Torre de
Subsistência.
Torre de Subsistência.
O senhor
Jorge sentado na sua cadeira de balanço na varanda da sua bela casa no Morumbi,
observa o seu filho de quatro anos brincando no gramado do seu jardim ao lado
da piscina. Ele dá uma tragada no seu charuto Cubano de U$ 100 cada, solta
a fumaça se debruça e apanha a sua taça de vinho francês, dá uma golada
que custou mais de U$ 100, deposita a taça na mesinha ao seu lado esquerdo e
desastrosamente derruba o balde de gelo espatifando no degrau da escada a
sua garrafa praticamente cheia de vinho, ele se curva-se em sua cadeira,
coçando a cabeça e observa aquele liquido tão valioso
escorrer através dos degraus, até chegar a grama do seu jardim, ele
fica vermelho de raiva e diz para si mesmo:
— 1.500 dólares escorridos nestes
malditos degraus.
Ele
passa mão no seu rosto, tentando se conformar, abaixa a cabeça e quando ele
levanta os olhos se depara com seu filho Thiago lhe observando, que pelo
barulho que a garrafa fez quando se quebrou chamou a atenção do menino, que
naquele momento parava de brincar com seu caminhãozinho e o seu
trator e observava o pai.
Neste
exato momento Dona Vera aparece na porta da sua
varanda atraída pelo barulho e diz:
—
O que foi isso Jorge?
— O que foi? — Essa droga de garrafa que me custou uma
fortuna se espatifou, ficou em mil pedacinhos, Made in France
e eu só tinha dado um golinho, só sobrou essa taça,
foi o que me sobrou, você quer experimentar?
— Relaxa homem, você tem uma adega cheia de
vinhos, pede para a Maria buscar outra para você.
— Buscar outra? — Você pensa que meu dinheiro é capim?
— E ainda mais, mandar esta
destrambelhada buscar outra garrafa, para que? — Para ela quebrar mais uma garrafa.
— Você não consegue relaxar um
minuto, só pensa em dinheiro.
— Eu só penso em dinheiro? — Não, eu trabalho duro para te dar todo esse
conforto que você tem e você me diz ainda que eu só penso em
dinheiro.
— É isso mesmo, você é muito
ganancioso, quanto mais tem, mais quer ter, com toda a fortuna que você tem, nem
os nossos netos vão precisar trabalhar nesta vida. Mas não, você não
sabe aproveitar o que tem, só pensa em mais e mais, nem fica com seu filho
direito, e quando fica alguns poucos minutos, só fica com reclamação e
resmungando com mixaria, pois pra você essa garrafa de
1.500 dólares não é nada, é troco de pão, mas a vida anda e seu filho
está crescendo, se você não aproveitar agora este momento, nem com
todo dinheiro do mundo você não poderá comprar o tempo perdido de
detalhes da infância do seu único filho.
— A cala a boca! — Eu estava justamente agora curtindo ele
brincar, e fumando um charuto e tomando este, quer dizer pretendia tomar antes
de quebrar, foi por causa disso que derrubei a garrafa eu não tirava os
olhos dele e falando em tirar os olhos dele, olha só o que o seu filho está
fazendo.
O menino
com o seu tratorzinho cavoucava a grama e movia a grama e
a terra do jardim.
Dona
Vera olha e dá risada.
— Você dá
risada porque não é do seu bolso que vai sair o dinheiro para o
jardineiro vir aqui arrumar isso. Tire esse menino de lá agora!
— Se você não tirar eu tiro.
— Você não
vai relar um dedo nele, tá vendo só como eu tinha razão,
você só pensa em dinheiro, se preocupando novamente com
migalhas.
Seu
Jorge olha firmemente para Dona Vera dar uma suspirada e entra
xingando, batendo a porta que dava acesso para a casa. Dona Vera balança a
cabeça, fica estática por alguns instantes e depois olha
para o seu filho que continua cavoucando a grama e dá um sorriso. De repente ela
chama o menino.
— Vem Thiago já está tarde, vamos
tomar banho.
— Maria me ajude aqui com os brinquedos do
Thiago.
Maria
sai da casa pela porta da varanda toda assustada olhando para dentro da casa
chega perto da patroa e pergunta.
Oxi!!! Dona
Vera que bicho mordeu seu Jorge. Ele está lá dentro bufando feito um boi bravo.
— Deixa ele pra lá, vamos nos preocupar com esse
anjinho, que está todo sujo de terra. Bravo ele vai ficar mais tarde quando eu
contar pra ele que ele vai ser novamente pai.
— Oxi!! mais
e Dona Vera, a senhora tá prenha?
— Prenha não Maria, quem fica prenha é bicho, eu
sou uma gestante, vai chegar de conversa e vamos cuidar desse bebezinho aqui.
Capítulo
II.
O Sr.
José encosta o seu carrinho de pegar papelão no fundo do barraco, tira o seu
boné surrado da cabeça, limpa o suor com o próprio boné e o coloca
novamente todo torto na cabeça, ele leva a mão até o bolso de onde
retira R$8,50 e pensa.
— Missão cumprida, dá para comprar o feijão
e o arroz de hoje. Ele coloca o dinheiro novamente no bolso e contorna o
barraco e pela brecha de umas das ripas de madeira, que estava mal
pregada, ele observa seus cincos filhos sentados na cama de casal, em
cima daquele colchão surrado amarelado de tanto as crianças urinarem nele.
Ele tira
novamente o boné, limpa o suor que escorria pela sua testa e dá um sorriso e
caminha em direção da porta, onde se depara com a Sra. Fátima, sua
esposa; ele dá um sorriso e um beijo nela e adentra no barraco, e quando
os seus filhos o vê, correm todos em sua direção. O primeiro a correr
é o mais velho, que tinha seis anos que se chamava Marcos, o segundo a vir atrás é o de três anos
Paulo, que vem cambaleando e logo atrás vem os
outros dois, Joaquim e Manuela de quatro que não entendia
nada do que estava acontecendo e todos pulavam em cima do pai fazendo
gracinhas.
Eles
brincam e dão muitas risadas, ele pede silêncio por um momento, distribui balas
e doces para todos colocando o dedo na boca, para que a mãe deles não visse,
então ele se agacha e todos se agacham também e vão todos engatinhando pelo
chão de terra até a cama onde estava um bebê de um ano, era a Marina que sem
entender nada olhava firmemente para o teto e quando o pai coloca o rosto no
alcance da sua visão, o bebê solta um sorriso e balança as perninhas e os
bracinhos, fazendo gracinha, os outros filhos que vinham acompanhando o pai se
dividem dois para cada lado da cama e brincam com o bebê junto com o pai e
depois só ficam observando o bebê. Alguma coisa peluda começa a se esfregar
nele, era o par de luvas, seu cachorro e companheiro inseparável, que tinha
esse nome porque ele tinha só metade das patas dianteiras brancas, que parecia
que ele estava usando um par de meias, mas como eram as patas dianteiras eles o
apelidaram de “par de luva” ele se vira para o cachorro e o acaricia para ele
se acalmar e voltar olhar para o bebê.
E o seu
transe só é interrompido pela dona Fátima.
— E aí José o que você conseguiu hoje” Homi”?
José se
levanta da cama e caminha até a dona Fátima que estava preparando o jantar no
fogão, azul e branco que se destacava do chão vermelho de terra e que estava
equilibrado em cima de quatro tijolos, ele dá um abraço nela por trás e dá um
beijo no seu cangote, que chega a estalar.
— Uuu!! para com essa brincadeira, o meu ouvido
ficou zumbindo e o beijo no cangote me arrepiou todinha e tem mais acho que
estou prenha de novo, ainda não desceu para mim e já está atrasado duas
semanas.
José dá
um pulo para trás, Fátima se vira para ele para olhar o que o marido estava
fazendo, ele estava se ajoelhando no chão e se aproxima da barriga dela e dá um
beijo.
— Esse colchãozinho que eu trouxe para nós, não
é que deu sorte, mais um bacuri Zinho, ô coisa abençoada de Deus e você minha
nega é uma parideira de mão cheia hein muié?
— Pois é Homi, nossa família está crescendo.
— Se, se lembra quando nós estávamos no sertão,
lá na seca sem ter o que cume? Eu você e os nossos quatros bacurizinhos nós
vivíamos só de farinha de mandioca e cacto, até que decidimos vir embora para
São Paulo e você me prometeu, que se conseguíssemos "subriviver"
aqui, você me daria mais dois "fiu", promessa cumprida muié, graças a
promessa que fiz para "Padinho Padi" Cicero. E hoje tamo aqui com os
nossos bacurizinhos, nós temos água, comida e olha o que eu consegui hoje, não
foi grande coisa, mais dá para garantir o que come amanhã, toma segura e me dê
um abraço.
Ela o
abraça e dá um beijo nele.
Vocês
ouviram cambada, mamãe está esperando mais um barrigudinho, mais uns
irmãozinhos para vocês.
Todos
correm e abraçam os dois, depois eles vão até a cama e todos se deitam em volta
da pequena Marina, fazendo uma festa na cama.
Capítulo III.
Sr.
Jorge estava no banheiro, ele abre a porta do espelho e pega um frasco de
plástico amarelo e pega um comprimido para dormir, pega uma garrafa de água no
frigobar, coloca a água no copo e toma o comprimido, deposita o copo na pia, dá
sete passos até a bacia da privada, se senta na sua privada almofadada com
tecido de Seda, ele pega uma revista no porta revistas e começa a folhear a
revista, onde ele se depara com uma manchete: “Rapaz de dezoito anos é preso
após assaltar um casal de namorado” ele lê um pedaço do conteúdo da reportagem:
“ O delinquente foi pego em flagrante no ato do delito, o mesmo estava
espancando a vítima exigindo que o mesmo retirasse o seu tênis e o entregasse,
quando a polícia chegou ele tentou fugir, mas foi capturado alguns metros
depois”.
— Que absurdo! — Hoje em dia não se pode nem namorar em paz
mais ou ter um par de tênis, que está muito perigoso. Ele folheia mais algumas
páginas e lê outra reportagem: “A seca no Nordeste, força retirantes a deixarem
a sua terra”, ele lê um pouco da reportagem: “Retirantes migram para as grandes
cidades a procura de sobrevivência e emprego, famílias inteiras têm como
preferência a cidade de São Paulo diariamente essas famílias, chegam na cidade
de diversas maneiras, alguns vem grande parte a pé, chegando na capital muito
desgastados.
— São Paulo é um coração de mãe mesmo, recebe
todo mundo de braços abertos, gente do mundo inteiro e do Brasil inteiro, essa
terra é abençoada é um mundo dentro de outro mundo, o problema é quando as
coisas dão erradas para essas pessoa e constroem favelas que enfeiam a nossa
cidade, alguns são mal educados e ficam pedindo esmolas nos faróis, outros se
tornam bandidos e acabam com a segurança da cidade, e lotam as nossas
penitenciárias, eu acredito que quando eles vão presos, deveriam ser
extraditado para suas terras natais e lá o governo que arque com o custo da
detenção deles, deveriam aproveitar o sertão que não produz nada, para
construir presídios lá , assim aproveitando essas terras inférteis, ou podendo
assim fazer uma troca levando os presidiários locais para lá também e no caso
dos estrangeiros , tem que ser extraditados, ou melhorando assim a vida dos
bandidos locais, seriam tratados melhor , seria tratados como humanos e não
como animais e assim eles realmente seriam recuperados para a sociedade, as
celas seriam mais vazias e os custos seriam menores e não teríamos perigo de
rebeliões como tem acontecido por causa da superlotação dos nossos presídios ,
que é consequência justamente disso, setenta por cento dos nossos presidiários
são de pessoas que vieram de outras cidades ou países .
Ele
balança a cabeça e continua folheando a revista e se interessa por mais uma reportagem,
que dizia que: “FMI empresta mais dinheiro para o Brasil” ele não lê
a reportagem e vai para a página ao lado que tinha como manchete : “ O Dólar
aumento trinta por cento do esperado este mês” na mesma página em baixo ele lê:
“ O juros para a casa própria terá um aumento entre doze por cento e
vinte por cento este ano.
Ele vira
a página e o que chama a sua atenção é a manchete de que: "Polícia Federal
incinera cargas de produtos apreendidas e uma grande carga de Soja que estava
no mesmo armazém apreendida por falta de documentação de exportação que tinha o
destino final para o Japão apodreceu e todo carregamento foi comprometido,
causando um grande prejuízo. Ele pensa que desperdiço, isso tudo poderia ser
reaproveitado para as nossas crianças nas escolas, creches, etc.
Indignado
ele vira a página da revista e na outra página a manchete era: “Exército
Brasileiro é investigado por desvio de verbas de uniformes”, virar a página:
“Guerra religiosa aumenta no Iraque”.
— Chega, credo, nossa, não tem uma boa notícia,
ser humano é um lixo mesmo, bando de animais, vou usar essa revista como papel
higiênico.
Ele joga
a revista na porta revista, se limpa e dá a descarga.
Ele fica
olhando a descarga e imagina: — Isso
também não está certo, é um desperdício de água, esse sistema existe a anos e
ninguém cria nada melhor para eliminar as fezes e a urina de uma maneira mais
ecológica, é lógico é muito cômodo jogar nos rios e consequentemente poluindo
tudo, é, o ser humano é uma raça de merda mesmo.
Ele dá
risada sozinho e vai em direção a sua cama rindo.
A sua
esposa que já estava na cama lendo uma revista pergunta para ele.
— Com
quem você estava falando no banheiro?
— Estava falando sozinho.
— Está ficando doido é? E do que você está
rindo?
Ele olha
para ela e observa a que revista que ela estava lendo.
— Revista de fofoca, falando da vida de artista,
só ostentação para iludir o povo, ou quem matou a Odete Roitman? — É por isso que o Brasil está esse lixo, olha a
cultura que se cultiva aqui, mexericos da vida dos outros é mais importante do
que está acontecendo no Plenário, qual a votação que está acontecendo lá, se
vão acabar com a seca no Nordeste.
— Credo!! Eu só perguntei do que você estava
rindo?
— É isso que estou falando, eu estava rindo
exatamente dessa situação que o país se encontra, uma verdadeira casa da maria
Joana um verdadeiro circo, eu estava rindo de mim mesmo, que faço parte dessa
palhaçada, ganho milhões sonegando impostos , também polui os rios com as minha
fábricas e dou alguns trocadas para as pessoas certas ou para alguma
instituição, que não repassam nenhum centavo e tudo fica tudo certo e ainda
acho graça disso, isso não está certo, nós precisamos mudar isso, precisamos
fazer algo para mudar essa situação, eu vou investir em novas pesquisas para
descobrir, novas fontes de energia, vou investir em tudo que possa melhorar
esse planeta para vivermos melhor nele, nem que eu tenha que investir todo o
meu dinheiro nisso, mas vou mudar a maneira que vivemos, não posso ficar de
braços cruzados.
Eu tenho
dó dessa geração que vem aí, coitados, se não começar uma mudança agora , eles
vão morrer de sede, vão viver sem horizontes, só com ilusão de se tornar um
jogador de futebol, precisamos mudar isso, chega de ser o país do futebol e
vamos ser um país sério.
— Por falar em futuro você vai ter mais um
Herdeiro.
— Futuro nesse país onde o futebol alimenta a
ilusão de milhares de herdeiros do carnaval, que só serve como circo para o
povo, para que esqueçam tantas falcatruas, você disse herdeiro?
— Você quer dizer herdeiro um novo filho?
— Isso, herdeiro de herança do seu sangue do seu
nome.
— Como assim, o que você quer dizer com isso?
Que vou ser pai?
— Isso mesmo, você vai ser pai de novo?
— Não, eu não acredito que você parou de tomar a
pílula, não pode ser, eu estou falando dessas situações , exatamente isso, nas
condições em que o país se encontra, que as pessoas são irresponsáveis, e ficam
colocando filhos no mundo sem nenhuma responsabilidade e você me vem com essa
agora, que está grávida, não, não pode ser, vamos começar tudo de novo, perder
noites de sono, o meu sossego e descanso, gastar com fraldas e remédios e isso
e aquilo, quarto para o bebê, mais uma babá, contratar um decorador para o
quarto do bebê , sendo que o bebê só vai usar ele por um ano e depois ter que
decorar tudo de novo, se tem um puta gasto com a decoração do quarto do bebê e
no final ele nem acaba dormindo no próprio quarto , vai querer ficar aqui no
quarto, dormindo com a gente é tudo uma ilusão e gasto de dinheiro atoa.
— Você só pensa em dinheiro mesmo, credo, nem em
uma hora dessa não consegue esquecer um pouco do dinheiro, pensei que você
fosse ficar feliz, você é muito insensível, credo que coração de pedra.
— Ah tá!! Desculpa, o que você quer que eu diga?
— Nossa que bom, mais uma boca para
alimentar.
— Eu vou dormir no quarto do meu filho, porque
com você não tem diálogo e assim eu tenho a companhia dele e alguém para
conversar, é melhor escutar ele falando dos desenhos dele inocente do que
conversar com você todo experiente; e tem mais, dinheiro não é tudo na vida
não, viu, tchau!!
Ela sai
do quarto triste e ele fica naquele quarto enorme todo decorado com as coisas
mais chiques e caras sozinho.
Capítulo IV.
Papai me
leva junto com você no seu carrinho para passear?
— Vamos chamar os seus irmãos também, que pena
que a Marianinha não pode ir, ela é muito pequena ainda.
As
quatro crianças entram no carrinho, todas sorridentes e saem com pai para
trabalhar, o par de luvas, vinha atrás como sempre, o fiel escudeiro, assim
vocês ajudam o papai amassando as caixas de papelão que eu colocar no carrinho,
vocês desmontam e deitam em cima para amassar, assim fica melhor para vender,
fica mais compactado e mais pesado, na hora de pesar.
Assim
eles saem pelas ruas da cidade.
— Nossa papai!! Olha que casa bonita é essa.
— É meu
filho é muito bonito mesmo, deve ser de alguém muito importante, mas olha no
lixo dele tem uma bicicleta, será que é para jogar fora.
— Vamos perguntar papai?
— É isso mesmo meu filho, vamos tocar a
campainha e perguntar se é lixo?
Seu José
toca a campainha e espera alguns segundos, até aparecer uma empregada.
— Bom dia moça, desculpe te incomodar, mas esta
bicicleta que está aqui no lixo, pode pegar?
— Se está aí é lixo né moço, pode levar.
— É que está novinha.
— Eu sei, jogou fora porque estava estorvando na
garagem e o seu Jorge, me mandou jogar fora antes que arranhe os carros deles.
— Posso pegar então né moça?
— Lógico e bom aproveito para o senhor.
O seu
José coloca a bicicleta no carrinho e os olhos das crianças brilham feito
estrelas.
— Nossa pai está novinha.
— É filho, mas vocês viram como é bom ser
honesto, agora ganhamos uma bicicleta novinha e estamos com a consciência
tranquila e vocês podem brincar tranquilamente.
— Mas pai, porque ele jogou fora?
— Filho você é muito novo para entender algumas
coisas, com os seus poucos anos de vida, mas vou tentar te explicar , imagina
assim: Que toda comida do mundo, seja um cacho de banana, onde a classe mais
pobre fica com uma banana para dividirem para eles e o restante fica tudo para
o rico, ele poderia muito bem vivem com uma dúzia de bananas, mas ele quer o
cacho inteiro para ele, deixando apenas uma banana para o povo, mas ele prefere
ver apodrecer do que dividir o restante, porque a partir do momento que ele doa
, ninguém mais vai querer batalhar pelo pedaço da única banana que é destinada
e o rico não ganha o cacho dele, isso se chama capitalismo, quando ele fica com
noventa e nove por cento das bananas e quando ele doa de uma forma igual vira
socialismo, mas isso é ruim para a economia do país , porque ninguém mais iria
querer trabalhar, só esperando a sua parte do cacho de banana e por isso que
eles preferem deixar apodrecer do que favorecer os pobres , muitas vezes eles
são gananciosos e deixam o povo com migalhas por ganância, por mais que eles
tenham, sempre querem mais , independente , se terão tempo nesta vida para
gastar tudo o que ganhou.
— Eu não gosto de banana papai, pode ficar com a
minha parte.
— Seu José dá uma gargalhada e resume.
— É meu filho, eu não disse para você, que você
era muito jovem para entender, mas a sua inocência, mostra que o mundo poderia
ser bem melhor, se todos fossem generosos como você.
— O que é generoso papai?
— Generoso é ser uma pessoa que doa a sua banana
para outra pessoa, por não gostar de banana e prefere doar para outra pessoa do
que vê-la apodrecer.
— Papai, eu posso trocar a minha banana por uma
maçã?
— É meu filho é aí que começa o mal do mundo,
alguém até pode te dar uma maçã em troca da banana, mas vão te dizer que a maçã
é mais cara que a banana e que você precisaria dar uma dúzia de bananas por uma
única maçã, é o que eles chamam de juros, rendimentos, é o próprio capitalismo,
que deveria se chamar espertíssimo, onde todo mundo só quer se dar bem, só eles
são os espertos, só eles querem lucrar e sair ganhando sempre, como disse
aquele moço que tem o nome do automóvel, o sr. Ford, que: quando um esperto e
um otário se encontram, é quando se fecha um acordo de negócio, ou seja se você
quiser trocar a sua banana por uma maçã, você vai ficar devendo todas as outras
bananas e vão querer te cobrar juros dos dias que você não pagou os restantes
das suas bananas e das cinco bananas que você devia, agora eles vão querer
cinquenta.
— Mas eu gosto de maçã e não de banana.
— Esse é problema meu filho, a gente sempre quer
o que não tem , sempre quer viver a vida das outras pessoas, deixando de ser
feliz com o que temos, tudo bem meu filho, eu só estou filosofando com você e
fui longe demais com os meus pensamentos, tentando te explicar essa diferença
social que sempre existiu no mundo, que em certas partes do planeta existem
crianças adoecendo por obesidade, diabetes por consumirem doces e comida demais
e em outras partes do mundo existem crianças morrendo desnutridas, mas chega de
falar nisso e vamos caminhar e trabalhar que a mamãe está nos esperando para
almoçarmos.
O menino
fica olhando para o pai sem entender nada, mas na sua inocência estava feliz,
pela bicicleta que ele estava levando para casa, não se importando se havia
pago com bananas ou maçã.
— Papai, como o senhor sabe disso tudo?
— Vivência da vida meu menino.
Capítulo V
Seu
Jorge olha pelas janelas e vê o Sr. Jose colocando a bicicleta na carriola.
— Esses sangues suga, não faz nem dez minutos
que a Maria colocou a bicicleta no lixo e já estão pegando e olha só que
sujeito irresponsável, catando papelão pelas ruas com quatro crianças
penduradas na carriola, eu aqui com todo esse conforto e estou quase ficando
louco de preocupação com essa história de gravidez e esse doido coloca quatro
almas neste mundo para sofrerem, como eles vão dividir aquela bicicleta para as
quatro crianças, isso vai dar briga por essa bicicleta, que futuro essas
crianças vão ter? Vão catar papelão igual ao pai ou vão se rebelar contra o
sistema e se tornarem delinquentes, ou talvez morram cedo e não sofram muito,
porque caso contrário vão parar em alguma cadeia e vai comer, vestir e dormir,
tudo nas custas dos imposto que eu pago, sendo mais que vai superlotar as
cadeias e o governo terá que construir novas cadeias e assim gastar o nosso
dinheiro desnecessariamente, deixando feia a cidade ainda mais com presídios,
ela tinha é que voltar tudo para as terras deles e se for preso também tem que
ser mandado para cadeias na terra deles, assim aproveitar aquele deserto de
terra rachada que não dá nenhuma fruta e levar esses frutos podres daqui, mas
esse sistema de reclusão não corrige ninguém, só os tornam mais selvagens, o
ideal seria, mandar tudo para outro planeta, se
descobrissem novos planetas, ou tornassem a lua habitável, podia mandar esses
delinquentes junto com quem quisesse ir com eles, mãe, pai irmão , cachorro,
tudo para outro planeta ou na lua e viver lá soltos ou em casas construídas com
algum sistema que tornasse habitável e que pudesse sobreviver longe
da sociedade da terra. Assim aqui na terra ficaria só os frutos bons, separando
os frutos podres.
— O que você está resmungando aí Jorge?
— Ah! Nada, só estava pensando com o s meus
botões.
— Está mais calmo com a notícia do nosso novo
herdeiro.
— Um pouco, depois da cena que vi através da
janela, me fez pensar e estou mais conformado.
Capítulo VI
— Mãe, mãe, olha o que nós achamos no lixo hoje,
olha mãe uma bicicleta.
— Que linda, mas você não sabe andar ainda.
— Não tem problema, eu quero ficar só olhando
para ela, junto com os meus irmãos e vamos ficar imaginando, mil aventuras no
espaço, no fundo do mar ou voando no céu.
— E aí José como foi o seu dia hoje?
— Foi bom, eu fui lá para os lados do Morumbi e
conseguiu bastante tralhas no lixo deles os meninos me ajudaram bastante,
compactaram os papelões com o peso deles e assim coube bastante coisa., peguei
bastante papelão, alumínio e olha o que eu trouxe para você, uma panela de
pressão e um abajur, hoje o dia rendeu.
— Que bom assim eu vou comprar, bastante mistura
para nós.
— Amanhã eu vou de novo para aqueles lados, quem
sabe não dou sorte de novo.
— Olha mamãe, estou andando de bicicleta, não é
tão difícil.
— Cuidado menino!
— Está bem, que legal eu já sei andar de
bicicleta.
— Tá bom agora chega e vão todos se lavarem para
almoçarmos.
Seu José
tira três baldes d ́ água do poço e dá banho nas quatro crianças, que fazem uma
festa, quando a água gelada caia na cabeça delas e dava arrepio elas gritavam e
riam.
— Pronto, agora vamos comer!
Todos se
sentam em volta da cama para comerem e depois de todos satisfeitos, seu José dá
o seu sermão:
— Hoje vocês foram trabalhar com o papai e vocês
viram o que é ser um homem honesto e trabalhador, o que é dos outros é dos
outros, se não te derem, nunca pegue, peça primeiro.
— Os poucos homens honestos que existem no
mundo, são os poucos que fazem a diferença, para que o mundo tenha um
equilíbrio e seja melhor para vivermos com honestidade, se todos os homens
fossem desonestos não existiria mais razão da dignidade humana, papai é um
homem de pouco estudo, mas eu tenho muita sabedoria, de vivência da vida graças
ao meu bom Deus, a minha humildade e a minha simplicidade , nunca foi vergonha,
porque quem é humilde e sabe que não sabe nada e procura saber e quem é simples
e vive na simplicidade da sua felicidade e feliz com o que tem.
Por isso
meus filhos nunca cobiçam nada do seu próximo, sejam felizes com o que vocês
têm.
— Um dia você entendeu que o mundo é igual a um
cacho de banana, onde os gananciosos sempre irão querer prevalecer, na divisão
de um cacho de banana, vão querer ficar com noventa por cento das bananas e vão
deixar um por cento para os humildes. Se eles pudessem também levariam esse um
por cento, e pegariam tudo para eles ficando com os cem por centos e deixaria
só o resto das cascas para o povo sobreviver.
Vocês
viram hoje lá naquele bairro chique, casas que pareciam palacetes, onde dariam
para morar diversas famílias , mas não , dentro de uma casa daquela , vivem só
três pessoas, mas se ele tem uma casa daquela, deve ter feito por merecer,
estudo trabalhou e conquistou, foi merecedor, mas existem outros como o dono
Banco santos, políticos e afins, que tentam chegar nesse patamar de uma forma
desonesta e nunca será feliz consigo mesmo, com a sua consciência, até pode
ostentar riquezas, mansões, carros, joias , etc. Mas é podre de espirito,
dependendo da sua honestidade, quando a pessoa é desonesta ela faz mal para o
mundo , o mundo se torna desconfiado e um lugar perigoso para se viver onde um
desconfia do outro, onde se todos fossem honestos, poderíamos viver
despreocupados e andar tranquilamente pelas , sem ter medo de que alguém nos
roube algum pertence ou que até tire a sua vida, mas o pior mesmo são os
políticos , que desviam verbas de um projeto de uma escola ou de hospital de um
projeto social a consequência disso só vai parecer no futuro sendo que muitas
vezes a consequência se volta contra ele, porque aquele dinheiro que ele
desviou da educação de uma determinada criança e no futuro essa criança vira
bandido, pode cruzar o seu caminho e tudo aquilo que ele conquistou com a sua
corrupção , ele nunca vai poder desfrutar, porque sempre terá um bandido de
plantão para roubar o seu carro o seu relógio ou até a sua vida e tudo
consequência do delito que ele cometeu no passado, porque um país sem educação
é um país de ignorantes e os ignorantes não tem nada a perder e não medem as
consequências e sendo assim aquele político corrupto se torna vítima
da sua própria ambição, não poderá ostentar a sua riqueza, para não chamar a
atenção do ladrão que virou ladrão por falta de educação, por causa desse
político corrupto e muitos dessas crianças se o sistema não ajuda o crime ajuda
e esses seres humanos sem perspectivas de vida, que se tornam traficantes e
donos do morro, criando a sua própria sociedade e assim essa cidade vira terra
de ninguém onde todos querem lucrar custe o que custar e muitas vezes as drogas
que aquele traficante está vendendo, é vendido para um filho de um político
afetando ele indiretamente ou diretamente, nesse círculo vicioso , essa é a
consequência.
Agora a
pergunta que não quer calar, vale a pena tanta ambição? Deixando tanta
desigualdade social, porque qualidade de vida todos nós queremos e porque para
alguns mais e outros mesmos, porque não pode ser tudo igual como no socialismo,
talvez não precise do socialismo, pode ser uma mistura de capitalismo com
socialismo, o que já acontece, mas ninguém nunca pensou assim , nós temos
escolas públicas , hospitais públicos, remédios de graça, merenda, bolsa
família, etc. ou seja quem não tem condições de pagar por esses
serviços, usam o público, resumindo quem precisa do governo vive em um sistema
socialista , que igual para todos que usam esses serviços, é justamente aí onde
os corruptos tiram proveito, porque se todos fossem auto suficiente vivendo da
renda próprio no sistema capitalista ,não iria abrir espaços para os políticos
roubarem, aqueles que destacam, dando um duro, estudando e buscando o melhor
para a vida dele, merece a sua conquista, a sua melhor condição de vida digna,
o que não pode é existir classe miserável, a classe miserável é o problema de
todo mundo, como eu já disse, é de onde os políticos se aproveitam e fazem de
tudo para que essas pessoas permaneçam nessa situação, por isso que é muito
difícil eles saírem dessa situação, os deixando alienados sem estudos , para
que não questionem toda a corrupção, não deveria existir isso , deveria ser: A
classe rica e a classe média, abaixo disso é desumano, os ricos
seriam as pessoas que conquistaram as suas riquezas por merecer, sendo assim se
só existisse essas duas classes , as pessoas poderiam usufruir tranquilamente
tudo o que ostenta de uma forma adequada , sem medo de um moleque o roubo em um
farol , ou leve um tiro por andar na rua usando um artigo de luxo, se a pessoa
trabalhou e comprou, pagou todos os seus impostos , nada mais justos, fazendo
valer os imposto para a segurança deles, porque esses impostos que eles pagam
nada mais é que isso mesmo, para manter os desfavorecidos longe das suas
famílias e da suas posses e quando esse dinheiro é desviado e isso não acontece
é onde todos estamos à mercê da insegurança e do caos, porque nem
o rico e nem o pobre conseguem viver adequadamente e
sobrevivem do jeito que conseguem, alguns se armam e outros morrendo por falta
de comida e saúde e tudo isso pela má administração de um político.
Não
existiria a classe miserável, seríamos todos iguais, tudo que dependesse do
governo, seria mais simples e teríamos um país mais justo, com saneamento
básico, alimentação, saúde, se a pessoa não tivesse emprego, não passaria
necessidade. Só com o dinheiro que é extraviado para contas no exterior e até
os pequenos desvios, que no final se torna uma avalanche resolveria isso. Mas a
consequência é a violência que a cada dia só aumenta e os gastos a cada dia são
maiores, com hospitais e penitenciárias, porque quando não se gasta com
educação se gasta com reclusão.
Isso que
estou falando para vocês não é nenhuma ilusão e não é exagero.
As
crianças estavam quietas, ele olhava para ver quem ainda estava prestando
atenção no que ele estava falando, é só o Joaquim e a esposa estavam olhando
para ele, alguns já dormiam e outros se distraiam com os brinquedos.
— eu sei que estou sendo repetitivo , estou
tentando ter uma linha de raciocínio e as vezes me foge a ideia, então eu tenho
que repetir , eu acho que tenho déficit de atenção de manter concentrado no que
penso, mas deixa eu terminar antes que eu esqueça, então esses
gastos já existem e o que precisa fazer é direcionar para o lugar certo a necessidade
certa e pôr em prática o que já existe, de uma forma justa e humana, porque o
que se gasta com penitenciaria daria para investir em faculdades de última
geração, mas infelizmente somos todos tratados como animais e nos tornamos
animais, por ter que ficar trancados como animais para não matarmos uns aos
outros por migalhas, enquanto não mudarmos os nossos conceitos e atitudes, as
coisas só vão piorar e o sonho de uma vida de igualdade e felicidade para todos
se torna uma utopia.
Seu José
para de falar e olha em volta da mesa que ninguém mais estava prestando atenção
no que ele estava falando e pensa.
— Espero que um dia isso tudo mude e esses
inocentes possam desfrutar de uma vida mais justa e humana e nunca esqueçam que
o pai deles foi um homem simples, mas foi um homem honesto e digno, que anda de
cabeça erguida por pior que seja a classe social dele.
— Bom vamos todos para a igreja agora
Capítulo VII
Dona
Fátima coloca roupas simples, mas limpas em todas as crianças e depois de todos
trocados, eles vão para a igreja que fica a alguns quarteirões dali, passando
por dentro da favela.
Chegando
na igreja eles se ajeitam na terceira fileira de bancos e esperam o culto
começar, O Pastor sobe no Púlpito e pede para que todos orem e depois eles
cantam canções Cristã até o momento do sermão e o Pastor pergunta.
— Vocês sabem a diferença entre sabedoria e
inteligência?
Ninguém
se manifesta.
— Tudo bem eu vou explicar para vocês: O
inteligente é aquele que tem a facilidade para aprender coisas como matemática,
português, engenharia, etc. Sem se desvencilhar dos bens materiais.
Agora a
sabedoria vem do senhor, você pode ser Analfabeto, mas se for uma pessoa sábia,
entenderá as palavras do Senhor e na hora da sua aflição, terá sabedoria para
escolher o melhor caminho a tomar e na hora da angústia de um irmão
também será sábio nos seus conselhos, para aliviar as chagas do irmã, as vezes
nós nos confrontamos com o senhor dizendo que ele não nos deu
inteligência suficiente para sermos ricos ou bem sucedidos, mas nos esquecemos
que ele nos deu a sabedoria para continuarmos a viver com o pouco que nós
temos, driblando os obstáculos superando as decepções, mas sempre com vontade
de viver, porque nem sempre a riqueza nos traz felicidade, essa riqueza
material não vale nada depois que morremos, agora a riqueza espiritual, essa
sim podemos levar conosco e deixar como ensinamento de sabedoria para os que
ficam, que sempre vão lembrar de você como um sábio que sabia como resolver
empecilhos causados pela vontade de viver, ou seja: Nem sempre o inteligente é
sábio, mas o sábio é sempre inteligente.
— Aleluia, Aleluia, aleluia.
Gritam
todos e novamente cantam canções evangélicas.
E o
pastor dá outro sermão.
— Cristo disse amai uns aos outros como eu os
amei.
— Essa frase de Cristo, para que amemos uns aos
outros, é o que salva o mundo, que ainda nos faz humanos e é o que ainda vai
fazer do mundo um lugar melhor para viver, sem guerra, só paz e amor.
— Para aqueles que não acreditam no filho de
Deus, no nosso salvador, não tem fé no que ele nos ensinou, só basta seguir
esse exemplo do homem que ele foi, para que as nossas vidas sejam melhores,
seja saudável, amorosa, só precisamos seguir as suas palavras que em um mundo
melhor viveremos. Existe pessoas que diziam que Cristo foi um charlatão e por
isso não conseguiu se salvar da cruz, morrendo, se ele tivesse poder teria se
salvado, enganasse esta pessoa , porque Cristo se Salvou sim , depois de
derramar o seu sangue e de ter suportado toda aquela dor insuportável para um mortal,
para nos mostrar como somo cruéis e assassinos, que só pensamos em vinganças ou
castigos e que a partir da sua morte isso poderia mudar, porque a sociedade só
julga os oprimidos e fortalece os forte, em poucas palavras como ainda acontece
hoje em dia: “ Quem tem dinheiro sempre será imortal” não , não , não é assim
que funciona, porque eles podem ter dinheiro e se safar da justiça dos homens,
mas nunca escaparam da justiça de Deus, podem retardar a podridão das suas
carnes, mas um dia também irão apodrecer, como qualquer mortal e a sua alma
será julgada na terra dos anjos onde o dinheiro não vale nada, não influencia
ninguém, pode ser que o demônio o acolhe, porque foi quem criou a ganância e se
aproveita do estrago que ela faz destruindo almas e assim conquistar os
pecadores, por isso nunca esqueçam Cristo deixou— se ser morto para mostrar que
aqui se faz aqui se paga, e o perdão é a salvação, lembrem-se, nós temos
que perdoar o próximo, sempre, nunca tenha a vingança em suas mãos,
porque Cristo perdoou os seu agressores e quem é você para ser melhor que o
filho de Deus.
— Aleluia,
aleluia, aleluia.
— Que Deus guie o nosso caminho e seja a luz das
nossas estradas, guiando os nossos passos por todos os nossos destinos.
— Aleluia,
aleluia, aleluia.
Capítulo VIII
— Vamos logo a Dona Vera, anda com isso, daqui a
pouco não vai ser mais jantar, vai ser Breakfast, chega de se
emperiquitar, já está parecendo um pavão.
Dona
Vera faz uma cara feia para ele e o ignora, passando o rímel nos olhos.
Seu
Jorge dá de ombros e desce para a garagem onde ele vai em direção a sua
Mercedes último modelo e a ficar admirando-a e limpa uma sujeirinha que estava
no capô e pensa em voz alta:
— Está sujo, esses empregados não fazem nada
direito, droga, eu vou limpar isso eu mesmo.
— Que isso Jorge, para de ser tão detalhista,
isso aí é só uma sujeirinha, você não estava com pressa, vamos logo me encheu o
saco para andar rápido e agora fica nos atrasando por pozinho, uma sujeirinha
atoa.
Com a
ponta da manga do paletó ele limpa a sujeirinha.
— Pronto, agora sim, podemos ir.
Ele liga
o carro e sai em direção ao bairro Jardim América, desfilando o seu mais novo
produto de consumo.
— Eu fiz uma reserva no Pestana.
— Que bom!! Vamos tomar um bom vinho.
— Olha essas crianças pedindo dinheiro no farol,
nós deixamos o nosso filho com a babá com todo conforto e ainda assim ficamos
preocupados, imagina se eu iria deixar o meu filho assim, isso tem que acabar,
essas crianças tinham que está dormindo, descansando para poder estudar e
aprender melhor e não fica pedindo trocado no farol, aposto que os pais delas
estão em algum canto só forçando elas a pedir dinheiro.
Um
menino vem com uma garrafa cheia de água com sabão e joga no para-brisa do
carro.
— Não quero, droga não deu nem tempo de abaixar
o vidro que o moleque já me jogou essa água suja no para— brisa, vai lá saber o
que tem nessa mistura, é capaz de manchar a pintura do carro ainda, sai daí
moleque!
O
moleque usa um rodinho para puxar a água, seu Jorge balança a cabeça e a
criança vai até a janela do motorista estendendo a mão.
— Vai Jorge dar um trocado para a criança, pelo
menos ela está tentando ganhar uns trocados em troca de algo.
Seu
Jorge resmunga de tirar uns trocados do bolso e dá para a criança que sai
correndo para praça toda contente e entrega o dinheiro para uma mulher que
estava sentada na grama da praça.
— Alá, não falei, olha a vagabunda lá que fica
mandando as crianças ficarem pedindo dinheiro no farol.
O farol
abre e o carro trás buzina para o seu Jorge andar.
— Está com pressa!! Passa por cima.
— Calma Jorge, que estresse.
O carro
de trás emparelha com o carro dele e acelera.
— Pronto era só o que me faltava, agora o cara
quer tirar racha comigo com esse carro velho, não vou nem perder o meu tempo,
ele não sabe que está cheio de radares, só para roubar dinheiro do povo.
O carro
dá outra acelerada.
— Está bom, então vamos. Seu Jorge olha para a
janela do outro carro e dá risada e arranca o carro com tudo deixando o outro
carro para trás ele entra no túnel em alta velocidade e já no fim do Túnel não
havia nem sinal do outro carro ele entra na primeira rua à direita e vai
devagarinho no rumo que tinha que tomar e o outro carro passa fazendo muito
barulho que parecia que iria desmontar.
— Anhá, até parece que eu ia perder.
— Está bom agora vamos para o restaurante antes
que você implique com mais alguém.
Chegando
no restaurante ele entrega a chave para o manobrista com dó e avisa.
— Cuida bem do meninão, acabei de ganhar uma
disputa com ele, essa fera anda muito. Diz ele se gabando.
O
Manobrista pega a chave da mão dele e olha para a Dona Vera que estava olhando
para o Seu Jorge com uma cara de impaciência.
O Maitre
cumprimenta o seu Jorge.
— A mesa do senhor já está reservada, a mesma de
sempre, por favor me acompanhe. O Maitre os conduz até a mesa onde eles se
acomodam, outro garçom já vinha trazendo o cardápio.
— O Senhor quer que lhe traga a carta de vinho?
— Não pode me trazer o mesmo vinho de sempre.
— Ok senhor, como queira vou pedir para buscar
na nossa adega de vinhos especiais, o seu vinho preferido.
O
Sommelier traz o Vinho, e o serve da maneira que tem que ser.
Seu
Jorge cheira a taça, dá um pequeno gole, faz bochecho com o vinho e solta um
sonoro.
— Que delícia!! São os $5.000,00 mais bem
gastos.
Seu
Jorge escolhe no cardápio Lagosta ao molho do Chef, dona Vera escolhe Risoto de
frutos do mar.
Enquanto
eles esperavam a comida seu Jorge repara nos garçons e comenta.
— As pessoas dizem que a escravidão acabou, eu
penso que não acabou, ela só acabou para quem tem dinheiro e pode desfrutar da
vida de uma maneira digamos que: “ — Mais bem servida”, porque aqueles que não tem
dinheiro ainda são escravos do mesmo jeito.
— Sim, são escravos por opção, são escravos do
dinheiro. Comenta a dona Vera.
— Sim, veja por exemplo todas essas pessoas que
trabalham aqui, estão o tempo todo servindo as pessoas, como os escravos faziam
com os seus senhores, recebendo ordem o tempo todo e tratando as pessoas com
muita educação , porque a educação é um doutrina para que as pessoas sejam bem
tratadas, ou seja, não pode faltar com respeito de nenhuma maneira é quase uma
humilhação, começando pelo manobrista que faz o serviço do antigo Carroceiro, o
Sommelier que faz o papel da Governanta, o garçom o cozinheiro, todos eles tem
praticamente a mesma função que os escravos tinham,.
— A diferença é que eles são remunerados.
Acrescenta Vera.
— Sim, eles são escravos do dinheiro e
consequentemente do seu emprego e consequentemente do Dono da Senzala, ou desse
restaurante que servem os seus convidados, aqui no caso os clientes do
restaurante.
— É uma escravidão moderna, como já disse, se
quer dinheiro tem que servir direito e trabalhar respeitando as regras ou vai
para o “tronco”, que no caso aqui é ser despedido. Dialoga com a vera.
— É, resumindo é uma escravidão moderna ou
contemporânea e nós seriamos os Senhores Feudais, porque estamos sendo
cortejados ou servidos como um Rei e uma Rainha e eles são como se fossem
nossos serviçais. Conclui seu Jorge.
— Mas se pararmos para pensar, hoje em dia, todo
mundo que trabalha se torna um escravo de uma certa maneira, favorecendo os
seus patrões. Analisa a Vera.
— Sim, é a sobrevivência, são como peões no
tabuleiro de Xadrez, são os mesmo que construíram as pirâmides do Egito,
imagina isso. — Na época dos Faraós, os
seus escravos, trabalhavam forçadamente para construírem as Pirâmides, deviam
de ser milhares de homens, onde centenas morriam só para construir um mausoléu
gigante, só para servir de tumba para um único Faraó, só para a vaidade dele,
essas construções não tinham nenhum interesse em melhorar as vidas do seu povo,
naquela época se o povo se rebelasse e se voltasse contra os faraós e
construírem abrigos ao seu favor, muita coisa seria diferente hoje em dia, o
Mundo poderia ser mais igual para todos, muita coisa seria bem diferente, mas
os Faraós eram os espertos daquela época, os patrões de hoje em dia, onde
homens trabalhavam para a sua vaidade e hoje me dia homens continuam
trabalhando da mesma maneira só mudou o objetivo das coisas que são
construídas, hoje existem fábricas de carros , de brinquedos, fabrica de
diversas coisas, os empregos são variáveis, mas os Faraós são os mesmos, não
são Deuses temidos, agora são gordinhos carecas sentados atrás de uma mesa em uma
cadeira chique.
— Isso acontece porque grande parte da população
é preguiçosa e egoísta e não se unem, preferem se acomodarem em barracos
equilibrados em barrancos, ou ficar esperando que o governo crie algum projeto
habitacional, como esses CDHU e COHAB, Cingapura da vida, onde
nenhuma dessas opções trazem qualidade de vida para os cidadãos, porque são
apartamentos minúsculos, sem arquitetura e sem cultura, digo sem
cultura porque são feios e mal acabados, são como o que o
Michelangelo falou sobre a Capela Sistina antes de pintá— la, quando o Papa
perguntou para ele, o que ele achava da arquitetura da Capela? Ele respondeu. “
— Isso é um Caixote”. Toda edificação
tem que ter a preocupação de fazer algo que traga beleza e benefício ou
qualidade de vida, se o povo da época das pirâmides , tivessem começado lá
atrás a reivindicar e não ficar obedecendo ordens dos faraós, para os seus
caprichos, hoje em dia tudo seria diferente, ainda mais com as novas
tecnologias que temos hoje em dia , que poderiam ser usadas para melhorar ainda
mais, mas o povo é sempre enganado e manipulado, por religião ou por um ato
político.
Vera dá
um gole no vinho e acrescenta.
— Poderia ser tudo tão diferente, todo mundo
trabalhando em pró de um só objetivo, visando uma qualidade de vida melhor para
todos, sem ganância, sem essa de um querer tem mais que o outro, só por status,
se tudo fosse arquitetado antes de se amontoaram em morros, beira de rios e
construíssem grandes edificações com um bom designer, com uma estruturação social,
educacional, tudo em um só lugar, na mesma região, calculado e pensado pela
quantidade de pessoas que viveriam na determinada edificação, assim acabaria
com os problemas de trânsito, poluição desnecessárias e áreas verdes seriam
preservadas por ser tudo planejado, até a violência seria controlada, porque
seriam todos da mesma localidade e assim inibindo práticas de violência.
— Eu já penso em um projeto um pouquinho mais
audacioso para o futuro, talvez daqui uns cem anos eles tenham tecnologia para
colocar em prática, eu imagino assim: Um prédio que tenha quilômetros de raio e
largura, formando uma grande circunferência, onde os primeiros andares teriam
100 andares e os outros próximos andares também teriam mais cem andares, só que
eles iriam diminuindo como um bolo de noiva a cada cem andares, e
seriam apartamentos gigantes com jardim, garagem e até piscina, como se fossem
mansões no alto, e quanto maior fosse o seu raio de largura, maior seria a sua
altura, aí que mora a minha pretensão, esse prédio seria tão alto que daria
para entrar em órbita, ele seria tão alto e as sacadas seriam usadas como
garagem, você estacionária o seu carro na sua varanda.
— Mas será que vai existir carro que voa no
futuro mesmo? pergunta Vera.
— Já existe, nós temos avião, helicóptero, que
são carros que voam, o que precisa é só melhorar alguns detalhes para que eles
possam decolar e pousar de uma maneira mais precisa, usando turbinas, já
existem caças que decolam dos porta aviões assim, sem precisar de pista de
decolagem, já existem muitos projetos, mas a nossa tecnologia ainda é muito
inviável, vou fazer uma comparação e te dar mais um exemplo, você lembra como
eram os primeiros computadores?
— Sim, eram máquinas imensas, que ocupavam uma
sala inteira e tinham poucas funções, quando a testaram pela primeira vez,
chegou até a acabar com a energia da cidade onde foi testada durante a segunda
guerra Mundial.
— Pois é elas eram imensas e só conseguiam fazer
o que uma simples calculadora faz hoje em dia fácil e hoje nós já temos
celulares que tem milhões de funções a mais que aquele computador e ainda cabem
no nosso bolso, eu imagino que essa evolução vá acontecer com os aviões também,
ainda vão descobrir materiais mais leve e mais resistentes ou inventar um
combustível que vai facilitar isso.
Seu
Jorge olha para a garrafa de vinho, que estava vazia e a conversa é
interrompida pelo garçom que trazia os pratos principais, o garçom serve o
risoto todo decorado da Vera e depois serve a Lagosta do seu Jorge.
— Você pode pedir para trazer mais uma garrafa
desse vinho. Pede Jorge
O garçom
balança a cabeça e dá um passo para trás e vira e volta em direção a cozinha.
Seu
Jorge dá uma garfada e solta novamente um sonoro — HUMMM, que delicia, toma querida experimenta e
me deixa experimentar o seu.
— Que isso Jorge, aqui é um restaurante chique,
tenha modos.
Jorge
fica com o braço esticado com um pedaço de Lagosta espetada no garfo.
— Ah, para com isso, eu estou pagando,
experimenta!
— Está bom, está bom.
