado na janela)

· O que vai ser deste mundo, do jeito que as nossas crianças vão indo, se matando entre eles, por qualquer motivo. (o senhor que estava sentado no corredor se lamenta)

A avó dele entra na conversa.

· No nosso tempo não tinha nada disso né, os rapazes eram educados e cavalheiros, a culpa e da educação de hoje em dia que não presta e a televisão que só passa indecência, filmes de guerra, mortes e as meninas aparecem quase nuas na televisão, este mundo está perdido, em terra de cego que tem um olho é rei. Por isso que eu tento dar um pouco de educação para este meu neto, para ver se ele se torne alguém na vida, porque o seguro morreu de velho.

Um dos senhores vira para o Dib e o aconselha.

· Não ande com má companhia, antes só do que mal acompanhado, eles podem te envolver em uma briga como nesta de ontem e você pode acabar morto, por um motivo banal.

Com uma cara de pau tremenda o Dib responde para o senhor, mas antes ele pensa. – Porque todos os idosos falam por paráfrases e ditados.

- Não, eu não fico aí andando pela rua, arrumando confusão não, eu sou muito caseiro, fico em casa vendo televisão.

Sua avó o olha com repreensão, mas é comenta baixinho.

- Quem não te conhece que te compra.

Por que naquele momento ele se levanta para puxar a cordinha da sinalefa para avisar o motorista que seu ponto era o próximo. O ônibus para eles se despede dos senhores e descem quase em frente à casa da tia Teresa, voltam quatro casas e apertão a campainha e esperam.

A tia Teresa aparece no vitrô da porta de vidro.

· É você Amélia? Entra a porta está aberta.

Havia ali uma pequena escada com dez degraus e a avó dele tinha dificuldades para subir escadas, devido a sua idade e com paciência ele a ajuda a subir os degraus, um por um.

Ela sobe e reclama de dores no corredor que dava acesso a casa, uma casa de quatro cômodos, com uma cozinha estreita por onde dava acesso a sala onde havia muitos moveis aglomerados, havia ali dois armários de cozinha, uma mesa, uma estante, diversos objetos e uma cama, que era do pai da Valquíria, que morrera a 4 anos atrás e a Tia Teresa não se desfazia da cama do seu filho, ela a mantinha sempre arrumada, com lençol, cobertor e até um travesseiro, como se ele dormisse ali ainda, geralmente as visitas a usavam como sofá, por que ali no meio de tantos moveis não tinha sofá.

· Amélia o que lhe traz aqui tão cedo? (pergunta a Tia Teresa beijando a irmã).

· Eu vim lhe fazer uma visita e te pedir para benzer este menino, para ver se a vida dele vai para a frente, porque não pode gritar a sua felicidade, pois a inveja tem sono leve.

Essa foi boa Amélia, mas você está falando deste menino lindo aqui é, ele está tendo algum problema? (beijando o também ela pergunta)

- Não julgue o livro pela capa o hábito faz o Monge.

· Você e os seus ditados Amélia, eu vou benze-lo e abrir as cartas para ele, e iremos ver o futuro dele.


A tia Teresa era uma benzedeira muito conhecida, várias pessoas a procuravam para se benzerem e ver o seu futuro, vinham muitos famosos procurarem por ela, para se consultarem.

· Vai lá dentro do meu quarto menino e pega duas velas e o baralho, que estão em cima da máquina de costura.

Ele entra no quarto que era igual ao outro cômodo com moveis aglomerados, tinha dois guarda-roupas uma máquina de costura, mais algumas bugigangas e duas camas de casal, uma colada na outra tirando todo o espaço do quarto e uma loira dormindo em cima de uma delas.

· Loira!!!(Era a Valquíria que estava ali dormindo)

Ela era linda e estava ali dormindo só de calcinha e uma camiseta velha, os seus cachos dourados, cobria todo  o travesseiro, ela dormia de lado como uma criança,  o que dava um volume no bumbum, empinado para cima,  dando mais volume no panorama, a calcinha rosa estava toda enrolada no rego da moça, deixando assim amostra um volume e as suas partes intimas, era um panorâmico belo de uma linda loira, para mais de metro, aquela pele bronzeada, dourado queimada de sol, o que dava contraste nos seus pelinhos loirinhos, que refletiam com a luz que entrava pela janela.

- Que visão maravilhosa estou vendo todo o meu futuro agora, vejo a luz no final do túnel. (Pensa o Dib)

Ele ficou ali estático, imóvel, só admirando aquela obra prima da natureza, esquecendo o que havia ido fazer lá no quarto, enquanto o tempo passava. 

 

 

Até o seu transe ser interrompido pela sua Tia, que gritou.

· Achou!!!

· Ahhhh?

Ele volta sem o baralho e sem as velas para a sala ainda meio atordoado.

· Cadê o baralho? (sua tia pergunta)

· Esqueci, não, não esqueci, não o encontrei.

· Está em cima da máquina de costura dá mais uma olhada, vê se não o encontra ao lado do vaso, e toma cuidado para não acordar a bela adormecida, ela chegou tarde da noite, quase de manhã e agora fica aí dormindo o dia inteiro, só na vida boa e vidão, você acredita Amélia.

- Esse aí também não é diferente não, as vezes nem dorme em casa mais, essa juventude de hoje, tá pior que benzer com uma reza mal rezada.

A avó olha para ele e faz uma cara brava.

- Vai menino, não fica aí com essa cara de quem comeu e não gostou, vai ela buscar o baralho, logo!

 

 

·· Ah! Sim, é mesmo, vou procurar e tomar cuidado para não acorda-la.

Ele volta para dentro do quarto, não resistindo e já olhando para aquele objeto de desejo, anda até a máquina de costura pega o baralho e as velas, tudo isso sem tirar os olhos daquele corpo maravilhoso, ele fica ali parado por mais um tempo admirando, e esquece de voltar, fica hipnotizado, não piscando e até chegando a esquecer de respirar.

- Achou!! Grita a Tia .

A Moça se mexe na cama, como se fosse acordar, ele engasga  e sai desorientado.  Já na sala.

· Está aqui Tia, é este baralho e o castiçal?

- Castiçal? Estranha a tia

Ele balança a cabeça.

· Quiz dizer o baralho e a vela.

· É sim.

· Eu vou benze-lo primeiro para espantar todo o mau do seu corpo, deixando o purificado, melhor para ler o seu destino.

Com uma folha de arruda afogada em água benta e sal grosso ela passa pelo corpo do Dib orando e dizendo algumas palavras.

· Pronto agora eu vou abrir as cartas.

· Tia eu não quero saber do meu futuro não, por que se for bom eu posso me acomodar na vida e mudar o meu destino e se for ruim eu vou ficar ansioso e preocupado antes da hora, prefiro deixar acontecer.

· Está bom, você está certo, mas eu já abri as cartas agora eu tenho de ler se não o seu destino fica preso e não lhe traz boa sorte. Eu vou fazer o seguinte, leio o seu futuro e conto para a sua avó, se ela quiser lhe contar as coisas boas depois ela te conta, agora as coisas ruins ficam entre vocês resolverem está bem?

· Está bem. (lido o futuro dele ele se senta em uma cadeira perto da entrada do quarto de onde pelo o vão da porta aberta observava a sua prima dormir, enquanto a sua Tia contava para a sua avó o que tinha visto nas cartas)

· Pronto já contei para ela tudo.

Quando o Dib olha para a sua avó e a vê chorando, ele estava tão entretido com a prima que não percebera quando a avó começara a chorar.



· Por que você está chorando vó?

· Não é nada não, vamos embora, não adianta chorar pelo leite derramado.

A avó meia desnorteada pelo o que ouvira das cartas que a irmã lera do neto, se despede de longe da irmã e sai rapidamente.

Mas antes de descer as escadas ela para olha para a irmã e diz.

- O homem é senhor do que pensa e escravo do que diz. Ela aponta para o céu e termina de descer os degraus.

O Dib se despede da Tia e corre atrás da avó.

· Calma ai nestes degraus aí!

A velhinha desce os degraus tão rápido, como se tivesse trinta anos ainda.

No ponto de ônibus o Dib insiste de novo.

· O que foi vó? o que saiu nas cartas de tão grave assim, conta para mim.

· É você tinha razão, nem sempre é bom ver o futuro. Não deixe para amanhã o você pode fazer hoje, Ué! não era você que não queria saber do futuro, por que está me perguntando agora? O futuro só a Deus pertence.

· Olha só o estado que a senhora se encontra, está me assustando, conta uma parte pelo menos para mim.

· Ela falou, que mulheres morenas só vai lhe fazer sofrer e as loiras te trarão mais sorte no amor. Não se faz omelete sem quebrar os ovos.

O Dib pensa sozinho. _ É mesmo, tem sentido as três últimas eram morenas e deu no que deu é quem sabe ela não tenha razão.

· Mas não é por isso que a senhora está chorando, é?

· Não, cada um sabe onde lhe aperta o sapato

· Então me conta por que?

· Ela leu nas cartas para você tomar muito cuidado com a traição, porque nem Jesus Cristo escapou da traição, tome cuidado com as suas costas nunca dê a costa para seus inimigos, ou eles tirarão proveito disso te fazendo muito mal, quando a emola é demais o santo desconfia.

 

Ele percebe que a avó estava lhe escondendo alguma coisa ainda, mas não insiste.

· Ah é só isso, pode deixar eu tomo cuidado.

O ônibus chega, eles embarcam e continuam conversando dentro do ônibus.

· Melhorou vó?

· Mais ou menos, devagar se chega longe.

· Não se preocupa, não vai acontecer nada comigo. (ele abraça a avó e dá um beijo nela)

E os dois seguem viagem pensativos.

A avó pensando que não lhe tinha contado toda a verdade e ele pensando na tatuagem que iria fazer ainda hoje.

Chegando em casa não se aguentando de ansiedade, nem entram em casa.

- Tchau vó, estou indo na casa do Lu.

A avó entra desolada, andando bem devagarinho e chorando novamente.

- Há males que vem para o bem.

O Dib corre para a casa do Lu.

  



A Reportagem 

Chegando na casa do Lu, ele se depara com um carro de reportagem estacionado em frente à casa do Lu.

Ele chama o Lu, mas quem atende é o Tuco.

· O repórter da “Folha da Tarde” está aí, ele vai fazer uma reportagem com a gente e a tarde a repórter da revista “Isto É” vai fazer outra entrevista com a gente também. Onde que você estava? - Já fui te chamar duas vezes e não tinha ninguém na sua casa.

Dib explica para o Tuco que tinha saído com a sua avó enquanto entrava na casa do Lu, ele cumprimenta o repórter e se senta em um banquinho perto da mesa e fica ouvindo o repórter entrevistar o pessoal.

O repórter pergunta.

· Como vocês começaram a grafitar ?

· Nós assistimos um filme de break e grafite onde o grafiteiro morre no final do filme, eletrocutado lutando com um pichador que estragava os seus murais. (responde o Lu)

· Nós nos identificamos muito com aquilo na hora, tudo o que acontece no filme e decidimos grafitar. (complementa o Tuco)

· Onde vocês aprenderam a desenhar e de onde vem a habilidade da lata de spray e da tinta látex?

· Alguns de nós antigamente éramos pichadores, como o Dib o ED jr, que pichava Track´s, eu o Tuco e o Leco, que pichava DRL com o Dib e o Juca que também pichava Apaches com o Dib, bem todos nós éramos pichadores e é daí que vem a habilidade com a lata de spray , desenhar.., nós treinamos muito, as vezes varamos a noite desenhando e o Binho e o Speto nos ajudaram também, nos deram alguns toques de desenhos e os Gêmeos nos deu alguns toques de como usar melhor o spray.

· Vocês são seis; já foram em um número maior?

· Sim tinha mais gente, o Edinho e o Estevam e o CDP, mas era muita gente e não dava muito certo, acontecia muitas brigas, ainda acontece as brigas, mas antigamente era pior e eles acabaram saindo.

· Seus nomes de guerra são? Dib, Lu, Tuco, Leco, Juca e ED jr. - A idade média de vocês são de 17 a 20 anos. - Vocês disseram que erram pichadores, nunca estiveram em uma situação complicada ou perigosa?

Tuco conta uma história que aconteceu com ele.

· Uma vez eu estava pichando o portão da escola, com um pincel atômico, e a polícia me pegou em flagrante eles me fizeram tirar a camisa ir até o posto de gasolina, pedir para o frentista, encharcar a camiseta com álcool, voltar no portão e limpar o que eu tinha feito. O policial não se sentindo satisfeito queria que eu tirasse a calça também e fizesse a mesma coisa com ela, mas desta vez ele queria que eu limpasse o portão inteiro, mas ele deixou pra lá, ele só queria me assustar.

· Mas ninguém tem mais história? (pergunta o repórter)

O Dib conta uma história também.

Que. - Certa noite, ele mais quatro integrantes dos Bicudos, dois dos Goforit e um do Raio-x, um dos Mal`s e um dos Kaduk`s, que eram turmas de pichadores, foram juntos pichar o topo de um prédio que estava em construção quase pronto, na avenida Imirim. Pichando o prédio todo até a caixa d`água, onde ele explica que o Chineca um dos Bicudos`s o ajudou e ficou segurando as suas pernas enquanto ele ficava com metade do corpo debruçado para fora do prédio, para poder fazer maior o picho.

De repente eles escutaram sirenes de Polícia e vários carros de polícia já estavam parados na porta do prédio, para pega-los. Eles tentaram fugir e desceram correndo pelas escadas do prédio no escuro e tentaram fugir pulando em um posto de gasolina, que ficava vizinho ao prédio, dois do grupo tentam fugir pelo telhado dos fundos do posto, mas acabam afundando no telhado e caindo dentro da oficina do posto, os outros oito incluindo o Dib, pulam para a lava rápido do posto de gasolina e saem correndo para a rua, mas a polícia já estava esperando por eles ali e dão vários tiros para o alto para que não tentassem fugir. O Dib havia sido o último a pular e não tinha corrido para a rua ainda, vendo os seus companheiros sendo presos, olha para dentro do lava rápido e observa que estava muito escuro, (por que o posto estava fechado), e que ninguém o tinha visto ali parado no escuro e pensa “- Ninguém vai me ver aqui”. e volta para dentro do lava rápido onde havia um ônibus escolar estacionado, ele fica atrás do ônibus, mas percebe que poderiam ver as suas pernas e se esconde em cima do Pará choque do ônibus, como o ônibus estava sem a grade da frente do radiador ele entra dentro do motor do ônibus e fica lá quietinho. Ele escuta quando um policial vem lavar as mãos no lava rápido do posto, e faz um comentário.” – Deixa eu lavar as minhas mãos, tirar o sangue desses moleques, vai saber se eles não têm alguma doença e aproveitando deixa eu verificar e dar uma olhada por aqui, para ver se não tem mais nenhum escondido aqui dentro”. O guarda se agacha e olha por baixo do ônibus. O Dib respira fundo e se mantém quieto. Mas o guarda não vê nada por que o Dib estava escondido dentro do motor justamente por isso, onde ficou horas esperando que a polícia fosse embora. A polícia vai embora e leva os seus companheiros para a delegacia.


Ele espera mais um pouco, onde ele escuta uma voz, que era de o dono do posto dizer assim para os seus seguranças.

· Se aparecer mais algum vagabundo, por aqui mete bala, sem dó, para matar.

O Dib ouve aquilo e sai do esconderijo o mais rápido possível e vai de encontro aos homens que estavam no posto.

Um dos homens grita- pega tem mais um ali. E quando eles vão chegando perto do Dib para pega-lo. O Dib finge que desmaia por que tinha batido com a cabeça na hora de pular para o posto e se joga no chão, coisa de filme, cena de novela, muita cara de pau. Fazendo com que os homens se preocupassem com ele, querendo socorre-lo ele leva-lo para o hospital.

Quando ele percebe que iam leva-lo para o hospital ele se levanta e fala que já estava bem melhor. Um dos homens ainda pergunta - como que o policial não te viu? E o Dib responde na maior cara de pau. - Eu sei lá, eu estava desmaiado não vi nada e cadê os meus amigos que estavam comigo?

· Você deu muita sorte, eles apanharam como cachorro. O Dib finge uma cara de espanto e pergunta - Posso ir embora? O dono do posto fala. - Ainda não vem ver o que os seus amigos fizeram no meu telhado. Ele o acompanha até a garagem, onde o dono do posto mostra o estrago que fizeram no telhado.

Dib coçando a cabeça fingindo que estava doendo olha para o telhado e sente vontade de dar risada. - O buraco era tão grande que dava para soltar um balão dali de dentro. - Agora posso ir embora? O dono do posto responde - Ainda não, me dá o seu endereço. Dib escreve um endereço tão garranchada que não dava nem para ler o que estava escrito ali e se manda, sai andando pela saída do posto andando.

 

 

 

· Que história! (exclama o repórter). 

O Leco também lembra um caso de quando pichava DRL (Dib, Ró, Leco).

-  A minha experiência como pichador também foi traumático, uma vez em 1985, estávamos eu o Dib e o Ró pichando pelos lados da santa Terezinha e de repente parou um fusca verde ao nosso lado e dentro do carro estavam um casal, que começou a gritar com a gente dizendo:” - Vocês vão limpar o que vocês fizeram”. – Aquele homem gritava isso e tentava pegar algo dentro do porta luva do Fusca e a sua esposa não deixava e gritava: “São crianças, não vou deixar você fazer isso”. Mas o homem era mais forte e deu para ver que ele conseguiu tirar um revolver de dentro do porta luva, mas a mulher mesmo assim agarrou na arma, dando assim tempo para que nós fugíssemos, aproveitamos aquele vacilo e eu e o Dib corremos para trás do Fusca, o Ró correu para o outro lado, nós corremos muito pelas ruas do bairro Santa Terezinha e quando nós pensamos que havíamos despistando aquele homem, nós o avistamos dobrando a  outra esquina, voltamos a rua que estávamos e quando viramos a esquina pulamos na primeira casa que apareceu, quando pulamos não olhamos nada só nos jogamos para dentro do quintal sem olhar, der repente escutamos um barulho de corrente arrastando rapidamente e ouvimos um latido muito forte, no quintal havia um cachorro enorme da raça Pastor alemão que parecia muito bravo, ele tentou avançar em nós, nós se esprememos entre o portão e o cachorro , que tentava nós pegar, mas a corrente não deixava graças a Deus, ficamos ali alguns segundos que pareciam uma eternidade, esperando o cara do Fusca passar, e aquele cachorro não parava de latir, latia tão forte que espirrava a baba dele na gente até que o fusca passou em alta velocidade subindo a rua e não nós viu e foi no exato momento que o dono da casa que pulamos, percebendo que o cachorro latia insistentemente, saiu na janela para ver o que estava acontecendo e nós avistou no alto da sua garagem entre o portão e o cachorro e deu grito: “ O que vocês estão fazendo ai molecada?” Eu o Dib levantamos rapidamente e tentamos pular o portão juntos, o portão se abriu e nós dois caímos de cara no chão, doeu muito, mas o pânico era maior e saímos correndo para o lado oposto do que o Fusca havia passado e conseguimos fugir. Hoje nós damos risada dessa história, mas no dia, foi apavorante.

Dib e Leila

O repórter anota alguma coisa no seu caderninho e pergunta.

· Onde vocês buscam inspiração?

· Nós temos alguns livros de grafite, como o Sub Way e o Spray Can Art, dois livros americanos e mais alguns alemães.

· O que vocês têm para dizerem para essa molecada, que estão começando agora a pichar em vez de grafitarem?

· Aprendam Art e não vandalismo.

· O que é grafitar para vocês?

· É uma forma de se liberar, expressar a arte e de protestar, não fazemos grafite pôr esporte fazemos pôr amor. Uma coisa feita com alma e com o coração, é como a frase que o Leco Diz.

- “Se grafitar for um sonho, por favor não nos acorde”. (acrescenta o Dib)

O repórter agradece pela entrevista e os chama para tirarem algumas fotos, para completar a reportagem. E eles tiram várias fotos na frente do grafite de comemoração de dois anos de existência da Master.

E o repórter faz mais uma pergunta.

· Por que vocês pararam de pichar e começaram com o grafite?

· Eu não pichava tanto assim, quem pichou mais da gente foi o Dib. (explica o Lu)

E o repórter dirige a pergunta para o Dib.


Dib 

· Por que você parou de pichar?

· Eu parei de pichar depois que o Necrop”s morreu, eu fiquei muito mal com o que aconteceu com ele, não conseguia dormir direito, por que sempre vinha algumas imagens de cenas que convivemos juntos, como lugares que passamos juntos em roles de pichação, como uma calçada longa que passamos na avenida Washiton Luís em frente ao aeroporto. Os primeiros dias que ele morreu eu via e escutava, nos meus sonhos coisas naquelas cenas que eram perfeitas. Como por exemplo uma parte da calçada que estava quebrada e cheia de bitucas de cigarros e tampinhas de refrigerante eu conseguia ouvir ele fungar o nariz do meu lado, como uma vez que ele estava resfriado, era como um filme na minha cabeça. Eu fiquei muito atormentado e deprimido com isso, que cheguei ir na igreja me confessar, para ver se me aliviava um pouco aquela situação e quando contei para o Padre o motivo por que estava me confessando ele quis me dar uma bronca chamando a minha atenção, perguntando por que eu fazia aquilo se eu não tinha consciência daquilo. Ele me irritou tanto que eu falei umas para ele também. Como que ele não era Deus para me julgar, ele era um homem como eu, e que até o próprio Papa cometeu pecados antes de ser Papa e que eu não sabia do passado dele, vai lá saber o que ele tinha feito na vida dele, lá no passado, que o teria sido o motivo para ele se tornar padre, matou alguém largou um grande amor, ou está foragido de alguma coisa que fez de errado. E o padre abaixou a bola e me explicou, que se você se arrependesse do que fizera de errado, Deus te perdoaria aliviando os seus pecados no juízo final e mandou que eu rezasse dez Ave Marias e dez Pais Nossos.

· Como o Necrop”s morreu? (perguntou o repórter)

· Ele mais o The End (Erico), foram fazer um pico. Desculpa fazer um pico é pichar em um lugar alto, e nesse caso foi em cima de uma loja de móveis em Santana do lado do Banco América do Sul.

· O The End começou a pichar o seu nome, quando estava quase terminando, ele ouviu dois tiros e ele olhou para o lado e viu o Necrop”s caindo baleado nas costas, ele tentou fugir para não morrer também e tentou descer de cima da loja, pelas uma banca de jornal que havia na calçada, mas a polícia o estava esperando e o pegou. É tudo o que sabemos até aí é que ele foi baleado pelas as costa com dois tiros certeiros, matando o na hora, não sabemos se foi a polícia ou o segurança, que trabalhavam para os bancos que tem ali.

· Por que no mesmo lugar uma certa vez eu fui pichar lá com um pessoal da Casa da Verde, só que do outro lado da rua havia uns seguranças que não tínhamos visto e eles vieram com um Fiat vermelho na nossa direção e de repente pararam do nosso lado já com a porta aberta e um homem armado tentou descer do carro com ele em movimento, apontando uma arma para a gente, mas para a nossa sorte o trouxa do segurança não esperou o carro parar por completo, se desequilibrou, tropeçou na guia e atirou para o chão e se estatelou no chão, ainda bem que não acertou ninguém, nós revidamos atacando as latas de sprays nos vidros do carro quebrando as janelas, o que nos deu tempo para que fugíssemos e saímos todos correndo. Não morremos naquele dia graças a Deus e por isso eu acho que foram aqueles seguranças.

· Você contou isso para a polícia? (pergunta o repórter)

· Não, por que poderia ter sido eles também. 

 



· E qual foi a última vez que você viu o Necrop”s antes de morrer?

· Foi na saída do colégio Leme do Prado, um dia antes de acontecer, ele foi me chamar para sair de role com ele para os lados da zona leste, e acho que o meu pressentimento estava me avisando que alguma coisa iria acontecer. Ele era muito azarado para rodar na mão da polícia.

· Uma vez estávamos eu, ele e o Buiu da zona oeste, pichando lá pelos lados de Interlagos estávamos voltando a pé pichando, quando estávamos quase no autódromo no começo da avenida Senador Teotônio Vilela, passou por nós um carro de polícia Metropolitana, àquela criada pelo Jânio Quadros. E eles já estavam a uns trezentos metros de nós. E o Necrop”s dispensou uma latinha de spray, deixando com que os policiais visem que ele estava se livrando de algo suspeito e voltaram, para nós enquadrar, como cada um estava com pelo menos duas latinhas de spray, eu joguei as minhas discretamente o mais longe que pude o Buiu fez o mesmo e o Necrop”s dispensou a sua Segunda lata praticamente na cara dos policiais. Os policiais desceram do carro e mandaram que colocássemos as mãos na parede e abríssemos as pernas. O Necrop”s tinha com ele mais coisas, como etiquetas escrito o seu picho, pincel atômico e os bicos dos sprays, que arrancávamos, justamente para evitar que os policiais, pegassem as latas de sprays e nos pintassem com elas. O Necrop”s continuou a dispensar discretamente os bicos e os pincéis atômicos, mas um guarda o viu fazendo isso e gritou com ele.

· Se você dispensar mais alguma coisa eu estouro os seus miolos aqui mesmo, moleque. Apontando um revólver calibre 38 cano longo, ventilado e cromado, apontado para a cabeça dele. o revolver era muito bonito e devia de ser muito caro para ser dado pelo governo para os policiais, devia de ser frio justamente para não deixar pistas. Eu achei que ele iria morrer ali naquele momento, naquele dia.

· Os policiais perguntaram de que gang nós éramos e se éramos dos Pegadas? Nós explicamos que não, não éramos de gang nenhuma e eles nos dispensaram, levando as latas de spray com eles. Quando o Necrop”s na maior cara de pau, pediu para o guarda que deixasse pelo menos uma lata. Por causa disso os guardas nos seguraram mais um pouco e fizeram um monte de perguntas.

· Onde vocês moram?

· Eu e o Necrop”s respondemos no Imirim e o Buiu respondeu Pirituba.

· O que vocês estão fazendo aqui? Sendo que vocês moram do outro lado da cidade?

· Antes que ele falasse alguma besteira eu respondi que tínhamos ido a uma festa.

· Numa festa. O guarda riu e disse. - Eu nem vou levar vocês para o distrito por que estou com dó de você, a está hora não tem mais ônibus, vocês vão ter que ir andando até o outro lado da cidade e sem as latas de tintas, vão andar à toa. Ele riu novamente e entrou no carro nos desejando boa sorte, tirando um sarro das nossas caras e foi embora, graças a Deus. Eu olhei para ele e o xinguei tanto, seu estúpido, quase nos ferra.

· Ele deu de ombros e perguntou. - E agora?

· O Buiu deu uma ideia.

· Se nós fomos andando até o lago 13 talvez conseguimos algum ônibus até o centro, pelo menos fica mais perto de irmos andando para casa. E foi o que fizemos.

· É por isso que eu falo que ele era azarado, você viu o rolo que ele ia nos metendo.

· Mas uma coisa ficou muito marcado em mim, foi a última coisa que ele me disse. Foi assim. Eu disse que não iria com ele pichar na Zona Leste. e ele me disse. _ Tudo bem eu lanço para nós dois pela a nossa amizade.

· Eu tenho a imagem dele apertando a minha mão e soltando em câmera lenta e dizendo estas palavras que te disse, gravadas na minha cabeça, foi essa a última imagem dele que ficou pra mim.

O repórter olha o Dib e diz.

· Puxa você vai ter muitas histórias para contar para os seus netos, em.

· Agora eu tenho que ir embora porque ainda vou passar na redação, para editar tudo isto.

O reporte se despede e agradece entra no carro e vai embora as 12:15 horas.

  

Dib e Leila.


FAZER A TATUAGEM

O Lu chama a galera para ir na casa do Fly, onde iriam fazer as suas tatuagens e o grafite no muro da casa do Fly, sendo o grafite como uma forma de pagamento.

· Vamos logo que a repórter da revista “Isto É” falou que vai chegar aqui as 14:00 HRS. Assim dará tempo de fazer as tatuagens e fazer uma parte do grafite e ela aproveita e tira as fotos da gente enquanto fazemos os grafites.

· Você viu a nossa reportagem no “Diário Popular” de Hoje? (pergunta o Lu para o Dib.)

· Não.

· Nós vamos passar em frente de casa e eu pego o jornal que comprei hoje cedo para te mostrar a nossa foto que saiu.

O Lu busca o jornal e mostra para a galera.

· Olha aqui a nossa foto, todos os seis, legal né?

Dib lê o que estava escrito em baixo da foto.

“A Equipe Master, esteve ontem no Complexo Viário da Paulista.”

E fica muito orgulhoso.

· Que bom em!

· Fala aí ficou da hora a nossa reportagem. (afirma o Lu)

· Ficou mesmo, vamos andando e conversando. (fala o Tuco)

Chegando na casa do Fly. Eles combinam com seria a tatuagem e qual o desenho que iriam fazer na parede.

O Lu mostra o desenho da latinha de Spray que iriam tatuar e ele mesmo se dispõe em ser o primeiro a tatua-la no pulso esquerdo, enquanto o resto deles grafitavam o muro do Fly, com uma letra escrito Iimirm e um desenho de uma morte em frente a um castelo escrito Fly do lado esquerdo, era um desenho bem do estilo de tatuagem.

O Lu termina a sua tatuagem e todos ficam olhando, o desenho ali tatuado no pulso dele de boca aberta, com muita admiração.

E o Dib se senta para fazer a sua, com a mesma agulha, como um pacto de sangue, depois foi o Tuco com a mesma agulha também, o Leco o Ed jr e por último o Juca, todos com a mesma agulha.

Agora todos tinham uma coisa em comum, tinham feito um pacto de sangue. Se um deles tivesse algum tipo de doença, todos estariam contaminados agora.

Foi nessa hora que apareceu o Má, avisando que a repórter da revista “Isto É”. Havia chegado.

· Veio ela e um fotografo, eles estão aí fora.

Todos saem e um por um cumprimentam a repórter.

Que não faz muitas perguntas e faz a entrevista ali mesmo na rua, enquanto o fotografo tirava foto, do resto do pessoal que continuava a fazer o grafite.

No final o fotografo tirar uma foto de todos juntos mostrando as tatuagens novas, se dão por satisfeito e vão embora.

Eles terminam de fazer o grafite, que não ficou lá essas coisas, ficou mais ou menos. 

 

 

O Fly avisa a eles que tomem cuidado, com o sol na tatuagem e que passem creme no local tatuado, para ter uma boa cicatrização.

A viagem.

Eles estavam andando de skate em frente a casa do Lu, enquanto a Banda do Irmão ensaiava dentro da garagem, uma galera se juntava na calçada da casa curtindo a banda tocando enquanto outra galera andava de skate e bilke, eles pulavam uma rampa feita de madeira com os skates e faziam manobras no ar, enquanto o Dib pulava a rampa de Bicicleta, girando 360º a bicicleta no ar dando uma volta inteira e pousando perfeitamente no chão, O Lu fazia o mesmo com o skate decolava e pulava girando o corpo 360º com o skate no pé e pousando com perfeição, o Tuco pulava alto com o skate aplicando uma manobra que eles chamavam de Mosquit Air, ele pulava a rampa e segura o skate no ar puxando a parte traseira para cima embicando a frente do skate para baixo, O Leco e o Juca Pulavam a rampa de Olie air, enquanto o Ed jr tocava solava a sua gaita dentro da garagem com a banda, outros skatista amigos deles também pulavam a rampa, a rua estava cheia de gente, o sol estava quente e começava se por formando um lindo por do sol de um final de tarde, eles adentram a noite tocando rock in roll e andando de skate, cada vez mais chegavam mais pessoas, as primas do Ed jr, se juntam a eles o Juca para de andar de Skate e fica ao lado de uma das primas do Ed, ele a abraça e dá um beijo e diz.

- O que a madame está fazendo aqui?

- Estava só de passagem, aí vi uns garotos fazendo macaquices, resolvi parar para ver.

Eles dão risada e ela fala.

- Na verdade, eu vim ver se vocês não queriam ir para a praia, a minha mãe liberou o apartamento esse final de semana, se vocês toparem a gente pode ir amanhã cedo, a gente compra as passagens direto na rodoviária e vamos.

- Opa legal, e quantas pessoas podemos levar? Pergunta o Juca.

- Acredito que cabem umas 20 pessoas, são poucas camas, mas tem o sofá e o chão.

- Legal, vamos falar com a galera.

O Juca chama o pessoal que se juntam em volta deles.

- Ae galera a mãe da minha princesa, liberou o apartamento da praia para a gente, quem topa ir?

- Como nós vamos? Pergunta o Tuco.

- De ônibus. Fala o Juca.

- Legal, mas estou sem grana, como vamos pagar as passagens? Fala o Dib.

- Eu também estou sem grana. Fala o Leco.

- A gente dá um jeito, nós fazemos uma vaquinha, a minha mãe me deu a chave do apartamento e um dinheiro para gastar lá, eu posso pagar a passagem de vocês e a gente leva as coisas de casa para comer lá, o que vocês acham? Fala a prima do Ed namorada do Juca.

- Se for assim, legal, vamos que vamos. Fala o Tuco esfregando as mãos e sorrindo.

- A minha mãe só falou pra gente ir com alguém de maior, se não , não vamos conseguir pegar o ônibus.

- O meu irmão, ele é de maior e pega onda, com certeza ele vai adorar ir com a gente. Fala o Ed jr.

- Boa primo, isso chama ele.

Eles perguntam se mais alguém queria ir da galera que estava ali, algumas pessoas se manifestaram que sim balançando a cabeça.

A rua estava enchendo cada vez mais de gente, virou festa, um pessoal chega de moto.

- E Dib aquela na garupa da moto daquele japonês não é a Katia? Pergunta o Leco.

- Sim é ela mesma. Responde o Dib.

- A lá, agora que ela percebeu que você está olhando agarrou e abraçou ainda mais o cara, tá querendo fazer ciuminho.

Eles dão risada.

O Dib pega a bicicleta toma distância da rampa, e vai com tudo e pula a rampa bem alto rodando a bicicleta 360º no ar, com muita raiva.

O Pai do Brawn que estava no muro vendo o que estava acontecendo veio correndo achando que o Dib havia caído. Após o pai do Brawn ver que estava tudo bem ele volta para a sua casa balançando a cabeça e grita .

- Vocês são doidos!

O Leco vem perto do Dib e diz.

- Exibidinho, você fez isso só para se aparecer para a Katia né safado?

Eles dão risada.

A Vaninha inventa de pegar a mobilete de um menino e resolve dar uma volta, mas ela não sabia andar direito e acelera muito a mobilete e perde o controle e arrebenta a moto no poste, o pessoal corre para socorrer ela, ele levanta dando risada e dizendo.

- Estou bem, foi só um susto.

- Você pode estar bem, mas você acabou com a minha moto. Diz o menino dono da moto.

A Vaninha arregala os olhos e faz um bico torcendo a boca e não diz nada.

O pessoal ajuda o menino a carregar a moto até a garagem do Lu.

A banda para de tocar e o pessoal liga o rádio, eles ficam ali a noite toda, alguns já dormiam pelos cantos, no carro onde dava para se ajeitar.

O dia amanhasse.

E ai galera vamos para a praia? Diz a prima do Ed?

O pessoal concorda e cada um vai para sua casa buscar roupa, dinheiro, outros vão com a roupa do corpo.

O Ed foi chamar o irmão dele e o pessoal fica esperando.

Quando ele volta, junto deles vem o Irmão do Ed e o Stalone carregando duas pranchas, o Edinho vai até a casa dele e volta carregando uma prancha também, do outro lado da rua, vinha vindo a Kelly sem o namorado, com mais duas meninas.

O pessoal vão chegando e eles partem para a rodoviária.

Eles ocupam metade do ônibus e viajam fazendo muita bagunça, chegando na praia eles não perdem tempo e vão direto para a praia, as meninas colocam os biquinis, o pessoal do Surf cai na água e mandam várias manobras. Os meninos fazem um grafite rápido no muro da praia, escrevendo “MASTER”.

- Ficou dá hora. Exclama o Leco.

- Ficou mesmo. Diz o Juca recebendo uma rasteira.

Eles começam um brincadeira besta de um tentar derrubar o outro aplicando uma rasteira. O Tuco derruba o Juca  e dá risada o Leco tenta acertar o Dib que corre e pula para escapar, mas o Lu estava a espreita o acerta no alto na hora que pulou, fazendo ele cair de cara na areia. Eles dão muitas risadas. O Dib levanta e corre atrás do Lu , que corre sem olhar para trás, depois de estarem todos sujos de areia, eles resolvem entrar na água e começam uma nova brincadeira de um tentar um afogar o outro dentro do mar.

- Estou com fome. Reclama o Tuco.

- Para variar né. Brinca o Leco.

- Eu acho que as meninas vão demorar para fazer o almoço, acho melhor você tentar comprar alguma coisa aqui na praia para tapear a fome. Diz o Ed jr.

O Tuco vai saindo do mar e vai até a suas coisa e tira a  camisa que estava em cima da carteira ao lado das coisas do resto do pessoal, abre a carteira conta o dinheiro que estava na carteira.

O Dib vinha chegando atrás dele.

- E homem árvore vamos comigo até a barraca para ver o que dá para comprar?

- Vamos. Concorda o Dib.

Ele vão até a barraca de praia e pergunta quanto estava o peixe frito.

A dona da barraca responde para ele que confere que o dinheiro que ele tinha dava para comprar dois peixes, um para ele e outro para o Dib.

- A senhora faz dois peixes por favor.

A dona da barraca coloca os peixes para fritar que chia no óleo quente e solta um aroma de peixe frito.

- Humm! , sente esse cheiro homem árvore, que delícia.

O Dib só balança a cabeça confirmando o cheiro do peixe frito.

- Estou morrendo de fome. Fala o Tuco.

A mulher prepara o peixe e entrega para o Tuco, ele pega a carteira para pagar a mulher, ele fica com a carteira na mão e sai carregando os peixes e tentando colocar a carteira na cintura, ele tropeça e derruba os dois peixes na areia.

O Tuco olha para o peixe que estava a milanesa de areia de praia olha para o Dib e olha para o peixe.

O Dib cai na risada.

- Droga e agora o que vou comer? Reclama o Tuco.

Eles vão voltando para o apartamento pela calçada.

- Capim cidreira! Grita  o Tuco.

- O que. Pergunta o Dib.

- Isso aqui no quintal dessa casa é Capim cidreira, vou pegar um pouco e fazer um chá no apartamento até o almoço sair. Fala o Tuco salivando.

Ele apanham um pouco do Capim e vão para o apartamento.

Chegando no apartamento uma das meninas já estava fritando linguiça para o almoço. O Tuco pede para ela deixar ele ferver a água para prepara o chá de capim Cidreira. A prima do Ed o ajuda a preparar o chá ele rouba uma linguiça enquanto o chá fervia. O Chá fica pronto e eles bebem comendo linguiça, eles enchem a barriga de chá e ficam na varando olhando o mar, aquele barulho do mar, a falta de sono da noite passada e o efeito do chá começa a dar um sono neles, eles adormecem cada em uma cadeira na sacada do apartamento.

Depois mais tarde após todos terem curtido tudo o que podia, eles começam a ajeitar cobertas no chão para cada um dormir, as camas ficam para as donas da casa e para o Juca e o Ed. O resto do pessoal se ajeita do jeito que dá, a Kely fica com o sofá a amiga dela se ajeita em canto da sala, o Dib se ajeita ao lado dela, o resto do pessoal se espalham por todo o apartamento, até na cozinha tinha gente dormindo.

O Dib vai se ajeitando ao lado da amiga da Kely. A menina reclama que estava com frio, porque havia tomado muito sol o dia inteira e agora estava com insolação e pergunta para o Dib.

- Você pode me abraçar para me esquentar.

- Claro, Claro! Responde ele.

Ele abraça a menina e não demora muito os dois estavam se beijando.

No dia seguinte o pessoal acorda cedo com a luminosidade do sol  que entrava pela janela, eles tomam café e partem para a praia.

O Dib fica sentado na praia olhando o pessoal surfar na companhia da amiga da Kely.

O Leco e o Tuco chamam ele para entrar na água, ele vai junto com os amigos.

- Você pegou a Maradona, deu uns beijos nela eu vi. Diz o Tuco.

- Maradona? Porque Maradona? Pergunta o Dib.

- É a gente está chamando ela de Maradona, olha o tamanho das coxas dela, parece de jogadora de futebol. Diz o Leco rindo.

Eles dão risada.

O Dib sai da água e vai na direção de onde ele estava antes com a miga da Kely, mas a menina não estava mais lá, só estava a Kelly e as primas do Ed.

O Dib senta em uma toalha que estava no chão e a Kelly chega perto dele e se senta ao seu lado, ele olha pra ela e estranha.

Ela vira pra ele e diz.

- Eu vi você beijando a minha amiga, safadinho, eu sabia que você não iria perder oportunidade.

- E você, cadê o seu namorado?

- Ah! Aquele chato, estamos brigados e a mãe dele não deixou ele vir, ainda bem, se estivesse aqui, iria querer ficar me controlando, nos resolvemos dar um tempo, pedi um tempo para ele.

O Dib olha para ela e balança a cabeça e pergunta.

- Cadê a sua amiga?

- Ela foi buscar alguma coisa no apartamento, você gostou dela né?

- Sim, ela é boazinha.

- Eu vi vocês dois se esfregando ontem a noite, meu deu ciúmes e tesão...

- Ciúmes, como assim, foi você que terminou comigo, disse que não queria mais nada comigo.

- Eu sei, eu sei, mas ontem fiquei com ciúmes, posso ficar com ciúmes?

- Pode, oxii, o ciúmes é seu.

Nesse momento o Edinho vinha saindo do mar trazendo a prancha de surf debaixo do braço.

- Deixa eu usar um pouquinho a sua prancha Edinho? Pede o Dib.

O Edinho entrega  prancha para ele e a Kely diz.

- Deixa eu ir com você, me ensina surfar?

- Te ensinar, eu não sei nem para mim. Diz o Dib.

- Só brincar, vai para de ser chato.

- Tá bom, vamos. Eles entram no mar e a Kelly sobe na prancha e o Dib vai empurrando a prancha na água com a Kely em cima, a kely se ajeita na prancha ficando de quatro exibindo a bunda bem na cara do Dib, que fica sem saber o que fazer, o biquíni dela estava todo atolado e ela se exibia para ele ficando de quatro na prancha e empinando a bunda, exibindo uma bunda morena da cor do pecado que brilhava com o sol que batia na pele molhada.

- Vai me empurra, mas para o fundo, me segura vai. Diz ela.

Ele empurrava ela na onda que se formava, ela sobe e desce a onda do outro lado sendo derrubada por uma outra onda forte.

O Dib a ajuda se levantar e quando ela se levanta fora da água o seu seio estava amostra, a força da água havia tirado o seio do biquíni.

- O Seu peito está aparecendo. Fala ele para ela olhando o peito dela.

- Gostou do que está vendo? Diz ela alisando a mão no peito até o bico e arrumando de volta para dentro do biquíni.

- Vamos continuar, só que agora vem comigo, me segura para eu não cair.

Ela deita na prancha e pede para ele deitar atrás dela na ponta da prancha e a cada onda que surgia, ela esfregava  a bunda na virilha dele. Até que ela diz.

- O que é isso duro que está me espetando?

Ela olha para o calção dele e dá risada.

- Você está excitado? Fala ela rindo.

- É lógico, você fica esfregando essa bunda no meu pau.

- Porque você não está gostando?

- O que você acha? Olha o meu estado, nem posso sair agora dá água com esse volume no shorts.

Ela dá risada e faz uma cara de safada e diz.

- Vamos voltar para o apartamento, que eu resolvo isso para você,  a gente toma banho juntos, antes do pessoal voltar.

- Safada, então vai saindo para eu voltar ao normal e te encontrar lá. diz o Dib para ela.

Ela sai do mar, disfarça e vai discretamente para o apartamento.

O Dib sai da água, entrega a prancha para o Edinho, que estava ao lado da amiga da Kelly conversando, ele olhava para ela, ele disfarça e saiu em direção do apartamento. A Kely estava esperando ele na sala, assim que ele entra no apartamento ela o agarra e dá lhe um beijão e passa a mão no pau dele e diz.

- Nossa ainda está excitado, que duro, vem vamos logo entrar no chuveiro antes que alguém apareça e nós atrapalhe.

- Safada. Diz  ele novamente.

- Sou mesmo. Diz ela lambendo o lábios e beijando o corpo dele até o seu membro.

Eles entram no chuveiro, ela pede para que ele passa-se sabonete no corpo dela.

Ele pega o sabonete e passa pelo corpo dela, formando uma espuma branca que contrastava com a sua pele morena, ele a pega por trás e passa a espuma do sabonete nos seios dela, ela se empina para que ele a penetrasse, ele a penetra, e ela solta um gemido se levantando e segurando o pescoço dele,  jogando a cabeça para trás exibindo os seios, com ele dentro dela,  ele segura os seus seios enquanto beijava o seu pescoço,  ele goza, ela ri.

- Safada. Diz ele mais uma vez.

Ela ri e diz. - nossa ainda continua excitado, senta no chão que vou sentar em cima de você.

Ele se senta no chão e ela vem por cima, ela oferece o seu seio para que ele o chupasse, ele os chupa enquanto a água do chuveiro escorria entre eles, ela cavalga até gozar.

No retorno para casa eles se sentam um longe do outro dentro do ônibus e não se conversam. Chegando na rua a primeira pessoa que ela encontra é o seu namorado, que vem ao encontro dela e a abraça, ela corresponde o abraço, enquanto eles se abraçavam o pessoal passava direto, o Dib passa por eles e olha para trás que se depara com o olhar dela beijando o namorado e olhando para ele.

Uma parte do pessoal vão direto  para a casa do Lu e aos poucos cada um vai indo embora para a sua casa, ficando só o Dib o Lu a Vaninha e o Juca.

- Lu me leva até em casa. Dia a Vaninha.

- Só deixa eu tomar banho rapidinho, que te levo, você espera?

- Sim, mas vai logo, vê se não demora muito.

O Lu entra para tomar banho e ficam o Juca, Dib e Vaninha sentando na calçada.

O Juca se levanta pega o skate que estava dentro da garagem e fica na rua brincando com o Skate.

- Eu vi você e a Kely no mar e depois no chuveiro, eu fui buscar o protetor solar e escutei um barulho no chuveiro , então abri a porta bem pouquinho e fiquei assistindo vocês dois se pegando que nem repararam eu na porta observando vocês.

- Você viu?

- Vi e me deu um ciúmes e uma vontade de participar.

O Dib se levanta se afasta dela, e diz.

- Safada, sai fora, nem fodendo que iria fazer isso com você ou melhor dizendo, fazer isso com o Lu, não sou Talarico, já basta a outra doida que mentiu que estava brigada e que estava separada e me deixou com peso na consciência, você mulheres são tudo loucas. Diz ele indo embora.

o Juca estava voltando com o Skate pergunta.

- Onde você vai?

- Vou embora, essas mulheres são tudo doida.

O Juca olha para ele e olha para a Vaninha que dá de ombro para o Juca com uma cara de interrogação fazendo um bico.

A semana começa sem novidades, trabalho escola, escola casa, trabalho escola, até que na quarta-feira na entrada da escola o Dib conversava com uma menina e a Katia passa por ele olhando, ele finge que não era com ele, na hora do intervalo ele não sai da sala e fica desenhando uma letra de grafite, ele percebe que alguém estava ao seu lado, ele levando a cabeça e se depara com a Katia.

- Oi! Diz ela.

- O que você quer? Pergunta ele.

- Você. Diz ela.

- Eu, tem certeza disso, o que você foi fazer na minha rua na garupa do seu namorado, ta ficando doida?

- Eu adorei ver você se exibindo para mim.

- Se exibindo para você? Você está doida? Quer dizer que agora eu não posso andar de bicicleta que estou me exibindo para você? Diz ele se levantando.

Ela agarra ele e se senta na carteira e o puxando entre as suas pernas.

Ele olha para ela e diz.

- O que você quer?

- Você, como já te disse antes.

- Não, você não me quer, você quer o seu namorado rico, que tem moto para te levar pra cima e para baixo.

- Eu vi você no meio daquelas putinhas da sua rua, todo soltinho, cheio de graça, fiquei com muito ciúmes.

- Pronto, mais uma. Diz ele balançando a cabeça.

Ela tenta beijar ele, ele desvia, ela morde o pescoço dele e vai passando a língua até a boca dele, que não resiste e a beija, no momento que os alunos voltavam para a sala.

Eles param de se beijar e ele pergunta novamente.

- O que você quer de mim? Já te falei ou eu ou o seu namorado, você tem que se decidir.

Ela se levanta da carteira e diz no ouvido dele.

- Eu quero os dois. Diz ela saindo.

Ele fica olhando ela sair e a xinga.

- Safada!

Ela manda um beijo para ele e vai saindo.

O pessoal que estava entrando fica olhando para ele que estava com uma cara de bobo. E pensa com o seus botões.

- Essa mulherada é tudo doida.

Sábado de manhã o Dib chama o Lu na casa dele, quem o atende na janela é a Vaninha.

- Ele está tomando banho, entra aqui,  espera ele aqui dentro. Diz ela com más intenções.

- Não obrigado, prefiro ficar aqui fora. Diz ele se sentando na calçada.

o pessoal começam a chegar na rua, eles colocam a rampa na rua e começam a andar de Skate.

· Hoje à noite nós vamos cantar no Fecalp?( Pergunta o Dib).

· Quem vai subir no palco para cantar? (responde o Leco já com outra Pergunta).

· Eu, você o Dib. - Juca! você vai cantar com a gente? Porque o Tuco e o Lu disseram que não vão.

· Eu vou sim e vamos chamar o Ale para cantar com a gente.

· Então liga pra ele e pergunta se ele quer cantar com a gente?

O Juca liga da casa do Lu para o Ale. - Ele falou que vai.

· Pede para ele vir aqui, para treinarmos um pouco.

· Ele falou que daqui a pouco estará aqui.

O Dib pergunta para o Lu se pode usar o quartinho, que fica em cima da laje da casa dele, para treinarem um pouco.

O Lu pergunta que horas são.

· 16:05 horas (responde o Dib).

· Vamos lá minha mãe vai trabalhar até as 18:00 horas e dá para ficarmos quase duas horas lá, depois disso temos que ir embora, por que se não ela vai me encher o saco.

O Dib concorda com ele.

E todos sobem para o quartinho.

· Lu posso te pedir mais uma coisa? (pergunta o ED jr)

· O que é?

· Pega o Micro System do seu irmão emprestado um pouquinho, ele não está aí mesmo.

· Put´s, já perdemos aquele outro, já estou abusando. Mas mesmo assim Lu desce e busca o rádio no quarto do irmão.

· Leco você trouxe a fita com as batidas? (pergunta o Ed jr)

· Trouxe sim está aqui no meu bolso.

· Me dá ela aqui.

O Lu já vinha voltando com o rádio e o coloca em cima de uma lata de tinta látex e avisa.

· Cuidado! Pelo amor de Deus!

O Ed coloca a fita no toca fitas, aperta o play e diz.

· A batida é esta.

Nesse momento já vinha chegando o Ale. Que só pega na mão do ED e do Juca e diz.

· Só vou cumprimentar, meus irmãos de cor, não quero pegar na mão de nenhum branquinho, não.

Ele recebe um monte de tapas e começam a brincar de briguinha, o Lu acaba com a bagunça.

· Vocês vão acabar derrubando o rádio, se ficar com muita zoeira e vai todo mundo embora agora mesmo.

· Não, não, agora é sério, vamos treinar vai! (diz o Ed rebobinando a fita) - Vamos combinar, qual parte que cada um vai cantar. - Eu começo e o Leco canta a Segunda estrofe, depois o Dib canta terceira e todos juntos cantam o refrão. Ai o Ale e o Juca cantam juntos o último estrofe, enquanto Lu fica de figurante, pintando alguns detalhes do grafite, está combinado? Então vamos lá!


O Ed jr aperta o play e começa a tocar a batida e ele começa a cantar, chega a vez do Leco e ele canta a sua parte, chega na vez do Dib, ele começa a cantar e o Ale interrompe colocando defeito, dizendo que ele estava fora de ritmo e que estava falando as palavras muito certinhas. - Tem que falar mais na gíria, como nas ruas. (fala o Ale). Eles rebobinam fita e começam de novo. Todos cantam a sua parte certa, na parte do Dib o Ale faz uma careta, mas deixa rolar, porém quando chega no refrão. Foi aquela bagunça. Eles começam a discutir entre si e não acabam treinando mais nada.

· Nos improvisamos no palco. (diz o ED. jr)

· Que horas vai ser o Fecalp? (pergunta o Juca)

· As 08:30 horas. (responde o Ed)

· Então eu vou em casa tomar um banho e jantar, ainda são 05:30 horas dá tempo até de tirar uma soneca.

É cada um vai para a sua casa.

Quando o Lu foi devolver o rádio no quarto do irmão, deu de cara com ele, que estava deitado na cama.

· Quem mandou você pegar o meu rádio e cadê o meu boné e cadê o outro rádio? Que você pegou ontem.

· Eu perdi e quebrou. (o Lu conta a verdade)

· O que! você perdeu? Quebrou?? Como assim? Eu nem cheguei a usar aquele boné, você vai me dar outro. - Mãe o Luciano perdeu o meu boné e quebrou o meu rádio, que emprestei para ele ontem, aliás!! Eu nem emprestei, ele que pegou sem a minha autorização.

A mãe sai do salão de cabeleireiro, usando um par de luvas de borracha sujas de tinta para pintar cabelos, olha para o filho na janela do quarto e diz.

· Eu te dou outro depois.

· Vai Ter que me dar mesmo, senão eu vou encher esse moleque de porrada.

· Vem dá porrada então. (provoca o Lu)

· Olha moleque.

O Má vai para o quarto dele, batendo as portas e se tranca no quarto.

O irmão dele tinha uma banda onde o ED jr participava também. E eles iriam tocar na mesma noite no Fecalp.

Quando o Dib chega em casa, a sua avó, avisa que viera um homem chamado Gentil, procurar por ele.

· Gentil! (exclama ele)

· O que ele falou para a senhora?

· Nada. Ele chamou eu atendi, ele perguntou por você e eu disse que não estava e ele foi embora juntamente com outro homem. – Mentira tem perna curta - O que ele quer com você? O Seguro morreu de velho.

· Não sei, não falei com ele. Dib fica preocupado.

Passado duas horas. O pessoal começa a chegar na rua.

Estando todos ali, eles partem em direção ao Fecalp.

No caminho vão combinando mais alguns detalhes.

Nós vamos cantar a letra “consequência” e a “História do grafite”? (pergunta o ED jr)

Todos concordam.

Na hora que eles passavam pelo aro de basquete, e novamente um por um, pulam para tentarem alcançar o aro e como sempre, só o ED, Juca, Leco e o Ale conseguem se pendurar no aro. O Dib, Tuco e o Lu se contentam em encostar os dedos, mas o Ale não perdoa e fica tirando sarro.

· Seus nanicos. há! há! há!

Eles vão pela viela, passando pela viela o Tuco para e começa a urinar e como uma coisa psicológica, todos encostam na parede e urinam também.

Os sete urinando juntos.

E não é que as mesmas senhoras do outro dia, hoje estavam indo para a igreja, com a bíblia embaixo do braço, flagra-os sete mijando. E grita.

· Bando de sem vergonha!!

Eles correm uns mijando nos outros tropeçando e tentando levantar as calças rindo, atravessam a avenida quase sendo atropelados, carros buzinavam e xingavam e eles xingavam de volta.

E Chegam no colégio, eles ensaiam mais um pouco.

E as 20:30 em ponto os organizadores do concurso, anunciam o primeiro grupo a se apresentar.

Era uma banda de rock a Billy, eles eram bons o pessoal estavam curtindo o som deles.

Enquanto a banda tocava, o Dib olha a diante do seu lado esquerdo, em cima de um banco algo chamou a sua atenção e como um transe, ele se depara com uma visão muito linda, era a coisa mais linda que ele já havia visto na sua vida, dois olhos azuis gigantes e alguns cachos louros e um belo sorriso, ele fica hipnotizado com aquela visão como uma serpente fica ao ouvir o som da flauta de uma música Indiana. E ficou hipnotizado e de onde estava, foi ao encontro daquele anjo e sem hesitar ele dá um abraço nas pernas daquela miragem. A menina fica sem entender nada e dá um sorriso meia desconfiada, mas ele a solta e desaparece no meio da multidão, reaparecendo de novo junto aos seus amigos.


Ele olha para ela, que estava olhando para ela também e como um amor à primeira vista eles se paqueram a distância.

No momento em que um dos organizadores anunciava.

_ Agora!! Eles!!  a “Equipe Master”. Formada por Dib, Leco, Ed jr, Ale e Juca, vão cantar para vocês.

Eles sobem no palco, fazendo beat box, deixando o público muito agitado e começam a cantar, o Lú sobe com eles segurando algumas latas de sprays, ele fica de figurino pintando o grafite com spray no fundo, o cheiro do aerosol toma conta do ambiente se espalhando no ar.

O ED jr começa errado, em vez de cantar a música deles, canta um pedaço da música dos Racionais Mcs, que onde o começo era muito parecido, mas como ninguém percebe, ele muda a letra e continua cantando a música certa, sem que ninguém perceba. A letra da música que era assim:

 

Então, o mundo é bem assim

Continua desse jeito e vai ser até o fim

 

Nos escute agora, pois não somos marginais

O mundo não é ruim ele é apenas desigual

 

Porque tantos políticos as nossas custas se enriquecem

Ignoram as promessas e dos pobres se esquecem

 

Ninguém se importa com o que está acontecendo

Crianças doentes já nascendo e morrendo

 

E quando tentam vencer sem precisar nada roubar

Tomam suas ideias só para com todos liquidar

 

Te empurram de todos os lados só para te destruir

A alegria dos ricos é ver um pobre cair

 

Há tantos pobres caindo, que não consigo contar

Para ver tanta miséria é só preciso olhar

 

O verdadeiro cego é aquele que não quer ver

Não enxergam os problemas só querem se esconder

 

De todos os modos tentamos vencer

Pois neste mundo nojento nossos filhos vão viver

 

O QUE É TUDO ISSO É A CONSEQUÊNCIA

O VERDADEIRO RESULTADO DESTA INOCÊNCIA (2X)

 

A política é uma merda e não democracia

A política engana o povo e o pobre nem desconfia

 

Pôr isso que todos pobres nunca tiveram estudos

Pois sem dinheiro para nada eles tentam de tudo

 

Nada se move se a mão não molhar

E ódio determina num simples

 

O suborno existe e nada fazemos

Se assim não quisermos então nada teremos

 

Pobres mais pobres, ricos mais ricos

Ricos na boa e pobre correndo riscos

 

Risco de vidas até mortes ocorrem

Fugindo que nem água, quando entre os dedos se escorrem

 

Os piores trabalhos para eles concedidos

Pois precisam comer então encaram decididos

 

Continuam sofrendo com um baixo salário

E ainda mentem a todos contando tudo ao contrário

 

O QUE É TUDO ISSO É A CONSEQUÊNCIA

O VERDADEIRO RESULTADO DESTA INOCÊNCIA (2X)

 

Negros sobrevivem suportando racismo

E enganam a todos mostrando tanto cinismo

 

Qual a diferença entre um negro e um branco

Nos diga a verdade só é preciso ser franco

 

O País se mostra em tudo que estamos contando

A verdade está dita aos poucos se revelando

 

Pobres assaltam pôr pura precisão

Enquanto os ricos estão roubando apenas por ambição

 

Para a maioria dos pobres a preferência é se calar

Então dão as costas e ficam sem se informar

 

Num buraco sem fundo nós nos encontramos

Caindo desesperados e nada nos aparando

 

E o governo só pensa em privatização

Pois um povo desenformado não há reclamação

 

Reclamação de direitos jamais exigidos

Pois os poucos que tentaram nunca foram ouvidos

 

Então, então, então, se prestar atenção

Vera que os ricos estão na boa e o pobre fica na mão

 

Então, então, então. Hé

 

E cada um canta a sua parte. As pessoas aplaudem muito.


