sábado, 1 de fevereiro de 2025

Heroína ou Ironia? Capítulo ll.

Capítulo ll. Se eu estou em choque imagina ela, as lembranças vem tudo como um trem descarrilhado, tudo vem a tona, cada detalhe, eu o perdoei, perdoei em vida de tudo que ele me fez, ferrou com a minha vida, mudou o destino da minha vida, quase me matou, mas ele era como irmão mais velho para mim, se não fosse as drogas, teria sido tudo diferente, ele mudou o seu destino, o meu da irmã, da família toda. Ele sempre teve de tudo, porque o pai e a mãe dele, sempre faziam todos os seus gostos, atendiam tudo o que ele queria, estudou nos melhores colégios, tinha do bom e do melhor, tanto que conforme ele ia crescendo as suas roupas ficavam para mim, roupas de marcas famosas, às vezes novas quase sem usar, nessa época eu era considerado o ovelha negra da família, a vida é muito louco, nunca sabemos do nosso dia seguinte, por isso nunca julgo ninguém, não julgo para não ser julgado. Eu tenho muitas lembranças com ele, a primeira lembrança que veem na memória, é a de 1978, de quando o Corinthians foi campeão paulista por 1x0 em cima do Santos, com o gol do Palinha eu ele saímos como uns loucos comemorando pelas ruas gritando e carregando uma bandeira do Corinthians, enquanto muitos fogos de artifícios explodiam no céu, foi uma grande festa as pessoas buzinavam os seus carros, gritavam e nós dois corríamos flamejando a bandeira, na época eu tinha apenas seis anos e ele já tinha dez anos e iria fazer 11 anos, ele fazia aniversário em dezembro, e eu lembro que no seu aniversário que foi comemorado na casa da minha avó onde eu morava na época, eu tinha um triciclo de ferro e ele pegou e tentou andar nele, mas ele era muito grande e pesado para o brinquedo fazendo o brinquedo quebrar, separando a roda da frente das duas traseiras,a minha mãe escuotu o barulho e correu para o quintal e viu o brinquedo quebrado, ela brigou comigo pensando que tinha sido eu que tinha quebrado, depois que ela entrou o meu primo deu risada e teve a ideia de encaixar uma tábua comprida de mais ou menos um metro e meio, na parte que quebrou o do triciclo e montamos na tabua nos dois e desciamos a rua onde a minha avó morava, eu na frente e ele atras me segurando, descemos diversas vezes, até que de tanto encaixar e subir e decer a tabua se soltou e o ferro onde estava encaixado no triciclo, escapou e enfiou no meu pé, varando omeu pé, era sangue apra todo lado, lembro da familia toda tentando me acudir e lavando meu pé no tanque de lavar roupa, eu não lembro da dor, mas tenho a cicratriz até hoje, bem no meio do peito do pé, essa é uma das minhas lembranças que tenho antes dos meus pais se separarem e eu ir embora com a minha mãe e aí só retronaria depois de 3 anos, porque a minha mãe me lvou com ela quando se separou e aminha avó e o meu pai não sabiam por onde eu andava, eles me procuravam, junto com o pai do meu primo que tinha carro e saima por ai tentando me encontrar, as vezes o meu primo ia junto, até que um dia o meu tio, ele encontrou os irmãos da minha mãe e combinram de me levar para ver o meu pai e aminha avó, e assim eles fizeram e combinaram de se encontrar em uma feira livre, eu lembro daquele dia como se fosse hoje, eu estava parado com uma mala em uma barraca de pastel, comendo o meu pastel de palmito e de repente apareceu uma senhora chorando, me agarrando e me abraçando, eu olhei para a minha mãe, que pediu para que eu fosse com ela e que depois do final de semana ela iria me buscar, eu fui embora com a minha avó e quando cheguei na casa dela a primeira pessoa que vi foi o meu primo, que me esperava no portão, antes mesmo de ver o meu pai, ele estava lá, lembro que jogamos bola, empinamos pipa, lembro que subimos na laje do fundo onde havia uma caixa d'água, e o meu primo subir em cima dela e a tampa se quebrar e ele cair dentro da caixa d'água, me levando junto, porque ele tentou se agarrar em