Vera
saboreia e fala suspirando.
— Que delícia, troca comigo?
— Agora você quer trocar, né, tenha modos.
— Ah que se dane os modos, me dá um pouco aqui.
— Calma me dá o seu prato que eu coloco um pouco
para você.
— Acho que estou ficando bêbada e esqueci que
estou grávida.
Fala Vera
dando risada.
O garçom
traz a segunda garrafa e quando ele preparava para fazer todo o ritual, seu
Jorge toma a garrafa da mão dele e se serve e serve a esposa que ria.
Eles
saboreiam os pratos regados a vinho e seu Jorge retoma o assunto.
— Você percebeu como seria o prédio que
idealizei?
— Deixa eu ver se entendi, ele seria uma espécie
de pirâmide, só que circular, como um anel em camadas dentro de outro anel,
começando do maior e terminando no menor bem alto?
— Isso mesmo como um Funil com degraus, mas bem
largo e sabe como poderia ser construído isso, dá mesma foram que as pirâmides
foram construídas, só que voltado para a moradia como citei, voltado para as
pessoas viverem dentro, mas não seriam Pombais ou Cortiços mofados, teria
sistemas de Ventilação para que o ar fosse circulado mantendo assim um ambiente
limpo e agradável.
— E na fase de construção, tudo seria feito em
estampas, seria construído primeiramente um em escala menor para acomodar as
pessoas que viveriam na área onde fosse construído o prédio principal, a cada
sequência de Anel as pessoas já poderia, se mudar e usufruir das suas moradias
, dessa maneira iremos acomodar e se adaptar de uma maneira tranquila e assim
continuava a construção dos próximos anéis sem que as pessoas fossem
incomodadas, e com o passar dos anos, os filhos que se tornaram adultos e se
casassem, já poderiam adquirir os seus imóveis com as suas famílias e assim por
diante morando nas nova alas, assim o progresso seguiria o seu curso até chegar
no seu limite, no topo do céu e já entrando em órbita .
— Isso está me parecendo familiar, não tem uma
história assim na Bíblia, lembrei!! — Torre de Babel, é isso.
— É mais ou menos isso, mas o deles não dá
certo, o meu daria certo porque.
Sr Jorge
tira a sua caneta Montblanc do bolso, pega um guardanapo e
começa a desenhar círculos e explica para Vera:
— Imagine que um prédio que tenha um raio de dez
quilômetros e a cada 100 andares, cada andar com cinco metrôs de altura e que
para os próximos cem andares diminuíssem só cinquenta metros, e fosse
diminuindo assim até chegar no topo, quantos andares daria para fazer?
— Eu acho que a gente já bebeu demais, estamos
viajando nessa ideia, um Prédio que tenha um raio de cinco quilômetros, isso é
impossível.
— Faz o cálculo comigo, a cada anel dividido por
cem metros quadrados, com uma circunferência de dez quilômetros, quantos anéis
de cem andares daria para fazer?
— Vamos fazer uma conta simples cinco metros que
é cada andar, vezes cem que é a quantidade dos primeiros anéis, já são 500
metros de altura, agora divide isso por dez mil metros o que dá cinco mil
andares, tirando o recuo das divisas dos anéis, daria mais ou menos uns quatro
mil e quinhentos andares vezes cinco que cada andar tem. O prédio teria vinte e
dois mil metros de altura, para entrar em órbita do nível do mar até A órbita mínima por curto período de tempo
fica entre 100 e 200 km, mas neste caso o decaimento devido ao arrasto na
rarefeita atmosfera, se usássemos, então para que um prédio entrasse em órbita
teríamos que construir ele com um raio de vinte e cinco quilômetros, isso é um
quarto da cidade de São Paulo capital, assim chegaríamos com o prédio a uma
altura de cento e cinquenta mil metros de altura, assim teríamos uma base para
sair para o espaço, uma estação espacial com contato direto com a terra, onde
os estudos espaciais se tornaram mais viáveis, em pensar que isso até é
possível e que só depende da mão de obra certa.
Seu Jorge pediu outra garrafa de vinho, falando mole já, o Garçom traz a
outra garrafa e tenta abrir a tampa o abridor escapa deixando metade da rolha
para fora da garrafa e a outra metade para dentro, seu Jorge pega a garrafa da
mão do garçom e termina de abrir no dente e enche a sua taça e a da sua esposa
até a boca e diz com uma fala bem mole.
— Bebe mulher, bebe que nós vamos
ter outro bebê e precisamos comemorar a vida nova que está chegando trazendo
esperança e novas alegrias para as nossas vidas.
— Vixe, você está bem alegre,
para estar comemorando, que bom, sendo assim tenho que aproveitar e beber.
Enquanto eles terminavam a terceira garrafa, ele pede a conta e quando o
Maitre traz a conta, ele olha o valor.
— Vichi, dava para comprar um
carro, mas dinheiro é para gastar, e não todo dia que a gente vai ser pai. Ele
entrega o cartão para o Maitre que executa o pagamento e entrega o cartão para
ele e pergunta.
— O senhor está bem para dirigir?
— Sim, imagina.
— O senhor não quer que alguém
dirija para o senhor até a sua casa e lá ele retorna com um táxi.
— É Jorge, é melhor, ainda mais
que estou grávida.
Seu Jorge olha para a barriga da mulher, pisca os olhos lentamente e
concorda entregando a chave para o Maitre, que pede para o Manobrista que leve
eles até a casa deles, e avisa.
— Depois que você os deixar lá,
pega um táxi que a gente paga aqui.
Eles entram no banco de trás do carro e no caminho de casa ele faz outro
comentário visionário para o futuro do mundo.
— Eu esqueci de mencionar é o
famoso dinheiro de plástico, o cartão de crédito, esqueça o plástico e pense
assim, só no crédito ou seja: Todo cidadão que nascesse deveria já ter o seu
número vinculado com o seu CPF, RG, etc. Tudo em um só documento e sendo assim
para a vida dele o Governo já disponibiliza um quantia para toda a vida dele,
lógico que não seria uma vida de luxo, isso seria para um vida simples , mas já
estaria incluso , moradia, alimentação e educação, dessa maneira cada cidadão
que viesse no mundo não estaria desamparada porque estaria com a sua vida já
planejada, sem ter a necessidade de cometer crimes para sobreviver e
porcentagem de criminalidade iria diminuir em grande parcela , porque só
cometeria crime quem realmente tivesse índole para isso e não mais por
necessidade, até o governo lucraria com isso, porque o dinheiro destinado a
esse cidadão, ficaria em uma conta onde renderia juros.
Só o que
se precisa fazer é começar com um primeiro cidadão, mas não pode ter corrupção,
por isso, cada cidadão que tiver esse projeto, também tem que ter um chip que
só é ativado pelo DNA daquela pessoa, senso impedindo que outra pessoa use a
conta de outra indevidamente.
— Interessante, mas porque você está pensando
tanto nisso, vai se candidatar a algum cargo público?
— Não, só estou pensando como poderíamos
melhorar o mundo que vivemos.
— E o Prédio o espaço interno dele não seria
aproveitável.
— Essa é a principal parte dele , porque é o se
seu corredores seriam largos a ponto de poder passar até um carro ou caminhão,
caso fosse preciso entrar um carro ali ou carregar algo, mas não seria preciso,
porque seria tudo por esteiras no chão e elevadores ultra modernos e
a parte central , seria usada, para salas de aula, ginásio de esportes, teatros
, estádios, igrejas, ou seja teríamos tudo dentro do prédio, seria uma cidade
vertical , você não precisaria sair do prédio para nada, teria tudo ali dentro
, mercado , shopping, hospital , etc., etc.
— Essa ideia poderia ser usada na Lua também, só
que na lua o prédio teria que ser lacrado com um sistema de ventilação e
oxigenação, para poder ser habitável e seria mais um ponto ou base para poder
explorar o espaço sideral, sendo feito isso a cada planeta que desse para se
alojar, até chegar em um planeta adequado e parecido com o clima da terra.
— Chega de histórias de prédio enormes e espaço
e lua porque chegamos em casa agora.
— Muito obrigado rapaz, você é novo, quem sabe
você não consiga ver acontecer tudo isso que estou imaginando para a humanidade
um dia.
O rapaz
olha para ele sem entender nada do que ele estava falando.
— Toma uma caixinha para você e vai com Deus.
O rapaz
agradece e caminha até a avenida onde faz sinal para um táxi que vinha
passando.
— Vem Jorge, entra, vamos dormir, você está
muito bêbado o rapaz já até foi embora.
— Rapaz apressado, nem esperou eu terminar o
resto da minha história, queria falar para ele como ele poderia se preparar
para o futuro.
Capítulo
IX
— Papai eu posso ir trabalhar com o senhor hoje?
_ sim
você pode, mas vamos sair devagarzinho para não acordar os seus irmãos, porque
hoje o papai pretende ir bem longe e acho que até você vai me atrapalhar um
pouquinho, mas pega a marmita que a mamãe preparou, que a gente divide ela
depois e vamos saindo devagarzinho, para que eles não acordem.
Seu José
sai do barraco e o Par de Luvas estava abanando o rabo, começa a latir.
— Fica quieto amigão! — Senão você vai acordar todo mundo, vamos
Marquinhos sobe na carroça, mas não se esqueça depois que a carroça estiver
cheia você vai ter que andar.
— Pode deixar papai.
Assim
eles partem.
— Hoje não só vamos lá embaixo, vamos atravessar
o rio pela ponte e vamos para Pinheiros.
E no
caminho ele já apanhou alguns papelões, um pouco de papelão aqui, um pouco de
ferro ali e vai andando até chegar na Ponte Euzébio Matoso.
— Hei papai eu acho que o carrinho não vai
passar pela calçada.
— Verdade filho, nós vamos ter que ir pela
avenida no meio fio.
Seu José
atravessa o retorno da Saída da Marginal embalado para subir a ladeira da
ponte, assim que ele cruza a entrada do retorno da Marginal Pinheiros para a
ponte Eusébio Matoso, ele escuta uma freada bem forte atrás dele, os motoristas
começam a buzinar e xingar com palavrões, outros Gritavam: “— Quer morrer?”,
“Irresponsável”, “— Sai da rua seu
louco!”.
Uma
mulher para ao lado e briga com ele.
— Você está maluco, andando assim aqui, ainda
mais carregando uma criança juntamente com você”.
Seu José
pede desculpa para a mulher e o Par de meias latir para ela, a mulher balança a
cabeça e os carros atrás começam a buzinar e ela arranca com o carro, os outros
carros passavam buzinando, um homem buzina tanto que parecia que a buzina iria
explodir de tanto tocar e foi assim até o fim da ponte.
E seu
José assustado depois de tanta buzinada e palavrões ele encosta no canteiro
central embaixo da passarela, abaixa o carrinho com cuidado e diz.
— Ufa filho, que sufoco, essa foi por pouco
hein, você viu que gente maluca.
— Eu gostei das buzinadas, mas não gostei dos
palavrões.
— Deixa para lá filho, tem hora que é melhor ser
surdo.
Vamos
atravessar assim que o farol fechar e subir pela passarela para sair lá do outro
lado na avenida Butantã, vamos passear pela pontinha, meu querido filho?
— Oba! Vamos papai .
Eles
atravessam a passarela, o menino fica encantado por ver os carros passando por
baixo e fica observando tudo o que via eles dessem na avenida
Butantã, mas logo em seguida entram pelas ruas laterais e vão andando até sair
na avenida Pedroso de Morais.
— Papai, o que aquele homem está fazendo ali
sentado no meio da praça da Avenida?
— Não sei filho e o que será que todas essas
pessoas estão fazendo uma fila para falar com ele, vamos lá perguntar.
Seu José
se aproxima do último homem da fila, abaixa o carrinho na grama do canteiro
central e pergunta.
— O
que vocês estão fazendo aqui moço?
— Nós estamos na fila para pegar uma senha com o
homem da praça, para depois ir retirar uma Cesta básica no centro Judaico.
— Mas porque tem que retirar a senha com ele?
— É um projeto que se chama: “O homem da praça”.
— Dizem que ele é um filósofo que fica aqui dia
e noite nunca só escrevendo sobre as pessoas que passam por aqui e que param
para falar com ele, ele está nesse local por anos sem sair do local e só vive
de água ele não come nada e quando as pessoas perguntam se ele precisa de
alguma coisa, ele pede só caneta e papel, ele está aí a tanto tempo que as suas
pernas atrofiaram.
Seu José
estica o pescoço e olha para o Homem, que se cobria com um saco plástico e
usava um chapéu de papel muito surrado, o homem tinha uma grande barba branca e
estava sentando em cima das próprias pernas, ao seu lado havia uma bicicleta de
criança e embaixo dos plásticos haviam muitos cadernos, que pareciam ser
usados.
Se José
entra na fila e observa as pessoas irem até o homem que fazia alguma anotação
no seu caderno, e entregava uma senha anotada para a pessoa, algumas pessoas
não ganhavam e saiam da fila bravos. Seu José pergunta para o homem à sua
frente, porque alguns não ganham.
— Eu não sei, eu só sei que ele sempre entrega a
senha às terças-feiras e que escolhe quem tem direito e quem não tem, agora o
motivo que faz ele escolher eu não sei.
A fila
anda mais um pouco, faltando só mais algumas pessoas à sua frente.
— Moço, mas quando chove ele fica aqui mesmo,
dessa maneira?
— Sim, ele se cobre com o plástico transparente
e fica embaixo dele escrevendo e fazendo as suas anotações.
— E para que aquela bicicleta?
— Como as suas pernas o atrofiaram a usa para se
locomover, quando precisa de algo.
Chega a
vez do seu José, ele chega perto do homem e percebe que o homem tinha um cheiro
forte de suado com mofado, que fazia tempo que ele não tomava banho.
— Bom dia moço, eu queria uma das senhas, para
poder retirar uma cesta básica, o que eu tenho que fazer?
O Homem
fala bem baixinho.
— O que o senhor falou moço, eu não estou te
ouvindo.
E o
Homem da praça repete:
— O que é mais necessário a sabedoria ou a
coragem?
— A sabedoria. Responde seu José.
O que é
mais importante o alimento ou o dinheiro.
— O alimento, responde seu José.
Seu José
acha estranho a pergunta.
E o
homem anota o que ele falou, com as anotações: “Um homem com traços do Norte,
me perguntou o que era preciso para ganhar uma senha e respondeu a minha
pergunta com rapidez, vou perguntar novamente agora espero que ele me responda
com mais sabedoria, já que foi o que ele respondeu”.
Novamente
fala o homem bem baixinho.
— Você pode me responder novamente agora com
mais detalhes.
Seu José
coça a cabeça e balança a cabeça dizendo que sim.
Eu acho
que a sabedoria e a coragem são uma coisa só, porque quem tem coragem tem
sabedoria, para poder expor as os seus pensamentos, tem que ter coragem, muitos
vão dizer que o seu pensamento está errado, outros vão te ofender e sem coragem
para defender a sua sabedoria, não vale de nada; Agora entre o
dinheiro e o alimento os dois também são necessários, o alimento é
mais importante, porque não adianta você ter bastante dinheiro ou ouro e não
conseguir comprar nenhum alimento, por um motivo que o impeça de conseguir esse
alimento, as vezes a pessoa tem tanto dinheiro e está acostumado a mandar as
pessoas a fazerem coisas básicas da sua vida , e um dia que essas pessoas não
possam fazer, essa pessoa não sabe o que fazer, como cozinhar ou coisas básicas
ou então em caso extremos, como de uma guerra e catástrofes
naturais, onde o dinheiro da pessoa está depositado em um determinado banco e
este banco foi destruído ou está sem energia, ou sem sistema para o seu acesso,
fica incapacitado da pessoa conseguir sacar algum dinheiro, ela vai ser um
miserável como um outro qualquer, também li em uma revista que no futuro um
copo de água vai custar uma fortuna e sendo assim o dinheiro não mata a sua
sede, independente de tão rico que você seja, agora um bom copo de água fresca
não tem preço.
— Parabéns! Diz o homem um pouco mais alto do
que costumava falar.
— Você é um homem sábio e merece a sua senha,
aqui está.
Seu José
apanha um pedaço de papel da mão do homem e vê, que tinha algo escrito: “— A
sabedoria é mais importante, sem ela você não planta, não colhe, não caça, não
constrói, não evolui, e assim morre de fome e para por isso em prática tem que
ter coragem e estar alimentado, para pôr ultimo ganhar dinheiro, o dinheiro é a
consequência, mas vem por último, porque você não come dinheiro para ganhar
alimento, é sempre ao contrário.
Seu José
agradece o homem pela senha e o homem que estava na sua frente na fila o
aguardava para irem retirar as cestas juntos.
— Vamos juntos eu te levo até lá.
— O que ele te perguntou? Pergunta o homem.
— Perguntou sobre sabedoria, coragem, alimento e
dinheiro e para você o que ele perguntou?
— Ele perguntou o que era mais importante,
Caráter ou Dignidade e o que era menos importante luxo ou vaidade.
— E qual foi a sua resposta?
— Eu respondi, que: Quem tem fome não tem
vaidade.
— Legal e o que está escrito no papel?
— Quem tem caráter e dignidade, sabe que luxo é
vaidade e o mais importante é ter o que comer.
Seu José
entrega o bilhete para o homem que estava na porta onde se retirava as cestas.
O homem pega o papel e o coloca junto a outros que estavam em cima de uma mesa
e entrega a cesta para o seu José.
Seu José
vem carregando a cesta básica com um sorriso de orelha a orelha.
— Olha filho o que conseguimos.
Legal
pai.
Ele
deposita a cesta no carrinho.
— Eu acho que já ganhamos o dia e já podemos ir
embora.
— Papai quem é aquele homem e porque ele gosta
de viver ali?
— Talvez ele não goste filho, ele simplesmente
aceita viver a vida dele ali, naquele lugar como um projeto, porque ele parado
ali ajuda muito mais pessoas, do que todas esses pessoas, que passam para cima
e para baixo o tempo todo com pressa e não te dizem nem bom dia e
ainda é bem capaz de te xingarem, esse homem é um homem simples, não tem
nenhuma ambição na vida, ele simplesmente vive ali no seu cantinho, se
contentando apenas com água, caneta e papel para registrar os seus pensamentos,
ele não é um mendigo ele fica ali sempre com a mesma paisagem, olhando pessoas
estranhas passando por ele com pressa engarrafada no trânsito
e que muitas vezes olham para ele e pensam “Coitado” e
ele olhando para a pessoa que está no carro parado, ele pensa a mesma coisa
“Pobre coitado perdendo o seu tempo parado nesse trânsito”, ele é um exemplo de
vida, se as pessoas tivessem um pouco da consciência que ele tem, poderíamos
tornar esse mundo um lugar melhor para se viver, com pequenos gestos e atitudes
que nenhum dinheiro o corrompa, esse homem poderia aceitar caridade de alguém e
ficar em um lugar protegido da chuva ou em um lugar mais digno, sem que ninguém
o incomodasse a escrever os seus pensamentos, mas ele prefere ficar ali, porque
talvez seja o que inspire ele a ser quem ele é e poder ajudar outras pessoas,
isso é uma ironia, as pessoas passam por ele e nem imaginam que ele tem o poder
de fornecer alimento para outras pessoas, isso é irônico demais , será que essa
foi a intenção da associação?
— Olha papai quanto ferro ali!
— É uma grade de uma janela.
— Vamos levar no carrinho, eu te ajudo papai a
colocar no carrinho.
— Mas não cabe no carrinho é muito grande.
— Papai eu entro no carrinho e amasso todo o
papelão e fico segurando por dentro a grade.
— Mas você vai ficar preso.
— Sim, vou ficar igual eu fiquei com os meus
irmãos é divertido.
Com a
ajuda do Marquinho seu José com muito esforço consegue colocar a grade em cima
do carrinho prendendo o seu filho dentro do carrinho, que ria e se divertia
achando tudo aquilo engraçado dizendo.
— Estou preso papai, agora sou um fora da lei
igual nos filmes de bang-bang e o senhor é o Xerife e o par de luvas é o seu
cavalo.
— Você não acha que o par de luvas é muito
pequeno para ser um cavalo?
— É só de brincadeirinha papai.
Capítulo
X
— Vamos vender esses ferros e levar a cesta para
casa.
Mas no
seu caminho seu José se depara com o destino de pessoas que era oposta à do
homem da praça, ele atravessa novamente o rio pela ponte Eusébio Matoso, só que
dessa vez bem mais lento, por causa do peso do carrinho e as buzinas esgoelar
atrás dele, freadas e xingamentos e gestos obscenos. Ele atravessa o rio e
entra nas ruas menos movimentadas para evitar mais xingamentos.
— Papai, estou com fome.
— Puxa
vida, eu fiquei tão empolgado com a história do homem da praça que até esqueci
da marmita do meu filho, deixa eu achar um lugar para almoçarmos.
— Mas você vai ter que comer aí dentro porque se
eu tirar a grade depois a gente não consegue colocar de volta.
— Eu como aqui dentro mesmo papai igual nas
celas dos filmes que os bandidos comem e sempre usam o talher para escapar das
prisões.
— Que imaginação. Diz o seu José rindo enquanto
abria a marmita, que tinha Arroz, feijão e coxinhas de frango ele pega uma
coxinha e coloca na boca e dá a marmita para o filho entre os ferros da grade
comer, ele come a carne da coxinha de frango e dá o osso para o par de luvas, o
menino come a sua pequena parte e devolve o restante para o pai, que se senta
em uns degraus de um estabelecimento que estava fechado, seu José coloca um
pouquinho com o garfo no chão para o par de luvas e come o restante.
— Pronto, agora podemos prosseguir, já estamos
alimentados pela nossa sabedoria como disse o homem da praça.
E no
momento que o seu José manobrava o carrinho, que estava um pouquinho pesado ele
dá um solavanco por causa de um degrau que havia ali e o carrinho dá uma
guinada para a direita e a ponta da grade de janela arranha um carro preto que
passava com o som no último volume, o carro para e dentro dele descem três
rapazes e um deles estava bastante nervoso e gritando.
— Você é cego? — Olha só o que você fez no meu carro e agora
quem vai pagar por isso?
— Desculpa moço.
— Desculpa é o caralho!!
E o
rapaz dá um tapa no seu José que se desequilibra e que cai no chão e os outros
dois rapazes dão pontapés no seu José caído no chão, o par de luvas avança nos
homens tentando proteger seu José, afastando os homens dele, mas foi
temporário, porque um dos rapazes dá um chute no cachorro que grita de dor.
— Cain, Cain, Cain.
Seu José
ainda caído olha para o cachorro gritando de dor e pede desculpa novamente para
os garotos.
— Desculpa!!
— Desculpa o que, nós vamos levar esse carrinho
embora, nós só vamos amarrá-lo no engate do carro e levá— lo embora.
— Não faz isso moço, eu tenho que sustentar a
minha família com ele.
E antes
que ele terminasse a frase tentando falar que o filho dele estava dentro do
carrinho, ele leva um chute e fica inconsciente.
— Não quero saber, quem mandou riscar o meu
carro.
Eles
amarram o carrinho no engate do carro com as próprias cordas que seguravam a
grade dando risada.
— Até logo tio! Eles entram no carro
e disparam com o carrinho engatado.
Seu José
desperta e grita que o filho dele estava no carrinho, mas o som alto do carro
não deixa eles ouvirem o que o Seu José gritava e corria atrás do carro deles.
Eles olham pelo vidro traseiro e observam o seu José correndo atrás do carro
gritando eles dão risada.
— O Sr. José corre atrás do carro gritando desesperado.
— Por favor não façam isso pelo amor de Deus,
devolvam o meu carrinho com o meu filho dentro. Ele corria desesperado já com
as lágrimas se misturando com o sangue que escorria pelo seu rosto e nos seus
olhos, que não estava deixando-oo enxergar direito e a sua sandália se
arrebenta e ele tropeça batendo o dedão no asfalto, que arranca a sua unha do
dedão e ele cai de cara no chão.
Par de
luvas vinha correndo atrás latindo para ao lado do seu José e ficava olhando
para aquele homem que chorava com o pé sangrando igual a uma criança e repetia
sem parar.
— Meu filho, meu filho, porque, porque, existem
pessoas tão ruins, porque!!
E ele
grita, mas ninguém o escutava para poder ajudá-lo.
— Eu quero o meu filho de volta!
Ele se
levanta, olha para o par de luvas que estava mancando também e diz.
— Está vendo amigão, foi como eu disse lá atrás,
as vezes as pessoas não ajudam umas às outras e só fazem atrapalhar ainda mais
a vida dos outros, quanta ignorância, quanta injustiça que deixa esse mundo um
lugar horrível para sobreviver.
Chegando
em casa dona Fátima toma um susto.
— José!! O que aconteceu com você homem? — E
cadê o Marquinho?
Seu José
conta tudo o que aconteceu e se lamenta das coisas que estavam no carrinho, mas
isso não era nada, a coisa mais importante era o filho dele que estava dentro
do carrinho.
Dona
Fátima entra em desespero e começa a gritar.
— Eu quero o meu filho, você vai ter que achar o
meu filho!!
Seu José
a abraça e os dois choram juntos, as outras crianças choram também vendo os
seus pais chorando.
Dona
Fátima enxuga as suas lágrimas e as lágrimas do marido o abraça mais uma vez e
diz.
— Nesse mundo gigante e injusto homem, onde vai
saber onde está o nosso filho?
— Vai homem sai atrás dele quem sabe você o
encontra, coração de mãe não se engana e algo me diz que é preciso ir atrás
dele, vai homem volta pelo mesmo caminho, quem sabe você não o encontre.
O dono
do carro chega na porta da sua casa e desamarra o carrinho e diz.
— Vou usar esse carrinho para levar o entulho
que o meu pai pediu para o terreno baldio, mas antes preciso me livrar desses
lixos, me ajudem aqui a tirar essa grade de cima do carrinho para eu poder
levar ele para o meu quintal.
Ele tira
a grade e quando o carrinho abaixa para eles, se deparam com Marquinhos que
estava chorando e assustado.
— Que porra esse moleque está fazendo aqui.
— E agora o que vamos fazer com esse moleque?
— Isso é sequestro da cadeia.
— Vamos matar ele então.
— Não!! — Você é louco, não fala merda.
— Agora ele viu onde eu moro e pode me entregar
para a polícia.
— Para com isso e vamos levar ele para a casa
dele.
— Onde você mora moleque?
— Não sei. Responde o Marquinho
— E agora ele não sabe onde mora, o que vamos
fazer com esse moleque.
— Já sei, vamos levar ele onde nós encontramos o
cara do carrinho que deve ser o pai dele e a gente o larga lá.
— E se esse moleque se perder.
— Melhor ainda, assim não vai entregar onde eu
moro.
— Você é muito ruim.
— O que você quer fazer então, que deixe ele na
polícia?
— É uma boa ideia.
— E o que você vai dizer para polícia, que ele
apareceu do céu, esqueceu o que fizemos, podemos responder por agressão e sabe-se
lá o que mais por trazer esse pirralho com a gente.
— Verdade, é vamos deixar ele onde o
encontramos.
— Entra no carro moleque que nós vamos te deixar
onde o encontramos, quem sabe o seu ainda não esteja por lá.
Marquinho
entra no carro e os rapazes o deixam exatamente onde o seu pai havia caído.
— O pai do moleque não está aqui, vamos largar
ele aqui sozinho mesmo?
— O que a gente vai fazer, adotar ele agora?
— Larga esse moleque aí e vamos embora.
Eles
deixam o menino no meio da rua e partem com o carro.
Marquinho
filho olhando o carro se distanciar ele olha para um lado olha para outro e se
assusta com a buzina atrás dele.
— Saí da rua moleque, que morrer!! Grita o carro
que passava.
Ele vai
para a calçada e pensa.
— Eu acho que o caminho é para cá.
Já
estava escurecendo e as luzes da rua começaram a acender e ele vai andando com
medo de não ser aquele o caminho.
Ele vai
andando e no caminho ele reconhece uma casa bonita.
— Estou no caminho certo, essa é a casa bonitona
que nós passamos por ela ontem.
— Seu José e o par de Luvas estavam andando
procurando pelo Marquinhos e foram andando até onde havia acontecido a briga
dos rapazes com ele.
— E agora amigão, não achamos ele, o que a gente
faz.
O
cachorro parecendo que tinha entendido o que o seu dono havia falado, começa a
farejar algo como um cão de caça.
— A amigão se você pudesse rastrear o Marquinho
igual os cachorros dos filmes, seria muito bom.
O
Cachorro late e corre pela calçada.
— Espera amigão onde você vai?
O
Cachorro corre e para lá na frente latindo para o seu Jorge como se quisesse
que ele o acompanhasse. Seu José tenta acompanhar o cachorro.
O cachorro
corre e para esperar o seu dono.
O
cachorro para em uma esquina e o seu José chega perto dele, o cachorro fareja,
fareja levanta a cabeça e late.
Seu José
avista o Marquinho andando do outro lado da rua
Ele
corre ao encontro do filho que se vira e avista o pai correndo e vai de
encontro dele, os dois se abraçam e o par de meia rodeia os dois, seu José
abraçava e olhava para filho não acreditando que tinha encontrado o seu filho.
— Eles falaram que iriam me matar papai, fiquei
com muito medo eles machucaram muito o senhor?
— Não foi nada a minha dor maior ter perdido
você, isso estava doendo tanto que nem lembrava desses machucados.
Eles
voltam para casa e quando a Dona Fátima os vê ela corre ao encontro deles e
atrás dela vem a criançada junto e todos se abraçam, chorando e sorrindo ao
mesmo tempo, foi uma festa.
Capítulo
XI
Seu
Jorge deita na cama e comenta com a esposa.
— Depois de toda a nossa conversa me deu mais
uma ideia.
— vou investir o meu dinheiro em uma espécie de
helicóptero ultra moderno, vou usar aquela nova tecnologia que estamos
desenvolvendo, no começo vamos precisar ter um paraquedas embutido com um
sensor inteligente que é ativado, assim que ele percebe que o
helicóptero está caindo, acionado do meio do ferro onde fica o rotor das
hélices na parte de cima , não interferindo assim nas hélices ou enrolando nas
mesmas , por que só será ativado como um tiro para cima na certeza de que o
aparelho está caindo e a carcaça do helicóptero será anfíbio podendo assim
flutuar na água como um jet-ski usando uma das turbinas como propulsor e a
cabine fica lacrada não permitindo que a água entre, virá quase que um
submarino de superfície, estou falando isso porque estava pensando como os carros
viraram um transtornos pré-históricos, se tornou um transporte caótico, porque
já não existe espaço para os carros estacionarem e os acidentes são ainda mais
frequentes, vai chegar um dia em que vai travar tudo de uma maneira, que
ninguém vai conseguir andar, vai ter tantos carros nas ruas, que o número
carros vai ser maior que o espaço existente, o certo seria desistir desse
sistema falido e investir em transportes alternativos com novas tecnologias,
parecido como um trilho aéreo, eu vou investir nisso, terá todo tipo de
tecnologia de ponta do existir mais avançado.
Seu
Jorge fica pensativo, pega uma revista, ele ajeita o travesseiro para se
acomodar para uma posição melhor para a leitura, ele folheia a revista e na
última página ele comenta.
— Eu adoro essas histórias da última página
desta revista, sempre leio todas, nunca perco uma.
Ele lê a
história e dá risada sozinho.
— Olha que interessante, hoje a história é de
precocidade, aqui ele diz que grande gênios revelam os seus talentos dos 3 aos
8 anos de idade, seja na pintura, música ou literatura , mas deve de ser chato
ser um gênio precoce, porque você não faz outra coisa da vida, vai passar a
vida inteira, sendo lembrado e homenageado, sempre pelo mesmo motivo as vezes
eles deixam de ser crianças e não aproveitam a melhor parte da vida, não sabem como
é bom subir em um pé de fruta e comer uma fruta fresquinha no pé ou
brincar de uma brincadeira de criança despretensiosa, só por diversão.
— Os Gênios anulam as suas vidas para darem
prazeres aos outros, não sabem o que é ser um inocente sem habilidades
artríticas ou sábias, que aproveitam a vida a todo instante com detalhes
simples, bobas, mas divertidas e corriqueiras.
— Os precoces geniais, nunca relaxam, estão
sempre criando, observando, pensando, estão sempre ocupados com os seus
talentos.
A esposa
do seu Jorge que ouvia a história que ele lia, olha para ele estranhando o
marido e pergunta.
— Será que o nosso bebê vai ser algum gênio
desses precoces?
— Tomara, mas pensando bem, eu prefiro que, ele
ou ela seja, o que quiser ser o que eu puder fazer para estimular e incentivar
qualquer que seja o talento do nosso bebê eu irei fazer, sempre procurarei
estar bem atento a suas primeiras manifestações de talento que ele apresentar.
— E falando no nosso bebê amanhã eu vou no
obstetra fazer alguns exames, você me leva?
Levo sim
e aproveito para perguntar para a médica sobre essa reportagem, se na barriga
já se pode observar algum detalhe especial.
— Está bom, amanhã você pergunta, mas vamos
dormir agora.
Capítulo
XII
— Nosso filho está são e salvo, mas e agora como
eu vou fazer para ganhar o sustento de hoje, eles levaram o meu carrinho, por
pura maldade, por causa de um risco naquela porcaria daquele carro, será que a
pintura daquele carro vale mais que a necessidade de comer dos nossos filhos, ainda
por cima quase mataram um dos nossos filhos e se aquele carrinho se desprende e
tomba, aqueles rapazes além de malvados eram irresponsáveis, podiam ter
machucado outras pessoas também.
— Calma José, o que você pode fazer até
conseguir outro carrinho e levar um saco de estopa ou o de farinha e tentar
apanhar só pequenos objetos até construir outro carrinho.
— Boa ideia muie, por isso que te amo, vou fazer
justamente isso.
Ele dá
um abraço e um beijo na esposa e vai até o fundo do quintal do barraco e apanha
dois sacos grandes com alguns objetos dentro, ele esvazia os sacos.
— Pai, pai, pai, deixa eu ir com o senhor?
— Não filho hoje não, ainda mais depois do que
te aconteceu, eu ainda não me recuperei do susto.
— Deixa pai, eu levo a bicicleta e ajudo o
senhor a carregar o saco nela.
— É uma boa ideia, mas ainda não sei, pode ser
perigoso.
— No fim dá tudo certo pai, deixa vai.
— Está bom, então vamos indo.
Marcos
pega a bicicleta e o par de luvas percebendo o movimento, levanta as orelhas e
se levanta rapidamente e sai acompanhando os dois, Seu José anda alguns
quarteirões, eles brincam com a bicicleta improvisando uma garupa e amarando um
dos sacos nela, eles apanham algumas latinhas de alumínios e algumas peças de
ferro e fio de cobre.
— É filho a vida é assim sempre começando de
novo, não importa como, se você está vivo tem que sacudir a poeira e se
levantar não pode parar, só para a morte que não tem jeito, morreu acabou.
Eles
andam mais alguns quarteirões e não acham mais quase nada e o sol do meio dia
começava a castigar.
— É filho, esse sol está castigando a nossa
moleira.
— Pai, estou com fome.
— Eu sei filho, também estou e o pior que eu nem
lembrei da marmita.
Eles
desceram a Av. Washington Luiz e o seu José vê embaixo da ponte uma barraca de
Coco verde e tem uma ideia e lhe vem a lembrança de quando ele era criança e
depois de beber a água dos cocos, a sua mãe abria os cocos e davam para eles
comerem a carninha do coco, como eles chamavam a fruta do coco ainda verde que
bem molinha.
— Moço o senhor vai usar esses cocos que já
beberam a água?
O
vendedor olha para ele e responde.
— Não, porquê?
— O senhor poderia me dar alguns para mim e o
meu filho os abrirmos e comer o miolo de dentro?
O
vendedor olha para o seu José e depois olha para o Marcos e concorda com a
cabeça.
— Claro, pegue quantos quiser.
Seu José
agradece e pega o saco de lixo preto com os cocos dentro ele agradece o
vendedor e o chama o Marcos.
— Vamos Marcos, vamos nos sentar ali debaixo
daquela ponte do outro lado da avenida. Marcos se anima e monta na bicicleta e
atravessa a avenida sem olhar para o lado um carro buzinar freneticamente e
freia. Seu José corre e tira o seu filho do perigo.
— Menino presta atenção, você quase morreu
agora, o que eu iria dizer para a sua mãe, se te acontecesse alguma coisa com
você. E agora o saco de lixo rasgou quando corri e vou ter que apanhar os cocos
que caíram na avenida.
No
momento que passa um carro e esmaga um coco caído no meio da avenida.
Fica
quieto aí que eu vou apanhar os cocos que caíram.
Seu José
olha para a avenida e verifica que não vinha carro algum e corre para pegar os
cocos que caíram, ele apanha alguns e faz uma montanha de cocos equilibrando no
peito, mas acaba deixando cair alguns, ele coloca os cocos que ele conseguiu
carregar na calçada e volta para pegar os que caíram.
— Droga menino eu falei para você ter ficado em
casa, olha que situação.
Seu José
vai buscar os cocos dando bronco no Marcos e se distrai e dá um pequeno toque
no coco com o pé, que faz o coco rolar para a avenida, ele tenta pegar
rapidamente, pega o coco e se levanta sorrindo para o filho e diz.
— Peguei!
Derrepente
um freada brusca, seu José se assusta e ginga tentando pular para
desviar do carro, que o atinge e faz um barulho ensurdecedor e o corpo do seu
José é arremessado a mais de oito metros de altura, o corpo dele voa tão alto
que passa por cima do semáforo, rodando no ar parecendo um boneco,
passa por cima de um ônibus e cai do outro lado da avenida, o corpo dele
atravessou todo o cruzamento das avenidas no ar e só parou depois da faixa de
pedestre do outro lado da avenida, o corpo dele cai no chão todo torcido e
quebrado e desliza no chão até parar, o seu corpo estremece e para, a cabeça
dele estava aberta como uma abóbora e o sangue que sai pela abertura da cabeça,
forma uma poça de sangue gigante no chão.
Os
passageiros do ônibus ainda tentaram correr para tentar socorrer aquele pobre
homem, mas já era tarde sua sina se acabava ali. Marcos que assistiu a tudo,
detalhe por detalhe, estava em choque parado imóvel, par de luva vai ao
encontro do corpo do seu José chega perto e lambe o sangue e as feridas dele
como se quisesse curar as chagas, mas uma voz grita com ele.
— Sai daí cachorro!
Ele se
assusta e corre para o outro lado da avenida e um carro o atropelou também e
morreu ali junto com o seu dono.
O
resgate chega examina o que sobrou do corpo e cobre com lençol térmico.
A
polícia interroga o motorista e algumas testemunhas no local.
Quando o
Policial vai até o vendedor de coco verde. Ele conta como tudo havia acontecido
aponta para o Marcos que estava no mesmo lugar, parado imóvel desde o
atropelamento. Aquele menino é filho do acidentado.
O
policial se aproxima de Marcos e tenta falar com ele, mas ele não emite nenhuma
palavra, o policial pede para ele entrar no carro da polícia para tentar
descobrir onde ele mora.
Capítulo
XIII
— Vamos Vera eu já estou atrasado e não posso
chegar atrasado nessa reunião que tenho hoje, você tinha que marcar esse
ultrassom para hoje, não podia ser outro dia?
— Você prometeu e não dava para remarcar, é hoje
é pronto, você não relaxa um instante só pensa no trabalho, é reunião atrás de
reunião, aposto que se eu remarcasse, você iria pedir para remarcar novamente.
— É! Mas é dessas reuniões de onde sai o nosso
dinheiro, que te dá todo esse luxo que você adora.
— Vai jogar na cara agora? Eu não estou pedindo
nada para mim, é para o nosso filho que vai nascer eu quero que você seja mais
presente e não dê presentes para compensar igual você faz com o nosso menino, o
menino tem tanto brinquedo, mas não tem com quem brincar e fica com essa cara
de bobo sem saber o que fazer que chega a parecer um retardado.
Dona
Vera entra na Mercedes Benz prata depois de ter colocado o menino no banco
traseiro. Seu Jorge nem esperar ela entrar no carro direito e arranca com o
carro, ele sai em disparada rumo ao consultório, já no consultório sentado na
recepção, onde o seu filho brincava com as revistas que estavam na mesa, e ele
estava impaciente e não parava de olhar para o relógio, de minuto a minuto ele
olhava novamente para o relógio, quando ele não olhava para o seu relógio, ele
olhava para o relógio da parede do consultório.
A
recepcionista avisa que ele já podia entrar para fazer o exame.
Dona
Vera pega na mão do filho com uma mão e com a outra pega na mão do Sr. Jorge e
o arrasta para dentro do consultório.
O Médico
percebe a cara carrancuda do Jorge e tenta brincar para quebrar o clima.
— Mas seu Jorge esboça um sorrisinho pelo menos,
vai nascer mais um corintiano, não é amiguinho?
Seu
Jorge faz uma cara feia.
— Ele é São Paulino. Diz a dona Vera rindo.
Jorge
não esboçou nenhum sorriso.
O médico
desconversa.
— E você garotinho que time você torce?
— Sou palmeirense. Responde o menino.
— Tem que ser corintiano, gosta de preto e
branco, mas vamos começar, por favor Vera deite-se na maca e vamos começar a
examinar essa barriga.
O médico
passa gel na barriga dela que dá um gritinho.
— Ui, que gelado.
Seu
Jorge olha para ela, não diz nada e olha para o relógio.
O médico
começa a explicar.
— Olha aqui é a bacia é essa a coluna do bebê e
esse som, são os batimentos do coraçãozinho dela.
— Dela? Pergunta Vera.
— Isso mesmo, ela, já está muito nítida, está
vendo essa imagem que parece um Big Mac pequenininho, é a xoxotinha dela, então
vai nascer uma nova São Paulina. Diz o Médico olhando para o Seu Jorge que não
estava ouvindo nada e estava olhando para o relógio.
— Ah! O que? Desperta Jorge.
— Vai ser uma menina Jorge, você não escutou uma
palavra do que nós dissemos aqui né?
— Escutei ele dizendo que iria nascer uma nova
São Paulina.
— E que mais? Diz Vera olhando para ele.
— Ele disse também que estava com fome e que
queria um Big Mac.
— Não é nada disso, deixa para
lá. Diz Vera olhando para ele de rabo de olho.
Jorge dá
de ombros e tenta se fingir de interessado no exame.
O Médico
termina o exame, entrega alguns papéis toalha para ela se limpar.
Sr.
Jorge se levanta rapidamente, se despede do médico e quase pega a Vera no colo
e sai arrastando— a pela mão esquecendo o menino.
— O Menino seu doido. Diz Vera.
Ele
volta pega o menino e vai direto até o carro e arranca como um doido, fazendo
barbeiragens pelas ruas de São Paulo em alta velocidade, mas são Paulo é uma
cidade imprevisível como o humor de uma mulher que muda bruscamente, São Paulo
imprevisível, tanto no clima como no trânsito e de uma hora para outra escurece
tudo ou para tudo e o trânsito fica horrível e o Sr. Jorge fica preso na
Marginal e fica irritadíssimo, querendo quase passara por cima dos outros
carros xingando.
— Droga de trânsito e esses molengas não andam.
Ele buzina e xinga e gesticula e buzina freneticamente como um louco.
— Ah, vou tentar contar caminho e sair desse
trânsito vou por dentro e pegou a Avenida Vicente Rao e vou pela Avenida Cupecê
e corto por Diadema até São Bernardo, porque até eu conseguir chegar na Avenida
Bandeirantes vou perder o meu compromisso.
Ele sobe
com as duas rodas do lado direito do carro pela calçada e cortando alguns
carros e entra na primeira ruazinha à sua direita, entra em uma rua que era
contramão e sai no final da Av. Roque Petrônio Jr. já entrando na Avenida
Vicente Rao e ele pensa.
— Será que eu trouxe o contrato?
— Vera por favor abre a minha maleta e olha para
ver se não esqueci o contrato em cima da mesa da sala!
— Está bom, mas vai mais devagar, você está
muito rápido.
Dona
Vera abre a maleta.
— Qual desses papéis que você quer?
O Sr.
Jorge passa a mão na cabeça.
— Não, não pode ser. Ele sacode a maleta de
ponta cabeça e olha no banco traseiro para ver se não estava mesmo ali e
continua dirigindo a sua Mercedes Benz em alta velocidade e não
percebe que havia alguém no meio da Avenida agachado e quando ele olha para a
frente se depara com o Homem se levantando com um coco na mão, ele
estanca o freio do carro que derrapa e não para, atropelando aquele
homem e arremessando o seu corpo para longe, o vidro do carro se estilhaça e o
coco do homem cai dentro do carro.
O carro
derrapou até parar ao lado do corpo do homem acidentado.
O Sr.
Jorge fica meio desorientado sem saber o que fazer, não acreditando no que
tinha acontecido, ele olha para a esposa que estava em choque, olha para trás
para o filho que estava procurando ver o que estava acontecendo, estava tudo
bem com ele.
— Vera, você está bem?
— Não, não estou, matamos uma pessoa e agora o
que a gente faz?
— Fica aqui dentro do carro!
Ele olha
para o homem no chão com a cabeça aberta e todo aquele sangue tomando o
asfalto, ele coloca a mão na cabeça e aponta para o homem, olha para Vera dentro
do carro, ele entra em pânico e se senta na calçada chorando de desespero e de
dó daquele pobre homem.
Dona
Vera desce do carro para consolar o marido, mas quando vê o corpo do homem no
chão no estado que estava, se sente mal e desmaia.
Capítulo
XIV
Seu
Jorge não consegue dormir, as cenas do homem batendo no seu carro e voando mais
alto que o semáforo, não sai da sua cabeça, o barulho da freada, todo aquele
sangue, ele gira na cama de um lado para o outro, e quando ele consegue
adormecer, acorda gritando.
— Nãooo!!
— O que foi isso marido?
— Sonhei com o homem morrendo, o seu corpo
voando e caindo no chão, e depois a cabeça dele se transforma em um coco vazio
sendo esmagado e de dentro sai um cachorro correndo chorando na direção de um
menino.
— Calma marido, você quer que eu faça um chá
para você tentar relaxar, ainda é muito recente.
— Não, não sei o que eu quero, mas não quero
dormir e ficar relembrando.
— Eu sei, que um Whisky?
— Acho que sim, você conseguiu descobrir algo
sobre a família daquele pobre coitado?
— Descobri que ele tem cinco filhos e mora em um
barraco perto da Av. Água espraiada, os nossos advogados estão tentando dar
alguma assistência para a família, mas a mulher está inconformada, ela quer o
marido dela de volta e se recusa a aceitar algum tipo de ajuda.
— Nós precisamos ajudá-la, não podemos deixá-la
desamparada.
— Sim, estamos tentando.
— Precisamos garantir pelo menos a subsistência
da família dela, subsistência....
O Seu
Jorge fica pensativo e a sua esposa pergunta.
— Que foi marido? O que você está pensando?
— Essa palavra Subsistência, me deu uma ideia,
vou colocar no papel e depois te mostro, me traz aquele whisky que você me
ofereceu, já que não consigo dormir vou escrever.
A esposa
balança a cabeça apoiando e sai para buscar o Whisky para o marido.
Ele se
senta na frente do computador e escreve:
SUBSISTÊNCIA.
A esposa
trás o seu Whisky ele agradece e fala.
— Me faz mais um favor, sabe aqueles livros da
coleção de Filosofia.
— Qual? Os da coleção do Jornal?
— Isso, esse, eu fiz alguns grifos neles, e acho
que vai me ser útil agora.
— Viu! Como foi bom eu fazer essa coleção, e
você só reclamando que eu só queria gastar dinheiro e no fim quem acabou lendo
e gostando foi você.
Ele
balança a cabeça com impaciência e diz.
— Ainda bem que eu li, porque você só iria
gastar dinheiro e deixar de enfeite e depois jogar fora.
— A coleção completa ficou bonita na estante da
biblioteca, os livros de capa dura na cor preta e fala a verdade e ficou bem
mais fácil a consulta também do que os livros originais, como aqueles livros
pesados de mil páginas, como aquele que tem o nome parecido com de um
cantor.
— Paul Sartre?
— Isso!
— Que cantor é esse? Pergunta ele balançando a
cabeça com cara de espanto.
— O dos Beatles, Paul.
— O dos Beatles é Paul McCartney. Diz ele rindo.
— Pelo menos te fiz rir. Diz a
esposa saindo para buscar os livros.
Ele lê na tela do computador o que havia escrito:
SUBSISTÊNCIA.
A sua mente fervilhava de ideias e ele pensava em como começar a
escrever.
— Já sei que vou imaginar uma
pessoa que queira ter uma vida cultural, mas não tem tempo e assim vou
desenvolvendo.
A esposa traz alguns livros.
— Olha eu trouxe esses depois se
você precisar, você pega o resto tá bom, vou voltar para a cama e tentar dormir
mais um pouco.
Ele faz que sim com a cabeça e pega o número um da coleção, e lê.
A REPÚBLICA — PLATÃO.
Ele abre o livro em uma página marcada, relê a anotação, que como um
estímulo cerebral, o inspira a começar a escrever:
PROJETO
MOVIMENTO SOCIOCULTURAL DE SUBSISTÊNCIA.
Apresentação
Jorge
Mendes dos Santos, nascido em São Paulo em 05/05/1972, onde ainda reside,
casado e pai de um menino, estudou Administração na FGV. Atualmente é
empresário do ramo de investimentos Tecnológicos, filantrópico, pretendendo
desenvolver um novo projeto social.
O Sr.
Jorge dá um trago no Whisky, lê o que escreveu, algumas palavras estavam
grifadas de vermelho pelo corretor ortográfico, ele as corrige e
continua.
Introdução.