O Dib interrompe os aplausos com um protesto e diz.

· Essa música é para aquelas pessoas, que só reclamam e não fazem nada para melhorar.

As pessoas refletem sobre aquilo e se calam por uns instantes e aplaudem novamente.

Eles respiram um pouco, descansam dois minutos, o Lu entrega uma lata de spray para cada um, que vão pintando e se revezando, quando começam a cantar a Segunda música, que contava a história de como eles haviam resolvido começar grafitar, os seus sentimentos, de como eles sentiam ao fazer aquela arte e a sua expressão. 

 

O Dib dá um passo à frente e começa com a primeira frase da música, que era assim:

 

Vou contar uma história

De tristeza e glória

De uma equipe boa

Que não nasceu atoa

 

Nasceu de uma ideia de se juntar

E os muros da cidade resolveram grafitar

 

Grafite é uma forma de se liberar

De expressar a arte e de protestar

Se fazemos grafite para aliviar a dor

Não fazemos por esporte, fazemos por amor

 

Sempre que poder vamos grafitar.

Para viver aprender e a ensinar

Somos bastante em comum, com os mesmo ideal

De que com os amigos sempre ser leal

 

Se o grafite retrata nosso estilo de arte

Vamos grafitar por toda parte

Grafitando estamos nos divertindo

Pois os muros da cidade estamos colorindo

 

Se a nossa música é boa ou não

Mas na nossa letra mora a razão

Se tudo que dizermos nem sempre é certo

Se não acertarmos pode crer chega perto

 

Contar a verdade pode ser perigoso

Se o indivíduo escuta na certa é doloroso

 

O RAP vive por falar a verdade

Não importa o que falar

Sem que tenha intimidade, idade ou igualdade

Se o que mostrar a você agradar

 

Não precisa contar na certa vai se virar

Mostrando a todos que o destino ninguém

O que, que tem arriscar

sempre vivemos com pouca grana

 

nada que fizer vai nos intimidar

não adianta dizer nem querer apavorar

acreditamos em Deus e isto vai nos assegurar

 

grafitamos os muros para não entrar no em esquecimento

para mostrar a todos que nós temos talento

 

ensinar, aprender, viver ou morrer

o que importa nesta vida

é você crescer de corpo, mente e espiritual

espero que todos também pensem igual

 

para todos que quiserem seguir o movimento

se critica nosso estilo

não ligamos, por lamento.

 

 

E se eu não canto alto ninguém escuta

O swing de boca eu deixo com o ED Junior!!!!

 


O D.J parou a batida junto com eles, fazendo uma parada brusca, sem deixar ninguém entender nada. Por alguns segundos se faz um silêncio e na sequência vem a euforia, muitos aplausos e assobios.

Eles descem do palco, para que os próximos candidatos se apresentassem, sobre flashes e elogios.

Dib desce do palco e vai direto ao encontro da loirinha, que também esperava por ele.

Ele chega perto dela, dá a mão para ajudar ela descer do banco e vão para um canto, um pouco mais sossegado para conversarem.

· Qual o seu nome? (pergunta o Dib).

· Leila. (responde ela e perguntando o dele).

· E o seu?

· É Mauro, mas todo mundo me conhece por Dib. (responde ele)

· Desculpa, mas eu não vou poder ficar muito tempo aqui conversando com você, eu tenho que chegar em casa antes das 10:30 horas.

· Tudo bem se eu te acompanhar até a sua casa, só me deixa-me avisar os meus colegas, que vou com você até a sua casa e volto depois para saber o resultado do concurso.

Ele vai até o Leco explica para ele o que iria fazer e volta.

· Pronto já podemos ir.

Eles vão andando e conversando.

E ela explica para ele, que o pai dela era muito bravo e que ele não poderia ir até a frente da casa dela, por que se o pai dela visse ele com ela iria ficar muito bravo com ela, e pede para que ele a deixe na esquina.

Dib conta para ela como era a vida dele junto dos amigos dele.

Ela observava cada palavra que ele dizia.

Ela fala da vida dela para ele também.

No caminho eles sentem um cheiro de flores - Que cheiro gostoso? – Que cheiro é esse? - É Dama da Noite. (responde ela)

- E gostoso, mas também lembra o cheiro da morte. (diz ele)

· Credo!! -Não diz isso!  - Por que? você tem medo da morte? (pergunta ele).

- Não. (responde ela). - Mas não gosto de brincar com isso.

· Eu penso assim, quanto mais medo se tem da morte, menos se vive, por ter medo de se arriscar e de morrer, fazendo isso você se priva de muitas coisas que gostaria de fazer, ou até que deveria experimentar, para poder viver com mais emoção ou melhor.

· Isso tem sentido, mas o medo nos alerta de coisas que não são seguras para nós, que algo errado pode acontecer, o medo é um aviso disso.

· Isso também está certo, mas não tem sensação melhor, do que superar o medo, depois que se supera o medo, fica até engraçado essa situação, e muitas vezes a gente quer sentir de novo esse medo, que foi a causadora do nosso alerta.

Eles chegam na esquina da casa dela.

Ela estava vestida com uma jardineira cor de rosa, com uma blusa branca por baixo. E sem perder muito tempo ele a puxa pelas alças da jardineira para mais próximo dele, e dá um beijo nela, ela corresponde o beijo e depois diz.

· você não devia ter feito isso.

· Agora eu tenho que entrar, pois já vai dar 10:30 horas.

· Tchau...


Antes de ela terminar de se despedir, Dib dá outro beijo nela e a solta, ele vira a esquina, e sobe 20 metros pela rua até o portão de uma casa, que estava com a luz da frente acesa, ela abre o portão e olha para traz e avista o Dib a observando de longe.

Antes de entrar ela dá um tchauzinho de longe do portão e entra.

Na volta ele sente o mesmo cheiro da flor da morte novamente, dá uma suspirada forte naquela flagrância, cheira a as suas mãos e diz. - Esse cheiro é muito parecido com o perfume dela, esse cheiro vai ser a lembrança desse encontro, toda vez que eu sentir esse cheiro, irei lembrar dela.

Dib volta para o festival meio desnorteado, com o gosto dela na boca e o perfume dela em suas mãos.

Ele chega bem em tempo de ver a última banda se apresentar e começar a premiação.

Só os seis melhores seriam premiados e o coordenador fala o nome do 6-º colocado.

Era a banda do Má e do ED jr.

O 5-º colocado foi uma Banda Punk. O quarto colocado foi a banda de Rock a Billi, que se apresentou primeiro.

Eles já estavam na expectativa, quando o coordenador anunciou.

_ 3-º colocado, Equipe Master. Eles ficaram arrasados.

· 2º- colocado, o outro grupo de RAP.

· Por que eles ganharam da gente? (perguntou o Ale para o ED).

· Porque eles tinham dançarinos e dançarinas e coreografia, e isso contava pontos. (explica o ED)

· Eu não sabia disso, se eu soubesse chamaria uns camaradas que dançam Break, para dançarem com a gente.

· E o primeiro lugar!! - O número 1!! -  São. - São elas! - As meninas do sertanejo...

Eles dão risadas daquela situação engraçada, onde nenhuma banda ganhou e quem ganhou foram duas menininhas, caracterizadas com roupas country cantando uma música sertaneja, que dizia assim:

 

Mataram o meu carneiro,

Cortaram os quatro pé,

Não quero saber de nada,

 Eu quero o meu carneiro em pé. 

 

Eles dão risada, meio que não acreditando. 

· Nós não treinamos direito, por isso que perdemos. (fala o Leco)

· É verdade não treinamos. (confirma o Juca).

· Vai pega logo essas medalhas de terceiro colocado e vamos sair daqui, vamos comer pizza, para esquecer um pouco disso, pelo menos nós participamos. (fala o Dib).

O ED jr vai buscar as medalhas, enquanto o resto espera em um canto, até ele voltar.

Ele pega as medalhas com o coordenador e faz desfeita das medalhas e volta.

· Vamos lá comer pizza que eu estou com fome.

Eles andam até uma pizzaria, onde só vendia pizzas para viagem e no caminho todos estão muito calados pensando no que tinha acontecido.



Chegando na pizzaria eles pedem três pizzas e dois refrigerantes de dois litros, andam até uma esquina, onde havia um degrau de uma loja que estava fechada, onde eles sempre sentavam ali para comer, eles se acomodam e detonam as pizzas, um comendo mais rápido que o outro, para poder comer mais pedaços, por que três pizzas era pouco para eles.

Depois de devorarem as pizzas eles pegavam os discos de papelão e jogavam como discos em direção à avenida, para o auto fazendo muita bagunça, deixando uma sujeira e fazendo com que eles se distraíssem um pouco com o que havia acontecido, até que o Leco fala.

· Nós não levamos jeito para cantar não.

Por que? só porque perdemos? - Era só praticar um pouco mais. (retruca o Dib)

  

 

· O ED jr começou errado (fala o Ale)

· A culpa foi minha agora? (se defende o ED)

· Vocês não tinham coreografia, como o outro grupo tinha, por isso perderam. (fala o Lu)

· E o Dib atravessava a parte de todo mundo, tinha hora que não dava para entender o que vocês estavam cantando. (fala o Tuco)

· Os equipamentos estavam maus equalizados e era muito ruído. (fala o ED)

Eles voltavam para a rua e continuavam a discutir o que tinha acontecido.

O Dib e o Leco ficavam um pouco para trás para conversarem de outra coisa.

· Você viu aquela mina que eu fui leva-la embora, que brota, parecia a Vera Fisher, com aqueles olhos azuis.

O Leco ri e diz.

· Vera Fisher? Só se for depois dá gripe. (E dá uma gargalhada)

Vai ela era bonita sim, não era? (fala o Dib) 

- Era a coisa mais linda.  (fala o Alex rindo e tirando um sarro dele)

· Não deu para ver direito estava um pouco longe e escuro, mas parecia bonita, e aí ficou com ela?

· Fiquei, dei só dois beijinhos nela, ela tinha que entrar cedo para casa, por que parece que o pai dela é muito bravo e não gosta que ela fica até tarde na rua, ele acha que isso, não é coisa de menina de família, ficar até tarde na rua como uma mulher da vida. 

Eles estavam chegando na Viela que dava acesso a rua dos Master e se deparam com vários carros de polícia, uma ambulância e um apossa de sangue na saída da viela, sem entender nada eles procuram por informação e avistam dentro do caro de polícia o Alemão e o João irmão do Del, que eram amigos deles e do outro lado da rua, na calçada do predinho estava o Carlinhos, o Dib vai na direção dele e pergunta o que tinha acontecido.

O Carlinhos o cumprimenta e explica o que aconteceu.

- Lembra do Tonho? – Sim aquele safado que me tomou aquela bicicleta Tigrão, (bicicleta tigrão era uma bicicleta que parecia com uma moto Chopper) que achamos quando éramos crianças, estava quebrada dentro daquela casinha de madeira que vendia doces e que agora está abandonada, ela ficava aqui na saída da Viela, eu o Gel e o Edu, achamos a bicicleta quebrada no meio e pensamos, vamos levar para soldar no Saulo e chegando lá como Safado estava trabalhando lá, nós colocou medo, dizendo que ele conhecia o dono daquela bicicleta e se nós não devolvêssemos, o dono iria nos matar, porque era roubada e o cara era muito perigoso,  ai nós ficamos com medo e deixamos a bicicleta com ele,  o safado soldou a bicicleta e ficou para ele, mas o que tem ele?

- Então esse cara é muito safado mesmo, está vendo aquele home conversando com os Policiais? – Sim, o que tem?

- Então, o Tonho estava assaltando aquele homem na Viela e este Homem começou a gritar por socorro, o João, o Del e o Alemão, correram para ajudar e quando eles chegaram aqui e viram que era o Tonho, como eles se conheciam, só perguntaram para ele o que estava acontecendo?

- Nesse exato momento, aquele outro cara de bigode e que está usando uma Pochete ali no canto, ele é um policial e está à paisana, porque estava voltando para casa e foi quando ele também escutou os gritos de Socorro e  entrou do outro lado da viela para ver o que estava acontecendo, o Tonho apontou uma arma de brinquedo para o cara e foi aí que esse policial atirou e acertou a perna do Del, o Del caiu no chão gritando de dor e João vendo o irmão caído sangrando, tentou ajuda-lo, porque o Tonho saiu correndo, deixando todos ali naquela  situação, o policial que estava à paisana abordou o João e o Alemão, mandando que eles ficassem com as mãos na parede, enquanto revistava eles e o Del no chão, o João tentava se explicar que não tinha nada a ver com a tentativa de assalto , mas a vítima, dizia que eles estavam junto com o Tonho  e sendo assim: Agora estamos aqui nessa situação que você está vendo. – Ah! Tem mais um detalhe, os caras correram porque acharam que era um de vocês, apareceu um cara armado procurando por vocês e eles acharam que era esse cara na viela.

O Tuco pergunta para ele. –Por acaso esse cara não era o Gentil? O Carlinho faz que sim com a cabeça e exclama - Eu sabia que conhecia aquele cara de algum lugar!



Chegando na rua dos Master aparece o Edinho, todo assustado estava branco de medo, correndo na direção deles.

· O que foi Edinho? (pergunta o Lu)

O cara que vocês atacaram pedras na oficina dele hoje cedo, ele veio aqui ele e mais um outro cara, veio aqui atrás de vocês e principalmente do Dib. Perguntou para mim se eu sabia onde vocês estavam? Eu falei que não sabia. Então ele sacou de um revólver engatilhou e colocou na minha cabeça, dizendo que eu estava mentindo e que iria me matar ali mesmo, se eu não falasse a verdade e depois mandou que eu me levantasse-se e corre-se, então ele deu dois tiros para o alto, e só parei de correr agora que encontrei vocês.

· Cuzão, vamos atrás dele. (fala o Dib)

· Ele está armado agora, um outro dia que ele estiver vacilando, nós o pegamos. (fala o Leco)

· Hoje não é bom ficarmos vacilando por aqui, depois que aconteceu lá na Viela com os caras, acho melhor irmos para outro lugar ou cada um para as suas casas. (fala o Tuco)

E eles resolvem cada um ir para a sua própria casa. Como o Dib corria mais risco, o Tuco, Juca e o Leco o acompanham até a sua casa.

Chegando perto da casa do Dib eles verificam da esquina, se não havia ninguém esperando por ele.

· Não tem ninguém te esperando. (fala o Juca)

- Falou então, valeu, tenho que ir dormir amanhã é Segunda-feira e tenho que trabalhar.

Ele se despede dos amigos e entra para a sua casa que estava toda apagada, e vai em direção da escada para acender a luz, para subir para o quarto.

Quando ele acende a luz, toma um susto. Tinha um vulto sentado no sofá.

Era o seu primo, que tinha voltado e pergunta para ele.

· Ainda está com raiva de mim?

- Estou, por que não deveria de estar?

· Desculpe-me, não vendi o seu tênis ele está emprestado para um amigo meu, e eu esqueci de pegar, amanhã eu vou pega-lo.

Era mentira, o primo dele sempre tinha uma desculpa para contar, mas a verdade era que o tênis já tinha virado pó.

O Dib se enche da ladainha do primo e sobe para o quarto.

· Eu tenho que ir dormir amanhã vou ir trabalhar cedo, não sou como você, que dorme o dia inteiro e se droga a noite, tenho que dormir a noite e trabalhar de dia.

O primo dele escuta aquilo e não gosta muito o que ouvirá e se segura para não retrucar, pois ele sabia o quanto o Dib estava chateado com ele e se levanta e vai em direção a cozinha, pega uma garrafa de pinga, mistura em um copo com limão e continua sentado no sofá no escuro, como um louco, quer dizer louco ele é, ficou assim devido as drogas.

 

 

O Dib tira o tênis e para que o seu primo não o roube, esconde embaixo da cama e faz o mesmo com a calça e a camisa e se deita.

Seu pai já estava dormindo e como sempre com o rádio ligado, se desligar ele acorda, então como o Dib já estava acostumado a dormir com o barulho do rádio, não se incomodava mais e se deita, deixando o rádio ligado. Nesta mesma hora o locutor da rádio, anuncia o nome dos Master e presta atenção no que estava falando o locutor.

· “A Prefeitura de São Paulo está apoiando ex. pichadores, que agora se dizem grafiteiros, para colorirem os túneis da cidade. Como é o caso da Equipe Master de grafite, que estão participando deste projeto, que se chama “grafite arte legal” e que tem o patrocínio da Coca-Cola e das tintas ColorGIN Sprays” Os integrantes desta equipe, como informou um dos integrantes entrevistado de codinome (LU), informou que eles também vários outros projetos, como grafitar uma caixa d’água, prédios e trens da rede Da CPTM”.

Ouvindo aquilo o Dib se alegra e pergunta para o pai se ele tinha ouvido também, mas o pai dele já estava no quinto sono e fala meio dormindo.

- De médico e louco todo mundo tem um pouco. Resmunga o pai dele.

- Putz! Até sonhando-os sita ditados populares.

Ele se deita novamente, reza e nesta noite não demorara muito para adormecer, como na noite passada, por que ele já tinha um novo amor em seu coração em quem podia pensar e sonhar com ela. Ele cheira a sua mão que mesmo depois de ter comido pizza e tudo mais o cheiro dela ainda inalava e o perfume dela ainda predominava em suas mãos, e pensando nela ele adormece.

Acorda com a sua avó o chamando.

· Levanta menino são 06:15 Horas, você tem que ir trabalhar, quem cedo madruga Deus ajuda.

Ele se levanta numa preguiça só, se troca e desce para tomar uma caneca de café com leite quentinho, que sua avó preparava todo dia para ele, toma o leite e dá um beijo na avó e sai para o ponto de ônibus as 07:00. O ônibus passava as 07:05.

Chegando o ônibus lotado como sempre, mas o seu lugar estava garantido no fundo do ônibus pelos seus companheiros de ônibus. O Dudinha e o Parika, Palmeirinha, a tia que só ri, ela não dizia uma palavra, só sabe dar risada e o Dininho, que trazia um jornal na mão, era a Folha da Tarde, onde na capa estava a foto dos Master na primeira página, com a inscrição em negrito “Prefeitura de São Paulo estimula ex. pichadores”

E todo o cumprimentam.

· Parabéns, agora nós temos um amigo famoso. (diz o Dininho).

Ele pede para ver o jornal e lê o que a repórter havia escrito e narrado da forma dela e comenta.

· Ficou boa a reportagem e as fotos também.

O pessoal pergunta como foi, que eles foram entrevistados, quando, porque?

O que tinha acontecido e foi assim a viagem toda cheia de questionamentos, até a praça Princesa Isabel, onde ele o Parika e o Dudas, descem pela porta de trás do ônibus sem pagarem a passagem.


Dibinha e Dib.

O Parika e o Dudas pegam os seus caminhos opostos do Dib, que corta caminho por dentro da praça Princesa Isabel, por onde ele gostava de passar para ficar apreciando aquela grande obra da estátua do Duque de Caxias e pensa.

· Victor Brecheret, o mesmo que fez o monumento as Bandeiras, este artista era muito bom, olha que perfeição...

Seu pensamento é interrompido pela visão que estava a sua frente, que não era nada perfeita como era a estátua. Ele vê mendigos, todos ali dormindo nas gramas e nos bancos da praça, tinha famílias inteiras ali, vivendo naquela situação e se comove e se choca, pensando no que ele poderia fazer para ajudar aquelas pessoas.

_-Mas a culpa é do governo.

Nesta mesma hora bate uma inspiração, para uma letra de RAP, ele recita e decora para mais tarde passar par o papel, para não esquecer, e vai cantando pelo caminho. 

 

 

Ei vocês do poder

O que estão fazendo que não olham, para essa gente

Pessoas decentes que se tornam indigentes

Mas a culpa é deles mesmos

Que os elegem a presidente.

 

E vai cantarolando até a entrada da Folha onde ele trabalhava como Office Boy, na entrada ele encontra ali o seu pai que também trabalhava no mesmo lugar como faxineiro, varrendo a calçada de entrada.

· Bom dia pai. (ele o cumprimenta dando lhe um beijo no rosto)

· Bom dia filho, já estou com duas horas de serviço, enquanto você está chegando agora, um dia da caça outro do caçador, que horas são? Que horas são? Nove horas em ponto, vai dar Burro na cabeça, deixa eu anotar esse número.

Ele ri balança a cabeça e responde.

- Ah pai! Mas você vai embora para casa mais cedo também e boa sorte na sua fezinha, tomara que o Sr. Ganhe hoje.

E vai entrando para o serviço, cumprimenta o segurança e pega o elevador até o sexto andar, dentro do elevador ele se depara como Mauricio de Souza e fica em choque, querendo conversar e tomara falar que ele desenhava também e que gostaria de trabalhar para ele, que adorava o trabalho dele, nem bom dia conseguia dizer direito, ele olhava o desenhista, que estava todo vestido de branco, ele era baixinho, Dib olhava e disfarçava, até o elevador chegar no seu andar, ele desce e não diz nada, as portas se fecham e ele perde a oportunidade, ele vai até a chapeira e bate o seu cartão de ponto, espera mais uns minutos para começa a trabalhar.

Quando o pessoal do escritório chega e pega o jornal, para ler, e ver a foto dele ali na primeira página, fazem algumas brincadeiras.

· Pensei que ladrão só saia no Noticias Populares.

· Que quadrilha de assaltantes de bancos, você faz parte?

Outros o elogiam e foi assim até as 09:00 horas, horário esse que ele tinha que ir fazer um serviço de rua.

Enquanto ele vai saindo do prédio, o pessoal de outros andares ia dizendo.

-Saiu no jornal hein. - Te vi no jornal.

- Quem você matou?

Já na rua, ele vai andando em direção à rua XV de Novembro, no caminho na avenida Rio Branco, ele para em frente uma banca de jornal, onde ali haviam vários jornais expostos, e discos para vender, havia um disco dos Racionais na vitrine, ele olha os jornais para venda e observa a foto dele junto com os seus cincos amigos na primeira página do jornal e pensa.

· É conseguimos e daqui para frente qual será o nosso objetivo, protestar, chamar mais a atenção.

E vai pensando até o banco, chegando no banco ele vai até o departamento de cobrança e entrega o serviço para o funcionário do banco e fica ali esperando ficar pronto.

Enquanto esperava ele pega umas folhas que havia ali no balcão, puxa a caneta pela cordinha onde estava amarrada a mesma e começa a esboçar algumas ideais, para mais tarde poder mostrar para os seus amigos e ver o que eles achavam das ideais, se haviam ficados boas ou não, mesmo as que ficavam ruins eles guardavam, para um dia melhorar e poder usar. Por que uma ideia é sempre uma inspiração, e toda ideia deve ser ouvida, por que sem ideais, não se tem um início e perde a inspiração. 


Como desenhar fazia a hora passar rápido.

Ele nem percebe que o funcionário estava chegando perto dele e se assusta.

_- Puxa que susto! - já está pronto? Que rápido.

- Rápido nada, demorou quase duas horas. (diz o funcionário do banco)

Dib olha no relógio e diz.

· Caramba! Nem percebi a hora passar, fiquei aqui tão entretido nos desenhos, que nem percebi a hora passar.

Dib olha para os desenhos e percebe que acabou com todas as folhas de rascunhos e dá uma risadinha sem graça, pega o resultado coloca no bolço e sai para fazer mais uma hora na cidade, para não ter que voltar cedo para o escritório.

E fica enrolando nas galerias do centro, para ver se tinha alguma novidade, ou só para matar o tempo mesmo, ou encontrar alguns conhecidos que trabalhavam pôr ali.

Neste dia ele compra um boné e dá uma passada pela Praça Marconi, onde os pichadores se reuniam na hora do almoço. Ele não estava mais pichando, mas ainda conhecia muita gente que pichava ainda e passava por lá, só para rever os amigos e especialmente nesse dia que havia saído no jornal, para eles isto era a glória.

Chegando na praça ele encontra um amigo e camarada, que pichava Chefe, o cumprimenta e comenta se ele tinha visto o jornal do dia?

Neste mesmo dia havia uns caras estranhos e diferente no pico, que ele desconhecia.

Um dos sujeitos o encara e vêm caminhando em sua direção, e diz.

· E aí? E este boné aí? Têm jeito? (insinua o indivíduo, que queria o boné do Dib.)

· Não tem jeito não, por que vai encarar. (responde o Dib)

· O que! Você duvida que eu te tome este boné é?

· Eu não duvido de ninguém e também não subestimo ninguém, você nunca sabe com quem está mexendo né?


O sujeito olha bem nos olhos do Dib, que também o encara e percebe que ele não era otário e que não estava falando com qualquer mané e que o Dib estava pronto para brigar pelo boné, fica um instante pensativo e muda de assunto.

· O que você picha?

· Eu pichava Dib, hoje só faço grafite.

· Grafiteiro é ... de que turma você é?

· Eu sou da Master.

O indivíduo ouvindo aquilo arregala os olhos, corre para pegar um jornal que estava na mão de outros pichadores, volta, e compara o Dib com a foto do jornal. 

 

 

· É você mesmo!! O me desculpe por àquela hora eu não te reconheci.

· Tudo bem, deixa pra lá, tenho que voltar para o serviço e não posso voltar todo sujo, por ter brigado e rolado com alguém na rua. (eles dão risada).

Os Pichadores estavam combinando de pichar o prédio Terraço Itália, o Dib se envolve na conversa e o pichador que estava organizando, vira para ele e diz. – E aí o que você pixa? - Eu pichava Dib, agora só estou no grafite. Responde o Dib e pergunta.

- E você o que você pixa?

- Eu picho Tchentcho. Responde ele e brinca.

- Foram vocês que fizeram aquele grafite do Mago na praça da Bandeira.

- Sim fomos nós, nós também fizemos aquele Super Homem que está dentro daquele Fliperama.

- Qual fliperama, aquele que está dentro da Galeria Metropolitana? Pergunta o Tchentcho.

- Isso. Responde o Dib.

- E vocês não assinam o grafite de vocês, eu ia fazer um estêncil escrito Tchentcho e fazer embaixo do grafite de vocês, como se eu que tivesse feito.

O Dib brinca com ele, perguntando se ele não queria apanhar? Eles dão risada no momento que um outro pichador pede para que ele assinasse a sua agenda, outros pichadores também pedem para que ele assine as agendas deles.

Ele assina, uma por uma e vai saindo, porque já estava se atrasando para voltar para o serviço.

- Putz! Ainda preciso comprar o tecido de flanela para a mãe do Juca fazer nossas camisa, acho que dá tempo,

Ele para em uma loja de tecido e pede tecido e flanela xadrez para poder fazer Seis Camisas de manga comprida.

- Acredito que se você levar sete metros, dá e vai sobrar um pequeno pedaço. Fala a moça da loja

- Ok, mas eu preciso daquela flanela bem grossa, é para fazer seis camisões compridos, não pode ficar curto.

- Nesse caso leva oito metros, por segurança. Fala a balconista.

- Ok, quanto fica o preço? Pergunta ele.

- Fica Dez mil Cruzados.

Ele coloca a mão no bolso e tira uma nota de 10.000 cruzados, ele olha a imagem do Carlos chagas e entrega para a moça, que responde.

- Só um minuto moço, só vou cortar o tecido para você.

A moça demora para medir e cortar, ele já estava muito atrasado, e vai ficando nervoso e diz.

- Moça você pode ir mais rápido, estou atrasado.

Ela balança a cabeça e diz.

- Pronto, você não quer que embrulhe?

- Sim por favor, você pode amarar com dois fitilhos para que eu possa carregar como uma mochila na costa, por favor.

A moça faz o que ele pediu, ele pega o pacote coloca nas costas como se fosse um amochila, agradece e corre em direção ao serviço.

Ele chega um pouco mais tarde do que o de costume e sua chefe o olha com uma cara torcida, de quem comeu e não gostou, mas não diz nada, só olha para o relógio.

Ele se senta na sua mesa e finge que estava trabalhando, não estava nem um pouco com vontade de trabalhar naquele dia, as horas não demoram muito a passar e dá o horário de saída, como um louco ele bate o seu cartão de ponto e se manda para o ponto de ônibus, acompanhado pela a sua amiga Beth.(uma grande amiga de serviço) e eles vão conversando até o ponto de ônibus, onde o ônibus dela passa primeiro para a Freguesia do Ó, eles se despedem e o Dib fica esperando o seu ônibus que não demora muito a passar, mas vinha lotado, com gente pendurada na porta, ele dá sinal mas o motorista não para e passa direto, parando só no semáforo vermelho, ele corre até o ônibus ajeita o seu pacote que estava na sua costa e se pendura na porta também, com um pé no degrau da escada do ônibus e o outro pé no para choque, se segurando na janela. Isso para ele, era uma diversão, era melhor do que ficar lá dentro todo apertado e sufocado, respirando aquele ar poluído, já na porta não, tinha o vento batendo na cara, como se estivesse em uma moto, e também tinha a emoção do perigo.


O ônibus para no próximo ponto, para descer algumas pessoas, pois para entrar não cabia mais ninguém, mas havia três pessoas querendo subir assim mesmo, pendurados, duas mulheres e o Dondo um amigo do Dib.

Eles pedem para que pessoal se apertarem um pouco mais, para que as duas mulheres conseguissem subir, com um pouco mais de segurança, ficando no segundo degrau da escada do ônibus, enquanto o Dib permanecia da mesma forma que estava e o seu amigo no último degrau se segurando na janela do outro lado e vão embora.

O ônibus esvazia-se um pouco e o motorista pede para que eles entrassem, para ele poder fechar a porta.

O Dib e o Dondo, não sobem e não deixam que o motorista fechar a porta, mais dois sujeitos maus encarados descem e ficam segurando a porta também. O motorista tenta fechar, acionando o ar comprimido da porta, mas era em vão, os quatros seguravam fácil e não deixava que ela se fechasse.

O motorista ameaçava dizendo, que iria parar no posto policial, os dois sujeitos maus encarados ouvindo isso sobem e deixam só o Dib e o Dondo segurando a porta.

O motorista arranca e para no posto policial.

Ele entra no posto policial, para chamar alguns policiais que estavam ali, nisso eles soltam a porta e se misturam com outros passageiros, pagam a passagem e vão para frente disfarçando, como se não fosse com eles. O motorista volta com quatro policiais e aponta para o Dib e o Dondo. Dois policiais sobem para o ônibus, vão até onde estavam os dois e pede para que eles desçam.

Eles descem e o motorista tenta agredir o Dib, que se defende e dá uma pesada no motorista, fazendo com que ele fica-se na dele, os guardas separam os dois.

Dois guardas seguram o Dib e o Dondo e manda o motorista ir embora que os passageiros já estavam reclamando. O ônibus vai embora e o guarda os manda entrarem na delegacia, que eles iriam tomar um chá de banco, só um pouco.

 

Um dos policiais se aproxima do Dib e pergunta o que você tem nesse pacote?

- É tecido. Responde ele.

O policial faz um furo no papel e confere se ele estava falando a verdade.

- OK, veja o que eu tenho na minha mão. O policial pede para que ele cheira-se o que ele tinha na mão.

O Dib empurra a mão dele e diz.

· Você acha que eu sou trouxa, isso daí e gás lacrimogênio.

O policial se enfeza e dá com a lata na cabeça do Dib e diz.

· Você é muito folgado, acho que vou te por lá dentro junto com os presos, para acabar com a sua folga, o que você acha?

- Eu não acho nada, me coloca lá, que o meu pai me tira e coloca você lá dentro.

- Quem é o seu pai? algum doutorzinho.

- Vai mexendo que você vai ver, quem é ele.

O policial fica meio cabreiro, para com a brincadeira e entra em uma sala e volta minutos depois e pergunta novamente.

- Quem é o seu pai? o que ele faz?

E o Dib responde dando risada.

- Ele é faxineiro na Folha de São Paulo. Ele diz isso mostrando o seu crachá.

O policial pega o crachá e lê: - Folha de São Paulo.

O que era verdade, mas deixa o guarda confuso, pensando que o pai dele poderia ser algum repórter importante.

O guarda fica preocupado achando que o pai dele era algum reporte ou algo assim e meio desnorteado diz.

· Tá! Vocês estão liberados podem ir embora, mas me diz quem é o seu pai ou o que ele faz?

- Já te disse ele é faxineiro mesmo.

O policial meio desconfiado, olha para ele e diz.

- Vai! Sai logo daqui.

O Dib e Dondo vão dando risada até o ponto de ônibus e comentam.

- Você viu a cara dele, quando eu disse que meu pai era faxineiro?

E dão risadas até passar outro ônibus.

Outro ônibus chega e eles sobem nele, onde encontram mais alguns amigos e comentam o que tinha acabado de acontecer.

O cobrador desse outro ônibus era amigo dele que o reconhece e grita.

- E viadinho veio! Grita o cobrador fazendo uma joia com a mão.

- Fala viadinho Veio. Respondendo fazendo um sinal de joia com a mão.

O pessoal dá dando risada, e vão zuando um ao outro até chegar no ponto onde riria descer e ele grita.

- Libera aí Viadinho veio.

O cobrador bate uma moeda no ferro, como um código para que o motorista abrisse a porta para ele e grita.

- Falou viadinho veio.

 O Dib faz um sinal de joia para o cobrador agradecendo, desce por trás sem pagar a condução.

E ele corre para casa, por que já estava atrasado para ir para a escola, chega em casa toma banho e se troca, janta correndo e corre para a escola cortando caminho pela vielinha.

Na entrada da escola estavam o Tuco e o Leco. Ele os cumprimenta.

E o Tuco o avisa que tinham pichado em cima do grafite do Túnel da Av. Paulista.

· O que pixaram por cima do grafite? E quem foi?

· Foi um tal de Testa. (Responde o Leco).

· Sexta-feira, nós vamos lá no pico da Lapa buscar ele e quem estiver com ele, oh!eu comprei o tecido para a gente fazer os camisões de flanela, segura aí, entrega lá para a mãe do Juca fazer para a gente as camisas.

O Tuco e o Leco olham a estampa do tecido.

- Loco, era essa cor mesmo que falei, da hora. Fala o Tuco

- É esse mesmo, deixa que eu entrego lá para a mãe do Juca.

- Que bom que vocês gostaram, deixa eu entrar antes que eles fecham os portões. Diz ele entrando para a escola, porque a inspetora já estava fechando o portão.

Entrando na escola a primeira pessoa que ele encontra é a Kátia.

· Preciso falar com você. (diz o Dib para ela)

· Pode falar. (diz ela)

· O que você quer de mim? (pergunta ele)

· De você nada. (responde ela)

· Então você quer ficar neste chove e não molha? E é logico que você não vai largar do seu namorado rico, para ficar com um pé rapado de chinelo como eu. Vai?  Você toma uma decisão logo, ou você deixa o seu namorado e fica comigo, ou me deixa de uma vez por toda!

Ela sai andando e dá a costa para ele.

- Se você não voltar aqui eu vou entender que a sua resposta é o outro.

Ela continua andando.

· Então acabou, me esquece. (ele pensa) - Eu cumpro o que falo.

E vai para a sala de aula.

O pessoal da sala de aula comenta.

· Eu te vi no jornal hoje. Você e o ED jr. (Fala o Reinaldo)

Uma menina trouxe o jornal e mostra para a turma toda.

O professor entra na sala de aula e todos se sentam, logo atrás chega o ED jr e pergunta.

· Viu o jornal hoje Dib?

· Vi. Mostra para ele Cidinha.

O professor pede para ver o jornal também, ele olha e pergunta.

· São vocês dois aqui? - Somos sim. (responde o Dib)

· Vocês mataram alguém ou assaltaram algum banco? com essas caras de maus elementos, é o que parece.

A sala toda ri.

· Não professor, nós somos grafiteiros e estamos participando de um projeto da Prefeitura.

 

 

· Ah é, legal, então vamos iniciar os nossos projetos de aula de hoje.

O professor inicia a aula e todos prestam atenção na aula.

O Dib gesticula para o ED jr, que queria falar com o ele na hora do intervalo.

Passado as horas, chega a hora do intervalo.

· O que foi? (pergunta o Ed jr para o Dib)

· vamos procurar o Juca e o Lu, para conversarmos todos juntos.

O Dib, ED, Juca e o Lu, estudavam na mesma, escola também.

Todos reunidos, o Dib explica o que queria dizer.

· Encontrei com o Tuco e com o Leco na entrada da escola, eles me disseram, que pixaram por cima do nosso grafite do Túnel da Avenida Paulista.

Todos se espantam e exclamam!

· O que!!!

· É isso mesmo que vocês escutaram.

· O que vamos fazer? (pergunta o Lu)

· Vamos atrás de quem foi, lógico. (fala o Juca indignado)

· E a propósito quem foi? Já sabe? (pergunta o Lu)

· O Leco disse que foi um tal de Testa.

· Sexta-feira nós iremos no pico dos pichadores, na Lapa no Mac Donald”s .

· É isso aí, vamos lá mostrar respeito e dar exemplo, quebrando a cara desse trocha, que pichou por cima do nosso grafite, vamos mostrar para eles quem são “Os Master”.

- Deixa eu falar outra coisa, já comprei o tecido de flanela Xadrez, para a sua mãe fazer as camisas para nós.

-  Compro e cadê? Pergunta o Lu.

- Já deixei com o Tuco e com o Leco para eles entregarem para a sua mãe Juca.

O Juca faz sinal de ok.

Neste tempo que estavam conversando, se passa o tempo do horário de intervalo e bate a campainha, avisando que tinham que voltar para as salas de aulas. Eles se cumprimentam e o Dib e o ED, vão para a sala deles e o Juca e o Lu também.

A aula estava chata e o Dib não parava de pensar em tanta coisa que estava acontecendo com ele ao mesmo tempo, chegava a ser perturbador, a ponto de não o deixar prestar atenção na aula e parecia que aquela aula não iria terminar nunca, deixando o impaciente, era sufocante, mas por graça divina a aula terminou.

Na saída da escola o Dib encontra com a Kátia que não lhe dá nenhuma resposta e ele entende aquilo como que está tudo terminado entre eles, que ela preferiu ficar com o otário do japonês, no momento em que chegava o mesmo e ela dá-lhe um beijo asfixiando-o, mas de olhos abertos olhando para o Dib, como dizendo “eu fico com os dois”. Ela monta na moto, o abraça bem forte o namorado dela empina o bumbum e faz posse para enciumá-lo mais e vai embora.

O Dib fica boquiaberta, com aquela cena, pensativo por alguns segundos, mas dá de ombros e vai à direção dos seus amigos.

Cumprimenta um por um novamente e comenta.

· Picharam mesmo em cima do nosso grafite em .

· Nós iremos resolver isso na Sexta-feira. (fala o Lu)

· Hoje nós temos que resolver outra coisa, “Os Prótons” estavam tirando a gente, dizendo que somos uns otários, metidos a bestas.

· Vamos lá mostrar para eles quem são os otários. Fala o Dib, louco para descontar a sua raiva em alguém.

Eles vão até o lugar onde ficavam os Prótons (os prótons eram um tipo de rivais dos Master).

· Eles estão sentados na guia trocando ideias. (fala o Leco)

· Vamos correndo que os pegamos desprevenidos. (fala o Tuco).

Todos correm juntos em direção aos Prótons.

Alguns ao verem eles correndo em sua direção, se levantam e tentam fugir.

Havia cinco deles, quatro se levantam e fogem, um não consegue se levantar a tempo o Dib vem correndo e chuta o rosto dele e dá mais alguns chutes, descontando a sua raiva de tudo o que estava lhe acontecendo, desabafando batendo naquele pobre coitado, enquanto o resto do pessoal corria atrás dos que tentaram fugir.

O Leco derruba um com uma chinela por trás, fazendo com que o sujeito se esborrachasse no chão e o Tuco pega o outro.

O Juca, ED e o Lu, correm atrás dos outros dois que conseguem fugir.

O Tuco e o Leco, levantam os dois sujeitos e os levam até onde estava o Dib só olhando, o que ele tinha espancado, que estava atordoado no chão.

· Sentam aí do lado desse outro trouxa e fica quieto se não quiser apanhar mais, será que os caras conseguiram pegar os outros dois.

Passados alguns minutos, o Juca, ED e o Lu, voltam.

· Cadê os outros dois. (pergunta o Dib)

· Eles fugiram, pulando dentro do córrego atravessando para o outro lado, eu não ia me sujar, para pegar eles, eu acho que pelo susto e pela sujeira que eles ficarão, aprenderão a lição. (responde o Juca)

· O que vamos fazer com estes três aqui? (pergunta o Tuco)

· Vamos espanca-los mais. (fala o Juca)

· Não. Nós não somos covardes, eles já aprenderam a lição, de que não se deve, se meter com os Master (fala o Dib)

· Quem chamou a gente de trouxa, qual de vocês que foi? (pergunta o Dib)

Um deles fala.

· Não chamamos ninguém de trouxa, quem falou isso?

· Não interessa quem falou, nós ficamos sabendo e viemos aqui para mostrar, quem são os Master, aprenderão a lição ou querem mais um pouquinho de aula. 

 

E assustados respondem.

· Aprendemos sim.

· Então diz para nós quem são os Mestres das ruas? Responde!!(grita o Lu com os prótons)

· Vocês!! (respondem os Prótons para ele)

· Vocês quem? Nós não temos nomes? (fala o Juca)

· “Os Máster” são os mestres das ruas!

· Não escutei fala mais alto. (fala o Leco)

· Os Master são os mestres das ruas!

· Assim está melhor, vamos embora e se ouvirmos uma palavrinha da gente de novo.

· Nós voltaremos aqui e vocês não vão ter tanta sorte assim. Ouviram? (fala o Dib)

· Eles balançam a cabeça dizendo que sim.

· Vamos embora vai. (fala o Dib)

Virando a esquina eles caem na gargalhada.

· Você viu a cara dele?  Estavam tremendo, mais que vara verde. (comenta com o Tuco)

· Eu chutei a cara daquele trouxa com gosto, desabafei toda a minha raiva na cara dele. Fala o Dib.

· E os outros dois correndo dentro daquele rio podre, todo cheio de merda e de ratos, foi demais ver aquilo. (fala o Juca)

· Foi muito engraçado mesmo. 

- Olha! Ali naquela parte do rio, foi onde eles atravessaram. Aponta o Juca.

- Olha tem um trator com um cabo de aço, dá para a tremendo, gente se balançar nele, vemos lá! Fala o Dib.

- Não é um trator sua besta, é um guindaste. Fala o Lu.

- Ah!! Não importa o nome, vamos nos balançar no cabo de aço por cima do rio, a gente vem correndo por cima do barranco e voa por cima do rio.

Todos se olham e o Leco grita.

- Eu primeiro!

Eles puxam o cabo de aço da retroescavadeira para trás para cima do barranco do rio. O cabo de aço era pesado e dois seguravam enquanto o Leco se preparava para se balançar, sobe no gancho ficando em pé para poder pular se algo desse errado.

- Pronto, pode soltar. Diz o Leco.

O Tuco e Dib soltam o cabo de aço, que pega uma grande velocidade e balança bem alto por cima do rio e o Leco grita.

- E lasqueira!!

- Ele disse lasqueira? Pergunta o Tuco.

- Sim, ele gritou: “Eh lasqueira!!”.

Os dois caem na gargalhada e o resto do pessoal perguntam.

- Porque vocês estão rindo tanto? Pergunta o Lu.

- Vocês não ouviram o Leco gritar: “Eh lasqueria” parecia o Salsicha do Scoobydoo, por causa do sotaque. Fala o Tuco

Todos dão risada.

- Vai Logo Leco! Que eu quero me balançar também. Fala o Tuco.

- Eu que não vou nisso. Fala o Juca.

- É lógico você é mó medroso. Fala o Lu.

- Lembra aquele dia que nos subimos nos paredões do centro Cultural do lado da avenida 23 e maio, onde tem aqueles arcos que parecem um minirrampa para skate e você ficou tão melindrado, tentando segurar a gente para não andar de skate lá.

O pessoal ri.


- Eu lembro bem, a gente dropava daquela transição e dávamos 180º do outro lado e ficávamos ralfando de um lado para o outro e o Juca, ficava pedindo para a gente para, se não nós iriamos cair lá embaixo na avenida e se não morrêssemos pela queda,  os carros ainda iriam passar por cima. Fala o Dib.

- Você está inventando, eu não falei nada disso, só estava com medo da altura. Fala o Juca.

- Você não estava com medo, estava se cagando todo e ficava tentando segurar a gente, para não andar de skate lá e ficava gritando: “Vamos descer, por favor!”. Fala o Leco voltando e deixando o balanço de cabo de aço, na mão do Tuco e do Dib.

Eles dão risada

- Foi mesmo, ele ficava me agarrando, para não andar de skate lá. Fala o Tuco.

- Agora é a minha vez, não veem Dib. -

- Tá bom. responde o Dib.

Agora o Leco e o Dib seguram o cabo de aço para o Tuco se balançar. O Tuco senta no gancho da ponta do cabo de aço e o Dib avisa.

- Acho melhor você ir em pé igual como o seu irmão foi.

- Ah não enche e pode soltar. Fala o Tuco.

Eles soltam e dito e feito, o Tuco era bem mais pesado que o irmão o balanço vai bem mais forte e sobe bem alto e volta com tudo passando pelo barranco do rio, o Tuco tentava frear com os pés o que fez com que subisse uma fumaça de poeira, mas não fazendo o balanço parar e o Tuco só foi parar quando bateu na lataria do guindaste fazendo um grande barulho.

Todos correm para ver se ele estava bem. Chegando perto dele ele estava rindo e gritando de dor.

- Ele está rindo e chorando ao mesmo tempo. Fala o Juca todo preocupado.

- Que mané chorando o que, seu cagão medroso, pelo menos eu fui e você que está aí todo se cagando.

- Ah! ele está bem, já tá me zoando. Fala o Juca.

- E a cara dele gritando com medo quando bateu no barranco. Diz o Lu rindo.

- Os olhos pareciam que iriam sair da cara de tão arregalados que estavam. Fala o Leco rindo.

 

 

- Mas ele está bem, graças a Deus e é bem feito para ele, eu falei para ele ir em pé, mas o bicho é teimoso como uma mula, é sempre assim: Sempre que eu aviso acontece alguma coisa.

- Ah! Não enche, tá parecendo o Juca falando. Fala o Tuco.

- Não enche! Lembra aquela vez que nós estávamos indo para o Play center e eu falei vamos pelo outro lado é mais rápido e você e o Marcio Perereca ficaram falando: “Que cala a boca, por aqui é mais rápido” e no caminho na calçada da marginal eu avistei um caminhão de feirante vindo na nossa direção e dois caras que estavam na carroceria, estavam preparados com laranjas na mão para atacar na gente, eu fui ligeiro e me escondi atrás do poste e você e o Perereca que se ferraram, se ferraram não , você ainda deu sorte a laranja só sujou  sua roupa, pior foi o Perereca que a laranja acertou o saco dele e ele ficava rolando no chão de dor, quase caindo no córrego que passava por dentro do Play center, lembra disso? Pergunta o Dib.

- Lembro. Responde o Tuco gemendo de dor.

- Agora é a minha vez, eu vou em pé e você vai ver que vai ser diferente. Fala o Dib.

- Me ajuda aqui Ed e Leco!  Fala o Dib.

O Leco e o Ed seguram para ele o cabo de aço ele sobe no gancho, ficando em pé e quando  ele fala solta o Tuco veio com tudo e dá um empurrão, mais impulso para ele ir bem alto, e é o que acontece o balanço sobe bem alto e volta com toda velocidade e passa do barranco também, como o Dib estava em pé ele consegue pular, mas o seu pulo dá mais embalo no gancho que bate com tudo no vidro da reto escavadeira que ficava ao lado do guindaste, quebrando o vidro e fazendo um barulhão.

- Pronto tinha que ser o Dib, acabou com a nossa brincadeira. Fala o Lú.

- O Tuco me empurrou mais do que devia.

- Acho melhor nós irmos embora antes que apareça alguém. Diz o Juca no momento que alguém gritava.

- EH!!!! Molecada!!! O que vocês estão fazendo aí? Grita o segurança voltando da padaria.

Eles correm até chegarem na rua dos Master. 

Pela primeira vez passaram pelo beco sem parar para mijar.

Chegando na rua eles se sentam em frente à casa do Lú e começam a lembrar do que tinha acontecido e dão risada.

- Vamos andar de skate agora? Fala o Lú.

- Eu não, ainda estou com dor da pancada que dei no trator como disse o Dib, e corri agora com medo de ter que pagar aquele vidro que nem lembrei da dor, só lembrei agora. Fala o Tuco bocejando.

· E também estou cansado, acho que vou para casa dormir, vamos Leco?

· Vamos. Responde o Leco.

· Eu vou com vocês, porque amanhã tenho que trabalhar. (fala o Juca)

E os três vãos embora. 

Eu estou sem sono, vamos dar um rolê de Skate lá no estacionamento do Supermercado, essa hora deve de estar bem vazio, mas eu vou buscar a minha bike, eu vou lá em casa buscar ela e nós Juca) encontramos na esquina da vielinha. O Lu concorda e o Ed avisa.

- Ok, eu só vou buscar o meu skate também e eu encontro vocês na saída da vielinha.

O Dib sobe para pegar a sua bicicleta, mas no caminho ele encontra dois amigos pichando, eles se cumprimentam e oferecem o spray para o Dib pichar, o Dib pega o spray e picha o muro no exato momento que vinha passando o Misael, que briga com ele.

- Vai trabalhar vagabundo. Grita o Misael brigando com eles.

O Dib se vira e responde. – Vai se foder, seu noia viciado, do carrralho.

- Como que é moleque, eu vou te ensinar a me respeitar.

O Misael corre para a sua casa e o Dib pensa e avisa os seus amigos pichadores.

- Sai fora, que ele é embaçado, vai pegar o cano (revolver).

Os seus amigos correm e o Dib corre também mas pelo mesmo caminho que o Misael havia ido, porque era o caminho da sua casa, chegando na esquina ele avista o Misael saindo da sua casa com a arma na , mão o Dib corre e o Misael atira na direção dele, como Misael estava realmente debilitado por causa das drogas , não conseguia mais correr tão rápido e não enxergava tão bem e atira várias vezes na direção do Dib e não acerta nenhum tiro, o Dib olha par trás é só ouve os tiros e vê os foguinhos saindo do cano do revólver , ele sobe correndo até a sua casa e entra correndo. Demora um pouco o Misael bate na sua porta a sua avó atende a porta e o Misael a cumprimenta.


- Boa noite Dona Amélia, tudo bem com a senhora?

A avó acha estranho o Misael batendo no seu portão àquela hora da noite e imagina que ele estava querendo dinheiro para comprar droga.

- Eu não tenho dinheiro não! A fome é a melhor cozinheira.

- Não é isso não, é sobre o seu neto

- O que tem ele? A mentira tem perna curta.

- Eu o peguei pichando muro e fui dá uma bronca nele e ele me xingou e correu, a senhora precisa dar mais educação para ele e não deixar ele ficar fazendo coisas erradas na vida dele, para não se tornar como eu, eu gosto muito dele e por isso eu briguei com ele.

- Mauro, vem aqui! Grita a avó. A Ignorância é a mãe de todas as doenças.

 O Dib sai no portão logo atrás do pai dele, que estava saindo para ver o que estava acontecendo.

 

 

 O Misael fala boa noite para ele e o pai dele pergunta o que estava acontecendo.

- Como eu estava falando para a sua mãe, o filho do senhor estava pichando o muro e eu estava passando e pedi para ele ir fazer algo útil, ele me xingou, eu corri atrás dele e ele entrou aqui.

O Dib pensa a história não é bem essa né, eu corri porque você descarregou uma arma atrás de mim.

- Eu só quero o bem dele. Fala o Misael.

- Porra imagina se quisesse o meu pior. Pensa ele.

- Por isso eu vim aqui, falar com vocês para educar melhor esse menino, eu gosto muito dele e não queria ver ele se dando mal.

O Misael vai embora e a sua vó olha para ele e diz.

- É o sujo falando do mal lavado.

- Passarinho que come pedra sabe o cú que tem, que horas são? Deixa eu anotar amanhã vai dar Galo, na cabeça. Fala o pai dele.

O Dib, olha para a avó e para o pai dele e balança a cabeça, sobe as escadas, coloca a sua boina com a aba para trás, tira o cadeado da bicicleta e desce as escadas carregando a bicicleta, a sua avó estava na sala e fala para ele.

- Onde você vai? Já não basta um Noia, vir aqui querendo te dar uma lição de moral e ainda amanhã você vai ter que ir trabalhar, ou vai faltar no serviço seu vagabundo, saindo essa hora da noite para a rua para fazer sabe lá o que, não ponha a ele. carroça na frente dos bois.

O seu primo que estava sentando no sofá embaixo da escada dá um sorrisinho irônico, Dib olha para ele, e ele olha para o Dib, como se quisesse dizer: “É, eu não sou o único que faz coisa errada nessa casa”. O Dib dá de ombros e desce a rua na mesma direção que havia subido minutos atrás embaixo de chuva de balas, passa pela casa do Misael que estava no portão, mas nem repara que era ele, assim ele passa despercebido e se encontra com o Lu que já vinha voltando.

- Porra meu, achei que você não ia mais, já estava voltando.

- Olha quem está falando o rei do atraso. Diz o Dib.

- Tive um pequeno contratempo com o Nóia do Misael. (Nóia é abreviação de paranoia, se referindo aos usuários de drogas, que ficam na paranoia.)

- O que aconteceu?

O Dib conta para ele o que havia acontecido e o Lú.

- Porra mais um Nóia para encher o saco, agora pichar muro é mais fora da lei do que usar droga, o pior é que esse Nóia é louco e perigoso, desse tem que ter medo.

- Eu o mandei se fuder.

- Vichi, se é louco, dizem que ele e o irmão dele já matou muita gente por muito menos. Fala o Lu.

 Você não lembra do Arretado irmão do Misael, na copa de 1982, que desceu de uma perua chutando as portas, para abrir as duas portas de uma vez, igual nos filmes, e com uma Calibre doze na mão, ele atirou para dentro da padaria, onde estavam uma galera assistindo ao jogo do Brasil, ele atirou no teto na padaria com a doze e não ficou ninguém, saiu todo mundo correndo, porque ele acertou a televisão de tão louco que estava. Depois disso acabou se matando em uma aposta de roleta Russa, rodou o tambor do revólver e pá! a bala estava na agulha e estourou os miolos, entrou como um furinho e saiu destruindo tudo, tiveram que enterrar ele de lado, para disfarçar o lado da cabeça destruída, até hoje eu tenho pesadelo com isso e não gosto de dormir do lado que ele foi enterrado, com a cabeça virada para a esquerda. Antes desse dia, eu lembro dele descendo a rua da minha casa cantando aquela música do Raul Seixas: " Zup, zap zoom, não vai a lugar nenhum", por isso que não gosto de ver ninguém cantando essa música, todo mundo que eu vi cantando essa música acaba morrendo no dia seguinte. relembra o Dib.

O Lu olha para o amigo, balança a cabeça e diz: Para de besteira! Essa música é do Balão Mágico como Raul e você cantou errado como sempre. Eles continuam discutindo enquanto caminhavam até encontrem o Ed, no final da vielinha que fala a mesma coisa.



- Porra achei que vocês não iam mais.

O Dib conta toda história para ele de novo e eles vão andando até o supermercado, já no supermercado eles aproveitam bem o estacionamento descoberto, aproveitam bastante.

Até o Lu avistar uma transição na saída do estacionamento coberto, que era perfeito para realizar algumas manobras, como o mercado estava fechado, só esperando as pessoas que acabavam de fazer as suas compras saírem, ainda haviam alguns carros para sair, eles aproveitaram o portão ainda aberto e pegavam embalo na rampa do estacionamento para realizar manobras nas laterais do estacionamento, como o Dib estava de bicicleta ele ia mais para dentro do estacionamento coberto, para pegar mais embalo e conseguir realizar uma manobra na saída do estacionamento, como ele estava fazendo isso várias vezes, chamou a atenção dos seguranças que vieram na direção deles dizendo que eles não podiam andar de skate e bicicleta naquela área, eles ignoram o Segurança e continuam , porém os seguranças ficam na frente para eles não conseguirem fazer nada ali . O Dib dá a volta e entra pela rampa de acesso dos carrinhos de supermercado pega uma grande velocidade quase atropelando os clientes que estavam saindo e sai pela rampa do estacionamento , executando uma manobra, ele dá um 360 º, os seguranças se assustam e correm para tentar pegar ele , mas o Lu e o Ed , aproveitam e fazem manobras do outro lado , os seguranças correm na direção deles , esquecendo o Dib que aproveita e dá outra volta e entra novamente pelo corredor de acesso do supermercado e quase atropela um dos taxista do ponto em frente ao supermercado, que xinga o Dib e corre atrás dele até a saída o estacionamento onde estavam os seguranças, o Dib consegue sair pulando da transição.  