mim, dois ficamos encharcados, a minha avó apareceu na janela do quarto dela que ficava nos fundos da casa, gritando e preocupada. O que aconteceu? Perguntou ela. O priminho caiu dentro da caixa d'água, tentando pegar um pipa vó, eu estava ajudando e acabou caindo junto, para a minha avó não brigar com ele e a coitada acreditando nele , só perguntava. Não se machucou ? Eu balancei a cabeça dizendo que não, enquanto o meu primo só me olhava esperando que eu confirmasse a história e essa foi a segunda vez que ele colocou a culpa em mim, isso era só começo, me colocando como culpado da situação, porque depois desse dia, estávamos eu e ele empinando pipa na casa dele e ele resolveu subir no telhado da vizinha e quebrou as telhas fazendo muito barulho, a vizinha foi reclamar com a minha tia e ele falou que fui eu, mas eu não ligava eu gostava da companhia dele, eu o via como um irmão mais velho e assim eu decidi ficar e morar com a minha avó, não voltei morar mais com a minha mãe eu não me dava bem com o meu padrasto e então decidi morar com o meu pai e a minha avó e assim sempre estávamos juntos ele já tinha 13 para 14 e eu 9 para 10 anos, então como eu estava falando, eu gostava muito de pipa e sempre que pegava um pipa bonito ele pegava para ele, como esse dia que ele falou que havia sido eu que quebrei as telhas da vizinha, estavamo eu ele em cima do lage da casa dele, ele com um pipa grande ebonito e eu com pxinho pequeno, veio um pipa boiando cortao cheio de linha, ele tentou aparar o pipa e perdeu o dele, eu mesmo com um pipa pequeno consegui aparar os dois pipas para trazer para nós, mas os pipas se enrolaram e começaram a rodar, nos puxamos rapido para conseguir trazer até as nossa mãos, e assim quando estava bem pertino, havia linha pela laje toda, pisando com cuidado para não estragfar toda aquela linha, vacilamos quandoestava pertinho e os pipas se enroscaram na antena de televisão da vizinha, então ele decidiu subir no telhado da vizinha para pegar os pipas e pulo da laje no telahdo quebrando várias telhas, ele deu de ombro e continou subindo no telhado quebrando mais telhas até alcançar a antena onde estavam os pipas, a vizinha ouviu aquele barulhão e saiu para ver o que tinha acontecido, quando ela saiu eu estava olhando para ela, ela me viu e disse que estava indo reclamar para a minha tia e assim ela fez, dizendo que havia me visto pulando do telhado dela para a laje, eu não tinha nem tamanho para conseguir pular e alcançar o outro telhado, diferente do meu primo que era alto e magro, mas ninguém cogitou isso para me defender e o meu primo ficou quietinho deixando que eu levasse toda a culpa sozinho, a minha tia ficou muito brava comigo, brigou comigo e me mandou ir embora para a minha casa, no fim o meu primo ficou de inocente e ainda ficou com o pipas para ele, essa foi a época de criança, conforme íamos crescendo e as roupas dele ficando para mim, como ele era alto alguma ficavam enormes em mim apesar dele sempre me ferrar, eu sempre estava com ele, nós viviamos se metendo em confusão, encrencas e eu levando a culpa, mas sempre junto com ele, mas tinha uma coisa, ele nunca deixava outros meninos mais velhos me bater, sempre me defendia, como uma vez estávamos brincando com serpentinas deixadas em um carro de escola de samba abandonado na rua após o desfile da escola Camisa verde ebranco, o carro estava to enfeitado com fitas metálicas douradas, assim a criançada toda, apanhava a fita, amarrava uma pedra, rodava e jogava para o alto, e começamos a competir para ver quem conseguia jogar mais alto, então eu peguei uma pedra maior, amarrei e comecei a rodar com toda força, que a fita se arrebentou e acertou a testa deum menino mais velho, a pedrada foi tão forte, que machucou e escorria sangue da testa do menino, o menino queria me bater por causa disso e correu atrás de mim, mas o meu primo não deixou e me defendeu, está vendo, era um