O
Projeto Movimento Sociocultural de subsistência, abordará questões
socioculturais relacionados a arte urbana, com pensamento crítico,
desenvolvendo conceitos e questões artísticas com uma estrutura de subsistência
(que é aquilo que mantém ou permanece, que sobrevive, para que seja praticado
com o possível de um mínimo de arte, “O domínio mais adaptativo da cultura está
presente na tecnologia, economia de subsistência e fatores da organização
social vinculados à produção”; A arte tradicional com o passar do tempo perdeu
o seu espaço para novas tecnologias, como os Futuristas já haviam previsto
“ Os adeptos do movimento rejeitavam o
moralismo e o passado, e suas obras baseavam-se fortemente na velocidade e nos
desenvolvimentos tecnológicos do final do século XIX ” . Atualmente os jovens também já não estavam tendo
interesse nas artes convencionais, achavam-nas monótonas, assim a ressurreição
da arte contemporânea e pelo clássico para a juventude é dada pelo grafite e
pela arte urbana com a cooperação da internet, que conseguiram atrair a atenção
dos jovens devido a sua acessibilidade e pela identificação marginalizada, por
ser em alguns casos geralmente praticada nas ruas. Atraindo assim olhares para
obras, seja pelo tema contemporâneo ou pela crítica social, assuntos atuais ou
simplesmente pela estética e a beleza do trabalho artístico, destacando-se e
assim atraindo diversos views e likes nas redes sociais. O
grafite será o ponto de partida, mas não se restringindo somente a esse estilo
de arte, outros tipos de arte também serão utilizados, como a pintura
acadêmica, clássica, abstrata ou conceitual, também estão inclusos, a música,
artes cênicas, literatura e a poesia. Todo o ato de arte será um motivo de
complemento como uma somatória juntamente com a sua participação, para
fortalecer o desenvolvimento deste movimento com um manifesto. A origem deste
pensamento será explicada a partir de questões socioculturais, e preocupações
com o meio ambiente, moradia, educação, saúde, ecologia e segurança. Mostrará a
importância e a necessidade de se praticar atos políticos, como exemplo, dentro
das favelas, onde estão aqueles que já vivem abaixo do limite de uma
subsistência, mostrando a importância de reivindicar e de se fazer valer o seu
direito de cidadania dentro de uma democracia, sem conflito, sem violência,
apenas usando a arte, atuando e exigindo uma subsistência sociocultural
adequada, através de um olhar crítico, para que a comunidade tenha harmonia,
sendo equilibrada, libertadora e justa dentro de uma sociedade.
O Sr.
Jorge lê o que escreveu e pensa:
— Aquele documentário sobre Hip hop e arte
urbana que assisti na tv a cabo, veio a calhar, estava pensando nisso a dias e
depois disso passei a observar os grafites nos muros como mais atenção e
realmente, existem jovens com talentos absurdos que não são valorizados.
— Por hoje está bom, amanhã eu continuo, vou
tentar dormir um pouco que daqui a pouco tenho que pegar no batente, ele vai
para a cama com a cabeça fervilhando de ideias. No dia seguinte no trabalho,
ele não parava de pensar no seu projeto, fazia anotações no seu moleskine
enquanto participava de uma reunião como um grupo japonês que havia descoberto
um minério em uma região invadida por uma favela. Aquilo chamou a atenção dele,
que por um momento parou para prestar atenção no rapaz que traduzia a fala do
japonês para o português.
O rapaz
explica que o local onde se localizava a favela, o seu subsolo, havia partes do
cometa que havia caído na terra na época dos dinossauros e que esse material
era extremamente eficaz para as novas tecnologias. E que eles só conseguiram
descobrir usando super raio -x de solo e depois de muitas pesquisas e
pesquisas, entenderam o poder desse minério classificado como X— DMPA — (Experiência, Desenvolvida de matéria prima
Alienígena).
— E o que exatamente se pode fazer com esse
minério? E como ninguém descobriu esse material antes? Pergunta ao sr. Jorge
para o rapaz oriental.
— Tudo, ninguém descobriu porque ele se parece
com uma rocha comum, só conseguimos identificar, agora com esse super raio— x e
está bem abaixo do solo. responde o rapaz com um sotaque japonês.
— Como Tudo? Pode ser mais específico? Questiona
o Sr. Jorge.
O chefe
do rapaz pergunta em japonês para ele o que o Sr. Jorge estava
questionando.
O rapaz
traduz e o seu chefe pede para que ele lhe conte os benefícios para a
humanidade, com o uso desse novo material.
— Ele pode ser usado nas telecomunicações, como
muito mais precisão em uma quantidade de material menor, também pode ser usado
misturado com o outros materiais, deixando muito mais resistente que o aço é
mais leve que fibra de carbono, um fio de cabelo desse material é mais forte
que um fio de uma teia de aranha, experimento que já fizemos também misturando
os dois, deixando o ainda mais resistente e leve.
O rapaz
é interrompido pelo seu chefe e fala bastante coisa em japonês.
— O que ele disse? Pergunta o Sr. Jorge para o
rapaz.
O rapaz
olha para ele e olha para o chefe e diz:
— Ele disse que o Japão já tem a patente desse
material, mas que o lugar onde ele existe em maior quantidade está debaixo de
uma comunidade que vocês chamam de Paraisópolis.
— É só a maior favela de São Paulo. Afirma o sr.
Jorge.
— Sim. Concorda o rapaz.
— Essa favela só tem 10 km 2, são 10 km 2 de
famílias que vivem ali.
— Esse é o problema, como vamos extrair esse
material de lá, sem afetar essas famílias?
O chefe
japonês, resmunga na língua deles.
O Seu
Jorge olha para o rapaz com cara de ué.
E o rapaz
traduz.
—
Precisamos desabilitar toda aquela área, tirar todas aquelas famílias de
lá.
Sr.
Jorge fica pensativo e diz.
— Eu tenho uma ideia, para fazer isso de uma
maneira adequada, sem deixar ninguém no relento, mas, me diz, quantos andares
se pode fazer com uma coluna feita com esse material?
— Cem vezes mais que um ferro normal.
— Ok, eu vou precisar de uma parte desse
material para construir algumas centenas de andares, o que sobrar é de
vocês.
O rapaz
traduz para o Chefe, que responde em japonês.
— Não precisa traduzir, pela expressão dele já
entendi que ok?
O Rapaz
concorda que sim.
— Me diz mais uma coisa, o que vocês pretendem
construir com esse material?
O rapaz
traduz a pergunta para o chefe que lhe entrega uma pasta e aponta para o sr.
Jorge olha.
O Sr.
Jorge pega a pasta na mão e a abre, havia desenhos de um robô que era a mistura
de uma aranha com um drone.
— O que isso?
— Isso é a última palavra em tecnologia, esses
robôs podem trabalhar 24 horas por dia, nas mais variáveis temperaturas, abaixo
de zero, calor escaldantes, no fundo do mar, nas alturas, eles são feitos com
esse metal que estamos falando e como o metal eles trabalham mil vezes mais
rápido que um ser humano.
— Isso me parece muito útil para o meu projeto.
Fala o Sr. Jorge com um brilho no olhar.
Sr.
Jorge, volta para casa com a cabeça com o dobro de ideias que já estava.
Ele
divide as suas ideias com a esposa durante o jantar.
— Marido você sempre foi muito pés no chão, ver
você falar de uma ideia utópica como essa, não estou te reconhecendo, realmente
aquele acidente mexeu com você.
Ele dá
de ombros, se levanta da mesa de jantar e se tranca no escritório, liga o
computador e escreve:
Desenvolvimento
e entendimento do projeto MSS.
O
Projeto MSS pretende atuar dentro da cultura, no entendimento da palavra “Subsistência”,
devido a necessidade de sobrevivência de um sujeito que tenha que se dedicar a
maior parte do seu tempo áreas que não tenham nenhuma relação com a arte,
estando alienado e ficando por horas dentro de um escritório,
deixando de lado muitos dos seus sonhos, com pouco tempo para a prática de uma
arte ou de um ato político, seja pelo desenho ou pintar, tocar um instrumento
musical ou escrever um livro.
A
criação com as mãos representa a expressão de uma capacidade reprimida, que foi
substituída por empresas e fábricas. A expressão gestual das mãos, assim como a
prática de transformar, assegura a liberdade de criação [ ] com relação aos
interesses de práticas artísticas, destaca-se a importância do imaginário e da
capacidade de sonhar, de encantar-se, assim como da busca do belo, que se
refere a atividades eruditas e populares relacionadas à arte, ao teatro, ao
cinema e à literatura. Pág. 26 — Sociologia integrada.
Todo
individuo precisará de muita força de vontade, praticando de madrugada ou nos
finais de semanas, nas suas horas vagas, para colocá-lo em prática como é
observado por Platão:
A
finalidade da arte não é outra, sem dúvida, senão aquela para que foi
destinada, conseguir para o seu objeto o máximo bem estar. 2002. A República.
Pág. 32
Contudo,
esse movimento não se restringe só a essa categoria, ele abrange a todos
aqueles que queiram participar ou que se sintam incomodados com algum tipo de
preconceito ou desigualdade de tratamento, sendo ele de gênero ou racial,
canalizando todo grito de liberdade ou do excluído. Todo artista que possui
algum tipo de talento, sente uma necessidade de expressá-la e de praticá-la,
seja por hobbies ou profissionalmente, o artista de “fim de semana” sacrifica o
seu descanso e a sua vida pela arte e é a partir desse sacrifício que surge a
Arte de Subsistência, com dedicação e respeito como mencionou Kant.
Certamente
os grandes talentos, com uma atividade que lhes é apropriada, podem também ser
fontes de respeito ou de um sentimento análogo a este, bem merecendo, por outro
lado, que esse respeito lhes seja dedicado; mas nestes casos, parece que a
admiração é idêntica ao sentimento de respeito. Observando, porém, mais de
perto, podemos notar que, como se permanece sempre na incerteza quando se trata
de verificar, na habilidade, entre o que provém do talento inato e o que provém
da cultura devida ao esforço pessoal, a razão nos apresenta essa habilidade
como sendo provavelmente fruto da cultura, por conseguinte, como um produto do
trabalho, o que rebaixa sensivelmente nossa presunção e tanto nos recrimina a
respeito como nos impõe seguir semelhante exemplo, na medida das possibilidades
que são as nossas. Pag97 e 98 — Crítica
da razão prática— Immanuel Kant.
Todo
artista contemporâneo precisa de um conceito para poder expressar a sua
realidade, rompendo com o convencional, encontrando a sua própria identidade ou
descobrindo uma nova tendência artística, “A Arte está para a vida como o vinho
está para a uva” (Vygotsky, 199, p 308. A questão a qual será abordada, como
uma abertura para a utilização do senso crítico e do grafite como uma das
ferramentas, sendo que: esse já faz parte de um movimento conhecido como Hip— Hop
que é uma expressão social, artística e política.
É composto por quatro elementos artísticos: grafite, break, MC e o
DJ, esses dois últimos constituem o Rap. A diferença do MSS
para o Hip— Hop, será nos seus elementos agregados, que conversa com todos os
estilos de pinturas (clássica, realista, abstrata, expressiva) dentre o próprio
grafite e os seus referenciais, sendo estes destaques e a sua ruptura com os
suportes e pensamentos tradicionais, esses trabalhos depois de concluídos,
poderão usar as novas tecnologias através das mídias digitais (internet). como
observado por Fernandes:
A rede
converteu— se, assim, num espaço de ações no mundo real. Castells viu nessa
tendência uma forma de aumentar a liberdade e de empowerment (empoderamento) do
cidadão. Nesta ótica, a internet trazia uma mais— valia para a democratização,
permitindo, tendencialmente, igualar “as condições nas quais distintos atores e
instituições podem agir” (CASTELLS apud FERNANDES, 2013, p. 269). Pág. 72 — Sociologia da comunicação.
A
diferença está na execução e na produção de como uma obra será executada,
podendo ter o auxílio de um pincel ou de tintas a óleo, mas a preponderância
será sempre o uso de uma tinta spray no momento da produção de uma obra, que
demonstrará a habilidade do artista ao trabalhar em uma tela. Na arte de subsistência,
reforço que é obrigatório o uso de uma lata de tinta de spray, como os artista
do Fauvismo que “Na ânsia de pintar o estado de graça, muitas
vezes aplicava— se a tinta diretamente na tela, onde os vermelhos, os amarelos,
os verdes uivavam e antecipavam o gosto moderno pela cor pura. Era o novo
espírito de síntese” Essa nova prática foi o motivo da ruptura
para a sua época. Como o grafite que rompe com as tendências artísticas,
através do spray e das suas cores. como o grafite que é produzido direto nos
muros pelas ruas das cidades, na questão levantada aqui, o objetivo é trazer
essa essência para as telas, junto de suas imperfeições e características, mas
nada mudará em relação da produção do grafite com seu método tradicional de ser
produzido em muros com seus mais variados estilos e temas pelas ruas das
cidades.
— Acorda Jorge!
— Ah!
— Você dormiu na cadeira, o dia já
amanheceu.
— Aí meu pescoço, aí as minhas costas, estou
ficando velho. Ele levanta reclamando e a esposa dá risada.
— Vai tomar um banho que eu vou pedir para a
Maria deixar o café pronto.
Ele
entra no chuveiro, fica ali parado deixando a água quente cair no seu pescoço.
As gotas de água que escorriam pelo seu corpo e caiam nos potes de Shampoo que
estavam no chão, formavam um ritmo, uma batida, como uma música.
— Música!!!
É isso que precisava para desenvolver um projeto cultural.
Ele
desce para tomar café e se senta à mesa, e brinca com os talheres, fazendo de
baqueta de bateria, batendo nos copos, xícaras e pratos.
— Tá animado marido, que bom.
— Sim, estou tendo umas ideias boas, escrever
esse projeto que vai ajudar muitas pessoas, está me ajudando a superar tudo o
que aconteceu.
— Que bom marido, realmente faz bem, ajudar
outras pessoas.
Ele
termina o seu café, pega a sua maleta, dá um beijo na esposa.
— Hoje eu vou dirigir o meu esportivo, pode
dispensar o Alfredo para me acompanhar, deixa ele a disposição de você se você
precisar, vou superar o meu trauma de dirigir novamente.
— Que bom Marido, toma está aqui a chave do
carro, aquele carro está muito tempo parado, só não arriou a bateria pôr o
Alfredo, liga ele quase todo dia e deixa ele sempre brilhando.
Ele
entra na garage, olha para aquele carro esportivo vermelho, anda na sua
direção, dá uma tapinha na lataria do carro, abre a porta, joga a maleta no
banco do passageiro, se senta no banco do motorista, segura com as duas mão o
volante e decide dar a partida, o ronco do motor toma conta da garagem, ele
brinca com o ronco do motor, apertando o acelerador algumas vezes, até exagerar
e a esposa aparecer na porta da garagem, gesticulando e levantando os braços.
— Desculpa, exagerei, esse ronco é música para
os ouvidos.
Ele
engata a ré para sair com o carro.
A esposa
faz sinal de tchau e volta para dentro da casa.
Ela anda
com o carro por uma rua longa até parar no semáforo, aproveita para ligar o
rádio, procura por uma estação de rádio.
— Essa não, essa também não, credo essa menos
ainda. Ele desiste da rádio e ativa o bluetooth do celular para conectar com o
rádio do carro, o rádio faz um barulho moderno e seleciona a sua playlist e
escolher, de cima para baixo, letra V, Villas lobos, Las bachianas.
— Essa! Exclama ele e aperta o play, uma voz de
anjo, começa a sair dos altos falantes, ele fecha os olhos por um instante e
quando ele abre os olhos e olha em seu entorno, as pessoas admiravam aquele
carro vermelho brilhante e o seu ronco forte e ritmado, o farol acende a luz
verde e ele sai com o carro aumentado o ronco do motor, vai dirigindo
tranquilamente e ouvindo aquele canto gregoriano, cantado por uma voz de um
anjo, a intensidade da música vai aumentando e ele vai acelerando o ronco do
motor, e se empolga com o a música e com o motor do carro e pensa.
— Opa, melhor não se empolgar e tirar o pé do
acelerador, mas isso que é música, é disso que as crianças precisam aprender.
Ele
chega no escritório, passa um dia normal, sem nenhuma novidade, o que
dava oportunidade para ele anotar algumas ideias para o seu projeto, ele
aproveita o dia calmo e trabalha no seu projeto particular, mas antes de
começar ele se levanta vai até a sua coleção de discos, passa o dedo escolhendo
um disco e para na letra M, Mozart, isso mesmo que preciso, música de piano,
ele coloca o disco no toca disco, e a sala é tomada por um solo de piano, ele
fecha os olhos, com uma sensação de prazer, ele se senta se ajeita em frente o
laptop e digita:
A
importância da Música dentro do movimento MSS
A
importância da participação da música dentro do MSS é fundamental, tendo em
conta que ela atua como parte de um dos principais elementos mais importante,
sendo assim, ela deverá apresentar qualidade, mostrando a importância do seu
ensinamento dentro de uma instituição de ensino, o conceito de repertório
mediado, onde Vieira (2009) estabelece o seguinte conceito:
As
preferências musicais dos alunos parecem estar condicionadas a fatores
estritamente ligados ao meio social em que vivem, à geração à qual pertencem e
às questões de gênero. Os professores, por sua vez, possuem graus distintos de
interferência nas escolhas do que deve ser trabalhado em aula. Estas
interferências são condicionadas à visão que cada um desses professores tem
sobre a atividade que desenvolvem; suas inclinações ideológicas, seus
preconceitos; enfim, suas visões de mundo. Portanto, o repertório desenvolvido
em aula é fruto de negociações entre os professores e seus alunos, mediadas
pelos fatores expostos acima, entre outros. (VIEIRA, 2009, p. 100)
Como
observado e que possa melhorar o nível de qualidade musical dos alunos ou dos
seus praticantes, sendo indicado composições inspiradas em poemas de
subsistência. Na atualidade está sendo observado que jovens de comunidades
gostam de ouvir e produzir Rap, Funk e Samba, segundo Corrêa (2009):
Muitas
vezes, o repertório ouvido e tocado por adolescentes pode ser um dos pontos que
geram um distanciamento na aula de música, originando preconceito de ambas as
partes. Preconceito que geralmente advém de um desconhecimento do próprio
professor sobre um determinado tipo de repertório ou sobre uma determinada
realidade, que muitas vezes não diz respeito aos educadores; assim como
preconceito de jovens em relação a fazer aulas, por desconhecerem o tipo de
ênfase e realidade do professor. (CORRÊA, 2009, p.37)
O samba
faz parte da cultura brasileira e precisa ser incentivado pelos jovens para que
eles mantenham essa cultura brasileira viva, mostrando— lhes a importância de
manter uma cultura; o Rap é composto por um Dj e um MC, o Funk também, mas a
diferença está no ritmo, que usam batidas eletrônicas, letras violentas e
pornográficas, enquanto o outro tende a agir como um escape. Esses estilos de
música vêm sendo criticado pelos críticos de música e pela opinião pública.
Aqui a pergunta é: Mas como eles poderiam ser afinados e ter uma boa qualidade
técnica? Sendo que nunca lhe foi ensinado música na escola; aqui está a questão
é o motivo da reivindicação pelo movimento MSS, de que seja ensinado música nas
escolas, e que essa proposta também se torne acessível para os moradores de uma
comunidade.
Os temas
das músicas também seriam acompanhados pelos mesmos poemas de subsistência, por
isso a importância deste elemento no movimento. O poema terá um outro papel
dentro das propostas, que possam ser publicados ou expressados em muros,
através da prática de artes urbanas ou poesia concreta.
O
telefone toca.
— Alô!
— Oi querido, você vai demorar para voltar para
casa?
— Não, acho que já vou embora, não tinha quase
nada para fazer hoje, nenhuma reunião, aproveitei para trabalhar no meu
projeto.
— Que bom querido, fico muito feliz, vem embora
logo que vou pedir para a Maria fazer uma janta bem gostosa para você, te amo.
— Também te amo. Diz para esposa que fica muda
do outro lado do telefone por um instante.
— Um beijo querido, vem rápido que estou te
esperando e também te amo muito.
— Também te amo muito, minha querida. A esposa
fica novamente em silêncio.
— Tchau! Ela desliga o telefone e fica parada
com o telefone na mão.
— O que foi patroa, a senhora viu fantasma, foi?
— Não Maria, o meu Marido disse que me ama.
— Oxxi!! E isso não é bom?
— Sim, mas sabe quanto tempo fazia que ele não
me dizia que me ama, fazia muito tempo que ele não dizia isso para mim.
A Maria
dá um sorriso e balança a cabeça, limpando as mãos no avental e diz.
— Vou caprichar no jantar hoje Dona Vera, deixa
comigo.
— Isso mesmo que eu ia te falar, coloca um vinho
para gelar também, acho que a felicidade está voltando aos poucos nessa
casa.
— Mas a senhora não pode abusar do álcool, o
Bebê já está quase para nascer.
— Sim, você está certa Maria.
O Sr.
Jorge está parado em um farol e olha o contraste que o seu carro vermelho
esportivo fazia com a realidade daquela localidade, barracos se amontoando um
sobre o outro no morro, no farol crianças pediam dinheiro, outros faziam malabares
e alguns vendedores vendiam, bebidas , acessórias para celulares, capas de
volante e havia uma mulher grávida, com uma criança de colo pedindo ajuda,
dizendo que o seu marido havia falecido, havia sido atropelado e ela
estava sozinha agora cuidando de cinco crianças, o seu Jorge deduz que aquela
mulher era a esposa do Homem que havia atropelado, ele coloca um óculos escuro
para que ela não reconhecesse e a chama oferecendo dinheiro, ela vem até o
carro e ele lhe dá mil reais, ela agradece muito, ele evita de olhar
diretamente para ela, para que ela não o reconheça, as outras crianças que
pediam dinheiro no farol , vendo ele dar dinheiro para ela veem na direção dele
também, ele dá uma nota de cem para cada um, os vendedores cercam o seu carro,
ele compra um monte de tranqueira que nem precisava, os carros atrás buzinavam
para que ele andasse com o carro que o farol já estava aberto a algum tempo,
ele arranca com o carro e ainda dá uma última olhada para a senhora com a
criança, que lhe agradece levantando a mão.
Ele
chega em casa toma banho e desce para jantar, a mesa de jantar estava farta com
muita comida, eles jantam, bebem, mas o Sr. Jorge estava um pouco calado, não
estava tão empolgado como de manhã.
— O que foi marido? Você está calado.
— Hoje quando estava voltando para casa
encontrei a esposa do senhor que atropelei pedindo ajuda no farol, ela está
grávida, com um barrigão e segurando outro bebê eu lhe dei R$1.000 reais, sem
que ela me reconhecesse.
— Ah é isso! Mas marido a gente ofereceu ajuda
para ela, ela não quer a nossa ajuda, o que vamos fazer?
— Precisamos insistir, esperar ela nos perdoar e
assim, oferecer a nossa ajuda.
— Maria, tem umas coisas que comprei no farol
que estão no carro, você pode pegar para mim por favor.
A Maria
vai até o carro enquanto eles continuavam a conversa, quando ela volta a Dona
Vera dá risada.
— O que é isso?
A Maria,
estava segurando um saco de laranja, com a capa para volante pendurada no
pescoço, uma raquete de matar mosquito, adaptadores de celulares, palheta de
limpador de para-brisa.
— O que você vai fazer com isso Jorge?
— Nada, na hora eu só quis ajudar aquelas
pessoas, também não estava raciocinando direito.
A dona
Vera ri, a Maria ri balançando a raquete de matar mosquito e ele também
ri.
—
Quero ajudar as pessoas, isso é melhor que terapia, me faz muito bem, quero
mudar o mundo, fazer um mundo melhor para se viver, olha a nossa mesa, com
tanta comida enquanto tem gente passando fome no mundo a fora.
— Que bom marido, que você está pensando assim,
o que eu poder te ajudar, irei ajudar.
Ela o
abraça, que corresponde o abraço abraçando a cintura dela.
Ele vai
para o escritório coloca o laptop na mesa, o abre, analisa um pouco antes de
começar a escrever e digitar:
Pensamento
social e político e a sua percepção ética.
A partir
desse ponto foi percebido que esse movimento precisaria de um manifesto e a
partir dessa necessidade foi necessário um aprofundamento em estudos sociais e
filosofia, o que foi notado que ao estudar grandes pensadores, que há uma
oportunidade no Movimento Cultural de subsistência de ser social e político
abrangendo questões sociais em um país como o Brasil, e assim pensando
como se poderia aplicar-se este movimento nesse sistema, como manifesto e com
um pensamento mais humano e com respeito.
O
respeito se refere sempre e somente às pessoas, nunca às coisas. — Pág. 96— Immanuel Kant — Crítica da Razão Prática.
Com
respeito as pessoas, o que precisaria mudar então? A resposta é, dar
continuidade nos programas sociais que já existem, um exemplo é a lei:
nº
10.835 Publicação Original [Diário Oficial da União de
09/01/2004] (p. 1, col. 1) , de 8 de janeiro de
2004, que “institui a renda básica de cidadania e dá outras providências”, com
vista a autorizar a instituição do Fundo Brasil de Cidadania e do conselho
deliberativo desse fundo e dá outras providências.https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=415312
Se a
resposta é essa, então como fazer? Já que já existe a educação pública, o
hospital público e alguns sistemas habitacionais, e a lei citada acima, questões
que serão o nosso ponto de partida; o que precisaria então? Precisaria de ética
e de respeito, criar um setor ou um canal para onde sejam encaminhadas todas as
reclamações dos indignados ou dos manifestantes que representantes de alguma
causa ou de algo. Que essas solicitações sejam respondidas rapidamente,
juntamente com um setor de justiça, modernizado e adequado para que
análise dessas solicitações juntamente com auxilio das novas tecnologias, sejam
atendidas em um curto prazo e assim impedindo atrasos, prejuízos ou facilidade
para que corrupções desviem verbas destinadas a setores necessários para
a subsistência da população, sendo nos hospitais ou nas escola ou nos projetos
sociais que são voltados para a habitação popular; não permitindo oportunidades
de desculpa para desvios de verbas, que deixam esses sistemas sucateados ou
ficarem desatualizados e defasados; não permitindo que a criminalidade assumam
o poder aliciando estudantes para atos de contraversões; garantindo assim
que as crianças e a população carente, tenham mais oportunidades e melhor
condição de vida. Tomás More cita a lei dos Macarianos:
Cujo
rei, no dia de sua tomada de posse, se compromete por juramento, após ter
oferecido grandes sacrifícios, a nunca ter em seu tesouro mais que mil moedas
de ouro ou equivalente em dinheiro. Dizem que essa lei foi introduzida por um
príncipe excelente, mais preocupado com a prosperidade da pátria do que com o
seu enriquecimento pessoal [ ] impedir um acúmulo de recursos que haveria de
empobrecer o povo. Pág. 41 Utopia
Para
manter uma cadeia custa caro, custa mais caro que manter uma escola e assim,
aquele dinheiro que poderia ser destinado as escolas, acabam sendo gastos com a
necessidade da segurança pública, deixando as escolas abandonadas e professores
mal remunerados; contudo, com um governo sem ética e sem respeito ao cidadão,
resta a população assumir o controle do que lhe pertence, mas como? Sendo ativo
e participativo. Aquele pobre, morador de uma comunidade que depende do governo
e de uma escola pública, de hospitais públicos, do SUS ou de remédios, do CDHU,
diferente daqueles que possuam o maior capital que preferem que o Estado seja
mais liberal possível, que prefere o neoliberalismo e não interferindo no livre
comércio, sendo assim, o país ficaria dividido em classes e essas classes
poderiam ser classificadas como Capitalista e Socialistas, onde ocorre uma
segregação e ao mesmo tempo um equilíbrio entre as classes; capitalistas para a
elite detentora de grande parte da economia, que preferem um Estado neoliberal;
socialista para aqueles que dependem do Estado e não sendo explorado ao ponto
de:
Usar e
abusar do suor dos pobres, pagando-o do modo mais vil possível. Pag 121 -Utopia.
No MSS
não poderia existir nada ou ninguém, abaixo da linha de subsistência, onde a
mesma é uma referência da qualidade de vida de uma sociedade, no primeiro
momento a dedicação seria para erradicar essa última linha a “Miséria”, como é
indicado no gráfico abaixo.
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O Ideal
é que a quarta linha seja eliminada, e com a evolução desse sistema com o tempo
a terceira linha, também seja eliminada, mantendo só a primeira e segunda
linha. Isso seria um trabalho árduo, quase utópico, como apresentou o tradutor
do Livro “Utopia” de Thomas More:
Utopia é
uma obra de ficção. Não é um romance. Uma novela. É uma ficção da realidade
humana, uma transposição da realidade para a imaginação daquilo que deveria ser
realidade. Este aparente jogo de palavras quer simplesmente sublinhar que
Utopia é uma crítica direta e implacável à sociedade humana, que se diz fundada
na união e na compreensão, na política da boa vizinhança e na paz, na justica e
na equidade, no respeito e no acesso ao bem estar garantido a todos. Pag 07
Utopia.
O
gráfico acima mesmo sendo destinto do gráfico abaixo, que tem um pensamento
parecido com o de David Ricardo que era oposicionista de Thomas Malthus
“Ricardo concordava com a ideia de o crescimento populacional ser responsável
pela “corrosão” salarial do trabalhador, sempre levando esse salário ao nível
de subsistência.” Assimilando este pensamento para um nível elevado e
usando o gráfico abaixo de referência oposta da teoria de Malthus:
Para
Malthus, essa era a tendência natural da humanidade: “independentemente do
êxito conseguido pelos reformadores, em suas tentativas de modificar o
capitalismo, a atual estrutura de proprietários ricos e trabalhadores pobres
reapareceu inevitavelmente” (HUNT, 2005, p. 69). Essa divisão de classes era
uma consequência inevitável da lei natural: “parecia que, pelas leis
inevitáveis da natureza, alguns seres humanos teriam de passar necessidade.
Essas eram as pessoas infelizes que, na grande loteria da vida, tinham tirado
um bilhete em branco” (ibidem, p. 69). As leis dos pobres [...]tendem a
rebaixar a condição geral do pobre dos dois modos seguintes. Sua primeira
tendência óbvia é de aumentar a população sem um aumento de alimento para
sustentá-la. Um pobre pode casar com pouca ou nenhuma perspectiva de ser capaz
de sustentar uma família com independência. Pode— se dizer que, de certo modo,
as leis criam o pobre que mantêm; e como as provisões do país, em consequência
do aumento populacional, devem ser distribuídas a cada pessoa em pequenas
quantidades, é evidente que o trabalho daqueles que não são sustentados pela
assistência da paróquia comprará menor quantidade de provisões do que
anteriormente e, consequentemente, a maioria deles será forçada a reclamar por
sustento. (MALTHUS, 1996, p. 270— 1). FUNDAMENTOS DE ECONOMIA PARA AS CIÊNCIAS
SOCIAIS, p 27.
Entretanto,
esse pensamento não é impossível, dependendo das condições em que uma sociedade
se encontra como em um país como é o Brasil, que oferece escolas públicas com
programas como FNDE, Fundeb, Fundef, sendo:
Esses
recursos, se bem aplicados e fiscalizados adequadamente, com a participação dos
conselhos, no âmbito dos Estados, Distrito Federal e Municípios, poderão
constituir avanços no financiamento para as diversas etapas do ensino e
modalidades da educação. Pág. 90 — FUNDAMENTOS DE ECONOMIA PARA AS CIÊNCIAS
SOCIAIS, p 27.
Assim
também são os hospitais, que fornecem remédios gratuitos e pronto atendimento
através do SUS, os projetos habitacionais (CDHU), bolsa família, resgates de
emergências (Samu), Atende (que busca e levam os idosos ou doentes para
consultas e exames), sendo assim; se tudo isso existe e alguns desses serviços
funcionam, porque ainda existem pessoas nas condições de miséria e analfabetos?
Ficando a América do Norte com o melhor e a América latina nessa situação como
citado abaixo:
Mesmo
frente à impossibilidade de atribuir um fato único para a passagem “moderno” — “contemporâneo” na arte Brasileira, alguns
acontecimentos nos anos 1970 podem ser chaves para a leitura das zonas
fronteiriças “entre”, Nessa direção, foi lançada a pergunta: O que é nosso para
nós, essa imensa maioria de outros que reside abaixo da linha do equador? Arte
censura liberdade.20018. Pág. 80.
Se o
Estado fornece todos esses serviços, porque não funciona? Não funciona porque
falta a participação daquele cidadão que não participa da política, como
mencionado por Platão:
Todo
governo, como governo, não tem por finalidade velar pelo bem de mais ninguém,
senão do súdito de quem cuida, quer este seja uma pessoa pública ou particular.
2002 A república. Pág. 32
Sendo
essa república uma democracia, ou seja, que a população tenha que ser mais participativa,
mas não só participativa na hora de eleger um determinado candidato, tem que
ser participativo no dia a dia, cuidar e zelar pelo que é seu, da sociedade da
qual faz parte, seja na escola pública ou no hospital ou nos projetos
habitacionais, que seja igual para todos àqueles que fazem uso desse auxílio
público, como em um sistema “socialista”, onde a educação seria a maior arma
como citado por Borges:
Os
movimentos sociais sabem que as políticas públicas são formas de garantir
alguma coisa para a população, pois a sociedade capitalista, [..] utiliza-se da
educação [...] como um mecanismo social e político a seu favor para se manter
no poder, tanto no aspecto econômico como político, pois saber escolar é um ato
que ocorre no cotidiano da vida, que atua no indivíduo como verdades, valores,
princípios, que orientam sua postura social e política de cada ser humano.
(BORGES, 2007, p. 89)
A classe
que está na linha de subsistência ou abaixo dela, está dentro de um país
Democrata Republicano onde o seu cidadão tem o direito de exercer a sua
cidadania e sua democracia, mas não o fazem, é aqui que entra o MSS podendo
fazer a diferença, fazendo com que esse cidadão seja mais participativo,
alertando-o a reivindicar os seus direitos e zelar por eles, dentro de um
capitalismo, que aliena o proletariado que tem:
A
condição mais essencial para a existência e a dominação da classe burguesa é a
acumulação da riqueza nas mãos de particulares, a formação e o aumento do
capital; a condição do capital é o trabalho assalariado. O trabalho assalariado
baseia— se exclusivamente na concorrência dos operários entre si. Manifesto do
partido comunista.2002. Pág. 57.
Thomas
More já havia previsto esse mesmo pensamento, séculos passados, mas com alguns
adendos e cuidados, como aquele velho ditado “Se é melhor ensinar a pescar, ou
dar o peixe de graça?”.
De fato,
esse grande sábio havia previsto [ ] único caminho conduz a salvação pública,
isto é, a igual distribuição dos recursos. Como conseguir realizá-la onde os
bens pertencem aos particulares? [ ] Estou convencido, portanto, de que os
recursos não podem ser distribuídos de modo igual e justo, que os negócios dos
homens não podem ser geridos com equidade, se não for suprimida a propriedade privada.
Enquanto essa subsistir, a parte mais numerosa e melhor da humanidade carregará
um pesado e inevitável fardo de miséria e preocupação.
Tomas
More analisou que a Subsistência possa ser uma fábrica de vagabundos da
seguinte maneira:
Parece-me
impossível imaginar uma via satisfatória onde os bens são postos em
comum. Como produzir para a Subsistência necessária
quando qualquer um pode se esquivar do trabalho, pois ninguém estaria
pressionado pela necessidade e todos poderiam repousar preguiçosamente
confiando no empenho dos outros? Pág.. 46 — Utopia.
É
justamente essa a questão que faz toda a diferença, para analisarmos um sistema
que acredite na raça humana, lhe dando um voto de confiança e assim conseguindo
dar a ela, um equilíbrio para sua existência e que lhe traga algum tipo de
felicidade de viver ou que consiga aliviar o desespero de só sobreviver. Como a
água que é um bem necessário, que nos é dada pela natureza, porém o homem a
canalizou e a comercializa como uma mercadoria, e aqueles que não podem pagar
por ela, são excluídos do seu acesso, são excluídos de algo necessário e
essencial para a sua sobrevivência, aquele cidadão que tem o seu fornecimento
de água cortado, isso é como se fosse sentenciado a morrer de sede e
ficar sem higiene ou sem alimentação, porque para poder alimentar, também
precisa de água, caso esse não tenha alguém ou um vizinho que lhe ajude com um
pouco de água; a água e a energia elétrica são necessidades essenciais
para a subsistência de um ser ou de um indivíduo, como a internet também está
se tornando essencial, porque o estado no sentido de se soluções de problemas
ou emissão de documentos, atualmente sem internet a pessoa não consegue nem
agendar o seu atendimento, o que se faz necessário que a internet seja fornecida
ao cidadão que não pode pagar por ela, já que o Estado o obriga a usar esse
caminho esse mecanismo de um sistema. Caso isso não ocorra esse cidadão fica
cada vez mais esquecido e abandonado, sem um documento necessário para a sua
existência. Devido a esses fatos, esses três serviços se fazem necessários para
a subsistência contemporânea de um cidadão, e como suprir as necessidades? Que
sejam fornecidos gratuitamente para aqueles que precisam do estado ou que seja
criado algum programa de auxílio, como um financiamento com o estado de uma
dívida ativa registrada em um CPF, onde a pessoa não fique sem os benefícios,
mas que fique registrado o seu consumo para amortização de uma dívida futura de
alguma forma, caso esse cidadão deixe de depender da subsistência do Estado;
esse mesmo processo pode ser aplicado para os sistemas habitacionais e
assim favorecendo aquele cidadão participante da subsistência do
Estado.
A
ociosidade nesse caso pode ser um problema, porque a pessoa vai consumir.
energia, água e internet, mas como ela vai arrumar um emprego ou estudar sem
esses benefícios e conseguir subir dentro da linha de subsistência, então assim
se faz necessária esse consumo para aquele que está ocioso, para que esse
ser humano tenha tempo de pensar e analisar o que ele quer para a sua vida, por
esse motivo, que se tem que se ensinar a pescar da seguinte maneira: O
cidadão tem a sua subsistência necessária garantida pelo Estado, que lhe dá
Moradia, saúde, educação (internet e energia elétrica) , alimentação
(Água), então do que mais esse cidadão precisaria para ser feliz? Precisaria
satisfazer o seu ego, sendo dentro de uma modalidade esportiva, cultural,
intelectual, ganância ou poder, porque quando esse cidadão não tem a opção de
escolher e se agarra na primeira oportunidade que aparece, isso é chamado de
desespero, ele se agarra na primeira vara de pescar que lhe foi oferecida, para
pescar o seu próprio peixe, porém digamos que a sua pescaria, não seja tão boa
e ele só consiga fisgar peixes pequenos e cheios de espinhos ou nenhum peixe,
isso não vai satisfazer a sua fome e o que vai acontecer? Ele vai tentar pegar
um peixe maior do balde do vizinho ou pedir para o Estado que lhe dê um peixe,
porque ele não tem talento para pescar.
Se todos
só trabalham seis horas ao dia, vocês podem pensar, não se arriscaria
inevitavelmente alimentar uma penúria de produtos de primeira necessidade? Pág.
61 — Utopia
O que se
torna um desperdício de tempo, material, dinheiro e o mais importante, tirando
a oportunidade de outro, aqui a ociosidade se faz importante para que o cidadão
descubra o seu talento, o seu ofício, o ser humano não nasceu para ficar
estagnado, por mais preguiçoso que ele seja, chega um momento, que ele precisa
encontrar algo para fazer, seja criando ou desenvolvendo algo, o corpo doí se
ficar muito tempo na mesma posição, ele começa a doer e reclamar, lógico que
existem alguns seres humanos que estão mais propícios ao sedentarismo e tenham
o talento para a preguiça, porém sai mais barato um ocioso livre, do que um
ocioso que esteja encarcerado para o estado, os custos em manter um presidiário
daria para sustentar vários ociosos livres. Mas é assim que se separa os
bons pescadores dos maus pescadores, é assim que se descobre grandes talentos,
não deixando que um péssimo pescador tire a oportunidade de um grande talento,
deixando o ficar fora do barco e dessa maneira aquele talentoso pescador se
torna um péssimo padeiro ou um futuro contraventor. Essa analogia se faz
favorável tanto para o capitalismo, como para o perfil de quem precise de
subsistência, porque aquele que descobre o seu talento e faça sucesso na sua
carreira, sendo ela profissional, artística ou esportista, ele eleva a linha de
subsistência com ele, e deixa de participar dessa linha, desse auxílio se
tornando um capitalista que consegue pagar pelo próprio peixe, podendo escolher
o maior e o melhor, porque teve a oportunidade de poder escolher, sem ser
pressionado pelo desespero de sobreviver. A liberdade é o mais importante, se
imaginar que o MSS possa ser uma fábrica de ociosos, o capitalismo comprova que
é uma usina de injustiças, e é aqui que aparece o equilíbrio, um se faz
necessário ao outro, os capitalistas vão continuar pagando os seus impostos e
aqueles que venham a precisar do Estado, possa fazer um bom uso dos serviços
oferecidos, o capitalista fica livre para poder viver sem se preocupar tanto
com a desigualdade, sabendo que o dinheiro do imposto que ele pagou, está sendo
bem aplicado a seu favor e a favor da sociedade.
Por isso
é que os utopianos pensam que é necessário respeitar os acordos entre cidadãos
privados, bem como as leis do Estado, visando a uma boa distribuição dos bens
da vida que são a própria substância do prazer, seja porque um bom príncipe as
promulgou legalmente, seja porque um povo livre de toda tirania e de toda
influência dissimulada as tenha sancionado de comum acordo. Pág.. 80 — Utopia.
Ele
fecha o livro do Thomaz More, olha pela janela e percebe que já estava
amanhecendo e pensa.
— Ainda bem que não vou trabalhar hoje, hoje é
sábado, vou descansar, me empolguei e nem vi a hora passar, ele se deita e
tenta dormir, mas a sua cabeça não parava de pensar e de ter novas
ideias.
— Amor levanta, vamos tomar café juntos?
O marido
abre um olho, tentando entender onde estava, olha para ela e diz.
— Sim meu amor, vamos, só me deixa tomar um
banho.
— Posso tomar com você?
— Lógico, mas é claro que pode, aliás, deve!
Eles
entram juntos no box do banheiro e fazem amor embaixo do chuveiro.
Ele toma
café da manhã juntos e se sentam na varanda enquanto observavam o seu filho
brincar na grama, com uma xícara de café em uma das mãos e na outra o jornal.
Ele lê as notícias e comenta com a esposa.
— As notícias nunca mudam, são sempre as mesmas
notícias, Corrupção, desastre de avião, morte de algum artista famoso, futebol,
não muda, às vezes aparece uma pequena manchete de um cientista que tenha
descoberto algo que faça algum benefício para a humanidade.
A esposa
só olha para ele e não diz nada e dá de ombros.
— Preciso voltar a escrever, vou lá para o
escritório, preciso fumar um charuto e não quero te incomodar por causa do
bebê, também estou cheio de idéias é preciso fazer algo para mudar essa
humanidade, não posso ficar acomodado enquanto existem pessoas morrendo por desigualdade
social. Ele vai até o seu bar, se serve de uma pequena dose de Whisky, pega um
charuto e vai para o escritório, ele acende o charuto, dá um gole no Whisky,
pousa o copo na mesa o charuto no cinzeiro e escreve:
5.0
Metodologia desejada a ser aplicada e desenvolvida.
1. Escola
e comportamento.
A
resposta de como o cidadão possa ser ativo, é reivindicar o que é seu por
direito, vem da educação:
“Do
ponto de vista conceitual, o termo “público” significa: do relativo,
pertencente ou destinado ao povo ou à coletividade. O interesse público sempre
prevalece sobre o interesse particular e, num regime democrático, a sociedade
designa alguns representantes para fazer valer a sua vontade, compondo o
chamado setor público.” [...} O setor público é composto pelos órgãos
destinados a representar a comunidade, ou seja, o interesse público como um
todo. Supostamente, cabe a tais órgãos agirem em nome da totalidade da
população [.. ] assim, o que é público é do povo e a ele se destina, e esse
povo designa alguns representantes para a defesa de seus interesses. As
políticas resultantes dos debates são designadas “políticas públicas”, que têm
por objetivo refletir o equilíbrio dessa balança de interesses em discussão. Ao
setor público cabe implementar essas políticas, em consonância com os
interesses da sociedade que o constituiu. — Pág. 14 e 15 — Planejamento e políticas públicas de educação
Dessa
maneira, esse “público” aqui representado pelos alunos e pelos pais desses
alunos, que estejam matriculados em colégios públicos; é preciso que eles sejam
mais participativos:
Contudo,
a participação democrática ainda é um desafio para as escolas brasileiras. Isso
é notado, principalmente, na participação dos pais, uma participação
rudimentar, que ainda necessita de um tempo maior para que eles compreendam o
sentido do trabalho coletivo e para uma participação efetivamente política, já
que não têm demonstrado muita clareza das suas possibilidades e potencial de
influência na discussão dos assuntos e na tomada de decisões. Pág. 47 — Planejamento e políticas públicas de educação.
Sendo
assim mostrar que essas decisões são importantes dentro da instituição, e que é
sagrado aprender e receber tarefas, como as de limpeza do ambiente de estudo e
a sua preservação, como são aplicadas aos alunos do japão, onde os próprios
alunos limpam as escolas; para que esses alunos entendam a importância de zelar
pelo o que é seu, e que seja cobrado uma atitude parecida com as dos pais
desses mesmos alunos:
Os
edifícios que se deterioram são reparados imediatamente. Até mesmo as
degradações iminentes são prevenidas, de tal modo que com um mínimo de trabalho
as construções resistem muito tempo e os empreendedores por vezes ficam sem
trabalho. Os operários então ficam em casa preparando vigas, pedras de
alvenaria para que em caso de necessidade, uma construção possa ser concluída
mais rapidamente. Pág. 63 — Utopia.
Essa
atitude propõe uma obrigatoriedade para que contribuam com serviços auxiliares,
como serviços de manutenção predial, ou um auxílio na cozinha, na administração
e até em sala de aula, como um(a) auxiliar de professor(a), um exemplo de como
poderia ser aplicado é no desperdício de tempo que os professores perdem
fazendo a chamada de presença dos alunos, tempo precioso este que é perdido,
que ainda é feito de uma maneira arcaica, porque não foi implementado nenhum
sistema moderno de tecnologia que elimine essa tarefa do professor (no sistema
público), tarefa essa que poderia ter a ajuda de um auxiliar, seja um pai, mãe
desempregados ou de um aluno, parece absurdo, mas é um detalhe que faz
diferença, porque se for calculado o tempo que é perdido com a chamada durante
o ano letivo, percebe-se que este tempo é grande, onde o mesmo poderia ser
melhor aproveitado ensinando o aluno e melhorando a sua qualidade de ensino,
como demonstrado por Selene:
As
associações civis de cidadãos independentes, em torno de questões de interesse
público. Selene Herculano/ ONGS E MOVIMENTOS SOCIAIS: A QUESTÃO DE NOVOS
SUJEITOS POLÍTICOS PARA A SUSTENTABILIDADE.
Essa
atitude tem que ser cobrada daqueles pais que estão desempregados e até mesmo
pais que estejam empregados, cobrando uma maior participação em dia e horário
que eles possam estar disponíveis e assim possam melhorar as condições de uma
escola, sendo exercendo uma política e a sua democracia de maneira proativa
come se fosse um contrato social:
Os
movimentos que nos ligam ao corpo social só são obrigatórios por serem mútuos,
e é tal sua natureza que, respeitando-os, não é possível trabalhar para os
outros sem trabalhar também para nós. Do contrato Social — 2002— pág. 43.
Junto
dessas escola, que seja reservado uma área para menores abandonados, menores de
dez anos, porque para as crianças com mais dez anos irei explicar depois, assim
esses menores tenham onde sobreviver, se alimentando e estudando, como uma
creche, mas uma creche evoluída, e assim nunca desistindo dessas crianças,
garantindo as suas subsistência.
Para
incentivar os professores dessas instituições, se faz necessário oferecer
alguns regalos, direitos e honras, da seguinte maneira, o professor tem que ser
visto como uma figura sagrada, respeitada e sempre homenageada, os professores
têm que ser isentos de impostos, para que assim o seus honorários possam
render e serem gastos em outros benefícios para eles, que sejam isentos
de gastos com transportes públicos, como o metrô e coletivos, também junto de
toda escola deverá haver um prédio habitacional, dedicado só aos funcionários
da escola, um edifício amplo e bem planejado, que enquanto esse professor for
funcionário dessa instituição ele possa aproveitar essas instalações sem nenhum
custo para ele, todo patrocinado pelo Estado, sejam isentos de custos, além
disso, que sejam criados associações de professores , com direito a clube de férias,
para os seus dias de descanso. Assim que esse professor funcionário seja
estimulado a dar o seu melhor, sendo mais valorizado, melhor remunerado
possível, se não for monetariamente que seja por honras e direitos, tendo esses
professores uma subsistência assegurada acima de um nível superior, sendo assim
preparando melhores alunos para o futuro.
No dia 24 de junho de 2020 foi publicada a Lei nº 14.016, que dispõe sobre o combate ao desperdício de alimentos e a doação de
excedentes de alimentos para o consumo humano.
Art. 1º
Os estabelecimentos dedicados à produção e ao fornecimento de alimentos,
incluídos alimentos in natura, produtos industrializados e refeições prontas
para o consumo, ficam autorizados a doar os excedentes não comercializados e
ainda próprios para o consumo humano que atendam aos seguintes critérios:
I — Estejam dentro do prazo de validade e nas
condições de conservação especificadas pelo fabricante, quando aplicáveis;
II — Não tenham comprometidas sua integridade e a
segurança sanitária, mesmo que haja danos à sua embalagem;
III — tenham mantidas suas propriedades nutricionais
e a segurança sanitária, ainda que tenham sofrido dano parcial ou
apresentem aspecto comercialmente indesejável.
— Sr. Jorgeee, desculpa te incomodar, mas
acredito que a bolsa da dona Vera estourou.
— Bolsa, depois eu compro outra para ela.
— Não seu Jorge, a bolsa do Bebê.
— Bolsa de que bebê você está falando Maria....
— Do bebê que vai nascer, corre Maria pega a
bolsa com as coisas do bebê, que eu vou tirar o carro, não estou muito nervoso
e bebi não posso dirigir, chama o Alfredo!