 

 

O taxista se junta com os seguranças e correm atrás do Dib , que pedala em círculos, fugindo e zoando com eles, até que um outro taxista , que estava no ponto de táxi, pega um carrinho de supermercado e tentar derrubar o Dib por trás pegando ele desprevenido batendo com o carrinho na roda da bicicleta dele, o Dib estava desprevenido mas não cai e começa a pedalar mais forte para fugir do taxista, que vinha com tudo para dar outro golpe na bicicleta o Dib percebe, pedala mais forte e vai na direção de uma pequena saliência que tinha na saída do supermercado e pula essa saliência no momento que o taxista tentava golpeá-lo, o Dib passa pela saliência e o taxista que não estava vendo essa guia, trava com a rodinha do carrinho de supermercado e voa por cima do carrinho caindo de cara no chão, O Ed e Lu, dão risada e saem correndo junto com  Dib rindo pelas o outro lado da avenida para que os outros taxistas não o peguem na mão de fluxo dos carros, eles correm até a vielinha e entram correndo.

Vão até a casa do Lu e entram na garagem.

E ficam ali olhando para ver se ninguém havia lhe seguido.

Depois de passado o susto eles dão risada.

-O cara voou por cima do carrinho e se estatelou no chão. Diz o Lu rindo.

- Deve de ter doido muito. fala o Ed.

- Eu não consegui ver, ele estava batendo com o carrinho na minha roda traseira, eu tentei me distanciar e pensei ele não vai parar por aqui com o carrinho, não imaginei que fosse acontecer aquilo, foi melhor do que imaginei. Eles dão risadas.  

- Tinha que ter filmado, a melhor vídeo cacetada que já vi na vida. Fala o Ed rindo muito.

· Não vai trabalhar amanhã, Dib? (pergunta o Lu)

· Não estou querendo ir não.

· Então vamos desenhar um pouco, enquanto você decide.

· Entrem comigo, vamos desenhar na cozinha eu pego o Micro System do meu irmão e nós ficamos ouvindo música baixinho e desenhando.

· Por que você não quer ir trabalhar Dib? (pergunta o ED)

· Eu estou me sentindo um estranho no ninho e o pior que até um Nóia quer me dar lição de moral, eu quero deixar o cabelo crescer, sem ninguém ficar me discriminando, me chamando de vagabundo, quero usar as roupas que eu quero usar e não ir vestido todo bonitinho; lá tem uns puxa saco no serviço, que vão até de terno e gravata, o que eles ganham, não dá nem para pagar um terno daqueles ternos, muitas vezes deve de ser até emprestado do pai ou de algum conhecido, isso para mim é mais vergonhoso, do quer ir trabalhar a vontade, com uma roupa que você se sinta mais à vontade e confortável, o que poderia te deixar mais produtivo e com mais ânimo para trabalhar do que ficar todo engomado, onde a pessoa não consegue nem se mexer direito, com medo de amassar a roupa ou danifica-la; Eu não sou assim. Eu fico me sentindo um pouco yuppie. As vezes estou trabalhando e fico pensando em outras coisas que poderia estar fazendo, ou que eu realmente gostaria de fazer, andar de skate ou de bicicleta, surfar, viver grafitando e se manter só com o dinheiro que ganha-se fazendo o que gosta, estava de bom tamanho para mim, viver a minha vida do jeito que eu sou e não do jeito que a sociedade me impõe. E ainda tenho que escutar que sou vagabundo por pensar assim.

· Eu entendo bem isso que você está me falando eu já passei por isso também. Eu sendo negro às vezes é até pior, as pessoas nos olham como marginais e nos julgam pela a nossa atitude de ser ou de se vestir e não pelo o que realmente somos, eu não sou capaz de roubar nem uma bala e gosto de me vestir assim, todo largado, você quer ver um exemplo disso do que estou falando, olha os políticos que se vestem muito bem, com roupas de grife, usam os melhores ternos e gravatas, muitas caras, que daria para sustentar várias famílias e são os piores ladrões, corruptos, sem caráter. E olha como está atitude de sem vergonha é chamada? De crime do colarinho branco, por que você nunca imaginária um pé rapado cometendo estes crimes, você sempre imagina uma pessoa bem vestida, com um terno e uma camisa de colarinho branco, e as pessoas não os discriminam por que sempre passam uma postura de um ser honesto, agora a gente sendo honesto e simples, recebemos nomes que muitas vezes, nem em pensamentos nos seriamos assim.

O Lu traz o rádio e todo o material de desenho que eles precisavam e algumas fitas k7 de diversas bandas como Suicidal Tendências, Biestie boys, que não podia faltar, Rush, Guns, Faith no more, ira, etc.


Eles sempre começavam a desenhar ouvindo Ira, que era uma banda paulistana e que os expiravam muito pelo os temas de suas músicas e quando o sono os apertava ouviam um som mais pesado.

Cada um fazia um desenho em um canto da mesa, às vezes faziam mais de um.

O ED desenha uma personagem muito legal e embaixo da personagem três letras estilizadas, escritas (P,M,G.).

· O que significa isso? (pergunta o Lu)

· Pizzas, mulheres e grafite. (responde o ED jr).

Todos riem.

· Legal vamos fazer este grafite agora ele é pequeno dá para fazer com pouca tinta é rápido de fazer. (fala o Dib).

· Onde que nós iremos fazer agora?

· Que tal no predinho, na parte onde tem a laje, no alto. (fala o Dib)

- Mas sem barulho, sem rádio e gritaria, tem que ser na calada. Diz o Ed.

· Legal!! (todos concordam).

Eles pegam as tintas no quartinho da casa do Lu e vão até o predinho.

- Cuidado para subir na lage, pula com pouca força, senão você escorrega e cai. Avisa o Dib.

- Sim eu lembro quando você foi querer pular com tudo e caiu e quebrou o braço. Comenta o Lu.

- O pior não foi o tombo foi vocês tirando sarro, depois, levei um tombão, a minha mão escorregou no lodo da lage, meu pé bateu no teto e eu cai de costa, tentei amortecer com a mão, e acabei quebrando o braço. Lamenta o Dib

- Também você falou que na hora que você estava no Hospital, apareceu um cara que havia quebrado as duas canelas. Fala o Ed rindo.

- O pior foi como o cara quebrou, ele saiu da casa dele e foi dar uma volta e durante essa caminha ele quebrou uma perna e caiu, ele foi se levantar e se apoiou na outra perna que se quebrou também. Fal o Lu rindo muito.

- Mas foi mesmo, eu estava esperando a minha vez para engessar o meu braço e o irmão do cara estava contando a história para a minha avó. Se defendo o Dib.

- Pior que essa só a do Cara que falou Sonia Lima com o sovaco, que o CDP contou. Fala o Lu rindo.

- Ri baixo, ou o pessoal vão escutar a gente. Aconselha o ED, tentando rir mais baixo.

- Não dá, é difícil imaginar o cara andando e pá, quebra a canela, e depois pá que a outra canela, é muito hilário. Fala o Lu rindo.

O Dib olha para os dois balança a cabeça e ri também e fala. - Vai vamos logo subir com cuidado, para não cair e ir parar no hospital, mas até que era uma boa para ganhar um atestado médico e não ir trabalhar.

O Dib e o Lu, sobem na laje, e o ED fica em baixo olhando só vigiando para ver se vinha alguém e ajudando com as tintas que eles iam pedindo.

O Lu faz o desenho na parede num sufoco, porque não tinha onde se apoiar e o Dib tinha que ficar segurando-o, para ele poder alcançar o mais alto possível, ele termina o desenho e eles começam a pintar, no momento em que o ED assobia, avisando que vinha vindo alguém. Rapidamente eles se abaixam na laje, se escondendo e esperando para ver quem era.

Eram uns grupos de senhoras, que vinham voltando da igreja.

E depois que elas passam o ED avisa.

- Pronto elas já se foram.

 


Eles terminam de pintar e o Dib começa a contornar o desenho com o spray se apoiando no Lu que mal se aguentava com ele mesmo, muitas vezes até atrapalhando de fazer um bom contorno, ele termina de contornar o desenho, se irrita com o Lu por não o conseguir segura-lo direito e se equilibra sozinho na mureta do prédio, foi quando ele estava terminando a última letra. Escuta um estrondo como de uma bombinha e um zumbido, passa a centímetros do lado da sua orelha direita e um buraco se abre na parede, expirando cimento nele.

· Foi um tiro de revolver, atiraram em mim!!!

· De onde veio isso? (pergunta o Lu).

· Não sei, mas vou terminar assim mesmo, só falta à parte de baixo da letra, dá para se proteger melhor. Ele pula da mureta e se abaixa procurando de onde veio o tiro, não vê nada e rapidamente ele se levanta e consegue terminar o contorno que faltava e fala para o amigo.

· Lu faz os teg’s rápido do que significa as letras embaixo delas, para não se expor no alto e não tomar um tiro de graça, vai termina ai! Que nós vamos ficar olhando para ver se encontramos quem atirou.

Eles procuram, procuram e não vem nada.

- Deve de ter sido aquele Coronel que o Tuco o xingou do final da rua. Diz o Lu

· Terminei! Vamos descer daqui logo, antes que tomemos um tiro aqui em cima ou ele chame a polícia de novo. Diz o Dib

Eles descem e dão uma admirada no grafite, para ver como tinha ficado e mesmo assustados com o tiro eles dão risadas.

· Ficou legal e engraçado ‘pizzas, mulheres e grafite’. (fala o ED).

- Quase morri, mas valeu o risco. Diz o Dib.

· Aqui de baixo você não viu quem foi que atirou? (pergunta o Dib)

· Não. Não vi nada, só vi a areia que caiu do buraco que fez na parede e ouvi um barulho parecido com uma bombinha.

· Quase acertou a minha cabeça, vamos sair daqui!

· Eu tenho que ir embora. (fala o ED)

· São seis horas já! Não vou trabalhar mesmo hoje, posso dormir no seu sofá Lu, até umas dez horas, porque a minha Avó vai me encher o saco para ir trabalhar ou vai dizer: “Passarinho que voa com Morcego, acorda de ponta cabeça”. Fala o Dib.


- O que? Pergunta o Lú.

- Nada, acho que estou pegando a mania da minha avó e do meu pai, isso é só um ditado popular, ela e o meu pai, tem cada uma e estão me deixando doido.

Eles dão risada.

- Eu tenho uma também: “Um lápis apontado escreve melhor”. Sita o Lú.

· Dorme lá, sem problema. Fala o Lú.

Eles entram na casa do Lu.

· Eu vou pegar uma coberta para você.

O Lu traz a coberta e sobe, o Dib pega-a e se ajeita no sofá, pensando na preocupação da sua avó, mas não dá nem tempo de pensar direito e desmaia em um sono profundo.

Acorda já está quase na hora do almoço, estranha o lugar e se pergunta.

- Onde estou? Ah é a casa do Lu! Eu fiquei aqui, tenho que ir embora para casa, a minha vó deve de estar preocupada comigo e brava por não ter ido trabalhar hoje.

Ele se levanta e sai pela cozinha, a mãe do Lu já estava trabalhando, sai pelo corredor e vai para a sua casa pensando.

· Nossa a minha avó deve de estar uma fera comigo.

Chegando em casa, a avó dá uma olhada de deixar o cabelo em pé e pergunta.

· Onde que você estava moleque? Que não dormiu em casa e porque não foi trabalhar? Papagaio que acompanha João de Barro, vira ajudante de pedreiro.

· Eu estava na casa do Lu desenhando acabei dormindo no sofá e acordei só agora, perdi o horário.

· Você me paga moleque, você fez de propósito, para não ir trabalhar, quando um Burro fala o outro baixa a orelha.

· Não vó foi sem querer.

· Você pensa que eu nasci ontem, você não me engana não seu malandro, depois que perder o emprego, você vai fazer o que dá sua vida? O peso da enxada é bem mais pesado que a caneta.

Ele fica olhando para ela sem resposta.

– Eim? Me responde eu estou falando com você, está me ouvindo? Seu malandro, A noite todos os gatos São pardos viu.

· Ah não enche o saco tá!!

· O que!! É um malandro mesmo, não se esquece Deus escreve certo por linhas tortas.

 

 

 

O Dib deixa a sua avó falando sozinha e sobe para o quarto, troca de roupa, pega a bicicleta e tenta sair de fininha, sem que sua avó o veja.

- Onde que você pensa que vai? Seu malandro volta aqui, vagabundo, mente vazia é oficina do Diabo.

Ele desce a ladeira a toda empinando a bicicleta e no final da ladeira, ele pensa.

- Aonde que eu vou? Terça-feira não tem ninguém na rua. Ah já sei o Leco está sem trampar, e ele deve de estar no balneário, jogando basquete eu vou até lá e fico fazendo algumas manobras nos degraus da arquibancada, é isso mesmo que eu vou fazer.

E vai pulando os buracos e as lombadas por onde passava com a bicicleta. Chegando no balneário, estavam lá, o Leco, Ale, Instem, o Baboo, Aranha, Pelé e um pessoal que estava no balneário, para jogarem vôlei contra o time do balneário.

O Dib cumprimenta os seus amigos, olha para o pessoal estranho e reconhece uma pessoa no meio daquelas pessoas.

- Espere eu conheço aquela loirinha, é a Leila; vou lá falar com ela.

· Oi! O que você está fazendo aqui?

· Oi, eu vim jogar vôlei, com as minhas amigas e os meus amigos e você não foi trabalhar hoje?

· É, não fui.

· Faltando no serviço eim.

· Só hoje, não estava muito a fim de trabalhar.

O pessoal começa a jogar vôlei e chama a Leila.

· Eu tenho que ir jogar o pessoal está me chamando.

· Está bem, eu vou ficar por aqui andando de bicicleta, depois nós conversamos mais.

O Dib fica empolgado com a presença dela e se arisca mais nas manobras, só para se exibir para ela. Ele pula degrau por degrau, chegando na parte mais alta, pulando de 360º e sobe os degraus de 180º, faz diversas manobras e cada vez que fazia uma manobra, olhava para ver se ela estava olhando-o.

Quando ela estava olhando-o não se cansava de se exibir, mais e mais.

Mas ele exagera e acaba se cansando, do mesmo jeito, ele se senta na arquibancada e fica assistindo ao jogo, quer dizer ele disfarça que está assistindo, porque na verdade ele só estava olhando para a loirinha, porque ele nem gostava de volleyball.

Enquanto isso seus amigos, treinam bola ao aro.

O Leco se cansa e se senta ao lado do Dib.

· Está vendo aquela loirinha ali Leco.

· O que, que tem ela?

· Foi com ela que eu fiquei no Fecalp.

· A que você falou que parecia a Vera Fisher.

· É, ela mesma.

· Eu a conheço, estudou comigo, ela é briguenta. - Outro dia ela brigou com uma menina, na porta da escola, deu o maior pau na menina, ficou com a mão cheio de cabelos da menina. 

· Ela é briguenta é? Agora que gostei mais ainda dela. (fala o Dib)

· Você não foi trabalhar hoje? 

· Não, não fui, fiquei até tarde na casa do Lu e dormi lá.

· Tomara que eles não te mandem embora, como me mandaram lembra?

-  Depois daquele dia que eu você o Besta e o Claudio, saímos do serviço e ficamos no bar da frente bebendo e ficamos de porre, fomos parar na casa do Claudio ele ia tocar em uma danceteria, e nós fomos buscar as pickups e os discos dele, aquele dia ele até ensinou a gente mixar, ensinou a escutar os pits e o tempo da batida, e o que mais gostamos.

- Fazer Scratch. Responde o Dib rindo.

- Isso e depois fomos parar com ele em uma danceteria que nem sei onde ficava, nem sabia onde eu estava, mas eu lembro que você pegou duas minas e uma ficou com ciúmes da outra, você foi safado aquele dia, mas depois disso eu não lembro mais nada, nos bebemos de mais, o Claudio tinha bebida de graça para o Dj e para quem estava com ele, vichi misturamos de tudo e depois vomitamos tudo, aí no dia seguinte eu  não consegui ir trabalhar no dia seguinte de tão ruim que fiquei, porque aquele foi o meu primeiro porre da minha vida e não estava acostumado, fiquei ruim que não consegui ir trabalhar no dia seguinte de jeito nenhum, lembro que o meu pai brigou comigo, e no dia seguinte quando fui trabalhar, um dia depois da ressaca,  cheguei na chapeira e o meu cartão não estava lá, fui falar com a nossa chefe e como eu ainda era de menor ela pediu para chamar o  meu pai, porque eu estava demitido, por ter faltado no dia anterior, lembra disso ? (pergunta o Leco)

- Lembro sim  e tomara que eles não me demitam também, eles não são muito tolerantes e  a minha avó iria me matar se isso acontecesse, mas quer saber a verdade, quero que se dane, porque eu trabalho pra caramba só perco o meu tempo, nunca tenho dinheiro , porque dou metade do meu salário para a minha avó e depois que o meu tio colocou o a minha tia e o meu primo para fora da casa deles, por causa do vício do meu primo e eles foram morar lá com a gente, e agora com o meu primo morando lá , nem posso ter nada , que ele rouba tudo as minhas coisas  e vende para comprar droga, do que adianta todo esse sacrifício se não fico com dinheiro e não posso ter nada, só ficar engolindo sapo, que se dane.

O jogo acaba, e a loirinha fica conversando, com as suas amigas e não vem conversar com o Dib.

      

   

Ele fica esperando e nada, ela nem olhava para ele.

Ele desiste de esperar e vai saindo.

Quando ele houve uma voz, que o estremece inteiro por dentro, deixando o imóvel como uma estátua por um momento.

· Espera, aonde você vai? Eu vou com você.

· Vaaiii! (pergunta o Dib)

· Vou sim. (responde ela)

· Então vamos, eu estou indo guardar a bicicleta em casa.

Os dois vão andando juntos. O Dib empurrando a bicicleta e ela andando ao seu lado, para poder acompanha-lo.

Chegando na casa dele.

· Vem sobe comigo, no meu quarto, porque eu guardo a bicicleta lá em cima, por segurança, se não o meu primo a troca por pó e talvez nós podemos ficar lá ouvindo um pouco de música, que tal?

· Você está sozinho em casa? Eu tenho vergonha de ir entrando assim na casa dos outros.

· Não, não estou sozinho, a minha avó deve de estar lavando roupa lá no fundo no quintal, vem logo!

Ela concorda, mas avisa.

· Sem nenhuma gracinha tá!

· Tá! - Está bem, mas anda logo!

Eles sobem para o quarto, onde ele pendura a bicicleta na parede em dois ganchos, parafusados na parede e coloca um cadeado.

Ela olha o quarto dele e comenta.

· Que quarto de maloqueiro, todo grafitado e pichado, bicicleta na parede um skate também pendurado, do outro lado uma prancha de surf, tênis velhos espalhados pelo quarto todo, um buraco no teto.

Ela se senta na cama e diz.

· Nossa que cama macia, macia até demais.

· É porque tem dois colchões. (explica o Dib)

· O que você quer ouvir, eu tenho Legião Urbana. (sugere ele)

· Isso coloca Legião que eu gosto.

Era o único som mais adequado que ele tinha para aquela situação, ele nem menciona o resto das outras bandas de músicas que ele tinha ali, por que ela iria se assustar, só com os nomes deles, imagina com a música ela iria sair correndo.

Ele pluga o som e aumenta o volume um pouquinho e se deita ao lado dela na sua cama.

Ela se levanta e se deita na cama do pai dele, olhando para ele desconfiado.

· O que foi? Não gostou do beijo da última vez que nos encontramos.

· Gostei.

· Então por que você está fugindo de mim?

Ele vai chegando devagarzinho perto dela e se senta ao lado dela.


· É porque é perigoso, nos dois aqui sozinhos no seu quarto e se sua avó de repente sobe e nos pega aqui sozinhos, eu iria morrer de vergonha, se você começa a me beijar eu não me responsabilizo pelo os meus atos, e não aguentaria por muito tempo e tem mais, eu ainda sou virgem e estou naquela fase da indecisão, se faço amor agora ou só depois do casamento, não quero que seja assim de qualquer jeito.

Dib concorda com ela, só para conquista-la melhor e diz.

· Não vamos fazer nada além da conta, só vamos ficar nos beijinhos e umas passadinhas de mão.

· Só nos beijinhos e nada de passada de mão. (diz ela)

Ele concorda com ela mais uma vez, só para agrada-la e se aproxima da boca dela, fazendo-se que iria beija-la, ela fecha os olhos e fica esperando o beijo. Fazendo charme ele só fica olhando e afasta o rosto para atrás, deixando-a ansiosa.

Ela abre os olhos e vê, ele só a olhando para ela de longe, dá um tapa nele e o xinga.

· Seu bobo, fez eu ficar aqui com cara de boba, pensando que iria me beijar.

Ela fica com um bico de emburrada e cruza os braços, como uma criança mimada.

Ele olha para aquela fisionomia de anjinho e não se contem e a beija, dessa vez para valer, e ela corresponde sussurrando, dando mais paixão naquele beijo, que dura uns cinco minutos. Ela pede para parar, por que ela estava sem fôlego, retoma o fôlego e continua, dessa vez vai deitando-a na cama e se deitando por cima, se esfregando e passando a mão pelo corpo todo dela.

Alguns pontos do corpo ela não deixava, mas depois de algum tempinho ela até pedia para toca-la, nessa excitação toda, eles se empolgam, ele tira a camisa e tira a dela também, beija o pescoço dela os ombros ao redor dos seios, que ainda estavam no sutiã e passa a mão pela as costas dela e para no feche do sutiã, tentando abri-lo, ele o abre soltando os seios dela- Que coisa maravilhosa. (diz ele) Ele dá um beijinho bem sutil em um deles e desce beijando até a barriga e chega no botão da calça e começa a abrir o zíper.

Ela empurra a mão dele e diz. 

 

 

· Não quero fazer isso, só vamos ficar assim como estamos.

Ele concorda e continua a caricia-la, ele a vira de bruços e beija o meio da costa dela e começava no começo do rego e ia até a nuca dela, só com a ponta da língua, encostando bem de leve na costa dela, fazendo-a sussurrar e o deixando louco também, ele repete várias vezes isso e uma das vezes ele desce até o rego da bunda e sobe devagarinho só encostando os lábios na coluna dela até a nuca, fazendo a sussurrar mais alto e desviando para os ombros, onde dá uns beijinhos e a virar sutilmente, beijando o seu colo, chegando nos seios e descendo pela barriga até a calça e tenta abrir o zíper novamente, dessa vez ela deixa que ele abra a calça dela e dá uma puxadinha para baixo forçando a sair, aparece a calcinha dela, que era cor- de - rosa, com lacinho bem no meio do elástico e era perfumada, ele tenta abaixar a calça mais um pouco. Quando ele escuta.

· Mauro!!!! A esperança é a última que morre.

Fazendo com que de um pulo da cama e ela também se levanta se arrumando.

· Droga!! É a minha avó.

· O que você está fazendo aí em cima? Nem tudo que reluz é ouro.

· Nada, sou estou ouvindo música.

· Quem está com você? A Cobra vai fumar.

· Ninguém, estou sozinho.

· Eu vou subir para ver se é verdade. A corda sempre arrebenta do lado mais fraco.

· Pode subir.

- Nesse Angu tem carroço. Grita a avó.

A avó começa a subir as escadas.

· Rápido se esconda aqui. Ele levanta o colchão onde avia um espaço, por que o colchão de cima era maior que o de baixo, e assim deixava um espaço entre a parede e a cama, no mesmo local que ele havia se escondido do Tuco outro dia.

· Entra aí, encolhe as pernas, que vou jogar a coberta por cima dos seus pés, escondendo-os.

A sua avó entra no quarto, dá uma olhada procurando algo de errado.

· Pensei que você estava mentindo para mim, me falta no serviço, só para ficar vagabundando, seu vagabundo. Filho de peixe, peixinho é.

· Não começa vó, me deixa em paz.

A avó dá uma olhada para ele e desce.

· Pronto você já pode sair!

· E agora como eu vou embora?

· Espera eu vou lá ver se ela está na sala, se ela estiver eu a levo até a cozinha e volto para te avisar.

Ele desce para a sala, onde a avó estava assistindo televisão e pede para a avó.

· Vó faz aqueles bolinhos doces para mim.

· Você não merece faltou no serviço hoje. Quem quer rir, tem que me fazer rir.

· Ah, faz vai vó, eu estou com vontade de comer aqueles bolinhos, sempre quando eu estou trabalhando há esta hora eu lembro dos seus bolinhos e da senhora e fico pensando; humm!! Como seria bom se eu estivesse em casa esta hora só comendo os bolinhos doces da minha avó, e como eu estou mesmo aqui hoje, você poderia fazer este meu desejo, né vozinha.

· Está bem eu faço, mas você não merece. O que é de Cezar, dê a Cezar. 

Ele acompanha a avó até a cozinha, beijando e a ajuda a pegar os ingredientes.

Quando ele vê que a avó está com a mão na massa literalmente, e que não vai sair tão cedo dali ele avisa.

· Eu vou ao meu quarto desligar o rádio e já volto.

Ele sobe correndo e chama a Leila.

· Vamos logo ela está ocupada lá na cozinha, dá tempo de sair, sem que ela te veja.

O Dib desce na frente, só para garantir, abre a porta da sala e quando ela estava saindo.

A sua avó pergunta da cozinha.

· Você vai sair? Sem lenço sem documento.

A menina se assusta pensando que ela estava na sala, olha para verificar e se alivia ao ver que não, então ela fica parada esperando que o Dib a avisa-se

· Não vó, parece que tem alguém me chamando, vou ver quem é.

Eles saem até o portão.

 


· Vem senta aqui em cima do murinho do registro de água e me espera aqui.

Ele entra de volta em casa, e sua avó já na sala pergunta.

· Quem era? O vento canta nos quatro canto.

· É uma amiga minha.

-  Que amiga? Amigo é dinheiro no bolso.

- Uma que eu conheci em uma festa sábado.

- Manda ela entrar. A porta da rua é serventia da casa.

O Dib vai até lá fora e combina com ela

- Faz de conta que você está chegando agora.

- Não, eu não vou entrar.

- Se você não entrar vai dar mais suspeita ainda, vem vamos comer uns bolinhos, que ela está fazendo, você não está com fome?

- É estou um pouco.

Ela decide entrar e eles vão direto para a cozinha; onde o Dib a apresenta para a sua avó.

- Essa é a Leila vó e esta é a minha avó.

Como uma velhinha simpática que era, a avó dele elogia a moça dizendo.

- Nossa! Como você é bonita, que olhos bonitos que você tem, as vezes o Demônio se disfarça de Anjo.

- Que isso vó!

A moça  fica toda vermelha e se cala.

- Desculpe, é só uma expressão, come uns bolinhos! Mas se a carapuça serviu, mas não é para ela, quando a carapuça serve é diferente.

- Não, não quero obrigado. Diz a moça sem saber o que dizer.

- Come este é o primeiro está pelando enquanto eu frito mais, não vai fazer desfeita, vai? Quem cru, come quente.

· Não que isso eu vou comer então.

· Oferece café, para ela mal educado, quem oferece é porque não quer dar, coloca no copo para ela.

· Obrigado eu não tomo café.

· Um suco, água, refrigerante?

· Água eu quero.

O Dib pega um copo de água e dá para a moça.

· Está bom o bolinho? (pergunta a avó) Quem não tem presente, mostra os dentes.

· Sim, está uma delícia, acho que vou comer mais um.

· Fica à vontade e coma a vontade. O que não mata engorda.

Ela come mais um e mais um e mais outro e não parava mais de comer, até que diz.

 

 

 

· Nossa eu acho que já comi demais, comi mais ou menos uns dez! estou cheia.

A avó e o Dib riem.

O Dib a chama para ficarem lá fora.

Ela agradece os bolinhos.

· Obrigado pelos bolinhos, eles estavam uma delícia, posso pegar mais um?

· Sim é lógico e obrigado, mas eu faço de olho não uso receita, cavalo dado não se olha os dentes. (a avó da satisfação de como era a receita dos bolinhos).

· Tchau! E obrigado

· Tchau, que isso! Que Deus guie o seu caminho, porque de boas intenções o inferno está cheio.

Os dois saem e se sentam no muro do registro e fica observando o sol se pôr.

O sol se põe e ela pergunta.

- A sua avó sempre termina as frases com um proverbio?

- Sim, ela e o meu pai, as vezes isso me deixam doido, me deixa com vergonha as vezes.

- Não, não me ofendi, eu entendi, que são pensamentos sem maldades.

- Me desculpe.

- Que isso, e você não vai para a escola hoje?

· Hoje não e você não tem que ir para a escola também?

· Hoje tem reunião dos professores, não haverá aula.

· Ah! então vamos ficar aqui conversando.

- Olha o meu pai vem chegando, ele vai me dar uma bronca porque não fui trabalhar hoje.

- Você não foi trabalhar hoje porquê? Nem tudo são flores. Pergunta o pai.

- Não estava bem.

- Você nem dormiu em casa eu sai pra trabalhar e a sua cama estava vazia, fui trabalhar preocupado com você, mas o bom filho à casa torna.

- Dormi na casa de um amigo e perdi a hora também.

- Sei, esse é irmão desse. Diz opai apontando para os olhos.

- Eu fiquei te esperando na porta da empresam demorei mais tempo para varrer do que o normal e o relógio já dava 09:00 horas e nada de você aparecer, eu anotei o número 9 e coloquei no bolso, eu subi até o andar que você trabalha e perguntei por você e ninguém tinha te visto, a sua chefe me olhou com uma cara feia, de quem comeu e não gostou, então fiquei muito mais preocupado e resolvi descer, fui até o orelhão da rua ligar para a vovó, então ela me falou que você tinha aparecido e saiu logo em seguida, então fiquei mais calmo, então eu coloquei a mão no bolso e tirei o papel que tinha anotado, olhei para aquele número nove, e pensei porque não, e fui fazer uma fezinha, menino não é que deu Burro na cabeça, pena que joguei pouco dinheiro mas mesmo assim ganhei um dinheirinho bom, olha aqui.

O pai tira um amaço de dinheiro do bolso e mostra para ele e diz.

- Tem males que vem para o bem, não vou anotar a hora, hoje eu já ganhei, não vou buscar da sorte, falando em sorte quem é essa moça bonita?

- É a minha nova namorada.

- A moça tem língua, além desses olhos lindos? As vezes o demônio se disfarça de anjo.

A moça que já era vermelha de nascença por ser polaca, fica mais vermelha como uma pimenta.

- OHH Pai! A Vó já falou isso para ela também, vocês estão deixando-a sem graça caramba.

A moça que estava muda, agora ficou calada.

- Desculpa moça, é brincadeira, não precisa ficar vermelha, o peixe morre pela boca, que horas são?

Ele olha no relógio e diz: 17:33 Cachorro e Cobra, vou anotar amanhã eu faço uma fezinha. O pai anota o número e diz.

- Dá licença moça, desculpa a brincadeira, deixa eu dar a boa notícia para a minha mãe, quanto mais alto, maior é a queda. Ele diz isso e entra.

O pai ficou tão sem graça pela brincadeira que não dá a bronca, por ter faltado no serviço.

O sol se põe totalmente e nasce uma bela noite, com uma lua cheia bem luminosa, muito clara, era uma noite linda.

Eles conversam sobre vários assuntos, como seria o futuro deles, sobre os seus amigos, etc.

Eles se beijam, sem parar e ficam se beijando por duas horas ou mais, até que o Dib fala.

· Vamos ficar aqui no corredor e mais escuro e ninguém fica nos olhando namorar.

Ela topa.



Já no corredor, eles continuam a se beijarem e se esfregam e se empolgam ele a levanta no colo e a leva para o fundo do quintal, que estava parecendo dia, devido à lua estar tão clara e tão brilhosa, que clareava todo o chão do quintal, como se fosse uma luz artificial com pouca potência.

Eles continuam a se beijarem e cada vez mais ardente, a cada beijo aumentava a pressão a um ponto de nenhum dos dois se aguentar mais.

Ele a deita no chão do quintal, forrando-o com as roupas que eles iam tirando. Ela tira a camisa e o sutiã e ele tira a calça e a camisa ficando só de cueca e pôr cima das roupas, ele continua a beija-la sem parar, no canto da boca, descendo para o pescoço subindo até a orelha dela, dando um sussurro bem safado, desce pelo pescoço, beija os ombros, as mãos, volta até o ombro, beija o colo passa pelos seios ignorando-os continua descendo beijando seu ventre e acabando pôr fim a desabotoar a sua calça. Abaixa o zíper e começa a tirar a calça jeans dela, que estava muito apertada, só que dessa vez ela o ajuda a tirar a calça.

Quando ela foi tirar a calcinha também, ele pede para que ela espera-se mais um pouco e beija as suas cochas, o joelho a sua canela o pé e os dedos um pôr um e sobe repetindo tudo na devida ordem, chegando até a virilha onde dá um beijo e sobe até os seios e percebendo o desejo dela aumentar e querer ser beijada nos seios e dá só um beijinho bem de leve, o suficiente para que ela soltasse um gemido alto, ele pede para que ela sussurrasse mais baixo e olha para ver se alguém dentro da casa dele, tinha ouvido o gemido, ninguém se manifesta, ele continua e dá outro beijinho no mamilo do outro seio, fazendo ela se retorcer toda, arranhando o chão, ele desce beijando-a até a calcinha e morde o elástico e tira a calcinha dela com os dentes, bem devagarinho.

Terminando de tirar a calcinha, ele sobe cobrindo-a com o seu corpo, que parecia estar pegando fogo, de tão quente de tesão que estava e para só quando os rostos se encontram, ele a beija e fazem amor como dois amantes, como foi a primeira vez dela, ela estava com um pouco de medo, mas ela sem entrega e descobre o prazer do amor.

  

 

Eles relaxam um do lado do outro, olhando a lua linda que fazia, ele se levanta um pouquinho se apoiando no cotovelo, para observa como ela era linda, o reflexo da lua que refletia na sua pele branca, era uma beleza estonteante, aquilo embelezava os olhos, ele fica bem pertinho do ouvido dela e diz.

· Você é muito linda, o brilho da lua na sua pele branca, se tornam um só brilho, você disputa com a beleza da lua, roubando o brilho dela, de tão bela que é.

E se deita pôr cima das roupas jogadas no chão ao lado dela.

Quase se esquecendo que ela havia ficado o dia inteiro fora de casa, ela diz.

· Tenho que ir embora a minha mãe deve de estar preocupada comigo.

E se a conheço bem ela deve de estar brava também, pôr não avisar onde eu estava.

· Está certo, vamos eu te acompanho até a sua casa.

Antes de partir ela abaixa a cabeça e diz.

· Agora já era não sou mais virgem, espero que você continue gostando de mim e namore comigo.

Ele a abraça, a beija e diz.

· Eu gosto de você e já estou namorando com você e não pretendo deixa-la tão cedo, só se a morte nos separar.

- Não diz isso.

Os dois saem pelo corredor da casa, passam pelo portão e descem a rua em direção a casa dela, que dali de onde eles estavam até a casa dela, iria demorar uns dez minutos, em cada cantinho escuro que eles passavam, se agarravam e se amassavam, fazendo com que o percurso, demora-se pelo menos uns trinta minutos a mais do que deveria.

Chegando na esquina da casa dela, uma surpresa, a mãe dela a esperava.

· Bonito não menina, o dia inteiro fora de casa e nem se quer avisa onde estava; e quem é esse sujeito?

· É o meu novo namorado mãe.

· Deixa o seu pai ficar sabendo disso, que você vai ganhar uma nova surra, isso sim e já pra dentro.

· Tchau, Dib.

· Tchau!

Ele dá tchau para a mãe dela, que vira as costas e dá de ombros, ele não liga e dá risada, estava muito feliz, para se zangar com aquilo, achava que tinha encontrado o amor da sua vida, a sua alma gêmea e desce a escadaria, que cortava caminho aos pulos, pulando de três em três degraus de uma só vez.

Ao chegar na rua dos Master, seus amigos andavam de skate nas rampas que eles haviam acabado de montar.

· Dib vai lá pegar o seu skate, vamos estrear essas rampas, ficaram muito boas, não acha? Dib! Dib! Dib!!!

O Dib estava aéreo pensando em outra coisa e nem percebe o que o amigo estava lhe falando; como se estivesse andando nas nuvens, seu pensamento estava longe demais, bem longe, em um jardim florido lindo bem longe da terra, que ficava em outra galáxia, num planeta solitário, onde viviam só ele e a Leila, eles viviam correndo pelos campos floridos, se abraçando e cantando, dançando, dando voltas em câmera lenta.

· Oh! Estou falando com você!!! (grita o Lu). - Você vai andar de skate ou não?

· Não estou a fim não, acho que vou para casa dormir, estou cansado e apaixonado.

 


 

· Você está o que?

· Nada não, vou para casa, esquece o que falei!

Ele vai para a sua casa e o Lu fica sem entender nada do que o amigo estava falando e dá de ombros.

Chegando em casa a sua avó o aconselha.

· Vai dormir cedo menino, para não faltar de novo no serviço, quando um não quer, dois não brigam.

Ele olha para avó e acha estranho aquele provérbio e pensa:

- Será que ela ouviu alguma coisa no quintal? E responde a Avó.

- Eu vou me deitar sim vó, estou me sentindo muito estranho. (ele estava apaixonado)

· Mas janta antes! Saco vazio não par.... ele interrompe a avó e termina a frase.

- Não para em pé, ééeée, eu já sei, vou subir se me der fome depois eu desço e como alguma coisa.

Ele se deita na sua cama e fica relembrando, cada detalhe do que tinha acontecido, de cada momento e de cada toque, de cada beijo, ainda sentia o cheiro dela em suas mãos, sentia como se ela estivesse ao seu lado, em torno dos seus lábios o gosto dela ainda permanecia; pensando e relembrando e decide, que desta vez iria se entregar de corpo e alma para um único amor, iria se dedicar para não o perder

· Desta vez tem que dar certo, vai dar certo sim, está sendo tudo tão espontâneo, deve de ser o amor verdadeiro, é aquele que não tem explicação, nem todas as palavras do mundo podem explicar o que estou sentindo, talvez uma pequenina palavra possa explicar, mas quem me explica o que significa está pequena palavra; que é o amor, o que é? é a dedicação a uma única pessoa, será que isso é amar? Ou então sentir saudade, quando estão separados por apenas alguns minutos? Ou é o medo de perde-la, ciúme, raiva, carinho, afeto, amizade, cansaço, força, vitória, alegria, lagrima, paixão, emoção, sensação, ilusão, atitude, devoção, fidelidade, etc. como eu pensei nem todas as palavras pode explicar o que eu estou sentindo, esta pequena palavra é infinita, em significado, não deveria se chamar amor, deveria se chamar ETC.

Ele adormece, esboçando um sorriso no rosto parecido com o da Monalisa, irônico.

-       OI!

Ele reconhece aquela voz e se vira para confirmar a sua certeza, era a Leila, ela estava segunrando alguns cadernos, abraçados com eles.

- OI!! O que você está fazendo aqui?

- Estou indo para aescola.

- Mas você não entra as 19:00 horas também?

- Sim , mas vai dá tempo.

- Como?  a sua escola fica a uns 20 minutos daqui.

- Pois é.

O terçeiro e ultimo alarme de aviso para entrar no colégio toca.

Ele se despede dela e dá um beijo e diz.

- Agora estou sem coragem de entrar para estudar, queria ficar com você.

- Nada disso, você tem que estudar para depois arrumar um bom emprego e constituir uma família.

- Para não ser um vagabundo, como todo mundo ultimamente me diz: E não ficar pintando parade por aí, que isso não dá futuro para ninguém, tá bom, mé dá mais um beijo pelo menos,

Ela o beija ele se vira para entrar e passa para o portão e vai entrando.

Ele percebe alguém andando atrás dele, como se fosse a sua sombra, enquanto a supervisorá fechava com a  corrente o portão de entrada.

Ele se vira para ver que estava brincando com ele e se depara com a Leila.

Sem entender nada ele diz:

- Oxii!! O que você está fazendo aqui? E agora o portão também se fechou, como você vai sair.

- Eu não vou sair, eu vou estudar.

- Estudar? Mas a sua escola não é aqui.

- Surpresa!!

Ele fica confuso, sem entender nada.

- Eu pedi transferência para essa escola , para poder ficar juntinho de você.

- Sério?

- sério, eu só preciso passar na diretoria e confirmar qual vai ser  a minha sala.

A inspetora vem na direção deles e diz.

- Vão par a sala de aula!

- Eu sou nova aqui, pedi transferência de outra escola e precisava saber qual vai ser a minha sala de aula. Diz a Leila para a inspetora.

- Ok, vamos lá na secretária que eu vejo para você.

Elas vão até a secretária e o Dib vai atrás.

A inspetora pergunta o nome dela, ela responde e a inspetora procura em um caderno preto pelo nome dela.

- Aqui, está o seu nome e a sua transferência, 2º B, deixa eu ver o calendário do 2º B, ok, A primeira aula hoje é de inglês com a professora Raquel , sala 15, mas deixa eu anotar o restante das aulas.

A inspetora anota os restantes das aulas entrega para ela e olha para a o Dib e pergunta.

- E você o que você está fazendo aqui? Vai para a sala.

- Sim, eu só vou mostrar para ela onde fica a sala 15 da professora Raquel.

Eles saem da secretária e o Dib diz:

- Eu estou no 2º A e você no 2º B, legal, vou pedir para mudar para o 2º B, para ficar com você. Ele dá um abraço forte de lado nela, puxando ela para junto dele de felicidade, enquanto  eles continuavam caminhando até a sala 15.

Chegando na sala 15, a porta estava fechada porque a aula já havia começado, ele bate na porta e a professora Raquel atende a porta e diz.

- É você bonitão? What´s happened? Diz ela passando a mão no braço do Dib.

A Leila acha estranho a intimidade da professora com ele, sente um pontinho de ciúmes, porque a professora Raquel era uma mulher linda, aparentava ter uns 40 e poucos anos, mas era uma coroa enxuta, ruiva, com aqueles cabelos vermelhos encaracolados e compridos, ela tinha um corpão, seios fartos e usava um decote que valorizava ainda mai os seus seios, ela usava uma jaquete de couro preta e uma calça Jeans que também valorizava o seu quadril largo, ela estava de botinha preta de salto o que a deixava mais alta, se existisse uma versão do demônio feminino para provocar ciumes em outra mulher, ela era a versão perfeita do próprio capeta.

Ela coloca uma parte do corpo para fora da porta, exibindo o seu decote, como se não quisesse que ninguém visse o que ela iria falar ou fazer e ajeitando os óculos que estava na ponta do nariz e mordendo os lábios ela diz.

- O que posso fazer por você bonitão?

O Dib hipnotizado pelo decote da professora, se desfaz do transe pelo encontro com o olhar da Leila que dizia.

- OI, estou aqui.

- Ah desculpe, essa é a minha amiga e ela é nova aqui, pediu transferência de outra escola para cá e eu vim mostrar a sala da senhora para ela.

- Senhora não, não me chame de senhora. Diz ela brava abrindo o restante da porta e pedindo para a Leila entrar.

O Dib fica na porta vendo a Leila entrar e professora diz.

- Entra também bonitão, assisti a minha aula de linguás, vou te ensinar umas palavras novas. A professora dava em cima do  Dib descaradamente, todo mundo na escola já sabia disso, não só dele,  mas com outros alunos também, e ele era um dos queridinhos dela.

O Dib entra  e sala  faz um gemido sexy.

- UUUU!

A Leila senta na quarta carteira, a quinta carteira estava ocupada por um menino, o Dib chega perto dele e faz sinal com a cabeça para ele se mudar para a carteira de trás, o Dib se senta Atrá da Leila e fica ali.

A professora pergunta.

- Onde paramos ?

- Verbo To be. Diz a sala.

- ok,  let´s conitinue. A professora passa a lição na lousa, a Leila estava toda tímida, o Dib tentava falar com ela, mas ela estava calada.

A professora termina de escrever a lição na lousa, vai até a mesa dela pega uma pasta verde, onde havia todos os nomes dos alunos e vai até a Leila, colocando a pasta na mesa onde o Dib estava atrás dela e pergunta pra ela.

- Como é seu nome mocinha? Para eu poder anotar na minha lista de alunos.

A Leila fala o nome dela e a professora de abaixa para anotar na pasta que estava na mesa do Dib, exibindo ainda mais o seu decote para ele.

A Leila olha para o lado  e observa aquela mulher que agora na luz era ainda mais bonita, ela tinha os olhos verdes, alguns fios de cabelos ruivos encaracolados caiam pela sua testa , ela mordia os lábios pintados com um batom vermelho, que brilhava com a luz enquanto ela anotava o nome da Leila na pasta, exibindo o seu decote. A Leila olha para trás e se depara como olhar do Dib direto para o decote dela, o Dib disfarça a professora termina de anotar o nome dela, se vira e vai andando para frente rebolando com aquela calça jeans apertada, os meninos olham para  bunda dela e até algumas meninas também olhavam, não tinha como não olhar para aquela bunda e imaginar dentro da calça jeans, a Leila olha pra trás e percebe o Dib também olhando, os olhos dele se encontram com o dela e ele disfarça mais uma vez, ficando sem graça.

A aula continua e a professora explicava as palavras em inglês andando na sala no corredor onde o Dib estava e ela ia até onde ele estava e acentuava mais a pronuncia das palavras sensualizando-as, quando chegava perto do Dib, usando a linguá para explicar melhor a pronuncia das palavras, os meninos da sala inteira já deviam de estar excitados com as andanças da professora e sensualizando as palavras, o clima estava tenso, era possível ver os meninos inquietos nas carteiras ajeitando as suas virilhas.

-  Essa Professora deveria de dar aula de sexologia e não de inglês. Pensa a Leila com os seus botões.

A campainha soa para troca de sala de aula, os meninos levantam constrangidos escondendo o volume com o que podia, A Leila demora para levantar o Dib fica esperando por ela.

Ela se levanta e vai saindo a professora senta na cadeira e coloca as botas na mesa e pergunta.

- Está interessado na loirinha ein Bonitão?

- Ela é minha amiga.

O Dib vai saindo e a professora diz:

- Tchau bonitão!

Eles saem pela porta anda em direção a próxima aula, o Dib nem lembrava mais que tinha que ir para a suas aulas e vai indo atrás dela, que não estava com uma cara muito boa.

- Que porra foi aquilo ? Bonitão! O que aconteceu ali? Diz a Leila cheia de ciumes.

- Ela é louco, ela nunca tinha feito isso, também não sei o que deu nela e o que foi aquilo.

- Pensei que eu fosse a sua namorada e não a sua amiguinha, que você disse para ela, está me escondendo alguma coisa?

- Não , nunca tive nada com ela, ela dá em cima de todos meninos,hoje ela cismou comigo, não sei o que foi.

- Há mas eu sei, isso se chama, vagabunda que não pode ver outro macho com outra mulher, é falta de vergonha na cara, pensei que tinha entrado em um puteiro, em um primeiro momento, nunca vi uma professora vestida daquele jeito, professora que se prese, se veste adequadamente e não parecendo uma puta.

- E não precisa vir atrás de mim não, que eu acho a minha sala sozinha, não nasci grudada com ninguém.

- Que aula você vai ter agora?

- Não interessa? O pior que nem vi para onde foi o pessoal que estava na sala .

- Deixa eu ver. Diz ele

- Tó vê. Esfrega ela o papel na cara dele.

- Calma, é química.  Diz ele passando a mão na cara para aliviar o esfregão.

- E onde fica essa sala?

- É a sala 20 e do outro lado.

- Isso parece um dez, a mulher anotou igual o cú dela também.

Ele volta passa pela sala de inglês e para na porta da sala 20, o professor olha para ela e pergunta.

- Pois não mocinha?

Ela explica para ele que era aluna nova e ele pede para ela entrar o Dib entra atrás dela, o professor não fala nada, eles se sentam no fundo,o professor continua a aula.

O Dib tentando puxar assunto com ela, que o ignorava.

Ele insisti e ela grita.

- Deixa eu prestar atenção na aula!

A sala inteira olha para eles e o professor também e continua explicando.

- Como eu estava dizendo dois corpos não ocupam o mesmo espaço, isso é barbada.  Dito isso o professor passava a mão na barba.

Eles ficam calados no fundo a aula prossegue e a campainha soa.

A Leila sai rápido seguindo os outros alunos para não ter que perguntar para o Dib onde ficava a próxima aula, mas mesmo assim ele vai atrás, e ela fala.

- Não me segue não, me deixa estudar, não vem atrás de mim não.

O Dib vai até a entrada da sala e não entra, ele volta e se senta no banco do outro lado e fica esperando, fica ali até a aula terminar.

A terceira aula termina e agora era a hora do intervalo, ele não se levanta e fica ali esperando ela sair, ela sai pela porta e o ha vista sentado no banco, ela olha para os lados, ela não conhecia ninguém ali e sem saber o que fazer vai na direção dele e senta ao seu lado.

- OI! Diz ele.

Ela da risada e responde.

- Você vem sempre aqui. Diz ela sorrindo.

- Quer um chiclete oferece ela.

- Quero o da sua boca.

Ela oferece o chiclete da boca, ele pega e dá um beijo nela, e ela corresponde o beijo e el diz.

- Me desculpa se fiz alguma coisa, nem era minha aula eu só queria ficar perto de você, não tenho culpa que aquela doida cismou comigo hoje.

- Tá bom a raiva já passou, mas puta que pariu, eu nunca tinha visto uma professora tão bonita e gostosa como aquela, ela está ma profissão errada, devia ser modelo ou fazer filme pornô, até eu ohei para a bunda dela. Diz  a Leila rindo e colocando outro chiclete na boca.

Eles andam pelo colégio e ele a apresenta ela para todos os seus  amigos como sua namorada.

- Que aula você vai ter agora? Pergunta ele.

- Acho que é Física e depois Educação física, ih! Como vou fazer educação física não trouxe roupa.

- Relaxa a aula de educação física é só para inglês vê, ela dá uma bola de vólei na mão das meninas e uma de futebol ou basquete para os meninos que querem jogar, quem não quer jogar ela ensina alguns alongamentos, só tem um problema, as meninas ficam em quadras diferentes dos meninos, não pode ficar juntos, justamente por causa da roupa esportiva.

Ela balança a cabeça e eles vão andando até a próxima sala de aula, a sala ficava ao lado da professora de inglês que passa bem naquele momento e mexe com ele.

- Oi bonitão. Diz ela e continua andando e rebolando ainda mais em direção a sala de aula.

A Leila olha para ele e o se depara com o olhar dela direto para a bunda da professora, ela empurra ele entra na sala e se senta na primeiro carteira que estava vazia., ele entra atrás, mas a carteira de trás havia um amenina que nem olha para a cara dele, ele fica em pé ali tentando falar com ela, o professor entra na sala olha pra ele  e diz.

- A sua sala não é outra?

Ele diz que sim, mas o professor não pede ele para sair, ele se senta no fundo da sala.

A Leila vai até o professor e explica novamente que era aluna nova, o professor anota o nome dela e ela se senta.

A aula começa, o professor de Física era um professor jovem que usava uma barba preta para aparentar ser mais velho, ele tinha cabelo comprido e olhos azuis, era bem parecido com aquilo que pintam de Jesus cristo, era bonito e simpático, que brincava bastante nas suas aulas.

O professor estava explicando a aula até que a interrompe e diz:

- Que cheiro de hortelã é esse?

Ele olha para a Leila e diz:

- É você loirinha que está mascando chiclete?

Ela diz que sim balançando a cabeça.

- Me dá um. Pede o professor.

- Não tenho mais. Diz ela.

- Então me dá esse. Diz ele.

Ela brinca mostrando o chiclete entre os dentes, o professor pega sem nenhum pudor o chiclete da boca o dela.

A sala vibra e grita.

-EEEEEE!!!

Alguns amigos olham para o Dib e zoam ele.

O Dib fica ali quieto e não diz nada, a aula termina e ele vai tirar satisfação com ela.

- Que porra foi aquilo? Agora digo eu.

- Não foi nada, ele só pegou o chiclete, eu não tenho culpa que os professores dessa escola são loucos, não imaginei que ele iria pegar mesmo.

Eles discutem enquanto vão em direção a quadra para aula de educação física, eles entram discutindo na quadra e a professora de educação física pede para que ele saisse, que ali só podia ficar a meninas, ele pede para a professora esperar, que não espera e empurra ele, ele empurra a professora de volta, a professora de educação física era uma mulher forte, alterifilista e empura ele de volta, eles medem força um empurrando o outro, e a Leila e mais outra menina ajuda a professora empurrar o Dib para fora da quadra.

Ele sai da quadra tentando dialogar com a Leila,.

- Você que se lasque, o problema é seu. Diz ela com raiva.

A professora fecha o portão. Ele fica sem saber o que fazer e olha para a caixa de água, que era alta tinha mais ou menos uns 25 metros de altura e imagina.

- Se eu subir lá acho que consigo ve-la na quadra. Ela dá volta e entra na parte que dava acesso por um buraco que tinha na cerca, sobre na laje batendo o pé na parede e consegue se pendurar e subir, vai até a escada que dava acesso ao topo da caixa de água e sem medo de altura ele sobe, chegando lá em cima ele se senta com as pernas penduras para o lado de fora e fica ali assistindo as meninas treinarem educação física, até que uma das meninas, fala.

- Quem é aquele doido lá em cima da caixa de água.

A Leila olha e o reconhece.

A professora começa a gritar para ele descer de lá.

- Desce daí menino, é muito perigoso.

Ele ignora a professora e fica ali. A professora sai da quadra e fica embaixo da caixa d´água gritando para ele descer, os professores escutando a gritaria se juntam a ela, a inspetora também, todos pedindo para ele descer, ele se pendura para voltar para dentro da caixa de água e apessoa lá embaixo se assustam, ele percebe que aquilo assustou as pessoas lá embaixo e fica brincando se pendurando assustando as professoras , até que ele escorrega e cai, de 25 metros de altura.

Ele cai da cama no chão e se assusta, o seu pai se assusta com o barulho acorda  e da risada da situação e diz:

- Quanto maior, maior é o tombo, que horas são 05:00 horas, vai dar Águia na cabeça.

- Eu sonhei que estava caindo. Diz ele para o pai.

- É, vai dar águia mesmo, sonhando com altura.

Ele olha para o pai balança a cabeça e volta a dormir pensando,

- Que sonho louco, parecia tão real, só a professora tão gostosa daquele jeito, só no sonho mesmo, até Jesus Cristo estava no meu sonho, aquilo não pode ser.

 

-   

O despertador dispara as seis horas em ponto.

Ele levanta a cabeça olha para o despertador e reclama.

· Pô vó! Você colocou para despertar as seis em ponto, tirando os dez minutinhos a mais que eu sempre deixo, dez minutos dá para dormir muito ainda sabia e melhor dormir dez minutos a mais na cama e sair em cima da hora, do que sair adiantado e dormir no ônibus todo desconfortado e torto a viagem inteira balançando a cabeça, para um lado e para o outro, isso sem falar naquelas babadas que você dá e desperta todo babado com gosto de guarda-chuva na boca e tem a sensação de que todo mundo está olhando para você.

· Outro dia tinha uma mulher no ônibus, sentada no banco da frente, virada para mim, dormindo profundamente, e eu acho que ela estava sonhando que era um peixe, por que ela fazia com a boca igual um peixe, com biquinho e tudo, ficava abrindo e fechando a boca, como os peixes fazem, quando estão no aquário de frente para nós.

· Para de reclamar e levanta logo da cama e vem tomar o seu café, que está esfriando, não demora, não fica aí pensando na morte da bezerra se troca e desce logo para tomar o seu café.

Ele levanta-se da cama e vai até o guarda roupa, que mal parava em pé, de tão velho e estava caindo aos pedaços, aquele guarda roupa velho. A hora que ele puxa a porta do guarda-roupa, ela sai na sua mão e cai no seu pé, fazendo com que a solte e caindo no chão, fazendo um estardalhaço, que até o vizinho conseguiu escutar a porta caindo no chão.

· O que foi isso menino? O que aconteceu? A pensar morreu um burro.

· A porcaria da porta do guarda roupa, caiu no meu pé.

· Eu já falei para vocês, consertarem este guarda roupa, mas você e seu pai são dois preguiçosos. Aqui se faz, aqui se paga. 

 

  

Ele não liga para o que a avó estava dizendo e pega um moletom e o veste, colocando um macacão de jeans por cima, deixando a toca da blusa de moletom por fora, não penteia o cabelo e coloca a boina ao contrário. Tira um tênis, do esconderijo, por causa do seu primo, (era um converse preto de couro cano alto) calça-o e desce para tomar café.

Na velha caneca de alumínio cheia de café com leite quentinho, o esperava como sempre.

Ele toma o café dele e dá um beijo na avó e vai para o ponto de ônibus.

Já no ônibus ele encontra um amigo, o cumprimenta e se senta ao lado dele.

E conversa vai e conversa vem ele toca no nome da sua nova namorada.

· Eu a conheço. Eu já namorei com ela.

· Você já namorou com ela?

· Já sim.

Dib sente ciúmes e se cala por alguns instantes, mas algo o corroía por dentro, querendo saber mais detalhes do assunto, o que aconteceu no namoro deles, cria coragem e pergunta.

· Você chegou nos finalmente com ela? Transo com ela?

 

· Por que você quer saber?

· Ora por curiosidade e para saber se ela está falando a verdade para mim.

-Transo ou não transou com ela?

· Um dia nos estávamos em uma festa e fomos para um canto e ficamos nos amassando se esfregando, e....

· E... o que?

· É você sabe né, aconteceu, ali mesmo naquele canto da casa com a festa rolando do outro lado.

Dib sente um ódio o dominar, que o subia dos pés à cabeça.

· Aquela vadia mentiu para mim, disse que era virgem.

· As mulheres, sempre dizem isso, não sei por que elas fazem isso. (diz o amigo)

O Dib se cala novamente e fica o resto da viagem calado, só se remoendo por dentro pensando.

· Eu achei que tinha encontrado a mulher da minha vida, o meu grande amor que iria dedicar de corpo e alma, seria capaz de dar a minha vida por ela. Ela mentiu para mim como fui trouxa, neste exato momento ele olha pela janela do ônibus e visualiza a estátua do D. Pedro I montado no cavalo, que fica na Praça Princesa Isabel.

 

· Meu ponto é o próximo!!!

Cumprimenta o conhecido e como ele ficou tão desolado com o que o tinha acontecido, com o que o conhecido havia lhe dito, que não quis nem descer por trás e pagou a condução e passou para frente.

Quando ele fez isso, pessoas que tomavam a condução com ele todos os dias, se surpreendem e ficam olhando aquela cena rara, os que tinham um pouco mais de intimidade com ele, brincam com ele.

E o cobrador diz.

· Tirou a teia de aranha do passe antes de me dar. E o coloca na gaveta, mas antes brinca verificando a data de validade do passe e diz novamente. _ Eu olhei a validade para ver se não expirou a uns 3 anos atrás.

Os outros amigos brincam.

· Vai chover hoje, chover não, vai cair um diluvio.