gráfico com altas e baixas. É como você lembra disso tudo? perguntou a minha esposa. Eu lembro de muita coisa, parece que foi ontem e agora com a morte dele veio tudo à tona. ok, chegamos nos seus pais para almoçar, vou deixar o carro na porta deles, não tem vaga e vê se não fala mal do meu primo, tenha respeito agora que ele faleceu. Oxi , agora que morreu virou santo, pois eu falo do jeito que for. Eles entram pelo portão do quintal fazendo muito barulho, a mãe dela abre a porta da sala e antes mesmo de beijar a mãe ela vai dizendo. Oi, mãe lembra do primo do meu marido? Qual deles ? pergunta a mãe. O Drogado que estava de cama, que antes de ficar de cama roubava todas as coisas que eu dava para o meu namorado. Eu só olhei para ela, como se quisesse dizer é melhor não ter pedido ou dito logo ele está no inferno agora. Sim filha, o que tem ele? Então faleceu agora a pouco. Oxxi, como foi isso, ele estava internado no Hospital? Não morreu engasgado. No hospital? Não mãe na casa dele, enquanto a irmã estava dando o almoço para ele, Morreu engasgado com a comida, que coisa, eu pensei que tinha sido no Hospital porque ele tinha Aids. Não foi ele que levou tiro, facada, foi preso? pergunta o meu sogro se aproximando. Sim pai. Mas ele estava no Hospital? Não morreu engasgado em casa. Que coisa e morreu engasgado, que vida louca é essa, o sujeito sobreviveu a tudo isso, por isso pensei que estivesse no hospital, para morrer em casa engasgado. Você vê como são as coisas. Quanto tempo tem que ele estava acamado? Quase trinta anos. eu falei Não foi a mãe dele que faleceu recentemente. Sim Sogra, foi ela, faz seis meses . Vixxii e a irmã que estava cuidando dele? Sim. Coitado, que livramento, agora ela descansa. fala a Sogra. Mas ela vai perder a pensão que ele recebia, eles estavam sem dinheiro, agora piorou. Falou a minha esposa deu para perceber né. Está vendo seu doido, ela só tinha a perder, porque ela iria querer matar o irmão. Matar ele, porque, não morreu engasgado? pergunta o Sogro. O meu marido e a minha filha estão achando que a irmã matou o irmão, porque não aguentava mais cuidar dele. Não é lógico que ela não iria fazer uma coisa dessa, ela era tão boazinha, eu lembro dela, porque você acha isso. diz a Sogra. Não sei, ela estava muito estranha, não estava chorando, inquieta e irritada. É lógico seu louco, ela ainda devia de estar em choque, o irmão dela havia acabado de morrer na frente dela maluco. não preciso dizer de quem é essa fala né? Eu acho que foi um alívio para ela, mas não ela não teria coragem de fazer uma coisa dessa. Disse a Sogra. Os dois acham que ela perdeu a cabeça e enfiou um monte de comida na boca dele, depois de perder a paciência com ele e quando percebeu o que tinha feito, titubeou ou deixou acontecer percebendo a grande chance de ouro de se livrar daquele problema. Eu acho que não, apesar dele estar muito gordo e pesado, o que iria dificultar para ela poder desengasgar-lo ou tentar a manobra de Heimlich, ela não tinha força para fazer isso sozinha, ela era muito pequena perto dele, não iria conseguir levantá-lo e colocar os braços ao redor dele, do abdômen, a barriga estava enorme e ainda ter força para apertar a região epigástrica. Epi o que: Epigástrica, pesquisei no Google. eles dão risada. É porque ela demorou tanto para chamar a vizinha ? Porque estava em choque filho de Deus. Sabe quem é né caro leitor? E se ela estava fingindo que estava em choque? Pode ser mãe. Com a mãe ela é bem mais educada. Ah! Desisto de vocês, até eu já estou entrando na de vocês, agora só falta você pai, achar isso, o que você acha? O pai levanta a sobrancelha. Ah não você também, ahhaa, vamos mudar de assunto, jogar baralho, jantar, que eu não aguento mais esse assunto. Mas ela não saberia como fazer. diz a Sogra atrasada do assunto, pensando alto. É parece que esse assunto vai longe

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