— Já está tudo no carro Sr. Jorge e o Alfredo e
a Dona Vera só estão te esperando o sr..
— Mas eu não posso ir assim de roupão, ah vou
assim mesmo.
Ele
corre até o carro entrar na porta traseira.
— Oi meu amor, está tudo bem?
— Sim, não tem perigo o hospital é aqui perto e
já liguei para a ginecologista Obstetra, ela vai nos encontrar no hospital.
— Então vamos Alfredo.
— Não precisa correr Alfredo, pode ir com
cuidado. Fala a Dona Vera.
O Chover
sai com o carro com todo cuidado.
— Amor só me dá mais uma tolha, que essa já está
encharcada.
Ele a
ajuda ajustar a toalha e fica com a mão na barriga, olhando para a esposa sem
saber o que fazer.
O
Hospital era realmente muito próximo e eles chegaram rápido, a Obstetra já a
aguardava na porta do Hospital e veio recebê-la com uma Cadeira de rodas.
A Médica
leva a Dona Vera para a sala de parto, o seu Jorge fica na sala de espera
andando de um lado para o outro, ele senta não fica dois minutos sentado e se
levanta e anda de um lado para o outro, até ́que ele resolve andar pelo
hospital, ele observa como aquele hospital era bonito e muito limpo, os
funcionários , todos bem uniformizados, prestativos e educados, ele bate a mão
no bolso do roupão e encontra o seu moleskine, e pensa: — Que bom na hora certa. ele faz algumas
anotações no seu Moleskine. O alto— falante do hospital anuncia, Sr. Jorge
acompanha a esposa Vera, por favor comparecer na sala de visita dos recém
nascidos.
— Sou eu! grita ele para o funcionário que
passava por ele.
— Onde fica a sala dos recém nascidos, por
favor? Pergunta para o funcionário que o acompanha até o local.
Ele
chega em um grande aquário onde haviam vários bebês um ao lado do outro.
A
enfermeira bate no vidro e pergunta para ele através do vidro, monossilábicando
o nome dele, se ele era o Jorge.
Ele faz
que sim com a cabeça e a enfermeira aponta para uma bebê, com uma toquinha
rosa, essa é a sua filha.
Ele faz
uma joia para a enfermeira, agradece juntando as duas mãos.
— Essa é a minha pequena Sophia. Ele fica ali
olhando para ela até as pernas cansarem.
Um
funcionário vem até ele e pergunta se ele não queria esperar pela sua esposa no
quarto.
— Tem quarto?
— Sim, senhor, ninguém lhe notificou?
— Não, eu estava tão nervoso, que acho que
alguém me falou mas eu não prestei atenção.
— Ok senhor, eu posso te acompanhar até o
quarto da sua esposa.
O
funcionário o acompanhou até o quarto onde a sua esposa já estava descansando.
— Ela vai demorar um pouquinho para acordar, o
senhor quer que eu ligue a televisão ? Ou prefere acessar a
internet?
— Prefiro a internet, muito obrigado.
— Fique à vontade
— Ok!
Ele olha
para a esposa que ainda estava dormindo sobre o efeito da anestesia, observa o
quarto, se senta em frente a um computador, acessa o seu Google drive, abre uma
página de Word e começa a escrever:
2. —
Hospitais e as novas tecnologias
voltadas para a saúde.
Aquelas
pessoas que têm parentes internados ou que precisam deste ambiente para seu
benefício, a atitude tem que ser a mesma que a das escolas,
Abranches
(2003) afirma que, para alcançar a democracia e cidadania, é necessário que os
participantes estejam capacitados politicamente para esse desafio, pois, caso
contrário, apenas assumiram um discurso participativo e que na prática não se
caracteriza como uma participação efetiva. Pág. 50 — Planejamento e políticas públicas de educação.
Esse
cidadão tem que ser participativo, cuidando dos hospitais, seja na manutenção,
na cozinha, no serviço de tecnologia, recepção, auxiliando e assim não ficaria
esperando que o estado resolva tudo. Quem já acompanhou um idoso em uma
consulta, sabe o sacrifício que é para eles.
Os
doentes são os primeiros, porém, a merecer cuidados e eles são tratados em
hospitais públicos [ ] além podem-se isolar aqueles que sofrem de doenças
contagiosa [ ] Cuidados especiais e assíduos são oferecidos nesses hospitais, a
presença de médicos experientes é tão constante neles que , embora ninguém seja
obrigado a internar-se neles, não há por assim dizer ninguém em toda cidade que
não prefira, quando cai doente, receber cuidados médicos no hospital a recebê-los
na casa dele. Pág. 67 — Utopia.
Um
detalhe interessante que Thomas More faz de que “além podem-se isolar aqueles
que sofrem de doenças contagiosa” como isso é tão atual, pelo o que o mundo
passou com o Vírus Covid 19 recentemente; continuando em relação ao idosos,
mesmo existindo o Atende, que leva e traz o paciente a uma consulta marcada,
nem sempre o serviço está disponível ou dispõe atendimento para todos e assim
este paciente idoso, precisa da ajuda de um familiar ou de um vizinho para
acompanhá-lo na consulta em um hospital público, os deixando amontoados pelos
corredores lotados por pessoas que madrugam para conseguir aquela consulta e
assim, ficam ali aguardando para serem atendidos pelos mesmos médicos, que às
vezes não possuem nenhuma ferramenta adequada para um bom atendimento, porque o
computador está quebrado ou pela falta do mesmo, por falta de um serviço de
TI ou um computador que foi subtraído. Esse computador faz toda a
diferença, porque aquele médico que consegue acessar o histórico do paciente
pelo computador, não precisa de um arquivo físico do mesmo e caso o computador
estivesse ali funcionando, este médico ganharia tempo aplicando um melhor
atendimento aos seus pacientes. O uso das novas tecnologias será um grande
aliado, implementado uma rede interligada da internet entre os hospitais,
laboratórios de exames, farmácias com o computador pessoal do paciente, como já
são feitos pelos hospitais e laboratórios particulares, muitas dessas consultas
poderiam ser feitas sem que este idoso tivesse que sair de casa, a consulta
poderia ser feito através da videoconferência, como estão sendo feita na
atualidades, devido a pandemia do Covid 19, como estão sendo feitos
pelos planos de saúde privado, que criaram o atendimento via aplicativo e estão
conseguindo comprir uma demanda atendendo casos de consulta corriqueiras a
consultas emergências, encaminhado os pacientes para realizarem exames,
adiantando uma solução para o paciente, dessa forma, quando este médico possuir
os resultados desses exames de sangue ou urina, também sendo estas mesmas
amostras coletadas na residência dos idosos, evitando que saiam pelas ruas onde
podem passar mal devido estarem de jejum. Após a análise das coletas, elas
estariam disponíveis para o médico, agilizando o processo. A pressão arterial
também pode ser medida a distância como também a glicose de um diabético,
porque já existem aparelhos portáteis modernos que fazem esse aferimento. O
paciente receberia seus remédios prescritos pelo médico em casa, pois a
farmácia do SUS ou uma farmácia particular que esteja integrada com essa rede,
encaminhará os medicamentos a seu domicílio. Detalhes como esses podem fazer a
diferença, onde um cidadão que tenha o conhecimento de TI possa realizá-lo, até
a conservação destes mesmos sistemas e computadores, sendo esse cidadão mais
participativo sem precisar esperar pelo Estado.
— Oi! amor!! Você está aí? Fala a esposa
acordando.
— Oi querida, você está bem?
— Sim, estou, você já viu a Bebê?
— Sim, já fui no berçário e a enfermeira me
mostrou a Sophia.
— Sophia? Então você se decidiu mesmo por
Sophia, também gostei.
Naquele
momento a enfermeira abria a porta do quarto acompanhada por um segurança
trazendo a Sophia.
— Hora do mama mamãe. Diz a enfermeira.
A
enfermeira aperta um botão na cama que se inclina a 30 e ajuda a segurar o bebê
para amamentá- la.
O seu
Jorge só fica olhando admirando a beleza da filha.
Logo em
seguida entra a médica no quarto.
— Como está a nossa mamãe? Pergunta médica.
— Estou bem, dormi bastante.
— Ok! A médica examina Dona Vera e vira para o
Sr. Jorge fala.
— Ela está bem e o senhor está mais calmo, estou
vendo que o senhor ainda está com o roupão, o senhor se alimentou?
— Sim, estou mais calmo, e nem pensei em comida,
agora que você falou me deu fome.
— Vai para casa Jorge trocar de roupa e
descansar um pouco. Fala a esposa.
— Sim, Sr. Jorge pode ir que a sua esposa está
em boas mãos.
Ele usa
o telefone do quarto para ligar para o Alfredo enquanto olhava para a filha,
desliga o telefone, dá um beijo na esposa e volta para casa.
Ele come
algo primeiro, depois toma banho e desmaia na cama. De madrugada ele acorda
pensa na esposa e na filha e não consegue dormir mais, ele resolve pegar o
laptop e escreve:
— Projetos habitacionais, sem tetos e
urbanização social.
Pessoas
moram embaixo de pontes, porque o sistema está mais preocupado em construir
pontes do que construir casas ou conjunto habitacionais, constroem pontes para
encurtar os percursos dos carros e prolongam a dor de quem não tem um teto,
alguns carros vivem melhor do que muitas pessoas , os carros têm as suas próprias
garagens, enquanto alguns seres humanos dormem nas calçadas, o certo seria os
carros dormem nas calçadas e os sem teto nas garagens, as garagens são do
tamanho de um quarto, onde pessoas poderiam viver e se alojar tranquilamente,
mas os carros são mais importante que as pessoas, tem seguro próprio e pagam
IPVA e o morador de rua é só mais um DNA sem sorte, só esperando a sua
morte,
Por esse
motivo que o cidadão de bem precisa ter ética e atitude, precisa colocar a mão
na massa literalmente, ser ativo, ser um pedreiro ou um servente, pintor ou
cozinheira. A diferença é não esperar pelo estado. Muita coisa pode ser feita
sem a dependência do Estado, mas o povo está acomodado, eles não reivindicam os
seus direitos e não tomam atitudes, e quando reivindicam, fazem de uma maneira
precipitada com protestos mal organizados; protestar é necessário, mas que seja
de uma maneira organizada e efetiva, buscando um resultado objetivo do seu
direito de ter uma moradia. A arte é um grande aliado nesse quesito, através da
música, do poema e das artes plásticas, a arte tem o seu poder, e tem um
alcance além do horizonte não precisando usar a violência. Esse é o propósito
da arte com sociologia, e se tornam temidas, por fazer as pessoas pensarem,
mostrando de uma forma silenciosa, por um grito de liberdade ou de ajuda. Essa
arte já viu o fim de uma ditadura, essa mesma arte nos últimos trinta anos, já
presenciou o Impeachment de dois presidentes, devido o seu poder libertador, o
seu poder de expressão, o seu poder de manifestar, de indagar e mostrar a sua
indignação aos que faltaram com a ética, como disse Aristóteles:
Há duas
espécies de virtude, a intelectual e a moral. A primeira deve, em grande parte,
sua geração e crescimento ao ensino, e por isso requer experiência e tempo; ao
passo que a virtude moral é adquirida em resultado do hábito, de onde o seu
nome derivou; “Do grego ethos, e sua derivação ethiké” 2003 — Ética a Nicômaco— pág. 40.
Essa
mesma ética é o que falta, para que pessoas possam ter uma vida melhor do que a
de um automóvel, enquanto faltar ética no parlamento, os sem teto vão continuar
vendo os carros passarem pelas suas cabeças e no fim da jornada, este mesmo
automóvel vai poder descansar seguramente dentro da sua garagem, enquanto o
indigente dorme no relento ou em um barraco mal equilibrado, mal acabado e
sujo.
É
preciso existir um espaço coletivo próximo dos centros urbanos, pequenos
quartos individuais com uma cama e um lavabo, não muito grande, o suficiente
para caber uma cama, sendo um prédio não muito alto com vários quartos em um
mesmo corredor, cada um com a sua porta e sua chave, um local que integre junto
com pontos onde são servidos almoços do “Bom prato” que tenha cozinha e
banheiro com chuveiros coletivos, lavanderia coletiva, barbearia, farmácia,
tudo coordenado por um serviço social, com um espaço de confraternização amplo
a céu aberto, como uma grande praça, onde a higiene seja prioridade, para que o
bem estar seja coletivo, que seja um endereço conhecido, para que os
voluntários possam saber onde entregar as suas doações.
Usuários
de droga, como os da Cracolândia do centro de São Paulo, seriam encaminhados
para hospitais psiquiátricos, devendo ser tratados como doentes mentais, porque
eles precisam de ajuda e da forma como eles vivem naquela região da cracolândia
é desumano, eles são um perigo para a sociedade, colocando as próprias vida em
perigo e as de outros cidadãos, deixando as pessoas temerosas de passearem pelo
centro.
Manter o
habitar na dimensão humana, que é o contato direto entre as pessoas. Um estudo
feito na Universidade de Harvard, em 2001, concluiu que, quanto mais fortes são
os laços sociais entre as pessoas de uma comunidade, maior é a qualidade de
vida e o nível de satisfação. Tive a oportunidade de conhecer, em Paris, um bairro
que foi construído no fim da Segunda Guerra. Na rua que me mostraram havia
prédios de quatro andares, de um lado, e de 12, do outro. O grupo que prestava
assessoria técnica à periferia de Paris constatou que a vida dos que moravam
nos edifícios mais baixos (onde foram criados espaços comunitários como áreas
de recreação e clube de idosos) era muito melhor que a dos que moravam nos
apartamentos mais altos (onde não havia nenhuma iniciativa para agregar seus
moradores). Pág. 204. — Camacho, Prof.
Adilson Rodrigues. — Sociologia Rural e
Urbana.
O centro
da cidade deve ser revitalizado com prédios modernos de conjunto habitacionais,
escolas e hospitais públicos, equilibrar e trazer o cidadão para o centro,
desafogando as periferias, para que possa ser revitalizada como novos conjuntos
habitacionais em áreas que foram invadidas. Outro exemplo de mudança
necessária, seria no Rio de Janeiro, que é visto como o Cartão postal do
Brasil, representado pelo Cristo Redentor localizada
no topo do morro do Corcovado, e também pelas comunidades (favelas)
nos outros morros em torno do Rio de Janeiro, é essa a imagem que queremos do
Brasil? Uma mudança se faz necessária para mudar essa paisagem, uma grande
mudança, complexa e radical, devido a sua magnitude, então pensamos e
imaginamos um cenário como o das Ilhas Gregas em Santorini Grécia, com o seu
cenário no alto dos morros com os seus restaurantes, hotéis e residências,
todos com as suas arquiteturas pintadas de branco, agora imaginamos algo
parecido para o Rio de Janeiro em torno de todas as comunidades que são
visíveis da orla, não que seja uma maquiagem, deixando o restante como cenários
vazios, onde só a fachada é alterada e o restante continuaria falso, projetos
arquitetônicos, de prédios que vistos do horizonte lembram a forma de escadas,
com varandas uma sobre as outras acompanhando e contornando o morro, varandas
essas que fazem menção a cultura e a tradição das festas (churrasco) de Lages
no Rio de janeiro, projetos adequados e com belas fachadas, fossem feitas como
um efeito cascata, até chegar na última peça ou barraco, pensando no coletivo
como Roberto Pompéia do projeto da USP (LabHab) nos narra na sua experiência:
Quando
era estudante de arquitetura, Roberto Pompéia ouviu de um dono de construtora
uma frase que jamais esqueceria: “É um absurdo pensar em se dedicar aos pobres,
pois os pobres não têm como te pagar”. A sentença surtiu efeito contrário.
Roberto tornou-se um representante da arquitetura popular no Brasil. Foi
integrante do Laboratório de Habitação da Unicamp (LabHab), que se especializou
em projetar mutirões para erguer casas na periferia, durante 13 anos. Quando o
Laboratório foi extinto, em 1999, trabalhou sozinho para terminar um mutirão no
sul de Minas Gerais. Ao todo foram mais de 15 comunidades em estados como
Alagoas, São Paulo e Rio Grande do Sul. Roberto acaba de defender, na USP, a
tese de doutorado em que conta a história do LabHab e dos mutirões em que
esteve envolvido. “A vivência nas favelas e na periferia me trouxe a certeza de
que a preservação e a qualidade do espaço público dependem de uma identidade
coletiva que zela pelo seu lugar”, diz. E para se criar essa identidade
coletiva é preciso antes voltar os olhos para a história de cada morador. Pág.
202. Camacho, Prof. Adilson Rodrigues. — Sociologia Rural e Urbana.
Esse
cenário mudaria para melhor o cartão postal do Brasil, mudaria a má impressão
de um turismo violento, para um local de turismo seguro, causando uma mudança
no ramo de atividade dos próprios moradores do morro, da seguinte maneira: o
traficante devido ao seu filling de comerciante, passaria a ser proprietário de
algum ponto comercial, como um restaurante ou um hotel e o seus capangas
“funcionários” seriam garçons, concierge, etc., consequentemente trazendo uma mudança
social e econômica para toda as comunidade, de uma forma organizada, pensada e
voltada para a vida, para que o ser humano tenha a sua subsistência pensada e
adequada, descobrindo a sua importância como cidadão, e também usando a
ecologia a favor dessa moradia, onde os projetos habitacionais também façam o
uso de energias renováveis, como a energia solar, a reutilização da água da
chuva e do esgoto, o que acarretará em uma diluição nos gastos de consumo desse
cidadão, podendo ter a sua subsistência de consumo de energia e abastecimento
de água garantida e ecologicamente correta, sendo um exemplo e trazendo
turismo e empregos para esses cidadãos, podendo também ser aplicado para outras
cidades, que possuam comunidades em morros que são avistados da orla, como é o
caso da cidade do Guarujá em São Paulo e Fortaleza no Ceara, dentre
outras cidades.
A
campainha tocou a Maria foi atender, eram dois meninos pedindo para falar com o
Sr. Jorge.
— Sr. Jorge tem dois meninos querendo falar com
o Senhor aí na porta.
— Comigo, duas crianças?
— Sim, parece que eles são filhos do homem do
acidente.
Seu
Jorge deu um pulo, correu até o protão, quando ele abriu o portão ele
reconheceu o menino que estava no dia do acidente, o menino olhou para ele e
demorou a pronunciar uma palavra.
— O que posso te ajudar menino, terei a honra de
poder fazer qualquer coisa por você.
— Desculpa incomodar moço, mas a sua mulher,
falou se precisássemos de algo era para vir aqui ou ligar, como nós não temos
telefone decidimos vir andando até aqui.
— Claro, mas o que eu posso te ajudar?
— A minha mãe é orgulhosa e não queria aceitar a
ajuda do senhor e da sua mulher, mas a sua esposa deixou o seu endereço comigo,
a minha mãe está para dar cria, ele está com muita dor, então eu resolvi vir
pedir ajuda de vocês.
— Fez muito bem, onde ela está agora?
— Está lá em casa.
— E onde você mora?
— Depois do Rio.
— Você não sabe o endereço?
— Só sei que fica próxima da Avenida Água
Espraiada.
— Ok, e como a sua mãe está?
— Ela estava gritando muito de dor.
— Vou chamar uma ambulância, Maria chama o
Alfredo urgente enquanto eu ligo para a ambulância.
O
Alfredo chega com o carro, ele pede para os meninos entrarem no carro enquanto
ele falava com o resgate, pedindo para eles se encontrarem na agua
espraiada.
O
Alfredo arranca com o carro e encontra com a ambulância parada na água
espraiada ele buzina para a ambulância e pede para que ela o seguisse, os
meninos vão explicando como chegar na casa deles, eles chegam o local o sr.
Jorge corre para dentro do barraco os bombeiros correm juntos carregando uma
maca.
A Dona
Fatima estava caída no chão em um possa de água.
— A bolsa estourou gritou o Sr. Jorge.
Os
bombeiros a colocaram na maca e colocaram uma máscara de oxigênio nela.
— Levem-na para o Hospital neste endereço, eu
vou pagar por tudo, só a deixe nesse hospital por favor, pode falar o meu nome
e falar que a minha esposa está neste quarto também, estarei indo logo
depois.
O
Bombeiros a colocam na ambulância e saem em disparada para o mesmo hospital
onde estava a esposa do Sr. Jorge.
Sr.
Jorge olha para as crianças dentro do barraco e pensa:
— Eu não posso deixa-los aqui sozinhos, nesse
lugar, nem sei se posso chamar isso de casa. Ele olha a situação daquela
família, se sente mal, por lembrar do acidente o que os deixou mais
desamparados.
— Vamos lá para casa, vou deixar você com a
Maria até tudo se normalizar, eu pego o bebê e vocês levam os seus outros dois
irmãos para o carro. Ele deixa as crianças aos cuidados da Maria e vai para o
Hospital.
— Oi marido, nossa que cara é essa?
— Nem te conto o que está acontecendo.
— O que é?
— Sabe a mulher do senhor do acidente que estava
grávida?
— Sim, o que tem?
— Os filhos dela bateram lá em casa pedindo por
ajuda, que ela está parindo e que estava com muita, dor, foi uma correria e
pedi para trazerem ela para cá.
— Você fez isso? Que bom, ela não queria a nossa
ajuda, e como ela está?
— Ainda não sei, tenho que ir lá na recepção
avisar que vou pagar por tudo pelos serviços prestados e que quero que façam o
melhor para ela, cadê a Sophia?
— Está lá no berçário.
— Vou lá vê-la.
Ele vai
até o berçário e avista a Sophia deitada no seu berço, ao lado dela havia um
novo bebê, ele pensa. — Esse bebê deve
de ser o bebê da senhora que mandei vir para cá. Ele vai até a recepção e
acerta tudo o que teria que pagar para a senhora e volta para o quarto da
esposa.
— E aí querido, você conseguiu ver a filhota e
resolver o caso da senhora?
— Sim, mas agora estou pensando o que faço, se
devo ir lá no quarto dela?
— Vamos eu vou com você.
— Mas você, já pode andar?
— Sim a médica só pediu para ir devagar.
Eles vão
juntos até o quarto da senhora, eles batem na porta ninguém responde, eles
abrem a porta e olham dentro do quarto, eles se deparam com a dona Fátima
olhando para eles.
— Podemos entrar?
A mulher
não responde nada.
— Eu vim só avisar que os filhos da senhora
estão lá em casa e que vou pagar por tudo pelo atendimento da senhora.
— Eu falei que não queria a ajuda de vocês! Grita
a mulher.
— Desculpa, mas era questão de vida ou morte.
— De morte você entende bem. Diz a mulher e se
cala.
O seu
Jorge e a dona Vera se olham e ficam sem saber o que fazer e vão saindo do
quarto.
— E agora marido, ela não quer a nossa ajuda de
jeito nenhum, o que vamos fazer?
— Mulher deixa na mão do destino.
— E agora o que faço a Maria está lá em casa com
os filhos dela, precisa ir ajuda— la.
— Vai lá que eu estou bem, te amo.
— Também te amo.
Maria
estava servindo o almoço para as crianças, ela segurava o bebê no colo e as
outras estavam todas ao redor da mesa, incluindo o filho do Sr. Jorge que
sorria, Ele nunca havia visto o filho tão feliz, eles brincavam um com os
outros e comiam com vontade, até a cachorrinha estava agitada querendo participar
e brincar, depois do almoço todos correram para o quintal. A Maria os adverte
para que não entrassem na piscina pois haviam acabado de almoçar, até a Maria
estava feliz, parecia estar gostando de ter todas aquelas crianças ali ao seu
redor, eles brincavam de pega a pega, O Sr. Jorge imaginou se todas aquelas
crianças fossem seus filhos.
— Essa casa é tão grande, tem tanto espaço, a
alegria dessas crianças preencheu o que faltava, poderia sugerir para a mãe
deles vir morar aqui, mas ela nunca aceitaria, ele está com um ódio mortal de
mim, que pena, que acidente maldito que tinha que acontecer, por isso que se
chama acidente, ninguém escolhe ou espera que isso aconteça, uma pequena
imprudência e é fatal, mas e agora? O que vai ser dessas crianças? Eu poderia
tanto ajuda— las, mas a mãe deles é orgulhosa, só me deixou leva— la para o
hospital, porque estava inconsciente, caso contrário teria negado a minha
ajuda, vamos ver o que o destino nos aguarda.
Sem ter
muito o que fazer ali, ele percebe que as crianças estavam a vontade e que só
ficavam um pouco repreensiva quando chegavam perto dele ou com a sua,
então ele resolve deixa— las mais a vontade e sobe para o escritório, ele pega
as suas anotações enquanto o computador ligava, se ajeita na mesa e assim que a
tela fica pronta pra usar ele digita:
5.4 — Forças armadas e segurança pública.
A
participação das forças armadas também se faz necessária na questão da
violência urbana, o próprio exército teria uma participação muito importante
dentro do MSS, sendo que o serviço militar é obrigatório para todos aqueles que
completam 18 anos e a maioria desses recrutas são estudantes ou trabalhadores
de todas as classes, que precisam parar as suas vidas para servirem a forças
armadas, Exército, Marinha ou Aeronáutica, deixando os ociosos mais
ociosos.
De fato
[ ] pela mesma ilusão que leva vocês a sustentar aqui tantos servos na
ociosidade [ ] o Estado assegura sua estabilidade mantendo um sólido exército
composto, sobretudo, de veteranos porque não se tem qualquer confiança nos
recrutas [ ] e que os braços e a coragem adormecem na ociosidade. Pág. 24 e 25 —
Utopia.
Imaginamos
que esses recrutas fossem substituídos por delinquentes que cometessem
crimes leves e no lugar de serem encaminhados para a Fundação casa ou algum
tipo de reclusão, ficariam sobre a responsabilidade das forças armadas,
da seguinte maneira: toda criança a partir dos 10 anos e até se tornar adulta
ao completar 21 anos, que fosse flagrado cometendo algum ato ilícito,
deveria servir as forças armadas, estudando em um colégio militar e aprendendo
a respeitar a uma hierarquia dentro do sistema militar, para aprender a
obedecer a um sistema que mudaria sua vida de delinquente, transformando-o em
um homem preparado para a sociedade, impedindo que sejam aliciados por
traficantes ou deixados ao acaso, assim liberando os cidadãos de bem de pararem
as suas vidas para servir a pátria, dessa maneira fazendo um melhor uso do
dinheiro do Estado, fortalecendo o exército e produzindo melhores cidadãos,
aproveitando aqueles soldados com os melhores resultados, depois de ser
comprovado a sua recuperação e demonstrar ter se tornado um bom cidadão, para
que seja contratado e que participe do grupo da polícia Militar, que seja uma
obrigatoriedade, que todos os cândidos a se candidatar para o grupo da polícia
militar, só possa ser feito por aqueles que serviram as forças armadas, dessa
maneira dando continuidade de integração social desses cidadãos, dentre as
opções essa seria só uma delas, porque eles aprenderiam diversas profissões
dentro das forças armadas, para depois servir a sociedade com dignidade e uma
carreira profissional, e assim diminuindo a violência ou fazendo uso dela a
favor como Thomas more descreve:
— Seria o mesmo que dizer, repliquei então, que
se deve, por amor da guerra, proteger os ladrões porque deles haveria tantos
quantos poderiam ser soldados. Com efeito, se os bandidos não são menos
corajosos que os soldados, os soldados não são menos ousados que os ladrões,
também é a semelhança entre dois ofícios. Pág. 24 — utopia
Já
estava de noite e o telefone tocou.
— Sr. Jorge o hospital ligou e falou que a dona
Vera vai ter alta amanhã cedo.
— Obrigado Maria.
Na manhã
seguinte seu Jorge chega em casa trazendo a Esposa e a Sophia no colo, o Bebê estava
toda vestida de vermelho.
A Maria
vem ao seu encontro.
— Deixa eu pega-la, deixa eu ver essa belezura.
— Ah!! Que linda! Parece muito com o Senhor, mas
tem os olhos da mãe.
Dona
Fátima ri e o Sr. Jorge fica todo orgulhoso.
As
crianças vêm ver o bebê, só o irmãozinho dela que fica de longe e não se
aproxima.
— Vem ver a sua irmã Thiago!
O menino
não se move por um tempo, se vira e sai correndo.
— Oxxi! o que deu nele?
— Não sei Maria, mas acho que ficou com ciúmes.
Responde a Vera.
O seu
Jorge estava tão empolgado com a chegada da filha que não dá importância para a
atitude do filho.
O dia
foi todo dedicado a Sophia, eles deram banho nela, amamentaram, trocaram de
roupa muitas vezes, ela parecia um brinquedo para eles, uma bonequinha.
A noite
a senhora Vera dá de mamá para a menina, e se sente muito cansada e diz.
— Amor estou exausta, eu acabei de amamenta-la e
ela pode gorfar, e é perigoso, você dá uma olhada nela enquanto descanso,
— Sim claro, é lógico, me dá ela aqui, Sr. Jorge
a pega no colo e fica caminhando balançando-a.
— Não balança muito ela, se não ela vomita.
Sr.
Jorge concorda balançando a cabeça, ele pega o seu laptop, percebe que a noite
iria ser longa vai até o quarto do bebê, fica a segurando por um tempo
namorando a filha, ele a coloca no berço e se ajeita na cômoda ao lado do
berço, sem tirar os olhos do bebê, ele abre o laptop e digita:
5.5 — Ecologia e oportunidade.
O MSS
também se preocupara com a ecologia, nas obras produzidas pelos artistas, temas
ecológicos serão abordados a respeito da preocupação com a camada de ozônio, em
defesa do clima, da natureza e dos animais, como a a obra abaixo do
artista Dib intitulada “Oil Slave”:
Figura
02
Também
será proposto para que nos projetos habitacionais, sejam cumpridas exigências
ecológicas, como o uso de energia solar e eólica, a reutilização da água da
chuva e da água do esgoto, mostrar a importância da reciclagem, a reutilização
de matérias primas que são despejadas diretamente na natureza e que podem
favorecer a subsistência desses cidadãos, prevenindo um desastre
ecológico, conscientizando para um descarte consciente que não prejudique o
solo e diminuindo espaços que são designados ao descarte do lixo de uma cidade,
disponibilizando depósitos e setores de reciclagem rentáveis e ecologicamente
corretos, seja usando mão de obra humana ou de maquinas e assim usando as
novas tecnologias a favor do meio ambiente e favorecendo com a subsistência do
cidadão , diminuindo os seus gastos com tarifas ou cobranças de consumos, favorecendo
a economia desse cidadão, da natureza e do Estado.
O bebê
chora. Sr. Jorge a pega ano colo, logo em seguida entram no quarto a Maria e a
dona Vera.
— Ela deve de estar com fome. Diz a Vera.
— A menina mama e continua chorando.
— Deve de ser a frauda. Diz a Maria, já
separando uma frauda limpa.
O Sr.
Jorge se aventura a trocar a frauda, ele tira o laptop de lado e coloca a
menina na cômoda onde estava digitando, tira a roupinha dela, puxa as fitas que
prendiam a frauda e solta um.
— Nossaaa! — O que foi isso!
A Dona
Vera e a Maria o ajudam e ele consegue trocar a frauda com sucesso.
— Pronto! Já posso dizer que troquei a frauda da
minha filha. Diz ele todo orgulhoso.
— Deixa eu fazê-la dormir agora, vai se deitar,
que depois que ela dormir a gente coloca a babá eletrônica para monitorar
ela.
Sr.
Jorge fica preocupado e sai de costa do quarto.
Na manhã
seguinte todos já estavam a mesa do café da manhã, era um falatório só, as
crianças estavam agitadas, Dona Vera tentava fazer a bebê parar de chorar no
colo, Sr. Jorge se senta na ponta da mesa e olha toda aquela gente na mesa e
pensa.
— Não sei se me acostumaria com isso, a paz
acabou das manhãs tranquilas, seria muito bom ter uma família grande assim, mas
isso dá um trabalho.
As
crianças terminam o seu café e correm para jogar vídeo game na sala, a Dona
Vera e a Maria sobem para dar banho no bebê, Sr. Jorge sem saber o que fazer,
pega o laptop se senta na varanda, se ajeita e digita:
Preocupação
com o uso das novas tecnologias e o desemprego.
As novas tecnologias serão a solução para uma nova sociedade que
terá a sua subsistência garantida pelos robôs subdesenvolvidos as favor do
benefício humano, porque os empregos que hoje conhecemos estão com os dias
contados, aquele chão de fábrica, onde a mão de obra humana era
necessária, não vai mais existir, o que provocaria um desemprego generalizado,
isso é fato e o caos estaria instaurado na sociedade, se não for tomada
uma atitude sobre essa situação, as empresas irão continuar lucrando cada vez
mais, a mais valia que antes era medida pelo lucro da mão humana, entre um
acordo do funcionário com o pratão, também não vai mais existir e assim as
empresas vão ter lucro com a produção robótica e também com a economia dos
impostos e benéficos que deixarão de pagar: como Fins e Confins, plano de
saúde, tickets alimentícios, INSS, etc., o lucro dos empresários só aumentará,
só com a quantidade de impostos e benefícios que deixaram de pagar, devido a
essa economia, pode ser criada um novo imposto para a Subsistência daqueles
trabalhadores que perderam os seus empregos para as novas tecnologia, dessa
maneira a máquina trabalha a favor do cidadão favorecendo a sua
subsistência, garantida pela produção das maquinas, a subsistência não virá só
dos impostos cobrados das empresas, novas tecnologias serão usadas em uma
agricultura pública que garantirá o alimento na mesa do cidadão, robôs vão ser
a solução e não o problema, a população cresce a cada dia e os números de
empregos são limitados, sendo assim: os robôs irão garantir a subsistência
humana , enquanto esses seres humanos, produzem cultura, praticam esportes ou
só aproveitam a vida, com o auxílio dos robôs, o capital de giro será afetado,
mas ainda será mantido por um novo sistema capitalista, virtuais ou de trocas,
como Bit coins, onde o que for produzido culturalmente pela mão de obra humana,
como pinturas , composições musicais, artesanato, livros, etc. será convertido
para um renda monetária virtual, que irá garantir a subsistência melhorada,
para aquele cidadão capitalista, esse capitalismo ainda irá existir, mas será
diferenciado, não como status , mas sim com títulos ou garantias diferenciadas
de bem estar e moradia, o cidadão capitalista não ficara estagiando, pode ser
diferenciado do cidadão que depende da subsistência total que não produz nada,
ficando na ociosidade, diferente do cidadão Capitalista, que já não será mais
ameaçado com violência pelo cidadão desempregado, porque aquele valor que antes
era furtado, como dinheiro e bens de valor, não serão mais comercializado como
antes, o que terá valor, será sem valor diferente do sentido monetário, porque
essa nova sociedade será mais justa, sem violência, por ter a sua subsistência
garantida por maquinas, que produzem comida, geram valores depositados pelos
impostos pagos pelas fabricas, vão garantir dentro de um lar a rotina de
cama, mesa e banho, cuidando de crianças, idosos e doentes, essas novas
tecnologias também será usada na construção civil, produzindo projetos
habitacionais em uma escala necessária para sanar a demanda necessária da
população desejada, dessa maneira as maquinas irão garantir, Habitação, saúde,
educação, alimentação, energia, e todas as subsistências necessárias para que o
ser humano, esteja livre para viver e fazer o que quiser, aquela tão sonhada
liberdade, felicidade e assim evitando o caos.
Dona Vera se senta ao lado dele na varanda.
— Cadê a bebê? Pergunta ele.
— Está com a Maria, ela está
olhando os dois bebês. Responde ela
— Estava precisando ficar com o
meu marido um pouco, como está o seu projeto.
— Estou desenvolvendo, não sei se
estou certo, mas estou colocando as ideias no “papel”. Ele faz com as mãos
entre aspas no ar.
Ela ri e pega na mão dele, que para de digitar por um momento e ficam
olhando a paisagem e curtindo o silêncio que logo é interrompido pela gritaria
das crianças que passam correndo na direção da piscina.
— Imaginou se eles fossem todos
os nossos filhos?
O Sr. Jorge grita para a criança menor não entrar na parte mais funda da
piscina, o irmão mais velho pega a criança pelo braço e o coloca na parte rasa,
Sr. Jorge faz um sinal de positivo para ele.
— O que você estava dizendo, se
essas crianças fossem todos os nossos filhos?
— Já estaríamos loucos.
Os dois riem.
— Acho que vou fazer um churrasco,
o que você acha?
— Boa ideia, vou pedir para a
Maria tirar a carne do Freezer.
Eles passam o dia como uma família, churrasco, doces, fazem a
festa.
As crianças estavam exaustas e dormem profundamente.
A Dona Vera coloca a Bebê no berço e vai para a cama.
— Eu vou só escrever um detalhe e
vou dormir também.
Dona Vera já estava dormindo, ele olha para ela, olha para a pequena
tela da Babá eletrônica que monitorava a criança, estava tudo ok, ele abre o
lap top e digita:
Problematização,
pensamento crítico e político.
Abordaremos
questões polémicas, como a “pena de morte”, onde uma parcela da opinião
pública, são a favor e outra parcela não.
Deus
proibiu matar e nós hesitamos tão pouco em matar por qualquer insignificância
de dinheiro roubado! Pág. 29 — Utopia.
Falar de
pena de Morte é como brincar de Deus, o homem mata usando formas mecânicas e
químicas, mas também cria vidas sintéticas, como é o caso da ovelha Doly, o ser
humano já tem o poder de mudar o DNA de algo que a natureza criou, mudando a
sua genética e criando novas formas. Então a questão aqui é não desperdiçar
vidas e buscar soluções científicas na busca de curas de doenças e soluções
para a humanidade. O assunto será dividido em questões como essas, para que
reflitam de que não se trata só de uma questão de opinião e que é preciso
abordar e discutir com muito cuidado, porque no Brasil não existe pena de
morte, então imaginamos que se existisse e um assassino que fosse julgado e
condenado, se tratando de um assino cruel, como um assassino de aluguel,
psicopata, Serial Killer, etc., diferente de um crime cometido por
uma pessoa que tirou a vida de uma só pessoa, para que não ocorra injustiça,
resumindo que a pena de morte fosse para pessoas que cometeram diversos crimes,
assim não ocorreria a possibilidade de um inocente ser executado, e somente os
que fossem comprovados por crimes bárbaros com uma continuidade, esse sujeitos
depois de julgados e condenados, em vez desse mesmo ir para o corredor da
morte, esse assassino que era um cidadão perderia o seu direito de cidadania e
ficaria a disposição da ciência, da seguinte maneira: seria uma “cobaia humana”
onde seria feito diversas experiências com ele, a favor da sociedade, sendo
essas experiências podendo ser patrocinadas por laboratórios particulares, não
desperdiçando vidas, servindo como exemplos para educar gerações futuras, como
citado abaixo:
Contra
ladrão são decretadas penas duras e terríveis quando seria melhor proporcionar-lhes
meios de Subsistência, a fim de que ninguém se visse na
cruel necessidade de roubar primeiro e a seguir ser enforcado. Pág. 23 — Utopia — Thomas More.
Essa
problemática arremete a um ato de crueldade e esse tipo de pensamento fará com
que o participante do movimento analise situações complexas e necessárias.
É apenas uma suposição sobre um tema muito polémico, cruel, mas é necessária de
uma realidade.
O
que fazer com os assassinos? Seria uma dúvida possivelmente levantada, tendo em
conta que a violência é uma eterna brincadeira de polícia e ladrão. E quem é
mais cruel, o bandido ou o sistema? Por isso a necessidade de cuidar do cidadão
antes que ele se torne um contraventor.
Se vocês
não remediam esses males, é totalmente em vão se vangloriar da maneira pela
qual vocês reprimem o roubo. É mais ilusório que justa e eficaz. Com efeito,
vocês educam de modo errôneo e estragam paulatinamente por crimes dos quais
trazem, desde seus primeiros anos, a promessa assegurada. O que vocês fazem,
pergunto, senão fabricar os ladrões que depois vocês enforcam? Pág. 28 — Utopia.
Esses
são meus argumentos contra a legitimidade da pena. Creio que ninguém ignora tão
absurdo e mesmo quão perigoso é para o Estado infligir a mesma pena ao ladrão e
ao assassino. Pág. 30 — Utopia.
O
pensamento é que o cidadão e o estado tenham atitudes responsáveis, assegurando
a educação das novas gerações, por políticas de controles necessários,
para que não deixem que as suas crianças se tornem criminosos, cobrando do
estado soluções, sem que deixem de atuar no funcionamento do sistema só esperando
ajuda do Estado, precisando ser o seu próprio sistema de governo, pensando
como anarquista em um determinado momento, acreditando que o Estado não
exista, e assim os deixando por conta própria onde é percebido que é preciso
pescar seu próprio peixe, como pensou Maquiavel:
Quando
os estados que são conquistados [] estão acostumados a viver sob as suas
próprias leis e em liberdade, para mantê— los há três modos: o primeiro arruína—
los; o outro, ir morar lá pessoalmente; o terceiro, deixá— los viver com suas
leis, extraindo— lhes um tributo e criando ali um estado de poucos. 2018. O
príncipe — pág. 68.
Quantos
são aqueles que não conseguem pescar os próprios peixes, como os idosos e as
crianças? Em alguns casos, tanto os idosos quanto as crianças são considerados
incapazes.
Mas que
ainda restava preocupar— se oficialmente daqueles que a doença ou a velhice
jogam na indigência e os tornam incapazes de qualquer trabalho para prover a
seu sustento. [ ] De minha parte proponho que se vote uma lei para distribuir
todos esses pobres entre conventos beneditinos, onde são mantidos como irmãos
leigos. Quanto as mulheres, ordeno que se tornem freiras. Pág. 34 — Utopia.
Os
idosos fariam parte de um sistema integrado usando as novas tecnologias
juntamente com uma faculdade de medicina, hospitais e asilos, tendo um
tratamento especial, porque uma sociedade que não respeita seus idosos, não
respeita a sua própria história e não respeita sua própria cultura. As crianças
seriam beneficiadas, caso o que foi citado funcionasse. A educação de uma
criança pode ser a consequência do futuro, sendo ela a maior arma e o principal
elemento para o futuro desse movimento. A questão aqui não é só política, é um
tema necessário para que não aconteça um caos, como já é sabido as novas
tecnologias estão aí, tirando o trabalho de muitos cidadãos, o proletariado
está sendo substituído por robôs,
Há
muitos estudiosos que querem entender a importância do lazer em nossas vidas.
Estes, como Joffre Dumazedier (1999) e Georges Friedmann (1973), concluíram que
o avanço da produtividade industrial propiciado pela inserção da tecnologia no
processo produtivo, reduzindo a carga horária semanal, e a introdução da
informática na prestação de serviços conjugadas com a reestruturação
organizacional contribuem para a ampliação do tempo de lazer e a redução da
centralidade do trabalho na sociedade capitalista, levando o trabalhador a ter
o direito à preguiça, segundo Lafargue (1999). Seria interessante se a
introdução de tecnologia não viesse acompanhada de perdas de postos de
trabalho. Pág. 152 — Sociologia do
trabalho
seres
não vivos e os vivos estão sendo descartados, esse descarte pode virar um caos
e para que esse caos não aconteça é preciso uma atitude de se antecipar a esse
caos, usando as novas tecnologias a favor da humanidade, fazendo com que essas
maquinas trabalhem para a sociedade e não ao contrário, fazendo com que
maquinas produzam, moradias, escolaridade, segurança e alimento para os seres
humanos, os deixando em um ócio necessário:
Um
desses fatores é a atual revolução digital, que tem responsabilidade direta na
grande parcela de trabalhadores que estão obtendo reajustes salariais
decrescentes. Dessa forma fica, então, a dúvida: como os jovens terão trabalho
e renda suficientes para uma vida digna nas sociedades cujas crises promovem
baixo crescimento, enfraquecendo o poder do Estado que, com pouco emprego,
arrecada pouco e pouco pode amparar? Pág. 156 — Sociologia do trabalho.
Sendo
assim como diz aquele velho ditado: “mente vazia oficina do diabo”; O MSS se
faz necessário para que esse vazio não prevaleça e assim evitar que um caos
aconteça.
O bebê
emite um som e a babá eletrônica captura o som que propaga no quarto dos pais,
seu Jorge vai conferir, mas a dona vera já estava em pé indo verificar.
— Nossa! De onde você veio?
— Intuição de mãe.
Eles
trocam a fralda, alimentam a criança.
— Já está quase amanhecendo, hoje preciso ir
trabalhar, vou dormir um pouquinho.
O Sr.
Jorge chega no trabalho, a sua secretária lhe entrega um envelope onde havia um
endereço escrito em japonês, ele deduz que deveria de ser o projeto dos
Japoneses, ele abre o envelope, analisa e diz.
— Muito bom, agora é só começar a resolver o
jurídico e começar a produzir, quem tem boas intenções, colhe bons frutos, um
projeto pronto agora me deixa concluir o outro:
Ele
digita:
Conclusão
O
Movimento Sociocultural de Subsistência é uma revolução que não faz nenhum uso
de arma, é manifestada através da arte, essa que é a sua maior arma, a sua
maior força, esse manifesto visa uma mudança ética, almejando aquilo que pode
ser mudado ou melhorado, fazendo valer os seus direitos, garantidos na 5º e 6º
emendas da constituição brasileira, questionando por uma melhor gestão dos
programas sociais já existentes, almejando uma evolução do cidadão brasileiro e
uma mudança do seu comportamento, para que se pratique um mínimo de política,
que seja através da arte ou de uma atitude política ativa dentro de uma
sociedade ou de uma comunidade.
A
preocupação deste movimento é que não exista ninguém abaixo da linha de
subsistência, como previsto na constituição, que projetos sociais voltados para
a miséria, educação, saúde e habitação sejam melhores administrados, com
valores éticos para seja alcançada uma sociedade adequada. O significado dessa
preocupação não quer dizer que os participantes desse movimento ou desse
sistema, permaneçam estagnados na mesma posição social. A linha de subsistência
tende a subir e chegar a níveis mais elevados, dependendo da evolução da
população. Quanto melhor a vida de uma nação, mais alto fica a linha de
subsistência, assim essa palavra perde o seu primeiro significado e se torna um
sistema social e cultural, onde é percebido que mesmo dentro de uma república
democrática, possam existir dois sistemas: um Capitalista e outro socialista.
Aquele
que depende do Estado terá um tratamento igual para as suas necessidades como
em um sistema Socialista, a escola, o hospital, a moradia, serão iguais para
todos, com o seu devido funcionamento, mas isso não quer dizer que esse
sistema seja apenas voltada para a classe necessitada dos serviços sociais,
porque quando estamos cuidando dos menos favorecidos, automaticamente estamos
favorecendo o sistema capitalista evitando assim um Caos Social, antecipando um
problema e cuidando daqueles que estavam na linha da miséria, possam
evoluírem com a educação, com a moradia e com uma alimentação adequada e
com uma boa saúde, consequentemente a segurança melhoraria, diminuindo
assim a violência, porque aqueles que antes cometiam atos de violência por não
ter onde morar e não ter o que comer, percebem que que não é mais preciso
recorrer a atos ilícitos, buscando assim uma sobrevivência dentro de uma
subsistência, lógico que nem todos fazem parte dessa estatística, ainda irá existir
aqueles ambiciosos que almejam alcançar o status da elite usando a força, mas
uma grande parcela será significativa de pessoas que terão um endereço,
saindo das favelas, porque o que favorece um criminoso é não ter um endereço e
dessa maneira, muitos criminosos se escondem dentro de comunidades, que é de
onde vem a má fama da favela, onde grande parte dessas comunidades são formadas
por pessoas trabalhadoras que são pré-julgadas devido a sua condição social
naquele momento. Moradores da região do Morumbi, estão com um projeto de
construírem um imenso muro, para esconder a favela do Paraisópolis, separando-a
do da região nobre, como se isso iria resolver essa situação, o dinheiro que
fosse gasto com esse muro , já seria uma parte para um reurbanização, parecido
com o projeto “Cingapura”, feito pelo ex-prefeito Paulo Maluf , porém a
diferença seria na arquitetura, teria que ter uma preocupação com a estética e
com o espaço, usando matérias recicláveis e fontes de consumos renováveis,
favorecendo com os custos internos das dependências. Para que assim esses
moradores, consigam sentir a sua melhor condição de vida, e lhe
dando uma melhor condição de bem estar aos moradores da comunidade e
automaticamente, melhorando a vista e a segurança da região nobre com a
urbanização dessas comunidades, mudando a arquitetura e sua urbanização usando
uma estética mais apresentável para a sociedade, com projetos arquitetônicos
modernos com características e linhas artísticas, trazendo uma leveza de
designer para os prédios de projetos habitacionais, sendo esses projetos feitos
pelos estudantes de engenharia e arquitetura das universidades públicas, como a
USP ou Unicamp, barateando os custos dessas construções e dando oportunidade a
esses novos engenheiros e arquitetos; esses prédios teriam no máximo quatro
andares, para não depender de elevadores, devido aos custos e tendo belas
sacadas ventiladas com escadas de fácil acesso, os apartamentos precisam ser
maiores que oitenta metros quadrados, sendo bastante amplos para que o morador
se sinta adequadamente acomodado em um ambiente confortável e adequado e não em
um cubículo de quarenta metros quadrados, mofado e amontoado e que o deixe mais
revoltado, por não ter privacidade ou uma acomodação para os seus filhos. A primeira
problematização e preocupação de conflito seria como convencer e remover as
pessoas desses locais habitados inadequadamente, onde seria necessária a
remoção das mesmas, para que as novas habitações fossem construídas, precisando
de um grande trabalho, sendo esses trabalhos executados por assistentes sociais
convencendo-os de que seria para o bem deles, para melhorar a qualidade
de vida dos mesmos, e assim depois que tudo isso fosse almejado,
conquistariam um nível adequado de subsistência. Então aquele cidadão
Capitalista de uma elite detentora da maior parte das riquezas ou de das
classes abaixo, também seriam favorecidos, podendo transitarem tranquilamente
sem medo de sofrerem algum ato de violência, usufruindo de locais mais justos
de conviverem, por estarem todos em uma linha de subsistência adequada. Este
acontecimento também favorece o capital, com uma mão de obra mais qualificada,
por ter um cidadão com uma educação elevada, que se tornam consumidores mais
exigentes e ativos, elevando a economia de uma sociedade e do seu PIB.