Dib nem se incomoda com o que eles estavam dizendo, dá uma risadinha sem graça e puxa a cordinha da campainha, o ônibus para no ponto e ele desce e vai andando de cabeça baixa e com uma expressão triste de dá dó.

chegando na entrada do serviço, encontra com o pai, como fazia todo dia cedo, o pai varria a frente da empresa. Observa o filho e pergunta.

· O que foi filho? Que bicho que te mordeu? Porque está com essa cara tão triste? são por causa da namorada né, mulher é assim mesmo, quem desdenha quer comprar, deixa eu anotar a hora 07:43 horas Águia e cavalo.

Ele olha para o pai e pensa:

- Essa frase fez sentido, será? O cara está mentindo para eu desistir dela, será. Ele responde o pai.

· É pai, é mulher sim. Como você adivinhou?

· É fácil, nunca come marmelada, quando come se lambuza todo.

Sem entender o que o pai disse ele responde.

· Eu não estou sujo de marmelada, essa não fez sentido, eu nem comi marmelada hoje.

- Está sim, olha essa lagrima aqui no canto do olho, é salgada, mas é bem melada.

E continua sem entender o que o pai dele estava dizendo e entra para o serviço, cumprimenta os seguranças e sobe no elevador.

Descendo no seu andar ele vai até a Chapeira onde ficavam os catões de pontos. Procura pelo o seu cartão. Não acha, procura de novo, novamente e não o encontra.

Pede para a amiga ajuda-lo a encontra-lo.

· É não está aqui acho melhor você ir falar com a chefe. (diz a amiga)

Ele coça a cabeça e vai até a chefe e diz.

· O meu cartão de ponto não está na Chapeira.

· Senta aí um pouco que eu preciso te notificar de uma coisa.

· Me notificar do que?

· O seu cartão de ponto não está na Chapeira, por que você não faz mais parte do nosso quadro de funcionários, eu estou te dispensando.

· Eu estou te dispensando, dispensando, dispensando....

Aquela palavra parecia fazer eco na sua cabeça e começava a ver o rosto de sua avó no lugar do rosto da chefe e na sua cabeça repetia sem parar.

Dispensado, dispensado, dispensado....

Ele olha para a chefe, não pergunta por que? E der repente sente um alívio, de não ter que trabalhar mais naquele lugar insuportável e sente feliz, por ter sido despedido, dá um sorriso e resolve perguntar.

· Tá tudo bem. - O que eu tenho que fazer agora para pegar o que me devem?

· você deve passar no departamento pessoal e acertar com eles tudo o que eles te pedirem. (diz a chefe)

Ele se levanta e se despede e agradece ironicamente a chefe.

Ela diz que sente muito, ele nem liga para o que ela estava dizendo e vai em direção do departamento pessoal, que ficava na sobre loja do prédio.

Ele aperta o botão do elevador e espera-o, quando ele se vira e olha para o setor onde ele trabalhava, estavam todos olhando para ele e sente um mico de circo com a atenção toda voltada para ele, ele disfarça e olha para o elevador, que estava demorando e decide ir de escada, pulando lances inteiros de escada, como se estivesse andando de skate na escada, ou se pendurando no corri mão e deslizava pulando todos os degraus de uma só vez, fazendo com chegue rápido na sobre loja.

Já no balcão do departamento pessoal, ele explica para o funcionário do departamento, que acabara de ser demitido. E pergunta o que ele tinha que fazer para receber os seus direitos.

O rapaz do departamento pessoal explica para ele, o que teria que fazer e a onde ir.

Ele agradece as instruções e sai dali, como uma bala, o quanto mais rápido ele saísse dali, seria melhor.


Já na rua indo em direção ao ponto de ônibus, ele pensa no que a sua avó iria lhe dizer, sobre o que acabara de acontecer e se chateia um pouco, pensando nela,  pensa em inventar uma desculpa, imagina mil coisas, para dizer para ela, mas pensa melhor e decide contar a verdade.- Afinal ela vai acabar descobrindo cedo ou tarde, por que o meu pai trabalha lá também, não tem jeito vou ter que contar a verdade e assumir as consequências, com ela.

Ele dá o sinal para que o ônibus pare. o motorista o reconhece e comenta com o cobrador.

· É aquele moleque, que não costuma pagar a condução!! Mas ele está aqui tão cedo, deve ter acontecido alguma coisa com ele, não vou deixa-lo no ponto, deve ser alguma coisa séria, vou parar e apanha-lo.

O motorista parar no ponto, o Dib sobe no mesmo e se senta no ultimo banco, no canto na janela, pensativo sobre o que a sua avó iria lhe dizer e além de ter perdido o emprego ele ainda lembrava da mentira que o seu amor havia lhe dito. Balança a cabeça de um lado para o outro, como se estivesse conversando sozinho.

O cobrador olha para ele e olha para o motorista, que estava olhando pelo retrovisor do ônibus e dá de ombros.

Ele não se incomoda com que olhassem. O que te incomodava era dentro do seu coração e na sua cabeça que não parava de preocupar com o motivo de ter perdido o emprego e a mentira da sua quase namorada e vai assim a viagem toda, pensando e pensando.

Chegando em casa ele abre a porta com receio para não ver o espanto da sua avó, por ele ter chegado cedo em casa e abre a porta bem devagarinho, mas a porta range e sua avó vem ver quem estava abrindo a porta e se espanta mesmo como ele havia previsto. 

 

 

· O que você está fazendo está hora em casa? O que aconteceu? Árvore que nasce torta morre torta.

· Fui despedido vó.

· Foi o que? Cada cabeça uma sentença.

· Despedido, isso mesmo que a senhora ouviu.

· E agora o que você vai fazer da sua vida? vai ficar aí vagabundando pelas ruas, mas não vai mesmo, não morando aqui comigo, aqui você não vai ficar vagabundando, só aprendendo o que não presta, aqui comigo assim; você não fica!!! Pode tratar de arranjar outro emprego!! Aqui não é a casa da mãe joana.

A avó não parava de falar, mas ele não ouvia uma palavra se quer do que ela estava falando, estava pensando em outra coisa, estava mais preocupado com a mentira que a sua quase namorada havia lhe contado, ele dá de ombros para o que a sua avó dizia e sobe para o seu quarto, deita e dorme um pouco, havia levantado cedo para ir trabalhar, pelo menos tinha esta intenção. Dorme pelo menos umas três horas e acorda, com a sua avó o chamando para almoçar.

· Vem almoçar vagabundo, aproveita para comer enquanto tem comida, pois se você não arranjar emprego logo, não vai ter esta mordomia não. Depois da tempestade vem a bonança.

Ele desce arruma o seu prato com comida colocando o feijão por baixo e arroz por cima o bife também, com uma colher ele pega o molhinho da carne junto com as cebolas e espalha por cima da comida, bem no capricho, pega um copo de água do filtro e se senta.

Dá a primeira garfada e a avó começa a falar sem parar, por que ele tinha sido mandado embora.

Até que ele se irrita.

· Caramba meu !!! chega!! Não parou de falar nesse maldito emprego até agora, não me deixa comer sossegado, não quero mais também, vou sair, porque você vai me deixar louco dessa maneira. Fica aí falando no emprego, se você não faltasse no emprego, se você não andasse tão maloqueiro, se você tivesse mais cabeça. Chega meu!!!!

· Me mandaram embora é porque não me queriam mais lá e pronto eu não aguentava mais aquela rotina, aquele gerente que olhava cada passo meu, daquela sala de vidro, parecia que não tirava o olho de mim um minuto, me sufocava com os olhos e sempre com aquela cara de bunda, eu não aguentava mais aquilo, se eles não tivessem arrumado aquele serviço para eu fazer na rua eu já teria saído de lá faz muito tempo, me sentia preso lá vendo a minha vida passando por aquelas paredes, eu sou jovem quero viver a vida curtir enquanto tenho saúde, por que depois de velho, eu não vou poder fazer as coisas que gosto de fazer, quero viver, ouviu,  viver!!

A avó a escuta ele desabafar calada.

Ele larga a comida e sobe para o quarto, pega o skate e vai saindo para a rua, com a sua avó atrás resmungando.

· Seu mau agradecido eu só quero o seu bem. Devagar com o andor que o Santo é de barro.

Antes que a avó disse-se mais uma palavra ele monta no skate e desce a rua como um doido. Chegando na rua dos Master onde estavam o Lu e o Tuco andando de Skate na rampa ele pega bastante embalo e pula pela a rampa, mas ele sente que a rampa não estava muito segura, estava um pouco bamba, quase fazendo-o cair e pergunta.

· Por que a rampa está assim toda bamba?

· É que o cunhado do velho da casa do portão vermelho, veio reclamar que estávamos fazendo muito barulho e tentou quebrar ela levantando e a soltando com tudo no chão, e quebrou a madeira de apoio. (explica o Lu)

· Aquela casa do portão vermelho?

· É sim, aquela que tem o cesto de lixo preso no portão (mostra o Tuco)

O Dib anda até a casa onde eles apontaram e se pendura no cesto de lixo, quebrando-o e gritando e xingando, esperando com que o velho ou o seu cunhado saíssem para tirar satisfação.

Não sai ninguém, ele se vira para continuar andando de skate e de repente sai o velho de surpresa e tenta ataca-lo pelas costas ele se vira pega o velho numa gravata e quando ia começar a bater no velho ele escuta a dona Catarina, mãe do Edinho gritar.

· Não faz isso ele é um senhor de idade! Não faz isso!

Fazendo com que o Dib para-se um instante para pensar.

· É mesmo o que eu estou fazendo?

Ele solta o senhor e sai dali rapidamente, porque quase fez uma besteira, por estar de cabeça quente.

E vai andar de skate no balneário, o Tuco e o Lu vão atrás.

No balneário eles usam as escadas da arquibancada como obstáculos e fazem diversas manobras nos degraus, fazendo com que o Dib descontraíra-se um pouco e desabafa-se com os amigos.

· Pó meu, hoje está dando tudo errado pra mim, fui despedido, descobri que a minha mais nova namorada mentiu para mim e arranjei encrenca, sem mais sem menos.

 

                                                 

· Você foi despedido? (pergunta o Tuco)

· É fui.

· Por que? (pergunta o Lu)

· Acho que por vários motivos, por causa do cabelo comprido, pela roupa que estou usando, faltei ontem e estava fazendo muita coisa errada.

· O que a mina mentiu para você? (pergunta o Tuco)

· Ela falou que era virgem e não é.

· Como você descobriu que ela mentiu para você? (pergunta o Lu)

· Encontrei com um ex. namorado dela no ônibus e ele me contou o que aconteceu com eles.

· E você acreditou no que ele disse? Ele pode estar mentindo, só para se vingar dela, talvez ela tenha desmanchado dele e ele ficou com raiva dela e foi uma forma de se vingar também. (idealiza o Lu)

· É pode ser. (concorda o Tuco)

· Depois eu vou conversar direito com ela e quero ver se ela vai me contar a verdade.

· Pelo menos um dos seus problemas tem solução. (fala o Tuco)

· Um não dois, por que agora podemos fazer grafite durante a semana sem precisar perder o fim de semana e ganhar mais dinheiro. (Mostra as vantagens o Lu)

· Eu não tinha pensado nisso, vou ganhar dinheiro fazendo o que gosto de fazer, “arte”.

- Por falar nisso, o Speto nos convidou para ir na casa dele, ele mora perto do cemitério do Chora menino, vamos lá? Fala Lu.

- Vamos, caramba ele mora pertinho da gente e a gente não conhecia ele até esses dias. Fala o Dib.

- Sé é para ir vamos logo, porque o pessoal vai lá em casa depois assistir filme. Fala o Tuco.

- Então vamos, nós estamos com skate, a gente os leva com a gente e pegamos o Imirim Itaim e descemos no ponto em frente o cemitério e descemos de skate até o endereço, pelo o que ele falou a rua dele, é a rua paralela com a rua dos Portugueses, passando a floricultura pega primeira a direita e a direita de novo, é quinta casa a direita é uma casa grande com o um jardim na frente com um muro de tijolinho, ele falou que não tem erro, vamos tentar.

- Então vamos logo tonto. Fala o Tuco.

- Tonto é você. Responde o Lu.

- Tá, tá bom, vamos então. Fala o Dib.

Eles montam nos skates e vão até o ponto de ônibus, esperam um pouco e o ônibus aponta na curva, O Lu faz sinal para que o ônibus parasse, o ônibus para ele, eles sobem e se sentam no motor do ônibus, não demora muito eles chegam no ponto de destino, quando a porta de trás se abre para que outras pessoas subissem no ponto em frente ao cemitério eles descem sem pagar a condução.

Um senhor que tenta subir no ônibus xinga eles.

- Seus vagabundos, vão trabalhar, ficam atrapalhando a vida das outras pessoas.

O motorista os xinga de vagabundos também, eles dão risada montam nos skates depois que o ônibus saiu, eles descem a Avenida Imirim sentido Santana, fazendo manobras de Dow Hill, dando slides para que os skates diminuíssem a velocidade entram na rua dos portugueses, embalam o skate, remando com o pé e depois de passarem pela floricultura, descem a primeira rua a direita e param na primeira subida a esquerda, eles pegam o skate na mão e caminham subindo a passarem rua.

- A rua é essa, agora a gente só precisa achar a casa. Fala o Lu.

Eles andam algumas casas procurando pela descrição que o Speto passou.

- Acho que é essa. Fala o Lú.

- Nossa que casão. Fala o Tuco.

Eles apertam a campainha e aprece uma senhora.

- É aqui que mora o Speto? Pergunta o Lú.

 A senhora fica sem entender.

- Speto é apelido, qual é o nome dele? Pergunta o Dib.

- Putz! não sei. Fal o Lú.

- Estou aqui. Para salvação deles aparece o Speto na janela ao lado da senhora.

- Só um minuto, já vou abrir o portão para vocês.

Eles ficam ali no portão esperando até o Speto aparecer.

- Venham entrem.

Eles se cumprimentam e vão entrando, passam pelo corredor ao lado dos carros e chagam no fundo da casa, O Speto acompanhando-os e diz.

- Deixa eu mostrar uma coisa para vocês.

Ele abre a porta de um banheiro de uma edícula que ficava fora da casa e ostra para eles.

- Nossa !! exclama os três.

O banheiro estava forrado de latas de Sprays.

- Isso é o paraíso. Diz o Dib.

O Speto pega uma lata na mão e diz.

- Nem todas estão cheias, tem muitas usadas.

- Mas tem muita lata de spray aí. Fala o Lú.

Eles ficam ali observando por um tempo até o Speto os convida para conhecerem o seu estúdio. Eles entram pela porta da cozinha.

Pedindo licença para senhora que estava na cozinha e vão até um mezanino onde ficava o estudo do espeto.

- Aqui é o meu local sagrado.

Eles olham aquela bancada que devia ter aproximadamente cinco metros, onde haviam diversos desenho e materiais para desenho, haviam diversos lápis de cor, canetinhas diversas, folhas para desenho, um aerógrafo e na ponta da mesa havia um violino.

O Dib se encanta com o Violino.

- Um Violino, que louco.

- É do meu irmão, aqui em casa cada um tem a sua arte, o meu irmão é músico e eu tento ser artista.

Dito isso o Speto mostra para eles vários desenhos e letras de grafite para fazer na rua, dando alguns desenhos para eles.

- Tô pega para vocês esses, quando fizermos na rua novamente a gente faz junto.

O Lú segura os desenhos e eles trocam varias ideias até que o Tuco avisa.

- A gente precisa ir, o pessoal vai lá em casa assistir filme.

- É mesmo fala o Lu.

Eles agradecem ao Speto pela atenção e vão saindo, o Speto se despede deles.

Já na rua, o Lu guarda os desenhos no bolso da bermuda com cuidado para não amassar muito e diz.

- Vamos por aqui, a gente sobe a parte da Avenida perto do Cemitério e depois é só descida a gente vai andando de Skate e entramos na rua da Escola Meireles e estamos em casa. Assim eles andam até a subida acabar, montam nos skates e remam até chegarem à parte que era só descida, vão se arriscando e desviando dos carros, eles passam em frente à Igreja nossa senhora de Fátima e entrem na rua da Escola e descem fazendo Dow hill, aplicando vários Slides até o final da descida, passam a valeta e continuam até chegar na rua.

- UHUUU – grita o Tuco. Isso foi muito bom, muito louco.

- Bom mesmo. Fala o LU.

- Devíamos fazer isso mias vezes. Fala o Dib rindo.

· Que horas são? (pergunta o Tuco)

· São três e meia.

No mesmo instante o Lú olha para seu relógio e confirma



· É são três e meia, por que?

· O pessoal já deve te ter alugado as fitas e vamos assistir lá em casa, depois das quatros horas, eu convidei as meninas e elas confirmaram o horário. Tenho que ir para casa, vem comigo, a minha mãe e o meu pai saíram. 

- Vamos assistir ao “O grande grandão branco” (pergunta o Dib)

O Tuco e o Lu caem na gargalhada.

- O filme se chama: “O grande Dragão Branco “, seu burro. (corrigi o Lu)

- Eu sei sua besta, estou zoando. (responde o Dib).

- Ah !! sabe nada você falou errado mesmo. (diz o Tuco)

- Estou zoando. (fala o Dib)

- Tá, tá bom, mas vamos lá para casa agora. (fala o Tuco).

O Dib e o Lú concordam e acompanham o Tuco até sua casa. Eles vão de skate pela Avenida devido ser o caminho mais rápido.

Chegando na casa do Tuco, ninguém ainda havia chego, ao entrarem eles encontram o Leco assistindo televisão. (assistia à Mtv)

Eles cumprimentam o Leco e cada um se deita em um canto da sala, passados dez minutos chegam as meninas, (Vaninha, Kelly, a Cris e uma amiga do ED) o Dú, o Juca e o próprio ED jr.

Eles entram e cumprimentam a todos, cada um se ajeita como pode, os namorados ficam juntos, eles trouxeram consigo uma fita. O Leco em seguida coloca a fita para todos assistirem, o filma chamava-se “Conta Comigo”, que contava uma história sobre cinco amigos que se envolvem em uma encrenca e resolvem juntos essa confusão, como verdadeiros amigos.

Der repente o filme começa e todos prestam atenção, mas ao se passar dez minutos do filme somente o Dib e o Juca estavam assistindo ao filme com atenção, pois os namorados estavam mais interessados nos seus respectivos, hora beijando-se, hora esfregando-se ou conversando, como o Dib e o Juca estavam sós isso justifica a atenção deles com o filme.

O Dib observa o Lú beijar a Vaninha, vira-se para o outro lado e vê o Dú beijar a Kelly, isso faz com que ele se sinta mais só do que realmente estava. Para ele, de repente aquilo parecia ter sido combinado, fazendo com que ele sofresse ainda mais, as meninas deviam ter combinado tudo isso para se vingarem de mim, se esse era o objetivo, conseguiram, estou com o coração partido, tão apertado que chega a doer, dá até vontade de chorar.

A Vaninha brinca com o Lú como nunca brincou com o Dib e a Kelly beijou o Dú de um jeito especial, coisa que com o Dib isso nunca acontecia. Essas cenas provocavam um ciúme, que na verdade não deveria provocar, mas estava acontecendo.

Ele procurou suportar aquilo prestando ainda mais atenção ao filme. Mesmo apesar dos esforços não tinha como ignorar aquilo, suas conversas e risadas altas demonstravam o quão felizes estavam, de uma maneira que passava a impressão de querer esfregar essa felicidade toda na cara dele. Olha para nós, estamos nos amando e você está aí chupando o dedo e segurando vela para suas ex-namoradas.

  

 

Ele persistia em ver o filme até o final, mas o filme não acabava nunca, ele não estava mais suportando aquilo; mas o final do filme fica mais emocionante e triste, deixando-o ainda mais baixo astral, então ele pensa.

· Nem para ser um filme de comédia. Tinha que ser um filme triste, para completar ainda mais minha tristeza.

O filme acaba, ufa! Com um dos amigos morrendo, um final bem triste, que o deixa muito emocionado. Não aguentando mais ficar ali, ele resolve ir embora e convida o Juca para acompanhá-lo.

· Vamos Juca embora, pois estamos de vela aqui.

O pessoal então diz: - Que isso, fica mais, não tem nada a ver.

O Dib sem dar satisfação vai saindo batendo com a mão nas costas do Juca apressando-o. Eles saem pela porta da cozinha e ao passarem pelo corredor o Tuco da janela da sala pede para que os dois fiquem.

O Dib dá de ombros e sai, o Juca foi junto. Eles vão caminhando lado a lado sem trocar uma palavra, era começo de noite, para o Dib essa era a hora mais triste do dia.

Eles andam até uma praça onde havia um playground, devido ao horário não havia nenhuma criança por perto. Não há nada mais triste do que um playground sem crianças, passa-se a impressão de um lugar fantasma, pois não tem a euforia e agitação das crianças. O Dib estava muito sensível, vendo arte em tudo, estava chateado.

O Juca percebendo seu estado pergunta ao amigo.

· Por que você está assim tão triste? O que aconteceu?

· Não aconteceu nada.

· Nada? Alguma coisa está te chateando. O que é?

Então o Dib abaixa a cabeça, permanece calado por alguns instantes, de repente ao encarar o Juca seus olhos estavam cheios de lágrimas e tenta dizer alguma coisa, gagueja, soluça, a voz quase não quer sair.

· Pô, eu não sou de ferro.

O amigo vendo-o naquele estado se espanta, pois nunca havia visto ele chorar antes e então tenta consolá-lo.

· Desabafa, me diz o que está sentindo, eu sou teu amigo, quero ajudá-lo.

· Eu só me ferro, estou tendo um dia de cão, perdi o emprego, acho que perdi a minha quase namorada, pois nem comecei a namorar direito com ela e já a perdi. O Lú e a Vaninha, o Dú e a Kelly se esfregando na minha cara sem nenhuma consideração por mim. Meu eu não estava mais aguentando mais ficar lá na casa do Tuco, tive que sair o mais rápido possível, pois estava doendo muito, machucava pra valer.

· E o Lu e o Du, podiam ter um pouco mais de consideração com você eles deram mancada mesmo. (Fala o Juca).

O Dib soluçava e desabafava.

· Estou ficando melhor, precisava falar disso com alguém, você está sendo um grande camarada me ouvindo.

Antes que eles terminassem a conversa, uma viatura da polícia civil virava a esquina e o Dib diz.

· Do jeito que estou azarado não duvido nada, que a polícia vai nos dar uma geral.

Dito e feito, antes que ele terminasse de falar.

Dois policiais pularam do camburão antes mesmo que o carro pare por completo e gritando.

· Mãos nas cabeças seus vagabundos! Não se mexam!

Dib olha o policial que vinha ao seu encontro, apontando-o um trinta e oito cano longo e niquelado.  igualzinho o que o policial apontara para o Necrop’s outrora. - Ele está apontando o cano reserva, se ele nos matar ninguém nunca irá provar nada; porque a arma que a polícia sede a eles está guardadinha, sem deixar prova nenhuma. (ele pensa)

O policial manda que se levantem e se deitem no chão com a mão na cabeça e com as pernas abertas, o outro policial dá uma geral nos dois com muita violência, dando socos e pontapés e perguntando.

· Cadê a maconha?

· Nós não somos disso não. (responde o Juca)

· Vocês não me enganam, levantam bem devagarinho, deixa eu cheirar as suas mãos.

 

 

O guarda cheira as mãos deles e vê que nada costa e pede os documentos.

· Cadê os seus documentos?

Nenhum dos dois estavam com os documentos, mas estavam próximo da casa do Juca.

· Eu moro logo ali seu guarda. (aponta o Juca).

· Eu não perguntei onde você mora? Eu perguntei cadê o seu documento?

· Mas eu moro ali, posso ir lá pegar?

· Eu já te falei, que não quero saber onde você mora, eu quero ver o seu documento.

· Eu esqueci em casa. (explica o Juca).

· E você branquinho cadê o seu documento?

· Também deixei em casa.

· Bom!! Então vão os dois para a delegacia se explicarem para o delegado.

Neste exato momento, como uma intuição maternal a mãe do Juca aparece no portão e avista a polícia interrogando o seu filho e corre em direção deles.

· O que está acontecendo? (ela chega perguntando para os policiais, abraçando o seu filho)

· É seu filho, minha senhora? (pergunta o policial).

· É lógico que é. Responde ela com uma cara de haja paciência.

· Ele está sem documentos na rua, nós podíamos ter levado ele para a delegacia para se explicarem e se identificarem.

· Vão prender bandido, que levar o meu filho para delegacia o que. -Não precisa nada disso ele é um rapaz trabalhador e estudioso, não faz nada de errado. Só deus sabe o que poderia ter acontecido com eles, se eu não tivesse visto, vai lá saber para onde que vocês iriam levar eles, ou fazer até coisa pior, colocando droga neles, só para incrimina-los, vai prender bandido de verdade e não ficar aí procurando prejudicar a vida de um menino estudioso, vão prender bandido de verdade, aí vocês não têm coragem né, seus covardes.

Os policias só escutam e a observa e diz.

· Tá bom, minha senhora, tudo bem, minha senhora, desta vez passa, nós vamos liberar os garotos.

Os policiais os soltam e entram na viatura e vão embora.

A mãe do Juca nunca correra tão rápido assim em toda a vida dela.

· Que susto que eu tomei. (fala a mãe do Juca).

· Não foi nada mãe, já passou e a senhora falou umas boas para eles, agora eu estou é com fome a senhora fez janta? Por que eu e o Dib vamos jantar em casa.

· Fiz sim está em cima da mesa, mas quando entrar em casa não conta nada disso que aconteceu para o seu pai, está bom?

O Juca concorda balançando a cabeça.

O Dib chega perto do Juca e diz: - Depois dessa passou até a depré, nada como um bom susto para sarar a dor de cotovelo. Os dois dão risada.

- O que é que vocês estão rindo? (pergunta a mãe do Juca)

- Nada não mãe. (responde o Juca tentando segurar a risada)

- Eu estou quase terminando a camisa de vocês. Diz ela.

 Eles entram e se sentam para jantar, a comida estava quentinha e como não podia faltar na casa do Juca havia ali uma jarra de suco de maracujá gelada.

Eles jantam sem falar uma palavra, devoram a comida e vão para a sala assistir televisão e ligam a TV na MTV.


Não demora muito eles ouvem chamarem na porta. Era o pessoal voltando da casa do Tuco, que passavam em frente da casa do Juca.

As meninas haviam ido embora junto com o Du, ficaram só o Tuco, Leco, o Lu e o ED jr, “Os Master” estavam todos juntos.

Eles entram na casa, na maior farra, empurrando os do sofá e sentando no lugar deles, tomando os copos deles e bebendo os sucos que eles bebiam sossegados.

Todos se acomodam e assistem um programa da MTV.

Nenhum deles acabara indo para a escola naquele dia.

Passado as horas eles decidem ir na saída da escola.

No portão do colégio eles continuam na maior zoeira, andavam de skate e bicicleta, mexem com as meninas, gritavam, mexia com as pessoas que passavam nos ônibus; até que a campainha da saída toca e os alunos começam a saírem, aquele alvoroço como sempre.

De repente vem um amigo de sala de aula do Dib, em sua direção pedindo ajuda.

· Dib ajuda a gente? Arrumamos uma treta com os caras do 3º e vamos brigar agora na saída, nós iremos esperar eles aqui.

O Dib que estava com muita vontade de descontar a sua raiva em alguém, não pensa duas vezes.

· Ajudo sim. Quem é? - Me mostra.

· Não precisa entrar na briga não, só faz volume, você e os seus amigos da Master.

· Tudo bem.

Dib dá um alô para o seu pessoal, que ficam todos espertos.

A hora que a turma do 3º sai, o amigo do Dib de sala, sem perder tempo, vai para cima dele.

· E aí?  Você falou que ia me pegar, estou aqui, vem brigar, caminha.

O Rapaz do 3º dá o seu material para os outros colegas segurarem e caminha em direção do outro, que o insultava.

Os dois se estudam para ver quem dá o primeiro soco e vão caminhando até o ponto de ônibus.

É quando o rapaz do 3º toma iniciativa e parte para cima chutando-o. O amigo do Dib segura o pé dele e os dois se agarram e caem no chão. Foi quando um amigo do rapaz do 3º, dá um empurrão no amigo do Dib e o desequilibra, dando vantagem para que o rapaz do 3º ficar por cima para bater nele.

O Dib vendo aquilo, empurra um pessoal que estavam na sua frente e chuta o rosto do rapaz do 3º, para ajudar o amigo, ele chuta sem dó.

Que o rapaz grita de dor e chega a rodopiar, um amigo do rapaz o agarra o Dib, para bater nele, quando eles se olham, se reconhecem.

· Dib é você?  Caramba meu não faz isso! Quase te dei um soco.

Era o Fuscão, um grande amigo do Dib, mas também era amigo do rapaz do 3º, por que estava na sala dele.

· Esse cara é folgado Fuscão, merece apanhar.

O Fuscão não podia fazer nada, por que era o seu amigo e o solta, os dois juntos acompanham o final da briga, quando o amigo do Dib num golpe de sorte, agarra o pescoço do outro, perguntando se chegava de briga.

A polícia vinha chegando, e o pessoal separam a briga e disfarçam e se dispersam, sem que a polícia perceba que eles estavam brigando. 

Um dos amigos o “ASS” os avisa que iria rolar uma festa Punk e era para eles irem. – Vamos lá, já deve de ter começado. Fala o “Ass”.

- Então vamos. fala o ED

E eles vão com o “ASS” até o local da festa, eles chegam em um terreno vazio e o ASS fala. – É aqui.

- Mas aqui não tem nada. Reclama o Tuco.

No exato momento que um alçapão se abre do chão no meio do terreno, eles se assustam.

- Achei que era um Zumbi, saindo do tumulo. Fala o Tuco

Todos riem.


O Cara que saia do buraco no chão, fala para que ele entrem e um por, foi entrando pelo buraco e descendo uma escada que dava acesso a um grande porão que tinha o um cheiro forte de mofo, e naquele momento tinha um cheiro de mofo com cheiro de fumaça de cigarro e era onde rolava a festa, tinha uma banda tocando em um canto e um Dj no outro, eles encontram vários amigos que já estavam lá dentro, o XKW, Animal, Asma, Kaduks, City Bronk´s, Ninja, Deekadência, Pantcho, era toda a galera da pichação e todos ali gostavam de um Punk rock e depois de todos se cumprimentarem o Dj coloca nas pick-ups Ramones para tocar a música Surfing Bird e todos ali começam a pular  e dançar punk, dando ombradas uns nos outros, as vezes alguém se empolgava um pouco mais e começava a dançar dando chute e socos, e depois que termina Ramones o Dj emenda Toy Doll´s e o pessoal vão a loucura e o bicho pega, era porrada para todo lado, porrada no bom sentido, se existe porrada do bem aquela pancadaria era uma pancadaria amigável que só aumenta quando o DJ começa a tocar Dead Kened´s a música “California” e aquele porão vira uma arena de gladiadores onde todos dançam como se tivessem lutando  e assim foi a noite toda até eles irem embora.

O Dib é o último a sair daquele calabouço respira fundo e diz.

- Hum. ar fresco que delícia.

- Lá embaixo estava muito quente, a minha camisa está toda molhada de suor. Fala o Leco.

Os Master saem todos juntos em direção para a rua deles e quando eles estavam na vielinha.

No final da vielinha eles dão de frente com o Gentil e um amigo dele, que procurava por eles, se encaram e se ofendem.

Para a sorte deles o Gentil e o amigo dele, estavam desarmados naquele momento, estavam com medo do caso da noite passada.

E o Gentil finge que tinha alguma coisa na pochete, como se tivesse uma arma nela e que a qualquer momento iria saca-la.

O Tuco percebe que ele não tinha nada e fala.

· Ele está fingindo, ele não tem nada na pochete, vamos dar umas porradas neles. Nesse exato momento o Lu ataca uma pedra que acerta o rosto do Gentil, ele grita de dor e coloca a mão no olho e grita para o capanga dele.

- Vamos! Estamos em desvantagem.

O Gentil e o seu amigo percebem que iriam apanhar e resolvem fugir correndo pela vielinha, atravessando a Avenida no Meio dos carros, os carros buzinavam, alguns quase os atropela, e eles pulavam desesperados para a calçada do outro lado assustados.

Os Master atiravam mais pedras neles, do outro lado da avenida e ficam dali só assistindo aquela cena cômica, rindo que não se aguentavam do outro lado da avenida, que chegam até a perder as forças para querer correr atrás deles.

· já valeu a pena só susto que eles tomaram, deixa eles para lá, chega de treta por hoje, vamos até a casa do Lu, desenhar um pouco e ouvir música. (diz o Juca)

· É vamos lá, é deixa esses manes pra lá! (fala o Tuco)

Eles entram na casa do Lu e sobem para a laje e ficam lá conversando ouvindo música, zuando um com o outro, o Tuco pegava no pé do Lu, zoava tanto ele, que ele quase chegava a chorar de raiva, eles ficam ali desenhando até mais ou menos 2:00 horas da manhã, depois disso. O Tuco o Leco e o Juca, vão embora, O Lu, Dib e o ED ainda ficam se cansam de desenhar e ficam só conversando, se deitam na laje e ficam olhando para o céu só imaginando as figuras que as nuvens formavam. – Olha aquela parece um urso.  (diz o Dib) o Ed e o Lu olham para a nuvem e dão risada – Urso aquilo parece mais tartaruga. (diz o Ed). Então tá! E aquela parece um cara surfando em uma onda de fogo, fugindo de um Dragão, que tem um mago montado nas costas dele. (diz o Dib) – Isso é o grafite do muro do Fly. (diz o Lu). Eles dão risadas, depois discutem que não, depois mudam de assunto, conversando sobre vários outros assuntos, até adormecerem ali na laje.



Um raio de sol bate no rosto do Dib, acordando-o. Ele olha de um lado para o outro e se pergunta.

· Onde estou? O que eu estou fazendo aqui na laje da casa do Lu? Que dia é hoje? Eu acho que é quinta feira, tenho que ir trabalhar a minha vó vai me matar. Ih! Esqueci que fui despedido ontem, vou ficar aqui mesmo não tenho nada para fazer.

Ele olha para os amigos que dormiam profundamente que chegavam até a roncar e babar.

Não os incomoda, deixa eles dormirem sossegados e fica pensando com seus botões, olhando o amanhecer lindo que aparecia no horizonte. Admirava a tamanha beleza de vermelhos e amarelos com um fundo azul, um degrade de cores, de vermelho e amarelo chegando no azul claro, subindo para o azul escuro indo embora junto com a noite e pensa.

· Aqui deve de ser o paraíso, Deus nos dá a chance de aproveitarmos o máximo as nossas vidas aqui na terra, nós damos a oportunidade de apreciarmos belezas como está, porém quem é que mantém a chama desse sol, que nasce todo dia acessa? Será que dentro do sol é o inferno? Por isso o inferno é simbolizado de fogo, ou quando morremos os espíritos dos pecadores vão para dentro do sol, para ser escravos e assim manter a chama do sol acessa, este deve de ser o castigo, como diz a bíblia, que os pecadores: “irão queimar no fogo eterno”, para pagarem os seus pecados, trabalhar para manter a chama acessa e proteger a fortaleza de Deus, por que o sol é uma fortaleza perfeita, onde nenhum homem consegue chegar tão perto, devido ao seu calor, talvez só em forma de espírito se consiga entrar lá, isso deve de ser a luz no final do túnel, um túnel que leva o espírito até o sol onde os bons e os maus, são julgados. Também acredito que antes disso Deus já alivia alguns pecados e grande parte do que se faça em vida, já se paga aqui mesmo, uma grande parcela dos seus pecados e as suas consequências, das suas atitudes vividas na forma de vida terrestre. O sol também pode ser de onde Deus nos observa e nos abençoa através dos seus raios solares, juntamente com a água que nós abençoa, a água deve de ser um grande aliado da de Deus também na vida, só existe vida, se existe água, Deus as vezes deve se disfarçar como água e desce para passear na terra, o que também é um disfarce perfeito: A água é incolor, inodoro e mutável, indispensável para todo tipo de vida, o que facilita para ele, conhecer internamente e exteriormente tudo que ele precise investigar, e depois ele volta em forma de vapor. - Deus é malandro. (pensa ele). Essa combinação da natureza de água e sol, é que faz a vida florescer, faz com que as plantas cresçam, frutos nasçam, e o ciclo de vida mantém a sua sobrevivência e de todos os seres vivos, onde eles plantam e Deus abençoa com os seus raios solares, porém alguns desses seres vivos, mais preciso os “ seres humanos”, algumas vezes se tornam uns animais irracionais e gananciosos e tiram proveito ao máximo, além do limite e colocam todo esse ciclo em risco, porque  Deus fez tudo perfeito, e ele colocou um limite e um equilíbrio, porém alguns homens querem ultrapassar esse limite com a sua ganância, as vezes querendo brincar de Deus , querendo o mundo só para eles, onde a consequência desse desiquilíbrio é um mundo injusto, que pode ter um fim de forma catastrófica, causadas por bombas ou por alterações climáticas, e ainda lucram com isso, deixando assim esse mundo desequilibrado  onde poucos tem muito,  e muitos tem pouco, alguns desses milionários até estudaram e se esforçaram para chegar onde chegaram, pelo os seus próprios méritos, porém tem aqueles herdeiros dos oportunistas do passado que foram espertos no passado e se aproveitaram da mão escrava negra e conquistaram terras  derrubando muito sangue inocente e hoje em dia os seus herdeiros  ainda tiram  proveito dessa herança injusta e sempre são bem sucedidos, deixando assim uma herança injusta, onde os que não tiveram herança, precisam lutar muito mais, para poder alcançar o  sucesso ou simplesmente o seu sustento, o alimento da sua sobrevivência diária, onde o mais forte come o mais fraco, como na selva, ou o mais inteligente ganha mais que o burro “despreparado”, não que esse “burro” seja menos inteligente, essa burrice é causada pela falta da oportunidade, porque quem em berço de ouro, e que já tem o seu futuro garantido. Pensando nisso ele percebe uma frase para uma letra de Rap:

 

A vida é como na matemática,

Na soma dos números pares,

Nunca dá ímpar,

Mas na soma dos números pares,

Sempre dá par. 

 

Ele pega um pedaço de papel e faz o teste e escreve as somas dos números

 

(2+2=4), (4+4=8)

Depois ele soma os números ímpares

 

(1+1 =2), (3 +3 = 06)

 

E depois ele conclui, misturando os números par e ímpares

 

(2+1 = 3), (3+ 7 = 10), (5+6=11).  Ele faz diversas comparações.

 

 

 

 

- É o número ímpar só será par se conseguir se misturar com um par, como uma mulher pobre que se casa com um homem rico, ou um pobre que trabalha para um rico, como dizia Ford “Que o negócio só acontece quando existe um esperto e um otário”.

 

Nesse momento os passarinhos voam em torno da laje, como se brincassem no céu e ele pensa.

- Será que comer carne é pecado? Se fosse pecado, Deus não faria os carnívoros, apesar de que os humanos poderiam viver só comendo, plantas, verduras, legumes e frutos, que são geradas pela natureza, novamente voltamos para os raios solares e para a chuva, talvez não seja  certo comer carne de qualquer espécie, deve ser por isso que aparece tantas doenças, a do coração é causada pela gordura, como o colesterol, será que isso não seja uma forma de mostrar que isto não é certo e nós não percebemos isso e continuamos a comer mais e mais carnes, comprometendo as artérias e a consequência muitas vezes é a morte, não como um castigo, por que isso é dúvida, o homem já tem esse costume de comer carne, mas pode ser que tenha um limite, uma tolerância, mas também pode ser mais um dos nossos pecados.  Se observarmos as coisas ruins no mundo na maior parte delas, acontecem a noite, quando há luz do sol através da lua é muito fraca, é  refletida através da Lua as vezes não consegue dar conta de todos os lugares , mas se pensarmos bem, Deus não nos deixa totalmente desprotegidos, nos envia os seus raios através da lua, se não existissem os raios da lua para nos iluminar e deixar uma esperança, viveríamos em uma escuridão eterna e a maldade tomaria conta, as plantas não cresceriam mais, a chuva não iria mais existir, por que não teria o calor para evaporar a água e traze-la de volta para terra em forma de chuva, chuva abençoada que renova a vida, para o ciclo da vida, talvez essa deve de ser a escuridão que a bíblia tanto fala “nem que eu ande pelo vale das sombras, nada me acontecera por que o senhor estará comigo” este salmo só tem  sentido, se ainda haver um raio de luz, que além dos pecadores que vão para o fogo, os inocentes que ficariam na escuridão, isso não faz sentido, ou talvez isso aconteça devido a algum ato do homem, como uma bomba atômica, ou mesmo o descaso com a natureza, como a poluição dos rios, queimadas que causam o efeito estufa e afetam a camada de ozônio, isso pode tirar a terra do seu eixo natural e provocar essa escuridão, essa consequência pode se comparar com o corpo humano, quando o homem que come carne, poderia estar mudando o seu eixo interno, levando o mal para dentro de si, destruindo a sua natureza interna e morrendo de um ataque do coração ou de câncer. Assim é a harmonia do planeta, protegida pelo Sol e pela lua, além da sua beleza maravilhosa, enquanto isto estiver em perfeita harmonia com o ciclo da vida, ainda estamos salvos, com uma esperança de uma vida melhor e justa, porque ainda estaremos nas mãos de Deus, se a terra se desencaixar dessa harmonia, nem mesmo Deus poderia nos salvar, por que ele não poderia mais conseguir enxergar as nossas vidas através dos raios solares. Deus é a Natureza que funciona em perfeita harmonia e o Demônio é a escuridão, Mas enquanto Deus estiver na sua fortaleza, que é o sol, juntamente com a ajuda da lua, ele Vai nos proteger, ou em outras palavras essa é a justiça de Deus que  é feita, enquanto haver a luz para nos iluminar e nos proteger, os pecados e os pecadores são necessários para manter a chama e o calor do sol acessa, para que os puros descansem a noite protegido pela lua, esperando até o dia que irá se encontrar com o nosso criador e saber, se o seu destino é manter a chama ou reencarnar para a Terra, enquanto existir luz, o paraíso é aqui . É isso mesmo o paraíso é aqui, onde temos o sol e a lua trabalhando em conjunto, para nós dar todas essas maravilhas, para que possamos apreciar e desfrutar. Não vou me desesperar só porque, perdi o emprego ou que não tenho sorte no amor, hoje é o outro dia que amanhece e quem sabe? O que pode acontecer?

O seu pensamento é interrompido pelo o seu amigo.

· O que você, está fazendo? Conversando sozinho. Está ficando louco? (pergunta o ED jr)

O Dib dá de ombros e se senta abraçando os joelhos e dá um sorriso para o amigo com um ar de esperança e pergunta.

-ED! Quando você morrer e se realmente existir reencarnação, como você gostaria de voltar para a vida? - O que você queria ser?

· Ah, eu gostaria de voltar como um cantor de blues, que tem um grande talento, que quando eu tocar a minha gaita, multidões parem o que estiver fazendo só para me escutar e que fiquem hipnotizados obedecendo todas as minhas ordens e assim poderei transformar o mundo.

· E você Lu? O que gostaria de ser?

· Talvez uma lagartixa.

- Uma lagartixa!!! (Exclamam o Dib e o ED, dando risadas).

· É uma lagartixa mesmo, eu acho da hora poder correr pelas paredes com a velocidade que uma lagartixa corre, também gosto da forma como ela se regenera quando tem um membro amputado, que no caso dela geralmente é sempre o rabo dela, as vezes eu penso porque os cientistas ainda não descobriram algum tipo de cura, para alguma doença, pesquisando a lagartixa. 

O Dib olha para o ED que responde com o mesmo olhar. com a mesma cara de reprovação e de sarro.

- Você está rindo do que? 

- Tá bom, eu vou mudar a minha escolha, vou mudar para gato.

- Gato? Pergunta o Dib.

- Sim, gato. Responde o Lu.

- E porque não um cachorro. Pergunta o Ed. 

- Eu acho os gatos mais inteligentes do que os cachorros, os cachorros são bonzinhos e estão sempre abanando o rabo e agradando o dono, são bobão, já os gatos não, ele são na deles, são mais exigentes, e só fazem o que querem, não ficam bajulando o dono, só quando interessa para eles, são mais reservados e seletos, os gatos são chiques, sempre mantendo a postura, são ágeis  e sempre cai de pé. Ele ri. - É o que eu queria ser, um gato, mas e você Dib, o que você gostaria de ser?

- Eu gostaria de ser um passarinho, um desses de pequeno porte, um pardal, que cantam e voam sem preocupações total liberdade, sem rumo na  vida, podendo se alimentar de pequenas coisas e sendo ágeis para fugir com facilidade de seus predadores, não gostaria de ser uma águia, ou qualquer ave de rapina, por que a águia tem que caçar e matar para sobreviver, não queria fazer mal para ninguém, só queria viver a minha vida em paz e voar tranquilamente sem peso na consciência de  que destruí alguma família de outro passarinho ou outra espécie e também não gostaria de ser um Urubu que voa alto e bonito com muita liberdade, mas sobrevive da desgraça ou do resto dos outros, porque não tem coragem de matar nada ,  mas vive do resto mortais de outros seres vivos. Agora um Pardalzinho não, ele vive de pequenas frutas e farelos, as andorinhas também elas têm uma agilidade impressionante, vocês já observaram uma andorinha voando? Eim! Eu estou falando com vocês dois?

Os amigos o olhavam para céu, a procura de uma andorinha e não respondiam à pergunta do Dib.

- Não adianta ficarem aí procurando andorinha a essa hora do dia, está ventando muito, elas só aparecem quando não tem vento é muito difícil de se ver qualquer espécie voando a essa hora também, geralmente os passarinhos ficam mais cantando, anunciando um novo dia.

· É verdade, estou escutando muitos passarinhos cantarem, mas não vejo nenhum voando. - Fala o Lu. 

- Agora a pouco tinha alguns voando aqui, mas rapidamente sumiram.

· Até nisso é bom ser passarinho, você sempre acorda cantando, pode ser segunda feira, que mesmo assim eles acordam de bom humor e não se tem pressa de sair da cama, analisando os passarinhos tomarei os como exemplos, que sempre existe um novo dia, se ontem eu chorei, hoje irei sorrir. Quem sabe você não tenha razão sobre a Leila e seja mentira o que aquele trouxa me contou.

 

 

· É isso ai bola para frente! (fala o Lu bocejando) 

- Sabe o que seria legal a gente fazer uma festa aqui na sua laje, um baile, o que você acha?

- Boa ideia, vamos fazer. Fala o Lu.

- Nós podemos fazer um convite e tirar Xerox e distribuir na escola, nos points de pichação e para a galera em geral. Fala o Ed.

Eles não imaginavam a encrenca que eles estavam entrando.

-Ok, vamos falar com o resto dos caras e ver o que eles acham. Fala o Dib.

O Ed e o Lu dizem que sim balançando a cabeça.

- Combinado então, deixa eu ir dormir um pouco mais que a tarde irei ao balneário, falar com ela, hoje é dia de treino de vôlei e de basquete, quem sabe ela não apareça e me explica tudo, afinal de contas ela nem sabe o que está acontecendo. Eu que estou sendo muito idiota, ficando com ciúmes deste jeito, me torturando e talvez nem seja verdade. E se ela não aparecer no balneário, eu vou até a casa dela.

· Mas não demostre o que você está sentindo, dá um de João sem braço e seja durão. (aconselha o Lu).

· Eu vou para casa agora, dormir mais um pouco, na minha cama, lá pelas 11 horas, eu irei no balneário. (fala o Dib).

O ED e o Lu concordam.  O Ed vai para a sua casa o Lu só entra para o quarto dele.

Chegando em casa o Dib abre a porta, bem devagarzinho, para que a sua avó não o escute e perceba que ele chegou àquela hora e fecha a porta da mesma maneira, se vira e com os passos leves vai em direção a escada.

Ao pisar no primeiro degrau ele escuta a sua avó falar da cozinha.

· Não tem jeito mesmo vai ser um malandro da vida. O que os olhos não veem o coração não sente. (sua avó tinha ouvido o ranger da porta, deixou que ele entrasse e pensar que ela não tinha percebido ele chegar)

Ele escuta o sermão da avó e sobe para o quarto, para dormir.

· Naquela manhã de Quinta-feira ele dorme mais um pouco e desperta as 11:45 da manhã.

· Eu tenho que ir no balneário esclarecer com a Leila o que realmente aconteceu.

Ele se levanta veste um bermudão, uma camiseta, olha pela janela para ver se o tempo não havia mudado e pensa.

- Como o tempo em São Paulo é imprevisível, está sol de repente chove, fica frio depois volta a fazer sol a noite garoa e faz frio novamente, só falta nevar em São Paulo, se nevasse aqui a cidade iria ficar muito mais  bonita ia dar para andar de snow board, nas ladeiras iria ser muito legal, mas é capaz de nevar cedo e a tarde fazer aquele solzão e derreter toda a neve, e depois o sol iria evaporar toda a neve e formar aquelas nuvens negras carregadas , e chovendo forte um baita pé  d'águas, inundando tudo, alagando as marginais e complicando todo o trânsito, deixando a cidade um caos, quando a chuva é muito forte, geralmente, falta luz também, não, é melhor não nevar aqui, o caos seria pior e só iriamos sofrer com  o frio também.

Ele confirma pelo vão da janela.

· Aha !!!, já está nublado, como que pode as 06:00 horas havia um sol lindo e agora o céu está cinza.

Ele caminha até o guarda roupa, onde retira um camisão de flanela do cabide e o veste, por cima da camiseta e fica de bermudão e desce para comer alguma coisa. 


 

A sua avó o olha ele de camisão e bermudão e comenta.

· O que adianta? Cobrir em cima e deixa as pernocas de fora. Cada macaco no seu galho.

· Eu vou andar de bicicleta e vai esquentar um pouco.

Ele procura pela sua caneca de alumínio que estava guardada, sua avó não havia preparado o café para ele, por que estava zangada com ele e também já era quase meio dia.

Ele apanha o leite frio e o coloca no café quente, ficando horrível, mas o toma assim mesmo em goladas rápidas e sobe para o seu quarto novamente, para pegar a bicicleta e sai em direção ao balneário em disparado.

Chegando no balneário, a primeira pessoa que ele avista é a Leila, sente um frio na barriga e não tem coragem de ir falar com ela e passa direto por ela em direção aos seus amigos que jogavam basquete , no fundo da quadra, cumprimenta o Leco, Ale, Babo, o aranha, etc. e se senta no degrau da arquibancada, não estava com vontade de fazer manobras com a bicicleta, estava sem força, só de ver a Leila,  sugou toda a sua força, deixando imóvel no quanto da quadra.

O pessoal jogava vôlei e uma vez e outra a Leila tentava dar tchauzinho para o Dib, mas ele a ignorava, fingindo que não estava vendo.

Bola pra lá e pra cá, bola de basquete pingando, bola de vôlei voando até que uma bola veio parar perto dele, ele não a pega e a Leila vem buscar a bola.

Ela pega a bola e o cumprimenta ele.

· Oi! Né!

Ele a ignora, fingindo que não ouviu.

Ela olha para ele e acha estranho e volta a jogar sem muita vontade, por que ela queria saber o que estava acontecendo.

O jogo acaba ela vai direto falar com o Dib e pergunta.

· O que está acontecendo? Você não me procurou ontem, nem quer falar comigo agora. O que eu te fiz? Me conta que eu não sei.

· Você não sabe? Você mentiu para mim, disse que era virgem e não era nada, me fez de bobo.

· É lógico que eu era virgem, quem falou, que eu não era, ou como você pensou isso de mim?

· Eu encontrei com aquele seu ex namorado , aquele que te deu aquela bonequinha de porcelana, que você gosta tanto, e ele me contou, o que vocês  fizeram em uma festa, que vocês foram juntos.

· Nós só nos beijamos e se esfregamos um pouco nada mais do que isso. O que ele te falou?

· Falou que chegou nos finalmente com você.

· É mentira, você acha que eu iria fazer alguma coisa com ele no meio da festa. E tem mais,  eu acho que ele era viado, eu que atacava ele porque ele era um frouxo, eu até queria, fazer algo mais, porém, para ter esse algo mais tem que ter um bom parceiro, assim como você.

· Mas ele falou que te levou para um canto.

· Já estávamos em um canto, mas tinha várias pessoas nos olhando, e é como te falei, ele era devagar quase parando, acredita em mim eu entreguei a minha virgindade para você, por que é de você que eu estou gostando e não quero te perder, você é um bom parceiro.

Ele ouve aquilo, se cala por uns instantes, pensa e comenta.

· E se você estiver mentindo para mim?

· Você não sentiu quando fizemos amor?

· Eu não sei, não deu para sentir ou ver, a luz da lua, não era suficiente. 

· Acredita em mim, estou te falando a verdade.

· Tudo bem eu acredito em você, por que eu também estou gostando de você.

Eles se abraçam.

-       Ah! Eu tenho outra coisa para te contar, eu tive um sonho muito louco com você.

-       -Sonhou comigo?

-       Sim, sonhei que você tinha mudado de escola e tinha se mudado para a escola que eu estudo, o sonho era muito doido você ficou com ciúmes de uma professora comigo depois deu o chiclete da sua boa para um professor e por fim eu acabei caindo de uma caixa de Água.

-       O que você estava fazendo na caixa da Água ? pergunta ela rindo.

-       A professora de educação física não havia me deixado ficar com você então eu subi lá para tentar te ver e acabei caindo.

-       Você morreu no sonho?

-       Não, sonhei que estava caindo e acabei acordando antes de chegar no chão.

Ela dá risada

- Você ri é, o meu pai fez a mesma coisa.

- Me deixa adivinhar, e depois ele olhou as horas e falou que ia dar Águia.

- Isso mesmo, você acertou até o bicho que ele falou.

Eles dão risadas. 

 


 

· Vamos sair daqui, porque estão todos nos olhando. ( diz o Dib).

Eles vão para atrás da quadra, onde não havia ninguém e se beijam, se empolgam, encosta ela na parede, beija o pescoço dela, que solta um gemido, ele coloca a mão dentro da blusa, passando a mão nas costa dele que retribui arranhando as costas dele ele morde a orelha  dela e pega fogo a esfregação, ele a puxa para um canto mais isolado e continuam na empolgação, eles estavam tão empolgados que não escutam uma pessoa chegar perto.

- Bonito!!

Eles se assustam  e rapidamente arrumando as roupas, procurando quem havia disto aquilo. Era professora de Basquete, que acrescenta no comentário.

Sabia que existe lugares apropriado para isso.

Dib olha para a professora de basquete, dá um sorrisinho amarelo e puxa a Leila para ir embora e vai andando em direção a entrada dos fundos a quadra, a professora ainda faz algum comentário, ele dá de ombro, pega a bicicleta e vão saindo sem falar com ninguém.

Eles vão até a casa do Dib.

E dessa vez eles sobem para o quarto dele sem nenhuma cerimônia.

Eles sobem a escada se pegando, ele já abrindo o fecho do sutiã dela, ela tirando o chapéu dele e jogando longe, vai abrindo o zíper da calça dele, eles entram sem cerimônia no quarto, tirando o sapato esfregando um pé no outro, sem se separa tranca a porta, para a avó dele não incomodar, ele mal fecha a porta ela o puxa e se joga na cama com ele por cima dela, o que faz um grande barulho, ele pede pra não fazer tanto barulho e dá uma pequena pausa, para ver se a sua avó, havia  percebido algo , mas o silêncio predomina, eles continuam  e  começam a se beijarem e a se amarem a tarde toda, como dois loucos.

As horas se passam e finalmente eles dão uma pausa e ele toca no assunto de novo.

- Se você não gostava daquele cara, porque você guardou aquela bonequinha então?

- Guardei porque eu a acho bonitinha, delicada e cheirosa.

- Cheirosa!! Exclama ele. – Com o cheiro de quem?

- Com o meu cheiro horas, eu borrifo um pouquinho do meu perfume nele; porque você achou que era perfume de quem?

- Do boca aberta que te deu, eu acho muito estranho, você gosta tanto assim daquela bonequinha, não sei não, eu acho que nesse angu tem carroço.

Ela fica vermelha de raiva e é a primeira vez que ela fica nervosa com ele e começa gritar.

-  O que você quer que eu faça para te provar; que foi você quem tirou a minha virgindade, eu não posso mais te mostra a minha calcinha suja de sangue porque eu a lavei no chuveiro para a minha mãe não ver a calcinha suja de sangue, eu não sei como te provar agora, Ah!! Quer saber de uma coisa, se você não quer acreditar, não acredita então. Ela pega as suas coisas e destranca a porta e desce as escadas correndo e chorando.  Quando ela abre a porta e sai pela porta da sala para o quintal o Dib já estava na porta pelo lado de fora esperando-a. Ela não entende nada, olha para ele e fica confusa, só aí que ela entende que ele havia pulado a janela para pela, pulo da janela para a laje e dá laje para o quintal.

Ela tenta se desviar dele, mas ele a agarra e pede desculpa.

- Desculpa, você não tem culpa da minha desconfiança, depois de tudo que me aconteceu, eu acho que isso me afetou de alguma maneira, me desculpa, não vou mais tocar nesse assunto.

Ela estava com a cabeça no peito dele, levanta a cabeça e olha para ele com as bochechas rosadas e com duas Burgas azuis (Bolinha de gude), estava mais azul do que de costume.

- Nosso os seus olhos estão mais azuis do que de costume. (Comenta ele)

- É, quando eu choro, geralmente eles ficam mais claros. (Responde ela soluçando)

· São 17:40, hoje eu tenho que ir para a escola já faltei ontem, não posso faltar hoje, se não vou repetir de ano, Só espera eu me trocar que eu vou te levar até a sua casa.

Eles vão andando abraçados até a casa dela, quando ele chega na esquina da casa dela, eles se beijam e neste exato momento a avó dela, mãe do pai dela, vinha passando na rua com duas tias dela e grita.


· Vou contar para o seu pai!! Que você fica se esfregando pela rua com esse vagabundo.

O Dib ouve aquilo e se remoem por dentro, respira fundo, mas respeita a senhora e não responde a ofensa, por que era a avó dela.

Mas a Leila responde para ele.

· Não enche o saco, quer contar, não estou nem aí, a vida é minha eu faço o que eu quero dela.

· Sua menina má criada, vou contar mesmo para o seu pai.

- Eu vou entrar, ela não vai nos deixar em paz.

Ele dá um beijo de despedida e desce a rua, mas a senhora caminha atrás dele xingando-o em italiano e em português também.

- Seu cabeludo vagabundo.

O Dib ouve aquilo, para, pensa em responder para a senhora, pensa duas vezes e não responde, só dá uma reboladinha, tirando um sarro com a cara da velha e canta.

- Se outro cabeludo aparecer na sua rua, e isso lhe trazer lembrança minha, a culpa é sua.