Na volta
para o Sr. Jorge se depara com a casa silenciosa, ele entra procura pelas
crianças e não as acha, só encontra o seu filho Thiago chorando.
Ele vai
até a esposa e pergunta.
— Cadê todo mundo?
— A mãe deles veio aqui, não quiz conversar,
pegou os filhos dela e foi embora, foi uma choradeira, os meninos não queriam
ir, o Thiago também não queria que eles fossem embora, mas a mãe deles não quis
saber, os pegou e foi embora.
— Nossa a casa ficou tão vazia.
2º parte
Trinta
anos depois.
Filo
está sentado no sofá dentro do apartamento de quinhentos metros quadrado, que
fica no milésimo andar do prédio onde mora com a sua mãe Fátima e sua Irmã
Marina. Que observavam ela contar a história do dia que ele nasceu, ele não
perdia um detalhe, independente de quantas vezes ela contasse aquela história,
ele nunca se cansava dela.
— Quando eu cheguei no hospital, levado pela
Ambulância do resgate, eu não sabia o que fazer, porque os seus outros irmãos,
nasceram tudo de parto natural lá no sertão no meio do nada, embaixo de árvore,
na terra, alguns partos foram fáceis outros foram na base de muita reza, suor e
sangue, como o da sua irmã Marina aqui, parecia que não queria vir para o
mundo, ela estava atravessada e não saia, as parteiras diziam que ela não iria
sobreviver, nunca senti tanta dor na minha vida como naquele dia, digo dor da
carne, porque dor na alma já senti bem pior e vocês sabem disso, como no dia
que perdi o seu pai e depois os seus irmãos, mas não quero falar disso, vamos
continuar a história do Filo, você não sabe como foi tudo aquilo, com você foi
tudo novidade e diferente para mim, a Ambulância me levou para um Hospital
depois de desmaiar, sem saber o que fazer, porque eu não tinha com quem deixar
vocês, o seu irmão correu para pedir ajuda, na época eu era muito orgulhosa, se
eu estivesse em condições de recusar, teria se recusado, mas graças a Deus eles
nos ajudaram e me levaram para aquele Hospital Chique que o Homem que atropelou
o papai pagou, lá tive um tratamento Vip, me colocaram em quarto que era maior
que o meu barraco, me deram uma injeção onde não sentia mais dor nenhuma, me
deram banho e colocaram em uma banheira chique, onde você nasceu, eu não senti
nada, nadinha, nenhuma dor no parto, já me colocaram você nos meus braços,
quase não chorava parecia um anjinho, até o seu choro parecia música, diferente
dos choros dos seus irmãos que esgoelavam coitados, o seu choro não tinha
sotaque nordestino.
Todos
dão risadas.
— Agora até choro tem sotaque mãe? Diz Marina
rindo.
— Como é choro com sotaque mãe? Em vez de EEEEE!
É “OXEEENTEEE”?
Eles dão
risadas.
— Você já nasceu com Choro de Paulista, um choro
discreto e com elegante, bem baixinho.
Todos
dão risadas.
— Graças a Deus eu não senti dores no seu parto,
o dia do seu nascimento foi um dia muito feliz para mim, você me trouxe muita
alegria, porque naquela época eu não aguentava mais sentir tanta
dor, eu acho que todas as minhas dores se esgotaram com a morte do seu pai, até
hoje eu não me conformo, ele era um homem tão bom, não fazia mal para ninguém e
era tão carinhoso, como sinto a falta dele depois de todo esse tempo.
Nesse
momento a conversa é interrompida por um carro que pousava na garagem da
Varanda no milésimo andar. Carro pousa e uma mulher desce e entra na primeira
redoma de vidro, as travas de segurança movidas por energia magnética terminam
de estacionar o carro dentro da vaga no estacionamento.
As
portas de acesso a sala se abrem.
— Oi amor, oi dona Fátima, oi Marina.
— Boa tarde Sophia, seja bem-vinda minha vida,
minha flor que floresce nas alturas. Se declara Filo dando um beijo na Sophia
sua namorada.
— HII!! Vai começara a melação. Fala Marina
Dona
Fatima ri.
— O que eu devo a honra da sua visita? Pergunta
Filo.
— Você esqueceu que dia é hoje? Pergunta Sophia.
— Hoje é cinco de maio de 2048, cinco de maio? —
Nós temos que ir buscar o meu irmão, ele
vai sair hoje da Penitenciaria.
— Isso mesmo eu vim te buscar para irmos juntos
buscar ele hoje, para fazer uma surpresa para ele.
Dona
Fátima se levanta do Sofá com os olhos brilhando e diz.
— Eu não acredito que chegou esse dia, e não
vejo a hora de poder abraçar o meu filho novamente.
Filo
olha para a sua mãe, olhando toda aquela alegria e ansiedade, ele se emociona e
dá um abraço na mãe.
— Está, está bom, deixa eu ir, se não a gente se
atrasa.
— Que maravilha, vou ter os meus filhos que
ainda estão vivos comigo novamente, que felicidade e que orgulho de você meu
filho, eu tenho tanto orgulho de você, por isso eu não me canso de contar como
você nasceu, dês de que você nasceu só me trouxe alegria, Agora mais uma
felicidade, se formou em Doutor, se torno um Advogado e ajudou o seu irmão a
sair da prisão, se o seu pai ainda estivesse vivo ele iria ter muito orgulho de
você e como você é parecido com ele, na determinação , na honestidade.
— Está bom mãe, mas me deixa ir agora, se não
ele vai sair e vai achar que esqueci dele.
— Vai! — Vai com Deus e que senhor Jesus Cristo ilumine
o seu caminho de vocês.
Ele
aciona o botão que libera o carro do estacionamento e enquanto o carro era
liberado do estacionamento ele se vira para a mãe e diz.
— Mãe eu já falei para a senhora que eu sou
ateu, como a maioria do mundo hoje, que depois de todo aqueles escândalos e as
guerras santas que no fim foi descoberta que as empresas de armas estavam por
trás, e hoje em dia a população é mais instruída e sabe que religião só servia
para explorar e dominar as pessoas.
— Ah está, está bem.
O carro
fica parado na primeira redoma de vidro esperando eles entrarem.
— Vamos Sophia, deixa eu dirigir esse novo
modelo da fábrica do seu pai.
— Pode levar, mas você não precisa
fazer quase nada ele é todo automático, é só sentar e apreciar a paisagem, que
a energia magnética, junto com o gravitator que neutraliza a gravidade com mais
facilidade, e a sua carroceria é muito mais leve , quase não tem ferro, a sua
carroceria é toda feita de material reciclável e do mesmo metal do meteoro que
o meu pai encontrou, o mesmo metal usado nos últimos andares desse prédio, que
é leve e forte, deixando o carro mais leve e facilitando os seus comandos, para
desviar dos outros carros e obstáculos, ele tem funções muito mais avançadas já
programadas nele, é impossível bater esse carro ou cair com ele, mesmo que você
queira ele desvia sozinho.
— Tudo bem eu me contento em só apoiar os braços
no volante.
— Você lembra como eram os primeiros que ele
construiu para ajudar os robôs pedreiros para usar na construção desse prédio?
— Sim eu era criança e ficava olhando, eles
funcionavam praticamente como um elevador, sem cabo, porque eles só subiam e
desciam, não tinham outras funções.
— É mais, foi esses Drones e os robôs pedreiros
que construíram esse prédio e todos os outros que beiram o Rio Tietê, eles
trabalharam 24 horas sem parar.
Filo e
Sophia entram no carro e decolam da varando do apartamento do milésimo andar
tranquilamente, e por comando de voz, dão a ordem de que o carro os levasse
para a prisão estadual do estado de São Paulo, onde o Marcos irmão mais velho
de Filo o esperava ansiosamente, porque ele não queria ser transferido para a
nova prisão espacial na lua, muitos presidiários estava sendo
transferidos e outros que tinham suas penas quase compridas, estavam sendo
liberados, com a ajuda de um advogado.
Filo
desfilava pelo céu de São Paulo com o novo modelo de carro da fábrica do pai da
Sophia, por São Paulo praticamente era pai dela também, porque quase toda São
Paulo pertencia ao pai dela.
— Não tem uma vez, que eu não venha aqui e não
me lembre do sítio que era do meu pai, eu adorava essa Chácara ou sítio, tinha
muitos animais, tinha cavalo , vaca, porco, galinha, tinha um lago cheio de
peixes, essa chácara era muito grande ela tinha 5 alqueires e o meu Pai usou
quatro alqueires Paulista que medem cada
um 24.200m, ele usou 96.800m para construir a
circunferência desse Prédio, o raio do prédio tem 48.400 m e com
esse raio o meu pai conseguiu, colocar o último andar do prédio na primeira
órbita, o que facilitou muito para o programa espacial embarcar para o espaço e
em um único prédio e ele também conseguiu colocar quase que toda a
população da zona norte de São Paulo em um único prédio, isso fez com que ele
usasse os entulhos da demolição das casas nos alicerce dos outros prédios e
aquele minério especial que ficava embaixo da antiga favela Paraisópolis, o que
facilitou muito , porque foi com ele que ele ergueu as colunas e produziu, os
robôs, com a ajuda dos japoneses que construiram este prédio, tão rápido,
aquelas maquinas trabalham até hoje noite e dia, não quebram, hoje estão
desatualizadas, mas ainda continuam funcionando a todo vapor, algumas ainda
aqui na terra e outras pelo espaço a fora.
— Mas chega de falar do meu pai e você Filo,
está feliz?
— Estou ansioso, este meu irmão foi quem me
ensinou quase tudo o que eu sei nessa vida, o que sou hoje foi graças aos
conselhos que ele passou para mim, com a ausência do meu pai, ele foi como um
pai para mim , lógico de que dentro do possível, nas visitas na penitenciaria
ou quando antigamente ele tinha as suas saídas de induto de natal, pascoa ou
dia das mães, mas depois daquela rebelião onde morreram várias pessoas o induto
foi proibido e eu só via ele nas visitas dentro da penitenciaria, ele nem sabe
mais como está o mundo aqui fora, está desatualizado por uns quinze anos ou
mais anos.
— Que bom que você gosta tanto assim a ponto de
velo como um pai, porque eu e o meu irmão, somos como dois inimigos, não posso
nem ouvir a voz dele.
— Credo, mas o que foi que ele te fez de tão mal
assim?
— Nada não deixa para lá, olha já estamos
chegando, falei que esse drone era rápido.
Filo
estaciona o carro na porta da penitenciária e fica aguardando o seu irmão sair.
Os laser
da penitenciaria é desligado e a imagem do Marcos aparece no escuro da saída da
penitenciária , ele estava usando uma calça jeans e bota de couro bico fino,
uma camiseta branca colocada por dentro da calça, que ressaltava os seus
músculos de tanto malhar na penitenciária, as suas tatuagens e algumas
cicatrizes, o seu cabelo estava penteado para trás e ele tinha um cigarro atrás
da orelha, a imagem dele era igualzinho aqueles detentos de
filme, ele sai na luz e protege os olhos da luz, se benze e faz o
sinal da cruz, se vira para trás e mostra o dedo do meio para a penitenciária,
ele era um homem bastante forte para um homem de quarenta e poucos
anos, ele caminha em direção ao Filo.
Filo não
se aguenta e corre para abraçar o irmão, o irmão retribui o abraço e diz.
— Obrigado irmãozinho, se não fosse você eu
ainda estaria lá dentro ou a caminho para a nova penitenciária na lua, mas
agora vamos comemorar e por falar em comemorar, que é essa moça bonita, você
não vai me apresentar?
— É Claro essa é a Sophia, Sophia esse é o
Marcos.
— Larga a mão de ser bobo e me dá um abraço logo
Marcos, seu bobo.
Eles dão
risada.
— Ok vamos comer agora que estou louco para
comer pizza, hambúrguer, sorvete e tudo quanto for besteira.
Eles
entram no carro, Marcos se senta no banco de trás e fica olhando para o carro,
achando aquilo coisa de outro mundo e dá um grito quando o carro levanta voo.
— Aí me Deus eu tinha ouvido falar que o s
carros estavam voando, mas não tinha me imaginado andando ou voando em um, ai
que frio na Barriga que dá.
— Logo você se acostuma. Fala o filo.
— Tá bom, mas vai mais devagar é muito rápido,
ai´!!
Filo
coloca o carro no automático e se vira para trás para conversar olhando para o
irmão.
— O que você está fazendo. Quem está dirigindo
este treco?
— Calma esse carro é super moderno é mais fácil
cair um raio na sua cabeça do que esse carro cair, está no automático.
Sophia e
filo dão risada.
Marcos
se agarra no banco e comenta.
— Nossa como está tudo diferente, que prédios enormes
são aqueles lá adiante, parece que vai dar na Lua, vai até o final do céu, eles
parecem bolos de casamentos gigantes, esse são aqueles prédios que estavam
sendo construídos na minha última saída de induto, mas como eles conseguiram
construir tão rápido assim?
— Tecnologia a mesma que está sendo usada na Lua
é uma longa história. Diz Sophia.
— E a propósito nós estamos indo para lá, é lá
que nós moramos agora, Nós moramos no prédio chamado Subsistência. Diz filo
— Nossa você se deu bem na vida hein, quando
vocês falaram que estava morando em um apartamento pensei que fosse nesses
prédios convencionais e eu até tinha visto uma reportagem na televisão na
cadeia, mas estava sem som eu pensei que fosse uma cena de filme de
ficção científica, não dá para acreditar em uma coisa dessa, é muito grande e
muito alto, deve de custar caro um apartamento desses?
Não
Marcos lembra que a mamãe vivia fazendo inscrição para o CDHU, então esse é o
CDHU do futuro, esses apartamentos só são mais bonitos e melhores, com mais
espaços o que dá mais qualidade de vida para as pessoas.
— Esse apartamento é grande quanto, tem
cinquenta metrôs, como todos os apartamentos?
— Não multiplica isso por dez vezes. Diz Filo
— Multiplicar por dez, dá quinhentos metros?
— Isso mesmo, quinhentos metros quadrados,
— Nossa senhora isso é maior que muitas mansões.
— Sim, mas a qualidade de vida, está só nisso,
está vendo que os prédios são bem largos e bem altos, mas na sua volta tem uma
floresta fechada, além da floresta normal no solo.
— É verdade parece aquelas cenas de filmes, onde
tem um castelo no meio da floresta.
— Esse foi o único jeito que foi encontrado para
manter a natureza e o equilíbrio da terra, porque do jeito que as coisas
estavam indo, a terra iria ter um fim, estavam ocorrendo diversos terremotos e
furacões e maremotos, que quase extinguiu toda a raça humana.
— Eu lembro de um desses terremotos quando
estava na prisão, muitos parceiros morreram lá também, más ninguém sentiu a
falta daqueles presidiários, acharam até bom.
— Então depois disso tudo perceberam que era
preciso fazer algo rápido para mudar tudo isso e começar de novo, e é onde o
pai da Sophia entra na história, o pai dela tinha diversos projetos para o
futuro e entre esses projetos estavam o primeiro protótipo desse carro que
estamos andando, que não polui e é movido por uma energia limpa
ecologicamente correta e econômica também, é uma espécie de energia nuclear só
que sem perigo, ela é fria e não explode, ela se implode, mas caso essa energia
falhasse no céu em pleno ar o carro também não cai, porque esse carro tem um
efeito que inverte a função da gravidade ou seja ele fica leve como uma pena,
assim o carro flutua, alterando as moléculas coisa de científico maluco, como
que é Sophia que funciona?
— Eu só sei explicar algo que ele me disse assim
basicamente eu acho que é assim: O carro flutua alterando as moléculas e
átomos, ou seja essa máquina consegue fazer flutuar até um navio cargueiro se
for colocado vários em volta dele, e ele construí alguns e depois os próprios
robôs construiriam milhares deles e foi assim que ele montou a
primeira fábrica deste automóvel , que na verdade ele chamou de planador, os
primeiros modelos custavam uma fortuna, mas depois que começou a construir em
série, os preços foram banalizando chegando ao preço de um carro comum. E Esse
planador foi aceito pelo mundo a fora mudando a história da humanidade depois
do computador, e os fatos que aconteceram também o ajudaram, meu pai conseguiu
trazer para a aterra um grande meteoro de um metal muito forte e leve
instalando esses planadores no meteoro, os planadores no espaço funcionam com
um turbo invertendo a gravidade e na terra ele funciona ao contrário, como um
freio ou elevador, foi assim que ele conseguiu colocar o meteoro imenso na
terra e aproveitar o seu metal precioso na construção daqueles prédios.
E assim
esse planador foi aceito no mundo e agora está sendo vendido no mundo inteiro e
mudando as paisagens das grandes cidades, ajudando na construção de prédios
como esses.
— E o pai dela se tornou o homem mais rico do
mundo, como o Bill Gates, a história do pai dela foi muito parecida, mas ele
ganhou muito , mas muito mais dinheiro que o Bill Gates, foi primeiro
quadrilionário do mundo, é o pai dela, não tem como calcular a sua fortuna ele
é praticamente dono de tudo no Brasil, ele pagou todas as dívidas do Brasil e
se tornou uma espécie de dono, um rei ou um presidente, mas sem ser eleito,
porque ele tinha descendência de Don Predo I e com isso ele
retornou o sistema de monarquia no Brasil comprando o Brasil e
usando os seus títulos, mas o seu reinado é muito bom para a população ele só
pensa no melhor para o povo, ele quer construir um mundo mais justo e só
conseguiu derrubando todo aquele esquema de corrupção que existia em Brasília.
— Então quer dizer que ele é o rei do Brasil, é
ele que manda, eu lembro dele de criança, ele era um cara muito legal, ele até
queria nós adotar, mas a mãe era muito orgulhosa, mas ele sempre deu um
jeitinho de nos ajudar sem ela saber, ele tinha um bom coração e como ele ficou
tão poderoso?
— Sim, ele que manda em tudo e dessa maneira ele
consegue construir esses prédios.
— Porque o Brasil passou a usar todas as suas
invenções para o bem, até a cura para o Câncer o pai dela conseguiu descobrir.
— Isso é muito bom, mas como ele conseguiu isso?
— Ele investiu muito nas faculdades de Medicina
e veterinária e os cientistas descobriram, que o câncer nada mais era que uma
evolução, ou seja, as pessoas acreditavam que o tumor estava destruindo as
células, mas na verdade ele estava tentando evoluir e isso as vezes acabava
destruindo o órgão contaminado.
— Como assim, que papo loco?
— Vou te explicar agora o que o cientista fizera
foi, em vez de tentar destruir as células, eles estimularam o câncer a se
desenvolver e assim eles conseguiram criar super órgãos, ou as vezes os órgãos
se multiplicavam, hoje em dia você pode encontrar pessoas com três rins, dois
corações ou quatro pulmões, mas o mais difícil é quando é no cérebro, a pessoa
fica com dois cérebros ou um cérebro maior como novas funções se tornando muito
inteligente e são essas pessoas que estão, ajudando a cada dia tornar o mundo
um lugar melhor para viver, mas tem casos onde as pessoas retiram depois de
evoluído os órgãos duplicados e os doavam para os necessitados, contribuindo
também para quem precisava de órgão.
Eles
descobriram que a vida moderna que levavam, fazia com que os órgãos tentavam se
adaptar, com o ar poluído, a água alterada com cloro e outras substâncias, os
alimentos com agrotóxicos e a carne com vacinas e remédios e por causa disso o
nosso organismo tentava se adaptar, mas acabavam destruindo os tecidos.
— Isso é uma evolução muito grande.
— Sim mas ele não se preocupou só com isso
também construiu moradias, para cuidar melhor dos idosos e das
crianças, das nossas fazendas , fazendo assim duplicar as produções agrícolas,
ninguém mais precisa trabalhar, foi o que ele chamou de linha de subsistência
desses tipos de emprego, não existi mais aqueles empregos braçais , hoje as
maquinas fazem tudo e as pessoas vivem a vida do jeito que querem , estudam,
pintam , faz música, vivem dos seu Hobbies, as pessoa só fazem
coisas intelectuais, a linha de subsistência que tanto ele mencionou, agora ela
só existe uma linha, a primeira linha, somos todos iguais, com uma qualidade de
vida maravilhosa, e isso não tem nada a ver com o Socialismo ou Comunismo, o capitalismo
que antes era selvagem uma guerra entre os humanos, ainda existe, só que
mantido pelas máquina e robôs, eles trabalham a favor do ser humano, foi o que
ele previu, ele se antecipou ao caos que iria acontecer, as maquinas iria tirar
os empregos das pessoas de uma forma ou de outra, ele criou um imposto,
equivalente a quantidade de trabalhadores que uma máquina tiraria e assim
manteve, os chamados desempregados, recebendo um auxílio de subsistência até
chegar no nível que estamos hoje, a linha de subsistência, era lá embaixo,
quase na miséria e hoje ela está no topo, somo todos elite, ou melhor dizendo
Seres humanos, porque assim acabou com os assaltos, que não tinha mais sentido
roubar ninguém, o valor das coisas, agora são diferentes, é lógico que sempre
tem uma maça podre ou alguém que goste de cometer algum tipo de crime ou
violência, isso já está dentro desse ser humano , independente que ele evolua,
sempre será um ignorante, mas é lógico que os gênios, aqueles que tem o cérebro
aumentado o pai dela leva para trabalhar com ele, aperfeiçoando ainda mais as
suas tecnologias.
— A ideia da prisão espacial foi dele então?
— Sim foi ideia dele também e sabe porque esses
prédios são tão altos, para facilitar a entrada na orbita do espaço,
pelo buracos nas camadas de ozônio que foi provocado pela poluição do passado,
esses prédios também são base espaciais, lembra quando os foguetes soltavam
aquelas explosões e fumaça para poder entrar em órbita, pois é, com esses
prédios agora não precisa mais daquilo, a nave é colocada no elevador que fica
no alto do prédio, o elevador tem alguns kilometros, assim quando ele chega na
órbita, só o que se tem que se fazer é só decolar suavemente e
passar para o espaço usando essa mesma tecnologia usada nesse carro.
— Se o Pai da Sophia é o rei do Brasil, a Sophia
é um a princesa então?
— Sim, ela é uma princesa de verdade, a minha
princesa. Conclui Filo.
Sophia
abaixa a cabeça envergonhada dando uma risadinha e diz.
— Se você casar comigo vai se tornar meu Rei.
— Um, acho que estou de vela aqui, acho melhor
chegar rápido lá naquele bolo de Noiva gigante.
Me diz
uma coisa a coluna do meio a mais alta é por onde eles conseguem embarcar para
o espaço? Pergunta Marcos desacreditando que dava para entrar em órbita por
ali.
— É mais ou menos isso, do meio da torre sobe o
elevador que coloca as naves em órbita.
— Cuidado!! Você vai bater no prédio igual
aqueles aviões de 11 de setembro.
— Calma irmão, relaxa que você vai ver como tudo
é muito seguro, o sistema de magnetismo não deixaria uma coisa dessa acontecer,
o avião se desintegraria antes de chegar no prédio, mas agora vamos estacionar
olha como é tudo muito prático e ele faz tudo sozinho.
— Pronto viu, não doeu nada, não balançou nada
não deu nem para enjoar.
— Caramba que alto!!! — Que andar nós estamos aqui?
— No milésimo andar!
— Nossa é inacreditável é muito grande, isso
aqui faz as pirâmides do Egito parecer um barraco igual o que a gente morava.
— Nossa olha que legal tem piscina em todos os
andares e jardim também, isso aqui é uma mansão no alto, que coisa linda, é
muito bonito e como o apartamento é grande, olha essa vista verde, é só mato
deste lado.
— Sim, assim que eles conseguiram controlar a
ecologia do planeta e manter a Subsistência dos seres humanos, tudo isso que
você está vendo, são fazendas, tudo controlada por tecnologia, o ser humano não
precisa fazer mais nada os robôs fazem tudo, plantam e colhem e entregam tudo
nos prédios, a vantagem deste prédio, com toda a sua verticalidade, fez com que
os espaços que sobraram a sua volta fossem melhor aproveitados, para o plantio,
agropecuária, sem falar nas paisagens espetaculares, os rios, as cachoeiras que
foram mantidas intactas, os rios voltaram a ter as suas águas cristalinas,
lembra do Rio Tiete?
— Sim, lógico.
— Hoje você pode nadar, pescar e até beber a
água dele direto do rio.
— Eu que não me atrevo, se é doido aquele rio
podre, credo.
— Se você ver ele hoje, você não reconhece, dá
para ver o fundo do rio, as suas águas são cristalinas, não existe mais esgotos
que caiam nele, os esgotos dos prédios funcionam como Hidroelétricas, gerando a
energia do próprio prédio, além da capitação da água da chuva e do uso da
energia, solar e eólica, que funciona muito bem, devido à altura que se encontra.
— Não sei o que dizer, estou besta e
impressionado com o tamanho e a beleza desses apartamentos.
— como eu já te disse cada apartamento tem
quinhentos metros quadrados.
— Nossa isso é uma mansão aérea, quase parecida
com a que a Sophia mora com o pai dela, mentira a mansão que a Sophia mora é
dez vezes maior, eu lembro da piscina e do gramado gigante que brincávamos de
pega a pega e futebol.
— Puxa vida como está tudo tão diferente.
— É mano, só você que não mudou nada com esse
visual de galã dos anos oitenta.
— Porque estou fora da moda?
— Não só uns cinquenta e cincos anos atrasados,
quando você nasceu essa moda já era atrasada.
— É, mas a mamãe gostava e por falar na mamãe,
cadê ela?
— Estou aqui filho.
Marcos
corre para abraça-la, eles se abraçam forte como se ninguém se pode separa-los,
eles ficam abraçados por um longo tempo, emocionando todos que estavam ali.
— Sophia e Filo se abraçam também emocionados.
Capítulo
XV
Eles
colocam a conversa em dia, depois de muita choradeira e matar a saudade.
Filo se
levanta e diz.
— Você
vai ficar aí com a mamãe eu vou dar uma volta com a Sophia.
— Mas nós não íamos comemorar juntos?
Filo
olha para a Sophia que diz.
— É mesmo Filo, vamos nós três juntos, vamos
levar ele para conhecer as novidades, ele só viu o prédio por fora, ainda não
viu como é por dentro, vamos levar ele para conhecer os Bares, o cinema, os
teatros, o Shopping ou só passear pelos parques.
— Ele gosta de parque de diversão, quando ele
era criança ele ficava encantado com os brinquedos e comas luzes dos parques.
Fala a mãe recordando a infância do filho.
— Verdade mãe, era muito legal os carrinhos de
bate-bate a roda gigante, o papai que gostava da roda gigante, ele ficava
encantado olhando tudo lá de cima e apontava mostrava, quase não parava sentado
na cadeira, eu ficava morrendo de medo dele cair.
Marcos
para de relembrar e olha para a sua mãe que estava olhando para ele com os
olhos cheios de lágrimas, ele a abraça e diz.
— Eu também tenho muita saudade dele, mãe como
eu adorava o meu pai ele era tudo para mim, adorava estar na companhia dele.
— Eu sei meu filho, eu sei.
Filo
tentando mudar de assunto fala.
— Mano eu vou te levar no parque de diversões,
mas os brinquedos são bem diferentes da sua época, existe uns brinquedos bem
legais e bem forte, com muita emoção.
Marcos
solta a mãe e pergunta.
— E igreja, tem igreja aqui Filo?
— Tem sim.
— Depois você me leva lá, eu quero rezar para o
papai.
— Tudo bem eu te levo, mas as igrejas não têm
padre, é tudo digital, as imagens de santos são hologramas e os textos são
todos digitalizados, você pode acender uma vela virtual para o papai.
— Vela virtual?
— Isso mesmo, antigamente existia vela de sete
dias, a vela virtual é eterna, ela fica on line e você pode
atualizar de qualquer lugar onde você pode fazer uma dedicatória, colocar
fotos, vídeos em memória da pessoa querida, sendo assim nunca deixando a
memória dela ser esquecida, você pode acessar www.inmemorian.com ,
e tem mais, agora você também pode enterrar o corpo do seu ente querido n
espaço em um planeta onde as temperaturas são muito baixas, o que não deixa os
corpos se decompor e assim não se perde mais terrenos com cemitérios.
— Quer dizer se o papai tivesse acabado de
morrer, era só mandar o corpo dele para esse planeta e lá ele iria ficar como
uma manequim de uma vitrine imóvel, mas intacto?
— Isso mesmo e na tumba de cada pessoa, lá você
tem o link da pessoa onde você pode acessar e saber sobre a história daquela
pessoa.
— Que pena que não tem mais como fazer isso com
o papai.
— Pode sim.
— Pode? — Como?
— Alguns cemitérios aqui na terra depois da
construção desses prédios ficaram intactos e viraram parques, onde as pessoas
ainda podem matar saudade do seu ente querido, indo visitar a tumba ou a gaveta
de ossos de cada defunto, e lá existem telas planas com os links
dessas pessoas , onde você acessar e saber quem foi aquela pessoa e o que ela
fez da vida ela, pelo link do www.immemorian.com, eu já fiz isso na gaveta de
ossos do nosso pai, o link é esse, aqui você pode entrar e contar uma história
que você lembre ou colocar uma foto um vídeo ou deixar um vídeo gravado na
hora.
Marcos
fica olhando para o filo e pergunta.
— Quer dizer que, se eu for lá onde está a
gaveta de ossos do papai vai ter uma tela na gaveta dele falando quem foi ele?
— Isso mesmo.
— Depois você me leva lá?
— Sim eu te levo e te levo agora na igreja para
você rezar e já acender a sua vela virtual para o papai e acrescentar o que
você quiser.
Marcos
tira uma velha foto da carteira e diz.
— Eu quero colocar essa foto, posso?
Filo
olha para a foto onde na foto estavam: O pai deles, a mãe ainda gravida do Filo
e todos os irmãos, com o Par de meias na frente da foto.
Dona
Fátima rapidamente tira a foto da mão do Filo, observa a foto depois comenta.
— Eu estava grávida de você aqui Filo, olha o
Par de meias, companheirão do pai de você tanto que morreu junto com ele, como
você conseguiu guardar essa foto por todo esse tempo Marcos?
— Não foi fácil, mantive ela comigo na prisão,
era o que me dava força para sobreviver e quando tinha rebelião era a primeira
coisa que eu protegia para não destruírem ela, não foi fácil, quase perdi ela
em um incêndio de colchões em uma das rebeliões, salvei ela por pouco, e também
esconde ela em cada lugar para não me tomarem eles, vocês nem imaginam por onde
essa foto já passou comigo.
Dona
Fátima estava petrificada com a foto começa a chorar e diz.
— Que saudade, do seu pai e dos seus irmãos que
se foram também, até do par de meias eu sinto falta, ainda sinto ele passando
nas minhas pernas pedindo comida, quando estava com fome.
— Mãe me devolve a foto, que eu vou colocar ela
na página do papai.
Fátima
entrega a foto para o Marcos, que a coloca de volta na carteira.
— Vamos mudar de assunto, maninho que mais tem
nesse prédio, me mostra e me conta.
— Aqui tem escola, faculdade, tem de tudo é uma
cidade vertical e internamente você não precisa de carro para se locomover,
existem esteiras e elevadores por todo prédio.
— Essa foi outra maneira que o meu pai encontrou
de não precisar mais de automóvel. Diz Sophia.
— Vem! Vamos sair pela porta de dentro, porque
você só conheceu a porta de fora, vamos só dar uma olhada por aí, depois a
gente aproveita melhor tudo o que o prédio tem.
— Caramba como é largo esse corredor, dá para
passar dois caminhões aqui e tudo movido por esteiras.
— Sim, mas se você quiser andar normalmente é só
usar a parte fixa, igual a uma calçada.
— Tem esteira para tudo quanto é lado, é um vai
e vem da moléstia.
— Moléstia, fazia tempo que não ouvia isso.
Eles dão
risada.
— E tudo isso aqui é tudo movido pela mesma
energia do planado.
Marcos
olha para o corredor e parecia que não tinha fim.
— Nossa parece que não tem fim, é muito grande.
— Legal né.
— Mas a ideia do meu pai também foi de que o
lado de fora do prédio fosse usado para moradia com qualidade de vida se
baseando na filosofia de Kant, que tudo fosse belo e agradável, espaçoso, onde
todos tenham qualidade de vida e que cada apartamento tenha uma linda paisagem,
conforto, entrada de luz e ar. Como Hitler queria para o seu povo alemão, o que
era o único lado bom de Hitler, que mostra no filme “Arquitetura da
destruição”.
Marcos
olha para Sophia como quem não estava entendendo nada e coça a cabeça.
— Ah! Chega de falar vem vamos passear, você já
ficou muito tempo no mesmo lugar.
— Você ainda continua corintiano? Pergunta Filo.
— Mas é claro, porque?
— Porque o Corinthians vai jogar hoje aqui.
— Aqui?
— É aqui.
— Você
está querendo me dizer que tem um estádio de futebol aqui dentro.
— Tem
sim, fica na coluna central.
— Mas como, como pode?
— Podendo ué.
— Então vamos logo comprar ingressos antes que
acabe.
— Relaxe mano, o estádio cabe um milhão de
pessoas.
— Um milhão? Mas como, se no Pacaembu cabia só
quarenta e cinco mil pessoas, como pode isso?
— Isso mesmo, são vários andares de
arquibancada, cada andar cabe 200 mil pessoas, são cinco andares, é só fazer a
conta.
— Um milhão.
— E tudo muito organizado cada andar é
responsável pela sua bilheteria.
— E por falar em comprar, você tem que retirar o
seu chip de dinheiro, hoje não existe mais dinheiro em espécie como era antes,
é tudo virtual, todo mundo tem uma espécie de cartão de crédito vinculado com o
seu CPF, que já é o número da sua conta no banco,
Cada
cidadão já tem uma quantia depositada no seu CPF para ter uma vida dentro da
normalidade. Quando eles fazem isso, eles tem um controle melhor do que é
depositado na sua conta, se aparece algo diferente na sua conta rapidamente
eles investigam para saber se você não está roubando ou fazendo algo ilícito,
dessa maneira acabou com os assaltos, porque as pessoas perceberam que não
valia a pena, porque era rapidamente descoberto e porque
a quantia que é depositado dá para se ter uma vida adequada, sem necessidades,
somos todos iguais aqui, ninguém tem mais que ninguém, ninguém cobiça o que é
dos outros e vivemos assim todos em comunhão de bens pacificamente.
— Vem vamos andando que eu vou te contando os
restantes das novidades.
— Mano você entendeu agora, o que é esse prédio?
— Pelo o
que entendi esse prédio é uma cidade vertical, na verdade é uma Metrópole é
como se cada andar fosse um bairro, começa com os primeiros andares são bem
maiores e conforme vai subindo vão diminuindo.
— É isso mesmo é uma cidade que vai crescendo a
cada 100 andares o anel entra para ficar mais fino e mais leve, dividido por
anéis e corredores dividido por letras, nos primeiros andares são diversos
corredores que vai de A à Z e depois continua como Anel A1 até a Z99, um
exemplo do nosso endereço que é nos anéis mais altos, são poucos anéis, um
exemplo o nosso endereço está no A e o número dos nossos apartamentos é 10.008
A se fosse no B seria 10.008 B, entendeu?
— Ahan, eu acho que entendi, Chega Filo é muita
informação par em um único dia, a minha cabeça está muito confusa, daqui a
pouco vai dar um Piripaque nas ideias, vamos beber alguma coisa.
— Piripaque, essa também fazia tempo que eu não
ouvia.
— Vamos encher a cara.
— Vamos enchera a cara até precisar tomar
glicose na veia.
— Aqui tem hospital né, é lógico que ia ter.
— Sim positivo, mas funciona da seguinte forma,
se você precisar ficar internado, você fica na sua própria casa e fica sendo
monitorado pelo sistema direto com o hospital, todos os medicamentos são
enviados pra a sua casa, e o médico te acompanha na sua casa também, caso
precise de uma cirurgia, é feita ali mesmo , porque com as novas tecnologias ,
quase não tem mais sangue e é tudo robotizado e preciso milimetricamente, a
mamãe precisou retirar um tumor uns tempos atrás e foi tudo feito muito rápido
e preciso.
— A mamãe estava com um tumor?
— Sim, mas era um tumor benigno, e não precisou
evolui-lo, nesses casos é mais fácil retirar.
— É tudo muito novo para mim, todas essas
novidades.
Capitulo
XVI
Chegando
no bar.
— Garçom me dá um rabo de galo!
— Nossa exclama Sophia.
Todos
dão risadas.
E depois
de uns goles e conversa vai e vem Sophia estava um pouco alto pergunta para Marcos.
— Porque você estava preso, me desculpa
perguntar.
Marcos e
Filo se olham.
Filo
balança a cabeça e diz.
— Isso não é assunto para conversarmos agora,
nós estamos querendo esquecer que isso aconteceu.
Marcos
coloca a mão no ombro do irmão e diz.
— Está tudo bem, ela merece saber porque.
Filo
olha para o irmão e depois ele olha para a namorada e concorda.
— É eu já devia ter contado a história para ela.
— Você quer saber tudo bem, mas já vou avisando
é uma longa história, você quer saber mesmo?
— Eu quero, eu gosto de longa histórias.
— Tudo bem então, tudo começou quando eu tinha
dez anos e estava trabalhando com o meu pai, ele catava papelão, o Filo te
contou?
— Sim ele falou que ele era um reciclador.
— Reciclador que nome chique que deram para o
homem da carrocinha.
— Homem da Carrocinha, eu me lembro dá minha mãe
me colocando medo, dizendo se eu não me comportasse ela iria me dar para o
homem da carrocinha me levar embora, mas hoje em dia eles foram extintos, um
pouco antes de serem extintos, alguns anos atrás os recicladores eram
considerados heróis, porque fazem um serviço de reciclagem, que era muito
importante para a ecologia., hoje em dia essa profissão foi substituída por
maquinas, mas desculpa te interromper, continua.
Filo
balança de novo a cabeça.
— Então como eu estava dizendo eu ia com ele
para ajuda-lo e porque queria sempre estar junto dele, eu aprendia muitas
coisas com ele, nunca me esqueci de nenhuma palavra das histórias que ele
contava, ele era um homem sem estudo , mas era muito inteligente, ele fazia
comparações de coisa sobre a vida e para mim ele era o meu herói, ele era o
homem mais forte, mais inteligente do mundo, ele era o meu ídolo, eu sempre
imaginei ser como ele quando crescesse, mas a vida é uma caixinha de surpresa
onde aparecem alguns obstáculo e onde acontecem alguma tragédias e uma delas, o
meu pai foi tirado de mim e dos meus irmãos, Filo por exemplo nem chegou a
conhece-lo, ele faleceu quando a mamãe estava grávida dele .
— Mas me desculpa, mas o que isso tem a ver com
você ter ido preso?
— Tudo, eu vou te contar a história triste agora
sem rodeios
Um dia
eu o papai e o par de luvas, que era o nosso cachorro de estimação, estávamos
já retornando para casa, com a carroça carregada, era ir vender, então nós
paramos para almoçar e na hora de voltarmos para a rua o meu pai arranhou sem
querer um carro de uns playboys, que desceram do carro e bateram no meu pai e
ainda não satisfeitos eles amarraram a carrocinha no engate do carro e me
levaram junto dentro da carrocinha.
— Nossa que maldade.
— É mas deixa eu terminar a história, o pior
estava por vir, no dia seguinte meu pai estava sem a sua carrocinha e precisava
trabalhar de alguma maneira, o que ele fez, pegou um saco para recolher o que
podia colocando dentro daqueles sacos, eu quis ir junto para ajuda-lo, mas
acabei mais atrapalhando do que ajudando, aquele dia eu devia de ter ficado em
casa, mas eu não conseguia , queria sempre estar junto dele e fui teimoso e
insisti para ele me levar junto e o que aconteceu?
Marcos
dá uma respirada profunda e continua.
— Essa é a pior parte, pelo fato de estarmos sem
a carrocinha, o serviço não rendia e estávamos demorando muito, estávamos
cansados e famintos e foi quando meu pai teve a maldita ideia de pedir uns cocos
vazios para um vendedor de coco , para podermos abri-los e comermos a carninha
de dentro, era como o meu pai chamava a parte mole do coco e foi
nesse exato momento que a minha vida mudou, eu sai correndo na frente com a
bicicleta, atravessando uma avenida perigosíssima e quase que um carro me
acertou, o meu pai correndo atrás de mim deixou alguns cocos caírem na avenida,
depois que ele se certificou que estava em segurança ele voltou para pegar os
cocos que caíram e foi atropelado, eu nunca esqueço aquela cena do corpo do meu
pai voando como um boneco e tudo mudou a partir daí.
— Ainda não entendi porque você foi preso,
desculpa.
— O Motivo foi o seguinte, lembra dos caras, que
falei que bateram no meu pai, que roubaram a sua carroça e ainda por cima me
levaram junto sem saber que eu estava dentro da carrocinha.
— Sim o que tem?
— Então eu sempre achei que tudo aquilo que
aconteceu foi culpa deles, por isso nunca culpei o seu pai, o caso do seu pai
foi um acidente, consequência dessa situação. Eu nunca esqueci a cara deles e
de uma tatuagem que um deles tinha tatuado no braço, era uma caveira, com uma
faca e uma cobra enrolada no crânio, era igual a essa aqui que eu fiz na cadeia
em mim, eu nunca esqueci este desenho, eu mesmo desenhei e eu mesmo tatuei em
mim.
— Você está começando a entender porque fui
preso?
— Mais ou menos.
— Tá eu chego lá
— Alguns anos depois da morte do meu pai eu
estava cabulando aula com o s meus amigos e vi o carro desse cara da tatuagem,
e também me recordei do lugar, porque como eles haviam me levado junto,
reconheci aquele lugar.
Eu me
certifiquei e de verificar se era o carro realmente, e para a minha
infelicidade lá estava o arranhado que o meu pai tinha feito no carro, o
arranhado estava enferrujado, mas continuava ali igualzinho a do dia que havia
acontecido, eu olhei dentro da casa em frente onde estava o carro estacionado e
adivinha o que eu vi dentro do quintal abandonado em um canto apodrecendo na
chuva.
— O que?
— A carroça do meu pai, ele o guardou como um
troféu, aquele filho da mãe, mas a partir desse dia eu não tive mais paz,
passei a ficar rodeando a casa daquele sujeito, eu não dormia mais, não
brincava, só pensava em vingança e os anos foram passando e ele trocou de carro
umas duas ou três vezes e eu sempre lá observando o que ele fazia da vida dele,
sabia todas as suas manias e rotinas, sabia todos os seus horários,
seu nome , o nome da namorada dele, aquilo virou uma obsessão para mim e nessa
mesma época eu me envolvi com uma turminha da pesada, fumava maconha o dia
inteiro, roubava e ´só fazia o que não presta , tudo ao contrário do que o meu
pai me ensinou, para azar desse tal de Rodolpho em um desses roubos eu consegui
uma arma, aquilo brilhou na minha mão como um objeto de desejo de muito tempo,
eu aprendi a atirar, treinei e planejei tudo certinho.
Em uma
noite eu combinei com os meus amigos todo o plano e eles toparam de ir comigo.
Eu falei para você que era uma história longa.
— Continua estou gostando e tendo uma ideia
também.
— Está tendo uma ideia?
— Sim, mas continua a história depois eu te
conto a minha ideia.
— Ok, continuando, como eu sabia o horário que
que ele chegava todo dia, fiquei esperando ele chegar e tinha comigo um buquê
de flores na mão.
Deixei
ele estacionar o carro e entrar no quintal dele assim que
ele estava entrando eu apareci com o Buquê de flores dizendo que uma pessoa
chamada Sheila que estava mandando para ele, Sheila era atual namorada dele,
ele ainda fez um comentário arrogante dizendo assim: “Mulher idiota, fica gastando
dinheiro com flores, o que eu vou fazer com essa merda, pode jogar isso fora”,
assim que ele terminou de dizer isso e abriu o portão, eu saquei a arma e
coloquei na sua cabeça e mandei que ele entrasse no carro dele onde os meus
amigos me esperavam do lado, dei a chave dele para o Barriga dirigir o carro
dele, então levamos ele até um barracão atrás da casa onde morávamos e
amarramos e amordaçamos ele, ficamos com ele vários dias, judiando dele.
— Eu perguntei para ele, você se lembra de mim?
Ele fez com a cabeça que não, então eu respondi para ele. — Mas eu nunca te esqueci e quero o endereço dos
seus outros dois amigos que estavam com você no dia que bateram no meu pai e
tomaram a carrocinha dele e ainda disse que iria me matar, os olhos dele se arregalaram
e disse: “Eu não sei do que você está falando”. — Então eu disse, não sabe é, e aquela carroça
que estava no seu quintal até alguns anos atrás? — Novamente ele arregalou os olhos, agora você
se lembrou né? Eu quero o endereço dos seus outros dois amigos, ele me deu o
endereço e eu e o Barriga e o cabecinha fomos atrás deles com o carro dele, o
que tornou tudo mais fácil para nós.
Fomos ao
encontro deles e quando o amigo dele viu o carro na sua porta, veio na direção
do carro abriu a porta e entrou para a sua surpresa, se deparou com um revólver
calibre 38 no meio do seu nariz, nós o amarramos e o amordaçamos e o colocamos
no banco de trás e depois fomos atrás do outro cara a história foi
um pouco parecido mas com um final diferente, ele veio em direção ao carro
também, mas não entrou ele se abaixou na janela para falar alguma coisa e viu
que não era o Rodolpho estranhou e quando ele olhou para o seu amigo no banco
de trás ele tentou correr, eu desci do carro e dei um tiro bem no meio das
costas dele, ele caiu ali na rua, o cabecinha ligou o carro, parou do meu lado,
eu entrei no carro e fomos embora, levando só o outro cara para o cativeiro,
chegando no cativeiro o cabecinha teve uma ideia de pedirmos resgate por eles,
mesmo que fosse pouco, assim levantaríamos alguns trocados e então decidimos
fazer isso e pedimos coisa de dez mil reais na época, para o pagamento do
resgate, os familiares deles levantaram o dinheiro e nós entregaram certinho,
mas eu não queria cumprir com a minha parte do trato e dei um tiro na cabeça de
cada um, enterramos os corpos e ficamos com o carro e o dinheiro esse foi o
nosso erro eu ainda era de menor e continuamos assim a fazer pequenos assaltos,
armados e motorizados, assaltávamos postos de gasolina, supermercados, ficamos
um tempo só assim, usando esse carro para as fitas. Tem uma história muito
engraçada, uma vez nós roubamos uma loja de fantasias e o Cabecinha tomou um
puta susto com uma fantasia que era novidade, ele se transformava em um monstro
alienígena, emitia sons, soltava líquidos e dobrava de tamanho, ela parecia de
verdade., aquele cabecinha era terrível, quando ele viu essa fantasia teve uma
ideia muito louca de assaltar um banco com ela mas sem arma, a ideia dele foi a
a seguinte, nós contratamos um maquiador, que fazia uma maquiagem muito rela de
mordidas e manchas e pedimos para ele fazer nas nossas pernas e braços, nos
rasgamos as mangas longas de umas camisetas e costuramos com dois pontinhos bem
fraquinhos e fizemos isso nas calças e fomos para um banco, nos dividimos a
fantasia em três partes e colocamos em três mochilas, o
cabecinha levou maior parte da fantasia dentro da mochila maior,
entramos um por um no banco e deixamos a mochila em canto do banco que tinha um
ponto cego, eu passei e joguei a minha parte, o Barriga jogou a dele e o
Cabecinha, montou as três e a vestiu e começou a infla-la com um bomba por
dentro e foi saindo emitindo aquele barulho fingiu que morde o barriga, que
fingindo que estava gritando de dor espirando suco de tomate como sangue falso
do seu braço, depois foi a minha vez que finge que fui ajudar o barriga e que o
liquido que saia do monstro estava queimando a minha perna, as pessoas entraram
em pânico no banco e foi uma correria para sair pela porta, mas o segurança ainda
tentou atirar na fantasia, a sorte que ele atirou na parte de cima e não
acertou o cabecinha fantasia tampava os buracos sozinha com uma segunda pele,
mas ficava muito real porque os remendo eram vermelhos, e parecia que estava
saindo mais línguas, do monstro, parecendo muito real, o segurança vendo que o
monstro não morria e estava indo para cima dele, correu também, e nós ficamos
sozinhos dentro do banco, então pegamos as mochilas enchemos elas de dinheiro,
nós timão o cabecinha da fantasia a deixamos lá funcionando normalmente e
saímos correndo do banco como se tivéssemos conseguido fugir, o problema foi as
pessoas querendo nos socorrer , mas nós gritamos que o bicho estava saindo e
todo mundo correu, nós entramos no carro e nos demos bem, depois a gente deu
muita risada, só o cabecinha para ter uma ideia dessa, nós zuamos pra caramba
com o dinheiro que roubamos, mas um dia para o meu azar, sabe aquele
cara que dei um tiro nas costas dele , ele não havia morrido e tinha dado toda
as nossas características e do carro para a polícia que estava atrás de nós. E
um dia que nós estávamos vacilando rodando com o carro e polícia começou a nós
seguir o cabecinha não parou o carro e acelerou o carro o mais rápido que ele
pode e assim começou um perseguição, pelas ruas de São Paulo, logo os policiais
pediram mais reforços, para a perseguição pelas ruas e sem querer eu disparei a
arma e a polícia pensou que eu tinha atirado neles, e começaram a dispara
contra o carro e um desses tiros acertou o cabecinha que estava no volante do
carro, que se desgovernou e bateu contra um muro com tanta força que o corpo do
cabecinha voou pelo para— brisa e eu que estava no banco do passageiro fui
parar no banco de trás, mas tive pequenos ferimentos, mas eu preferia ter
morrido aquele dia também, quando eu olhei do meu lado o barriga que era o meu
irmão Joaquim estava baleado na cabeça, com os olhos abertos eu ainda o peguei
no meu colo na esperança de que ele ainda estivesse vivo, e passou um filme na
minha cabeça ao pensar dando a noticia para a aminha mãe o que tinha
acontecido, eu só imaginava que ela não iria aguentar mais uma perda de um
filho.