A velha fica mais furiosa com o sarro dele e xinga ele mais ainda em italiano.

- Figlio di puttana, barbone, mascalzone ubriaco.

 Como a avó do Dib, também era filha de Italiano e quando estava brava com ele o xingava em italiano também, por isso ele entendeu tudo o que a avó da Leila o xingou, mas dá de ombro.

O Dib aperta o passo, até não escutar mais a senhora xingando-o.

· Puxa, tenho que correr, se eu quiser ir para a escola ainda hoje.

· Ele chega meio atrasando em casa, toma banho e janta correndo e sai para a escola. 

 

 

· Ele entra na escola, na hora que a servente fechava o portão da escola.

Ele assistiu todas as aulas, mas não aprende nada em nenhuma delas, por que não parava de pensar na sua amada.

· Eu acho que teria sido melhor, se não tivesse vindo hoje também, não prestei atenção em nenhuma aula.

O sinal da última aula bate, noticiando que a aula terminou, ele sai pelo corredor onde a Katia conversava com algumas amigas, ele passa por ela despercebido e vai na direção da saída da escola onde estavam o Leco e o Lu, que o esperavam. 

· Aí homem árvore tem uma festa para nos irmos hoje. (fala o Leco)

· Mas vocês vão assim de skates e largados, desse jeito? (pergunta o Dib)

· É uma festa de doido é só zoeira, vamos logo. (explica o Lu) 

-Não estou a fim não. (Diz o Dib)

- Larga mão de ser trouxa. (fala o Leco)

- Vai amarelar. (fala o Lu)

· Tá, tá bom, eu só tenho que ir em casa, guardar o material e pegar o meu skate também.

Eles vão até a casa do Dib.

Enquanto ele entra para pegar o skate, o Lu comenta.

- Não sei como o primo dele ainda não vendeu o skate dele para comprar droga. O Dib sai com o Skate embaixo do braço e eles vão se divertindo com os skates até a festa, chegando na festa, eles entram por um corredor escuro e já escutam um som pesado rolando, era uma festa heavy metal, eles entram na casa. Uma festa de doido mesmo, o pessoal estava tomando pinga pura no gargalo da garrafa, várias mulheres com os peitos de fora, alguns caras curtindo o som, balançando a cabeça sem parar acompanhando o ritmo da música e havia também uns gemidos que vinham dos quartos.

· Aqui parece o inferno. (comenta o Dib).

O Lu e o Leco concordam com a cabeça dando risada, se olham de novo e dão risadas e vão entrando na festa, na entrada da sala principal um cara gordão muito estranho, entra na frente deles e diz.

- Para entrar na festa tem que tomar um copo de pinga. O gordão aponta para uma bandeja que estava cheia de copos e ao lado havia um barril de Carvalho, parecido com aquele que o Chaves usa como casa no seriado e estava cheio pinga, eles se entreolham e o Leco é o primeiro a se servir, depois é a vez do Lu, que dá uma golada e faz uma carreta e por último o Dib que também faz carreta.

- Pronto agora vocês estão liberados para entrar na festa. (diz o gordão muito louco)

  A pinga sobe mais rápido que um foguete e eles entram de cabeça literalmente na festa, balançando a cabeça pra valer e bebem mais pinga, agora no gargalo da galera que oferecia para eles.

O Dib se sente zonzo, porque a pinga já estava fazendo efeito e se senta no sofá, de onde por uma brecha de uma porta que estava semi aberta, ele avista de onde vinham aqueles gemidos, um grupo transando, der repente passa um cara com uma garota, que estava com os peitos de fora e muito louca, estava doidona de cachaça e entram no quarto também.

O Dib dá um toque no Leco e no Lu, que estava com a garrafa de pinga na mão. E os três ficam assistindo aquela suruba, parecia aqueles filmes de terror ou aquelas pinturas apocalípticas, os corpos se mexiam como um monte de cobras juntas, coisa de filme de terror, a iluminação estava escura feita só por uma luz negra e isso fazia com que parece-se que o chão estava se mexendo, não dava para ter ideia de quantas pessoas estavam ali. Mas o Dib pensa e pergunta para o Leco.

- Essas bebidas não pode ser só pinga, tem alguma coisa mais nela, parece que os corpos estão se multiplicando e ficando coloridos, alguns estão com asas.  O Leco estava na viagem dele e responde com um – É. 

Eles se empolgam e o Lu e o Leco entram no quarto, braços os agarram e os arrastam para o meio dos corpos, fazendo com eles desapareçam naquele bolo de corpos.

 

 


 

O Dib fica sentando no sofá e o gordão chega perto dele e lhe oferece mais bebida para ele. Ela pergunta para o gordão.

- O que tem nessa bebida? - Não pode ser só pinga.

E o gordão responde com uma risada sinistra.

- Tem um tempero especial. (E solta uma gargalhada)

Dib olha para o seu copo que estava todo colorido, parecia um arco-íris dentro de um copo, ele bebe assim mesmo e der repente, veem em sua direção saindo de dentro do quarto, uma anja loira nua e vinha na sua direção andando em câmera lenta, era a Leila e estava com os olhos mais azuis do que estavam à tarde, quando estava chorando, os olhos estavam tão azuis, que parecia que estava acessos, e ela vinha em sua direção, mas não chegava nunca e de repente o teto começou a crescer e ele começou a afundar no sofá, der repente aquela anja segura a mão dele e o resgata e quando ele sai desse transe, o gordão estava segurando a mão dele, ele rapidamente puxa a mão e tudo fica normal, nossa o que foi isso? Ele se senta novamente e fica pensando na Leila. – Nossa parecia tudo tão real e quando ele olha o pessoal que transavam no quarto, todos tinham o rosto da Leila e agora parecia um inferno e de repente ficava tudo calmo.

- Ele pensa o que está acontecendo? Pensativo e bebendo enquanto seus amigos se divertiam, nem parecia que ele estava naquele lugar e novamente tudo ali virou um paraíso e havia flores para todo lado e a música soava como um canto Gregoriano, anjos tocavam harpas e as pessoas que transavam, estavam em uma espécie de paraíso e tudo estava em câmera lenta e muito civilizado, pareciam que estavam brincando e brincavam com os anjos. Agora ele olha para o copo que está negro, ele não quer tomar , mas parecia que o copo tinha criado vida e o força tomar mais um gole do que tinha no copo, ele se debate e todos o olhavam achando que ele estava doidão, até  que todos os anjos vieram em sua direção e começam a acaricia-lo, tocando as suas harpas e bruscamente tudo se apaga e vira uma escuridão e da escuridão uma mão de monstro surge e tenta asfixia-lo, ele se engasga e sente todo o liquido do seu corpo sair e pousar no teto, ele sente falta de ar.  Era o Leco que estava apertando o seu nariz. – Acorda dorminhoco, essa festa está muito legal, ele se ajeita no sofá, balança a cabeça, olha para o copo que estava vazio, porque ele havia derramado nele mesmo enquanto dormia, e coloca o copo na mesinha ao lado mantendo distância daquele copo.

· Hu , hu, isto que é festa divertida, nós temos que fazer uma festa assim Dib, que para entrar na festa, tem que tomar um gole de pinga. (grita o Lu) E dava mais uns goles na pinga. 

Dib olha os amigos se divertindo.

Quando uma garota se aproxima dele para beija-lo, ele a beija, mas não sente nada e a dispensa, por que ele estava apaixonado e só pensava em uma pessoa agora, só ela interessava para ele Lu) E queria sair dali porque ela não estava ali naquele momento.

O pessoal curte a festa até umas 02:00 horas da madrugada.

Todos estavam bêbados, mas o Dib só pensava em ir embora e chama os seus amigos bêbados, para irem embora.

Eles pegam os skates embaixo do sofá da casa e saem cambaleando. A casa ficava em uma ladeira. Uma decida boa para fazer um Dow hill.

· Vamos descer com os skates (fala o Leco).

Eles sobem nos skates, bêbados, mas não conseguem dar mais que uns passos e caem. Então resolvem descer sentados (como carinho de rolimã) pegando uma velocidade muito forte. Eles dão risadas, o Leco e o Dib continuam descendo. Então o Dib cai e se rala todo.

Eles dão mais risadas e continuam descendo o resto da rua sentados no skate e freando com os pés.

No final da rua eles olham para cima, olhando a ladeira que eles encararam bêbados e dão risadas.

· Você se ralou todo Dib, olha o seu braço e o seu joelho. (diz o Leco e dá risada junto com o Lu.)

· Vamos nadar agora no Garcia, para cortar a bebedeira. (idealiza o Lu.)

· Nesse frio!! (fala o Dib).

· É, nesse frio, nós vamos pular o muro na calada, sem que o guarda nos veja, tiramos a roupa e nadamos pelados. O que vocês acham? (sugere o Leco)

O Dib e o Leco se olham e dão risadas.

· Gostei da ideia. (fala o Dib.)

· Eu também. (concorda o Leco)

· Vamos logo então deixamos os Skates em casa. (Diz o Lu)

Eles deixam os Skates na casa do Lu e caminham até o Garcia pelo fundo.

Eles escalam o muro, com a ajuda de um poste de luz que fica bem próximo do muro, apoiando as costas no muro e os pés no poste.

· Tem alguém ali. (fala o Leco.)

· É uns caras fumando maconha, eles não vão nos incomodar. (Fala o Dib.)

O muro do lado de fora era muito alto, mas do lado de dentro da piscina tem menos que três metros ao inverso do lado de fora que tinha mais ou menos cinco  metros de altura, por isso tinham que usarem o poste de iluminação da quadra da escola, como apoio para os pés e subirem raspando a costa na parede e apoiando os pés no poste, chegando no topo do muro, tinham que se livrarem dos arrames farpados, abaixando os e pulando uma altura de quase três metros de altura, depois era só diversão.

O Dib e o Leco em cima do muro pisam nos arrames farpados que cercavam o muro e o Lu pula primeiro. O Dib segura para o Leco pular e segurando os arrames com um pé só e passando o outro por cima para poder pular, como ele estava bêbado, cai meio desengonçado, mas não se machuca.

Eles olham para a piscina, vê a névoa da neblina que baixava sobre ela.

· Está muito frio eu não vou entrar não. (Fala o Dib)

O Lu e o Leco concordam, estavam sem coragem também.

O Dib olha para eles dá risada, tira a roupa e pula na piscina, os outros dois fazem o mesmo e pulam também, os três nadam pelados.

· Buuuu!!! - Está água está muito gelada e curou a minha bebedeira na hora e agora está ardendo pra carralho os ralados do capote que tomei com o skate naquela ladeira. (fala o Dib, saindo da piscina, para mergulhar de novo dando uma cambalhota e não se importando com a dor).

O Leco faz o mesmo e o Lu também.

Eles fazem uma farra na piscina as 03:00 horas da madrugada.

· Vamos sair? Já curou a bebedeira e está ficando muito gelado aqui. (fala o Leco.)



 

Eles saem e se trocam.

· Por onde que nós vamos sair agora? (pergunta o Lu).

· Vamos sair pelo portão da frente, se o guarda aparecer, nós saímos correndo, já nadamos mesmo. (Fala o Dib).

O Leco e o Lu concordam.

· Vamos pular nos três juntos, para não ficar ninguém para trás. (combina o Lu)

Eles pulam, fazendo muito barulho e saem correndo, o guarda aparece na janela da porta da secretária, mas eles não dão nem chance para o guarda e correm até a rua dos Master, onde eles entram na casa do Lu, e dão muitas risadas.

O Leco e o Dib decidem irem embora dormirem, cada um para a sua casa.

Não esqueçam hoje à noite nós iremos no point da Lapa, pegar o pichador que pichou por cima do nosso grafite. (avisa o Lu).

O Leco e o Dib vão andando até chegarem perto da casa do Dib, onde o mesmo se despede e sobe a rua a direita.

O Leco continua o seu caminho e ao olhar ao longe ele observa um movimento estranho, dois homens que vinham saindo da viela, e se escondem voltando para dentro dela bruscamente.

O Leco acha aquilo estranho e desconfia.

· Vou chamar o Dib para me acompanhar até a viela.

Ele volta até onde o amigo havia se separado e não o vê mais.

· Ele deve ter subido correndo, aquele doido, agora eu tenho que me virar sozinho, já sei!!

O Leco esperto como era, disfarça que estava mijando em um muro, ficando em um ângulo, onde havia um poste, que atrapalhava a visão dos dois suspeitos e aproveitando, para pular o muro para dentro da ex casa do velho Gigio, porque agora não morava mais ninguém e estava abandonada e o terreno que um dia foi um quintal dava acesso para a avenida, por onde o Leco conseguia fugir e enganar os dois sujeitos.

Ele corre entre os destroços, escorrega e cai em cima de uma coisa grudenta e fedida.

· Credo!! -É o resto da carniça do cachorro do Dib, que ele jogou aqui e pós fogo e aquele mendigo comeu pensando que era frango assado, mas não comeu tudo, que nojo!! Ahh, ecaa !!

Ele se limpa e pula o muro do fundo que sai na avenida, caminha até o outro lado da viela, para saber quem eram os suspeitos e o que pretendiam fazer com ele.

Ele se esconde atrás da parede do lado de fora da Viela, antes da passagem e espia para tentar identificar quem são.

· É o Gentil e o seu capanga dele, esse cara não aprende mesmo, é, mas agora ele está armado mesmo, dá para ver o brilho da arma na mão dele daqui.

Os dois suspeitos começam a conversar entre eles.

· Ele está demorando demais, eu acho que ele voltou. (fala o capanga).

· Vamos atrás dele, se ele voltou não deve de estar muito longe. (ordena o Gentil.)

Os dois correm para a rua, deixando a viela.

O Leco aproveita e corre para a casa dele.

· Eu tenho que avisar os caras, que essa treta está piorando, amanhã cedo irei avisar o Dib, que é quem mais corre perigo.

O Leco chegando na casa dele, abre a porta e acende a luz e de repente.

· AAAHHH!! - Que susto mãe!!

Como a mãe do Leco não enxergava, ela não precisava de luz para andar pela casa, andava tateando as coisas.

· O que a senhora está fazendo acordada a está hora?

· Tive um sonho ruim com você e acordei e não consegui mais dormir, estava preocupada, mas agora você já chegou, eu acho que vou conseguir dormir. - Credo que cheiro é esse? Parece carniça, está vindo de você filho?

· É carniça sim mãe, é do cachorro que era do Dib.

· Do cachorro que era do Dib?? (estranha a mãe.)

· É mãe, é uma longa história, o Tuco não te contou que é o mendigo comeu o cachorro do homem árvore?

· O mendigo comeu o cachorro dele? Credo!! – Como?

- O Dib sempre gostou de animais, lembra aquela vez aqui em casa, que ele não queria matar o Camundongo, porque estava com dó, e o pior que o camundongo gostou dele, parece que ele tem uma boa Aurea, porque todos bichos, sempre ficam perseguindo ele, cachorro abandonado na rua, gato, até passarinho e com o camundongo, não foi diferente, o bichinho sempre ia para o lado dele, parecia que o camundongo era um bichinho de estimação dele, ficava seguindo ele por toda parte que ele ia, e nós começamos a zoar ele, dizendo que ele estava com medo do ratinho, ele chegou até a ficar no primeiro degrau da escada, dizendo que os ratos de rua transmitem doença, se não ele iria pegar ele para ele, e por isso estava evitando que o ratinho chegasse perto dele e o ratinho ficou ali em pezinho querendo ele e a brincadeira acabou quando o Tuco deu uma martelada no bichinho, zoando o Dib dizendo que ele estava com medo do ratinho, o homem árvore brigou, ficou bravo, dizendo que não era para ter matado o bichinho, ficou triste, ele sempre fica muito chateado quando um bicho de estimação dele morre e foi por isso que o cachorro dele que morreu, que se chamava Bidu, que havia falecido porque estava bastante velhinho, tinha mais ou menos uns quinze anos e como ele era muito chegado no cachorro, a sua avó pediu para que ele enterrasse o cachorro, de uma forma digna como se fosse um membro da família, mas o que foi que o espertão fez, ele pegou o cachorro no colo e o levou até um lugar abandonado mais próximo, como nesta região não existem mais terrenos baldios como antigamente, ele o enterrou na antiga casa do velho Gigio, enterrou não,  como ele não tinha levado uma pá para cavar um buraco, ele fez o seguinte: Pegou um monte de entulho que estava jogado por ali e jogou por cima que o cachorro dele que morreu do corpo do cachorro, mas não foi suficiente, então ele colocou um resto de janela que era da casa do velho Gigio, que alguém arrancou e colocou por cima dos entulhos, e pensou acho que está bom, para ele estava de bom tamanho, mas..  ele não contava com o frio que tem feito nestes dias, e os moleques da rua, resolveram fazer uma fogueira e adivinha onde é que eles forram buscar madeiras para a fogueira?

- Já sei? (responde a mãe dele) 

· Na casa do velho Gigio e pegaram a janela, que cobria o cachorro. (responde a Mãe.)

 


 

· Isso mesmo mãe, e o que aconteceu foi que o cachorro começou a apodrecer e feder e a vizinhança do lado começou a reclamar e  queriam saber quem tinha sido o Filho da Puta que tinha jogado aquele cachorro morto ali, até que descobriram, que o cachorro era do Dib, e foram  reclamar lá na casa da avó dele, a sua avó brigou com ele e o mandou que ele tirasse aquele cachorro morto de lá e o enterrasse em outro lugar, provavelmente terminando a frase com algum provérbio, do tipo: “quem não tem cão caça com gato”.

A mãe ri e diz.

- É verdade ela tem essa mania, toda vez que eu passava com o seu pai por ali e ele a cumprimentava, ela sempre tinha um proverbio para a situação, mas conta mais, termina a história, o que o Dib fez?

- Ele foi até o terreno, enfrentou aquele mau cheiro, colocou um saco plástico nas mãos e tentou pegar o cachorro, mas ele já estava em decomposição e se desmanchou todo caindo verme e tripa para todo lado, fazendo com que ele soltasse o resto do cachorro e vomitasse por cima.

- Credo que nojo. (comenta a mãe)

- Credo mesmo, mas aí ele pensou: E agora o que eu vou fazer? - O Mi que trabalhava no ferro Velho deu uma ideia para ele. - Vai lá no desmanche pega um pouco de gasolina e coloco fogo no cachorro. E foi exatamente o que ele fez, foi até lá no desmanche e pediu um pouco de gasolina, colocou a gasolina em uma garrafa de vidro de refrigerante Fanta, encheu a garrafa até o gargalo, um litro exato de gasolina e foi até o cachorro tampando o nariz para não vomitar de novo e jogou o litro todinho no cachorro e depois ateou fogo.

· Ele pós fogo no cachorro? (desacredita a mãe do Leco)

· Mas isso não é tudo não mãe, eu te falei que era uma história longa e sabe o que mais aconteceu? O melhor vem agora o melhor não. O pior, realmente o pior está por vir, quando o Dib colocou fogo no cachorro, subiu uma fumaça com um  mau cheiro terrível, pior do que estava, era um cheiro de carne podre queimada, que se espalhou por quarteirões, pelo vento que levava aquela fumaça podre, aquilo tinha um cheiro horrível, e a vizinhança todo começou a reclamar e a vizinha que morava na casa ao lado do terreno, ligou a mangueira e apagou o fogo, sendo assim, não deixando com que o fogo destrói totalmente os restos mortais do cachorro.

· Que confusão!! (comenta a mãe do Leco)

· Ainda não acabou não Mãe.

· Tem mais ainda?

· Sim tem o final do espetáculo, todos estão nos seus devidos lugares, que agora vem o Grand finale.  - Quando a vizinha apagou o fogo do cachorro ele ficou assado igual a um leitão, e o que aconteceu nos dias seguintes, foi o seguinte: Um mendigo que passava por ali, viu a casa abandonado do velho Gigio e entrou para se alojar ali, quando ele avistou o cachorro assado, sentou-se bem à vontade na frente do cachorro, colocou um lencinho no pescoço e começou a comer o cachorro, a Dona Rosinha vendo aquela cena, correu na casa dela e pegou um prato de comida para aquele Homem, porém quando ela voltou,  já havia um monte de pessoas dizendo para o mendigo não comer aquilo, e quando a dona Rosinha ofereceu a comida para ele, ele rejeitou dizendo que: “- Esse frango assado, foi a minha mãezinha que preparou e deixou aqui para mim e seria desfeita trocar o frango assado da minha mãe dele pelo prato de comida da  Senhora”. E o homem comeu o cachorro todo, lambeu até os ossos, sobrando só o couro podre e algumas partes que ele não aguentava mais e foi justamente nesta parte, que eu cai em cima hoje.

· Credo!! - Que nojo!!! Eu nem vou te perguntar o que você estava fazendo para ter caído em cima dessa carniça, que não tenho mais estômago para aguentar esse mau cheiro que está vindo de você, ainda mais depois de saber dá história, estou quase vomitando eu acho que agora que não consigo dormir mesmo, só de lembrar, me dá ânsia de vomito, vai menino! – Vai tomar um banho logo, antes que eu vomite em cima de você.

O Leco toma banho e vai dormir, acorda as 11:00 horas e vai até a casa do Dib avisa-lo do ocorrido, da noite passada.

Ele o chama, demora um pouco até a avó dele atender a porta, avisando.

· Ele já saiu, filho de peixe, peixe é.

Leco fica sem entender e pergunta.

· A senhora, sabe onde que ele foi?

· Ele disse que ia buscar alguém na escola, para bom entendedor meia palavra basta.

O Leco pensa acho que ela me chamou de burro ou ele tinha ido buscar alguém no Leme.

- Obrigado Dona Amélia eu avisando. vou atrás dele ok.

Mas o Dib não estava no Leme, ele havia ido buscar a Leila, que estudava no Meireles.

O Dib estava sentado nos degraus da escada do boteco que ficava do outro lado da escola e enquanto ele esperava, ele pensava.

· Tenho que arrumar um novo emprego, se eu começar a namorar sério com a ela, pelo o que pude perceber, os pais dela são preconceituosos e não vão aceitar que sua filha namore com um vagabundo. Eu vou procurar aquele meu amigo que montou uma transportadora, quem sabe ele não me arruma alguma coisa provisória, só até eu achar coisa melhor.

A campainha do colégio soa e o Dib fica de prontidão, esperando-a sair, naquele tumulto que mais parecia a saída deum estádio de futebol.

Mas no meio de tanta gente, ele avista dois olhos azuis esverdeados, sorrindo em sua direção.  Ele desce os degraus da escada e vai ao encontro dela, e lhe dá um beijo a pega pela mão, como se fossem namorados a muitos anos.

· Vamos comigo até em casa? meu pai quer te conhecer, para ver se ele me deixa namorar com você. (pergunta ela)

O Dib dá de ombros e responde.


 

· Vamos.

Os dois caminham calados, cada um pensando no que iria acontecer e no que aconteceu.

A Leila lembrava da noite passada, o inferno que havia sido na sua casa na noite passada, a sua vó  havia contado para o pai dela sobre ele e inventou e aumentou um pouco mais a história, deixando o pai dela muito furioso a ponto de bater nela, onde não a machucou mais,  por que a sua mãe entrou no meio e não deixou ele bater mais nela,  mandando com que ele sai-se para esfriar a cabeça, mas ele foi parar no bar , tomou umas e outras, e piorou mais ainda situação. Ele ia andando e lembrando de cada detalhe que a sua mãe havia lhe contado, e tomava mais uma, ela o prevenia do que poderia acontecer e as palavras dela não sai da cabeça dele.

·” você vai deixar a sua filha namorar, com um cabeludo vagabundo, aquele figlio di una ragazza, ele não quer nada sério com ela, ele só quer aproveitar dela e se mandar, eu vi os dois se agarrando no meio da rua, numa pouca vergonha”.

Ele toma mais uma dose e recorda o resto.

·” Você não pode deixar isso acontecer, tem que resolver isso logo antes que a sua filha apareça gravida e se torne uma mãe solteira aos 15 anos de idade”.

Essa foi de doer, ele vira um copo cheio de cachaça em uma só golada.

E já completamente bêbado, ele fala sozinho no balcão do bar esmurrando a parede, dizendo.

· Isso não vai acontecer, eu mato, eu mato, eu mato.

E chorava ao lembrar da filha pequenininha, com cachinhos dourados e dois lindo olhos azuis e diz.

· Eu não criei a minha filha para o primeiro vagabundo figlio di una ragazza, aparecer e leva-la de mim.

Toma a última dose de água ardente, mais derrubando do que bebendo e vai para casa, chegando em casa ele abre a porta da sala com um chute, fazendo um estardalhaço e gritando.

- Mulher a culpa é sua!! É a sua culpa deixar isto acontecer com a nossa filha, você devia tomar conta melhor das nossas filhas. - Olha o exemplo que você está dando para a sua irmã menor, você acha isso certo? em filha.

E repete. acha certo? – Acha certo? – Acha certo? Repete e repete como todo bêbado, ele passa a mão na cara e quando as tiram ele se vira para uma estante que estava a sua direita e começa a quebrar todas as coisas dentro da estante e dentro da  casa, ele dá um murro na estante quebrando a porta e depois chuta mesinha de centro, quebrando o vidro do meio, espirando caco de vidro para todo lado, e se corta, se corta no dedão do pé e no calcanhar, mas estava tão bêbado que não sentia dor e ficava andando pela casa toda espalhando sangue pelo chão ou em tudo que tocava e gritava.

· Eu mato!! Eu mato!!! – Eu mato!!

Ele vai até a cozinha pega uma faca, sai correndo dizendo que ia até o portão da escola encontrar o Dib e mata-lo, por que iria desgraçar a filha dele.

Ele corre até o portão do Leme, mas estava tão bêbado, que havia caído três vezes no caminho antes de chegar e estava todo ralado e sangrando mais ainda e fica ali na entrada do colégio tentando imaginar a fisionomia do Dib, mas ele não o conhecia, como iria se lembrar de algo que não sabia ele pensava que tinha visto ele uma vez e de longe e naquele momento estava muito bêbado, não conseguia nem lembrar o próprio nome, já estava chamando Jesus de Genésio.

Fica ali olhando e sangrando com a faca na cintura e não o encontra, até que o seu cunhado vem busca-lo de carro. O convence e o leva para casa onde chega desmaiado, para o bem de todo mundo.

O Dib sem saber da metade do que tinha acontecido na noite anterior, continua indo de mãos dadas com ela, na esperança de que eles o aceite.

· Eu preciso te contar uma coisa, o que aconteceu ontem à noite em casa, a minha avó contou parta ele de você, mas ela inventou e encheu a cabeça dele com um monte de minhoca e  ele bebeu muito e fez horrores ontem em casa, hoje quando ele acordou e viu o que tinha feito, achou melhor te conhecer antes de tirar conclusão precipitadas e pediu para que você fosse hoje lá em casa, o meu pai é muito bravo e eu estou com medo que ele te machuque.

Ele a interrompe não deixando-a terminar de dizer e fala.

· Eu também sou homem, como o seu pai, se ele vier falar comigo numa boa, eu irei conversar com ele numa boa, agora se ele vier com ignorância, eu também sei ser ignorante.

Eles já subiam a rua que dava acesso a casa dela, quando eles encontram com o pai dela descendo com pressa.

· onde você vai pai?

· Eu vou na garagem ver que horas eu vou trabalhar, quando eu voltar eu quero falar com você.

 

 



 

O Dib o olha e responde.

· Tudo bem eu vou estar esperando-o

O pai desce, parecia que ainda estava meio zonzo da bebedeira da noite passada.

· Seu pai é motorista de ônibus e trabalha bêbado assim?

· Às vezes ele dirige melhor bêbado do que sóbrio, em questão de acidente, graças a Deus nunca se machucou.

Eles chegam no portão da casa dela e sua mãe estava no portão.

A mãe dá uma olhada de espanto e ao mesmo tempo de medo para o Dib e diz.

· Meu marido quer conversar com você.

· Eu sei encontrei com ele agora no caminho.

· Entra aqui vamos espera-lo lá dentro. (Diz a mãe dela)

O Dib entra na casa e olha cada detalhe e repara que estava faltando uma porta da estante e o vidro da mesinha de centro e fica em pé.

· Senta! (diz a mãe da Leila)

Ele se senta e fica um pouco ansioso pela conversa.

E a primeira coisa que a mãe dela pergunta é.

· Você trabalha?

· Fui mandado embora Terça feira passada.

A mãe faz uma cara de desconfiada e se cala, ficando um silêncio, que parecia gritar no meio da sala, por uns cinco minutos ninguém fala nada.

Até a mãe da Leila lhe oferecer água.

· Quer água ou café?

· Eu queria água, porque café eu não bebo.

A mãe da Leila se levanta do sofá e vai até a cozinha buscar água e o remeda.

· Eu queria água, por que água eu não bebo.

E volta trazendo um copo de água gelada.

· aqui está a sua água.

Ele toma a água, agradece e procurava ser o mais simpático e educado possível, mais do que ele podia.

Passa-se meia hora e o pai dela chega, ele entra passa direto pelo rapaz e vai até a cozinha e quando ele volta ia saindo sem dar atenção e é quando o Dib pergunta para ele.

· O senhor não queria falar comigo?

· Eu, eu, estava querendo ter uma conversa com você, mesmo.

· Eu estou aqui, pode falar. 

- Você não me é estranho, de onde que te conheço, mas deixa pra lá e vamos direto ao assunto· O que você pretende com a minha filha? - É compromisso sério ou é só zoeira?

· Eu quero leva-la a sério.

· Ah! sei, mas e essas roupas largas e esse cabelo comprido, por que você não corta?

· Mas eu gosto assim.

· Gosta assim. - Mas você trabalha?

· No momento fui demitido, na Terça feira passada.

· Por que?

· Não sei, eu acho que foi corte.

Eles conversam por horas, até a avó da Leila chegar.

· Você deixou este vagabundo figlio di una ragazza entrar na sua casa?

Ele escuta aquilo e engole seco, para não ofender a senhora.

Depois que a avó da Leila chega, o comportamento do pai dela muda.

· Olha, eu vou ser bem direto com você, eu não quero que você namore com a minha filha, desta forma. Enquanto você não arrumar um emprego e não cortar esse cabelo eu não deixo vocês namorarem.

Ele tenta dialogar, mas percebe que iria ser inútil e desisti.

· Desculpa incomodar, mas eu só corto o cabelo se eu quiser e não vou cortar por que você me pediu, você não vai deixar a gente namorar, nos namoramos escondidos, sem você saber.

Depois de dizer isso, ele se despede da Leila e vai embora.

O pai da Leila faz uma cara de quem comeu e não gostou.

- Lembrei!

- Lembrou o que homem. diz a Mãe.

- Lembrei de onde eu  tinha visto ele, foi no dia da briga, lá no centro, ele e os amigos dele desceram por trás do ônibus sem pagar a passagem, mas eles não contavam que logo atrás eu vinha dirigindo o ônibus carregado de motoristas e cobradores e foi uma briga boa, o rapaz aí é bom de briga , derrubou alguns dos nossos, mas também levou uns sopapos

A avó da Leila comenta.

· Eu não te disse que ele era insolente esse figlio di una ragazza.

· Deixa-o comigo. (Diz o pai dela)

O Dib desce pelo escadão, pulando de três em três degraus, como sempre e pensa.

· Puxa vida, todo mundo resolveu implicar com o meu visual, droga é a minha vida, não preciso namorar em casa, eu vou namorar com ela escondido e que se dane.

· Estou morrendo de fome, ainda não almocei até agora, já são quase cinco horas e estou morrendo de fome, vou passar na casa do Lu, ele já deve ter voltado do serviço.

No caminho ele encontra com o Lu descendo do ônibus.

· Estava indo na sua casa agora.

· Olha só o Swacht novo que eu comprei.

· Bem louco, mais colorido do que o outro que você tem.

· Vamos lá em casa que eu vou te mostrar desenho que eu fiz ontem à noite, depois que vocês foram embora.

Eles entram pela cozinha, onde em cima da mesa havia alguns salgadinhos, e era tudo o que o Dib queria e sem perder tempo ele pega alguns e enfia na boca.

· Vamos subir no meu quarto, que eu vou trocar de roupa e te mostrar o desenho que fiz.

O Lu puxa a última gaveta do guarda roupa, onde dentro da gaveta havia uma pasta, ele abre a pasta e retira o desenho de dentro. Era um Mago, um Mestre com os braços abertos e alguns raios saindo das mãos e do chão saia as letras formando a palavra “Master”.

- Esse vai ser o novo desenho que vamos fazer na nove de julho, por cima do outro grafite, que tem lá.

O Dib olha mais um pouco o desenho e comenta.

· Esse desenho está bem legal.

· Que horas nos vamos no Mac da Lapa? Pegar o cara que atropelou o nosso grafite? (pergunta o Lu)

· Depois das nove, que é o horário que o pessoal está começando a se reunir lá.

· Eu vou tomar banho, você me espera um pouco?

O Dib balança a cabeça dizendo que sim.

Enquanto o Dib esperava o Lu tomar banho, ele se senta na cama, pega os desenhos da pasta e fica admirando um por um, mas não conseguia esquecer o que o pai da Leila havia lhe dito. (“- Enquanto você não cortar o cabelo e arrumar um emprego, você não namora com a minha filha.”)

· Um emprego? Eu podia ser desenhista ou viver fazendo arte. Iria ser muito bom. - Puxa vida!! Já pensou se eu arrumasse um emprego, em uma Editora de quadrinhos, ou em uma agencia de Publicidade, iria ganhar muito dinheiro e não seria mais preciso cortar o cabelo, poderia ir trabalhar do jeito que eu bem entendesse, por que esse pessoal que trabalha em publicidade ou com arte, sempre são alternativos, sempre estão na moda e conhecem as últimas modas, e sempre estão  inovando e fazendo roupas que chocam ao primeiro olhar, mas depois todo mundo se acostuma e quer ser igual . 

O Tuco e o Leco aparecem no quarto do Lu, pela porta do fundo.

· Cadê o Lu? (pergunta o Tuco).

· Está tomando banho?

 


· Dibão eu estava mesmo precisando falar com você, lembra ontem à noite quando fomos embora juntos?

· O que, que tem?

· Então o Gentil e o comparsa dele estavam me esperando na viela, escapei por muito pouco.

O Leco conta para ele como foi a sua escapada.

· Precisamos ficar espertos com esse cara, ele vai acabar pegando um de nós, na crocodilagem. (fala o Tuco.)

· É, ou acabamos com ele ou ele acaba com um de nós. (fala o Leco)

· Esse cara está louco de tanto fumar maconha, a maconha derreteu o cérebro dele, é só não mostrar medo para ele, que ele, que ele não faz nada, deixa ele pra lá, um dia alguém acaba com ele e nem vamos precisar sujar as nossas mãos. (fala o Dib)

Depois de 30 minutos o Lu sai do chuveiro.

· Caramba meu, pensei que tinha caído no ralo. (brinca o Dib)

· Vai logo se troca, que vamos lá chamar o Ed Jr. e o Juca. (fala o Tuco)

O Lu naquela frescura de sempre, pega peça por peça de roupa e fica pensando qual irá vestir.

· Hoje nós temos que parecer bem mau, então eu vou vestir uma roupa que me deixa com cara de mau e todo mundo vai usar toca para apavorar. (eles tinham seis tocas iguais. pretas com um bordado escrito Master e uma lata de spray igual à da tatuagem, na frente da touca.

· Eles descem do quarto do Lu e vão até a casa do Ed Jr.

O Ed Jr. vinha descendo a rua em direção deles.

· Legal nem precisamos subir está rampa toda, nos poupou dessa em negrão. Fala o Tuco.

Como sempre eles se cumprimentam e vão até a casa do Juca.

Chegando na casa do Juca, onde o mesmo estava esperando no portão.

· Entra aí vem ver os brinquedinhos e o que a minha mãe fez para nós.

Eles entram na sala da casa e em cima do Sofá estavam várias camisas de flanelas, cada um pega uma e experimenta.

Nas camisas estavam bordados “Master” no bolso da frente e atrás para baixo do pescoço, no meio da costa.

- Ficou Show! Exclama o Tuco.

- Muito louco. Fala o Lu.

- Calma não é só isso não, a minha mãe fez essas tocas para nós também. Ele pega um saco plástico de ontem tira algumas tocas preta, ele pega uma na mão e coloca na cabeça, na frente da toca havia um bordado verde preto e brando, com um desenho de uma lata de Spray igual a tatuagem deles e embaixo escrito Master.

- Caramba, muito louca, você misturou a cor do Palmeiras e do Corinthians, verde, preto e branco, eu e você palmeirense, o Dib, Ed, Tuco e o Leco são corintianos, ficou muito bom. Fala o Lu.

Cada um pega uma ficam analisando os detalhes e colocam na cabeça.

- Estamos estilosos. Fala o Leco.

- Há, há, adorei. Diz o Ed.

- Calma ainda não acabou.

- Tem mais? Pergunta o Tuco.

O Juca pega outro saco plástico e tira cinco colares de dentro do saco, os colares tinham balas de revolver penduradas neles, cada um escolhe um, o Tuco é o primeiro a pegar um colar de uma bala de uma automática 380, o Lu Escolhe a de um revólver 38, O Ed escolhe uma igual à do Tuco e o Leco também.

- É Dibão, você vai ficar com uma igual a minha. O Juca puxa a o colar dele de dentro da camisa e exibe uma bala de uma ponto quarenta, era uma bala maior que as outras, e era mais comprida e pontuda.

- Eu encomendei com aquele meu amigo Hippie que trampa perto de mim, ele me fez um preço muito camarada. Fala o Juca.

O Dib pega o colar dele e coloca no pescoço e o Juca explica.

- As balas abrem e vocês podem guardar o que couber dentro delas.

- Maconha. Fala o Lu rindo.

Eles dão risada.

Eles se olham, com as camisas novas, as tocas e os colores, todos estavam de calças largas e tênis cano alto.

- Ficamos estilosos demais. Fala o Lu.

- Ficamos com cara de mal. Fala o Tuco.

- Estamos Streteiros. Fala o Ed.

- Vamos lá agradecer a sua mãe. Fala o Ed.

Eles entram na cozinha fazendo algazarra e abraçando a mãe do Juca, que fica toda encabulada, dizendo.

- Não foi nada, não foi nada.

Eles voltam para a sala.

- Agora vem aqui que vou mostrar o que vamos levar no Point, para apavorar aqueles trouxas. Fala o Juca, os chamando com a mão.

Eles entram em um quarto, onde o pai do Juca usava para trabalhar com madeira. E de trás de uma mesa ele tira uma corrente, um bastão, um pedaço de cano e pontas de lanças enfiadas em paus.



O Tuco pega a corrente e diz.

· Eu vou ficar com a corrente em uma mão e na outro, com esse soco inglês. (Ele tira o soco inglês do bolso e mostra aos amigos.)

Os amigos olham o soco inglês e comentam.

· Legal!! Deve de ser legal dar um soco em alguém com isso, deve de fazer um estrago. Fala o Dib.

- É só não vai fazer como daquela vez Tuco, que tivemos que ir te buscar na delegacia. (Fala o Ed jr)

- Que vez? (pergunta o Tuco)

- Aquela vez na copa do mundo , que você estava andando na rua com a Zouida na avenida depois da vitória do Brasil na copa do Mundo e as ruas estava uma euforia e você estava andando com a Zouida na calçada, você do lado direito e ela do lado esquerdo, como dizia uma ex namorada, que dizia que : “Quem anda com a mulher do lado da avenida a está oferecendo para os outros” e foi justamente o que aconteceu, os caras mexeram com a Zouida e tentaram passara  mão nela, mas eles não imaginaram que o namorado dela era um doido e que estava com um soco inglês no bolso.

- Lembrei dessa história, era o meu primeiro soco inglês, que era pintado de preto. (acrescenta o Tuco).

- É, pois, é justamente. (fala o Dib) – Mas foi bem feito para aqueles otários, eles não sabiam com quem estava mexendo e não contavam com o semáforo vermelho e tiveram que parar o carro, ai eles se fuderam literalmente, porque você pegou o soco inglês, colocou na mão e correu até onde estava o carro deles parado no farol e começou a socar o cara do banco do passageiro, ele fechou o vidro e você estourou o vidro e continuou a socar, o motorista tentou passar o farol vermelho e você continuou a socar o passageiro do banco de trás e a lataria do carro conforme ele arrancava.

- É foi isso mesmo, o problema foi que aqueles trouxas passaram o farol vermelho e bateram em outro carro, e tinha um carro de polícia estacionado do outro lado da avenida e veio averiguar o que estava acontecendo e depois de constatado toda aquela confusão, fomos parar todos na delegacia e eles tomaram aquele meu soco inglês. (fala o Tuco).

- É, mas também não para relaxar igual aquele dia que você me deixou brigando com três caras e ficou só assistindo. (fala o Dib)

- Que dia foi isso? (pergunta o Tuco)

- Foi aquele dia que estávamos eu você e o Du, andando de Bike, ai a bike do Du soltou a roda e precisava de uma pedra ou algo para bater nela para colocar no lugar, e o Du pediu para você pegar um pau que estava do seu lado no momento que passavam três caras pela gente e eles acharam que era com eles e foi para cima do Du e começou a discutir, foi quando eu virei para o cara e falei, meu, não tem nada haver não é com vocês não, e o cara me deu um soco, eu revidei o soco dele e vieram os três caras para cima de mim, nem esperaram eu descer da bicicleta e foram me socando até eu perceber que estava encurralado e começara a reagir, e foi quando eu acertei dois dos três, acertei um no estomago que arreou  e o outro na boca, que começou a sangrar  e fiquei no mano a mano só com um que acertei também mas ele era mais forte, eu já estava com  os olhos todos embaçados de levar porrada e você e o Du só assistindo eu brigar com os três caras, só depois que derrubei dois que você entrou com um tijolo na mão ameaçando atacar  nos caras, me dando a chance de ficar favorável para o que estava acontecendo e conseguir sair dali. (relembra o Dib)

- Mas eu te ajudei, fiquei assistindo porque não é todo dia que a gente vê um cara sair na porrada com três caras e se dar bem, você briga de mais e aguenta porrada também, por isso que você é sempre o primeiro que eu chamo nas tretas, como aquela vez na festa dos parentes do Dorival.

Aquele dia foi foda, aquele não, aqueles, porque começou em um dia e ficou meses rolando, tudo começou porque nós chegamos na festa e a mulherada pagou um pau para nós, o Du se ajeitou com uma mina, o Leco também. (relembra o Tuco)

 

 

- Eu fiquei com a prima do Negada uma mulata linda. Comenta o Dib)

- Justamente e foi onde a treta começou, os cara ficaram com ciúmes da gente, nos dominamos a festa e na hora de ir embora ele quiseram arrumar treta, nós ignoramos porque as minas pediram para a gente não arrumar treta e deixamos quieto e fomos saindo para a rua com as minas, ai os caras ficaram mais puto ainda e vieram atrás  da gente xingando e atacando pedra, e uma dessas pedras pegou no seu pé e você pegou a pedra e atacou de volta e acerto um deles, eles ficaram com mais raiva e correram atrás da gente até a rua para o azar deles, porque na rua, estava o João e o seu vizinho o Tu, eles nem se envolveram, mas o primo do Negada um baita de um negrão, grande e forte veio babando para pegar o Dib, só ai que o João é o Tu, se envolveram e falaram assim: “Só os dois ninguém vai entrar, deixa os dois” a prima do negada que você estava pegando ainda tentou entrar no meio, mas o primo dela a empurrou longe e partiu para cima de você como um boi bravo, ele tentou te acertar, você esquivou se abaixou e deu um soco no saco dele, ele arreio, ai você aproveitou e agarrou ele pelo pescoço e encheu ele de porrada, você deu muita porrada na cara dele, por causa do barulho os vizinhos começaram a sair na rua  e o seu pai vendo que era você que estava brigando saiu com uma pá na mão querendo bater em alguém, e a vizinhança começou a apartar a briga e quando estavam separando você do primo do negada eu aproveitei e emendei um chute com força no saco dele também, e quando separam a briga e os amigos dele o carregaram, tiveram que colocá-lo no chão para se recuperar da dor  e foi por causa disso que ele falou que nós o pegamos de galera e quis se vingar e armou pra gente na outra festa. (Tuco olha para o Leco)

- Mas nessa outra festa que se ferrou fui eu. (comenta o Leco) – Fui eu que tomei um rodo que voei igual um Avestruz. (todos dão risadas)

- Mas o pior foi o Du e o gel, que correram pelo brejo. (fala o Tuco)

- Mas tem que lembrar do começo. (Fala o Juca).

- Deixa que eu conto. (falo o Leco) –Essa eu me lembro muito bem, aquele dia as primas do Negada vieram na rua e ficaram com a gente o dia inteiro, e no finalzinho da tarde tiveram a ideia de fazer uma festa na garagem da casa delas, nós concordamos e falamos para não chamarem os primos delas e estávamos lá de boa na festa e de repente o Dib sumiu do nada.

- Eu tinha ido na rua de trás para ver se encontrava uma outra mina que tinha acabado de conhecer, me deu um estalo e acabei indo. (fala o Dib)

- É, foi o seu anjo da guarda que fez sair dali, porque se aquele os caras te pegam dentro daquela garagem que só tinha uma porta de entrada e saída ele iriam te matar lá dentro porque não tinha como sair e quando nós saímos no portão para te procurar, chegaram quatro carros carregados de gente para te pegar e consequente pegar a gente.

- Até hoje nós não ficamos sabendo como eles ficaram sabendo da festa, se foi armação das primas do Negada ou se alguém avisou eles. (fala o Juca)

- Pois é mas aquele dia todos nós estávamos com o anjo da guarda muito forte, porque se não tivéssemos saído para procurar o Dib, tínhamos apanhando feio dentro da garagem também, e foi ai que percebemos o que estava acontecendo e saímos correndo, o Du o Gel e o Pastel correram para esquerda desceram a rua e escaparam pela chácara correndo pelo brejo, os caras que correram atrás deles, quando viram o brejo desistiram, eu o Tuco e o Juca corremos para a trás dos carros enquanto o resto dos caras ainda tentavam sair dos carros, o Tuco e Juca viraram para esquerda na esquina e desceram a rua eu virei a direita e corri para cima e o primo do negada que havia apanhado da gente veio atrás de mim e me deu uma rasteira que voei, mas e cai e levantei rapidamente  e quando levantei eu vi o Dib descendo a rua, ele estava vindo na minha direção  e do primo do Negada porque pensou que ele estava sozinho, eu comecei a gritar para você correr e a prima do negada também estava gritando tentando segurar os primos dela, mas você continuava a descer e ´só  parou  quando a rua fechou de gente para te pegar, ai você correu como um foguete e eu me escondi atrás de uma árvore porque todo mundo passou batido, porque queria pegar você, daí para frente eu não vi mais nada, só depois que você chegou no carro de polícia que fui te ver. (Conta o Leco)

- Àquela hora que vi o cara te dando um rodo, eu estava indo para cima dele para te defender, ai você começou a gritar para eu correr , e vi a prima do negada gritando também , fiquei confuso, só entendi , quando a rua atrás de vocês escureceu de tanta gente que apareceu, ali e resolvi correr, corri até um posto de suporte de polícia que tem na avenida para abastecer , entrei correndo e me escondi no banheiro , a galera ficou cabreiro e não entraram atrás, mas ficou uma confusão do caramba, porque aquele posto tem entrada pela avenida e saída no outro quarteirão, e eu sai para verificar e via gente gritando dos dois lados , mas não sabia que do outro lado era o negada com as primas dele, com o Lu, Ed e mais uma galera e foi nesse momento que apareceu dois detetives com um carro à paisana e eu expliquei para eles o que estava acontecendo e eles me levaram até em casa, onde encontrei com vocês, com a galera toda suja de barro e a galera da rua de baixo junto com o João indo resolver essa treta, o João chegou nos caras e falou assim ninguém vai relar a mão em ninguém, aqui não, a treta foi só os dois, um cara do grupo deles falou que não, que tínhamos batido no primo do Negada em galera e com paus e pedras, o João cabecinha, falou que não, só tinha sido os dois, que só na hora de separar que a vizinhança agrediu tentando separar , essa parte tinha sido o Tuco que tinha dado um chute, os caras não gostaram muito, mas entraram nos carros e foram embora, até hoje não sei como coube tanta gente naqueles carros.

- Só que não acabou aí. (comenta o Juca)

- Eles tentaram pegar a gente lá na escola, eles foram lá com uma galera e o pessoal da escola nos avisou que tinha uma galera perguntado por nós, o pior que nesse dia, só estávamos eu e o Dib, o Gel Testa naquele ano estava na nossa sala, pedimos para ir com a gente e o bundão pulou o muro de trás do colégio e fugiu, deixando a gente na mão, ficou só eu e o Dib, nós fomos lá atrás da escola e cada um pegou um pedaço de pau daquela árvore que tinham cortado e saímos na cara e na coragem, porém quando chegamos lá fora,  não tinha mais ninguém, tinham ido embora. (o Juca termina a história dando risada).

- Hoje vai ser foda, vamos nos concentrar para não fazer feio. (fala o Lu)

· Vamos malhar um pouco, para ficarmos inchados e apavorar na aparência também. (Diz o Leco)

O Juca tinha alguns pesos de musculação na casa dele, onde ele treinava algumas vezes.

O Dib, Tuco, Leco e o Juca, malham um pouco; o Lu e o Ed Jr só olhavam, pois eles teriam que ficar um mês inteiro malhando, para aparecer um músculo naquela magreza toda.

· Oito horas a gente sai, é uma hora de buzão (ônibus) daqui até o final, vamos chegar por volta das nove horas. (comenta o Lu.)

A mãe do Juca traz uma jarra de suco de maracujá, para eles beberem.

Foi aquela briga para ver quem bebia primeiro.

Eles tomam o suco e treinam mais um pouco, até as 20:00 horas da noite.

· Vamos aí pessoal, está na hora, todo mundo pegou a toca e o que vai usar para bater naqueles trouxas, estão todos prontos? (pergunta o Juca.)

E todos respondem que: - Sim!

· Então vamos nessa!!!! (fala o Ed Jr.)

Eles saem andando com estilo, faltando só a trilha sonora, eles vão até o ponto de ônibus, onde só um fica no ponto para dar o sinal, por que se fossem todos para o ponto, o motorista não iria parar.



Fica só o Lu e o Ed Jr no ponto para dar o sinal.

Vem o ônibus e os dois dão o sinal. O ônibus para e o pessoal saem de trás da banca de jornal sem correr e sobem calmamente no ônibus e se sentam nos últimos bancos e na tampa do motor, ninguém bagunça, estavam todos sérios, concentrados, porque ninguém sabia o que poderia acontecer e o que os esperavam, se iriam brigar com várias pessoas ou iram encontrar um frangote pela frenteou ou se alguém iria comprar a treta deles ou algo pior, calados e pensativos eles vão até o ponto final do ônibus, onde o Lu e o Dib arrombam a porta do ônibus e descem numa boa sem correr e encarando os motoristas que estavam no ponto final, naquelas casinhas de madeiras, onde só haviam dois e eles nem se manifestaram fazer alguma coisa contra eles, que estavam todos encapuzados e alguns de camisetas rasgadas, mostrando os “músculos” e mal encarados.

Eles andam gingando pelas ruas da Lapa até chegarem no Mac da rua 12 de outubro, onde eles se encostam em um canto e ficam esperando o momento certo.

O Point já estava cheio, tinha pichador para todo lado e cada vez chegava mais.

O Tuco, Ed Jr., Lu e o Juca vão até o Mac, comer alguma coisa, pedem alguns lanches e na hora de pagar, o Tuco para pegar o dinheiro, e tira o soco inglês e a corrente do bolso. O gerente olha o soco inglês e a corrente e fica assustado. O Tuco tira o dinheiro é dá para a caixa.

Ela avisa que ainda estava faltando dinheiro.

Ed Jr. Também procura uns trocos nos seus bolsos e deixa cair o bastão com lança, o gerente arregala os olhos e olha para o Lu, que estava deixando o seu bastão fazer volume na blusa dando a aparência de ser uma arma.

Ed Jr. acha o restante do dinheiro que estava faltando e dá para o caixa, que pega o dinheiro com uma cara de assustada.

Ao saírem o gerente liga para a polícia e avisa que alguma coisa iria acontecer ali.

O Tuco dá o Lanche do Dib e do Leco que esperavam na esquina.

Dib dá uma mordida no lanche e avista um cara que ele conhecia. 

- E ai Dib! Fala o Di.

- Beleza Di e aí de boa?

O Di apresenta outros pichadores que o Dib não conhecia e a galera pede para eles assinarem as agendas deles.

- E Di, vou fazer uma brincadeira com o seu pixo, vou colocar assim:“Di+B=Dib-b=DI”. O Di, mas depois disso ele passou a usar o símbolo de diferente no início e no final do pixo. Ele assina as agendas como Dib e como Master e o Dib, pergunta para o Di.

- E Di você conhece um cara que pixa Testa?

Ele pergunta para o Di, que responde.

· Ele estava aqui agora pouco, o que ele fez?

· Pichou por cima do nosso grafite.

· Ele é louco de fazer isso, eu acho que ele não tem noção do que fez e não sabe qual é a consequência, para quem faz isso, além de perder ibope e se queimar com a galera. Olha ele lá!

· Qual?

· Aquele todo esquisito, que faz justo ao apelido, testudo.

Para a sorte do esquisito, neste exato momento apareceu polícia de todos os lados fazendo com que eles esquecessem o sujeito e saíssem de fininho para que a polícia não os pega-se, eles e entram em um boteco, um pouco para frente disfarçando que estavam tomando cerveja.

A polícia chegou dos quatro lados, na contra mão por cima e por baixo, fizeram um cerco onde poucos conseguiram escapar.

A polícia enfileirou os pichadores um do lado do outro, todo com as mãos na parede e dá geral em mais de cinquenta pichadores, onde quem era de maior, era levado para a delegacia para se explicar e os menores eram liberados, depois de serem identificados.

Os policiais fizeram uma pilha com as latas de sprays, retiradas dos pichadores.

Um dos poucos que conseguiu escapar, junto com os Master, comenta.

· Olha quanta lata de spray, que os policiais aprenderam, dava para fazer um grafite da hora, deve ter umas 100 latas de sprays ali.

O Dib pergunta para o sujeito se ele conhecia o Testa.

· Eu conheço sim. Por que?

· Ele atropelou o nosso grafite.

· Vocês são os Master, né?

· É, somos e viemos aqui para socar a boca desse trouxa.

O sujeito olha o volume, na camisa do Lu e pensa que ele estava armado e diz.

· Ele mora do outro lado da cidade, eu acho que é Guarapiranga ou Grajau alguma coisa assim.

· É muito longe não vamos até lá, não, mas um dia nos vamos pegar ele de surpresa, pode ser até aqui mesmo, a gente volta outro dia.

O sujeito escuta e diz que eles estão certos.

· Vamos embora já fizemos nosso papel aqui e ficar vacilando aqui não é muito bom, o negócio está feio. (fala o Tuco)

· É vamos antes que a polícia venha para o nosso lado. (alerta o Leco)

Eles agem naturalmente e saem pela rua do lado sem as tocas para não chamarem a atenção. Andam de dois em dois até o ponto de ônibus, no mesmo lugar onde desceram no ponto final e pegam o mesmo ônibus que os trouxeram, mas estavam desatentos e não reparam. O motorista não fala nada e deixa que eles subirem.

Eles se sentam nos mesmos lugares que vieram e comentam sobre o que aconteceu.

 

 

· Não deu para deixar o nosso recado e quase que rodamos e se nos rodássemos com essas coisas aqui, iríamos se ferrar legal. (fala o Juca)

O Lu concorda com ele.

O Ed Jr. e o Tuco, sentados em um banco juntos, conversavam de outra coisa, parecia ser sobre música. O Lu, Leco e o Juca continuavam conversando, sobre o ocorrido e o Dib se isola no canto das tampas do motor, e fica só olhando a paisagem e pensando no que o pai da Leila havia lhe dito, ele estava com muita raiva e não tinha descontado em ninguém a sua raiva. - Não tinha dado tempo de dar uns socos, naquele loque, a polícia chegou bem na hora.  E falando em polícia !!! o motorista está encostando na Rota, ele vai chamar os policiais, para nos pegarem, rápido dispensem as correntes, os bastões, tudo que é intendido como arma.

O motorista para o ônibus na entrada do quartel da Rota na avenida Tiradentes, e desce do ônibus para chamar os policiais.

· Vai Tuco!! O seu soco inglês também.

Ele fica com dó de se desfazer do seu soco inglês e pensa duas vezes.

No exato momento em que aparece dois policiais na porta de trás do ônibus, o motorista sobe pela porta da frente, para abrir a porta traseira.

E quando o Tuco escuto o barulho de ar comprimido, se soltando e abrindo a porta ele joga o soco inglês, que com o barulho da porta se abrindo os policiais não consegue ouvir o barulho do soco inglês cair no chão.

Os policiais da Rota tinham a fama de ser muito bravos, sempre batiam nas gerais dada por eles e diziam que quando eles perseguiam os ladrões e os capturavam, os bandidos quase nunca chegavam vivos na delegacia, era cemitério direto, eles não perdoavam, matavam mesmo, sem piedade, como eles mesmos dizem: “Primeiro mata depois pergunta o nome”.

Um dos guarda grita.

· Desce um por um!!!

Eles já sabiam que iriam apanhar, por isso que era para descer um por um.

O Dib é o Primeiro a descer, por que ele estava sentado na tampa do motor, ao descer ele toma um tapa na orelha, que o deixa surdinho por alguns instantes, com o ouvido zumbindo, depois foi a vez do Leco, também leva um pé de ouvido, o Juca o Lu a mesma coisa e o Tuco e o Ed Jr. apanham mais por serem os últimos, tomam um tapa na orelha e um pontapé na bunda.

· Vai todos com as mãos na parede e olhando para a parede, com as pernas abertas.

Aparecem mais cinco policiais e já chegam batendo também, chutando uma das pernas pelo lado de dentro afastando as, fazendo com que quase abrisse espacate, batiam bem no tornozelo, para doer mais e revistavam um por um, numa brutalidade só.

O ônibus vai embora e os deixa lá com os policiais, apanhando.

Um dos policiais com uma cara de ruim, com um bigodinho parecido com o do Hitler diz.

- Porque vocês estão todos vestidos iguais? – Vocês são de alguma gang?

O Ed, pensa rápido e responde.

- Não senhor, nós somos de um time de basquete.

- Basquete, sei.

O policial examina um por um e diz.

- Basquete? Você aquele outros quatro podem até ter altura para jogar basquete, agora é esse anão aqui, até parece.

- Eu sou gandula. Diz o Lu e leva uma cacetada.

- Olho o respeito moleque, está achando que é brincadeira, e essas balas penduradas no pescoço, é para guardar droga dentro é?

- Não senhor é o símbolo do nosso time “Master Black Bullet”.

- Master Black Bullet, o que significa, Mestre da bala preta. Pergunta o Policial.

O Ed diz que sim com a cabeça.

Os policias examinam as balas, tirando as pontas delas e constatam que nada consta e devolve para eles.



-  Ok, se vocês estiverem falando a verdade, vamos fazer o seguinte: vamos marcar um contra vocês contra o time do batalhão aqui, se vocês não aparecerem, eu vou anotar o endereço de vocês e vou atrás de vocês, eu estou acreditando em vocês porque vocês parecem mesmo jogador de basquete com esses tênis. Está marcado para essa data nesse horário, não esqueça se não aparecerem eu vou atrás de vocês.

- Cabo toma nota dos documentos e do endereço de um por um, e mais uma coisa, parem de ficar bagunçando nos ônibus, ou vou ter que dar uma lição em você se aparecerem de novo aqui, e se não aprender podemos ensina-los de novo e de novo, até virarem homem.

Todos balançam a cabeça dizendo que aprenderam a lição.

Os policiais os dispensam e manda eles pegarem outro ônibus e que não fizessem nada com aquele motorista, por que os nomes deles estavam todos anotados, e se fizessem alguma coisa e não aparecem na data marcada, iriam ser todos presos.

Os guardas entram, o Tuco olha para a rua e vê o seu soco inglês brilhar bem no meio da avenida, ele disfarça que está atravessando a avenida e que seu cadarço desamarrou, se abaixa fingindo que iria amarra-lo e apanha o seu soco inglês e volta pelo outro lado da avenida até o ponto de ônibus mais próximo.

Dessa vez eles pegam o Imirim- Itaim 106-A, que já passava naquela avenida também, por que não iriam pagar a condução de jeito nenhum, e o Itaim era mais fácil de descer sem pagar a condução, ainda mais depois do que aconteceu.

Eles sobem no ônibus e ficam todos lá atrás.

- Como é nome do time Ed? Pergunta o Juca.

- Master Black Bullets. Responde ele.

Eles dão risada. - Caraca você pensou rápido, foi ligeiro, mas agora estamos ferrados. Diz o Tuco.

- Ferrado porque Tuco, nós jogamos basquete de verdade, nós temos um time de basquete, só não tinha um nome, agora tem, Master Black Bullets. Diz o Leco rindo.

- E tem mais, a gente pode chamar o Ale, o Babu o chiclete e a galera do Black, foi daí que tirou o nome né ED? Pergunto Juca.

- Foi o que veio na minha cabeça. Diz ele afirmando com a cabeça e rindo.

- É más, será que o time deles é bom? Será que nó não vamos ter que perder para não ter algum tipo de represália, o cara já me zuou me chamando de anão e ainda tomei um golpe de cassetete na cabeça. Fala o Lu.

- Se vai ter represália ou não, nós vamos ter que ir, se não formos, aí sim estamos ferrados, agora é compromisso. Diz o Dib.

Todos concordam balançando a cabeça.

- Mas nós não temos uniforme.  Fala o Leco.

- A minha mãe pode fazer para nós, e ainda bordar, “Master Black Bullete”, Mestres das quadras.

Eles dão risadas.

A gente só precisa comprar o tecido, que ela faz. Fala o Juca.

 


Eles vão falando sobre o assunto até chegarem na Av. Imirim, onde dessa vez o Leco arromba a porta, para eles descerem.

Todos descem o Dib fica por último, mas antes de descer, ele olha para o espelho do motorista e reconhece aquele rosto e o motorista vice-versa, era o pai da Leila. Ele toma um choque.

O Leco grita.

· Vai logo não estou aguentando mais!!!!

Ele desce o resto dos degraus e olha para o retrovisor do ônibus do lado de fora, onde o pai da Leila continuava olhando para ele e faz sinal insinuando alguma coisa, que não era nada bom.

O ônibus vai embora o Dib fica olhando estatelado.

· O que foi Dib? - Viu um fantasma? (pergunta o Lu)

· É como se fosse. (responde ele)

· O motorista do ônibus era o pai daquela mina que eu estou ficando e ele me reconheceu.

· Agora já era, você dançou de vez, se ele não queria que você namorasse com ela, agora fudeu de vez. (fala o Leco)

· Ah !! deixa pra lá, vamos lá para a rua logo, antes que aconteça mais alguma merda ou coisa errada com a gente, está dando tudo errado hoje.

Eles caminham e comentam, sobre quem apanhou mais dos policiais, passando pela viela eles dão aquela mijadinha de costume e continuam comentando.

De repente, aparece as duas senhoras voltando da igreja e gritam.

· Cristo!! Vocês não fazem outra coisa na vida a não ser urinar nesta bendita viela, vão trabalhar para queimar energia, seus vagabundos.

Eles correm arrumando a calça e rindo, até perderem o fôlego.

Mas mesmo assim o Dib não parava de pensar no que o pai da Leila estaria pensando sobre o que aconteceu.

O Pai da Leila terminava o seu último turno estava na sua última viagem e justo na última viagem tinha que ter encontrado com o Dib e os seus amigos.

Isto fez com que ele fica-se com a cabeça cheia e para-se no bar para tomar uma, duas, três... pingas.

E depois de estar bem bêbado ele vai para casa, ele abre o portão fazendo muito barulho e xingando.

· Essa merda... Está enferrujada, isso é só ilusão, não protege contra ladrão.

Os cachorros vêm ao seu encontro e pulam nele querendo brincar com ele lambe-lo

· Ahh!! Isso sim que é amigo, vocês são a minha família, não essas filhas que eu tenho e essa mulher, que não serve pra nada, família? Aahhh!!! Isso é tudo ilusão, o homem casa para ser digno e respeitado, depois vem os filhos, alguns dizem que é a nossa alegria, isso é ilusão, só nos traz desgostos e aborrecimento.

Ele se desequilibra e cai sentado no chão e deita no chão gelado, os cachorros lambem a sua boca, ele resmunga e tenta se levantar.

A porta da sala se abre.

Era a dona Marlene.

· Está bêbado de novo Lelio?

· Não enche o saco!! Eu bebo o tanto que eu quiser, a vida é minha e faço dela o que eu bem entender.

· Isso é exemplo que se dá para as suas filhas.

· Faz o que eu falo e não faz o que eu faço, isso é o que elas têm que entender e sabe quem eu vi bagunçando na última viagem que eu fiz? 

· Quem? (pergunta a Dona Marlene)

· O namoradinho da sua filha, ele não serve para a nossa filha, ele é um vagabundo que só quer zoar, ele só quer aproveitar dela e depois vai largar só o resto dela. Igualzinho a música “Caboclo na Cidade” do Dino Franco e Moraí.

· Não fala isso homem! Você não sabe o que está falando.

Ele começa a cantar:

- Seu moço eu já fui roceiro.

- Minha filha Sebastiana que sempre foi tão bacana, me dá pena da coitada, arranjou um cabeludo, que dizia ter de tudo, mas foi ver não tinha nada.

A Leila aparece na porta da sala do lado da mãe e pergunta.

· O que você viu pai?

· Eu vi o vândalo do seu namoradiiinhooo, shhhh, ele e os vagabundos dos amigos dele, shhhh arrombaram a porta do meu ônibus, e desceram sem pagar a condução, ele é um vagabundo cabeludooooooo, só vai fazer você sofrer. Shhhh.

A Leila olha para a mãe, com uma lagrima escorrendo pelo rosto e diz.

- Que azar!!

· É azar não shhh é verdade mesmo, é bom que isto aconteceu assim, para mim saber quem é o seu namoradinho, shhhhh eu não quero que você o veja nunca mais, ouviu ...

Ela sobe para o quarto correndo e tranca a porta e se desmancha em choro.

- Puxa que azar, acho que agora é o fim nunca mais vou poder ver o Dib de novo, não vou poder namorar em casa, que droga.

Enquanto isso o Dib estava sentado em frente à casa do Lu, parecia sentir o choro da Leila, estava desolado.

· Acho que é o fim mesmo, agora que o pai dela não vai deixar eu namorar com ela mesmo. (ele fala para o Leco, que estava sentado ao seu lado, enquanto o pessoal bebia água na cozinha do Lu)

passa um fusquinha vinho, a pessoa de dentro do fusca o cumprimenta, ele não consegue enxergar direito, quem estava dentro do fusca e cumprimenta também, assim mesmo.

De repente o fusca dá marcha ré e volta até onde o Dib e o Leco estavam sentados e a porta se abre.

 

 

· É o Ailton.

· E aí beleza?

· Certo?

· Vocês estão trabalhando?

· Não! Não estamos (respondem juntos)

· Vocês não querem trabalhar para mim.

· Para fazer o que? (pergunta o Dib)

· Entregar uns envelopes.

· Tem que cortar o cabelo ? (pergunta o Leco)

· Não acho que não precisa.

· Legal quanto você paga? (pergunta o Dib)

· Quinhentos cruzados, está bom?

· Está sim, quando começamos?

· Amanhã as 06:00 horas da manhã, pode ser.

· Por mim tudo bem e por você Lecão?

· Tudo bem também.

· Então amanhã eu pego vocês dois na sua casa Dib, as 06:00 horas, combinado.

O sujeito entra no fusca e vai embora.

· Legal era tudo o que eu precisava, um emprego, eu trabalho lá por uns tempos, até conquistar a confiança do pai da Leila, isso pode ser a solução para mim, foi Deus que nos fez sentar aqui através do raio da lua, para traçar os nossos destinos. 

- O que você está falando? (pergunta o Leco)

- Nada não, é coisa minha. (responde o Dib dando de Ombro)

· Como pode né, nem fomos procurar emprego e o emprego vem até nós. (fala o Leco) 

- E galera está rolando uma festa com desfile lá no Meireles, estou indo lá, vamos? Era o MCL que estava indo para a festa e resolveu avisar eles.

O Dib olha para o Leco e diz.

- Putz eu ia dormir para acordar cedo para ir trampar amanhã.

O Leco responde.

- Eu também, mas vamos lá ficamos só um pouquinho.

E assim eles acompanham o Mcl até o colégio onde estava rolando a festa.

Chegando no colégio o pessoal haviam feito uma passarela feita com carteiras escolar, havia uma grande fileira que saia do palco principal e Mcal passava pelo público que assistiam, a festa estava sendo feita pelos alunos do último ano do 3º colegial e estavam fazendo aquela festa para arrecadar fundos para a formatura deles, havia uma rifa de bolos e sorteio de bolos, também estavam vendendo pedaços de bolo e bebidas alcoólicas, enquanto as garotas desfilavam de biquíni pela passarela e os rapazes desfilavam de sunga junto com as meninas, estava rolando um som muito alto, um som, mais dançante e a galera que acompanhavam  o desfile estavam empolgadas, dançavam , sorriam e se divertiam, devia de ser por causa da bebida que estava sendo vendida a um preço muito baixo.

O Ed aparece com uma garrafa de uma bebida doce, que ninguém conseguiu identificar do que era, eles beberam toda a garrafa.

- Que bebida docinha vou pegar mais uma. Fala o Ed.

O Ed volta com mais uma garrafa da bebida juntamente com dois bolos inteiros.

- Putz onde você arrumou isso? (pergunta o Tuco para o Ed)

- A menina perguntou se eu não queira levar os bolos como troco, com o resto do dinheiro ela me dava esses dois, porque a festa já está acabando, e amanhã esse bolo, já não estará mais tão gostoso para vender, eles haviam conseguido muitos bolos de uma empresa de bolo do pai de um aluno que estava se formando também, eram bolos com a da de validade quase vencida, eu peguei esses dois.

- Olha tem mó galera levando bolo para casa.

Eles bebem mais um pouco daquela bebida doce e o Tuco fala. -

- Me deu fome, me dá um teco desse bolo ai Junioorr.

- Não eu vou levar para casa.

-Vai para de ser mão de vaca. Fala o Juca.

O Leco vai por trás e tenta pegar o bolo do Ed e caba derrubando o bolo no chão.

- Olha aí o que você fez. Fala o Ed se abaixando para pegar o balo do chão, ele se e levanta com o bolo todo espatifado e com raiva jogo um pedaço no Leco, que se abaixa e acerta no Lu, que não pensa duas vezes, vai até onde estava o resto do bolo no chão e pega um grande pedaço e joga no Ed, que se esquiva e o bolo não o acerta, mas acerta um outro cara, que olha para eles com uma cara de bravo.

- Pronto vocês arrumaram treta. Fala o Dib.

O Cara se vira para eles, se abaixa e pega alguma coisa, e quando se vira ele ataca um bolo inteiro que expira para todo lado acertando muita gente, que começam a revidar atacando bolo também e começaram uma guerra de bolo , era bolo voando para todo lado, o pessoal ria e se divertia com a guerra de bolo, o desfile teve que ser interrompido, porque acertaram até as modelos e os modelos que desfilavam, era bolo para todo lado e em cima da passarela estava cheio de pedaços e farelos de bolo, ficando liso e perigo desfilar ali, o que fez com que acabasse com a festa e com desfile.

Eles foram saindo e a guerra de bolo não acabava, eles correram para a rua e foram descendo em direção da casa do Dib, onde eles se lavaram na torneira do quintal, tentando tirar todo aquele açúcar do grasse dando risada.

- Que festa da hora! Fala o Tuco.

- Muito legal mesmo. Fala o Lu rindo.

- Eu estava pensando em tomar café da manhã com aqueles bolos. Fala o Ed se lamentando.

 



 

- Vocês são loucos. fala o Mcl rindo pulando e dando peidos no ar, enquanto pulava e dava um golpe de karaté, soltando um peido no alto do pulo no final do golpe. Eles riam cada vez que ele fazia isso e não paravam de rir.

- É muito engraçado. Fala o Lú rindo muito.

Aquela bagunça acaba quando a avó do Dib sai na porta e grita.

- Que bagunça é essa seus maloqueiros, uma hora dessa fazendo bagunça na porta da casa dos outros, Água mole, pedra dura, tanto bate até que fura, ninguém consegue dormir.

- Tá vó, já vamos parar com a bagunça, já entrar para dormir.

- É galera eu vou dormir, para poder acordar cedo. (fala o Dib)

· Eu também. (fala o Leco)

O Leco chama o Tuco para irem embora juntos e o Dib estava tão ansioso que nem espera pelo amigo e sobe para a sua cama todo molhado.

Depois de se limpar o Dib se deita na sua cama, ele estava tão feliz que até esquece o que tinha acontecido naquele dia e desmaia, dorme profundamente.

De repente de madrugada por volta das 04:00 horas ele acorda com uma gritaria no seu quarto.

Ele olha a porta do quarto onde estavam a sua avó e a sua tia, tentando impedir com que o seu primo entrasse no seu quarto, ele estava com uma faca na mão e dizia que iria matar o Dib.

O Dib dá um pulo da cama, e ajuda a sua tia e a sua avó a empurrar a porta e a tranca, mas o seu primo continuava batendo na porta, mas de repente para.

· Será que ele foi embora? (pergunta a tia)

· Acho que não ele quer que pensamos isso, o que aconteceu que ele está assim?

· Ele deve ter usado muita droga e tomado muita pinga, que até recebeu um espirito ruim.

· Onde ele arrumou dinheiro para comprar droga? (pergunta a avó)

O Dib olha para o criado mudo e percebe que o rádio não estava mais lá.

· O rádio, ele pegou?

Ele fica com muita raiva e pega uma barra de ferro da janela, para se defender da faca e abre a porta e tropeça no primo que estava agachado, se balançando para frente e para traz, com uma voz de criança, ele havia recebido um espirito de criança.

O Dib olha aquilo e não tem coragem de bater naquilo e desce para a sala, para pensar um pouco.

O primo desce logo atrás, se escorregando, degrau por degrau como se fosse uma criança brincando na escada e chegando mais perto do Dib dizendo.

· Quer brincar, vamos brincar, de une dune te?

O Dib a empurra e vai para a cozinha.

· Puxa vida, só por que eu arranjei um emprego hoje e que tenho que acordar cedo, isso tinha que acontecer.

Ele se senta na cozinha e espera a hora passar, dormir iria ser perigoso naquela situação, dá um cochilo na mesa e acorda assustado.

· Puxa!! Dormi quase 01:00 hora, já são 05:00 da manhã, vou tomar um banho e me trocar, já vou ficar pronto.

Ele entra no banheiro, liga o chuveiro e quando começa a tomar banho, o seu primo começa a bater na porta do banheiro dizendo, que iria mata-lo. Ele desliga o chuveiro rapidamente e veste uma calça do sexto de roupa suja, no momento que ele terminava de vestir a calça, o seu primo dá uma pesada na porta, conseguindo arromba-la.

Ele estava com uma faca na mão e apontava para o Dib.

O Dib se afasta até encostar na parede e fica em posição de defesa, esperando o golpe da faca.

O primo dele olha para ele, com um olhar nervoso, e vê que ele não estava com medo e que estava pronto para se defender, mas mesmo assim tenta acerta-lo.

O Dib coloca o pulso no antebraço do primo desviando o golpe e dá um empurrão, nele jogando-o para trás.

O primo o olha novamente nos olhos e percebe que poderia tomar a pior e desiste, mas antes de sair ele dá com a faca na porta do banheiro, quebrando-a em dois pedaços e empurra a mãe e a avó que estavam, atrás dele pedindo que ele não fizesse aquilo.

O Dib corre para o quarto para se trocar-se, se veste e desce com a intenção de bater no primo, vai até a cozinha, para comer alguma coisa também e encara o primo sentado na mesa.

· O que está olhando? Nunca viu? (fala o primo)

· Não, nunca vi um drogado raciocinando. (fala o Dib)

· O que é?  Você quer brigar? (fala o Primo).

O primo se levanta e vai para cima do Dib, era tudo o que ele queria e antes mesmo do primo dele perceber o que estava acontecendo. O Dib dá-lhe um soco no queixo, jogando-o para trás e dá outro soco com a esquerda e mais um com a direta e uma sequência de porradas, o encurralando-o no canto armário da cozinha. O seu primo ainda acerta um chute nele, o Dib fica com mais raiva e dispara um monte de soco e só para de bater quando ele escuta a sua tia e sua avó pedindo para que parasse.

Ele para de bater e vai saindo dá cozinha. E quando o primo tem uma reação.

· Agora você vai ver. O primo corre até a gaveta do armário e pega uma faca, começa a passar a faca na própria barriga, fazendo vários cortes superficiais, como se quisesse se matar, mas depois ele corre atrás do Dib, que já estava na sala e tenta acerta-lo com a faca.

O Dib segura a mão da faca e o empurra contra a parede, segurando a faca. A avó e a tia o ajudam a tirar a faca da mão do primo, que rosnava de raiva, com os olhos muito vermelho, eles conseguem tirar a faca dele. E o soltam, mas ele corre para a cozinha para pegar outra faca.

Só que dessa vez não era para matar o Dib era para ele mesmo e tenta se matar, mas não consegue enfiar a faca profundamente e se ferre superficialmente.

O Dib o olha e vê que ele não iria fazer nada demais e sai para a rua e se senta no registro, para esperar o amigo que vinha busca-lo para irem trabalharem.

De repente a porta da sala se abre e o primo dele vem com tudo para cima dele, ele pula do registro para a rua e pega algumas pedras do buraco do asfalto e se defende atacando as pedras em direção do primo.

O Dib ataca uma pedra com tanta força, que não acerta o primo, mas acerta a parede fazendo um grande buraco na parede.

O primo olha o buraco que fez na parede e corre para dentro  e tranca a porta, o Dib corre atrás e tenta abrir a porta mas ele a havia trancado, de repente dentro da casa começa uma gritaria e o Dib tenta abrir a porta e não consegue, ele olha para a janela da frente do quarto e lembra que tinha tirado a trava para se defender do primo, ele toma distância, corre bate o pé na parede para dar impulso e consegue se pendurar na laje, ele se esforça e consegue subir na laje, vai até a janela a abre e pula de novo para o seu quarto, quando ele pula ele escuta um barulhão que vinha do telhado, ele abre a porta do quarto e desse as escadas onde estava a sua tia e a sua avó assustadas olhando para ele.

- Como você entrou? (pergunta a sua avó)

- Eu entrei pela janela do meu quarto e cadê ele?

- Ele escutou o barulho que você fez e pensou com as paranoias dele, que era a polícia os polícias traficantes, ele trancou a porta da sala e tirou a chave e escondeu, quando ele escutou você pulando no quarto ele subiu correndo e acho que subiu no telhado, deve de estar dentro da caixa da água se escondendo lá. (Fala a tia do Dib)

 

 

O Dib sobe atrás do Primo, chegando no banheiro de cima, onde o chão estava todo molhado e o estuque do teto desencaixado jogado no chão, e uma parte em cima da escada que ele usou para subir, o Dib sobe na escada e olha na escuridão embaixo do telhado , estava um breu e ele não vê nada, ele sobe no telhado se apoiando na viga de madeira e vai pisando nas vigas de madeira do telhado até a caixa d'água, a caixa de água estava transbordando água porque o seu primo estava lá dentro, mergulhando a cabeça dentro d'água  tentando se esconder, tirava a cabeça fora da água para respirar e mergulhava de novo, Dib olha aquela cena, dá de ombros e desce do telhado, a sua avó e a sua tia estavam no banheiro e perguntam.

- E aí o que ele está fazendo?

- Ele está dentro da caixa d'água. (Fala o Dib).

- Ai meu Deus ele vai quebrar tudo, vai despencar com a caixa d'água e tudo, casa de ferreiro espeto é de pau mesmo. (diz a Avó)

- Vocês acharam a chave? (Pergunta o Dib).

- Não. responde a Tia.

Vou ter que sair pela porta dos fundos.

Ele dá a volta e sai no quintal no momento que o rapaz estava chegando.

· Vamos! cadê o seu amigo que ia junto?

· Ele não chegou ainda, olha ele vem vindo lá.

O Leco chega entra no carro e eles vão para o serviço.

O Leco olha para o Dib e sorri, os dois estavam ansiosos, para chegar logo no serviço.

O Ailton dirigia e explicava, por cima o que eles teriam que fazer e quanto iriam ganhar, etc.

Eles chegam na firma e observam aquele balcão com alguns carros estacionados na frente da empresa.

A mão do Dib estava sangrando.

· A sua mão está sangrando. (fala o Leco)

· Não é nada não é só um cortinho, me cortei com a faca.

O Dib não conta a verdade, como ele havia se cortado.

· Vamos entrar para vocês verem por dentro. (fala o Ailton).

Eles entram no galpão onde haviam duas mesas enormes, e dois computadores e um monte de caixas.

· O que nós vamos fazer hoje aqui é o seguinte. (explica o Ailton).

· Vamos separar essas caixas, para cada nome que está na parede, por ordem de CEP e os documentos também, para Segunda feira já está tudo pronto para saírem para entregarem.

· O Dib e o Leco observam como, se faz a separação e o ajuda a fazer e pega caixa daqui, coloca ali, olham o endereço para verem o CEP certo, perguntavam onde ficava tal lugar que não tinha CEP, estavam se dedicando, pegando mesmo no pesado, com afinco.

De repente chegam dois homens, o Ailton os apresenta.

· Este é o Fofão e este e o Ruy, eles irão fazer algumas entregas hoje para adiantarem de Segunda-feira, vocês vão com eles para aprenderem o serviço.

O Dib sai com o Fofão e o Leco com o Ruy, eles ajudam a carregar os carros, o Fofão tinha um Fiat 147, verde e o Ruy um Fuscão verde também, (como eles eram terceirizados trabalhavam com os próprios carros) com os carros carregados eles saem para entregarem e pegam a marginal pinheiros em sentido para Santo Amaro, eles se separam em uma ponte, onde o Fofão começa a entrar em algumas ruas, e a entregar as encomendas, as primeiras entregas o Dib o ajuda e observa como faz. O Fofão desce para fazer uma e o Dib fica olhando o carro, quando ele olha para o outro lado da rua ele avista os Gêmeos saindo de um escritório, ele dá um grito chamando a atenção deles que vai de encontro dele.

- O que você está fazendo aqui, está perdido? Diz os Gêmeos juntos.

- Estou tentando aprender um serviço novo, mas e aí vocês vão fazer um grafite ali?

- Não nós conseguimos um patrocínio da Nike e da Guaraná antártica e o Escritório fica ali.

- Legal.

- O que vocês vão fazer amanhã, vai rolar um grafite nesse endereço, se der cola lá você e o pessoal, beleza?

- Beleza.

O Fofão vinha voltando para o carro.

- Vamos embora! Fala ele.

- Combinado então, vou falar com a galera e agente cola lá.

O Fofão buzina o carro.

Ele cumprimenta os Gêmeos e entra no carro.

- Eles são Gêmeos. Pergunta o Fofão.

- Não, é você que está vendo dobrado. Dib fala isso e ri.

Fofão olha para ele e dá risada.

 O Dib estava muito cansado e acaba dormindo no banco do passageiro, e só acorda quando já havia acabado tudo e já estava voltando para o galpão.

· Acordo dorminhoco? (brinca o Fofão)

· É eu não dormi direito está noite, desculpa eu não ter te ajudado com o resto.

· Não se preocupa não hoje estava fácil; mas você aprendeu como se faz?

· Eu acho que aprendi, vamos ver na Segunda-feira quando eu vou fazer sozinho.

Eles chegam no galpão o Leco já havia chegado e o estava esperando para irem embora com o Ailton.

· Bom por hoje é só, agora Segunda-feira, nos voltaremos no mesmo horário, para que vocês conheçam qual região irão fazer.

· Eles entram no carro com destino de casa e o Ailtom continua explicando, mais alguns detalhes.

O Dib já não estava mais prestando atenção no que o homem falava, só pensava em contar a novidade para a Leila; por que talvez, agora o pai dela o deixava namorar com ela, mas antes teria que pedir desculpa do ocorrido no ônibus, de ontem à noite.

Eles chegam na casa do Dib, onde o Ailtom os deixa e os avisa.

· Segunda-feira, eu passo aqui para pega-los, no mesmo horário de hoje. E vai embora acelerando o carro.

· Onde você vai agora? (pergunta o Leco)

· Eu estou pensando em ir na casa da Leila, contar para ela a novidade e pedir desculpa para o pai dela.

· Você é louco?

· Não, mas se você for comigo, eu vou me sentir melhor.

E os dois vão até a casa da Leila, chegando -lá.

· E agora o que eu faço?

· Chama, ela.

· Mas e se o pai dela aparecer?

· Aí eu não sei.

O Dib a chama pelo nome dela.

A porta se abre e por sorte a irmã dela que aparece.

· Chama a sua irmã para mim, fazendo um favor.

Ela balança a cabeça dizendo que sim, e entra para chamar a irmã.

A Leila aparece na porta e corre até o portão e diz.

· Você é louco de vir aqui?

· Não aguentei esperar, para te contar da novidade, arranjei um emprego, talvez seu pai nos deixe namorar agora.

· Eu acho que não. Por que ontem à noite ele disse que te viu bagunçando no ônibus dele e ainda desceu por trás e não pagou a condução; isso é verdade?

· É sim.

· Agora você piorou tudo, por que ele não quer que eu te veja nunca mais e vai embora enquanto ele está dormindo, se ele acordar e te pegar aqui eu estou ferrada.

· Então vai lá em casa mais tarde, promete?

· Prometo.

· Que horas você vai?

· Depois das quatro que ele sai para trabalhar, dou uma desculpa qualquer para a minha mãe, e vou na sua casa.

· Me dá um beijo, então!!

· Não, você está louco? E se a minha mãe ver.

· Vai só um beijinho.

Ele insiste tanto que ela acaba dando um beijo rapidamente e entra correndo.

· Vamos Leco, vamos passar lá na rua, para ver se tem alguém lá.

Eles descem pelo escadão, brincando, pulando de três para mais degraus de uma só vez e correm pela rua, pulando para alcançarem os beirais das casas, passam pela viela onde tem um grafite, com uma mulher segurando um spray e escrito “spray”.

Atravessam a Avenida e chegam na rua onde estavam o Tuco, Lu e o Einstein.

Quando o Dib se aproxima do Einstein para cumprimenta-lo, ele vê o olho dele roxo.

· O que foi isso?

· Apanhei ontem à noite na festa da São Roque, me confundiram com outra pessoa e me bateram.

· Quem foi que fez isso? Você o reconhece se o ver de novo? (pergunta o Leco).

· Reconheço sim e hoje a noite vai ter outra festa lá.

· Então nós vamos lá resolver essa treta. (fala o Tuco)

· Que horas que vai começar a festa? (pergunta o Dib)

· Eu acho que começa as nove horas.

· Beleza então nós, nos encontramos aqui as 08:30 ou as 09:00 na entrada da festa (idealiza o Leco)

· Mas como aconteceu, explica direito.

· Estávamos eu e o Mimi encostados na parede e de repente, veio um cara dizendo para o Mimi, que ele tinha passado a mão na bunda da mina dele.

· O Mimi falou que não tinha sido ele.

· O cara falou, que tinha sido um cabeludo e o único cabeludo que tinha na festa era ele e deu um soco no Mimi.

· Eu fui falar para eles que não tinha sido ele e eles me bateram, não quiseram nem saber, dois me seguraram e dois me bateram.

· Hoje à noite nós vamos lá ver se esses covardes se são valentes mesmo. (fala o Dib).

O Dib e o Leco se sentam na calçada em frente à casa do Lu, no momento em que ele havia ido buscar água. O Lu volta com a água e perguntando.

· vocês viram o aro de basquete? Quebrou, vamos ter que arranjar outro.

· Vamos pegar aquele da quadra do colégio, que já está pendurado, é só pular pela chácara e lá dentro um faz cadeirinha para o outro desatarraxar os parafusos. (fala o Tuco).

 

 
Nos podemos aproveitar e fazer um grafite lá. Diz o Dib.

- Boa ideia! Fala o Leco.

- Beleza então eu vou pegar um alicate e uma chave de boca e nós vamos buscar este aro, quem me ajuda a pegar as tintas?

- Vamos lá. Fala o Leco.

Eles buscam as ferramentas e as tintas e sobem em direção ao colégio, pulam pelo muro da chácara, passam pelo mato, pulam a cerca da quadra do colégio.

O Leco faz cadeirinha para o Dib desrosque ar os parafusos, que estavam todos enferrujados, dificultando muito.

O Dib se cansa e só havia tirado um parafuso ainda.

O Lu tenta um pouco e o Tuco faz cadeirinha dessa vez. Como o Lu era mais leve, o Dib ajuda o Tuco a segura-lo para ele ficar mais tempo.

O Einstein só olhava para ver se ninguém aparecia.

O Lu com mais apoio consegue soltar dois parafusos, ficando faltando só um que não queria se soltar de forma nenhuma, estava muito enferrujado.

· Espera um pouco Lu eu vou me pendurar, para ver se o parafuso quebra.

O Leco se pendura no aro de basquete e se chacoalha para ver se o parafuso se quebra.

Chacoalha, chacoalha e nada do parafuso quebrar e o aro entorta um pouco. O Dib se pendura também, para tentar aumentar o peso, quem sabe assim ele quebre.

O parafuso não se quebra, mas a base do aro onde o parafuso passa entorta e a cabeça do parafuso passa pelo buraco, se soltando.

O Dib e o Leco caem no chão e o aro também, fazendo um barulhão.

· Vê se não estragou o aro! (fala o Lu)

O Tuco pega o aro olha e diz.

- Entortou um pouco mas dá para desentortar e no buraco onde passa o parafuso é só colocar uma roê-la.

· Depois nós vamos lá em casa eu pego um martelo e nós desentortamos, mas vamos fazer o grafite primeiro, aproveitar que já estamos aqui. (fala o Dib)

Eles escolhem um muro no alto da arquibancada da quadra, que ficava muito visível de vários ângulos.

- Esse muro é perfeito, na hora do intervalo a galera vai ver o grafite de longe. Diz o Tuco.

- Principalmente a Zoiuda. Diz o Leco rindo, porque a namorada do Tuco estudava naquela escola. 

- Vamos fazer o mesmo desenho que fizemos no predinho. Diz o Lu.

- Legal, agora tem bastante espaço, podemos fazer o desenho da mulher de corpo inteiro e a frase Pizza, Mulheres e Grafite. (PMG), diz o ED.

- Vamos logo então! Diz o Tuco.

Eles como uma equipe começam, dividem as tarefas, enquanto o Dib desenhava a mulher o Leco já o ajudava a pintar, o Lu desenhava as letras, e o Tuco e o Ed, já vinham pintando, O Juca desenhava outro personagem no fim da frase apontando para o grafite, eles fazem um fundo juntando os personagens com as letras.

- Pronto terminamos! Fala o Dib

O grafite onde havia uma mulher com um corpo escultural segurando uma lata de spray gotejando tinta, se integrava em uma letra escrito Pizza, Mulheres e Grafite, se juntando com um segundo personagem de um B-boy apontando para o grafite.

- Mano!! Ficou foda esse grafite. Exclama o Ed.

- Apavoramos, esse ficou foda mesmo, caraca. Fala o Juca.

- Estamos ficando muito bom. Diz o Lu.

- Esse ficou bonito. Diz o Leco

- Faltou só uma frase. Diz o Tuco.

- O que? Dedicado a Zoiuda do meu Coração. Fala o Leco rindo.

Todos dão muita risada.

- Não é isso não, dedicado as pessoas que nos amam. Diz o Tuco.

- Boa Tucão. Fala o Lú pegando um spray com a mão esquerda e escreve a frase de vermelho “Dedicado as pessoas que nos Amam” entre o persona e a letra e assina, “Master”.

Eles observam o grafite por um tempo e vão indo embora sempre parando para olhar o grafite, eles pulam o muro para a rua e vão até a casa do Dib, onde ele pega uma marreta, para arrumar o aro.

· isso não é martelo é uma marreta, vai destruir o resto do aro. (fala o Tuco)

· cala a boca e segura que eu vou bater para desentortar. (fala o Dib)

· Eu não, vai que você era e me acerta com essa bigorna. (fala o Tuco)

· Segura bobão, eu não vou te acertar não. (fala o Dib)

· Então vá com cuidado. (fala o Tuco)

O Dib bate com a marreta no aro e o Tuco o solta gritando.

· Ai!! Dá choque quando bate no aro, estremece a mão, não vou mais segurar não.

· Seu bundão, deixa que eu mesmo seguro e desentorto. (fala o Dib)

O Dib pisa no aro para apoiar e bater com a marreta.

· Estou quase conseguindo, falta pouco.

Ele estava tão entretido em deixar o aro reto que não percebe alguém chegar por trás dele.

· Oi!!

· Eles se viram para ver quem estava falando, oi...

· Oi!! (Fala o Dib surpreso)

Era a Leila, as pernas dele bambeiam o coração dispara, fica com cara de bobo.

· Toma o aro Leco, já ficou bom vai lá colocá-lo eu vou ficar aqui agora.

Os amigos descem para instalar o aro.

O Dib fica com a Leila no portão, ainda meio surpreso.

· Vamos ficar no meu quarto ouvindo música? (sugere o Dib, sem perder tempo)

Ela concorda e eles sobem para o quarto dele.

· Vamos ouvir Legião?

· É a única música ouvível, que você tem, não é?

· É mais ou menos, mas eu também tenho, Bob Marley, iH!! eu me esqueci o meu primo roubou o meu radio está noite, mas tudo bem eu canto para você um pouco.

· Então canta um Reggae para nós.

Eles brincam e riem, se deitam na cama do pai se beijando e se esfregando, esquentando muito as coisas.

Quando eles percebem já estão se amando, sem camisinha sem nada, não estavam nem aí, só queriam se amar, eles se amam tanto, que os dois pegam no sono.

O Dib abre o olho, repara que já estava escuro e olha no relógio.

· 09:00 horas!!! Os caras já devem de terem ido resolver a treta do Einstein.

· Rápido Leila se troca, eu tenho que ir em um lugar.

Eles se trocam, mas o tempo não espera e saem para a rua, com passadas rápidas, até chegarem na festa, já se passava das 09:50 horas.

O Dib coloca a toca dos Master antes de entrar na festa e vai entrando, logo na entrada ele encontra um conhecido, que o avisa.

· Tira esta toca, por que os seus companheiros vieram aqui e bateram em um pessoal e todos estavam usando toca, agora a polícia está procurando por eles.


O Dib agradece pelo aviso do amigo e reclama.

· Droga!!! Cheguei atrasado, você viu a briga? (pergunta para o conhecido)

· Vi sim.

· Como foi?

· Aquele grandão.

· O Leco.

· É, esse mesmo e o irmão dele, entraram na frente juntos, com o Einstein, logo atrás estavam o Ed Jr., Juca e o Lu, todos encapuzados, o Einstein apontou para uns caras, o Leco foi com tudo para cima deles, não quis muita conversa não, partiu logo para a briga mesmo. Os colegas do cara quiseram entrar, mas o Tuco e o resto dos seus amigos não deixaram e ainda apavoraram todo mundo gritando, que quem mandava nessa porra de Bairro era os Master. O Leco estava dando um pau no cara, mas chamaram a polícia e eles saíram logo, gritando. Quem manda nas ruas são os Master.

· Eles fizeram isso? puxa que pena que eu cheguei atrasado, falô valeu e obrigado pelo toque eu vou sair fora daqui.

O conhecido o cumprimenta e ele pega na mão da Leila e vai embora.

· Eu tenho que ir embora agora, você me leva até em casa? (fala a Leila)

· Já estamos perto mesmo, vamos e nos damos aquelas paradinhas antes, pelo menos não fica tudo perdido.

Eles caminham em direção a casa dela e param em uma entradinha escura se esfregam e se beijam mais um pouco.

· Eu tenho que entrar, já está ficando tarde e o meu pai já deve de estar para chegar, melhor você ir embora daqui para não se encontrar com ele.

Ele concorda e a deixa ir embora, ele fica parado só olhando ela ir embora, ela se virava e dava risada, ele fica ali até ela entrar a esquerda em uma rua e sumir de vista, ele se vira e começa a andar pensando.

· Eu vou passar lá na rua para saber como foi que aconteceu tudo certinho.

· Chegando na rua estavam todos lá.

O Einstein de longe já dá uma bronca nele.

· Que mancada, que você deu, nem apareceu.

· Eu fui sim só que cheguei atrasado.

· Não foi nada, amaguego. (fala o Tuco)

· Você está ligado que eu não amarelo para briga nenhuma. Quer dizer que o Lecão sentou o reio no cara.

· É dei muita porrada naquele sujeito folgado.

· Como foi a briga?

· Nós chegamos, de toca enfiada na cara e eu fui perguntar para o cara quem tinha batido no Einstein e por que? O cara quis dá uma de cão e levou uma comigo, e dei um soco nele e ele caiu, se levantou e agarrou nas minhas pernas eu cai por cima dele dando mais soco nele, depois disso saímos fora rapidinho, por que a polícia estava vindo em nossa direção.

· É eu sei, encontrei um camarada na entrada que me contou tudo, o que aconteceu.

· Você foi lá mesmo então?

· Eu fui só cheguei atrasado por que estava com a Leila em casa e acabei dormindo e perdendo a hora.

· Eu sabia que você não iria nos deixar na mão assim, sem nenhum motivo eu estava com muita raiva, não era só por causa dos caras que bateram no Einstein não.

 

 

- Se não era só por causa do Einstein, então o que era mais? Pergunta o Dib.

- Hoje à tarde depois que pegamos o Aro e você ficou com a Leila na sua casa, eu fui até em casa tomar banho e se trocar para irmos na quermesse pegar os caras que bateram no Einstein e no caminho sabe o que eu vi?

- O que você viu? Pergunta o Dib.

- Eu vi a Cris na garupa da moto do Lé, estava ele e toda a sua gangue desfilando na avenida e a Cris estava agarradinha na garupa dele.

- Você está falando da Cris, a sua mina? É isso? Pergunta o Dib.

- Minha mina não, minha ex, foi por isso que fiquei com tanta raiva e cheguei batendo no cara na quermesse, queria descontar a minha raiva em alguém, estava precisando desabafar o que estava instalado, como não consegui pegar o Lé porque eles estavam de moto, descontei na treta, por isso não estou bravo com você, porque você não chegou a tempo, estava cego de raiva, parecendo um touro bravo.

O Leco o perdoa-a, mas o Tuco não parava de falar que o Dib tinha dado mancada.

O Tuco o irrita tanto que ele acaba indo embora.

Chegando na sua casa ele sobe direto para o quarto pensando e chateado.

· Eu não dei mancada, só perdi a hora, eu não podia larga a Leila e sair correndo assim depois de ter feito amor com ela, o que ela iria pensar, que eu só quero aproveitar dela, isso não é certo, não dei mancada não, outro dia eu irei provar que não foi mancada.

Ele havia dormido a tarde inteira, mas parece que quanto mais você dorme, mais você quer dormir e desmaia, acordando com um barulho na janela de pedra batendo, ele olha o relógio que marcava 10:00 da manhã.

· puxa dormi muito, nunca tinha dormido tanto assim, que sensação boa será que quando morremos é esta sensação que sentimos, se for assim deve de ser boa.

Ele abre a janela, era o Tuco atacando pedrinhas.

· O que você quer?

· Conversar com você.

· Sobe aí, a porta deve de estar aberta, se não estiver, bate na porta que a minha avó abre para você.

O Dib deita de novo e cobre a cabeça.

A porta estava aberta, o Tuco entra e sobe para o quarto; entrando no quarto ele acha estranho o amigo com a cabeça coberta e pergunta.

· O que você está fazendo, com a cabeça coberta com o cobertor?

· Cheirando peido.

· O Que você disse???

· Isso mesmo que você ouviu, cheirando peido.

O Tuco cai na gargalhada.

· HÁ, há, há, por que?

· Estou tentando descobrir o que comi ontem.

· Há, há, há, como isso?

· É simples, quando você peida, o primeiro odor é fedido, mas se você aguentar esse fedor alguns segundos depois, dá para sentir o cheiro do alimento que você comeu, um exemplo, se eu tivesse comido ovo, o cheiro seria um pouco mais forte de aguentar, mas depois vem um cheiro, que você percebe bem fraquinho.

· E o que, que você comeu ontem então.

· Não sei acho que nada, ou urubu, por que está uma catinga muito fedida, que nem percebe o cheiro que vem depois, talvez não comido nada mesmo, deve ser o cheiro do estômago vazio, que deve ser tão perigoso quanto um caminhão de gasolina vazio, você sabe né, que o caminhão de gasolina vazio é mais perigoso, por causa do gás que forma dentro do tanque, do que a própria gasolina em si.

· É o negócio está perigoso mesmo estou começando a sentir, o gás que está saindo da coberta, vou respirar na janela. (fala o Tuco)

· Eu vou até a janela respirar também, por que nem eu estou aguentando.

· Ainda está com raiva de mim?

· Não, estou com fome, olha só essas laranjas verdes, eu acho que vou come-las assim mesmo, tem até algumas amarelinhas, estou meio resfriado e dizem que laranja tem muita vitamina C, eu vou chupar algumas.

Ele pega uma faquinha, feita de um pedaço de serra, que estava no criado mudo, do lado da janela e pula a janela, o Tuco faz o mesmo, eles apanham algumas laranjas e sentam no beiral da casa e chupam as laranjas, conversam sobre diversos assuntos e jogava os bagaços nas pessoas conhecidas que passavam na rua, ficam algumas horas ali até que a avó do Dib aparece na janela.

· O que vocês estão fazendo aí, estão apanhando todas as minhas laranjas do pé, sai daí já, seus moleques, Cada macaco no seu galho.

O Dib despula a janela, espera a avó sair do quarto e se troca, e vão até a casa do Lu.

O Lu como sempre estava dormindo, eles pedem para a mãe do Lu deixarem eles o acordarem e sobem até o quarto dele.

Eles entram no quarto do Lu e puxam a coberta e a cueca dele, deixando a bunda dele de fora.

Ele acorda todo nervosinho e xingando.

· Para com isso meu, caramba! Parece Bobo droga!

· Acorda magrelo! há! Há! Há! (zoa o Tuco)

· Droga! Ninguém me deixa dormir, a minha mãe a meia hora atrás, veio aqui me acordar, dizendo que havia dois homens rondando a casa ontem à noite.

· Era o Gentil e o capanga dele!! (exclama o Tuco).

· É pode ser. (fala o Lu)

· Nós temos que resolver com esse cara de uma vez por todas, antes que ele mate um de nós. (fala o Tuco)

· Esse coitado não faz nada com ninguém, não a droga acabou com ele, não aguenta uma porrada é só não ligar para ele, ele não fede e não cheira, igual os peidos. Fala o Dib., rindo. O Tuco ri também, o Lu não entende nada, porque eles estavam rindo, igual duas bestas.

Os dois amigos ouvem aquilo, param de rir e diz.

· É mesmo esse cara é um cuzão, não vai fazer nada com a gente não. Fala o Tuco.

E mudam de assunto.

Encontrei os Gêmeos ontem eles falaram para a gente ir nesse endereço que vai estar rolando um grafite.

- Vamos então agora. Fala o Lu e se arruma rápido pela primeira vez.

No portão já estavam o ED, Juca e o Leco.

- Vamos embora fazer um Graff? Pergunta o Lu.

- Bora. Responde o Ed.

O Juca faz que sim com a cabeça.

O Lu mostra o endereço para o Ed que diz.

- Eu sei onde fica isso, isso é no Túnel da nove de julho.

- Você acha que dá tempo da gente ir lá e voltar a tempo de treinar para jogar contra os policiais? Pergunta o Dib.

- De boa, é só a gente não demorar. Fala o Ed.

- Olha o que eu trouxe, são as fotos que a minha amiga fotografa fez para nós.

O pessoal avança nele querendo ver as fotos.

- Cuidado para não rasgar! Avisa o Ed.

Eles olham as fotos.

- Mano ficou louco, mas o Dib e o Lu, estão parecendo modelos nessa foto, olha a pose deles! Fala o Tuco rindo.

- Olha a sua, cara de louco, parece um retardado. Fala o Lu.

Eles dão risada.

- Eu também tenho uma surpresa para vocês. O Lu entra e volta com um Álbum de figurinha na mão.

- Olha aqui o álbum de figurinhas que nós saímos.

Eles olham o Álbum admirados.

- Nossa!! Viramos até figurinha, que louco. Fala o Juca.

- Vamos, a gente leve os álbuns com a gente e vocês olham com calma no ônibus, se não nós não vamos conseguir depois treinar para o jogo contra os Policiais. Fala o Juca.

Eles juntam as coisas e vão até o endereço de ônibus, como sempre descendo por trás sem pagar a condução.

Eles descem uma rua que dava acesso a entrada do Túnel, onde no alto ainda era possível ver uma pichação antiga do Dib, bem no topo da coluna da entrada do Túnel.

- Quando você fez aquilo Moo Em? pergunta o Ed para o Dib.

- Acho que uns dois anos atrás, esse dia foi louco, estávamos eu , CDP, MCL, DUDAS, Encorpas,  O Parrika estava fazendo comigo, nó arregaçamos dentro do Túnel, fizemos os nossos pixos gigantes, cada fez o seu, quando eu terminei o meu dentro do Túnel eu deixei os caras fazendo os deles , peguei uma latinha de tinta e um rolinho e subi até lá e fiz sozinho de ponta cabeça, daqui não parece mais é alto pra caramba , dá mó medo de cair de lá., aí quando eu terminei, me empolguei e quiz fazer do outro lado, eu desci passei por dentro do túnel e os caras já não estavam mais, achei estranho, mas fui tentar fazer do outro lado do túnel, quando eu coloquei a tinta no muro e apoiei para subir, percebi um carro parando atrás de mim, quando eu olhei era a polícia, o policial desceu do carro, abriu a porta de trás onde no banco traseiro já estavam o Dudas e o Parrika, os dois olhando pra mim, então o policial apontou para dentro do carro e falou assim:

- Por favor tenha a bondade de entrar. Zuando com aminha cara, imitando um chofer. Esse dia nós fomos parar na delegacia da rua Augusta, até hoje não sei como CDP, MCL e o Necrop´s escaparam, essa foi uma das poucas vezes que ele escapou, porque ele era zoado para rodar, depois na delegacia foi foda, eu havia acabado de fazer 18 anos, o Parrika e o Dudas, ainda eram menor de idade, então os caras não zuaram tanto eles, mas eu foi foda, os caras me pintaram, me perguntaram se eu tinha namorada, e que a minha namorada estava com outro enquanto eu ficava pixando por aí, mas depois de levar u chá de cadeira de um dia inteiro, eles nos dispensaram, e o meu pixo está até hoje, valeu a pena o sufoco. Fala o dib dando risada, com uma cara de safado.



Eles entram dentro do Túnel e não havia ninguém.

O Túnel estava fechado para o trânsito.

- Acho que chegamos muito cedo, também o Tuco não dorme e não deixa ninguém dormir, ele madruga, dorme cedo e acorda cedo. Fala o Leco.

- É aqui mesmo Ed? Pergunta o Lu.

- Sim, se o endereço estiver anotado certo, embaixo do Masp.

- Você anotou o endereço certo homem amguego. Pergunta o Ed para o Dib.

- Sim, foram eles mesmos que anotaram para mim.

No exato momento que os Gêmeos e o Vitché vinham chegando.

- E aí chegaram cedo?

Eles se cumprimentam e diz.

- Bora começar, essa semana a nossa professora, levou a reportagem que vocês saíram na revista IstoÉ para mostrar para nós, aí a gente falou pra ela que vocês eram nossos amigos. Fala os Gêmeos.

- Aquela foto ficou show, vocês ficaram parecendo gringo na foto. Comenta o Vitché.

Eles mostram o álbum de fotos que eles haviam feito de fotos deles e o álbum de figurinhas, que eles estavam nas figurinhas, e avisa os Gêmeos.

- Tem uma figurinha de vocês também.

Um dos Gêmeos pega o Álbum de foto e o outro pega o álbum de figurinha e folheia o álbum olhando as figurinhas, até chegar na figurinha deles.

- É a foto nosso grafite da Praça Roosevelt. Fala um dos Gêmeos mostrando a foto para o irmão e para o Vitché.

O outro irmão olhava as fotos que os Master haviam feito com uma fotografo amiga do Ed que era profissional e comenta.

- Ficou show essas fotos, guarde elas com carinho que no futuro será uma boa recordação e até poderá ser usado para fazer um livro.

- É essa jaqueta grafitada? Pergunta o Lu para um dos irmãos.

- Acabei de fazer, terminei ontem. Diz ele esticando as costas da jaqueta para que eles pudessem ver melhor o desenho.

O desenho era um muro grafitado em um fundo de quintal de uma casa com o céu estrelado. Todos admiram o desenho.

O Dib mostra a dele, que havia um Anjo e uma letra em cima do desenho escrito Dib e embaixo do desenho escrito Master e pergunta para o outro irmão.

- É esse macacão de frentista, onde você arrumou?

- Foi um amigo que me arrumou. Responde ele.

Assim eles começam a desenhar na parede e vão adiantando, até que chegam o Speto o Binho e o Tinho.

O Speto olha para o desenho deles e diz:

- Conheço esse desenho em. Diz ele brincando.

O Binho diz.

- Conheço essa letra. Diz ele brincando também.

Eles olham para eles e diz.

- Faz aqui do lado, que vai ficar tudo parecido. E dão risada.

- Bora. Fala o Lu.

O Tuco fecha a cara e vai fazer em outro lugar e se afasta dos amigos.

Eles terminam o Grafite e se despede do pessoal e vão embora.

No caminho de volta o Tuco começa uma briga entre eles.

- Eu falei para não fazermos, o desenho e a letra que nós déramos, passamos mó vergonha, o cara não gostou.

- Não fala besteira Tuco, eles estavam brincando, ele deu o desenho e falou que era para a gente fazer junto. Fala o Lu

- Eu acho que ele não gostou mesmo, e o pior que depois vai ficar falando que a gente usa e copia desenho dos outros.  Fala o Leco.

A discussão entre eles aumenta.

- Você não é o chefe da Master Lu, tem que discutir as ideias entre a gente, você já foi desenhando a letra e o dia o desenho, que nem quis tomar partido, fui fazer o meu desenho bem longe de vocês depois que o cara falou que conhecia aquele desenho.  Fala o Tuco.

- Você só fala besteira, eu não chefe de nada, só achei que estava tudo combinado, que todos tinham topado fazer aquele desenho, ninguém falou nada antes, e agora você fica aí reclamando, você é muito chato, chato para caralho. Fala o Lu.

- Quer saber, não vou fazer mais porra nenhuma de grafite com você, tó fora e quer saber mais, eu nem vou jogar basquete com vocês contra os policiais, vou ficar com a minha mina que ganho mais.

- Não vai fazer falta nenhuma, você é ruim para caramba, parece um doido jogando, lança a bola parecendo um retardado de qualquer maneira. Fala o Lu.

- Calma vocês duas, vão acabar brigando. Fala o Juca.

- Agora já foi, nós já fizemos os desenhos e o Tuco está se estressando atoa, os caras foram super gente boa com a gente, deram os desenhos de coração, é você que vê maldade em tudo Tuco. Diz o Dib.

- Agora sou eu que vejo maldade em tudo. Responde o Tuco e se cala.

Eles estão subindo a Alameda casa branca, no momento que eles passavam  pela na praça uma sirene toca.

- Mão na parede. Grita o policial. Eles estavam infileirados um do lado do outro e se olham e respondem.

- Mas não tem parede, estamos em uma praça. Grita o Tuco que já estava nervoso.

O policial fica confuso  e diz.

- Ok vem pra frente do carro.

Eles vão para frente do carro e o policial corrige.

- Não, aqui atrás do carro.

- Dá para decidir. Fal o Tuco.

- Para Tuco, você vai nos ferrar.

O policial olha feio para o Tuco e pergunta.

- Está incomodado porque? Está devendo alguma coisa?

O Tuco balança a cabeça inconformado e diz que não.

Os policias dão geral neles e pergunta.

- De onde vocês estão vindo?

- Do Túnel 9 de julho, nós estavamos pintando lá. Responde o Ed jr.

- Ah! Então vocês são pichadores?

- Não, nós somos grafiteiro. Corrigi o Lu.

- Pra mim é tudo a mesma coisa. Diz o Policial.

- E o que isso é uniforme de vocês, toca, Tênis cano alto? E esse relógio todo colorido, pararece relógio de fresco, que relógio é esse? Pergunta o Policila rindo.

- É um Swacht, é Suiço. Informa o Lu.

- Suiço, pra mim parece de brinquedo eu qeu não usaria um relógio desse e você? Pergunta o Policial para o Dib.

- Eu estou querendo comprar um. Diz ele rindo.

O policila ri e pergunta.

- Ok vocês tem maconha com vocês?

- Não senhor, responde o Juca.

Muito bem você parecem loucos, mas são mulecada do bem vão com Deus.

O policial os dispensa e eles continuam subindo em direção a Av Paulista para pegar o ônibus.

Já na paulista haviam algumas meninas sentada em um banco em frente a praça Trianom e o Lu resolveu mexer com elas.

As meninas olham para ele e uma delas diz:

- O que você quer Chaves?

Os caras ri e cai na alma do Lu.

As meninas também dão risada.

A menina chamou o Lu de Chaves, porque ele estava vestido de Camisa xadrez de flanela, bermuda e tênis cano alto preto, que parecia a bota do Chaves.

O Tuco caiu na alma dele.

- Chaves , kkkk que trouxa, kkk essa foi a melhor.

O Tuco vai zuando o Lu o caminho todo de volta.

Agora quem fica calado é o Lu, que fica calado o resto da viagem toda.

Ele fica calado o resto da viagem toda.

Eles chegam na rua.

- A gente se vê a tarde para estrear o Aro novo, eu vou passar na casa da minha mina e depois encontro vocês. Fala o Lu.

- Eu também, que eu ganho muito mais. Fala o Tuco.

- Já que é assim vamos todos namorar e depois nos encontramos na rua.

Assim cada um vai para a sua respectiva amada, mulherar como eles mesmo diriam.

O Dib chega na casa da Leila chama baixinho e ninguém aparece, ele desiste e vai embora. Ele vai até a casa da namorada do Tuco e os encontram sentados no degrau da casa dela.

- O que você está fazendo aqui homem árvore, tó pega, come um pedaço de churrasco. O Tuco dá um pratinho de plástico com alguns pedaços de carne e farofa para ele, que não recusa e devora.

- Está mais calmo Tuco? Pergunta o Dib.

- O Lú é chato pra  carralho, ele acha que é dono da Master. Responde o Tuco.

O Dib come as carnes enquanto o amigo não parava de falar e reclamar.

Ele acaba de comer e fala.

- Tá bom desabafo, está mais calmo?

A Zouida namorada do Tuco, estava olhando para ele tentando entender o que estava acontecendo.

Eu não vou ficar aqui segurando vela, vou embora. Fala o Dib.

- Vamos homem árvore, eu também não quero ficar aqui muito tempo, está rolando uma festa e não fui convidado e eu estou todo sujo, depois eu volto a noite.

- Você é chato pra caramba Tuco. Reclama a Zouida.

Ela entra e dá tchau para eles e bate o portão.

- Você é foda Tuco, já tretou com a mina também e ainda deu um de cachorro magro, chegou comeu e foi embora.

- Não enche, eu cheguei aqui, chamei ela que apareceu e falou que estava rolando uma festa surpresa para a mãe dela, eu falei que não ia entrar, que estava todo sujo de tinta e ela foi pegando os comes e bebes pra mim, você sabe que não consigo recusar uma guloseima. Fala o Tuco rindo.

- Você é foda, vamos voltar para a rua então.


Eles saem para a rua e encontram com o Leco e o Juca, que vinham chegando com a bola de basquete, e uma mochila, onde estava as camisas do time de basquete, para depois irem jogarem contra os policiais.

- Vamos estrear o aro novo, para treinar contra os policiais.

· Vamos jogar, eu e o Leco contra vocês três.

· Vamos lá então. (fala o Lu chegando também).

Eles jogam das 02:00 as 04:00 horas da tarde, estavam empatados, então resolvem desempatar e jogam até as 05:00 horas, o Juca e o Leco levavam a vantagem e queriam parar de jogar, no exato momento chegava o Ale, ED, o Babu, Chiclete, Gugu e o Aranha. O Ale pega a bola e zoa, deixa eu terminar essa partida.

- Não vamos começar outra então, eu e você contra o Dib e o Leco, quem perder, deixa entrar o próximo. Fala o Juca.

- Vamos Juquinha eu e você contra esses brancos, os Black vs os brancos. Fala o Ale.

- Agora nós somos os Master Black Bullets. Diz o Juca.

Eles dão risada.

- Tá bom. Confirma o Leco e o Dib confirmando balançando com a cabeça.