— De mais um filho, porque?
— É justamente a cena que veio na minha cabeça
na hora, eu nem reparei na polícia, tentando me tirar de dentro do carro, eu só
imaginava a imagem da minha mãe gritando a morte do meu irmão, igual o dia que
ela viu a Manuela e o Paulo se afogarem na enchente.
— Mas como foi isso, o filo nunca me falou nada,
não estou entendendo.
— Eu te conto detalhe por detalhe, as imagens
ainda estão na minha cabeça como se fosse ontem, nesse dia choveu muito e
choveu muito forte e nós morávamos em um barraco que tinha um córrego atrás do
barraco, este barraco é o mesmo que eu usei como cativeiro depois para se
vingar do cara que roubou o carrinho do meu pai, depois do acidente com os meus
irmãos a minha mãe construiu outro de alvenaria um pouco para frente, mas
quando aconteceu no barraco antigo , foi tudo muito rápido a água começou subir
muito rápido e entrar no barraco, enchendo ele quase derrubando-o, eu apanhei
nos meus braços a Marina que ainda era um bebê e sai correndo para um morrinho
que tinha do outro lado do quintal como o Joaquim já andava e já corria bem ele
veio comigo e ficamos lá embaixo de chuva, como sempre ele me acompanhava em
tudo desde pequeno, nas alegrias e nas tristezas, nessa época a mamãe ainda
estava esperando o Filomeno ela estava de oito meses e ela foi saindo do
barraco puxando pelas mãos a Manuela e o Paulo, mas veio uma tromba d'água tão
forte, que a derrubou e a enxurrada começou a arrastar os meus irmãos, a
correnteza estava muito forte e arrastou eles, eles gritavam chamando pela
minha mãe, mas a enxurrada puxou eles para o fundo até desaparecerem a minha
mãe tentando salva-los, quase morreu junto se não fosse um homem que veio
correndo e a agarrou, ela teria ido junto , o que era a vontade dela, ela se
debatia, chorava e gritava: “eu quero os meus filhos” e gritava e chorava
tentando entrar novamente na enxurrada, mas o homem não deixava e agarrava ela,
até ela passara mala e a levarem para o hospital e quase que o Filo não
sobrevive também, mas graças a Deus ele sobreviveu, para amenizar as dores
dela e foi o que talvez fez ela ter vontade de viver novamente, mas
voltando a história de como fui preso, a polícia me agarrou de dentro do carro,
eu estava agarrado com o meu irmão, que estava no meu colo e eu só pensava na
minha mãe e relembrava o sofrimento dela na cena da enxurrada, que nunca havia
saído da minha cabeça, os policiais me chutavam e me davam socos, pancadas com
o cassetete, mas eu não soltava o meu irmão, por nada, até que conseguiram me
soltar e me levaram preso, então eu fui acusado por diversos crimes, eu era
procurado pela polícia, mas o que mais agravou fou um cidadão que morreu de
bala perdida, a bala que matou o cidadão era da polícia, mas colocaram a culpa
em mim, ai você já sabe né, na época toda a mídia em cima como Urubu na
carniça, me sentenciaram a 100 anos por isso, mas como no Brasil, só se fica
preso 30 anos, se tiver bom comportamento pode até diminuir ainda mais, mas na
prisão as coisas não foram fáceis para mim e tive que me defender de
quem me queria mal e acabei ficando um pouco mais, até o meu irmãozinho aqui,
que é o orgulho da família se formou e me soltou, evitando assim que eu fosse
transferido para a prisão espacial, prisão entre aspa né, porque dizem que um
novo mundo, você é expulso da terra e tem direito a viver em um apartamento lá
em um prédio igual esse e ainda te dá o direito de levar a família ou um ente
querido, que queira ir junto, é como se fosse uma segunda chance de viver
livremente e começar tudo de novo, em vez de ficar mofando em uma cela , só
dando prejuízos para o governo, mamando na teta do Governo, eu acho que o
modelo dos apartamentos da lua devem de ser parecidos com esses daqui, a
diferença deve de ser pouca porque, o sistema é o mesmo, se abrir uma porta e
fechar a outra, não deixando o oxigênio fugir, funciona como uma redoma fechada
onde se respira normalmente o oxigênio fornecido e gerado por maquinas.
— E por falar em prédio, vamos sair desse bar e
dar umas voltas.
— Boa vamos.
— Porque chega de histórias tristes eu quero
falar de coisas boas, chaga de falar de tragédia.
— Ok, Mano vamos lá para a ala do campo de
futebol, vamos ver o timão jogar, você tem que ver o nosso novo centroavante
Airton, ele bate um bolão.
Capítulo
XVII.
— Chegamos no estádio bem na hora que vai
começar a partida.
— Olha que beleza de estádio, o futebol na mudou
muito, só que mudou foi a tecnologia, que agora ajuda até o juiz a
controla o jogo, por exemplo você está vendo as linhas do campo, nelas agora
estão instalado sensores que tem um receptor na bola, que dá um retorno par ao
juiz, quando a bola sai pela lateral ou passa da linha do gol emite um positivo
no relógio do juiz e nas chuteiras também tem sensores, que mede com
precisão se o jogador está ou não impedido, pelo menos assim ninguém mais xinga
mãe do juiz, e tem também aqueles telões, de onde o juiz pode assistir o replay
e certificar se foi falta e tomar uma decisão mais precisa e pode voltar atrás.
— Interessante, mas eu estou gostando dos fogos
de artifícios em forma de hologramas, parecem muito reais e são muito bonitos.
Diz o Marcos com uma cara de criança curiosa olhando tudo aquilo e estava
pensando se não estava sonhando.
— Você viu o jogo é o mesmo, a mesma emoção e
assim não tem mais roubo, é o que é, sempre falavam que o juiz ajudava o
Corinthians, agora não tem mais desculpa, o Corinthians é o
maior campeão de todos os tempos.
— Sempre foi, mas e a grama não precisa de sol?
— A grama é uma grama transgênica é um
cruzamento de uma planta que não precisa de sol, algumas partes também
são artificias na pequena área onde o goleiro mais fica, lembra da
expressão: “onde goleira pisa não nesse grama” lembra que geralmente tinha
aqueles buracos no campo na pequena área, poia agora não tem mais, essa grama
cinética é bem macia, para que o goleira possa pular sem se machucar, é uma
grama artificial muito boa, mas nada como o cheiro e a textura de uma grama
verdadeira como a do restante do campo, mas se você não quiser assistir ao jogo
no estádio você também pode assistir de onde estiver usando um óculos virtual,
com esse óculos é como se você estivesse no estádio, você vê tudo em 360º de
onde estiverem.
Naquele
momento era anunciado no Estádio: “E agora uma palavra do nosso excelentíssimo
Rei” E aparece o Rei no telão do estádio.
Marcos
olha para o telão não acreditando no que ele estava vendo e fica petrificado,
não piscava e quase não respirava, até o Filo cutucar ele e dizer.
— Que
isso Mano não precisa ficar assim com a imagem do Rei, vai se acostumando ele
sempre aparece nos eventos, para ser uma figura sempre presente.
— É que, qqueee, queee eu não, não, é ele, é é
ele.
— O que foi mano para de gaguejar e fala logo.
— Foi ele quem atropelou e matou o nosso pai.
— Não pode ser, ele é o pai da Sophia, não pode
ser, você está confundindo-o com outra pessoa, você ficou muito tempo trancado,
você não iria conseguir lembrar.
— Não eu tenho certeza, é ele eu nunca esqueci o
rosto dele me olhando e depois olhando para o pai caído no chão, foi a última
coisa que eu me lembro desse dia.
— O que é que vocês estão falando, eu não estou
conseguindo ouvir nada com a torcida gritando. Fala Sophia.
— Nada não Sophia, ele está encantado com o
Estádio, só isso.
— Ah bom, é bonito mesmo né?
— É. Responde Marcos monossilábico.
— Filo pergunta para ele, ele não quer ir
assistir ao jogo da cabine de honra junto com o meu pai?
— Não!!
— Não precisa gritar tanto, eu estou do seu lado
e para de ser bobo, vamos de lá.
— Não, não.
— Ah! Vamos deixa de ser bobos. Sophia puxa o
Filo e o Marcos os segue até a cabine de Honra.
— Oi papai!
— Oi Sophia minha princesa querida do meu
coração.
— Iii! o nojento do meu irmão veio com você
hoje, está querendo alguma coisa, só pode.
Credo
estragou o meu dia. Resmunga Thiago irmão da Sophia.
— Deixa eu te apresentar o irmão do meu
namorado, esse é o Marcos e Marcos esse é o meu pai, também o nosso Rei George.
Marcos
olha no fundo do olho do rei George e apertando a sua mão, como se não
estivesse acreditando no que estava acontecendo, e como se todo aquele barulho
tivesse sumido e não existia mais ninguém ali, só estavam ele e o rei George e
passa um filme na cabeça do Marcos e uma das cenas era o seu pai voando e a
outra ele avançando no pescoço do Rei e dizendo: “lembra de mim, lembra de mim?
— Pois eu nunca te esqueci, você matou o
meu pai”.
Mas der
repente o seu transe é cortado pela Sophia e pelo rei.
— Que aperto de mão forte que esse rapaz tem.
— Esse aqui é o nojento do meu irmão Thiago.
Marcos
entende a mão, mas o irmão da Sophia não corresponde deixando-o no vácuo.
— É me arrependi de vir aqui e encontrar com
essa coisa meiga afeminada.
— Eu digo o mesmo para você também sua mocreia,
estava tão bom aqui, mas o ar ficou irrespirável, ou piores intragáveis cruzes
que nojo.
— Não liga para ele não Marcos ele é só uma
mocinha fresca meiga de mais para o meu gosto. Diz Sophia se desculpando com
Marcos pela antipática do irmão.
— Bicha loca! Xinga o irmão a Sophia.
— Mocreia! Xinga a irmã o Thiago.
— Vocês dois querem parar com isso aqui por
favor, tenham modos de Príncipe e Princesa.
— Desculpa pai eu vou voltar para onde eu
estava.
— Foi ela que começou papai eu estava aqui no
meu cantinho só assistindo esses homens maravilhosos correndo para lá e pra cá
correndo atrás de uma bola, desculpe eu quero dizer batendo um bolão.
A Sophia
beija o pai e puxa Filo pelo braço, que puxa o Marcos pela camisa, que estava
em transe de boca aberta com um olhar fixo, não piscava e não tirava os olhos
do rei George ou o mesmo homem que atropelou o seu pai Sr. Jorge, que mudou o
seu nome para George depois que virou rei, para parecer mais com um nome de
rei.
— Espera um pouco Sophia, eu acho que vi a minha
irmã lá dentro. Diz filo.
— Sua irmã a Marina?
— Sim a Marina.
Ele
volta e diz.
— Marina?
— O que foi? Diz a Marina.
— O que você está fazendo aqui?
— Assistindo um jogo de futebol da tribuna de
honra, ou você acha que vim fazer tricô aqui?
— Você não tem jeito né, sempre arrogante e
metida, quem você conhece aqui ou melhor dizendo com quem você está transando
aqui ou transou para estar aqui?
— Credo você está me ofendendo assim e eu não te
devo satisfação do que eu faço com a minha vida.
— Eu só não vou contar para a mamãe porque ela
não pode mais passar nervoso e você nem sequer cumprimentou o nosso irmão que
saiu da cadeia.
— Eu
hein! De assassino eu quero distância e pra mim até hoje o Joaquim morreu por
causa dele, por mim eu quero que ele se exploda.
— Vamos Marcos não liga para ela não.
Marcos
dá uma encarada em Marina, que dá de ombros para ele.
— Ela nunca foi me visitar na prisão ela era a
minha irmãzinha querida, eu sempre cuidei dela, levava ela para a escola e
trazia, até fralda dela eu troquei e é assim que ela me trata. — Devia der deixado você morrer no lugar da
Manuela e ter salvado ela e o Paulo!
Grita
marcos para irmã, que não esboça nenhuma reação e lixa a unha como se nada
estivesse acontecendo.
— Vamos Marcos deixa pra lá, ela não é mais essa
irmãzinha, ela se tronou uma mulher sem escrúpulos e decência, se tornou
gananciosa de mais, vende o seu corpo como se fosse mercadoria e eu nem te
conto o que ela me propôs alguns dias atrás, para ser cúmplice com ela em uma
das suas aventuras ou trabalho como ela diz.
— O que foi que ela te propôs de tão grave
assim? Pergunta Sophia com uma cara de brava.
— É muito difícil para mim como irmão dela, de
contar isso para alguém, a vergonha é muito grande e ainda mais que a Sophia
está aqui, eu me sinto constrangido de falar desse assunto.
— Por mim não, que a sua irmã é uma puta, isso
já não é nenhuma novidade para ninguém, agora me espanta você ficar cheio de
dedos para contar para o seu irmão, o que foi que ela te chamou para você
participar de uma transa com ela e ela racharia com você o dinheiro.
— Ela fez isso? — Quer dizer ela te propôs isso?
— Pois é mano ela queria que eu transasse com
ela enquanto um magnata ficava só nos assistindo se masturbando, ela me daria
metade do dinheiro depois, depositando no meu CPF, pode uma coisa dessas, minha
própria irmã querer que eu transe com ela?
— Ainda mais nessa situação deplorável.
— É transar com irmão é a coisa mais deplorável
do mundo.
— Como você sabe disso, você já transou com o
seu irmão?
— Eu não! — Credo!
— Então porque você falou com tanta convicção
assim, com tanta certeza?
— Eu só estou imaginando e além do mais o meu
irmão é Gay e eu o odeio.
— Tá bom chega de falar desse assunto.
— E você Marcos, você tem certeza de que foi ele
mesmo.
— Tenho sim, absoluta certeza, ele está mais
velho, mas é ele sim, eu nunca consegui esquecer a imagem dele me olhando, do
seu rosto, conseguiria distinguir ele mesmo depois de trinta anos, mesmo se ele
estivesse no meio dessa torcida toda.
— Do que você está falando? — Quem que tem certeza do que é?
— Sophia preciso te contar uma história que
talvez você não vai acreditar ou não vai aceitar, o meu irmão acha que foi.
— Acha não, tenho certeza. Afirma Marcos
— Certeza do que gente, do que vocês estão
falando? Pergunta Sophia.
— Tá bom, ele está dizendo que foi o seu pai que
atropelou o nosso pai.
Sophia
fica sem entender e fica olhando para os dois e diz.
— O Que?
— O meu pai? — Mas como, porque?
— O seu pai não teve culpa não, a culpa foi
minha eu que provoquei aquele acidente.
— Mas ele nunca tocou nesse assunto, talvez você
esteja enganado e confundindo ele com outra pessoa.
— Não Sophia eu tenho certeza, a
partir desse dia a minha vida mudou, esse dia parece um filme na minha cabeça
que reprisa várias vezes o tempo todo e eu sempre assisto como se fosse a
primeira vez a mesma cena, o que eu não tenho certeza é se o seu pai deu o
suporte necessário depois do acidente para a minha mãe, eu sei que eles se
conversaram várias vezes, ele até pagou pelo parto do Filo, pagou o hospital e
depois disso sumiu, assim eu imagino que ele poderia ter ajudado mais a nossa
família já que ele tinha tanto dinheiro.
— Isso é verdade, mas isso não é do perfil dele.
Sophia
se cala e fica pensativa.
— O que foi Sophia? — Porque que você está tão calada?
— Eu estava pensando, puxa vida, você já reparou
como tudo entre nós dois são tão iguais e no mesmo tempo tão opostas, nós
nascemos no mesmo dia, que foi justamente esse o motivo que nós aproximou,
porque foi exatamente no dia do nosso aniversário que nós saímos juntos com a
galera da faculdade, para comemorar e acabamos nos beijando e estamos namorando
até hoje, agora as diferenças, eu sou filha de um milionário e você vem de uma
família humilde e entrei na USP para fazer (FDUSP) por
ter estudado nos melhores colégios e você não, você estudou em escola pública e
teve que se esforçar muito para entrar na Faculdade pública, eu acho isso em
você muito digno e é o que me atraí em você, a sua dedicação e o seu esforço, a
sua sabedoria, você sempre tem uma opinião ou um pensamento para cada situação,
você ama intensamente todas as pessoas a sua volta, um exemplo disso é o seu
irmão que está aqui com a gente e que não me deixa exagerar, onde você sempre
que possível ia visita-lo, na penitenciaria.
— Isso é verdade ele sempre ia me visitar, e
quando não ia me visitar é porque realmente não tinha como ir por algum motivo
maior, desde criança, você sempre ia com a mamãe me visitar e depois que a
mamãe não ia mais, você continuou indo sozinho, você foi a única pessoa que não
me abandonou, porque você fazia isso e faz isso que a Sophia está falando?
— Você dizia que eu era parecido com o papai,
que eu tinha a sabedoria dele e me contava histórias dele, coisa que ele fazia,
e isso me fazia idealizar ele ali, como se ele ainda existisse e assim eu
associei a imagem do papai a você, porque quer queira ou não, você sempre foi
um pai para mim, sempre me dando conselhos bons e eu os seguia ao pé da letra,
se o que eu sou hoje, eu devo isso a você.
— Mas me deixa terminar o meu raciocínio agora,
já estava desviando o meu pensamento, pensem comigo! Diz Sophia.
— O meu pai atropelou o seu, nós nascemos nos
mesmos dias e fora outras coisas que eu não lembro agora, você não acha que
isso é obra do destino?
— Pode ser que: “Quem aceita o seu destino,
acredita em Deus e quem acredita em Deus, acredita no destino” era o que o
papai dizia.
— Isso mesmo, como você sabe disso? Pergunta
Marcos.
— Foi você quem me contou isso. Responde Filo.
— Nossos destinos já estavam escritos, mesmo
antes da gente nascer, eu acho que você nasceu para mim e eu nasci para
você. Diz Sophia.
— Mesmo agora sabendo que foi o seu pai que
atropelou o meu pai eu não sinto nada contra você, pelo contrário, agora que
entendo ainda mais esse amor que sinto por você.
Sophia
abraça o Filo.
— Eu sinto muito pelo o seu pai, eu quero
retribuir tudo que o meu pai fez de ruim para a sua família.
— Tá bom então comece me dando um beijo.
E os
dois se beijam deixando o Marcos ali de vela.
— Ei vocês dois dá para pararem com isso, eu
estou sem graça e além do mais eu não namoro a mais de trinta anos, quero dizer
não namoro com uma mulher, o que eu estou dizendo para o meu irmão caçula.
— Tudo bem mano eu entendo a sua situação e a
necessidade: “Qualquer pedaço de osso vira filé”.
Eles dão
risada e continuam o tour pelo prédio, pelos corredores, esteiras e elevadores.
Capítulo
XVIII
— Até agora eu não entendi, como esse prédio
aguenta esse peso todo?
— Foi feito com muita tecnologia e os matérias
usados, são mais leves e resistentes, matéria prima do espaço, só o alicerce
que foi feito com materiais recicláveis , de carros e entulhos das construções
que foram demolidas, e toda carcaça de carro que existia, foi derretida e
transformada em aço para as colunas, porque o prédio, não tem paredes ele é
feito todo de coluna e as paredes são de vidros, que escurecem ou ficam
transparentes eletronicamente, não precisa de cortina, para ter privacidade ou
proteger da luz o sol, você escurece da maneira em uma densidade que você
precisa em uma determinada situação, e as colunas principais dos ultimas
andares, são todas feitas como material que foi retirado do meteoro, e os últimos
andares são todos dedicados ao projeto espacial, as naves espaciais são todas
feitas lá como o mesmo metal usado nas colunas do prédio que são ultraleves e
resistentes e de lá mesmo eles embarcam para o espaço e retornam através dos
buracos na camada de ozônio.
— ainda não consigo acreditar, eu me lembro de
você me contar sobre isso na prisão , mas eu não imaginava que era assim , eu
nem imaginava, achava que era invenção sua algo desse jeito, então não dava
muita importância no que você falava.
— Por isso você sempre mudava de assunto,
perguntava do Corinthians, aliás você só queria saber do Corinthians.
— É maninho, na verdade eu gostava da sua
companhia, não importava o assunto que conversávamos eu ficava muito feliz, mas
depois que você ia embora me dava um aperto no coração, uma depressão tão forte
que me dava um desespero, uma saudade que doía e por falar em saudade, eu quero
ir ver a mamãe, já estou com saudade dela e quero matar a saudade abraçando
muito ela.
— É acho melhor nós irmos ver a mamãe e assim
paramos de te encher com tantas novidades e informações, porque a mames deve de
estar nos esperando acordada como sempre com medo de aconteça alguma coisa com
nós.
Chegando
no apartamento.
— Olha Marcos não falei ela acabou dormindo na
poltrona, nos esperando.
— Vamos coloca-la na cama.
— Deixa que eu a coloco, depois de tanto tempo
sem tocar a minha mãe, isso pra mim é um prazer imenso.
Marcos
pega a senhora Fátima nos braços e a carrega para o quarto.
— Dorme aqui hoje Sophia, está muito tarde para
você ir embora.
— Não sei, acho que isso vai ser um sacrifício
pra mim.
— Sua boba.
Os dois
dão risada e se abraçam e se beijam.
— Pronto coloqueiiii, ihii, de novo, vocês não
se desgrudam?
Os Dois
balançam as mãos para o Marcos ficar quieto e continuam se beijar.
— Ah vocês dois, eu já coloquei a mamãe na cama
e estou com fome e vocês não estão?
— Eu estou pouquinho. Fala Sophia se
soltando do beijo.
— Eu também estou.
— Então eu vou prepara alguma coisa para nos
comermos lá na cozinha.
Marcos
começa a preparar tudo com uma prática incrível.
Sophia e
filo ficam espantados com a praticidade de marcos com a faca na hora de cortar
os legumes.
— Nossa Marcos onde você aprendeu a cozinhar
assim?
— Na cadeia e 'lógico.
— Onde acende esse fogão?
— Aqui nesse desenho de chama no vidro, pronto
está ligado.
— Mas cadê a chama?
— Não tem chama é indução de calor é só colocar
a panela em cima que ela vai aquecer igual a uma chama normal.
— Eu devia imaginar isso, que o fogão iria ser
algo diferente.
— Pronto viu já está esquentando.
— Legal, eu não sei como ainda tem comida comum
para a gente cozinhar.
— E quem falou que esses alimentos são comuns.
— Porque não são? — O quem tem de diferente neles?
Filo e
tira o escuro do vidro e acende uma luz do cômodo ao lado onde aparece uma
horta suspensa.
— Nossa que coisa linda, olha isso, mas como
pode crescer dessa maneira, não consigo entender, não precisa explicar Filo
como isso funciona, que maravilha quanta variedade de legumes e frutas, olha
essas arvores em miniatura, que bonitinha.
Marcos
fica encantado com a horta.
— Está queimando o óleo. Grita Sophia.
— Me distrai com a Horta e esse fogo, fogo não
essa indução é forte.
Marcos
tira a panela um pouco do aquecimento, para não queimar mais e coloca os
legumes para refogar, enquanto ele mexia os legumes com uma colher.
— Então como eu estava dizendo, aprendi isso na
cadeia, trabalhei muito tempo na cozinha.
— Mas ele te ensinou lá, diziam que era servido
quentinhas para os presidiários.
— Antigamente sim eles serviam quentinhas que
muitas vezes chegavam azedas, mas depois que apareceu o Simon, isso mudou.
— Simon, quem era Simon?
— Simon diz, você não vai lembra desse desenho
que tinha um cara muito inteligente que dizia assim: “Simon diz, corra” e a
pessoa corria.
— Eu não lembro desse desenho.
— Nem eu. Diz a Sophia olhando para o filo com
um cara de interrogação.
— Desculpas
maninho, mas não estou entendo essa história, explica ela direito.
— Simon era um cara muito inteligente, ele era
um sábio e tudo mudou quando ele apareceu na prisão, eu não esqueço aquele dia,
porque a partir daquele dia tudo ficou diferente, as celas eram superlotadas,
as celas tinham a capacidade para vinte pessoas e ali viviam mais ou menos umas
oitenta pessoas, as camas ficavam só para os mais fortes ou os mais poderosos.
— Então
em uma tarde a porta de cela se abriu e apareceu a silhueta de um cara muito
estranho na entrada da cela, ele entrou e encarou um por um nos olhos, chegou
até a cama onde dormia o Geraldão, que era um Afro descendente de dois metros
de altura e dois metros de largura, só o seu braço era do tamanho da minha
perna, então Simon se aproximou dele e perguntou: “De quem é essa cama?” O
Geraldão se levantou e parecia que não iria mais parar de levantar de tão
grande e respondeu: “É Só meu porquê?” e o Simon respondeu para ele: “Simon diz
que ela agora é minha” e antes que o Geraldão pudesse expressar alguma reação,
Simon com um movimento muito rápido, enfio dois dedos na jugular do pescoço do
Geraldão, fazendo com que, aquele homem de dois metrôs de altura, caísse como
uma banana madura, jorrando sangue para todo lado no chão, estrebuchando até
morrer ali, todos ficaram assustados sem entender nada até o Dentinho mandar
dois capangas dele pegar o Simon, quando os capangas tentaram agredir o Simon e
se deram mal.
— E os dois foram mortos, muito fácil, ele
quebrou o pescoço dos dois, e se juntaram no chão com o Geraldão.
Depois
disso, todos que estavam ali se afastaram e se acumularam no fundo da cela,
estavam todos assustados, pensando quem era aquele homem, mas Simon se deitou
na cama que era do Geraldão e dormiu como se nada tivesse acontecido.
Filo
serve a comida no prato para a Sophia e depois para o irmão e se serve e senta
na mesa para comer, ele dá uma garfada e o Filo pergunta.
— E o que aconteceu depois?
— Um ficou muito bom a minha comida, que
delícia.
— Está bom mesmo, você me surpreendeu. Diz a
Sophia.
— Gostou de Sophia, que bom, eu adorei a sua
namorada Filo, ela é muito simpática e simples, não dá para imaginar uma pessoa
como ela filha de quem ela é, ser essa pessoa tão agradável.
Sophia
fica vermelha.
— É mano acertei a sorte grande, ela é um
tesouro, mas continua a história.
— Onde eu parei?
— Que o Simon dormiu como uma criança. Diz a
Sophia com a boca cheia.
— A tá! então no dia seguinte ele acordou e
colocou em prática o seu plano, os carcereiros tiraram todo mundo da cela para
poderem tirar os três corpos dali e enfileiraram todos no corredor e começaram
a perguntar quem tinha cometido aquele crime, Simon deu um passo para a frente
se apresentando e gritou: “Simon diz, fui eu”, todos os presidiários olharam
para a coragem dele e ficaram pensando agora ele está ferrado.
Os
Guardas agarraram ele pelos braços e o Diretor foi até ele e disse: “você é o
presidiário que chegou ontem e já está me dando trabalho, vou te mostrar como
as coisas funcionam por aqui” e assim que o Diretor terminou de falar, Simon
pediu para falar em particular como Diretor que se recusou, então Simon gritou
um nome, eu não consegui entender o nome que ele gritou, mas o diretor entendeu
muito bem, porque ele se virou rapidamente para ele e pediu para que os
seguranças se afastassem, então Simon chegou bem perto do ouvido do diretor e
disse mais alguma coisa, o Diretor balançou a cabeça concordando, quando o
Simon terminou de falar o diretor olhou para ele, olhou para o resto do pessoal
e pediu para os seguranças liberar todo mundo para o banho de sol e o Simon foi
tomar banho de sol com a gente como se nada tivesse acontecido.
Quando
voltamos para a cela depois do banho de sol, Simon pediu a atenção de todos e
começou o seu discurso.
— Boa tarde senhores, eu estou aqui com você
agora, mas poderia estar em outro lugar porque tenho diversos cursos superiores,
se eu quisesse não estaria aqui, estaria em uma cela especial para quem tem
curso superior, mas isso não me interessa, sabe o que me interessa,
vocês, Vocês são soldados que nunca forma treinados, eu criei um nome falso e
depois eu cometi um crime para poder vir parar aqui e criei o meu personagem,
este personagem que vós fala, eu sou Simon e tudo que Simon diz, acontece e
Simon diz, que vocês não devem aceitar viverem trancados como animais e olha
que existem animais que vivem melhor que vocês, enquanto vocês estão aqui
trancados neste cubículo, onde era para caber vinte homens , existem quase
oitenta, enquanto isso em um Zoológico, existem animais que são muito bem
tratados e vivem com muito mais espaços que vocês aqui, que tem um
médico e até uma comida melhor do que a que é servida aqui, agora me diz, você
acham isso justo?
Alguns
que estavam seguindo o raciocínio do Simon, murmura dizendo que não e se
aproximavam dele formando uma grande roda .e ele dizia”— Venham se
aproximem de mim, eu não vim aqui para lhe fazer mal eu vim aqui
para salva-los mostrar para vocês, que ninguém tem o direito de julgar ninguém
e muito menos condenar outro ser humano, eu sou a salvação de vocês, eu sou um
dos cavaleiros do apocalipse de visão de Zacarias e de São João, a imagem que
vocês conhecem é essa tatuagem que eu carrego comigo na minha costa.” Ele tirou
a camisa e se virou, mostrando o desenho que havia na sua costa, que era toda
tatuada e no meio havia quatro cavaleiros, que eram os cavaleiros do apocalipse:
A morte, a doença, a praga e o fogo, ele se virou e continuou o seu
discurso: “Vocês estão vendo esse será o nosso fim, por isso precisamos nos
ajudar uns aos outros, vocês estão se perguntado como podemos fazer isso daqui,
porque estamos trancados e como faríamos isso ? a resposta é simples, olhem a
sua volta quantos homens estão aqui, só nessa cela é um número bem maior do que
os números de carcerários que cuidam dessa prisão , isso só aqui nessa cela ,
agora calculem todas as celas juntas desta prisão, somo mais de mil homens,
homens não, somos mil soldados e podemos ser um número muito maior, somos um
exército, vocês eram um exército sem um comando , agora isso acabou, seremos um
exército mais poderoso que já existiu.
Gritem
comigo! “Somos poderosos e ninguém pode com a gente” Isso aqui é um exército
perfeito, tudo o que vocês precisavam era de um comandante que os guie e eu
estou aqui justamente para isso. Os homens na sala ficaram agitados, alguns
riam dizendo que o Simon era um louco igual o vilão do gato Felix e riam, mas o
Simon se levantou e foi até um dos homens que ria e com um golpe certeiro o
matou, todos se calaram e ele perguntou:” alguém mais aqui acha que eu sou um
louco ou quer morrer? Eu estou aqui me sacrificando por você e o que eu ganho
em troca, são chacotas, eu disse que sou um general e não um palhaço”. Todos
ficaram olhando para ele, eu tive a impressão que ele estava pegando fogo,
parecia que ele estava soltando fogo naquele momento.
— Por favor Filo agora experimenta esse outro prato,
vê se não está salgado este molho, eu não estou entendendo muito como funciona
esse sal.
— Hum!! Está uma delícia, experimenta Sophia!
— Eu não quero saber de molho, eu quero saber o
que tem haver essa história do Simom com você saber cozinhar?
— Ah claro! Eu chego lá.
— Então aquele os homens se sentaram com medo
novamente e sem risadinhas em volta dele e ele começou a explicar os seus
planos: “— Nós iremos fazer uma rebelião silenciosa, sem destruir nada, sem
queimar colchão, nós iremos tomar a prisão silenciosamente e assim tomar o
comando dela para nós e iremos transforma-la no nosso QG, vai ser a nossa
fortaleza, vamos usar o que nos prende ao nosso favor, se não podemos sair eles
também não podem entrar e vamos transformar essa prisão em um lugar descente
para viver, com dignidade e honra, a nossa pátria será esse presídio, vamos
transformar em um Castelo será a nossa fortaleza, a nossa nacionalidade , vamos
ter a nossa própria bandeira, hino e tudo que uma nação precise”. A ideia dele
foi passada de boca em boca dentro do presídio, por cela em cela e como uma
lavagem cerebral ele convenceu um por um, com as suas palavras sábias e assim
ele conquistou a lealdade de quase todos e os que não concordavam apareciam
mortos. E em uma certa noite ele colocou em prática o seu plano e o colocou em
ação e foi assim, eles dominaram todos os guardas da prisão, renderam um por um
sem fazer alvoroço e sem fazer barulho e tomaram a prisão para eles e alguns
presos vestiram os uniformes dos guardas e assumiram os postos dos guardas como
se nada estivesse acontecendo, trocando de lugar com eles, até o diretor foi
rendido, mas nada foi feito de mal com eles, porque se algo acontecesse com um
deles, alguém poderia perceber do lado de fora e foi ai que descobrimos que o
Simon era um Milionário e pra mim ele era um Demônio também.
— Demônio? Pergunta filo.
— É isso ninguém nunca conseguiu provar, mas ele
tinha um poder persuasão sobre as pessoas, parecia que as pessoas ficavam
hipnotizadas diante dele e obedecia os seus comandos, e as vezes ele
matava um ou outro porque talvez precisa-se da alma daqueles pobres coitados e
para poder mostra poder, quando havia resistência, mas ele tinha muito dinheiro
e ofereceu uma vida melhor do que o governo mantinha para eles, tudo o que eles
tinham que fazer era manter as suas vidas normalmente e não comentassem com
ninguém, ele usou a melhor psicologia que ele poderia usar com o
diretor e com os guardas dizendo que estávamos todos juntos, e que
eles também eram soldados do seu exército, que ninguém nunca mais iria lhe
fazer mal porque dentro do presídio éramos todos da mesma família, ninguém era
mais que ninguém, perante ele erramos todos iguais, fora os que não cumpriram
com o combinado, ai era diferente, mas para o Diretor e para os guardas, ele
providenciou do bom e do melhor e falava: “Se é dinheiro que vocês querem eu
tenho muito e vou lhes dá, agora o que não pode é continuar com essa
rotina de gato e rato, brincando de polícia e ladrão, que sentido tem isso, o
mundo está tudo errado e se perde muito tempo e dinheiro em prender as pessoas,
o tempo que se perde com isso poderíamos fazer mundo muito melhor, dedicando
esse tempo gasto prendendo as pessoas com os hospitais. Asilos e creches, mas o
ser humano só sabe de querer pegar o que é do próximo e o outro só pensa em
trancafiar, isso não tem sentido e seguimos isso sem questionar, se isso é
certo ou errado, porque agredimos uns aos outros? Porque ofendemos uns aos
outros? Onde a consequência sempre é a morte de um e a prisão do outro, porque
tem que ser assim, não podemos mudar isso”. — Tinha momentos que eu não sabia se o Simon era
um Demônio ou um Anjo, ele deixava a gente todo confuso, com as suas ideias e
pensamentos, nunca descobrimos qual era realmente os objetivos dele.
— Ele estava usando vocês para estudo, devia de
estar fazendo algum tipo de pesquisa como cobaias humanas vivas e mortas. Diz a
Sophia com uma cara de sabichona.
— Agora sou eu que ainda não entendi o que tem
isso haver com você saber cozinhar? Fala Filo reclamando.
— Tá deixa eu terminar essa história, eu vou
explicar essa parte.
— Tá bom. Diz o filo concordando com a cabeça.
— E foi assim que o seu plano começou e
funcionou, ele transformou a cadeia em um quartel e em uma faculdade, ele mudou
tudo da água para o vinho, ali todos tinham que ter uma função, ocupar a mente
nada de vadiagem, tinha que fazer algo útil ou aprender algo novo, desde
música, pintura, pedreiro e adivinha o que?
— Cozinhar! Fala a Sophia.
— Isso sua sabichona, curso de cozinheiro e foi
assim que eu aprendi a cozinhar, e coloquei em prática na prisão, onde tinha
que trabalhar na cozinha, onde eu cozinhava do bom e do melhor o Simom mandava
comprar, Carne, queijos, frutas, camarão, Lagosta, até caviar tinha, tinha um
adega de vinho e outras bebidas, mas as pessoa tinham que beber moderadamente,
quem abusava era punido, foi uma fase muito boa, por isso estou forte assim ,
comia do bom e do melhor, aquilo parecia um hotel.
— Agora entendi como você aprendeu a cozinhar
tão bem, mas agora eu quero saber que fim levou esse Simom? Termina a história,
que agora estou curiosa. Diz a Sophia.
— Gostou da história né, realmente é algo que
não se escuta todo dia, ninguém nem imagina o que acontece, nos presídios,
enquanto as pessoas se matam não faz diferença para ninguém e ainda dizem
assim, bandido tem mais que morrer mesmo, mas as pessoas esquecem que um dia
por algum motivo podem ir parar lá também , por um crime passional, ou um
acidente que resulta-se na morte de outra pessoa, pensão alimentícia, por isso
nunca se deve julgar ninguém.
— Então o Simon fez da cadeia um lugar descente,
para todos viverem , fez por nós, coisa que o governo não fazia e uma vez ele
disse: “Se você que um mundo melhor para se viver, faça a sua parte de alguma
maneira” realmente ali era como se fosse um novo país, uma espécie de Vaticano,
que é um País que fica dentro de outro País e é um País mais rico
que a própria Itália, como os Papas no Vaticano, nós também vivíamos como rico,
não sei de onde o Simon tirava e ganhava tanto dinheiro, nós tínhamos de tudo o
que você pode imaginar, até medico bom e dentista, nós tínhamos, Nós tínhamos
as nossas próprias leis, que eram diferentes, mas sempre vendo o lado humano, o
Simon nunca mais matou ninguém e tratava todos como irmãos e ele
dizia: “Que pena, que alguns irmãos morreram no começa, porque hoje poderiam
estar aqui com a gente, aproveitando os frutos, mas como tudo na vida, sempre
tem os obstáculos”. Mas de vez em quando o Simon exigia que treinássemos como
soldados, que tínhamos que ter disciplina e dizia que tínhamos sempre que estar
preparados e sendo assim, nós nos dividíamos em turnos da manhã, tarde e noite,
tudo era um aprendizado, se você pegasse o período da manhã para ser um
soldado, você treinava exercícios militares, desde de aulas de artes Marciais,
treinávamos tiro e testávamos novas armas de fogo de tudo quanto era jeito.
Quando acabava o período de treinamento de soldado, depois de se alimentar e
descansar você tinha os cursos profissionalizante e era assim que ia melhorando
as vidas das pessoa, os pedreiros ia construindo novos prédios com melhores
acomodações, novos quartos , salas, os costureiros, faziam a sua parte e assim
por diante e quando terminavam este período começava o noturno que era voltado
para a acultura, sabedoria e lazer, nós aprendíamos sobre filosofia, música,
teatro, pintura, xadrez, os estudo eram bem aprofundados, onde apareceram
diversos talentos na música, na pintura e no teatro, que chegavam a sair do
presídio para se apresentarem canais de televisão e casas de show, galeria de
arte.
Simon
dizia que um exército perfeito era aquele que fazia do seu habitar um lugar
ideal para viver ou sobreviver, podendo progredir perante a um inimigo ou a sua
própria vida, aquela prisão era o melhor lugar do mundo para se viver, ninguém
queria ir embora o diretor e os guardas, muitas vezes tínhamos que lembrar eles
de continuarem as suas vidas fora da prisão, muitos se divorciaram, só para não
ter que ir embora. Mas como diz o ditado: “Nem sempre o que é bom dura para
sempre” Da mesma foram que ele tornou na prisão na calada da noite em um
ambiente adequado e ideal, tentaram fazer ao inverso, alguém nos traiu e
descobriram todo o esquema, o que virou uma guerra e realmente tínhamos
que estar sempre preparados, lutamos por um tempo, mas depois que descobriram
os nossos esquema, ficamos se suplementos e água, por que o Simon havia pensado
nisso , mas não havia dado tempo de construir uma reserva maior e os homens
começaram a morrer de fome e sede e pensávamos em se entregar, mas não antes de
lutar muito, alguns prisioneiros conseguiram escapar enfrentando a polícia de
frente porque tínhamos um poder de fogo muito grande, muitos morreram e outros
conseguiram fugir, mas essa fuga enfraqueceu os soldados que ficaram e depois
de tanta resistência e privação , eles conseguiram invadir e nos rendemos, eles
prenderiam todo mundo novamente e voltamos ao regime antigo. Eles descobriram
que o Simon era um milionário lunático, que investia todo o seu dinheiro contra
o sistema , que ele não concordava como funcionava, realmente o seu sistema era
bem mais humano e funcionava, só não deu tempo de todos estarem preparados para
resistirem por um longo período, nessa lutas até os guardas ficaram do nosso lado,
o diretor também, mas quando o Simon percebeu que estávamos perdendo ele pediu
para os Guardas e o Diretor dizerem que eles foram sequestrados e ameaçados,
para não serem prejudicados, mas não deu muito certo não, todos eles foram
afastados e alguns foram até aposentados, mas pelo menos não forma presos e nem
mortos.
O plano
do Simom era tão bom, pena que não conseguiu chegar até o fim.
— E o que aconteceu com ele?
— Parece que ele está em uma cela especial e as
suas ideias estão sendo usadas nessas prisões espaciais, que tiveram que tomar
uma atitude depois do que ele fez, acharam que as prisões eram muito
vulneráveis e poderiam se tornarem grandes bombas contra o sistema e sendo
assim parece que é o Simon que está por trás das ideias da prisão espacial.
— Caramba o cara é um Gênio. Diz filo.
— É ele é mesmo uma pessoa muito inteligente,
uma vez eu vi umas anotações dele sobre uma prisão na lua, na época eu achei
uma besteira tamanha, mas agora tudo faz sentido, mas a parte que peguei eu
acho que era já uma parte muito avançada, ele já estava se preocupando com quem
tivesse que ser preso na lua, olha como a mente do cara era avançada.
— Mas o que dizia nesse papel? Pergunta Sophia
Estava
anotado assim: “A solitária será em um estrela ou meteoro com os tamanhos
adequados, isolado do resto da humanidade lunar, caso esse sujeito venha a
cometer algum crime na lua, mesmo depois de já estar vivendo lá, porque a na
lua não pode ter nenhum tipo de algo que lembre um cela ou prisão, a Lua é uma
prisão onde as pessoas só são separadas da sociedade da terra, mas o condenado
vivera como uma vida normal, com todas as necessidades humanas, mas sem grades,
terá toda liberdade para poder se regenerar, a água será recebida por balões
infláveis que recolhem a água que escapa pelos buracos na camada de ozônio
colhida por uma máquina que a armazena em balões pipas infláveis gigantes, onde
depois de cheios de água, são direcionados para a lua e novos balões são
acoplados na máquina que recolhe a água do buraco da camada de ozônio, os
alimentos será algum tipo de composto, e a comunicação será a mesma que a da
terra, onde reprodutoras de sinal dos satélites, levará o sinal até aos
apartamentos dos condenados a viver na lua, onde os seus entes queridos poderá
acompanha-los, pai, mãe, irmã, quem quiser ir junto para uma nova vida”.
— Sabe o que eu estou lembrando agora, eu lembro
de um recorte de uma reportagem dos prédios do seu ao lado dessas anotações,
agora eu lembrei onde eu tinha visto a foto desse prédio, mas achei que aquilo
era coisa de cinema ou propaganda falsa, agora tudo faz mais sentido ainda.
— Caramba que coincidência de novo né Filo?
Pergunta Sophia.
— Estou de boca aberta.
— Por falar em boca aberta, gostaram da comida?
— Eu nunca comi nada tão gostoso, parece aquelas
comidas de restaurante Francês, típica de um chef de cozinha.
— Agora eu vou dormir aqui no sofá e vocês vão
fazer o que vocês tiverem que fazer, namorar, dormir sei lá, mas me deixa
descansar agora que estou muito cansado.
Capítulo
XIX
Filo
acorda e olha para o lado da cama e não vê Sophia, ele se levanta e anda pelo
corredor até a sala onda encontra a Sophia e o Marcos conversando.
— Bom dia, sobre o que vocês dois estão
conversando de tão interessante assim, logo cedo?
— Nada de mais eu só estava contando para a
Sophia como é gostoso dirigir o carro dela, dirigir pilotar, pilotar também não
é, acho que é ser passageiro.
— Você
já saiu hoje?
— Sim, que horas que você pensa que já é, já são
onze horas.
— Puxa vida, dormi pra caramba, dormi para valer
está noite foi boa e você foi aonde com o auto planador?
— Fui até onde a gente morava, você acredita que
o barraco ainda está de pé, ele ainda existe está com algumas madeiras podres,
mas está de pé e ainda encontrei alguns amigos meus. Que no começo não me
reconheceram, mas depois se lembraram de mim.
— O que você foi fazer lá, relembrar lembranças
tristes?
— Não um verdadeiro homem nunca esquece as suas
origens, sempre lembra quem foi e sabe de onde veio, sabe quem ele é, assim eu
lembrei de todas as coisas que fiz da vida, coisas boas e coisas ruins, essas
coisas só me dão mais experiência para fazer o certo no futuro, mas se um dia
inventaram uma máquina que volta no tempo eu não corrigiria os meus erros,
deixaria tudo como está, porque sem os meus erros e sem os meus acertos eu não
sou nada, se você não conhece a derrota, também não vai saber valorizar uma
vitória, nunca saberia a diferença entre ganhar e perder, acharia que tanto
faz, mas quando você amarga uma grande derrota, aí sim você aprende a valorizar
um vitória.
— Ah! E daí o que tem isso, para que eu vou
querer valorizar derrotas, prefiro sempre vencer.
— Credo Maninho que mal humor, você sempre
acorda assim, acorda todo dia mal— humorado todo dia?
— Não ele não é assim não, ele está estranho
hoje. Fala Sophia.
— Eu estou achando estranho essa história do meu
irmão ir até onde morávamos, isso está esquisito, ele está armando alguma
mutreta, está tramando alguma coisa, mas deixa para lá, vocês têm razão, vou
melhorar o meu humor, vou tomar um café com leite de soja.
— O que você quer fazer hoje Marcos?
— Não sei, o que o meu guia me diz.
— Que tal surfarmos?
— Surfar onde?
— No céu.
— No céu?
— Você nunca fez isso né?
— É lógico que não, como é isso, nem imagino
como seja.
— Deixa eu tomar o meu café e depois nós vamos
até uma loja de aluguel de pranchas, se você ficar com medo pode ir com um
motoplanador, que também e 'muito gostoso.
A porta
da sala se abre é por ela entra a Marna.
— Isso são horas Marina, você quer mesmo matar a
mamãe, se o coração dela não fosse artificial, ela já teria morrido.
— Ah!! Não enche, me deixe em paz que da minha
vida cuido eu.
Marina
entra e vai direto para o corredor dos quartos, entra no quarto dela e se
tranca.
— Que coração artificial é esse que você falou?
— Eu não te contei né? — Você não reparou que a mamãe quase não
envelheceu?
— Não!
— Já que você não reparou eu vou te contar
então, depois da morte do Joaquim e da sua prisão, ela deixou se abater muito e
vivia em uma depressão e isso provocou um enfarte nela, que causou falência de
vários órgãos dela, mas para a sorte dela novos protótipos de vários órgãos
estavam sendo testados e ofereceram para, perguntaram se ele não queria ser uma
cobaia, como ela estava nem ai com a vida ela aceitou e eles substituíram
vários órgãos dela, os rins, o fígado, o coração, vesícula, e até um pequeno
aparelho que substitui a função da tireoide, tudo o que eles precisavam de uma
pequena parte da célula tronco dela, para desenvolver os órgãos com o DNA dela
para que o organismo dela não rejeitasse os novos órgãos e assim foram feitos
todos esses órgãos e depois disso tudo ela superou a depressão e
começou a se cuidar mais , fazer exercícios físicos e cuidar melhor da saúde dela
e esses novos órgãos ajudaram também um melhor funcionamento do seu organismo
que fez com que ela envelhecesse pouco.
— Que bom, que lega, quer dizer que essa nova
tecnologia criada para os órgãos, salvou a mamãe, isso é muito bom, porque se
não fosse isso talvez eu nunca mais iria rever a mamãe viva novamente se ela
tivesse morrido antes de eu sair da cadeia eu iria ficar com muito peso na
consciência.
— É morrer hoje em dia, já é quase opcional, se
você não morrer por acidente ou se não for assassinado, você pode substituir os
seus órgãos e prolongar a sua vida, eles já estão fazendo experiência com
cérebros mortos e estão reanimando-os estimulando alguns neurônios.
— Ressuscitando, quer dizer que quando eles
terminarem essas pesquisas e estiver tudo funcionando e se você sofrer um
acidente e tiver uma morte cerebral, eles vão te ressuscitar reanimando os eu
cérebro, trocando as partes danificadas por partes novinhas e assim continuar a
viver essa vida maravilhosa.
— É, agora chega de papo furado e vamos nos divertir
né Sophia.
— Mas é lógico.
— Você gosta né de sua danadinha de uma
adrenalina.
— Adrenalina, porque isso dá medo?
— Dá nada é gostoso.
— Mas é seguro?
— É lógico, mas não se preocupa, se cair e
morrer eu mando te ressuscitar, congelo o seu cérebro até a experiência ficar
pronta.
— Vamos logo!
Já na
loja.
— Bom dia, eu quero alugar duas pranchas, uma
para mim e outra para a minha namorada e quero também um motoplanador para o
meu irmão.
— Ok me dá o seu número do seu CPF, para debitar
o aluguel, podem ir escolhendo as pranchas a vontade.
— Eu vou com essa.
— E eu vou com essa cor de rosa, olha que linda!
— Não existe nada mais seguro? Eu fico aqui e
vocês vão.
— Nada disso você vai com a gente.
— É vamos nessa você não precisa fazer nada e só
colocar a motoplanador no automático, com a opção acompanhar, que ela vai nos
seguir, a aí só deixar com ela, que ela vai fazer tudo sozinha, você só tem que
colocar o cinto de segurança, que o itinerário que nós fizermos ela vai fazer
também.