Eles começam o jogo e quem fizesse 21 ponto primeiro ganhava o jogo, mas se estourasse os pontos para 22 ou ficar em 20 pontos, teria que fazer o um lance livre para ganhar. Assim o Juca e o Ale estavam ganhando o Jogo e chegam a 20 pontos contra 11 pontos do Leco e do Dib.

- Agora tem que fazer o lance livre, se errar volta a 11 pontos. Alerta o Leco.

O Ale pega a bola e vai para a posição de lançamento de lance livre, o Tuco fica zuando ele dizendo que vai errar, o Lu fica atacando pedrinha nele para errar, e assim ficam todos zuando ele para errar. Ele arremessa a bola que bate no aro e não entra. O pessoal grita e ri zuando ao Ale que fica com uma cara de ué.

- Cabeção, agora empatou 11 a 11, vamos ter que ganhar. fala o Juca.

- Isso é fácil, a gente ganha fácil desses dois manés. Provoca o Ale.

Assim o jogo recomeça, ponto lá e ponto cá, O Leco faz 2 cestas de enterrada, o Juca faz duas cestas e o Ale converte uma de três pontos e logo em seguida o Dib faz uma cesta de 3 pontos também, o jogo fica empata em 18 pontos para cada dupla, eles tinham que fazer uma cesta de 3 pontos ou uma de dois e acertar o lance livre. Assim o jogo fica acirrado para tentativa de três pontos, a marcação fica mais forte para que ninguém conseguisse acertar os três pontos.

O Leco lança a bola para o Dib.

- Não deixa arremessar Juca, que ele acerta. Grita o Ale.

O Dib posicionado estava fora do garrafão na distância para converter o lance de três pontos, assim que o Leco lança a bola para ele, o Juca e o Ale vão seco para impedir ele de tentar lançar a bola, Dib ameaça lançar os dois pulam para impedir, Dib não lança, bate bola e dribla os dois, que passam seco, ele corre e faz uma sexta de bandeja valendo dois pontos, deixando o jogo 20 a 18.

O Tuco zooa o Ale por causa da jogada que responde.

- É, mas não acabou, agora vai ter que converter o lance livre, ele vai errar e vai voltar a 11 também. fala o Ale.

O Dib se posiciona para tentar fazer o lance livre, sobre pressão do Juca e do Ale zoa e grita.

- Vai errar, você vai errar.

-  Acerta Dibão. Grita o Tuco.

- Vai Dib!!! Mostra para esses tontos!! Grita o Lu.

O Dib respira, levanta a bola na altura do peito, ajeita o pé de apoio, deixando o pé virado para o aro de basquete, uma mais uma puxada de ar, levando o braço acima da cabeça, arremessa a bola dando um efeito com as pontas dos dedos fazendo a bola girar ao contrário, a bola sobe e.

 Chuuuaaaaa. Ele acerta a bola direto na rede sem encostar no aro, a chamada bola de Chua!

O Tuco e o Lu, Dib e o Leco correm na direção do Ale, gritando e zuando ele, dando risada, fazendo muita algazarra, eles dão um monte de tapa na careca do Ale.

Eles olham para o Juca que segurava a bola que fala.

- Vamos conversar sobre o jogo de amanhã, precisamos conversar sobre os detalhes, nós encontramos aqui amanhã cedo e vamos todos juntos, quem não estiver aqui as 08:00 horas, vai ficar para trás, não vamos chamar ninguém na sua casa, quem aparecer vai, quem não aparecer fica, viu Lú. O Juca fala isso e apanha a mochila que estava no chão, a abre e tira de dentro algumas camisetas, que estavam bordado Master.

- Mas e o resto do nome? Pergunta o Ed.

- Iria ser muito trampo para a minha mãe, não quis abusar, iria demorar muito, ela já costurou as camisetas, bordou Master e me ajudou u a colocar os números com o ferro de passar roupa nas costas.

- Também os policiais, nem vão reparar, porque aquele dia, eles viram que as nossas tocas e a camisas, estavam só bordadas Master, foi o Ed que falou, e inventou que era Black Bullets, por causa das balas do colar. Fala o Lu.

- E tem mais, se eles perguntarem onde está símbolo de bala, a gente fala que está no nosso grito de guerra e a gente canta assim para eles:

 

Somos os mestres das quadras

Nosso time tudo se enquadra

O adversário é só uma bala.

E o nosso time é uma rajada.

 

A galera vibra, com a letra de improviso do Leco.

- Caracas, essa foi muito boa. Fala o Ale.

O Juca distribui as camisetas para cada um. Cada um experimenta a camiseta.

A camiseta do Lu fica parecendo uma saia para eles, já a do  Baboo fica curta e apertada e o pessoal não perdoa.

- O Baboo está parecendo aqueles bebês de desenho animado, que a roupa deixa a barriga para fora. Fala o Chiclete zuando.

- O Baboo é o João grandão.  Diz o Gugu.

Todos dão risadas.

- Deixa Baboo, eu vou pedir para aminha mãe aumentar o tamanho de uma das camisetas para você usar amanhã. Fala o Juca juntando as camisetas e guardando dentro da bolsa e fala.

- Depois disso tudo me deu fome.

- Vamos comer umas pizzas ou esfiha, na casa da esfiha.

Cada um tira os seus trocados do bolso, juntam tudo, dava para comprar umas 20 esfihas e duas pizzas.

O Babbo, Gugu, Aranha e o Chiclete ficam jogando e não vão com eles

Eles vão até a casa de esfiha zuando o Ale que começava ficar bravo.

Chegando na casa de esfihas, eles fazem o pedido e de repente escutam uma voz falar atrás deles.

· Ora, ora, olha só quem eu encontro aqui.

Eles se viram, para olhar para verem quem era.

Era o Gentil com um copo de conhaque na mão e debruçado no balcão do bar da esfiharia.

· Toma um gole. (oferece o conhaque, para o Dib.)

· Não obrigado. (fala o Dib)

· Vai fazer desfeita, só estou tentando ser amigável com vocês, eu estou sozinho e vocês estão em cinco e podem me dar um pau fácil agora né, se quiserem? Não que eu esteja com medo de vocês, vocês podem me bater agora, por isso que quero ser legal com vocês, toma bebe um pouco. (oferece o Gentil)

O Dib dá um gole no conhaque.

-Ofereça para os seus amigos também, vai bebam também, aproveitem que eu estou sendo bonzinho, afinal estou em desvantagem e não que eu esteja com medo de vocês. (A droga já tinha afetado tanto o seu cérebro que ele mudava de expressão, não dava para entender ou imaginar, qual iria ser a sua próxima reação).  E de repente.

· Não estou com medo de vocês. (fala o Gentil colocando a mão na cintura). - Vocês duvidam que eu mate vocês aqui agora. (mudando a expressão do rosto completamente).

· Não, eu não duvido de ninguém. (fala o Dib)

· É, eu também não duvido. (fala o Gentil, já com outra expressão no rosto).

O garçom avisa que as esfihas já estavam prontas.

O Dib coloca o copo no balcão, na frente do Gentil e o agradece e sai enquanto o Tuco pegava as esfihas.

Eles vão saindo e o Gentil fica só fitando eles saírem de rabo de olho, eles andam até a rua e se sentam na calçada formando uma rodinha, para comerem as esfihas e o Leco comenta. 

- O que foi aquilo?

· Vocês viram como o rosto dele mudava de repente.

· Eu vi, sim. (confirma o Lu)

· A droga acabou com o cérebro dele mesmo, ele nem sabe mais o que fala e o que faz. (fala o Tuco)

· Não se pode vacilar com um cara desse não, nunca se sabe do que ele é capaz de fazer. (fala o Juca).

- Pra mim eu enchia esse cara de porrada agora. Fala o Ale.

O Dib fica calado só comendo e dando de ombros.

No dia Seguinte, todos estavam no ponto de encontro.

- Estamos todos aqui? Pergunta o Juca.

- Só falta o Lú como sempre. Fala o Tuco.

- Eu avisei, quem não chegasse na hora, iria ficar para trás, vamos embora. Fala o Juca.

Eles caminham até o ponto de ônibus, eles sobem no ônibus, quando o ônibus estava quase partindo, o Lu chega correndo e sobe no ônibus.

A galera zoa ele.

- Achei que você não iria vir, veio chato. Falo o Tuco.

- Olha quem fala, O rei dos chatões. Fala o Lu.

- Já vai começar as duas. Fala o Leco

Os dois dão de ombro e a galera vai passando para frente, girando a catraca e pagando a condução.

- Nós vamos pagar a condução também? Pergunta o Tuco pela falta de costume.

- É acho que hoje, não vai ter jeito, nós vamos ter que pagar, porque vamos ter que descer em frente o quartel, e o que iriamos falar? Se o Tenente nós víssemos descendo por trás. Fala o ED.

O Tuco entrega o dinheiro para o cobrador, resistindo em soltar o dinheiro, o cobrador puxa o dinheiro e ele não solta, quase rasgando o dinheiro.

- Solta o dinheiro Tuco, vai rasgar. Grita o Lu.

Ele solta o dinheiro com uma dor no coração.

Eles pagam a condução e se sentam nos bancos da frente do ônibus.

Chegando no batalhão, eles se identificam para o guarda de plantão, que informa que estava esperando por ele, mas que a quadra ficava na rua ao lado.

Eles vão até a quadra, chegando lá o Tenente os aguardava.

- Que bom que vieram, para o bem de vocês, achei que não viriam, já estão atrasados, entrem, o vestiário fica lá no fundo, podem ir lá se trocarem.

Eles passam pela quadra, onde haviam muitos policiais treinando usando um short azul e uma camiseta branca.

Eles se trocam, a camiseta do Lu continuava a parecer uma saia para ele, já ado Babbo, estava bem melhor, não estava larga, mas também não estava mais tão apertada.

O Tenente pede, para quem não fosse jogar que saísse da quadra e ficasse na arquibancada, para assistir.

O jogo começa com o Juca, Ale, Babbo e Gugu, jogando, os Policiais marcam o primeiro ponto, cometendo uma falta em cima do Ale, o juiz não dá a falta e válida os pontos, para delírio da torcida local.

- Foi falta. Reclama o Ale.

O juiz o ignora.

Eles tentam sair jogando, e recebem outra falta e novamente ponto dos Policiais. Mais uma vez o Juca tenta sair jogando e recebe uma falta muito forte, que vai parar na arquibancada, o juiz não dá a falta e ainda valida os dois pontos.

- Tempo! Grita o Ale.

- E Tenente assim não dá, ou os seus jogadores jogam bola, ou a gente vai embora, porque aqui ninguém está a fim de apanhar, se quiséssemos lutar, nós teríamos ido em uma cademia de box, o nosso amigo ali sentado na arquibancada, é lutador e conhece muitas academias, agora se você quizer, a gente sai da quadra e nos colocamos o nosso amigo, contra o seu melhor lutador para lutar, e agente para de jogar para assistir a luta,  o que você acha?

O Tenente olha para a direção onde o Ale estava apontando e se depara com o Dib, que estava olhando para ele de volta.

- Você é muito abusado Pivete, você não estava no outro dia junto com os seus amigos zuando no ônibus né, porque se estivesse, eu iria ter o prazer de dar umas bofetadas, mas você está certo, isso aqui é um evento esportivo e se fosse luta estaríamos em um ringue e não em uma quadra.

O Tenente faz um sinal com as mão para que os seus jogaderes pegassem mais leve.

Eles se reúnem.

- Eles estão batendo forte, nós vamos ter que ser malandro, não é porque o Tenente falou, que eles vão aliviars e batermos de volta o juiz vai dar falta para eles, vamos bater, mas discreto, sempre depois da jogada, deixa um cutuvelo ou um joelho.

O Ale olha para o Juca que dá uma piscadinha para ele. O Gugu estava como ala, passa a bola para o Babuu, o adversário vem seco o Gugu só firma o corpo, o adversário bate e volta e cai no chão, o Gugu levanta os braços, o juiz não dá falta e o Baboo marca uma cesta de três pontos.

Os policias saem com a bola, chegam até o garrafão, e quando o tenta acertar a cesta, o Gugu dá um toco, o Baboo pega a bola, lança rápido para o Juca que lança para o Ale, que vê o jogador adversário vindo na maldade, ele freia e dribla o jogador que passa direto e cai no chão, o Ale pula para enterrar a bola na cesta. Depois de roubar a bola de novo é a vez do Ale passar a bola para o Juca que pula sobre o oponente para enterrar a bola na cesta, o Gugu converte mais uma cesta três pontos, mas leva um tranco forte assim que solta a bola, ele fica no chão gritando de dor e pede para ser substituído, o Leco entra no lugar dele naquele momento, o Baboo como era grande e pesado, ele vai com tudo recebendo falta e encontrões, mas não cai e converte mais dois pontos, os policiais estavam começando a levar uma lavada, era cesta atrás de cesta.

- O Gugu volta para a quadra para tentar jogar.

O Tenente passa a mão na cara e diz.

- Esses meninos são muito bons, não podemos machuca-los, vamos jogar sem machuca-los, dá a ordem para não baterem mais, mas nem tanto, se deixar, eles vão nos humilhar, eles são muito bons. Fala ele para o Cabo e depois grita para a quadra.

- Se vocês não maneirarem, e não parar de marcar ponto, no final eu vou levar vocês presos, vocês vão sair daqui para a o xilindró, principalmente você Pivete.

Os meninos param e olham para o Tenente, um jogador dos policiais aproveita e faz uma cesta.

- É brincadeira, só queria distrair vocês, podem jogar a vontade com todo potencial de vocês, relaxa é brincadeira, mas não imaginei que vocês eram tão bons, também trouxeram o Magic Johnson e o Michel Jordam. O tenente estava fazendo referência ao Ale e ao Baboo que eram parecidos com os jogadores da NBA.

O jogo continua com o massacre, eles vão se substituindo, sai o Gugu e entra o Aranha, depois sai o Babo e entra o chiclete, sai o Ale e entra o Leco, sai o Juca e entra o Ed, no terceiro tempo o placar já estava 91 a 30 para os Master.  O Dib, Tuco e o Lu, estavam só de expectadores.

- O Ale fala para o Juca, já chega estamos ganhando de lavada deixa os caras jogarem um pouco, para não ficar muito feio, se não vamos fazer 200 pontos, não que eu não quisesse, mas já está bom, estou cansado e não quero jogar mais também.

Assim sai o Aranha, o Chiclete e o Leco e entram o Dib, Tuco e o Lu, o pessoal dá risada quando vê o Lu baixinho com a camisa parecendo uma saia na quadra.

A bola cai para o Tuco, que todo desengonçado joga a bola de qualquer jeito e perde a bola, deixando o time adversário marcar um ponto, ninguém acha ruim e até dá risada da situação. O Ed começa a jogada passa a bola para o Dib que leva a bola até o lado do time adversário e passa para o Lu marcar de três pontos. O Lu faz uma cara de mal, e ergue os dois pulços entortando o corpo para trás.

- Porra! Até o anão é bom nesse time. Comenta o tenente para o Cabo.

O time adversário marca alguns pontos também.

O Ed, passa a bola para o Lu que passa para o Dib que vê o Tuco dentro do garrafão e lança a bola para ele, que sofre falta, o Tuco se posiciona para converter o lance livre, mas ele joga a bola com tanta força, que a bola bate na tabela e voa longe, o Dib consegue pegar a bola, vai no fundo da quadra e converte mais três pontos. Os policiais aproveitavam do time mais fraco e convertem mais algumas cestas. O Ed passa a bola para o Tuco que joga a bola de longe de qualquer maneira e acerta a cesta convertendo três pontos, os amigos fazem uma festa e dão muita risada, o Tuco também ri sem acreditar.


Os policiais fazem mais algumas cestas. O Tuco lança a bola para o Lu que lança o Ed e passa para o Dib, que sofre falta. O Dib pega a bola se posiciona.

- Vai Homem arvore. Grita o Tuco torcendo.

 Ele converte o lance livre de chuaaa, deixando o jogo 101 para os Master e 60 para os policiais.

- Chega tá bom, acabou! Grita o Tenente. já deu, até o time ruim está melhor que o nosso.

Eles se agrupam e bebem água. E o tenente vem até eles e diz.

- Parabéns meninos, vocês são muito bons, vocês deveriam ser profissionais, mas nesse país em que vivemos, estamos cansados de ver rapazes como vocês não terem as oportunidades certas e se perderem na criminalidade, parabéns mais uma vez e obrigado por virem, voltem sempre quando puderem para ensinar para os nossos soldados, como é que se joga, até mais, e juízo.

Eles voltam para casa no ônibus o pessoal só comentava da cesta que o Tuco tinha feito.

- O Tuco fez uma cesta espirita. zoa o Lu.

Todos dão risada.

- O Veio Rabugento estava parecendo uma veia de camisola. Responde o Tuco.

Todas riem.

- Pegou a camisola da Mãe do Juca emprestada. Fala O Tuco rindo.

- Peguei da sua mãe. Fala o Lu.

- Da minha mãe não. Responde o Tuco.

O pessoal separa os dois.

- Para as duas, daqui a pouco estão saindo no soco. Fala o Juca separando.

- O Ale é doido, falou que eu era lutador de box para o cara.

- É lógico de nós você é o que briga melhor, não podia apontar para o Lu, que ele não iria acreditar e nem para o Baboo, gordo desse jeito,

- EEE. Reclama o Baboo e eles dão risada.

- É, mas a hora que ele olhou pra mim, eu pensei agora fudeu, ele vai querer que eu lute com alguém do grupo dele.

- Eu queria que ele fizesse isso, por isso te escolhi como exemplo, poruqe você, sabe lutar, realmente sabe box.

- Eu treino em casa e com uns amigos que lutam na CMTC, e que são loucos para que eu entre para academia de box com eles também, estão loucos para m e socar, essa que é a verdade, mas minha avó não quer que eu lute box, porque ela falou que todos boxers que ela conheceu ou ouviu falar, fiacam tantã da cabeça.

- É isso é verdade. Concorda o ale.

- Não vou falar que também não estava com medo, mas isso desistimula, e ela fala assim: você tem um rosto tão bonito, vais ficar todo deformado.

- Só a sua avó e a sua mãe te acham bonito. Fala o Tuco zoando e rindo e a galera ri junto.

Já na rua eles compram alguma esfihas e se sentam em frente à casa do Lu.

- Vamos jogar mais um pouco? Pergunta o Juca.

- Vamos, não deu nem para se cansar, vamos lá no aro brincar mais um pouco.

Assim eles levam com eles as esfihas e vão até o aro e começam a joga, quem não estava jogando, estava devorando as esfihas, sentados na calçada assistindo e esperando a vez deles para jogar.

· Olha quem está lá na esquina!! Fala o Lu.

Todos olham assustados e curiosos.

· É o Fuscão.

· Vai dar susto em outro Lu, caramba!! Quase me engasguei com a esfiha agora. Fala o Leco.

· Pensei que fosse o loco do Gentil. Fala o Juca.

O Fuscão se aproxima da rodinha, ele estava vestido com roupa de futebol.

Eles oferecem esfiha para ele.

Ele agradece e pergunta para o Dib.

· E Dib estamos sem goleiro para agarrar no nosso time, você não quer agarrar no gol para nós hoje?

· Tem roupa de goleiro lá?

· Tem sim.

· Vou sim, então vamos.

 

 

O Dib pega mais uma esfiha se levanta e acompanha o Fuscão até a quadra de futebol de areia. O Fuscão vai até uma sacola e tira uma camisa de goleiro um short e um par de luvas de goleiros e dá para o Dib.

Ele pega o acessório e vai até o vestiário se trocar.

Quando ele estava voltando para a quadra ele encontra, com aquele ex namorado da Leila, que era colega dele também, que tinha dito que teria feito amor com ela, só para fazê-lo sofrer ou estragar o namoro deles, ele se aproxima do sujeito e o sujeito vem ao seu encontro sorrindo dando a mão para cumprimentar ele.

O Dib não o cumprimenta e dá um empurrão nele xingando.

· Seu mentiroso! Por que você mentiu, dizendo que tinha comido ela? - você sabe o quanto isso me fodeu?

· Eu não disse que cheguei a comer ela, eu dei a entender que aproveitei dela e só fiquei no bem bom. O cara fala para um amigo que estava com ele e ri.

O Dib não gosta dá resposta e dá uma rasteira no sujeito derrubando-o, naquele chão cheio de pedrinhas.

O amigo do sujeito ameaça ir para cima do Dib.

O Dib o encara e manda ele ficar na dele, que a treta não era com ele e dá um chute no sujeito no chão, mandando ele tirar a jaqueta que estava vestindo. O Ex namorado resiste em tirar a jaqueta, o Dib dá mais um chute e arranca a jaqueta dele e diz, essa jaqueta é legal par fazer um grafite nas costas dela.

O pessoal chama o Dib para jogar, que o jogo já iria começar e já estava atrasado, o jogo estava valendo um troféu e não era brincadeira.

· Sorte sua que eu tenho que ir jogar agora, se não você iria apanhar mais.

Ele dá mais um chute nas costas do cara e entra para a quadra de areia, joga a jaqueta para o Fuscão segurar para ele se posiciona-se no gol, ainda olha para ver o que o sujeito estava fazendo.

· Cadê o sujeito?

Ele tinha desaparecido, se mandou rapidamente com medo.

O jogo se inicia e o outro time vem para o ataque com tudo e marca um gol.

O Dib ainda estava frio e não conseguiu, impedir o gol.

Um pessoal que assistia ao jogo ofende ele chamando-o de frangueiro.

Ele olha com raiva para o grupinho e todos se calam.

· Frangueiro é eu vou mostrar para eles quem é o frangueiro.

E o jogo continua.

O Dib defende um, duas, três e quantas mais que fossem chutadas no gol.

Mas o seu time não fazia nenhum gol.

Até que no finalzinho do primeiro tempo o seu time marca e empata em 1 a 1.

Os times trocam de lado dá quadra e o jogo continua.

Eles trocam de atacante e o Fuscão entra para jogar, fazendo um golaço de fora da área, de perna esquerda. Ficando 2 a 1, para o time deles.

Passados cinco minutos eles vão e fazem mais um gol ficando 3 a 1.

O Dib relaxa um pouco e pensa.

· Eu tenho que me desculpar com a Leila ela estava falando a verdade mesmo. Puxa a vida eu quase acredito naquele cara e iria perder o meu amor. E golllll.

· O que aconteceu, ué quem fez o gol?

O Dib se distraiu pensando na Leila, que nem vira o atacante do outro chutando. Deixando assim o jogo a 3 a 2.

· Presta atenção Dib, está viajando. (Fala o Fuscão).

· Pode deixar, não vai entrar mais nenhuma bola aqui.

O jogo continua e o juiz marca um pênalti para o time adversário.

Ele se posiciona embaixo das traves para tentar defender o pênalti, a torcida adversária estava atrás dele e fazia pressão. IH vai frangar IH!! Vai frangar!!

E ele pensa: - É hoje situações de pressão, primeiro foi a cesta de lance livre que tive que fazer, agora esse pênalti. Ele se concentra como mais cedo na hora do lance livre, fica parado até o último minuto e não tenta adivinhar o canto, espera o jogador chutar. A bola é chutada e o goleira continuava parado e no último minuto ele pula em direção a bola, dá um pechinho e desvia a bola, que ainda bate na trave e sai.

A torcida vibra, assim o jogo continua ele fica arrisco como um gato e segura todas as bolas chutadas para o gol dele até o final do jogo, garantindo a vitória por 3 a 2 e levando o troféu.

Eles posam para umas fotos de recordação e vão para o bar comemorar.

O Dib agradece ao Fuscão e o avisa que tinha que sair e não iria ficar com eles para comemorar. 

A galera o agradece e comenta. – Goleirão!! Valeu!!

Era exatamente 20:15 horas da noite.

Ele vai até a casa do Lu, o chama e entra.

· Lu preciso me desculpar com a Leila.

· Por que?

· Encontrei com aquele sujeito, que tinha dito que havia comido ela, e era mentira mesmo, eu o impressionei e ele deixou soltar, que só estava zoando com ela, por vingança, talvez.

· Eu tinha te avisado que era mentira, ainda bem que você ainda ficou com ela.

· É, mas mesmo assim ainda preciso me desculpar; o que eu faço?

· Faz um grafite perto da casa dela, elogiando-a, tem umas latinhas de sprays aqui em casa, eu acho que dá para fazer um grafite.

· Beleza, eu vou até a casa dela falar com ela e já aproveitou, para olhar se tem algum muro legal, vou tomar banho, para tirar este suor e depois que eu voltar da casa dela, passo aqui, falô.

Ele toma banho rapidamente, estava ansioso para ver a Leila, havia descoberto que ela estava falando a verdade. Se troca e vai.

Chegando na casa da Leila o pai dela estava jogando baralho no quintal, com mais três caras. O Dib olha e pensa.

· E agora o que eu faço, me desculpo e peço para ele chamar ela, ou eu mesmo a chamo.

O cachorro late para o Dib no portão, chamando a atenção dos homens que jogavam baralho.

O pai olha para ele e o reconhece e pergunta.

· O que você quer?

· A Leila se encontra? ( Ele se faz de educado)

· Não sei .

· Estou sim. Ela aparece na porta da sala, desmentindo o pai, que provavelmente, não queria chama-la .

· É aquele seu namoradinho vagabundo.

Ela não acredita no que vê sente suas pernas tremerem, mas vai de encontro do Dib no portão.

· Você ficou louco, vindo aqui?

· Não resisti e não suportava mais ficar sem te ver.

Ela abre o portão.

· Me dá um beijo?

· Não, você é louco mesmo não está vendo o meu pai ali.

· E daí, na hora que estiver entretido com o jogo, você me beija.

· Vamos nos sentar naquele murinho, que está meio escuro e nos ajuda, dificultando que ele nos veja.

Eles se sentam em um murinho de relógio d’água bem no canto da parede, dificultando a visão do pai dela.

Ele a olha de cima a baixo e diz.

· Nossa você está irresistível, com essa jardineira de moletom cor-de-rosa, curtinho mostrando estás coxas grossas, com esses pelinhos loirinhos, nossa dá água na boca.

· Para com isso, você está me deixando sem jeito.

· E o meu beijo, você ainda não deu.

Ela olha para ver se o pai dela não estava olhando e quando se vira para beija-lo, ele já estava em cima dela e se beijam desesperados, como se nunca haviam se beijado antes. Ela quase fica sem fôlego e pede para ele parar.

· Chega! Meu pai não viu?

· Não, ele não viu nada, está prestando atenção no jogo.

No momento que ele acaba de falar, o pai dela dá uma olhadinha, esticando o pescoço, para tentar vê-los.

Confirma naquele momento que nada de mais estava acontecendo e continua a jogar.

· Me dá mais um beijo.

· Rápido, vai logo.

· Ela o beija e naquele momento começa a chover, fazendo com que eles parassem de se beijarem e corressem para dentro do quintal, onde o pai dela jogava baralho. Deixando assim ele de cara a cara com o pai dela.

A chuva aumenta de uma certa forma, que estava molhando dentro da garagem, fazendo com que os homens que jogavam baralho entrassem para dentro da casa e indo jogar baralho na mesa da cozinha.

E a Leila também tinha que entrar, por que chovia muito e estava molhando toda a roupa dela e a dele.

· Eu vou embora na chuva mesmo, não posso ficar aqui o seu pai não está gostando nada.

Ele vai saindo e escuta uma voz de homem falar com ele.

· Entra aqui rapaz espera a chuva passar, vai ficar doente nessa chuva. (era o pai da Leila).

E sem pensar duas vezes ele entra, pede licença, (como se fosse educado) e fica de pé esperando que alguém o mandasse sentar.

· Senta aí no sofá, assiste um pouco de televisão, em quanto a chuva não passa.

O pai dela vai para a cozinha para continuar jogar também, mas sempre dando uma olhadinha, para verificar, se eles não estavam fazendo nada de errado.

E quando perdia, vinha se sentar no sofá, esperar a próxima rodada.

Em uma dessas vezes que ele saiu do jogo, a sua irmã entra na sala avisando que tinha um telefonema para o vizinho que também havia saído do jogo, o vizinho vai atender a ligação na casa da tia da Leila, depois ele volta e se senta na sala com eles e começou a fazer alguns comentários.



· Nossa Lelio como a sua filha é bonita né. Quando eu mudei para cá, eu queria namorar com ela, mas ela era muito novinha, mas hoje ela já é uma mulher formada, já dá para namorar com ela. Qualquer dia desses eu vou estar te chamando de sogro, né sogrão.

Dib escuta aquilo, sente seu sangue ferver, seus olhos arregalam, louco para dar um soco na boca daquele trouxa. mas tinha que se conter, por que estava dentro da casa da Leila.

Ele se contem, mas por dentro estava se corroendo e não aguentava mais olhar para a cara daquele otário, ele se levanta e diz.

A chuva diminui um pouco, vou ficar aqui no quintal, até ela terminar por completo e irei embora.

Ele sai e fica no quintal a Leila vem atrás e percebe que ele estava estranho.

· O que foi? O que você tem? Por que você ficou assim?

· Você não escutou o que aquele otário falou, só faltou ele te beijar na minha frente.

 

 

· Não tem nada a ver ele falou aquilo brincando.

· Brincando nada, ele está querendo zoar com a minha cara, eu vou esperar ele sair e vou dar um pau nele.

· Não faz isso! por favor ...

· Tá bom, não vou fazer nada só vou conversar com ele.

E o Dib não fala mais nenhuma palavra, estava ansioso para que o homem saísse.

O irmão dele sai primeiro, depois de cinco minutos sai ele.

Quando ele estava passando entre o Dib e a Leila, o Dib coloca o pé na frente dele para que ele tropeçasse no pé dele.

O homem tropeça se desiquilibrando e sai catando cavaco e resmunga.

· Você é louco?

· Você que não está vendo o meu pé, você é cego?

· O que é que você quer arranjar confusão? Espera aí, que você vai ver.

O vizinho chama o pai da Leila.

· Lelio vem aqui ver o que esse cara quer comigo, espera aí agora você vai ver.

O pai dela sai.

· O que é que está acontecendo? 

A Leila pensa: - ih agora fudeu de vez.

· Esse namoradinho da sua filha colocou o pé, para que eu tropeçasse de propósito.

· Coloquei mesmo você não é homem de ficar falando merda, agora assume os seus atos, não sabe resolver a sua treta comigo sozinho, tem que chamar os outros.

E o Dib dá um empurrão no vizinho.

· Eu vou chamar o meu irmão agora você vai ver, espera ai!

· Chama quem você quiser, que eu quebrei a sua cara e de quem você mais chamar também.

O homem entra na casa dele e volta com o irmão.

O Dib sem hesitar parte para cima dos dois e empurra o vizinho mais uma vez dizendo.

· Você não é homem sozinho, precisa chamar o irmãozinho, mas pode caminhar os dois, que eu arrebento vocês dois. (E levanta os pulsos como no boxe)

E quando a briga iria começar, o pai da Leila entra no meio.

- Parem com isso! Você vai para lá e vocês dois entram para a casa de vocês.

O vizinho não gosta muito, mas percebeu que o moleque não era trouxa.

o Dib ainda fala mais uma vez.

· Você não é homem? - Você é um rato covarde?

O homem entra resmungando.

O pai da Leila se vira para o Dib e diz.

· A chuva parou, agora você já pode ir embora.

O Dib meio sem graça se despede e vai saindo, anda alguns metros para a rua e olha para trás.

A Leila estava olhando-o e manda um beijo para ele e observa que o muro da casa do vizinho que ele arranjou confusão era perfeito, para fazer um grafite.

· É perfeito aquele muro eu vou fazer o grafite ali mesmo, vai ter um gostinho especial fazer naquele muro, vou homenagear a Leila e me vingar daquele otário.

· Mas acho que estraguei tudo de novo, o que será que o pai dela está pensando de mim.

Enquanto isso na casa da Leila.

· Leila vai par o seu quarto que eu quero conversar com a sua mãe.

A Leila sobe para o quarto dela onde sua irmã estava ouvindo música e que não tinha percebido nada do que tinha acontecido.

O pai dela certifica-se de que ela havia subido mesmo, vira para a mulher e diz.

· Você viu o rapaz é bravo mesmo, é homem, ele encarou os dois irmãos, e estava pronto para dar porrada nos dois, se eu não os separo; estou começando a gostar deste rapaz, esse vizinho é folgado mesmo, as vezes passa da conta, pega as minhas ferramentas emprestados e não devolve, fica fazendo brincadeira desagradáveis com as nossas filhas, eu mesmo  já estava com raiva dele hoje,  porque estava roubando no jogo e tirando sarro, eu mesmo queria dar umas porradas nele, quase que eu deixei o rapaz bater nele, só para aliviar a minha raiva.

O Dib chega na casa do Lu e o chama.

A mãe dele aparece e manda que ele suba para o quarto do Lu.

· Vamos lá fazer o grafite eu já sei onde tem um muro perfeito do lado da casa dela, é a casa de um trouxa, otário eu quase dei umas porradas nele agora.

· Por que?

· Por causa de uma conversinha que aquele otário, ficou falando para o pai da Leila na minha frente e me irritou.

· Legal, nós iremos fazer nesse muro mesmo, caso o cara apareça, a gente dá umas porradas nele também. (fala o Lu).

· Eu vou chamar o Thor, para ir com a gente, ele queria fazer um grafite com a gente, vou aproveitar para chamar ele.

O Dib vai até a casa do Thor para  chama-lo.

E o Lu fica preparando as coisas, para levarem, ele separa uma lata de látex, algumas bisnaguinhas coloridas, escolhe os sprays, deixa tudo na garagem, de jeito para saírem e pensa.

· O que está faltando?

· Ahh!! O desenho!!

Ele sobe até o seu quarto, novamente vai até o guarda-roupas e puxa a última gaveta, onde haviam diversos desenhos e escolhe um personagem e uma letra, que já estava separado, onde estava escrito “Amor”.

· Essa letra e esses personagens são perfeitos.

Quando ele desce para a garagem. O Dib e o Thor já estavam lá o esperando.

· Pronto Lu, já estamos prontos.

· Já, mas ainda é muito cedo, vamos esperar um pouco.

· Cadê o resto dos caras? (pergunta o Thor)

· O Leco o Juca e o Ed Jr. saíram juntos, eu acho que forram jogar basquete em um lugar longe e não chegaram até agora e o Tuco não o chamamos, por que ele vai ficar zoando com o motivo do grafite. (explica o Lu para o Thor).

· Faltam dez para meia noite, meia noite e meia nós vamos, ok, (fala o Dib)

· Tudo bem, enquanto isso vamos comer uns pedaços de pizza, que o meu pai fez.

Eles vão até a cozinha, onde o Lú tira de dentro do forno do fogão uma forma de pizza e a coloca em cima da mesa. Quando ele a abre ele estava intáquita ninguém havia comido.

· Legal. (exclama o Dib).

· Legal nada, tem que deixar, para o meu irmão também ele não comeu ainda e deve de estar para chegar.

Cada um come dois pedaços e deixam dois pedaços na forma, e o Lu coloca a forma de volta no forno, para que nem o Dib ou o Thor as comesse aqueles dois pedaços.

· Meia noite e meia, vamos está na hora. (avisa o Lu).

Cada um pega um pouco das coisas, dividindo-as para carregarem melhor. O Dib leva o látex, o Einstein aparece também e leva a caixa de sprays e o Lu leva a mochila e a pasta de desenho, o Thor leva a escada. Eles vão em direção a casa da Leila.

Passam pelo beco da avenida e sobem o escadão que dava quase em frente à casa dela, mas era uma escada muito grande, com muitos degraus e com os pesos na mão, parecia que a escada era maior ainda, o Dib reclama.

· Puxa vida, essa escada nunca me pareceu tão grande como agora, quando eu venho por aqui, costumo subir correndo-a, mas com essa lata de tinta fica muito difícil, porque quando eu a comecei carrega-la deveria pesar uns dez quilos, depois de ter andado até aqui e subir essa escada, está parecendo que tem uns trinta quilos.

Eles chegam no muro e largam as tranqueiras todas no chão e descansam um pouco, estavam exaustos com os braços doendo.

· Nossa como os caras fizeram falta agora, quando a gente vai fazer grafite pela cidade a fora, nos sempre revezamos um pouco por isso não cansa tanto, para isso que serve uma equipe. (fala o Lu).

· Vamos começar logo vai. (fala o Einstein) 

O Thor apoia a escada no muro e o Dib pede para ele ficar olhando da esquina para avisar quando aparecesse alguém 

O Dib desenha o personagem e o Lu a letra o Einstein vai pintando logo atrás, para não perder tempo, tudo pintado só faltando o contorno.

O Dib chacoalha a lata de spray um pouco mais forte, para ter, mais pressão no spray.

É quando uma luz se acende no quintal da casa. E aparece o vizinho da Leila.

O Dib fala para ele.

· Sai aqui agora, vamos resolver aquele assunto.

O sujeito com um baita medo, volta para dentro da casa e tranca a porta e apaga a luz.

· Ele vai chamar a polícia. (fala o Einstein).

· Não, não vai não, ele não tem telefone, ele usa o telefone da Tia da Leila, vamos terminar o grafite, sossegados.

Eles terminam o grafite.

 

 

· Está faltando alguma coisa, uma dedicação. (fala o Dib).

· É mesmo. (fala o Einstein)

· Eu vou escrever aqui nessa nuvenzinha, “Dedicado as pessoas que nós amamos.”. (Fala o Lu).

· Isso mesmo Lu, legal está frase. (Fala o Dib)

O Lu escreve a frase e quando termina, vinha vindo um sujeito, no escuro.

· Tinha que ser vocês mesmo!!

Era um amigo dele, que os deixou assustados.

· Ficou legal.

· Você nos deu um susto. (fala o Dib).

· Não tive a intenção estou voltando do trabalho e passo por aqui sempre a essa hora.

· Você nunca foi assaltado não? (pergunta o Thor)

· Já fui algumas vezes e fiquei aliviado, quando vi que eram vocês, por que eu também me assustei, pensado que fossem ladrões, ainda bem que não era, assim eu vou chegar em casa são e salvo e dormi tranquilo, falou, falou, ficou muito bonito este grafite.

Eles balançam as cabeças e olham o sujeito ir embora.

· É ficou legal vamos ajuntar as coisas e sair fora· Agora ficou tudo mais leve, acabamos com alguns sprays e látex, agora para descer está escada é muito mais fácil, por que para descer todo santo ajuda.

E como estava mais leve as coisas para carregarem eles chegam rápido na casa do Lu e largam as coisas no canto da garagem no mesmo instante aparecem o Leco o Tuco, Juca e o Ed jr.

– Onde vocês estavam? (pergunta o Leco)

- Estávamos fazendo um grafite do lado da casa da mina que o Dib está ficando. (fala o Lu)

- Porra!! Nem chama. (fala o Tuco)

Como não chama, vocês sumiram, você foi atrás da sólida e sumiu, não voltou mais, ficamos esperando vocês, mas foi de última hora, fizemos no muro da casa de um cara que levou uma com o Dib, foi de última hora, até o Thor foi com a gente. (Fala o Lu).

- O que vocês fizeram? (pergunta o Juca)

- Fizemos um persona e uma letra escrito “Amor”. (diz o Dib)

- Hum, Amooorrr. (zoa o Tuco).

- Porque vocês estão sujos assim? (pergunta o Lu)

- Eu estava esquecendo, vim atrás de vocês, porque achamos uma construção na avenida que está cheia de madeirite e vim chamar você para ajudar a carregar. (Fala o Leco)

- Putz!! Legal (Exclama o Lu)

- Vamos lá, nós estamos pegando e carregando até o terreno da minha tia, onde eu morava. (fala o Leco)

E todos vão até a construção, onde está uma escuridão.

O Lu cai dentro de uma vala e todos gargalham de tanta risada.

- Porra nem avisa, ajuda ai!! (Reclama o Lu).

O pessoal o ajuda e o Leco ensina o caminha para ele não se machucar.

Eles chegam em uma garagem dentro da construção, onde estavam ali empilhados os madeirites, cada uma pega um equilibram na cabeça e carregam um por, saem na avenida e entram na velinha carregando até o terreno onde o Leco e o Tuco moravam, e voltam nesse percurso mais duas vezes cada um.

- Pronto acho que já está bom, dá para construir um Mini rampa legal. (Fala o Lu.

- Verdade. fala o Leco

- Acho que dá para construir um Half. (fala o Dib).

- AAA!! Lá vem você. Exclama o Tuco

- Nós vamos andar de skate, você não vai andar de bike, porque vai destruir tudo. (fala o Lu).

-Vou sim e a transição vai ter 90º, para poder varar. (fala o Dib)

- Não nos vamos fazer baixinho com 45º, porque eu quero dropar, Fala o Tuco.

Você perdeu, 5 contra um, bike não vai andar no Ramp.

- E Patins pode? (Pergunta o Thor).

Todo mundo olha para ele e dão risada.

- Patins é neutro, pode sim. Eu também ando de bike e sei que realmente destrói.  fala o Leco.

Tá, tá bom, amanhã a gente decide o que faz, hoje já está tarde, já está quase amanhecendo. (Fala o Juca).

E cada um vai para a sua casa. 

O Dib, chega na sua casa e estavam todos acordados ainda.

- Oi vocês já acordaram ou nem dormiram ainda?

- Nem dormimos, não dormimos ainda. Responde a Tia dele.

- Foi outra noite daquelas quem casa quer casa. (responde a sua avó)

A casa estava uma bagunça, havia caco de vidro quebrado para todo lado.

- O que será que ele roubou para vender agora? (Pergunta o Dib)

-Não sei, acho melhor você dar uma olhada nas suas coisas, onde a fumaça a fogo. (Fala a avó)

Ele sobe no quarto e verifica o que estava faltando.

- A bicicleta está aqui, porque está no cadeado, o meu tênis também, o rádio já foi ontem de ontem, o meu skate. AHH!! Droga!!!

O Dib grita. Ele pegou o meu skate, cadê ele?

Ele está lá no fundo, está muito doido, está pior do que de costume. (fala a tia dele.

O Dib vai até o fundo, e o avista através da porta de vidro, dentro do quartinho que o tio dele usava como atelier para fazer molde de sapato, ele estava com um lata grande de cola na mão e discutia com ele mesmo, fazendo assim: Ele pegava a lata de cola no colo, dava uma cheirada, colocava no chão, se levantava e apontava o dedo para o outro lado, brigava , xingava, dizia que iria bater, ai de repente ele mudava de lado e se fazia de coitado, dizendo que estava com medo, dizendo : “Não de repente faz isso comigo, eu  não fiz por querer, por favor me perdoa”, ai ele mudava de lado pegava a lata de cola cheirava de novo coloca no chão e continuava a brigar dizendo: “Não! Você é um mentiroso, safado sem vergonha, vagabundo e merece morrer, merece apanhar muito, você tem que pagar”, aí ele mudava de lado novamente deixando a lata no chão e dizendo ajoelhado, juntando as duas mãos, implorando: “Não! Por favor eu não fiz nada, sou inocente, não me machuca, por favor!” Aí ele voltava para o outro lado, pegava a lata de cola cheirava, colocava no chão e gritava: “Não você tem que morrer, safado, sem vergonha, você não presta para nada” e ficou assim por um bom tempo, repetindo aquela cena patética e o Dib pensa.

- É nem adianta querer brigar hoje com ele, bater, xingar, ele está muito louco, é a mesma coisa que falar com uma pedra.



O Dib entra e fala para a tia dele. - É realmente hoje ele está alucinado, está maluco, o que ele usou?

- Ele tomou uma garrafa de pinga, com os remédios da sua avó, aí eu acho que ele perdeu o controle e foi a hora que ele pegou o seu skate e foi trocar por droga, ele voltou e aplicou a droga, depois fez todo esse ali e foi lá para quartinho e ficou lá cheirando cola. Fala a tia dele

- Não sei como ele não tem uma overdose ou um treco e morre, já está tão acostumado que mesmo quando tem overdose ele volta mais forte e nervoso, nem isso o derruba mais. Fala o Dib.

A Tia dele balança a cabeça em sinal de reprovação.

- Deixa eu ir dormir que não tem o que fazer.

O Dib sobe tranca a porta, onde seu pai já dormia, com o radinho de pilha ligado, dormia agarrado ao radinho para o sobrinho dele não roubar, mas quem iria querer um radinho de pilha veio daquele, mas para ele não importava, se aquele radio tinha muito valor ou não e dormia como se nada tivesse acontecido, ele se deita e pensa.  –É agora não tenho mais skate, vou ter que andar de bike na rampa, vou ter que convencer a galera.

 

A rampa tem que ter 90º, tem que ser um Half, miniranp é muito chato, ficar fazendo só manobra de borda, tem que ser um Half grita o Dib.

- Não, tem que ser um miniranp com 45º. Grita o Lu.

- Ah é! então vamos ver, o Dib coloca uma viga de madeira bem alta e começa pregar os apoios. – O que você está fazendo? pergunta o Lu.

- Estou fazendo uma transição de 90º. Explica o Dib

- Você é teimoso, eu vou esperar o resto dos caras chegar para me ajudar a te convencer, ou quer saber, quer fazer assim, faça sozinho que eu vou embora, teimoso, vou lá para casa preparar o som para a festa de hoje à noite e já vou deixar as pingas no esquema, para a entrada das pessoas (fala o Lu)

O Lu pula o muro e vai embora, de repente ele escuta alguém pulando o muro de volta e diz.

 

 

- Já voltou? Mas quando ele olha era o Thor que estava chegando.

- Opa!! Beleza me ajuda aqui, que o cabeção do Lu, não quer fazer comigo.

- E o resto dos caras? (pergunta o Thor)

Eles não chegaram ainda. responde o Dib

- Beleza! (vamos lá)

Eles trabalham duro, chama a molecada da rua para ajudar e serram, martelam, pregam e a rampa começa a ter uma forma.

- Deixa eu testar. (Fala o Dib)

- Mas ainda não tem copem, você vai se machucar. (Fala o Thor)

- Não, eu vou só testar baixinho não vou se arriscar não.

O Dib sobe com a bicicleta na pista e começa halfar para pegar embalo, a pista faz alguns estalos, mas continua firme e forte, ele começa a dar pequenos aéreos de 180º e vai se empolgando até uma parte da rampa afundar, ele faz cair ele rola e se levanta dando risada, no momento que um dos moleques da rua sobe no muro e chama ele.

- E Dib tem uma mina aqui fora querendo falar com você. Diz o Titi.

O Dib sobe no muro para ver quem era.

- OI!!! Era a Leila.

- Eu dei uma escapada e vim te ver e agradecer o grafite que vocês fizeram, vocês são fogo, o vizinho estava logo cedo enchendo o saco do meu pai, que mandou ele a merda, meu pai já estava entalado com ele faz tempo, foi muito legal o meu pai adorou e eu adorei a frase: “Dedicado as pessoas que nos amam”, amei.

- Legal, calma aí, só vou pegar a minha bicicleta e a gente conversa.

- E Thor você vai ficar aí?

- Sim. Responde ele.

- Você espera os caras chegar, ou o cabeção do Lu voltar, para não deixar as ferramentas do pai dele jogadas aí?

- Eu espero sim, vai lá.  Responde o Thor.

O Dib passa a bicicleta por cima do muro a Leila o ajuda, ele pula e dá um beijo nela.

- Você já almoçou? (pergunta ele)

- Não acordei tarde. Responde ela

Vamos lá em casa comer alguma coisa estou morrendo de fome.

Ele entra na sala e já sente o cheiro de pão.

- Hum, a minha vó está fazendo pão.

- Nossa que cheiro bom. Fala a Leila.

O Seu pai estava sentado em um poltrona na sala, onde assistia a um jogo de futebol na televisão e escutava no rádio ao mesmo tempo, anotando números para depois fazer uma fezinha no jogo do bicho.

Eles entram a Leila o cumprimenta, que só balança a cabeça, para não perder nenhum detalhe do jogo, mas resmunga algo. Cada cabeça uma sentença, hoje vai dar Touro na cabeça.

A Leila olha para o Dib querendo entender e os dois dão de ombro.

O Dib encosta a bicicleta na escada e ele vão até a cozinha.

A Leila cumprimenta a avó do Dib.

- Oi que bom que vocês chegaram, estou fazendo pão caseiro, ou você vai querer almoçar, eu fiz macarrão e frango, de grão em grão a galinha enche o papo.

- Não eu quero bife de pão, a senhora faz para mim.

- Bife de pão? Estranha a Leila.

A avó do Dib e ele dão risadas.

- É assim que eu chamo a massa frita do pão, quer ver deixa eu te mostrar, Vó a senhora separou um pedaço da massa para fazer o bife de pão?

A sua avó levanta um guardanapo de uma forma e diz.

-Você está falando disso? Apressado come cru.

O Dib olha na forma e chama a Leila para ver.

- Olha aqui, está vendo, é parecido com a massa de pizza, só que é frito, é uma Fogaça, a minha vó recheia com queijo ou faz sem nada, só com uma pitada de sal, deixa ela fazer, que você vai experimentar, você vai fazer agora, você faz para mim vó?

- Sim é lógico, é o mínimo que eu posso fazer por você, para te agradar depois do que você tem passado com o seu primo aqui em casa, esses dias, amigos, amigos, negócios à parte.

Ele dá um beijo na avó e diz.

- Por falar nisso, deixa eu ir guardar a bicicleta lá em cima com cadeado.

A Leila vai com ele e eles sobem a escada, o Dib carregando a bicicleta e a Leila atras, o pai dele nem repara que eles passaram, já no quarto ele pendura a bicicleta e coloca o cadeado e fecha a porta do quarto, já agarrando a Leila.

- Cheiro melhor do que o pão da minha avó, só o seu.

Eles se beijam e as coisas ficam quente eles se empolgam, mas ela o interrompe e diz.

-  E o seu pai na sala?

- Nem esquenta, enquanto o Corinthians estiver jogando, mais nada no mundo existe, pode cair uma bomba que ele não sai do lugar.

- Mas e a sua avó, ela sabe que estamos aqui.

- Você viu ela está ocupada com o pão, nós temos 45 minutos que é o primeiro tempo de uma partida de futebol.

Ela ri e se entrega, e eles se amam naquela tarde de domingo.

A sua avó avisa que o pão estava pronto e eles descem para comer.

Experimenta Leila! (diz o Dib)

- Hum que delícia!!

Agora come um pedaço do pão e passa um pouquinho de manteiga e veja como a manteiga derrete e penetra nesse pão quentinho, que chega até a sumir!

Uau, muito bom. Ela vira para o Dib e diz. – Eu estava morrendo de fome depois da nossa brincadeira. Eles dão risadas.

- O que vocês estão rindo? Cachorro que late não morde. Pergunta a avó dele embrulhando um pão em um guardanapo terminando a frase com um proverbio.

- Nada. Diz ele

Eles comem e ela a diz. – Eu não aguento mais, estou satisfeita.

Eu também. Diz ele.

A sua Avó avisa. Eu vou lá na Norma levar um pão para ela e não demoro, um olho no gato o outro no peixe.

Ela vai saindo pela sala e avisa o Pai do Dib.

- Escutou? Eu vou lá na Norma, esse olho é irmão desse. Ela fala isso apontando para o olho direito e depois para o esquerdo.

- Tá, tá bom, vai começar o segundo tempo, caiu na rede é peixe.

A sua avó dá de ombros e sai, o Dib chega perto do ouvido dá Leila e diz.

- Vamos para o nosso segundo tempo?

Ela olha para ele e ri, eles sobem para o quarto e o Dib brinca com ela.

- Agora eu vou te comer, igual eu comi o pão da minha avó vou passar manteiga nesse corpo quentinho deixar derreter e vou lamber você todinha, para penetrar bem devagarzinho, beliscar e mordiscar as suas orelhas aos pedacinhos. Ela morde os lábios e fecha os olhos, ele a beija e a deita fazendo amor bem devagarzinho do jeito que falou, que iria fazer.

Assim o tempo passa e depois de namorarem a tarde toda ela pede para ele.

- Me leva embora? - Para não abusar e a minha mãe brigar comigo.

- Levo.

Eles se trocam e no portão ele fala.

-Vamos por aqui, que eu quero ver se os caras estão fazendo a pista ainda.

Eles descem a rua até o terreno onde o Leco morava, o Dib sobe no muro e de dentro do terreno acontece uma gritaria.

- E Homem árvore, você conseguiu quebrou um pedaço da rampa em. (diz o Leco)

- E Tourinho vem ajudar agora! (Fala o Juca)

- Nós tiramos o que você fez, e vamos fazer o miniranp e não adianta reclamar. (fala o Lu)

- Vem ajudar o Raurio! (Fala o Tuco)

O Ed e o Thor estavam do outro lado só rindo.

- Já venho ajudar, só vou levar a minha mina na casa dela. Ele fala isso e pisca para ela.

 



 

E o pessoal lá de dentro grita. – Vai mulherar!!

- Dominado!!

Ele dá de ombros e desce do muro enquanto pessoal continuava a zoar.

- Pronto vamos! Ele pega na mão dela e vai em direção a viela, o pessoal sobe no muro e continua a zoar, eles olham para traz e estava todo mundo no muro zoando, eles dão de ombros e continuam andando.

Eles caminham até a casa da Leila, ele a deixa no portão, dá um beijo nela e diz.

-Não esquece dá festa de hoje à noite.

E antes de ir embora, ele dá uma verificada no grafite e de longe mexe os lábios dizendo para ela “Dedicado as pessoas que nos amam” Ela ri e entra, ele desce o escadão saltitante como uma perereca e vai até a pista no terreno.

- Agora que você chega, que quase terminamos. (Fala o Tuco)

- Boa parte eu já tinha adiantado para vocês sozinho, sozinho não, o Thor me ajudou.

- É, mas nós tivemos que mudar o que você fez, para conseguir fazer um miniranp descente, com copem e tudo e além de preparar tudo para festa também. (Fala o LU)

- Aí é com você, quem mandou mudar para um miniranp e para festa não tem muito o que fazer, é só ligar o som e deixar rolar. Fala o Dib.

- Não é só isso não, nós tivemos que colocar a lona e arrumar copinhos para servir a pinga, e tem mais você não vai andar de bike não, você vai quebrar a rampa. (fala o ED)

- Então eu não vou andar de nada, porque o meu primo pegou o meu skate e trocou por droga. Fala o dib.

E todos xingam principalmente o Tuco.

- Vamos dar um pau naquele filho da Puta. (Fala o Tuco)

- Calma Tucão, veja como são as coisas, eu tinha um skate, mas não tinha a rampa para andar, agora nós temos a rampa e eu não tenho mais o skate, sabe porquê?

O amigo estranha aquela conversa e responde.

-Não, porque?

- Porque aqui se faz aqui se paga. Fala o Dib.

- Aqui se faz, aqui se paga? - O que tem isso haver com o seu skate?

- Nós não roubamos esses madeirites?

- Roubamos e daí?

- Daí, que vai fazer falta para alguém, nos lesamos alguém e sendo assim: “Aqui se faz, aqui se paga”.

- Tá entendi, se você está falando tudo isso, só para gente deixar  você andar com a bike no miniranp, você me convenceu, por mim você pode andar a vontade e se quiser usar esse skate velho aqui também pode ficar para você , esse o seu primo não vai conseguir vender, o shape está no osso e as rodinhas também, se ele conseguir trocar por droga, vai ser por uma droga muito barata, mas para andar na pista acho que não vai render muito não, as rodinhas estão quadradas, porque fiz muito Dowhill com elas por isso eu acho melhor você andar de bike no miniramp mesmo, ou então você vai ter que fazer igual nos fazíamos antes, desmontar um patins e pegar os truks do patins e fazer um shape de madeira rígida, ou fazer com roda de rolimã, lembra disso?  O Tuco diz isso olhando para o resto do pessoal, que também consentiram, o Lu não gostou muito, mas não falou nada e ficou quieto.

- Vem nos ajudar a terminar, só faltam alguns detalhes e já vamos poder andar. O Dib pula o muro e ajuda os amigos a terminarem, faltava encaixar o ultimo madeirite e colocar o cano do copem.

- Nada como um bom trabalho de equipe. (fala o Leco)

O pessoal dá risada.

- Terminamos e eu sou o primeiro a estrear. Grita o Lu já pegando o skate dele e colocando na borda para dropar.

Ele dropa e todos ficam olhando, ele faz algumas manobras de base na borda e para de esta, pega o skate na mão e grita.

- Essa rampa está foda, está parecendo a Animal Chin, está perfeita, ficou muito boa, está aparecendo aquela rampinha de rua que nos tinhas, que tinha a transição perfeita, que vinha gente de tudo quanto é canto andar com a gente, veio o Ari Bassom, o Barneiro, O pinguim, lembram disso, que o Pinguim varou a rampa tão alto que quase encostou no fio da casa da dona rosinha.

- Tá, tá bom, deixa eu andar também. Fala Tuco colocando o skate no meio do flat da rampa pegando embalo com o pé, e pega embalo dando 180º na transição e se diverte e foi assim um por um, o Thor anda com o seus Patins, faz algumas manobras, o pessoal elogia e também aprovam.

- Pronto agora só falta a minha aprovação, vou buscar a minha Bike e já volto. Fala o Dib. Ele sobe a rua para buscar a sua bicicleta e chegando na sua casa, quando ele entra na sala, o seu pai estava na poltrona do mesmo jeito, de quando ele saiu e o seu primo estava sentado no sofá maior ele olha para o seu primo e tenta subir direto para o quarto para pegar a sua bicicleta, mas o seu primo o chama, ele para no segundo degrau da escada e pensa. - Lá vem a mesma desculpa de sempre.

- Eu queria me desculpar com você eu vou te devolver tudo o que peguei de você, eu estou vendo um emprego de Segurança em uma casa de Stripes em Santana, se eu conseguir esse emprego, assim que eu conseguir um dinheiro, eu te pago, falô.

- Stripes ou puteiro? Fala o Dib.

- É puteiro, é que casa de Show é mais chique. Fala o Primo e rindo com um sorriso faltando um dente.

- Não esquenta “aqui se faz, aqui se paga”, o que eu não quero para mim, não faço para os outros. – E por falar nisso eu ganhei esse skate velho, acho que esse você não vai conseguir vender, é o resto de um skate. Ele fala isso e joga debaixo da escada. E o seu primo não entende nada.

Ele pega a bicicleta e desse rápido, pede para alguém o ajudar passar a bicicleta por cima do muro, ele pega a bike e entra no miniramp, vai devagar no começo, para testar a rampa e com medo de quebra-la, depois que ele pegou confiança ele se arrisca um pouco mais, com algumas manobras de base, alguns 180º e manda um 360º parando no copem, o pessoal solta um “HU rápido!! Mas ele não tem muito o que fazer e comenta com o Lu.

-  É chato tem que ser muito técnico, só manobra de base, eu queria tentar aprender dar um back flip igual o que vi no filme “Jhony O Fera do BMX” mas acho que aqui não dá para fazer, quem sabe um dia.

E eles ficam ali aproveitando a rampa até todos cansarem de andar e se sentam no copem, alguns deitam e ficam ali admirando a rampa e o céu.

E o Lu tem uma ideia.

- Vamos grafitar a rampa. Todos gostam da ideia.

Vamos lá em casa comigo buscar as tintas.

Alguns deles vão até a casa do Lú e outros ficam cuidando dos Skates e da Bicicleta, depois voltam com as tintas e uma folha com uma letra escrito “Master”.

Eles começam a pintar a rampa e esquecem da vida, se empolgam e grafitam toda a rampa, colocando o nome de todos eles.

 

 

 

Depois disso eles vão para a festa, já haviam algumas pessoas na rua, eles estranham aquele movimento já tão cedo, cumprimentam as pessoas que estava já ali.

- Já que já tem gente chegando, vamos ligar o som e já deixar a festa rolar. (Fala o LU).

Ele liga o som em quatro caixas acústicas, no último volume e deixam a festa rolar. 

Não parava de chegar gente e a casa do Lu estava lotada, não cabia mais ninguém, ninguém mais conseguia subir ou descer pela escada e quando eles olham pela laje, a rua toda estava tomada de gente de ponta a ponta.

- Vichi, quanta gente. Fala o Juca.

- A minha mãe vai me matar, as pessoas, já estão entrando dentro de casa.

- Caracas é muita gente, deve de ter umas 500 pessoas juntando tudo aqui e o pessoal que está curtindo a festa da rua. Fala o Ed.

E no meio daquela multidão o Dib procurava a Leila de cima da laje ele a avista, mas com o som alta ela não o escuta, ele tenta descer as escadas. Mas não consegue, então ele pula o beiral da escada e vai pelo quarto do Lu, quando ele abre a porta, estava a Vaninha brava de um lado e o Lu do outro, os dois olham para ele, o Dib percebe que tinha algo errado ali e pergunta.

- O que foi que aconteceu?

- Esse rabugento do seu amigo, está cismando com a minha roupa, dizendo que é muito curta. Fala a Vaninha.

-E é mesmo. Fala o Lu gritando.

- Ah não aguento mais esse seu amigo ele é muito chato, parece um velho. Fala a Vaninha.

- Chato e veio é, você vai ver quem é chato e veio. Grita o Lu.

E os dois começam a discutir, o Dib percebe que a coisa estava feia e vai saindo de fininha e desce pela escada da sala, sai pelo corredor da cozinha, que estava lotado de gente, ele sai na rua esbarrando em todo mundo que estava no seu caminho tentando chegar onde a Leila estava. Ele consegue chegar nela e dá um beijão nela, a Leila estava com a prima dela, com a sua irmã e mais uma amiga, o Dib cumprimenta todo mundo e fica ali com elas e diz.

- Se vocês quiserem dançar vão ter que encarar uma avalanche de gente e se conseguir é vão ter que dançar sem sair do lugar. Elas dão risadas.

O Dib fica ali com elas, que simulam passinhos de dança ali mesmo no meio da rua, onde já havia uma galera dançando.

Não demora muito e devido a quantidade de gente aglomerado, carro e moto passando no meio da multidão, os vizinhos começavam a reclamar e chamam a polícia, e as confusões também começavam a acontecer. Começou com uma briga na escada, alguém queria sair e o polícia outro queria subir e não se entenderam e começaram a sair na porrada, depois foi na rua mesmo, um carro quase passou no pé de um cara, que deu vários socos na lataria do carro e havia um cara discutindo com uns caras de moto. – É o Leco discutindo com o Lê. O Dib corre para ajudar o amigo e grita o Tuco, mas com o som alto ele não escuta e também não iria conseguir descer a tempo. O Lê percebendo o Dib chegando ele acelera a moto e foge o Leco tenta segura-lo pela jaqueta, mas ele tira a jaqueta e foge, o Leco fica com a jaqueta na mão.

- Bom pelo menos eu ganhei uma jaqueta.

- Deixa eu ver, dá para fazer um grafite na costa dela, beleza, pelo menos não saiu de mão abanando. Assim que o Dib termina a frase, aparece um carro de polícia pedindo para baixar o som e terminar com aquela festa porque os vizinhos estavam reclamando, vários vizinhos ligaram para a polícia reclamando e assim a festa foi encerrada e as pessoas estavam indo embora, parecia a saída de um estádio de futebol.

O Dib corre até onde a Leila estava e ela diz.

- Também tenho que ir embora com elas, não posso ficar se eu chegar em casa sem a minha irmã, vai ser uma briga. O Dib concorda dá um beijo nela e se despede das meninas.

 

- E Leco nós vamos ter que ir trampar amanhã, e vamos ter que acordar cedo, quero dormir um pouco pelos mesmos, a manhã a gente ajuda o Lu a limpar essa bagunça, o que você acha? (fala o Dib). 

- Beleza só vou avisar ele. fala o Leco.

O Lu reclama para caramba, mas o Leco dá de ombros e vai embora.

 

Dib caminha até a sua casa, as luzes estavam todas acesas, a porta estava aberta, ele entra a casa estava uma bagunça, ele vai até a cozinha e do vitrô ele avista a sua avó, a tia, o pai e três pessoas diferentes, ele acha estranho e vai na direção deles.

- O que está acontecendo? Pergunta ele.

A sua Tia e a sua avó.

- Graças a Deus você chegou! Grita sua tia.

- Aleluia, devagar com o andor que o Santo é de barro.  Diz a avó.

- O que está acontecendo? Pergunta ele novamente.

- O seu primo está tendo um treco. Diz a Avó.

- Não é treco não é uma overdose. Diz a tia.

Ele entra no quarto haviam duas moças uma nua e a outra quase nua, um travesti e o seu primo estava em cima de um colchão, em uma pequena mesa haviam, garrafas de bebidas, papelotes de cocaína e Heroína, no chão havia uma seringa e uma colher que ele havia acabado de usar, caídos no chão no chão, o primo estava se contorcendo todo, os olhos estavam virados, dizendo palavras sem conexos, ele examina o primo se vira para as pessoas que estavam ali e diz.

- É só uma overdose normal, daqui a pouco ele vai volta ao normal, normalmente numas ele vai voltar muito nervoso, por isso eu acho bom vocês não estarem aqui a hora que ele voltar ao normal, melhor vocês irem embora.

- Nós não temos para onde ir, nós demos uma parte do nosso dinheiro para ele, para podermos dormir aqui e se alimentar. Diz uma moça que estava no canto do quarto, ela era linda, ela tinha um longo cabelo preto, olhos negros, estava só de calcinha preta e cobria os seios com as mãos.

- Ele comprou comida e bebidas para nós e o resto ele comprou em droga, acho que ele exagerou, comprou muita droga e a consumiu sem parar, cheirou, aplicou, fumou e bebeu, e parece que recebeu um santo, um não, vários, começou a falar como um velho e depois como uma mulher acho que era a pomba gira e por fim uma voz tenebrosa que deu medo, que não quero nem produzir o nome que eu acho que era. Diz a outra moça que estava atrás do travesti totalmente nua, cobrindo as partes intimas com uma das mãos e outro cobrindo os seios.

- Ai! Eu estou toda nervosa, não sei o que dizer, de repente ele começou a se contorcer, e dizer essas coisas e foi se contorcendo todo e ficou assim, eu gritei socorro e essas senhoras apareceram e agora você, o que a gente faz agora? Não é melhor chamar uma ambulância? Pergunta o travesti.

- Não, não chama não, senão você vai ter que se explicar para a polícia depois e podem se prejudicar. Fala o Dib examinando todo o quartinho onde o seu tio até um tempo atrás produzia sapatos, estava mudado, o seu primo havia colocado uma parte das coisas do tio em um canto e o restante estava no quintal, ele olha para as moças e para o moço e diz.

- Se vocês quiserem ficar aqui problema de vocês, você é grande e acho que vai conseguir segurar ele quando ele voltar ao normal, vamos ter que esperar.

O primo para de se debater.

- Pronto ele parou de se debater, agora ele vai relaxar um pouco e quando esse efeito passar ele vai querer mais e é aí que mora o perigo, essa hora que ele fica violento, cuidado.

Ele avisa e vai saindo do quartinho levando com ele a avó e a tia, chegando na cozinha da casa principal ele pergunta.

- Quem são essas pessoas tia?

- São as putas lá do puteiro que ele está trabalhando de segurança. Diz a tia.

- Isso é uma pouca vergonha, Casa da mãe joana mesmo. Diaz a Avó.

- Calma mãe, a senhora fica nervosa e só piora as coisas, deixa eu contar o que aconteceu, como eu estava falando, ele chegou com essas moças com umas sacolas de comida e bebida e falou que iria morar no quartinho do fundo, foi lá e tirou um monte de coisa, as moças o ajudaram, ele pegou o meu colchão de casal levou para lá e deixou o dele de solteiro para mim, por isso está essa bagunça, depois que ele fez isso ele deixou as moças e aquele rapaz vestido de mulher e saiu para buscar droga, quando ele voltou, eles fizeram uma festa o vizinho do fundo até veio reclamar do barulho, mas eles continuaram a bagunça, uma gritaria e risadas, até que se fez silêncio e nós escutamos o grito de socorro, que parecia um grito de terror e você chegou logo atrás.

Ele balança a cabeça e diz.

- Casa da mãe Joana é pouco Vó, virou um puteiro mesmo, só faltou a jogatina, sexo, drogas e malandragem. Ele diz isso e vai andando até o banheiro, ele se lava rapidamente na pia do banheiro, só para limpar as tintas das mãos e algumas partes onde se sujou de tinta do grafite da miniramp e desmaia no sofá mesmo.

Estava sonhando que ele e a Leila caminhavam em uma praia deserta, ela o chamava e ria e corria pela praia sorrindo, chutando água nele e veio uma onda grande e forte e o quase afogou, ele acorda tossindo a sua avó havia jogado uma caneca de água na cara dele gritando. más já meu, parece que acabei de deitar, caramba não dormi nada. Mas tudo bem, pela Leila vale a pena essa dedicação pelo amor, vai valer a pena esse sacrifício.

- Acorda, que agora a Porca torceu o rabo.

- Hã? Ele estava meio desorientado.

Havia uma gritaria no fundo do quintal o seu primo estava agredindo as putas o Travesti tentava se defender e correu em direção a cozinha.

O Dib se levantou e correu para acudir as moças, o seu primo vendo ele diz.

- O que foi, vai me bater de novo, vai me encarar então vem.

Antes que o primo terminasse a frase, o dib começa a socá-lo, o primo tenta fugir e corre para o quintal, o dib lhe dá uma voadora ele cai e, mas se levanta e eles trocam socos entre eles a tia e avó tentam separar os dois, o primo aproveita a intromissão da mãe e da avó, corre até a cozinha e apanha uma faca da gaveta do armário e volta para tentar acertar o primo, O Dib pega uma vassoura e se defende dando vassouradas no primo, que com um golpe acerta a mão do Dib que corre pelo corredor em sentido a rua, o primo veem atrás, chegando na rua O Dib apanha algumas pedras do buraco que havia no asfalto e atira no primo que corre para o quartinho.

O Dib entra na sala onde estavam a sua tia a sua avó e o travesti.

- Cadê ele? Pergunta ele.

- Ele entrou lá no quarto dos fundos. Diz o Travesti.

Faz se silêncio por um tempo, o primo consome o restante da droga e dessa vez devido a menor quantidade ele tem outra reação, a reação de que estavam lhe percutindo, o primo sai do quartinho, colocando o dedo na boca e dizendo:

- Shiii! Eles estão aí fora, vocês me entregaram para eles, eles vão me matar.

O primo diz isso e corre em direção a cozinha passando por todo mundo, derrubando a sua mãe com o encontrão, olha para a mãe no chão com os olhos vidrados, olha para o primo com medo e faz com o dedo na boca.

- Shiii, não me bate e não me entrega, eles estão chegando. Ele diz isso e corre para a sala e sobe as escadas.

Da cozinha se ouve um grande barulho e depois barulho de água cair no chão do banheiro de cima.

O travesti estava assustado olha para o Dib e pergunta.

- O que foi isso?

- Isso foi paranoia, a verdadeira paranoia, quando não dá overdose ele fica

Assim, dizendo que está sendo prosseguido, que vão mata-lo.

- Já estamos acostumados com isso, é esse inferno quase toda a noite, as paredes do banheiro de cima estão todas marcada de pé, de tanto ele subir para a caixa d’água, o telhado e o estuque da casa já estão todo destruídos, já não sabemos mais o que fazer, quem com ferro fere, com ferro será ferido. Explica a avó para o rapaz.



-  Como vocês conseguem conviver com isso? Eu que achava que a minha vida era ruim, agora percebo que estou no paraíso. Diz o Rapaz.

Uma das moças grita.

- Me ajudem aqui, acho que ele quebrou o braço dela.  Diz a moça de cabelo preto.

Eles vão até o quartinho a moça ruiva estava no chão, totalmente nua, agora sem poder esconder as suas genitálias, que estava totalmente exposta, mostrando a verdadeira cor dos seus pelos pubianos, que não eram ruivos igual o cabelo, sem poder se cobrir com as mãos, devido estar segurando o seu braço machucado, que estava cheio de hematomas, e ela gritava de dor.

O Dib examina o braço da moça e conclui.

- É está quebrado, precisamos leva-la para o hospital, eu avisei para vocês, não ficarem aqui, não disse que era perigoso.

Uma buzina de carro toca no portão da casa.

· É o Ailton tenho que ir trabalhar, mas vou ver com ele se ele pode dar uma carona para vocês até o hospital, coloca uma roupa nela e se troca que vou perguntar para ele, se pode fazer esse favor.

Ele abre a porta e pede para o Ailton esperar um pouco, se troca rapidamente e sai, entra no carro, cumprimenta o Ailton, conta para o ele o que havia acontecido e se ele poderia levara a moça no hospital.

Ele faz que sim com a cabeça e pergunta.

· Mas, cadê o seu amigo ele não vem?

· Não sei.

· Ele não apareceu até agora, não vamos mais poder esperar, já estamos atrasados e agora temos que fazer uma parada no hospital.

O Dib entra de novo e apressa eles.

- Vamos, que ele está atrasado, mas vai nos deixar no hospital.

A morena sai na frente carregando duas bolsas, o Rapaz acompanha a ruiva agora devidamente vestida. Eles entram no banco traseiro do carro.

O Ailton acha estranho o travesti e as duas moças, mas não diz nada.

- Vou deixar vocês no pronto socorro do hospital e de lá tenho que partir rápido estou atrasado. Explica o Ailton.

A moça faz que entendeu balançando a cabeça.

E eles vão para o hospital e depois para serviço sem o Leco, porque se ele tivesse aparecido não iria caber no carro, no caminho todo se faz silêncio, ninguém disse uma palavra, só se ouvia a moça gemer de dor.

- Pronto, chegamos. Diz o Ailton.

O Rapaz e as duas moças descem do carro e agradecem pela carona.

O Ailton vira o carro e sai em disparada, ele olha para a mão do Dib que estava sangrando e pergunta.

- Que porra foi essa?  O que foi isso? Porque a sua mão está sangrando?

Dib balança a cabeça e diz.

- É uma longa história.

- Toda vez que eu te vejo está com a mão sangrando e quem são essas pessoas? Que loucura, o que um travesti e aquelas moças estavam fazendo na sua casa?

- É coisa do meu primo.

- A quelas moças eram lindas. Fala o Ailton.

- Fala a verdade, você gostou do rapaz. Brinca o Dib rindo.

- Eu não!! Credo gostei da morena de cabelo preto, que mulher linda, estava quase nua, aquela saia estava quase mostrando o útero dela.

- Você não viu nada, não viu o que eu vi, mas devido as circunstâncias, nem tive tempo e o prazer de poder admirar.

O Ailton olha pra ele, tentando imaginar o que ele havia dito.

- Preciso frequentar mais a sua casa. Diz o Ailton.

- Se você quiser conhecer o inferno literalmente, seja bem-vindo, lá tem de tudo, uma beata, um viciado em jogo, drogas, putas e afins. Diz o Dib.

- O Rapaz também era uma moça bonita, em uma noitada depois de muita bebida, não faz diferença. Diz o Ailton.

Eles dão risada.

 


No local do serviço o Ailton o apresenta ao gerente, que não diz uma palavra, só gesticula com a mão, como se fosse uma tesoura, querendo dizer, ou já dizendo que ele teria que cortar o cabelo.

O Dib não gosta muito da ideia, mas fica para trabalhar assim mesmo.

O Ailton lhe explica o resto do serviço, em quanto os rapazes separavam a carga para cada região da cidade por CEP.

Feito a separação; o Ailton levanta uma saca cheia de documentos até a boca do saco dizendo.

· Isso daqui é todo seu e aquelas quatro caixinhas, também.

Dib olha aquilo meio assustado, mas não arrega.

· É todo o centro da cidade, que eu vou fazer? (pergunta o Dib)

· É sim, mais como é o seu primeiro dia sozinho, nós iremos te ajudar, te levando até o centro, para você voltar eu vou te dar um passe de ônibus.

Eles entram no carro, Ailton, Edson e o

Dib.

O Ailton vai dirigindo e comenta que já foi motorista de ambulância.

· Mentira (diz o Dib)

· Você não acredita, então olha o que eu vou fazer.

O Ailton corre entre os carros, costurando o trânsito, passando em cada pedacinho impossível de se passar em alta velocidade e vai assim até o centro, chegando rapidamente na Rua Florêncio de Abreu.

· Pronto chegamos e agora você acredita?  Dib balança a cabeça dando risada que sim.

- E agora é com você. Diz o Edson

O Dib desce do carro dando risada por que se divertira muito com a correria do Ailton e diz.

· Eu sabia que você era motorista de ambulância, eu via você passar todo dia na hora do almoço na rua dirigindo uma ambulância.

· Eu só falei aquilo para se divertir um pouco e acordar, que estou morrendo de sono.

 


 

É, mas o Edson não gostou nada da brincadeira.

· Brincadeira mais infantil, fica arriscando a vida dos outros de graça, vê se cresce vocês dois. Fala o Edson.

O Dib e o Ailton dando risada, tiram os pacotes do carro para entregar, colocando-os na calçada.

O Edson colocas a mão no bolço e tira dois passes de ônibus e dá para o Dib.

· Toma é para você voltar, sabe onde que pega o ônibus e qual deve pegar?

· Não.

· Você vai tomar o ônibus na Xavier de Toledo, o ônibus é o Vila Anastácio, depois você usa o segundo para ir embora para casa. O Edson explica, onde que ele vai tomar o ônibus e entra no carro chamando o Ailton.

· Vamos logo que eu tenho mais coisas para fazer e vamos voltar como pessoas civilizadas, dirigindo com segurança.

O Ailton olha para o Dib e dá risada e lhe deseja boa sorte, entra no carro, dá a partida e sai como se fosse um velhinho dirigindo, dando a seta e colocando o braço para fora, bem devagarzinho, olha pelo retrovisor para o Dib e dá risada até se misturar com outros carros e sumir de vista.

O Dib olha para o saco cheio de pacotes, coça a cabeça e cria coragem, encaixa as caixas pequenas no saco e coloca o saco nas costas, como se fosse Papai Noel e pensa.

· Eu vou entregar primeiro estas caixas, para ficar melhor para entregar o resto depois, quem tem boca vai a Roma, como diria a minha Avó.

Ele anda até a primeira entrega e deixa duas caixas e alguns envelopes, mas o peso não diminui nada e continua pelas ruas que ele conhecia, deixando as que ele não conhecia por último e anda de um lado para o outro esbarrando nas pessoas, que estavam sempre com pressa no centro da cidade, que nem olham para pedir desculpas depois de umas esbarradas.

Já se acostumando com aquilo ele continua as suas entregas e as horas se passam, o relógio marcava meio dia e ainda faltava mais da metade, ele ainda não sentia fome naquele momento e continua com as suas entregas, algumas vezes voltava nos mesmos lugares, por que esquecera de deixar um outro pacote que estava embaixo dos outros pacotes, mas não desanimava, batalhava bravamente até que o saco ficasse mais leve e mais fácil de transporta-lo, faltando só as ruas que ele não conhecia.

E pergunta para um jornaleiro onde ficava a rua Riachuelo, depois pergunta para um taxista onde ficava a rua do Seminário, e perguntava para as pessoas que passavam, e assim foi indo até faltar só algumas ruas e foi conseguindo assim entregar quase tudo.

Quando faltavam apenas três , o relógio já marcava quatro horas passadas e ele não havia comido nada e não tinha dinheiro para comer, pois não havia pensado sobre este detalhe tão importante e coloca a mão no bolço e tira o passe de ônibus que o Edson havia lhe dado para voltar, ele para em frente de um lugar que que vendia Churrasco grego e do lado também havia um carrinho de milho quente com uma placa escrita, “aceito passes de ônibus” ele olha para o passe e olha para o carrinho de milho e para o churrasco grego e pensa.

· E depois para eu voltar, mas estou com fome, ah eu desço por trás ou peço para o cobrador deixar eu passar por baixo da roleta. Ele come um churrasco grego com suco e paga com um passe. Ele pensa-  Nossa o pão esta fresquinho a carne está bem temperada, está uma delícia, nãos sei se é a minha fome ou está uma delícia mesmo, engraçado o pessoal fala tanto mal e tirar sarro do churrasco grego do centro, dizendo que é de carne de gato, que é isso ou aquilo, mas  estava uma delícia, ele limpa a boca com o guardanapo de  papel,  que ele pega no porta papel de alumínio e depois ele vai até o vendedor de milho e pede um milho, dá o passe para o vendedor e pede mais uma palha de milho para embrulha-lo, para viagem para comer depois, ele enrola o milho na palha, passando sal e enrola a outra palha por cima e o guarda na mochila que ele havia trago pensando que os envelopes iriam caber nela, e coloca a mochila na costa e pergunta para o vendedor se ele conhecia a rua Santo Antônio.

O vendedor lhe explica e comenta que era a rua onde ficava o prédio Joelma, aquele prédio que pegou fogo a alguns anos atrás em um incêndio horroroso, onde morreram muitas pessoas, foi uma grande uma tragédia, hoje está reformado e fica perto da Av. Nove de Julho.

O Dib se lembra do Prédio, por que uma vez seu pai o havia mostrado, quando passavam em frente de ônibus, ele agradece o vendedor e anda até a rua, ele entra no prédio e pensa. – Um que frio na espinha. O porteiro indica onde fica o elevador, ele entra no elevador que fecha aporta e começa a subir e demora para abrir, ele sente o frio na espinha aumentar e pensa. – Morreram muitas pessoas aqui, dá para sentir algo estranho no ar, é sinistro. Ele encontra a pessoa que estava endereçada o pacote faz a entrega e se manda dali rapidamente, já não aguentava mais e ainda estava com fome ele se senta nos degraus de uma lanchonete fechada na esquina, pega o milho na mochila e o devora, não deixando nenhum grão de milho e sugando até caldinho do sabugo.

Ainda faltavam duas entregas ele olha para conferir o endereço dos dois envelopes, pede informação de onde ficavam e os entregam.

· Ufa!! Acabei, agora e só voltar e entregar essas assinaturas nessas notas e ir para casa.

Ele procura pelo ônibus, que o Edson dissera, na rua Xavier de Toledo, o ônibus estava lá, certinho no lugar onde ele dissera, ele sobe no ônibus, vai até o cobrador e explica a sua situação.

· O senhor poderia me deixar, passar por baixo da roleta, eu perdi todo o meu dinheiro e não tenho para voltar para casa, outro dia eu lhe pago.

O cobrador era gente boa e o libera para ele passar por baixo.

· Vai, passa aí, não esquenta a cabeça eu já passei por isso também.

O Dib agradece o cobrador e se agacha se segurando na catraca e se escorrega por baixo dela, se levanta e se senta no banco a esquerda.

O ônibus parte cinco minutos depois, ele estava exausto e com o chacoalhar do ônibus ele pega no sono, acordando com o cobrador o chamando.

· Ei moço acorda já chegamos no final.

Ele acorda meio confuso.

· Não vó me deixa dormir mais um pouquinho estou cansado. Ele olha para o cobrador ainda meio sonolento.

· Quem é você onde eu estou?

Antes que o cobrador se responde ele se recorda e agradece mais uma vez o cobrador, desce do ônibus ainda meio tonto de sono e anda até a firma que ficava algumas quadras dali do ponto final daquele ônibus, ele chega na firma entrega os recibos da entrega para o Ailton que para a sorte dele ainda estava ali e o espera para irem embora para casa, assim ele não teria que pedir de novo para passara debaixo da catraca. já eram quase sete horas da noite.

Ele estava faminto, por aquele Churrasco grego e milho não deram para tapear a fome dele e estava com sono, cansado e com saudades da Leila.

· Ah! hoje não vou na casa da Leila, por que a hora que eu chegar em casa vou tomar um banho, jantar e dormir.

O Ailton o deixa em casa e ele faz aquilo mesmo que disse que iria fazer.

Toma banho, janta e dorme, dorme não, desmaia mesmo, só levantando no outro dia com a buzina do carro do Ailton.

· Já!! Parece que acabei de dormir, vai coragem, só assim, você vai poder namorar com a Leila, o pai dela não quer que ela namore com um vagabundo.

Pensando nisso ele se troca rapidinho, não toma café, só pega uma maçã e sai comendo-a, no carro do Ailton.

No caminho o Ailton o explica, que Terça feira era mais fácil, por que a Segunda feira era mais pesada, por que tinha duas cargas.

Eles chegam na firma e o Ailton tinha razão, tinha pouca coisa para entregar, rapidamente ele pega as suas coisas e dois passes de ônibus para ir e voltar.

Faz as suas entregas rapidamente, e volta para a firma por volta das 11:00 horas da manhã.

Ele encontra com o gerente da empresa que pergunta.

· Ainda não cortou o cabelo?

· Não deu tempo ontem, vou cortar hoje.

O Dib tenta enrolar para cortar o cabelo, mas não tem jeito.

O Edson que parecia um sargento, o leva para cortar o cabelo.

A cabeleireira olha para o cabelo dele e fica com dó de cortar.

- Mas fazer o que, tem que cortar né.

E dá a primeira tesourada e cai um tucho de cabelo no chão.

O Dib olha o seu cabelo caindo no chão e sente um aperto no coração.

Ele pede para a cabeleireira deixar um fio comprido na frente como protesto.

Mas este sacrifício todo tinha que valer a pena, pela a sua dedicação em Ter a Leila ao seu lado, sendo um homem digno o pai dela não iria ter desculpa para não deixar eles namorarem.

Enquanto ele pensava a cabeleireira terminava de cortar o cabelo dele.

· Pronto ficou um gato.

Ele olha no espelho.

· É ficou bom mesmo e esse fio eu posso esconder penteando-o junto com o cabelo.

 


 

O Edson paga para a cabeleireira e leva o Dib a até a casa dele, avisando que no outro dia seria ele que iria passar para busca-lo.

O Dib entra na sua casa e a sua prima estava lá, o elogia.

· Nossa ficou um gato, parece uma pessoa importante agora.

A avó o elogia também.

· Ah !! agora sim. está parecendo um homenzinho, aquele cabelo o deixava com cara de vagabundo, mau elemento, dava mau impressão, agora está lindo, por fora bela viola, por dentro pão em bolorento.

O Dib não gosta muito do comentário da avó, mas não retruca, apenas passa por ela e sobe para o quarto, para se trocar e volta rapidamente para almoçar.

· O que tem para comer vó?

· Pizza de batata. (é um prato, feito com rodelas de batatas, na manteiga regada ao leite com uma pitada de orégano, levado ao fogo em uma forma de pizza). Era por isso que eles chamavam este prato de pizza de batata.

· Oba !! pelo menos eu ganhei alguma recompensa hoje por ter cortado cabelo.

· É meu filho isso é tudo o que eu posso fazer por você, se eu pudesse faria muito mais por você. (diz a avó, para ele dando um abraço nele). Eles se sentam a mesa e almoçam juntos, como se fosse o ultimo almoço da vida deles. Quando eles acabam de almoçar. A avó pede para que ele abra a geladeira.

Ele abre a geladeira e surpreso dá um grito.

- Oba!! Torta de morango!!!

· E se você quiser comer agora pode comer, ela deve de estar meia mole, porque acabei de fazer, iria ficar para a noite, eu pensei, que você só iria chegar mais tarde, como você chegou mais cedo e não vai aguentar esperar, pode comer agora mesmo, mas lembre-se, quem come quente come cru.

Com um sorriso de uma orelha a orelha, ele tenta cortar mais estava muito mole e sua avó diz.

· Deixa para mais tarde, quando você voltar da escola, por que hoje você vai para a escola né? Já faz uma semana que você não vai para a escola, e deixa que o tempo vem com o vento.

· É hoje vou sim, vó. (diz ele para a avó lambendo os beiços de vontade de comer a torta de morango.

Ele se levanta, anda até a sala e pega um skate surrado que o Tuco tinha te emprestado e que o seu primo não iria conseguir vender de tão velho que estava, tanto que ele deixou de proposito no buraco de baixo da escada, na cara do seu primo, como quem queria dizer, “vai troca pega esse também” vai saindo para a rua e a avó que vinha atrás, fala.

· Você acabou de almoçar, não vai fazer estrepo lia, pode dar uma indigestão, espera um pouco a comida descer, dor de barriga não dá só uma vez, e o que não mata engorda.

Dando risada e dando de ombros ele responde para a avó.

· Que nada vó eu não vou fazer esforço, pelo contrário eu vou descer só com o embalo da descida em cima do skate, não faz esforço nenhum é menos que andar até a casa do Lu.

E sai aproveitando a descida da calçada da sua casa, e como ele disse vai até a rua debaixo sem dar embalo no skate, só curtindo o vento que batia na sua cara, no final da rua, não tem jeito ele tem que descer do skate e paga-lo na mão para poder passar pelos buracos, que ali tinha e anda até a casa do Lu para chama-lo, porque àquela hora talvez ele já estaria em casa também.

Ele o chama, ele aparece na janela e Dib diz.

· Vamos lá no Garcia andar um pouco de skate?

O Lu balança a cabeça dizendo que sim e gesticula com a mão, para ele esperar um pouco.

O Lu aparece com o skate e eles vão andando carregando os skates nas mãos até o Garcia, onde chegando eles não esperam nem um pouco e já pondo os skates no chão, para começarem a andarem e fazerem manobras nos degraus da mine arquibancada que ali havia.

E ficam horas, tentando fazer várias coisas com os skates se distraindo, que nem passava pela cabeça do Dib que a Leila poderia estar no balneário, jogando Vôlei na quadra coberta. E ela estava mesmo, quando acabou o treino de vôlei ela tinha que sair da quadra pela entrada principal, onde logo na entrada ficava a quadra que o Dib estava andando de skate.

E subindo a rampa de saída em frente a quadra ela vê dois caras andando de skate e pergunta para a prima dela que estava com ela.

· Aquele ali, não é o Lu andando de skate?

· É sim. (responde a prima)

· Vamos lá perguntar se ele sabe que horas o Dib, vai estar em casa, por que, ontem ele não foi em casa e eu queria falar com ele.

· Lu você sabe que horas o Dib volta do serviço?

O Dib que estava sentado na arquibancada descansando e olhando para ela. Mas ela não o reconhecera de início, pelo motivo dele ter cortado o cabelo.

O Lu dá uma olhada para o Dib, sentado na arquibancada, como querendo dizer ele está ali e a Leila acompanhando o olhar do Lu para o Dib.

Ela olha para ele, não o reconhece de início e depois exclama.

· Dib!!! É você mesmo? Cortou o cabelo?

· Não lavei e encolheu. Ele diz e ri.

· Seu grosso!! Mas ficou um gato.

· Você é a Quarta pessoa que me diz isso hoje?

· Convencido!

· Não, não é isso que eu quis dizer, só quis dizer que pelo menos gostaram que eu cortei o cabelo.

· Você ficou bem melhor assim, meu pai que já está começando a gostar de você, agora que ele vai gostar mais ainda de te ver com o cabelo cortadinho. E falando no meu pai, eu estava te procurando para te chamar para ir lá em casa hoje à noite, que o meu pai quer falar com você, ele vai deixar a gente namorar!!! Mas vai impor algumas condições, e é isso que quer falar com você.

· Tudo bem, depois que eu sair da escola, eu vou na sua casa e converso com ele.

· Ela se senta ao lado dele na arquibancada, ela dá um beijo nele e ficam conversando até escurecer e dar o horário do Dib ir para a escola.

· Vamos embora eu prometi para a minha avó que hoje eu iria para escola.

A Leila chama a sua prima que estava conversando com o Lu, um pouco mais adiante dos degraus.

 



 

· Vamos embora!

Eles andam juntos até a esquina, onde a Leila e a prima vão juntas embora para o outro lado e o Dib e o Lu entram na rua dos Master.

O Dib se despede do Lu e sobe para tomar banho pois já estava ficando atrasado para ir para a escola, ele toma banho e se troca rapidamente, belisca alguns bolinhos de vento que a sua avó avia feito e desce para a escola, que ficava do outro lado da avenida, entra e tenta se concentrar.

Mas não conseguia se concentrar em nenhuma matéria, pois só conseguia pensar no que o pai da Leila, iria lhe dizer.

E ele não via a hora da aula terminar, para ir na casa dela.

Finalmente a aula termina e acaba com a tortura dele.

E como um raio ele se dirigi para a casa dela, chegando no portão da casa, bate palmas.

O pai dela que atende a porta.

Ele não o reconhece e pergunta.

· Pois não? Em que posso ajudá-lo?

· Sou eu seu Lelio.

· Eu quem? Ah! É você! Desculpe não te reconheci de cabelo curto, vamos entre!

O Dib entra.

· Agora está parecendo homem. (Diz o seu Lelio)

· É já me disseram isso hoje. (Dib não gosta muito do comentário dele, mas não demostra)

· Senta! Quer água ou alguma coisa?

· Não obrigado.

· Agora com o cabelo cortado, ficou bem melhor, melhorou mais 50% no meu conceito.

· O que o senhor queria falar comigo?

· Sabe o que é, eu tenho muito ciúmes das minhas filhas, é difícil para um pai aceitar que ela namore com alguém e nós sempre queremos o melhor para a nossa filha, por isso que tenho que ser rígido com a escolha dos namorados delas. temos que saber se o rapaz está querendo levar um namora a sério, ou só está querendo curtir com ela, você me entende?

· Sim entendo.

· Ainda bem que você me entende, nó também ficamos preocupados se ela demora para chegar em casa, aonde vai, que horas vai voltar, você me entende?

· Entendo sim.

· Era isso que eu queria pedir para você, respeitar o horário que ela tiver que chegar em casa, não vai ser todo dia que ela vai poder sair, estás são as nossas normas, está bom?

· Está sim, mas agora eu tenho que ir embora amanhã acordo cedo e já está me dando um pouco de sono, já está tarde.

Ele se despede, agradece a atenção e vai saindo, a Leila o acompanha e o pai dela também até o portão.

Chegando no portão, o Dib cumprimenta o pai dela e fica olhando para ele, esperando-o entrar, para que ele possa beijar a Leila.

Mas o pai dela não arredava o pé dali, até a Leila falar.

· O pai se toca, não está vendo, que nós estamos querendo ficar sozinhos um minutinho só.

· Desculpe, não demore que você sabe que eu não gosto que fique no portão, acho que é pouca vergonha.

O pai dela entra, ela olha para se certificar, vira e dá um beijo nele, daqueles de faltar fôlego, parando só para dizer.

· Ainda bem que o meu pai nos deixou namorar.

· É ainda bem mesmo, parece que tudo está dando certo na minha vida agora. Me dá mais um beijo, que eu não posso demorar, não vamos abusar no primeiro dia e estou louco para chegar em casa para comer as tortas de morango que a minha avó fez para mim.

Ela o beija mais uma vez e diz.

· Humm, torta de morango eu também adoro torta de morango.

· Eu guardo um pedaço para você, e amanhã, você come.

· Agora eu tenho que entrar, tchau, vai com cuidado e sonha comigo, amanhã nós nos vemos.

Ele fica esperando-a entrar e ela fica esperando ele ir embora.

· Entra você!

· Não, vai embora você! Que eu quero ficar aqui vendo você ir embora.

· Está bom, mas antes me dá mais um beijo, entre as grades do portão mesmo.

Eles se beijam, entre as grades e ela escuta o pai dela a chamar para entrar e entra correndo.

O Dib a vê entrando e cria coragem para ir embora também.

Ele desce pelo escadão, anda alguns metros e encontra com o CDP. O CDP estava se despedindo da sua namorada também, que morava ali naquela rua que ficava no final do escadão, ele pede para que o Dib se espera por ele, para eles irem embora juntos, sendo que o CDP morava na rua da frente da casa do Dib.

O Dib o espera se despedir da namorada e eles vão embora juntos.

· Vamos pelo milhão e aproveito para ver se tem alguém lá.

· Não vamos pela vielinha que é mais perto de casa e já aproveito e deixo o meu material em casa e depois vamos até a rua.

Andando pela calçada da Avenida eles avistam um armário de cozinha no canteiro, os dois olham para o armário e olham para a Avenida, e um olha para o outro com um ar de sacanagem, o Dib pergunta para o CDP.

· Você pensou o mesmo que eu?

· Acho que sim, de colocar o armário no meio da avenida?

· É isso mesmo, vai pega desse lado que eu pego do outro, aproveita que não está vindo carro.

Eles colocam o armário de atravessado, na pista, no meio da avenida e correm para a vielinha de onde ficam olhando para ver o que iria acontecer, pareciam duas crianças arteiras.

· Olha lá vem vindo alguns carros. (fala o Dib dando risada como se alguma coisa tivesse possuído o corpo dele.)

O CDP também dava risada, como se estivesse possuído.

O Primeiro carro avista o armário só quando estava bem perto e dá aquela freada, chegando bem perto e quase batendo no armário, fazendo com que o motorista tenha que dar ré para poder desviar do armário.

Os dois se acabam de rir, eles riam tanto, que pareciam que estavam drogados, de repente outro carro e novamente uma freada brusca,

Os dois caem na gargalhada.

Uma ambulância que vinha em alta velocidade com a sirene ligada, também freia bruscamente e desvia do armário quase batendo nele,

Os dois já não acham tanta graça assim e resolvem tirar o armário do meio da avenida, mas antes que eles chegassem no armário um carro que vinha em alta velocidade, não consegue parar e bate no armário, fazendo um grande barulho, um barulho enorme e jogando estilhaço de madeira e vidro para todos os lados.

Os dois olham para o carro amaçado e correm para dentro da vielinha e correm até o predinho, onde se escondem e ficam esperando para ver se ninguém tinha vindo atrás deles, ficam uns vintes minutos escondidos atras do muro.

· Vamos sair CDP? Eu acho que ninguém nos viu.

· Se não já teriam vindo atrás da gente. Fala o Dib

- É verdade, vamos sair! Fala o Cdr

Quando eles pulam o muro de volta, eles escutam.

· O molequeada!!!

Os dois se assustam. E quando eles olham para ver quem era, xingam.

· Magrelo, FDP!!!!(era o Leco que voltava da rua).

· Estão assustados, o que vocês andaram aprontando?

Eles contam para o Leco o que tinham acabado de fazer.

 



 

· Vocês são loucos?

· Eu não sei parecia que nós estávamos possuídos, não parávamos de rir, foi de repente pegamos o armário e colocamos sem pensar, parecia que não tinha sido a gente e quando o carro bateu, eu senti um choque no corpo, parecia que tinha me livrado de um coisa ruim.

· É foi mesmo, eu também senti isso. (fala o CDP)

· Ah vocês estão loucos!

· Não estamos loucos não, as vezes fico pensando em tudo que fazemos nesta vida e que toda ela é gravada, para no final dela, nós sermos julgados. (fala o Dib)

· Mas como Deus consegue gravar a vida de todo mundo, ele não teria tanto lugar para colocar tanta fita ou Cdr, que seja. Fala o Leco.

Assim não também não poderia gravar tudo o que fazemos. (fala o CDP, se sentando no muro)

· Deus não usa vídeo cabeção, ele é muito mais esperto que você imagina, é a nossa memória. -A nossa memória é como um gravador, que grava tudo o que fazemos, pensa bem? Quando Deus for te julgar, para ele ver o filme da sua vida, ele só colocar a mão na sua cabeça e assiste ela todinha e vai ver até coisas que você não se lembrava mais que fez e assim não tem como mentir para ele, ele vera com os próprios olhos sem precisar ficar correndo atrás de você para poder te filmar seu tonto. (fala o Dib)

· É mesmo eu não tinha pensado nisso, ele grava tudo sem sair do lugar, você mesmo tem consigo o seu veredicto. (fala o Leco).

· Você não apareceu para ir trabalhar hoje? O que aconteceu? Pergunta o Dib para o Leco.

· Perdi a hora. Responde o Leco.

Enquanto o Leco se explicava o motivo de não ter ido trabalhar vozes vinham da vielinha, e cada vez mais perto deles.

Eles ficam olhando para ver quem era, até que surge.

O Gentil com o seu capanga.

· Ora, ora, olha quem nós encontramos aqui.

O Dib, Leco e o CDP, olham para eles e não respondem nada.

O Gentil estava doidão, totalmente fora de si e vai logo sacando uma arma e dizendo.

· Hoje vocês não me escapam, eu vou matar, um por um, bem devagarzinho.

O Dib se enfeza e diz. - Você não é homem de fazer isso.

E levanta a camisa, batendo no peito e dizendo.

- Quer atirar, então atira, você vai me fazer um favor, eu tenho muita curiosidade de saber como é a vida após a morte, se é melhor ou pior que aqui, se for melhor é um favor que você me faz, vamos atira , atira logo, me faz este favor, você é um bundão, não tem coragem de atirar, estou vendo que não vai ser hoje que vou descobrir, como é a vida após a morte, vai mata a minha curiosidade de saber como é a morte. Atira! atira aqui! se você é homem? (ele bate no peito mais uma vez). O Dib sabia que fazendo aquilo iria deixa-lo confuso, confundindo as ideias dele.

E o Gentil não atira mesmo e o Dib diz.

· Está vendo como você é um cuzão. (ele abaixa a camisa, ajeita-a e se vira dando as costas para ele, se esquecendo do que sua tia havia lhe dito, para não dar as costas para os seus inimigos).

De repente um estrondo, de pólvora. O Leco que jogaram uma bombinha, mas ele olha para o Dib, que cai de joelhos no chão. O Leco e o CDP não entendem direito que estava acontecendo e ficam olhando o Dib acabar de cair no chão.

Eles olham o Gentil, que ainda tinha a arma em punho apontada, saindo fumaça pelo cano. E ficam esperando que ele se atira neles também, mas a reação dele foi outra.

Ele larga o revólver e coloca a mão na cabeça e diz.

· O que foi que eu fiz? eu não queria fazer isso.

O capanga o chama para fugir, porque eles não podiam ficar ali vacilando, os vizinhos, já começavam a aparecer.

E os dois fogem.

O Leco e o CDP, viram o corpo do Dib de costa para o asfalto, na esperança de socorre-lo.

O Leco grita desesperado por ajuda.

· Socorro, socorro, socorro, alguém por favor nos ajude. 

Aos prantos o Leco grita e sacode o corpo do Dib, não acreditando no que estava acontecendo, ele abraça o amigo junto ao seu peito e chora desesperado.

Porque percebe que já era tarde o tiro tinha sido certeiro, pegou no coração por trás e quase não havia sangue.

Ele não respirava mais, não se mexia, mas estava de olhos abertos como se quisesse dizer alguma coisa ainda, mas não teve a chance e morrera imediatamente.

O CDP em estado de choque fica olhando o Leco gritando desesperado.

Os vizinhos começam a chegam para ver o que tinha acontecido e formavam uma roda em volta do corpo.

No dia seguinte no velório.

Estava vários amigos e aconteciam diversas cenas. A primeira cena das cenas foi do primo do Dib gritando como um louco.

· Porque ele? E não eu? Ele era uma pessoa boa não merecia morrer, eu sim mereço morrer, a minha vida está destruída mesmo com esse maldito vício, sou um zumbi ambulante e não tenho mais nada a perde, não tenho vida e agora?  Como vou devolver e pagar tudo o que roubei e peguei dele, para sustentar esse maldito vício? Com certeza eu não vou para o céu para pode-lo encontra-lo e acerta essa dívida que tenho com ele, porque eu vou pra o inferno mesmo, é o que eu mereço. O primo desabafa, olha para o caixão ainda sem acreditar, mas ainda estava sobre o efeito de algum tipo de droga ou de bebida, mas as suas palavras eram de uma pessoa lúcida e ele termina dizendo-. Ele tinha toda uma vida pela frente; Por que? Deus!!! Por que? Não me levou no lugar dele?

 


 

Ele não parava de gritar isso, até que o levaram para fora do velório.

Mas a cena mais marcante, estava por acontecer.

Quando a sua avó chegou no velório aos prantos, tremendo e dizendo.

· Não, o meu preto não, é mentira, ele não morreu.

Ela se aproximava do caixão, e dizia.

· Levanta, se levanta. Agarrando o corpo e tentando levanta-lo.

As pessoas pediam para ela se acalmar e tentam tira-la de perto do corpo, mas ninguém conseguia e deixaram-na, agarrada com o corpo.

Todos se emocionam e ninguém mais tinha coragem ou forças para tira-la de lá.

Dessa vida só temos uma certeza, que dá morte ninguém escapa. Após ela terminar a frase se ouve um barulhão.

O caixão havia caído no chão e a senhora por cima dele, o corpo do defunto rola pra fora, e a senhora estava estática, também não se mexia mais. As pessoas tentam levanta-la e não conseguiam porque ela, já não mais se mexia.

Ela havia sofrido um ataque cardíaco fulminante, morrendo por cima do neto já morto e derrubando o caixão junto com ela, foi uma cena muito forte, quem presenciou, com certeza nunca mais vai conseguir esquecer.

O pai do Dib vinha chegando para o velório naquele momento e ver aquela cena e não acredita no que vê e pergunta.

· O que aconteceu com a minha mãe? - Desgraça pouca é bobagem.

Todos olham para ele, mas ninguém tem coragem de contar, de que a sua mãe e o seu filho estavam mortos ali juntos.

Mas ele percebe, que a sua mãe não se mexia e havia falecido também, ele não aceita.

· não, não, isso não é justo, por que? por que? Dois coelhos com uma tacada só, não pode ser.

Até que ele sente uma dor no peito e coloca a mão que carregava uma camisa do Corinthians no peito e dá um grito de dor e cai no chão, segurando aquela camisa que ele tinha a intenção de colocar dentro do caixão do filho.

As pessoas olham, mas não acederiam no que estava acontecendo e correm para socorre-lo.

Uma das pessoas que tentava socorre-lo, comenta.

· Não pode mais morrer ninguém aqui, rápido vamos socorre-lo!

E fazem massagem no peito dele, respiração boca a boca, dando os primeiros socorros até a ambulância chegar e leva-lo para um hospital, junto com o corpo da mãe dele.

As pessoas que continuavam no velório arrumam o corpo no caixão novamente e pedem para que seja enterrado logo, por que ninguém aguentava mais tanta emoção.

E durante o enterro, todos ficam sabendo, que o pai dele também havia falecido, antes mesmo de chegar no hospital.



 

Um mês depois.

 

O Tuco se levanta da parte de cima do seu beliche, fica olhando para o teto, a mancha no teto parecia estar viva, e tentando esquecer um sonho horrível, que sonhara na noite passada, e estava inconformado porque no seu sonho, havia morrido um amigo e o seu irmão estava junto, ele olha para a parte debaixo do seu beliche e avista o irmão dormido como um avestruz, com a cabeça entrouxada no travesseiro e pensa. - Lá ainda bem que foi um sonho. Ele queria que realmente acreditar que tinha sido um sonho, mas ao olhar para chamar o irmão, ele lembra que realmente o seu irmão, havia presenciado a um mês atrás, a cena da morte do amigo.

Carinhosamente ele olha para o irmão e se lembra que:

- Hoje nós vamos fazer o grafite em memória do nosso amigo.

· Levanta Leco!! Vamos lá fazer o grafite em homenagem ao Dib.

Sem precisar dizer duas vezes o Leco dá um pulo da cama.

- Sim, vamos.

O Tuco se admira com que rapidez que o Leco se levantou, mas entendia o motivo, porque ele fez isso tão rápido. Se trocam rapidamente, O Tuco pega o seu colar de bala de uma arma 380, coloca no pescoço, coloca o seu boné que tinha a letra “T” bordado na frente, o dia estava cinza e frio, ele pega uma blusa de flanela xadrez, veste uma calça larga e calça um tênis cano alto.

O Leco olha para o Irmão e pergunta.

- Está frio assim? Porque eu vou igual a você, vou estrear a minha blusa de flanela, vamos ficar um para de vaso.

- Legal, vamos ficar parecendo chicanos, mas olha o tempo lá fora. Diz o Tuco.

O Leco olha pela janela e conclui.

- É o tempo está feio, está cinza, está frio, isso dá um Rap.

 

A minha cidade não tem vista para o mar.

O concreto é cinza, feio e frio.

O Verde que aqui existia.

Sumiu!

- Boa Magro, ficou muito bom. Exclama o Tuco.

- Não inventei agora não. Diz o Leco.

- Mas foi perfeito para esse dia. Fala o Tuco.

- Eu estava desenvolvendo essa letra com o Dib.

O irmão escutando aquilo, foi como um choque, o sorriso que começava a aparecer no rosto, desaparece, ele olha para o irmão, sai do quarto e sobe para tomar café, ao entrarem na cozinha a mãe deles ouvia o programa de sempre, o Tuco vai direto no rádio e o desliga, por que aquelas histórias trágicas lhe traziam algumas lembranças nada boa, da tragédia do amigo, porque semana passada o caso da morte do amigo, havia sido tema desse programa, onde o narrador colocava tanta emoção e suspense, drainava demais, não que não tivesse sido, mas o narrador colocava mais detalhes do que realmente havia acontecido, o narrador fazia um grande drama, fazia suspense e detalhava os detalhes de uma maneira mais triste do que já era, o que para quem não conhecia, não lhe faria a menor diferença, mas para ele que fazia parte da tragédia, imaginar aquela cena, era dolorido, principalmente para quem sabia que havia acontecido e era muito próximo da vítima, era insuportável ouvir aquele dramalhão e foi uma choradeira naquela tarde na casa deles. A mãe dele, não diz nada e respeita da vontade do filho, eles tomam o café, beijam a mãe e saem, pegam os skates, descem a rua sem fazer nenhuma manobra, usavam mais os skates como meio de transporte e vão até a casa do Juca chama-lo. Eles não tinham muitos motivos para brincadeiras e na casa do Juca só o Leco o chamou, O Juca atende e sai rapidamente, já estava esperando e os três vão juntos.

- Legal vocês também estão usando a blusa de flanela que aminha mãe fez para nós, estão de calça larga, tênis cano alto, boné e usando o colar de Bala de revolver. Fala o Juca.

- Verdade Juquinha, tivéssemos combinado, não teria sido tão perfeito, mas é o ia frio que nó proporcionou esse figurino também. Fala o Leco.

O Tuco só faz um sonoro.

- É!

- Vai vamos lá na casa do Lu chama-lo para irmos fazer esse grafite logo. Fala o Tuco.

Quando eles passavam pela rua que dava acesso para casa onde o Dib morava.

O Tuco fala.

· Eu vou chamar o Dib, enquanto vocês, vão lá chamar o Lu.

O Leco e o Juca olham para o Tuco e o Leco diz.

- Para de brincadeira meu!

O Tuco percebe a besteira que disse.

- Desculpe-me! Eu não fiz por mal, ainda não me acostumei, foi força do hábito, não foi brincadeira, eu estava tão acostumado, fazer isso quase todo dia, é como acordar e não tomar café, fica um vazio, é  que eu ainda não consigo acreditar que ele morreu, parece mentira, parece um sonho, sei lá, é um vazio que sinto, que não sei explicar, um sentimento que a qualquer momento ele vai aparecer e zoar com a minha cara dizendo, te peguei de novo trouxa.

O Juca e o Leco abraçam o amigo e falam que também não acreditavam, e os três ficam ali parado abraçados por alguns instantes.

· Vai! vamos logo! chega dessa viadagem. (Fala o Tuco)

Chegando na casa do Lu, eles tiveram uma surpresa.

O Lu já estava acordado com as coisas todas prontas, ele também estava vestido com a blusa de flanela, boné o colar de bala e o tênis cano alto. Já estava pronto para ir fazer o grafite, só esperando por eles, sentado na descida da calçada em frente à sua casa.

Mas todos entendem a atitude dele e não comentam nada.

O Ed Jr. também já vinha chegando do outro lado, também vinha com a blusa de flanela, o boné com a aba bastante curvada que escondia o rosto dele.

- Legal estamos todos vestidos iguais. Fala o Lu.

- Estamos parecendo uma gangue gringa. Fala o Ed.

Eles se cumprimentam.

· Estamos todos aqui? Então vamos logo! Fala o Tuco.

O Lu pede para que eles esperassem um pouco, porque estava faltando uma pessoa.

Praticamente os quatros restantes pensam a mesma coisa e dizem em uma só vós.

· Ele não vem mais Lú, você está se esquecendo o que aconteceu? Acabou, ele não existe mais, ele se foi. Fala o ED.

· Não é isso não suas bestas, o que eu estava querendo dizer. (fala o Lu).

E no momento que ele estava tentando se explicar, ele olha para a esquina e mostra quem ele estava esperando.

Todos olham para a esquina sem entenderem nada.

· A Leila!! (exclama o Tuco).

· Ela quer ir com a gente fazer a homenagem ao Dib. (diz o Lu).

Eles a esperam ela chegar mais perto.

- Ela está usando a boina do Dib, como ele costumava usar virada para trás, está com a blusa de flanela dele, que a mãe do Juca fez e está usando o colar de bala dele, caramba essa foi demais, muita coincidência, se falasse que foi tamanha coincidência, ninguém acreditaria. Fala o Tuco todo emocionado. O que não era muito do perfil dele dizer essas coisas e mostrar os seus sentimentos.

Eles todos a cumprimentam.

Ela olha para cada um e diz:

- É, vocês estão estilosos, pena que falta um.

Eles abaixam a cabeça, tiram os bonés da cabeça como um ato de respeito, ficam um minuto sem silêncio, vestem os bonés e cada um pega a suas coisas, como estava faltando um a Leila se oferece para ajudar e o Lú dá a pasta de desenho para ela segurar e eles vão andando até o local onde iriam fazer o grafite, era perto e no caminho eles passam em frente à casa onde o Dib morava. Todos se calam e olham para a casa com saudades,

O Tuco olha para o pé de laranja e se recorda do dia que eles comeram laranja verde e solta um sorriso.

Alguns deles sentem os olhos lacrimejar, eles olham para a Leila e enxergam uma lágrima escorrer, ninguém diz nada e continuam caminhando até o objetivo deles.

Eles chegam no local onde iria ser feito o grafite, era o lugar onde toda a confusão começou, no muro da oficina do Gentil, onde ele acusava o Dib de ter pichado o muro dele, com outro nome, que mané. O muro era a única coisa que ainda estava de pé e inteiro, por que a loja e o escritório estavam todos destruídos, as paredes com marcas de queimado, um carro que ficou na loja para conserta-lo, estava totalmente destruído, tinham ateado fogo no carro e no escritório, mas os bombeiros apagaram o fogo antes que ele se destrói tudo, mas mesmo assim o local ficou totalmente destruído.

 

Como o Gentil fugiu depois do crime, abandonando tudo para trás, eles se vingaram destruindo a loja dele. 

O Lu descarregando as tintas próximo do muro comenta.

· Ah! eu ia me traz, li no jornal do meu pai antes de vocês chegarem que o Gentil foi morto ontem, encontraram o seu corpo numa favela com três tiros, a justiça do homem pode falhar, mas a justiça divina não falha, aqui se faz aqui se paga.

· Que jornal você leu isso? (pergunta o Juca)

· Está no Noticias populares de hoje, está lá em casa, guardado junto com o recorte da mateira que saiu sobre a morte do Dib.

· Quem matou ele. (pergunta o Ed Jr.).

· Foi o capanga dele, que se desentendeu com ele, porque o Gentil o ameaçou, dizendo que se fosse preso, o levaria com ele, por que ele também era cúmplice do assassinato, por causa disso ele deu três tiros no Gentil e foi preso no local, no jornal tem a foto dele algemado.

Eles ficam, por alguns instantes parados refletindo sobre o que o Lu estava falando, até que o Tuco quebra o silêncio.

· Vai vamos logo fazer este grafite! e parar de contar histórias de terror.

Eles começam pintando o muro e depois desenham. o Grafite era o rosto do Dib e ao lado uma letra estilizada de grafite escrito “Dib” e a frase: “Nem o tempo apagara a sua lembrança”.

Cada um faz a sua parte. O Lu e o Juca fazem o desenho, o Tuco pinta, o Leco faz os detalhes das letras e o Ed Jr. dá o acabamento final.

· Pronto!! (exclama o Ed Jr.).

Eles atravessam a rua e observam o grafite como havia ficado.

De repente a Leila que só assistia eles grafitarem, tem uma atitude estranha.

Ela atravessa a rua na direção do grafite.

Todos a observam com curiosidade.

Ela para em frente do desenho do rosto do Dib, fica olhando-o, de repente ela passa a mão no grafite, que ainda não estava com a tinta totalmente seca, sujando as pontas dos dedos dela, ela levanta a camisa e passa as pontas dos dedos sujos de tintas na barriga dizendo.

· É meu filho, eu quero que você seja igual ao seu pai, ele foi um grande sujeito, meio doido, mas tinha um bom coração.

· O que ela falou? (pergunta o Tuco).

- Que o Dib era doido e tinha um bom coração.  Fala o Juca.

- Isso é verdade, mas não é isso não.  Fala o Tuco.

· Ela disse alguma coisa de filho. Fala o Leco.

· Ela está gravida do Dib? Pergunta o Juca.

· É parece que sim. (responde o Ed Jr.).

· Ela está gravida sim, ela me contou e por isso eu a chamei para vir com a gente. Fala o Lu.

· E você não conta nada para a gente seu veio rabugento, que vai nascer um Diabinho perna de pau, um mine homem árvore, você vai apanhar só para larga a mão de ser besta. (fala o Tuco).

O Lu sai correndo e os outros quatros correm atras dele tentando pega-lo.

A Leila olha, para eles correndo, dá um sorriso e imagina o Dib correndo junto com eles, sorrindo e pulando como crianças.

Um passarinho que os observava tudo de cima do muro onde eles grafitaram, voa em direção deles, como se quisesse acompanhá-los.

 

Fim.

 

 

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