— Pronto está tudo certo, vamos nessa.
E eles
saem em disparada.
— HU, huuu.
— Aí que frio na barriga. Diz o Marcos.
— Não esquenta que você se acostuma. Grita a
Sophia que mergulha no céu com a prancha.
O Filo
vai atrás e a motoplanador vai atrás fazendo o Marcos gritar muito, deixando
ele com o coração na mão e os olhos arregalados.
E assim
eles brincam no céu e se divertem junto com os passarinhos. Depois de muita
diversão eles retornam para a loja para devolverem os brinquedos.
— E aí Marcos, gostou?
— Nunca mais quero andar num troço desse, crê em
deus pai, eu quero ir para a casa devo o de estar todo cágado na calça.
— Ah!! Para de ser chato, você não achou
divertido?
— É a coisa mais divertida que conheço. Diz a
Sophia.
— Para mim nada vai ser mais divertido do que
andar no carrinho de pegar papelão do meu pai, aquilo sim era divertido, eu
adorava, ficar dentro daquele carrinho e sair pelas ruas da cidade com o meu
pai, com ele puxando o carinho e cantando as suas canções do nordeste, eu era
muito feliz, daquele jeito, única vez que não achei legal, foi a vez que
aqueles playboys me levaram junto no dia que eles tomaram o carrinho do meu
pai, eles foram muito rápido e a cada curva eu achava que o carrinho iria
capotar, e dava cada solavanco que dava frio na barriga igual ao da
motoplanador.
— Você não esquece o papai né, ele era tudo para
você né?
— Sim ele era tudo para mim, meu herói, meu
palhaço o meu pai.
— Ele gostava muito de cantar “Asa Branca” agora
entendo eu tinha tudo a ver com ele, essa música era a cara dele, mas deixa
para lá, vamos falar de coisas alegres.
— É vamos falar de coisas boas.
Assim
eles se divertiram a tarde toda até a noite, só voltando anoite para casa para
dormirem.
Capítulo
XX
Marcos
se levanta do sofá depois de todos terem dormido, vai até o auto planador da
Sophia ele dá as coordenadas para o auto planador dizendo:
— Casa!
O
planador vai direto para a casa da Sophia e pousa na garagem. Marcos fica de
prontidão na casa do pai da Sophia e fica ali de espreita até o irmão da Sophia
aparecer, ele estava andando pelo jardim da casa tranquilamente. Marcos Caminha
por trás dele cautelosamente e aplica uma gravata e tampa a sua boca,
desacordando ele, depois o carrega até o auto planador, onde já haviam ali
cordas, ele amarra o irmão da Sophia e dá a ordem para o Auto planador:
Barraco!
E o auto
planador se dirigi para o barraco.
Chegando
no barraco dois homens já esperavam pelo Marcos.
Era o
Zoinho e o Pinguim.
— Está tudo certo aí zoinho? Pergunta o Marcos.
— Está tudo ok. Responde o zoinho.
— Aqui está o trampo, vamos colocá-lo dentro do
barraco, ajuda aqui Pinguim.
Eles
carregam o Thiago para dentro do barraco e colocam em cima de uma cama, que já
estava preparada.
— Pronto está tudo certo agora é só pedir o resgate,
mas antes eu tenho que voltar para casa, bom vocês já sabem o que tem que
fazer, é só mandar a carta com o pedido de resgate.
Marcos
dá as ordens e volta para o apartamento e se deita no sofá como se nada
estivesse acontecido.
Já pela
manhã.
— Acorda dorminhoco, hoje foi você quem dormiu
um pouco mais, vai levanta que eu quero assistir o meu programa favorito de
esporte e já deve de estar começando.
Filo
liga o transmissor digital e aparece a imagem no meio da sala, que já anunciava
a vinheta de esporte: “Esporte aventura vai começar, mas antes um anuncia mento
do nosso Rei”, “Bom dia meus cidadãos, desculpe estar invadindo a privacidade
da casa de vocês logo cedo, mas venho até vocês notificar que está madrugada,
meu filho Thiago foi sequestrado e peso aos sequestradores que não machuquem o
meu filho ele é o meu precioso e pagarei, desculpa falar pagar,
ainda são velhos hábitos, irei fazer o que vocês me pedirem, para me
devolver ele, por favor entre em contato para resolvemos isso o mais rápido possível,
eu quero saber como ele está, ele não é muito forte com certas situações, ele é
muito frágil, fico no aguardo de novas notícias, muito obrigado”. “Voltamos a
nossa programação, que coisa em companheiro, sequestraram o nosso príncipe”.
— Credo Sophia sequestraram o seu irmão Sophia e
agora, nós temos que ir para a a sua casa ajudar o seu pai, ele deve de estar
preocupado com você também.
— É eu tenho que ir para casa, realmente ele
deve de estar preocupado comigo, tchau para vocês, depois eu te ligo.
— Caramba fazia anos que não se ouvia falar em
sequestro, que loucura.
Filo
olha para o Marcos que estava com um olhar penetrado.
— Você não tem nada haver coisa, tem?
— Eu haver com o que?
— Você sabe muito bem do que eu estou falando.
— Mas como eu iria fazer isso, se eu estava aqui
o tempo todo.
— É tá melhor deixa pra lá, esquece o que eu te
falei, vamos tomar café que hoje eu tenho que fazer alguns serviços para ganhar
uns trocos e agora com essa história do sequestro a Sophia vai precisar de mim.
Capítulo
XI
Filo
chega em casa junto com Marcos e encontra a Sophia sentada no sofá.
— Oi meu amor como você está?
— Eu estou bem, mas lá em casa está um clima
ruim, está muito pesado, eu sai um pouco para descontrair, eu quero ir no
cinema, vamos no cinema?
— Vamos está passando A liga da Justiça e a
Guerra dos planetas, dizem que está demais, o Batman está com uma armadura
muito legal, é super. high tech, A nova Mulher Maravilha é muito linda, ela é
igualzinha a Mulher maravilha dos anos 1970 e tem os super. Gêmeos com aquela
casa que faz aquele seriado que você gosta.
— Qual?
— Dos dois irmãos que não se entendem, que só
brigam.
— Ah tá, “Como cão e Gato”.
— Isso e tem o Aquaman com aquele galã o
atchummm.
— Quem?
— Otimo, droga.
— Não acredito, aquele homem lindo maravilhoso,
de olhos verde, barriga tanquinho e etc. e etc.
— É ele mesmo e o pior que ele não usa camisa no
filme.
— Agora que quero ir igual o The Flash.
— Vocês estão falando dos super. heróis da minha
época.
— Na verdade é dá época de todos nós, que
criança nunca quis ser um super-herói?
— Nesse filme estão muito outros Super. heróis,
esqueci do Superman.
— Superman. era o meu preferido quando criança.
Diz o Marcos.
— Vai vamos logo!
— Você tem certeza Sophia, você acha mesmo que é
uma boa hora, para sairmos?
— Vamos logo para mim, vai ser bom distrair um
pouco, vai me fazer bem, e me fazer esquecer toda essa história do sequestro do
meu irmão.
— Por mim tudo bem, só me deixa tomar banho
primeiro, ai nós vamos.
Filo vai
tomar banho e quando ele sai do banho ele encontra Marco e Sophia cochichando e
dois param de conversar assim que avistam o Filo, Filo acha estranho a atitude
deles, mas dá de ombros.
— Eu já estou pronto Marcos, agora só falta
você.
— Eu acho que não vou não, vou deixar vocês dois
namorarem um pouco, chega de ficar de vela.
— Nada disso, você vai com a gente sim. Insiste
a Sophia.
— Vai se arrumar!
Marcos
ainda tenta argumentar, mas percebe que não vai ter jeito e desiste e vai tomar
banho.
— Pronto podemos ir.
Eles
saem do apartamento e entram no elevador depois pega esteira que sai em frente
as salas de teatros e cinemas.
Chegando
no cinema.
— Nossa que lindo e que grande.
O cinema
era muito parecido com o estádio de futebol, ele tinha vários andares, e tinha
uma característica dos antigos Drive in, onde as pessoas assistiam os filmes
dentro dos carros onde eles namoravam também, havia um holograma gigante onde
já passava o trailer de alguns filmes que ainda iria lançar.
— Ninguém vai comprar pipoca?
— Você quer pipoca, é só apertar este botão e
fazer o seu pedido e coloca o número do seu Cpf, como você ainda não está
habilitado eu coloco o meu, pronto.
— Um agora essa bagunça que eu fiz, quem vai
limpar? Mas também é impossível comer pipoca sem derrubar nenhuma.
— Relaxa maninho, tudo isso é aspirado por um
sistema assim que a sessão acaba, está vendo essas aberturas nos bancos na
frente, então é por aqui que se aspira.
— Agora pede outra pipoca que eu vou no
banheiro, isso não dá para ninguém fazer pela gente. Filo se levanta e vai até
o banheiro, quando ele volta encontra Marcos e Sophia conversando novamente e
pararam de novo assim que o viram, filo acha estranho, mas não fala nada.
O Filme
começa e todos prestam atenção.
O filme
acaba e na saída Marcos comenta que filme legal, você viram aquelas cenas do
Aquaman dentro da água, muito legal.
— Eu gostei das cenas do espaço, quando a mulher
maravilha usa o seu avião invisível, o Superman destruindo as naves e o Batman
no sua Bat nave e o Lanterna verde em uma nave verde, feita pelo anel.
— E você filo do que mais gostou?
— Eu gostei de todos, o filme é muito bom.
— Credo Filo você está estranho de novo, você
anda muito estranho.
— Eu, não estou não, só estou cansado.
Chegando
no apartamento a Sophia diz.
— Bom filo hoje eu vou embora para casa, o
negócio está feio por lá.
— Eu também estou cansado e vou dormir.
Ele dá
um beijo nela e se despede.
Sophia
entra no seu planador e vai embora.
— Marcos deita e desmaia no sofá.
— Filo meio desconfiado, olha para o irmão,
pensa em falar alguma coisa, mas desiste e vai para o seu quarto.
Filo
deita— se em sua cama e se cobre, mas der repente, lhe dá um estalo e vai
devagarinho e espia o irmão, que estava se levantando, já trocado e sai pela porta
da sala, Filo acha aquilo estranho e busca o seu sapato correndo e começa a
seguir o irmão.
Marcos
vai até a loja de aluguel motoplanador e aluga ume sai.
Filo
corre e aluga uma prancha que era mais rápida e segue o irmão, como o Marcos
não tinha muita habilidade, filo alcança rapidamente e tem que disfarçar para o
irmão não o veja, Marcos não percebe nada e continua na sua viagem.
Marcos
chega no barracão onde estavam o Pinguim e o zoinho, cuidando do Thiago, Zoinho
e o Pinguim se levantam rapidamente.
— É você Marcos que sustos. Diz o pinguim.
— Está tudo sobre controle?
— Sim está, está tudo ok.
— Nós vamos ter que entrar em contato com a
família.
Nesse
momento o Filo chegava no barraco e entra e dá de cara com o Marcos, que se
assusta ao ver o irmão.
— O que você está fazendo aqui?
— Eu que pergunto o que você está fazendo aqui?
Filo
avista o Thiago amarrado.
— Eu sabia que você estava fazendo alguma coisa
errada, foi você mesmo que sequestrou o Thiago.
— Não filo me deixa te explicar, não é bem
assim, mas eu não posso te dizer nada.
— Estou decepcionado com você, você não tem
jeito né, que passar toda a sua vida em uma prisão, a mamãe não vai aguentar
passar por tudo aquilo de novo, você vai matar a mamãe se for preso novamente,
— Eu sei.
— Porque você está fazendo isso? É por vingança,
meu esquece o passado, esquece o que passou, vai viver a sua vida, esquece essa
coisa de vingança, isso não vai trazer o papai de volta, não vai mudar nada.
— Agora é tarde, não dá mais para voltar atrás,
já está feito.
Filo
olha com muita raiva para o irmão se vira e sai correndo do barraco, ao sair
correndo ele dá de frente com a Sophia que estava chegando no seu aero
planador.
— Ferrou tudo agora. exclama o Filo.
Marcos
coloca a mão no ombro do irmão e pede calma.
— O que você está fazendo aqui? Pergunta Sophia
— Eu nada, quero dizer estou matando a saudade
do lugar onde eu nasci. Responde o Filo.
— Quer dizer que foi aqui que você nasceu então,
deixa eu ver como é por dentro.
— Não! Não! Você não pode entrar está cheio de
ratos e você morre de medo de ratos.
— Eu perdi o meu medo de rato, não tenho mais
medo.
— Eu não quero que você entre aí, eu tenho
vergonha de onde eu morava.
— Você sabe que eu não ligo para essas coisas
Filo.
— Se você entrar vai estar tudo terminado entre
nós dois.
— Relaxa Filo eu só quero dar uma espiadinha, só
uma olhadinha.
Sophia
vai entrando, Filo ainda tenta impedi-la, mas não consegue.
Ela
caminha até o quarto e vê o irmão, que se alegra ao ver lá.
Capitulo
XXII
Sophia
dá uma risadinha e diz:
— E aí Maninho está confortável, e aí está
gostando da hospedagem? O serviço de quarto é bom, está do seu agrado? Seu de
fresco desgraçado.
Ela
agarra o irmão pelos cabelos e dá um monte de tapa na cara dele e grita.
— E aí maninho está gostoso, está gostando, só
vai doer um pouquinho, o papai não vai ver e não vai ficar sabendo, mas se você
não cooperar eu vou contar para o papai que você quebrou a garrafa de vinho
raro dele, seu desgraçado. Grita a Sophia esbofeteando o irmão.
— Chega Sophia. Diz o Marcos agarrando-a.
Filo não
estava entendendo nada e fica ali só observando aquela cena, sem acreditar no
que estava acontecendo.
Sophia
cospe no irmão e o chuta e grita.
— Seu porco nojento!
O irmão
dela chorava e tentava dizer alguma coisa, mas a sua voz não saia.
— Porque? Pergunta o Filo.
— Porque Filo? Você quer mesmo saber, será que
você ainda vai querer ficar comigo depois que eu te contar, porque eu tenho
vergonha de contar para você o que esse verme fazia comigo quando éramos
criança, uma vez eu quebrei uma garrafa de vinho muito rara do meu pai, eu
estava brincando com o meu cachorro correndo pela casa e cai e bati no balcão
onde estava o aquele vinho separado para a noite, porque naquele dia o meu pai
iria receber uma visita importante e ele queria impressionar com aquele vinho,
quando o meu pai descobriu que o vinho havia caído, ele ficou louco, ficou
muito bravo, gritava e xingava, então eu fiquei com medo de dizer que tinha
sido eu que havia quebrado o vinho, e esse verme sabendo que tinha sido eu, se
aproveitou da situação e a noite ele entrou no meu quarto enquanto eu dormia e
acordei com ele em cima de mim dizendo, se eu não fizesse o que ele queria, ele
iria contar para o meu pai quem tinha quebrado o vinho, ele dizia assim: “Vai
doer, só um pouquinho no começo, depois só vai ficar gostoso, você vai gostar”
e assim ele me estuprou quando eu tinha apenas dez anos de idade, foi horrível,
depois ele tentou outras vezes, mas ai eu o ameacei dizendo que eu que iria contar
para o meu pai o que ele fez comigo, mas nunca contei e demorei anos para
superar isso, quando arrumava namorado na hora que ele me tocavam eu sentia
nojo e saia correndo porque tinha um trauma e o pior que eu não pode tratar
porque não podia falar para o meu pai, eu só consegui ter um namorado, quando
te conheci, parece coisa do destino mesmo, parece que você realmente nasceu
para mim e eu para você, porque quando você me tocou, foi como um passe de
mágica e me fez esquecer e superar toda aquele trauma, você era tão gentil
comigo, que superei .
— Mas ele não é Gay?
— Hoje ele é, mas naquela época eu acho que ele
queria se afirmar, mas devia de ter medo de sair com uma menina e por isso fez
o que fez, com certeza ele não gostava de mulher porque ele me tratou como uma
putinha. Sophia diz isso e cospe no irmão mais uma vez.
Filo
fica sem saber o que dizer e pensa com os seus botões:
— Agora entendi o que está acontecendo, a ideia
do sequestro foi da Sophia para se vingar do irmão e pediu a ajuda do meu
irmão, por isso eles cochichavam tanto, é, nesse caso, não sei se ela está
certa no que está fazendo, mas ela ferrou com o meu irmão agora porque não tem
mais volta.
Filo
olha para o irmão que diz para ele.
— Está vendo maninho, todos não temos as nossas
vinganças particulares, não sou só eu que não sei esquecer ou perdoar. Diz o
Marcos.
— Pó mano eu estava pensando besteira de você,
pensei tanta coisa, pensei até que você queria ficar com a Sophia.
— Credo maninho que nunca faria uma coisa dessas
com você, nem que ela fosse a última mulher da terra, conheci muitos homens que
estavam presos, porque pegaram as suas mulheres traindo eles e acabaram matando
a esposa, namorada, noiva, ouvi cada história, que me ensinou que respeitar a
mulher do próximo ainda mais do meu irmão credo, isso é coisa de Talarico e
homem que não tem vergonha na cara, merece realmente morrer de uma forma bem
feia, igual as histórias que ouvi na cadeia, mas outra hora eu te conto essa
história, agora não é hora, na situação que estamos aqui.
— Mas pode deixar Sophia que eu vou cuidar bem
do seu irmão, na cadeia eu tinha uns namorados bem feios que o seu irmão e
agora eu vou ensinar ele a não estuprar mais ninguém, vou ensina-lo de manhã,
tarde e de noite né minha loirinha.
Filo balança
a cabeça e me reprovação ao irmão e sai do barraco pega a sua prancha e volta
para o prédio, ele entregue a prancha na loja de aluguel o homem avisa que ele
não havia pago, na hora que ele retirou a prancha, ele faz o
pagamento e fica esperando pelo seu irmão para poder pagar o aluguel
dele, aquele doido, fazia as coisa sem pensar, ele tem um bom coração e acaba
fazendo as coisas erradas por causo disso, ele é um bom homem, mas o seu
destino foi cruel com ele.
Marcos
chega com a motoplanador.
— O cabeção como você ia pagar o aluguel da
motoplanadora.
— Putz maninho não tinha pensado nisso.
Filo
paga para o irmão e diz.
— Ainda bem que descobri o que você está fazendo
a tempo, assim eu vou te ajudar a pensar e não deixar você fazer alguma
besteira, vou te ajudar a sair dessa agora.
— Você me ajudando como sempre, maninho.
Os dois
caminham até o apartamento onde a Sophia já esperava pelos dois.
— Muito bem vocês dois, tem algo para me contar,
vamos lá estou esperando, quando foi que tudo isso começou, quem foi que teve a
ideia? Pergunta o Filo.
— A ideia foi toda minha Filo, quando você me
contou do seu irmão, eu tive essa ideia na hora e fui visita-lo na cadeia sem
você saber e combinei com ele se o ajudasse a sair da prisão se ele me ajudaria
com isso que estou fazendo com o meu irmão.
— Por isso quando ele saiu, eu percebi que vocês
já se conheciam, como se já tivessem se visto, seus dois safados agindo nas
minhas costas.
— Não fala assim, eu facilitei as coisas para
você quando você entrou com a papelada para liberar ele, eu só usei a
influência do meu pai sem você saber e te ajudei a tirar o seu irmão de lá.
— É maninho foi assim mesmo, um belo dia ela
pareceu lá na prisão e me dizendo quem era ela e me fez essa proposta, eu
aceitei na hora é lógico, essa era minha grande chance de viver de novo e não
queria perder mais chances na minha vida, eu não queria voltar para o crime ,
mas tinha que fazer essa última vez para pagar a minha promessa e depois que
isso se resolver eu quero ter uma vida livre e honesta, viver uma vida
diferente de toda a que vivi até hoje.
Eles
conversam sobre o assunto e não percebem que a Marina estava atrás da porta
ouvindo tudo o que eles diziam.
Capitulo
XXIII
Filo
ainda não se conformava, com tudo que estava acontecendo e pensa:
— Então era isso, que vocês dois ficavam de
cochicho.
— Porque o que você pensou que fosse Maninho?
— Nada.
— Maninho eu te amo muito, jamais iria te trair,
você é uma pessoa muito boa, que não faz mal para ninguém e a Sophia te ama demais
também, e pelo pouco que eu a conheço, ela nunca faria uma coisa dessa com
você.
— É verdade filo eu te amo de mais, você não tem
noção como foi difícil expor essa história do meu irmão para você, você não
sabe o medo que fiquei de te perder, se eu te perdesse, não sei o que faria da
minha vida sem você, de tudo o que eu tenho nessa vida, a herança do meu pai, o
título de princesa, nada disso vale nada, se você não estiver do meu lado.
Filo
estava com os olhos cheios de lágrimas olhando para a Sophia, que tentava dizer
alguma coisa com a voz embargada.
— Euu, eu, eu também te amo muito, não sei mais
viver sem você, você é o meu tudo, é a minha outra metade, só penso em você o
tempo todo e não gosto quando você vai embora, eu quero estar ao seu lado 24
horas por dia, não consigo sair um minuto do seu lado, que parece uma
eternidade, realmente você nasceu para mim.
— E você nasceu para mim também, te amo.
Os dois
se abraçam e o Marcos abraça os dois e diz:
— E eu amo você dois, faria qualquer coisa por
vocês.
— Eu também te amo Maninho. Diz o Filo.
— Eu também te amo como se fosse um irmão
diferente do que sinto pelo o irmão que tenho, eu gostaria que ele fosse como
você. Diz a Sophia.
Os três
se abraçam e todos riem.
— Mas e agora como vamos resolver essa situação?
— Eu só vou dar um susto no meu irmão e depois
eu vou solta-lo, assim vai ficar tudo resolvido.
Marina
que ouvia tudo do corredor, fica pensativa e tem uma ideia e pensa.
— Melhor esperar mais um pouco e ver até onde
essa brincadeira vai, depois disso eu armo o meu bote.
Dona
Fátima se levanta para ir ao banheiro, se depara com a Marina ali parada no
corredor falando sozinha dá um susto nela.
— Marina o que você está fazendo aí minha filha?
— Nada mãe só estou indo para a cozinha pegar um
copo d´água.
Os três
que conversavam param e olham para o corredor de onde estava vindo as vozes da
Marina e da Dona Fátima, de onde surge a silhueta da Mariana indo em direção a
cozinha, só para disfarçar.
Todos
ficaram preocupados e pensativos.
— Será que ela escutou alguma coisa? (Pergunta
Marcos)
— Não sei, e agora se ela escutou e contar para
alguém. Comenta Sophia preocupada.
— Vamos ter que ficar espertos com ela, ela pode
usar disso para se dar bem, está vendo isso já está ficando perigoso e qualquer
vacilo é fatal, você não pensou em tudo e tem mais se eu não estou enganado, a
Marina pode ser amante do pai da Sophia.
— Amante do meu pai?
— Isso mesmo, vocês não lembram aquele dia
lá no jogo de futebol, que a Marina estava na tribuna de honra da realeza,
então das duas uma, ou ela estava com o seu pai ou com o seu irmão, o seu irmão
deixa uma dúvida, ou era alguém muito próximo deles, algum conhecido, que era
tudo o que ela queria para poder tirar proveito e se dar bem, oportunista da
situação que cai no colo dela.
— Realmente ela gosta de tirar proveito de tudo,
você está certo e eu errada, tem sentido e vamos ter que descobrir o que ela
escutou, porque se ela escutou a nossa conversa, vamos ter que dar um jeito
nela, digo prende-la por um tempo até essa história terminar. — É lógico como não vamos machucar o seu irmão,
também não vamos machuca-la, mas vai ser legal dar um susto nela também.
— Chiuu, que ela vem vindo.
Marina
passa pela sala como se não tivesse ninguém ali, esnobando os três, dentro da
sua arrogância.
— Você estava ouvindo a nossa conversa né
Marina? Grita Filo.
Marina
de ombros.
— Eu estou falando com você, sua metida a besta.
— Eu ouvi o que? — O que que me interessa a conversa de vocês.
— Não sei o que te interessa, mas se for algo
que me interessa e que possa me prejudicar e você se der bem. Fala Marcos.
— O que você poderia fazer de tão interessante
assim que eu poderia tirar proveito de você seu inútil. Marina responde para o
irmão com agressividade, dá as costas para ele e volta para o seu quarto.
— Ela ouviu alguma coisa sim, vamos ter que
impedi-la de nós prejudicar e atrapalhar o nosso esquema. Diz Marcos.
— Tive uma ideia, vamos faze-la prisioneira no
seu próprio quarto, a gente lacra a janela e tranca a porta também, até que
tudo isso acabe, caso contrário ela vai nos prejudicar, nós vamos precisar se
revezar para vigia-la, também vamos precisar alimenta-la ou podemos matá-la.
Fica um
silêncio.
— Estou brincando. Brinca Filo.
Todos
dão risadas.
— Mas bem que podíamos deixa-la morrer de fome.
Brinca Sophia agora.
— Chega de brincadeira e vamos falar sério, nós
não sabemos exatamente quanto tempo isso vai durar o sequestro do irmão da
Sophia e iremos precisar muito de você filo, agora você também é cúmplice
estamos juntos.
— Vai precisar de mim? Eu não quero me envolver
mais do que já me envolvi, não quero saber dessa história não.
— Tudo bem, se você quer assim, a Marina pensa
que você está junto com a gente no sequestro e se acontecer uma investigação,
vão dizer que você sabia do sequestro e não denunciou o que te torna um
cúmplice.
— Mas eu não fiz nada, vocês dois que são doidos
e me envolveram na tramoia de vocês.
— Te envolvemos não, você que foi curioso, quem
mandou você seguir o seu irmão.
— Está bom, o que eu tenho que fazer?
— E só cuidar da Marina, alimentar ela e vigia-la,
depois que a trancarmos no quarto dela.
— E o que eu vou falar para a mamãe?
— Ixii a mamãe!
— Diz que ela está com uma doença contagiosa e
que não pode sair, porque está de quarentena e a doença é contagiosa, a gente
arma com um médico falso, finge que ele está saindo do quarto dela e pede para
ele mesmo dizer para a mãe de vocês que ela não pode sair do quarto de jeito
nenhum, que tem que ficar trancada no quarto, nós também podemos dopa-la, para
ela ficar maior parte do tempo dormindo, colocando tranquilizante na bebida
dela e na comida.
Nós
temos que pegar a cópia da chave do quarto dela aí você fica com as chaves e
pronto a sua parte está feita.
— Tá, tá está bom, mas como lacrar a janela
dela?
— Com parafusos e um cadeado e a porta a gente
tranca com a própria chave da porta, se for necessário colocamos um cadeado
também, porque se ela tiver mais de uma cópia com ela, porque ela vive
trancando o quarto dela, tem um medo de que um de nós entra no quarto dela, eu
não sei o que ela tem de tão valioso naquele quarto, também não podemos
esquecer de pegar o comunicador dela, para ela não chamar ninguém.
— Nós já vamos fazer isso hoje à noite?
— Sim só vamos esperar ela entrar em um sono
mais profundo, aí você entra no quarto dela e pega a chave e o seu comunicador
e pega também qualquer coisa que você ache que ela possa usar para se comunicar
com alguém.
Eles
esperam mais algumas horas e lá vai o Filo fazer a parte dele na missão que o
irmão mais velho o havia designado a fazer.
Filo
tenta abrir a porta do quarto bem devagarzinho, mas a porta estava trancada,
ele pensa:
— E agora, ela trancou a porta, já sei vou dar a
volta e entrar pela janela.
— Vamos dar a volta, você entra pela janela e
depois que você entrar eu parafuso ela com a parafusadeira depois que você
estiver terminado de fazer o que tem que fazer.
Filo e
Marcos dão a volta, Filo tenta abrir a primeira janela, mas sem sucesso a
janela estava trancada, então ele vai para a segunda janela e empurra o
vidro para o lado que desliza facilmente quase derrubando-o. Marcos coloca
o dedo na boca pedindo silêncio e o Filo fica estático com medo da irmã ter
escutado e acordado, ele espia através da cortina de ceda que a irmã havia
instalado no quarto dela, ele a vê dormindo bem tranquilamente, ele faz sinal
de joia para o irmão e entra no quarto e solta um.
— Uau!!
Ele
coloca a mão na boca e admira o quarto da irmã:
— Nossa o quarto dela é muito chique olha todos
esses tecidos e almofadas espalhadas pelo quarto todo, parece aqueles quartos
dos filmes de Sheik Árabes, até a cama dela tem um véu, agora eu só não sei que
inseto iria incomodar ela aqui no milésimo andar, a bicha é fresca e exagerada.
Ele vai
entrando devagarinho na ponta dos pés até o criado mudo que havia ao lado da
cama da Marina, onde estavam a chave e o comunicador dela, ele pega a chave que
faz um barulho e Marina se mexe na cama, ele se abaixa e se deita no chão,
espera um pouco e dá uma espiada, ela continuava a dormir, então ele pensa. — Se você tivesse que guardar uma cópia de chave
onde você guardaria? Dentro de uma gaveta e onde tem gaveta nesse quarto, na
cômoda das roupas e no criado mudo, junto das roupas ela não colocaria, eu vou
arriscar no criado mudo.
Ele
deita no chão e se arrasta até o criado mudo e começa a abrir a gaveta que dá
uma rangida, Marina dá uma resmungada, ele fica imóvel ela se vira
para o outro lado, ele espera um pouquinho e termina de abrir a gaveta, ele
começa a tatear o fundo da gaveta e pega algumas coisas estranhas que sem
querer ele aciona um botão e algo vibra na sua mão, ele pega aquele objeto
vibrando e o coloca embaixo da almofada que estava no chão e pensa. — O que
será que era aquilo, melhor nem pensar o que era. Então ele continua a tatear o
fundo da gaveta. — Achei a chave como
pensei. Ele pega a chave e vai saindo, a Marina estava sonhando e diz algo,
Filo se assusta e tropeça na cadeira de balanço fazendo muito barulho, Marina
acorda assustada acende o abajur e vê o irmão no quarto dela.
— O que você está fazendo aqui, o que você quer?
Filo
corre para a porta a destranca e pega a chave e retira a chave da fechadura e
rapidamente a fecha de novo trancando a irmã dentro do próprio quarto, enquanto
isso Marcos já terminava de parafusar a primeira janela com a parafusadeira e
corria para a segunda janela para parafusa-la. Marina esmurrava aporta e
gritava pela sua mãe, mas a sua mãe não escutava nada o quarto da mãe era bem
no fundo do corredor e a porta estava trancada, ela percebe que ninguém iria
ouvi-la, então ela decide correr para a a janela, onde ela vê o Marcos
parafusando a janela e a lacrando-a. Ela grita com ele e o xinga e o ameaça.
— Vocês me pagam, quando eu sair daqui vocês vão
ver, eu vou direto para a casa do pai dessa umazinha aí e vou contar tudo o que
eu ouvi vocês falando, agora vocês vão ver com quem vocês estão mexendo.
Marcos
fica fazendo carretas para ela, ele ri dá própria careta e volta para a sala
onde estava o Filo e a Sophia.
— Nós esquecemos de um detalhe agora, a mamãe,
nós devíamos ter esperado até amanhã cedo, porque se ela acordar agora, não
podemos dizer o que combinamos e ela vai querer saber porque trancamos a
nossa irmã.
— A gente diz o que combinamos, que descobrimos
agora a noite e estamos esperando um médico chegar para dar o diagnóstico que
ela não pode ter contato com a Marina até sabermos o que realmente ela tem e
que até o médico chegar ela não pode ter contato com outras pessoas, porque
essa é uma doença nova que está matando milhões de pessoas e que nós havíamos
acabado de assistir no noticiário e que ela chegou com os sintomas da doença.
— Ah tá, quero ver a mamãe acreditar, ela vai
querer cuidar dela como ela sempre fez, vai querer dá comidinha na boca dela,
você sabe como a mamãe é com os seus filhos, eles podem estar realmente com uma
doença contagiosa, que ela não vai querer saber, ela vai querer ficar do
lado do filho.
— Eu sei, mas você vai ter que impedi-la, pelo
mesmo por alguns dias, porque eu também vou ter que ir cuidar do irmão dela
agora e não posso estar em dois lugares ao mesmo tempo.
— Me ferrei de graça, tudo bem eu dou um jeito,
vou chamar um amigo meu que é médico de verdade e pedir para ele fazer esse
favor, me dando um diagnóstico em um papel timbrado e tudo mais, vu pedir para
ele vir aqui como combinamos.
— Então eu posso contar com você filo?
— Sim pode.
— Ok, então eu vou lá ver a irmãzinha da Sophia,
quero dizer o irmãozinho.
— Pode ir Marcos, eu vou ficar aqui para ajudar o
Filo e você fica lá direto, por alguns dias , que assim eu digo para a sua mãe
que você que estava com a doença também e passou mal agora a noite e
nós tivemos que te socorrer e que os médicos pediram para isolar quem estava
com suspeita do vírus, e até o momento só a Marina estava com os sintomas,
assim deixamos você internado e voltamos para buscar a Marina, mas ela havia se
recusado a sair, e assim estávamos aqui esperando um médico chegar, que no caso
vai ser o amigo do Filo, o Filo não sabe mentir e vai acabar estragando o
plano, é melhor eu ficar aqui, tó pega o meu auto planador, vai com ele assim
você não vai dar muita bandeira andando por ai tendo que alugar um e ter prazo
para devolver, fica com o meu lá direto.
— Maninho, acho melhor você andar na linha com
ela, nunca a queira como um inimigo, vai lá sabe o que ela poderia armar para
você.
Filo
olha para a namorada e diz.
— Quem é você, cadê a minha namorada? Me devolve
ela o Alcapone! Menina que mente criminosa que você tem e agora viramos sequestradores,
sequestramos, sequestramos não, vocês fizeram e agora praticamente estamos
mantendo a nossa irmã em cativeiro.
— Já falamos disso, deixa eu ir que os rapazes
devem de estar precisando de mim.
Marcos
dá um beijo no irmão caçula e um beijo na Sophia entra no auto planador e vai
para o velho barraco.
Capítulo
XIV
Marcos
chega no velho barraco estaciona o auto planador caminha até o Pinguim e o
Zoinho, vigiarem lá fora, que o assunto dele agora era com o Thiago.
— Me deixem sozinho com a mocinha, que eu vou
mostrar para ele o que fazíamos com estuprador na prisão.
Os dois
saem imediatamente e o Marcos se aproxima do Thiago e dá um soco nele, deixando-o
desnorteado, então Marcos tira a sua roupa e tira a calça de pijama do Thiago e
vira o Thiago bruscamente o deixando de quatro e como ele estava com as mãos
amarradas, ele ficou com a cara enfiado no colchão e diz.
— Estou muito tempo sem uma mulher, e sempre te
achei bonitinho desde criança, quando a gente brincava na piscina, achava a sua
pele branquinha, bonita coisa de rico, mas acho que vou te machucar um pouco no
começo, mas depois prometo ser mais carinhoso, também vai doer um pouquinho no
começo depois fica gostoso, como dizia o Simon.
Marcos
puxa o Thiago para a ponta da cama, passa saliva no seu órgão genital e sem
nenhum pudor. Marcos penetra no Thiago com tanta violência, que o Thiago tenta
gritar, mas o seu grito é impedido pela fita que estava na sua boca e ele geme
de dor tentando escapar do seu agressor, mas o Marcos era um homem muito grande
e muito mais forte que o Thiago e o puxava e o penetrava com mais força, o
Thiago gemia alto mesmo com a fita, que o Pinguim e o Zoinho escutaram o seu
gemido e vieram ver o que estava acontecendo.
Os dois
veem a cena do Marcos bombando na bunda do Thiago, aquele homem grande forte
estava bombando na bunda do Thiago que era franzino e tentava gritar e chorava,
que as suas lágrimas escorriam pelo seu rosto, ele também esperneava a cada
hora que o Marcos bombava sem dó, batendo o quadril dele contra a bunda do
Franzino que chegava estralar e o levantar no alto tirando— o do colchão de
tamanha violência com que o Marcos o estuprava. O Pinguim e o Zoinho olham um
para a cara do outro e dão risadas e voltam para fora rindo. Marcos
continua bombando na bunda do Thiago de onde o sangue escorria e pingava no
colchão, até o Marcos ejacular dentro do Thiago e quando ele retira o seu pênis
de dentro do Thiago, escorre sangue misturado com esperma pela suas cochas
caindo no colchão, Marcos empurra ele com o pé para o lado e o Thiago, se
contorce, tentando aliviar a dor que estava sentindo e se encolhe todo juntando
os joelhos junto ao seu corpo, movimento esse que forçou e liberou o
restantante do esperma misturado com sangue, que escorre pela sua nádega esquerda
até o colchão.
Marcos
se limpa e diz:
— Nossa, você tem uma bunda gostosa, que delícia
branquinha e macia, se prepara que vai ser assim todos os dias, talvez mais de
uma vez ao dia.
Thiago
se encolhe todo.
E assim
foi por alguns dias, Marcos era insaciável e judiou muito do rapaz.
Passado
uma semana Marcos volta para o auto planador e volta de madrugada para o
apartamento para que a sua mãe não o veja, ele encontra a Sophia e o Filo na
sala, a Sophia pergunta ansiosamente para o Marcos.
— Fez o que combinamos?
— Fiz.
— E como foi?
— Foi sem dó.
— E como ele ficou?
— Fez o que? Do que vocês estão falando agora?
Não, não me diz que você matou o irmão dela, por favor não me diga isso, que
você fez uma besteira dessa.
— Besteira eu fiz e até que gostei, confesso que
foi gostoso, acho que estou até viciado naquela bunda branquinha e macia, ele é
gostosinho, é muito melhor do que aquelas bichas veias e feias da prisão.
— Você está dizendo que você transou com o irmão
dela?
— E foi você que pediu para você fazer isso com
ele?
— É foi. Diz a Sophia.
— Vocês estão loucos? Agora além de sequestro é
estupro também, meu Deus o que mais vocês estão planejando?
— Você quer mesmo saber.
— Não, acho melhor não, senão eu vou me envolver
mais do que já estou envolvido nessa maldita situação, nós vamos todos para em
uma prisão na lua.
— Pensa pelo lado bom, e mesmo assim ainda vamos
poder ficar juntos lá.
— Não vocês perderam o juízo.
— Você não quer saber, mas eu te conto assim
mesmo, o que nós planejamos, nada de mais ele só vai fazer isso quase que todo
dia por um mês com o meu irmão, para ele sentir na pele o que ele fez comigo.
— Meu Deus, quem é você? — Vocês estão loucos.
— E como estamos aqui? — Deu certo o nosso plano com a Marina.
— Sim, quer dizer, para alimentar ela nos
primeiros dias foi um pouquinho difícil, me senti entra na jaula de uma Leão
para alimenta-lo, nos primeiros dias, como ainda não havíamos dado o
tranquilizante para ela, ela estava uma fera e avançou em mim me arranhando todo,
dá uma olhada.
— Vixii!! Creem deus Pai!! — Foi ela que te fez isso?
— Sim foi.
Sophia
dá uma risadinha.
— Você ri né, porque não foi você que ela
arranhou.
— Termina de contar para o Marcos como foi.
— Eu levei uma garrafa de água batizada um copo
de suco e um lanche para ela, abri a porta e tentei colocar rapidamente e
fechar , mas ela enfiou as unhas no meu braço e se agarrou em mim me puxando
para dentro, me dando muitas unhadas, a sorte e que a Sophia estava atrás de
mim, com o aparelho de choque e deu um choque nela, só que ela estava agarrada
em mim e eu tomei o choque junto com ela, ela caiu e eu cai por cima dela,
quase matei ela esmagada, ai a Sophia teve que me arrastar para fora, bem feito
par ela que que fazer muito esforço para me arrastar e trancar a porta de novo.
O Marcos
Ri.
— Você ri também, mas quase que estragou tudo, a
mamãe me viu no chão e queria saber o que tinha acontecido comigo, pensou que
eu tinha sido contaminado e queria me levar para o hospital ela quase que ligou
para um médico de verdade a sorte foi que eu despertei bem na hora e consegui
convencer ela que eu estava bem e a mamãe fica o tempo todo na porta da Marina,
que fica gritando que ela não tem nada e que é tudo um plano sujo meu, ai eu
tenho que dizer que, se ela sair, vai ter que ficar internada em um hospital
igual a um que você está, onde ninguém pode ir te visitar, ai ela acredita
tadinha e prefere que a Marina fique aqui eu não sei até quando eu vou
conseguir segurar ela, acho melhor terminar com isso logo.
— Então eu acho melhor eu voltar para o barraco,
Sophia eu fico no aguardo de um sinal seu.
— OK eu te aviso.
— Tchau maninho, segura as pontas aí.
— Fazer o que né, acho que já acabei com o
estoque de band aid, apesar que agora ela está grogue de tanto tranquilizante
que dei para ela, eu posso entrar e sair do quarto, que ela fica viajando
achando que é um sonho, ela está chapadona, estou achando que a Sophia trocou o
tranquilizante por outra droga, não duvido nada, porque ela não dorme e fica
dizendo que tem um monte de borboleta no quarto dela.
Sophia
pisca para o Marcos que ri.
— Eu não acredito, você deu droga para ela mesmo
e acho que deu para a minha mãe também, tadinha a velhinha, não está dizendo
coisa com coisa também.
— Dei nada Filo, é só tranquilizante.
— Você deu tranquilizante para a minha mãe?
— Eu não sei o que ela bebeu, eu tinha preparado
a bebida da sua irmã e ela apareceu na cozinha e disse um que gostoso e que
estava com sede e quando eu olhei para ver o que ela tinha bebido era o suco
batizado da sua irmã, e o que eu iria fazer, enfiar o dedo na goela dela e
fazer ela vomitar?
— Devia ter feito isso, e o pior que o que ela
bebeu não era tranquilizante né?
— Aí eu não sei dizer o que era, mas só sei que
dá um barato louco.
— Que situação, coitada da minha mãe, agora só
falta a velhinha viciar, no que sei que você deu para ela. Diz o Filo
balançando a cabeça.
Marcos
Ri, e passa a mão na cara e diz
— Ótimo deixa eu ir, se precisar mais do
remedinho me avisa, tchau para vocês agora eu vou.
Marcos
decola e a dona Fátima aparece na sala.
— Era o Marcos?
Filo e
Sophia se entreolham.
— Ele está montado em uma linda borboleta azul
gigante, que borboleta linda.
— Vem mãe a senhora está sonhando, vamos para a
cama.
Filo faz
um sinal de bravo para Sophia, que dá de ombros.
Marcos
volta para o barraco e vai até o Thiago e o coloca de quatro.
Thiago
estava tentando dizer alguma coisa, então o Marcos tira a fita da boca dele e
ele diz.
— Não por favor eu não aguento mais.
— Ah é, vou deixar você sem fita, porque quero
escutar os seus gritos.
Então
Marcos empina bem a bunda do Thiago passa saliva no seu órgão e penetra no
Thiago que grita e diz.
— Aiii!! Que gostoso.
— O que você disse?
— Eu disse não para, não para, vai mais fundo,
quero com mais força, vai mexe essa coisa enorme.
Marcos
obedecendo o pedido, foi bem fundo, que chegou a estalar e o Thiago gemia e
gritava.
— Gostoso, me fode mais, vai meu garanhão, meu
bruto selvagem. Marcos se excitou com o que o Thiago dizia e foi bem forte e
gozou e gemeu diferente das outras vezes, ficando com as pernas bambas e moles
que soltou o seu corpo por cima do Thiago que se aproveitou da situação se
virou bruscamente, Marcos se assustou.
— Calma gostosão, você disse que iria me foder
várias vezes por dia, eu quero mais, deixa eu te chupar coloca aqui na minha
boca, quem sabe assim eu te estimulo, para você me foder de novo.
— Você está louco, você vai morder a o meu
bilau.
E antes
que o Marcos terminasse a frase, o Thiago lhe dá um beijo deixando o Marcos sem
reação, que chega a corresponder o beijo, mas logo retoma o juízo.
— Você está louco, você acha que eu caio
nessas de chupeta para você morder o meu pau, eu já vi muito isso na prisão, vi
até um cara arrancar a cabeça do pinto do outro e cuspir a cabeça no chão como
se fosse um carroço de azeitona.
— Que isso gostosão, eu não iria fazer isso com
você não, pelo contrário quero te chupar bem gostoso, para você me foder de
novo e de novo até não aguentar mais, vem deixa eu te chupar, coloca aqui na
minha boca, eu tinha vontade de fazer isso com você desde de quando éramos
criança, você despertava algo em mim, que não sei explicar, a primeira vez que
te vi, tive uma sensação de felicidade misturado com tesão, acho que foi a
primeira vez que me masturbei, e foi pensando em você.
Marcos
fica sem saber o que dizer e concorda.
— Está bom, mas se você fizer alguma gracinha
arrebento a sua cabeça.
— Pode arrebentar o que você quiser, depois de
te chupar e deixar você a ponto de bala, me arrebenta todo de novo com essa
vara, vem, vem cá.
Marcos
se aproxima e deixa o Thiago chupa-lo, Thiago nem espera ele chegar tão perto e
cai de boca no órgão do Marcos sugando-o, Marcos se entrega e o Thiago chegava
a se engasgar de tão guloso, Marcos gemia e o Thiago se empolgava mais fazendo
com tanta vontade que o Marcos ejacula na boca dele. Thiago olha para o Marcos
lambendo os lábios e engole o esperma do Marcos que vai a loucura.
— Nossa ainda está duro, quer me foder mais.
Marcos sem
pensar duas vezes, vira o Thiago de bruços e fode ele, só que agora um pouco
mais carinhoso e o Thiago não parava de dizer safadezas para ele e ele goza
novamente, mas não parava de bombar e continuava bombando sem tirar de dentro.
— Nossa você e insaciável gostosão, meu garranhão,
vai enfia com força!
Marcos
se empolga com as palavras do Thiago e bombava e ejacula mais uma vez e se
deita ao lado do Thiago, que desce beijando o corpo do Marcos, caindo de boca
novamente, chupando e limpando o membro do Marcos que se excitava novamente e
só que dessa vez o Thiago senta no Marcos e começa a cavalgar e se vira para o
Marcos continua cavalgando e o beijava enquanto cavalgava, fazendo ele gozar
mais uma vez.
— Chega não aguento mais.
— Que isso gostosão eu também estou satisfeito,
agora sim você fez muito gostoso, fez bem feito, eu quero assim todos os dias
pelo resto da minha vida.
Marcos
estava meio atordoado, sem acreditar no que tinha acabado de acontecer e no que
tinha feito, fica surpreso com o desempenho dele e olhava para o Thiago que se
deita suspira e lambe o seu dedo. Marcos tira as cordas dele e o Thiago o puxa
e lhe dá mais um beijo e diz.
Gostosão
pode me deixar solto, que daqui eu não saio nunca mais, aliás eu não vou sair
do seu lado nunca mais, daqui agora eu só saio morto, porque encontrei o que eu
estava procurando pela minha vida toda e você me deu, nunca me realizei tanto
na minha vida, eu tinha vontade de dar o meu cú para alguém mas tinha medo, eu
já havia tentado outras vezes, mas a pessoa ficou com receio e com dó e me fez
desistir, mas você não, me arrombou com vontade, na primeira enfiada doeu de
mais, mas foi como você falou, no começo doí e depois só fica gostoso, foi
exatamente o que senti e depois que ficou gostoso, eu só queria que você
enfiasse mais fundo, você arrombou o meu cú, me tirou sangue e tirou a minha
virgindade anal, agora você vai ter que se casar comigo, mas como você sabia
disso.
— Você esqueceu que fiquei preso muitos anos,
quando você não tem uma bicha ou um travesti na sua ala, você tem que se
aliviar de alguma maneira e é aquilo né, para receber você também que dar, eu
nunca gostei porque sempre gostei de mulher, mas depois de ficar vários anos
fazendo isso, você acaba se acostumando e infelizmente, também acaba gostando.
— Que bom porque eu estou apaixonado por
você, quando você sai do meu lado depois que me fode, parece que o meu mundo
vai acabar, eu só quero ficar sentido você dentro de mim, pode ser paradinho,
mas eu acho que não aguento ficar paradinho com você dentro de mim, nossa como
isso é bom, eu te dou todo meu dinheiro, faço qualquer coisa para ter você
comigo pelo resto da minha vida.
Marcos
abraça o Thiago carinhosamente e rapidamente se afasta e pergunta.
— Se você gosta de um relacionamento assim,
porque você fez o que fez com a sua irmã?
— Isso é complicado de explicar e eu me
arrependo muito de te feito aquilo com ela, um dia eu espero que ela possa me
perdoar.
— Sim eu entendo que você esteja arrependido,
mas o que te fez fazer aquilo?
— Como posso te explicar, até ela nascer eu
nunca tinha percebido que eu era gay, eu gostava de coisas de meninas, mas só
tinha brinquedo de menino, então não sentia falta ou tinha certos desejos, mas
depois que ela nasceu eu via todas aquelas coisas delicadas de menina e queria
para mim, e assim fomo crescendo, eu brincava escondido com as bonecas dela e
ela foi crescendo e começou a usar vestido e calcinhas, aquilo me deixou
maluco, eu entrava no quarto e pegava as suas calcinhas, elas eram pequenas e
quando elas não entravam no rego, eu acabava aliciando-as , muitas vezes
estragando-as e uma noite eu não tinha mais nenhuma calcinha comigo então
naquela noite eu resolvi ir pegar no quarto dela e entrei no quarto dela
enquanto ela dormia e peguei uma calcinha de seda, estava tão ansioso para
coloca-la que coloquei ali mesmo no quarto dela, aquela toque da calcinha de
seda na minha pele e o perfume que a calcinha tinha me deixou muito excitado, e
quando eu olhei para a minha irmã dormindo na cama dela eu a achei tão linda, o
brilho da lua que entrava pela janela, porque aquela noite está tão calo e
ela estava dormindo com a janela aberta e estava com uma camisola tão linda que
torneava o corpinho dela que estava começando a virar um corpo de mulher, ela
tinha um peitinho pequeninho, que se sobressaia na camisola, eu queria tocar
naquele corpo, queria aquele corpo para mim, aquele pele macia e branca ,
parecia uma boneca de porcelana, aquilo foi me deixando louco, que perdi o meu
autocontrole e esqueci por um momento que aquela menina deitada ali era a minha
irmãzinha que tanto amava, por um momento ali era um corpo, um objeto de desejo
que queria se ou possui-lo e acabei me deitando por cima dela e falando algumas
besteiras ameaçando-a, porque queria possui-la e conclui o ato,
infelizmente machucando e tirando a virgindade dela, isso foi a maior merda que
fiz na minha vida, não tem um dia que não passo sem esquecer isso, se tivesse
algo que eu pode-se fazer para reparar isso eu faria, até daria a minha
vida por ela, porque depois disso, o nosso relacionamento mudou, é lógico,
seria estranho se não muda-se e depois daquela noite a minha irmã perdeu a
virgindade dela para mim e eu perdi um irmã, depois disso as coisas
ficaram mais complicadas para mim, eu não conseguia me relacionar com nenhuma
mulher fiquei traumatizado e achava que todas as mulheres com quem
eu me relacionava era a minha irmã, tudo por causa de uma noite que
perdi o meu autocontrole , mas é igual como um assassinato, depois que a pessoa
atira na outra não tem mais volta e é assim que penso e sofro sozinho e o meu
relacionamento com ele mudou da água para o vinho, o amor que eu sentia por ela
e ela por mim virou ódio.
— É realmente ela te odeia, quem deu a ideia de
te sequestrar e depois te estuprar foi ela.
— Eu sei as vezes eu correspondo o ódio dela só
para aliviar a minha culpa, mas isso faz com que nós afastamos cada vez mais,
mas eu acho que isso que aconteceu me libertou, nunca me senti tão bem na minha
vida toda, eu acho que me encontrei e agora eu só quero o perdão da minha irmã,
será que você pode me ajudar com isso?
— Vou pensar, mas acho que posso tentar fazer
isso sim.
— Se eu conseguir o perdão dela, acredito que já
posso morrer, apesar de ter te encontrado agora eu não gostaria de morrer, eu
quero te sugar muito.
E assim
os dias se passaram, Thiago não sabia se ele estava com a síndrome do Estocolmo
ou se realmente estava apaixonado.
Um mês
se passou e o que era para ser um castigo virou um caso de amor, Marcos cuidava
do Thiago como se fosse a sua esposa e o Thiago se entregava para ele como se
fosse a sua esposa, era uma relação de entrega que começou com ódio e a cada
dia o amor dos dois crescia, mas como um mês havia se passado Marcos precisava
terminar o que havia começado e colocar um fim naquela situação, terminar
com aquela história do sequestro, porque querendo ou não, o pai do Thiago
estava preocupado com ele e procurando por ele e querendo saber quem era os
sequestradores e tinha o agravante da irmã dele que ele precisava resolver.
Capítulo
XV
Marcos
vai até o apartamento onde ele encontra o Filo que diz:
— Nossa maninho como você está abatido e está
magro, o que está acontecendo com você, o veadinho está te sugando?
Marcos
ouvindo aquilo, agarra o irmão pelo colarinho com muita raiva e ameaça o irmão.
— Não fala assim dele não que eu te arrebento.
— Desculpe não tive a intenção.
— Não, eu que peço desculpa, me desculpa, eu não
queria te ameaçar eu nunca te faria mal nenhum a você, mil desculpas.
Marcos
abraço o Filo e o aconchega no seu peito.
— Tudo bem, mas temos que acabar com essa
situação, não aguento mais essa situação, de todo dia ter que dar comida e
bebida batizada para a Marina, ela já deve de estar viciada, nas drogas que
estamos dando para ela e também não aguento mais mentir para a mamãe, a coitada
está angustiada com a situação ficar se lamentando pelos cantos, dizendo assim:
“Aminha filha, coitadinha da minha filha”, eu não sei mais por quanto tempo
consigo aguentar essa situação e sem dizer as tentativas de fugas da Marina,
quase toda vez que eu abro a porta para alimenta-la , quando ela não está sobre
o efeito da droga ela tenta fugir, outro dia ela me acertou na cabeça e quase
conseguiu fugir, a sorte é eu a Sophia sempre está comigo e ela é mais bruta
que a Marina, qualquer hora dessa ela vai conseguir escapar. Ai meu irmão eu
não sei o que vai acontecer.
— Você tem razão Filo, essa situação já levou
muito tempo, nós precisamos acabar com isso, vou falar com a Sophia que chega
dessa história, para ela por um fim e dar um jeito de terminar com isso, acho
que já está de bom tamanho.
— Eu também preciso falar com ela, tenho boas
notícias e preciso falar com ela sobre um assunto que tive com o irmão dela.
— Quando ela chegar nós falamos com ela para pôr
um fim nessa história, já chega e por falar no Diabo.
— Quem é Diabo aí?
— Ninguém só modo de falar.
— Bom dia para vocês também, nossa Marcos como
você emagreceu e está abatido.
— Abatido nada a culpa é do seu irmão, não me
deixa por nenhum momento, o bicho é insaciável, eu não aguento mais, não que
não esteja gostando, mas precisamos por um fim nisso, terminar com esse
sequestro.
— Tudo bem que quero ir lá ver o meu irmão e ver
a cara dele e dizer se ele gostou das suas férias planejadas.
— Eu preciso falar com você Sophia sobre o seu
irmão e sobre a noite que ele abusou de você.
— Eu não quero falar sobre isso, estou de bom
humor.
— Mas não é ruim não, é coisa boa, quero dizer
te explicar porque ele fez isso com você.
— Eu prefiro escutar isso dele.
— É você está certa, mas só preciso te dizer o
que eu percebi vivendo com ele todos esses dias, ele te ama, e está muito
arrependido do que aconteceu, ele tem uma explicação para você e espero que
você possa perdoa-lo, porque ele sofre muito com isso.
— Quem sofre com isso sou eu, eu que fui a
vítima, fui eu que perdeu a inocência de uma maneira muito traumática, se ele
sofre com isso, é pouco, eu quero mais que ele morra.
— Tudo bem então, vamos lá, Filo aguenta aí só
mais um pouco, que vamos terminar com isso ainda hoje eu te prometo.
— Sophia e Marcos entram no auto planador e saem
em direção do barraco, Marcos se ajeita no banco e aproveita para cochilar um
pouco.
— Nosso você está um caco, o que você está
fazendo que não dormem.
Marcos
não responde e dá uma roncada.
Sophia
dá de ombros.
Eles
chegam no barraco e o Marcos ainda dormia, Sophia desce do auto planador e
caminha até o barraco deixando o Marcos dormindo no auto planador e entra ela
encontra o Zoinho e o Pinguim que a reconhecem-na e a deixa entrar no quarto
onde Thiago estava que faz um comentário.
— Já voltou meu amor?
Mas não
era o seu amor e a silhueta da Sophia aparecem na sua frente.
— Ah é você, o que você quer?
— Quem mandou deixar você assim todo solto, sem
mordaça e sem a corda, isso aqui não é férias não. É um sequestro.
— Vai tomar no cú!
— Eu acho que foi você que tomou muito no cú
nessas suas fêrias forçadas, você tomou no cú literalmente né irmãozinho,
mas agora me diz o que você tem para me dizer, o Marcos tentou me dizer, mas eu
prefiro ouvir de você, quer dizer que você se arrependeu do que fez comigo?
— Eu nunca quis te fazer mal, infelizmente eu
fui um fraco e não sabia o que estava fazendo, fiz a maior besteira da minha
vida, praticamente acabei com a minha vida e também a sua naquela maldita
noite, eu entrei no seu quarto, para pegar uma calcinha sua para eu usar,
porque eu fazia isso com frequência, mas aquela noite aquilo me deixou fora de
mim, e quando eu te vi, te achei tão linda e queria te tocar, queria ser você,
eu queria o seu corpo para mim e acabei perdendo a cabeça como você sabe bem.
— É, mas foi eu que sofri mais por todos esses
anos e convivi com esse trauma dês de os meus dez para onze anos, você não
imagina pelo o que eu passei, noites e noites em claros com medo de você entrar
novamente no meu quarto, eu nunca mais consegui dormir com a porta ou a janela
aberta.
— Eu posso tentar imaginar, porque para mim
também não foi fácil, eu nunca consegui me relacionar com uma mulher depois
disso, sempre lembro de você na hora “H”, mas esses dias que se passaram , por
essa situação que nós encontramos eu encontrei o amor da minha vida,
encontrei a felicidade e pude perceber o mal que te fiz e quero te pedir
perdão, por favor me perdoa, eu te amo muito posso não ter mostrado durante
todo esse tempo depois do que aconteceu, mas até aquela maldita noite , você
era a minha maior felicidade eu adorava brincar de casinha com você, adora
estar junto de você, por mais brinquedos e luxo que tínhamos, você era a minha
maior felicidade, eu era muito sozinho, mas depois que você nasceu, eu senti
ciúmes no começo, mas depois foi uma felicidade tão grande, foi a maior
felicidade da minha vida e só reencontrei essa felicidade semanas atrás e
percebi que tinha que reparar o que fiz com você, eu mereci esse castigo, eu
realmente merecia até coisa pior e estava e estou disposto a fazer qualquer
coisa por você que posso aliviar a sua dor.
— É, realmente tem que ser alguma coisa muito
grande e forte para me fazer esquecer todo esse sofrimento por anos.
— Eu não sei como, mas eu vou te provar de
alguma maneira.
— Está bem você pode fazer uma coisa para
começar, se eu te soltar você vai contar para o papai o que aconteceu.
— Claro que não vou contar para o papai, mas não
sei o que eu iria dizer para ele, onde eu estava, ele vai perguntar
insistentemente até saber a verdade, querendo saber o que foi que aconteceu,
onde eu estava por todo esse tempo e tem o agravante do pedido de resgate,
aquilo foi um erro.
— É, nós cometemos muitos erros o tempo todo, se
não tivéssemos feito isso, poderíamos dizer que você tinha ido viajar, mas ele
vai perguntar porque o pedido de resgate e foi até na televisão pedir ajuda e
notificar o seu sumiço, e se falar que foi uma brincadeira ele vai ficar muito
bravo, mas é agora a única ideia que me vem à cabeça é essa de dizer que era
uma brincadeira, e virou um mal entendido.
— Você está louca, você acha que ele vai
acreditar nisso mesmo, ele vai dizer assim: “Não me subestime, não desacredite
da minha inteligência” até parece que você não conhece o papai.
— Então
você vai ter que ficar mais uns dias aqui, até acharmos uma desculpa agora, uma
forma de mentir para ele sem que ele perceba.
— O pior se contarmos a verdade o irmão do meu
namorado volta para a cadeia, ele ainda está em liberdade condicional, qualquer
tipo de violação da sua conduta o manda de volta para trás das grades.
Aquelas
palavras entraram no coração do Thiago como uma flecha e ele grita.
— Não, isso não, eu vou imaginar uma desculpa
boa, vou inventar uma desculpa cabeluda para o papai acreditar, mas o Marcos
não pode voltar para a cadeia não, eu não saberia viver sem ele, ele me fez
descobrir o amor e a paixão me trouxe a vontade de viver novamente, só de
imaginar ficar longe dele o meu coração dispara de medo de perde-lo.
— Engraçado como os homens dessa família fazem a
nossa feliz, parece que eles nasceram para nos dar amor, algo que faltava na
nossa família, o Filo para mim também é tudo eu superei tudo o que aconteceu só
depois que conhecei ele, ele fez o meu coração ficar mais leve e também me
devolveu a vontade de viver e poder acreditar no amor, eu sempre achei estranho
isso e você sabia que foi o nosso pai que matou o pai deles atropelado.
— Credo, como assim, por isso no começo eu
sentia tanta raiva do Marcos comigo, ele me machucou muito no começo me tirou
sangue e me machucou muito, porque ele tinha muita raiva.
— Fui eu que pedir para ele fazer isso com você.
— Sim eu imaginei, mas a raiva que ele sentia
vinha do coração dele como se ele quisesse se vingar, eu não sei como ele não
me matou, porque quando ele me pegou pela primeira vez eu achei que ele iria me
rachar no meio de tamanho ódio.
— É pode ser que ele queria descontar em você.
— Espere eu estou lembrando agora, de quando o
papai atropelou o pai dele eu estava junto, nós estávamos indo no médico para
examinar você dentro da barriga da mamãe o papai estava muito nervoso aquele
dia e lembro dele correndo com o carro e de repente um barulho muito forte, o
papai gritava: Será que ele morreu?” e mamãe gritava :”Meus Deus você matou o
pobre homem, você matou”, mas nenhum momento ele perguntou se a mamãe estava
bem, pelo o que me lembro ele não queria que você tivesse nascido,
porque ele não queria outro filho e por isso ele não se preocupava se a
mamãe estava bem, mas eu lembro que eu quis descer do carro e mamãe não deixou
dizendo: “— Fica aqui, para você não
ficar traumatizado”. E lembro de um monte de gente correndo para tentar
socorrer o pai deles, mas um imagem que não saia da minha cabeça era de um
menino que estava ao lado da minha janela que chorava sem parar mas não se
mexia, não fazia nada, estava ali imóvel e quando ele olhou para mim eu vi o
desespero nos olhos dele, ele estava ali sem saber o que fazer e eu também
estava dentro do carro sem saber o que fazer, porque a nossa mão nós protegia
demais, eu e aquele menino éramos os opostos ele estava ali todo desprotegido e
havia acabado de perder o seu pai e eu estava dentro do carro sendo protegido
para não ver uma cena traumática, mas espere agora eu estou reconhecendo aquele
rosto, era o..
— Sim era eu Thiago.
Sophia e
o Thiago olham para o Marcos.
— Era eu e eu lembro de você também dentro do
carro, depois eu te vi na sua casa, mas você não me reconheceu, e naquele
momento eu não tinha para onde olhar, não tinha para onde ir e só me
restava olhar para você que não parava de me olhar também, eu fiquei ali por
alguns minutos mas me pareceu uma eternidade e as únicas imagens que tinha
na cabeça era o meu pai voando e você me olhando, de resto eu não lembrava mais
de nada.
— Agora eu entendo, porque os nossos destinos se
cruzaram, foi nesse dia, porque aqui se faz aqui se paga. Diz Thiago.
— Meu pai me dizia isso, nosso parece que vi ele
dizendo isso agora, que estranho.
— É Sophia agora além de provar para você,
também vou ter que provar para o Marcos, de alguma maneira para aliviar a dor
de vocês, porque eu amo vocês dois e os nossos destinos estão trançados e
cheios de dor, mas eu vou dedicar a minha vida a partir de hoje a fazer vocês
dois felizes.
Capítulo
XVI
Enquanto
isso Filo se preparava para servir o almoço da Marina e ele estava todo
preocupado e com todo cuidado para abrir a porta sem apanhar ou levar alguma
pancada na cabeça e quando ele abre a porta, levantando só braços e fechando o
olhos nada acontece ele estranha e olha cuidadosamente, procura pela
Marina e nada dela aparecer para tentar fugir, até ele sente um vento e se
depara com a janela aberta, ele deixa cair a comida e grita.
— Mãe!!Mãe!
— A Marina fugiu. Ele corre em direção do quarto
da mãe e pergunta.
— Mãe cadê ela, para onde ela foi?
— Eu não sei Fio.
— A senhora a ajudou, deu alguma coisa para ela,
a chave da porta, o que eu estou falando, está claro que ela fugiu pela janela.
— Ela me pediu uma chave de fenda, para arrumar
o computador do quarto dela que não estava funcionando.
— E assenhora deu a chave de fenda para ela?
— Eu dei uma chavinha que guardo comigo que era
do seu pai, aquela pequenininha com cabo de ferro, também era a única que
passava por baixo da porta.
— Essa não mãe e agora, o que eu vou fazer, eu
tenho que encontra-la antes que ele faça uma besteira e tenho que avisar o
Marcos e a Sophia, mas como vou fazer isso? Ah vou alugar uma prancha que assim
eu consigo chegar mais rápido e vou até eles.
Filo cai
no truque da Marina que estava debaixo da cama rindo.
— Que boboca, eu não acredito que ele caiu nesse
truque, será que ele achou mesmo que eu iria fugir por essa janela, eu nem
consigo passar por aquele vão e ainda por cima, estamos no milésimo andar como
será que ele pensou que eu fugi, que eu voei e bati assas, é um tonto mesmo,
mas pensando bem até que aqueles filmes de bang-bang, que o velho idiota do Pai
da Sophia gosta de assistir foram uteis para alguma coisa, aquelas cenas que o
bandidos e esconde dentro da cela, se pendurando no teto ou simplesmente, se
escondendo no vão da cama com a parede, para dar a impressão de que não
tinha ninguém ali na cela e quando o guarda procura por ele e não
encontra e entra na cela e é surpreendido pelo bandido, ou o bandido sai
despercebido, quando isso não acontece e o bandido permanece na cela e o guarda
sai gritando que o bandido fugiu, sai correndo como um doido, deixando assim a
porta de cela aberta e assim o bandido sai calmamente andando pela porta da
frente, igualzinho o que estou fazendo agora com o meu irmãozinho, sempre achei
que tudo aquilo era marmelada, mas não que funciona mesmo, o tonto deixou a
porta aberta agora eu vou me arrumar e sair bem sossegada sem pressa,
porque o último lugar que aquele tonto iria me procurar seria aqui, mas eu acho
bom me apressar porque tenho que falar com aquele velho idiota e dizer para
ele, que sei quem sequestrou o filho dele e com isso eu ganho a confiança
dele e posso lucrar alguma coisa com isso.
— Mãe a senhora viu aquele meu vestido vermelho?
Aquele decotado.
— Filha!! Você estava aqui esse tempo todo e o
seu irmão achando que você havia saído.
— É mãe. Ele é um tonto, a senhora viu o meu
vestido?
— Não, não vi, deve de estar para lavar, você
não o tira.
— Não é que não tiro, é que ele me deixa mais
bonita, ele deixa o meu corpo mais escultural como uma escultura e assim
completando essa obra de arte da obscenidade.
— O que você disse minha Fia, uma obra de arte
do século?
— Não mãe, nada disso, não é isso que a senhora
entendeu, ah deixa isso para lá, não posso mais perder tempo.
— Mas e o seu irmão, aquele maluco saiu como um
doido com tanta pressa dizendo que você tinha fugido e por falar nisso, você me
parece muito saudável, está até mais gordinha.
— Gordinha eu? Não pode ser.
— Mas o coitado do seu irmão estava tão
preocupado com você, cuidou de você todos esses dias, com medo de você ter pego
aquela doença que ele falou que nem sei pronunciar o nome.
— Doença? Então foi assim que ele convenceu a
senhora, coitado de coitado ele não tem é nada, ele é um tonto mesmo, deixa eu
me arrumar que eu vou sair também.
Capítulo
27.
Enquanto
isso o filo chegava no barraco.
— Pinguim cadê o meu irmão? Cadê ele?
— Calma veio, ele está no banheiro.
— Banheiro, que banheiro?
— Ali naquela portinha.
Filo vai
até a portinha e bate na porta para chamar o Marcos e a porta se abre mostrando
Marcos agachado em cima da privada.
— Pô meu não se pode nem cagar em paz mais.
Filo dá
risada e pergunta.
— Porque você sobe em cima da privada?
— Eu não consigo sentar em nenhuma privada, eu
peguei trauma dês daquela vez que o rato mordeu o meu saco e foi aqui nesse
mesmo banheiro e eu também não tinha privada na cela da penitenciaria, que me
acostumei assim.
— Rato que rato?
— você não vai se lembrar, você ainda era bebê e
eu estava aqui bem tranquilo lendo um gibi e fazendo as minha necessidades,
quando de repente eu ouvi um barulho estranho na água da privada e
de repente eu senti uma dor tremenda, no meu saco e sai correndo com o rato
pendurado por boa parte do caminho no meu saquinho, eu gritava de susto e de
dor, chamava pela mamãe, porque foi uma dor horrível e além do mais isso aqui
está um chiqueiro eu não iria sentar aqui.
Filo dá
muita risada e orienta o irmão mais velho.
— Nas novas privadas você pode sentar à vontade
sem nenhum medo de rato, porque eles não são mais ligados aos esgotos, agora é
tudo químico, que separa a água do bagaço das fezes, onde depois é reutilizado
como adubo tratado e a parte que não é usada, virar pó e sendo assim também não
polui mais os rios, deixando as suas águas limpinhas.
— É, mas mesmo assim eu ainda tenho trauma e só
consigo me aliviar se estiver dessa maneira, senão eu não relaxo e não consigo
fazer cocó e porque estamos falando das minhas necessidades fisiológicas,
porque você está aqui e tão desesperado que não podia esperar eu terminar de
fazer as minha necessidades?
— É que não tenho boas notícias.
— Já sei a Marina fugiu.
— Puts que vacilo é a Marina fugiu, mas como
você sabia que era isso
— Estava na cara, que isso iria acontecer mais
cedo ou mais tarde, e tem outra você não estaria aqui se ela ainda estivesse
naquele quarto trancado.
— Está tão na cara assim?
— Sim, mas como ela fugiu?
— A mamãe deu uma chave de fenda para ela e ela
conseguiu fugir.
— E como ela fugiu do milésimo andar, ela saiu
voando?
— É, mesmo como ela saiu de lá?
— Ela não saiu, ela fingiu que saiu, para você
fazer exatamente o que fez?
— E o que foi que eu fiz?
— Quando você saiu você deixou a porta do quarto
aberta não deixou?
— Sim deixei.
— Viu? — Por acaso você olhou debaixo da cama ou atrás
da porta?
— Eu olhei sim e debaixo da cama, não tinha nada
só as cobertas que estavam caídas no chão emboladas do outro lado, safada, ela
estava ali né?
— Você nunca assistiu um filme de bang-bang,
onde os bandidos dos filmes sempre fogem assim?
— Que me lembre não.
— Eu assistia muitos filmes assim com o papai
ele adorava, eram os filmes favoritos dele, assistíamos várias vezes, porque
quando todo mundo não estava mais usando Vídeo cassete por causa do CD, o pai
achou no lixo um vídeo cassete com várias fitas de vídeo cassete com vários
filmes, ele levou para casa e ligou na televisão de casa.
— Mano o que é um vídeo cassete?
— Você não sabe o que é um vídeo cassete?
— Não e também não sei o é um CD.
— Eu esqueço que você já nasceu na era onde tudo
já era digital, Vídeo cassete era um aparelho que a gente plugava na
televisão e assistia a fita que você queria, por exemplo esse que o papai
achou, ele teve que desmontar o vídeo e limpar todo por dentro
passando álcool na parte principal do vídeo cassete e depois ele o ligou na
televisão e a imagem estava perfeita, porque se a bobina não estivesse limpa a
imagem ficava muito ruim, ficava cheio de chuviscos.
— Chuviscos? Como assim tinha água na televisão?
— Não eram riscos na imagem que não deixava
assistir ao filme com qualidade, mas depois do CD isso acabou, o único problema
do CD era que ele travava as vezes.
— O que era um CD?
— Era igual ao vídeo cassete, mas a fita era
gravada e alta definição em um disco pequeno de plástico.
— Ah! Eu lembro disso, quando eu era criança eu
tinha uns que jogaram fora e eu usava como rodinha para os carrinhos que eu
montava.
— Isso, porque logo depois os CD´s também
entraram em desuso, mas eu não me esqueço daquele vídeo cassete, era muito
legal, naquela época as fitas que o papai achou haviam vários tipos de fitas,
de desenho animado, filmes policiais, tinham os que eu tinha medo de terror e
tinham alguns filmes de Bang -bang, como o “Dólar furado”
, “Sete
homens e um destino”, “Sapata” esse era muito bom ele levava com ele um caixão
por onde ele andava e dentro do caixão tinha uma metralhadora, e uma das cenas
clássicas dos filmes sempre era a fuga das cadeias, tinha uma mais legal que a
outra e uma delas era essa que a Marina te aplicou, agora eu me pergunto, onde
será que ela viu isso, porque ela também era muito pequena na época que o papai
assistia esses filmes.
— Então ela me fez de bobo.
— É ela te fez de otário, mas isso não importa
agora, o que importa é quanto tempo nós ainda temos para poder fazer alguma
coisa para conseguir fugir ou se esconder e se livra das provas.
— Nós precisamos falar com a Sophia, talvez ela
tenha uma boa ideia para acabar logo com essa brincadeira, que agora ficou
muito perigoso, vamos usar o comunicador para falar com ela, mas não podemos
ligar daqui, vamos sair e dar uma volta para ninguém rastrear o nosso sinal.
Eles
saem caminhando pelas velhas ruas da cidade antiga que estava praticamente
abonda nada, alguma casa ainda resistia e alguns moradores se recusavam a viver
nos prédios cidades, porque gostavam da vida antiga, coisa de idosos, e assim
ele caminhava pelas ruas e o como um tour, Marcos ia contando para o Filo
histórias, sobre alguns lugares por eles passavam e relembrando o passado.
— Essas casas onde a maioria, já está demolida,
aqui era um bairro muito chique, só moravam ricos nessa região, eu me lembro
dessa casa aqui, ela era tão bonita, até me lembro uma vez que a Manoela estava
com a gente no carrinho do papai e ela achou que essa casa era um castelo que
aqui morava uma princesa.
Marcos
olha para trás e percebe que alguém os seguia.
— Espera um pouco Filo, que está ali atrás da
árvore, deixa eu verificar.
Marcos
anda até arvore e percebe que o Thiago havia saído do barraco.
— O que você está fazendo aqui
— Senti a sua falta e não aguentei, sai pelo
buraco na madeira do barraco.
— Aqueles dois, não serve para nada, como o meu
pai dizia: “Se der duas tartarugas para eles tomarem conta uma foge e a outra
morre”, ai, ai, se você não estivesse do nosso lado, podia ir para onde
quisesse e estragar tudo, mas ainda bem que você agora é o meu parceiro.
Filo
olha para os dois e fica sem entender nada.
— Olha essa casa era onde eu morava quando eu
era pequeno.
— Era aqui que você morava?
— Sim, eu me lembro das poucas vezes que
brinquei de carrinho na vida e foi aqui nessa casa, eu gostava de brincar na grama
perto da piscina e o meu pai ficava brigando comigo, dizendo que eu estava
estragando a grama.
— Eu estava falando dessa casa agora para o
Filo, que a minha irmã achava que morava um aprincesa aí, teve até uma vez, que
o meu pai pegou uma bicicleta no lixo aqui, e foi por causa dessa bicicleta que
o meu pai acabou morrendo, droga, será que tudo sempre tem que lembrar da morte
do meu pai, lembranças boas acabam virando tragédia e traumas, mas me deixa
lembrar das coisas boas. Porque querendo ou não também tenho boas
lembranças daqui eu me lembro que nessas ruas eu cresci, e fiz coisas boas e
coisa ruins, por essas ruas eu caminhava com o papai no seu carrinho junto com
o par de luvas, aquilo era tão divertido para mim.
— Eu
sei, você já falou muitas vezes disso eu conheço essa história de cor e
salteado.
— Mas era mesmo, hoje em dia com toda essa
tecnologia que existe, nada é capaz de me dar tanto prazer como andar dentro
daquele carrinho e estar junto dele, agora eu entendo o que ele queria dizer: “
que nas coisa simples que estavam as nossas alegrias, que só somos realmente
felizes quando descobrimos o que é importante para nós, e que viver a vida
ao lado de quem nos ama, não importa que seja um palacete ou uma
casinha de sape ou um barraco”, agora eu entendo muito bem isso.
— Eu não conheci o seu pai, mas eu sei muito bem
o que ele estava falando, é o que eu estou sentindo agora também.
— Pronto filo acho que está bom, já podemos
falar com a Sophia e avisa-la do que está acontecendo, sem que rastreiem a
nossa localização, mas seja discreto na ligação, para que ninguém perceba do
que vocês estão falando, fale em código com ela, finja que está namorando, use
a chamada de vídeo, mas não mostre muito, fale e pisque para que ela entenda os
seus sinais.
— Oi meu bem, tudo bem?
— Tudo, mas onde você está, de onde você está
falando? Que lugar é esse?
— Ah esse lugar é o nosso lugar secreto.
— Que lugar secreto?
— O nosso lugar secreto, onde nós víamos para
namorar.
— A com certeza, sim, agora eu me lembro, faz
tempo né?
— Então eu queria que você estivesse aqui agora,
para podermos namorar, só nos dois, sem nenhuma vela, eu tenho tanta coisa para
te falar e conversar com você, relembrar os nossos encontros aqui, você
vem?
— Sim meu amor eu vou e vou levar uma garrafa de
vinho e queijos para fazermos piquenique, porque aí deve de estar muito sujo,
como o chão da minha casa.
— Você viu o que ela disse no final, foi um
sinal, dizendo que ela não podia falar direito estava sujo, ou seja, tinha
alguém ouvindo a conversa.
— Caramba mano, você foi ligeiro pedindo para
falar em código, pensou rápido.
— Eu acho que ela entendeu também o recado e
está vindo.
— Agora vamos voltar e esperar ela chegar.
Sophia
desliga o comunicador os policiais que estavam na sala continuavam olhando para
ela, suspeitando de algo.
— Eu preciso sair, não dá para ficar aqui e
preciso ver o meu namorado.
— Espera menina aonde você vai a essa hora, seu
namorado é doido te ligar assim e te chamar para sair a essa hora.
— É o amor papai, ele deve de estar com saudade.
— O amor... são essa palavra que move o mundo,
mas o mundo não muda nada, continua sempre igual, diferente do amor que não
evolui e não muda, não se atualiza e nunca envelhece, mas nunca sai de moda,
não fica brega e sempre está em alta, o que é o amor? Mas o que é o amor, quem
explica? Nunca ninguém conseguiu defini-lo, alguns dizem que ele destrói,
outros dizem que constrói, para alguns é bom e para outros é só dor, vai
entender, só quem o sente, sabe dizer o que quer dizer, né meu amor, meu amor
cadê você? Já se fo, isso é o amor.
Um dos
policias proclama esse poema e quando ele termina, todos estavam olhando para
ele e o seu chefe balançava a cabeça em sinal de reprovação.
Sophia
dá uma risada discreta e saem direção ao seu auto planador no momento que a
Marina chega na casa dela.
— Ela deve de estar indo encontrar os meus
irmãos, cheguei na hora certa, agora só preciso falar com esse velho bocoió,
vou ligar, não ele pediu para não ligar para ele quanto ele estivesse na sua
casa, já sei vou fingir que sou uma vendedora, vendedora não ele não iria me
atender e iria pedira para a empregada me dispensar, já sei vou dizer que sou
de um centro de pesquisa, isso.
Marina
sobe pela esteira chega na porta da casa e toca o identificador e quem atende é
a empregada.
— Pois não?
— Olá bom dia eu poderia falar com o
proprietário da casa?
— Do que se trata?
— É uma pesquisa sobre controle de natalidade.
— Controle de Natalidade? Mas a senhora não pode
fazer isso pelo computador madame?
— Não essa é uma pesquisa diferente, tem que ser
pessoalmente, como era antigamente, nós estamos tentando resgatar, o contato
físico, digo o contato humano, mais preciso o diálogo o olho no olho, só assim
a nossa pesquisa tem valor e qualidade e tenho que começar pelo cidadão número
um, e o número um é o nosso Rei, é aqui que ele mora, não é? É isso é um teste
precisamos saber se ele aprova o tipo de pesquisa, isso foi solicitado por ele
mesmo, para que fizéssemos um teste com ele porque ele queria saber se estava
bom e estudar o que se pode melhorar.
— Eu gosto dessa coisa do olho no olho também,
eu sou dos costumes antigos, quando uma boa conversa era feita assim e não por
computadores, também concordo com esses resgates mais humanos, hoje em dia eu
sou uma das poucas domestica que ainda faz o serviço que eu faço, porque fomos
substituídas por maquinas e robôs, mas como eu estou muito anos nessa família,
eles me mantiveram aqui, lógico que com a ajuda dessas maquinas também, a
senhora espera um pouquinho que vou ver se ele pode atender a senhora.
— Não esquece de mencionar que é a pesquisadora
Marina a número um do projeto Social por uma causa nobre.
— Ok só um momentinho.
A
empregada entra e avisa seu Jorge sobre a pesquisa.
— Avisa ela que não posso atende-la agora
— Ela pediu para avisar que o nome dela é
Marina, que é a número um do projeto social idealizado pelo senhor.
— Ela disse que se chama Marina?
— Isso mesmo.
— Ok, deixa eu ir ver se é o que estou pensando.
Seu
Jorge vem resmungando.
— Quem é que descobriu o meu endereço agora e
vem me incomodar.
— É aquela senhora Seu George.
Ele
avista Marina, já imaginava que era ela, mas mesmo assim fica preocupado.
— Pode deixar Sebastiana eu falo com ela pode ir
fazer os seus serviços.
A
empregada se afasta.
— O que você está fazendo aqui?
— Você disse que eu não poderia te ligar, mas eu
preciso falar com você.
— Não aqui não, vai embora, se a minha mulher te
ver eu estou ferrado.
— É sobre o seu filho.
— Meu filho, o que você sabe sobre o meu filho?
— Eu sei onde ele está.
— Você sabe onde ele está? Me diz logo, me diz
logo anda.
— Ele está em um velho barraco perto da antiga
Marginal.
— Na antiga Marginal, mas eu mandei derrubar
quase tudo ali, depois das cheias por causa do derretimento das geleiras do
polo norte., ali agora só tem água, que lugar exatamente você está falando.
— É um pouco mais para cima, para os lados do
Morumbi, perto do Cemitério.
— Morumbi, eu morei lá quando era mais novo, eu
conheço bem aquela região, esse barraco é onde havia a favela perto do
Cemitério perto do antigo Córrego.
— Isso mesmo é lá mesmo.
— Então eu já sei onde é que é, é na região
perto do cemitério que não foi totalmente demolido por causa do cemitério, não
sabíamos como proceder com os restos mortais, porque eram muitos e os seus
familiares protestaram na época e atrasou o projeto que tínhamos para ser
executado ali e por respeito aos mortos, resolvemos esperar que todos os corpos
sejam retirados de lá, mas isso gerou muita polemica na época e deixamos de
lado aquele projeto.
— Eu vou avisar a polícia e já vamos para lá
procura o meu filho.
Capítulo
XVIII
A Sophia
chega o barracão.
— O que foi que está acontecendo? Porque vocês
me chamaram a essa hora da noite.
A Marina
fugiu, nós precisamos acabar com isso hoje sem falta. Fala Filo.
— Como ela fugiu?
Marcos
olha para o Filo e Ri.
— O cabeção aqui caiu no truque dela.
— Isso já era esperado, nós corríamos esse
risco, até que conseguimos evitar por bastante tempo, mas agora aconteceu
precisamos resolver isso. Fala Sophia.
— Tudo bem vamos acabar com isso eu vou
conversar com o meu irmão e ver se ele realmente se arrependeu como ele já me
disse outro dia para mim.
Sophia
anda até o irmão e pergunta.
— E aí maninho podemos acabar com isso, já
pensou como vamos terminar com isso agora, porque precisamos voltar para casa o
nosso tempo acabou, acabou agora para ser mais exata, porque a irmã do Marcos e
do Filo, que aparentemente é amante do papai conseguiu escapar.
— É eu sabia que ela tinha fugido, mas não sabia
que ela era amante do papai, velho safado, quando a mamãe souber disso elevai
estar ferrado e eu vou contar.
— Então chega de cativeiro maninho e vamos
voltar para casa agora, mas não esqueça eu estou te soltando e você prometeu
não contar nada para o papai sobre o que aconteceu aqui.
— Me solta, eu já estou solto e quem foi que
disse que eu quero ir embora, quem diria que eu seria mais feliz em um barraco,
sendo que vivo na casa mais luxuosa da cidade, mas também a mais pobre no
quesito de amor e felicidade, agora eu só vou onde o Marcos for, eu só vou
embora se ele for comigo, caso contrário eu quero ficar aqui mesmo, morando
nesse barraco com ele.
— Acho que essa é a primeira vez que a vítima de
um sequestro não quer sair do seu cativeiro, era só o que me faltava, escuta
aqui maninho, eu acho que você não entendeu, a irmã do Filo e do Marcos a
Marina fugiu e ela vai dar com a língua nos dentes, isso se já não deu, porque
acredito eu que a primeira coisa que ela fez , deve de ter sido ir procurar
pelo papai, e ai o bicho vai pegar, nos estamos ferrados se formos pegos aqui,
por melhor que seja a nossa desculpa ele não vai acreditar se nós pegar aqui. E
assim que ela terminava de falar, eles escutam sirenes cercando o barraco.
— Parados e saiam com as mãos na cabeça e não
façam nenhum gesto brusco, que assim ninguém se machuca.
— É a polícia, estamos ferrados, droga e agora.
Fala o filo.
— Calma Maninho, para tudo tem um jeito relaxa,
eles não sabem exatamente quantas pessoa estão aqui e que são os
criminosos.
Mas o
Pinguim e Zoinho se desesperam, montam na moto e fogem pelos fundos do barraco.
— O que eles estão fazendo droga? Fala Sophia.
— Deixa eles irem, isso vai ser bom para nós
tive uma ideia, com certeza alguns policiais vão seguir eles e eles são tem a
mínima chance de fugir de moto dos auto planadores da polícia, mas deixa eles
tentarem e vamos ver o que vai acontecer, dependendo do que eu coloco a minha
ideia em prática. Fala Marcos olhando para o Thiago que olhava para ele
assustado.
O Zoinho
e o Pinguim, partem como uns loucos em alta velocidade na moto e a polícia os
perseguia pelo alto nos autos planadores ordenando que parassem ou eles
iriam atirar.
E para
fugir dos auto planadores era muito difícil e assim eles apelavam e sendo um
pouco espertos, entraram em becos estreitos o que dificultava o voo dos auto
planadores, que os acompanhavam do alto sem poder capturá-los e assim eles
desciam escadarias com a moto, e entravam em mais vielas, mas nada de despistar
a polícia que só acompanhavam eles esperando o momento certo para capturá-los,
e quando os becos se acabam eles chegam na linha de trem da Marginal, onde
alguns tens ainda funcionavam carregando entulhos e materiais recicláveis paras
a obras dos prédios cidades novos.
Eles
entram na linha de trem e aceleram o máximo que podem, mas logo os auto
planadores estavam na captura deles, que só não conseguia se aproximar por
causa dos fios de força dos trens e acompanhavam a uma distância razoável, mas
sem perder eles de vista. Zoinho que pilotava a moto, já estava acreditando que
seria possível fugir da polícia e começa a comemorar.
— Nós vamos conseguir fugir Pinguim, olha eles
não podem se aproximar por causa dos fios, se nós conseguimos chegar até o
túnel, talvez conseguimos fugir.
— Olha para a frente Zoio tem um trem parado!
Grita o Pinguim.
Zoinho
desvia do trem parado e bate de frente com um trem que vinha da outra direção e
pedaços da moto e dos copos dos dois voam para todos os lados e não sobra nada deles
para contar história.
Capitulo
XIX
Enquanto
isso Marcos espia para ver quantos policiais haviam lá fora.
— Não tem muitos policiais lá fora, a maioria
deve de ter ido atrás dos dois, vamos ficar quietinhos como se não houvesse
mais ninguém aqui, eu tive uma ideia, só deve ficar aqui o Thiago que era a
vítima, a hora que você achar que for propício você sai como se estivesse
sido deixado para trás, Sophia o seu auto planador está ao lado da caixa de
esgoto do banheiro lá de fora né.
— Está do lado daquele quartinho, acho que é o
banheiro.
O meu
pai construí uma caixa de esgoto uma vez, mas nunca a usou, ele pretendia
construir um banheiro dentro da casa, mas não chegou a terminar, ele construiu
uma vala em vez de usar cano e cobriu essa vala com tampas de concreto, quando
éramos crianças a gente vivia se escondendo nele e brincávamos muito nele, eu
acho que consigo me arrastar até o banheiro e de lá quando eles se
distraem eu pego o auto planador e pego vocês pela porta do fundo e
fugimos em alta velocidade porque os auto planadores não são tão rápidos como o
dá Sophia.
— Certo Mano?
— Certo, mas e o seu medo de rato?
— Se aparecer um rato nessa hora eu o mato na
dentada.
— Agora vamos fazer silêncio, até eles acharem
que não tem mais ninguém aqui, porque eles não vão arriscar a entrar e colocar
a vida do sequestrado em risco, eles têm que ter certeza do que está
acontecendo aqui dentro, por isso não respondam a nenhuma investida deles.
A
polícia anuncia mais uma vez.
— Saiam com as mãos na cabeça ou vamos invadir.
Esse o
era o momento que o Marcos precisava ele levanta a tampa do esgoto desativado
que ficava embaixo da pia da cozinha e entra no buraco escuro, fedido e sujo,
que cabia uma pessoa certinho, enquanto o Marcos se arrastava pelo duto de
esgoto, começa vir algumas lembranças à tona na sua cabeça do dia que o seu pai
construía essa vala, enquanto as tampas de concreto secavam na forma que ele
construiu de madeira, e ele e o seus irmãos fizeram alguns desenhos e
escreveram os sus nomes no cimento que secava. Ele se arrasta até o final do
duto, levanta a tampa e espia, no momento que os policiais começavam a cercarem
a casa, deixando a retaguarda vazia e não havia ninguém perto do auto planador
da Sophia, ele sai do Buraco entra no auto planador e voa para o lado oposto da
casa se distanciando e contornando para poder vir por trás da casa, ele desce
com o auto planador dentro do córrego e vai na direção do barraco, ele chega na
porta dos fundos onde haviam dois policias ele atropela os policiais colocando
o auto planador em cima deles e grita .
— Rápido, vamos rápido.
Sophia,
Filo e o Thiago correm e entram no auto planador, rapidamente Marcos decola e
entra novamente na vala do córrego se distância da casa e sobe bem alto.
Capítulo
XXX
A
polícia os persegue e assim começa uma perseguição alucinante,
pelos antigos prédios e destroços da Avenida Berrini, eles tentam
despistar a polícia, que vinha no encalce deles, mas como auto
planador da Sophia era mais rápido que o da
polícia eles se distanciam e despistam a polícia por algumas horas,
mas eles haviam esquecidos que os auto
planadores tinham rastreadores era facilmente rastreado e
assim começava novamente a perseguição, só que dessa vez a polícia estava
atirando neles e um desses tiro acerta o motor do auto planador que
começa a perder potência e ativa o sistema de segurança que o
faz pousar no meio da floresta que rodeava os prédios novos, o auto
planador bate no chão e de repente um silêncio, todos estavam
desnorteados, eles avistam uma das torres nova,
tossindo Sophia pergunta, se estavam todos bem.
— Estão todos bem, ninguém se machucou?
— Eu estou bem. Fala o filo.
Eu
também. Fala o Thiago.
— Eu acho que eu não, acho que levei um tiro na
perna e acho que quebrou um osso meu.
Todos tentam
sair do auto planador, Marcos tenta se levantar e não consegue.
— É não tem jeito, está quebrada mesmo.
— Vamos
mano eu te ajudo. Fala o filo.
— Eu também te ajudo Marcão. Fala o Thiago.
Os dois
retiram o Marcos do auto planador e o carregam para dentro da floresta.
— Nós não vamos conseguir ir muito longe assim
não, vocês não vão aguentar a me carregar por muito tempo, o melhor é sentarmos
e esperarmos a polícia chegar.
— Não eu não quero, ser preso, eu não fiz nada,
isso é muito injusto. Fala filo.
— Calma Filo, tudo tem um jeito. Fala Marcos.
— É verdade Filo, no fim tudo vai dar certo, eu
tive uma ideia, eu só preciso conversar com a minha irmã e depois eu falo para
vocês dois a minha ideia.
— Sophia eu preciso conversar com você, vamos conversar
como dois irmãos.
— Conversar sobre o que?
— Eu quero reparar o meu erro do passado que
cometi com você, quero me redimir agora com você e pedir o seu perdão, você me
perdoa do fundo do seu coração?
— Sim eu te perdoo acha que passamos por umas
boas essas semanas, mas você vai se redimir como?
— Eu vou dizer para o papai e para
a polícia que isso tudo, foi ideia minha e só queria dar um susto nele e
em você pelo modo que vocês vinham me tratando nos últimos tempos.
— Você faria isso?
— Faria se você me perdoar e disser que me ama
como seu irmão novamente esquecendo tudo o que aconteceu no passado e me der um
abraço bem forte, sim eu faço qualquer coisa por você.
Sophia
fica pensativa e o Thiago fica parado na sua frente com os braços abertos esperando
a irmã o abraçar e o perdoar.
Sophia
levanta a cabeça com os olhos cheios de lágrimas abraça o irmão e diz:
— Eu te amo sim e já havia te perdoado.
Os
dois se abraçam por um tempo.
— Mas o que você vai fazer exatamente.
Thiago
olha para o Marcos que estava sentado com a mão na perna olhando para eles.
— Espera um pouquinho irmã.
Thiago
caminha até o Marcos e pergunta.
— Você me acompanha se algo der errado, você
fica comigo até as últimas consequências, assim nos inocentamos o seu
irmãozinho e a minha irmãzinha, se nós dissermos que tudo isso foi ideia nossa
e que eles dois são inocentes que nós iriamos sequestrar a Sophia hoje, e que
havíamos sequestrado o seu irmão ontem para poder usar ele para pegar a Sophia,
que o ameaçamos e fizemos ele chamar ela até o barraco, mas que não deu tempo,
porque a polícia chegou.
— Sim é claro que faço isso.
— Mas tem um problema que você está esquecendo a
irmã de vocês a Marina, ela pode pôr tudo a perder, porque ela escutou a nossa
conversa e foi ela que avisou o meu pai que chamou a polícia.
— Vocês
disseram que ela é gananciosa e que é amante do meu pai, se eu conseguir falar
com ela, ou se um de você conseguir falar com ela é só oferecer algo que ela
queira para ela ficar quieta.
— Eu acredito também que se você fizer isso o
papai vai te perdoar e não vai deixar você ir preso.
— É, parece que você não conhece o papai, ele
nunca vai me perdoar, mas não custa tentar né.
— E se o seu pai não nós perdoar e se formos
sentenciados, teremos que ir viver no presídio na lua. Diz Marcos.
— Se você estiver ao meu lado eu vou até para
Marte, eu não me importo desde que você esteja ao meu lado e então você topa?
— Se é para salvar o meu maninho e minha
cunhadinha querida, é lógico que sim, porque eu não tenho muitas escolhas, por
ser um ex presidiário.
— Então combinado, vocês entenderam a história,
nós quatros temos que contar a mesma história várias vezes para a polícia e tem
que ser igual todas as vezes.
Alguns
autos planadores da polícia pousam ao redor deles e em um dos carros estava o
seu George, que desce do auto planador e corre em direção do filho e o abraça e
pergunta.
— Você está bem filho, eles não te fizeram
nenhum mal?
— Na verdade fui eu que não fiz mal para eles.
— O
que você está falando?
— Preciso te confessar para o senhor, que toda
essa ideia do sequestro foi ideia minha.
— Você não sabe o que está falando, depois a
gente conversa com calma e o que a sua irmã está fazendo aqui e olha o marginal
do namorado dela que te sequestrou, por isso a irmã deles sabia onde vocês
estavam.
— Não pai, não é nada disso, ele que é a vítima
nós o sequestramos ontem para poder sequestrar a Sophia hoje, mas não deu
tempo, eu que sou o sequestrador e contratei o irmão mais velho dele que tinha
experiência com sequestro e também contratei os outros dois que fugiram.
— Você quer dizer que morreram.
— Morreram como a polícia matou eles
— Não, na perseguição eles bateram de frente com
um trem em movimento.
Marcos
olha para o Thiago e abaixa a cabeça.
— Mas o que, que você está falando filho, que
tudo isso foi ideia sua?
— Sim pai, naquela noite que encontramos eles no
estádio, foi ali que comecei a esquematizar tudo, depois que eles foram embora
e a irmã dele me contou a história dele, eu o procurei e pedi a ajuda dele e
forjei o meu sequestro.
— Mas porque filho?
— Porque pai, porque você sempre me tratou
como um nada, nunca me deu amor ou carinho, sempre deu muito mais valor nas
suas coisas de valor, até uma garrafa de vinho era muito mais importante do que
eu, sempre foi assim, desde que eu me lembro como gente, você não tem noção do
que eu cheguei a fazer com a Sophia por causa de uma porcaria de uma garrafa de
vinho que ela quebrou, uma daquelas garrafas que você dizia que era o seu
licor dos Deuses.
— Ah então foram você que quebraram?
— Não, quem quebrou foi só a Sophia, mas eu usei
isso para chantagear ela tadinha, ela ficou com tanto medo de ter quebrado
aquela garrafa que eu me aproveitei da situação e tirei a virgindade da minha
irmãzinha.
— O que você está dizendo seu desgraçado?
— É isso mesmo que você escutou infelizmente
essa desgraça aconteceu, mas a culpa não foi minha e muito menos da Sophia, a
culpa foi sua, nós tínhamos de tudo, de bens materiais, mas éramos carente de
amor de pai, nós éramos tão carente, que eu acabei virando Gay, e tem isso
também eu sou gay e em uma dessas minhas fantasias das loucuras da minha
cabeça, acabei perdendo o controle e machuquei a minha irmãzinha, porque e
estava psicologicamente perdido.
— Então era por isso que vocês se odiavam tanto,
agora está explicado.
— Sim era por isso e por causa desse ódio que eu
armei sequestrar ela e graças a Deus que deu errado esse sequestro, assim não
machuquei ainda mais a minha irmã, que me perdoou por tudo o que fiz para ela.
— Não estou entendendo mais nada, eu fiz de tudo
por vocês, dei educação, paguei os melhores colégios.
— Justamente, mas eu queria a sua atenção o seu
afeto, fiz tudo isso pensando em descobrir se o senhor realmente me amava e
quando eu te vi na televisão anunciando, que havia me sequestrado, eu cheguei a
acreditar que você me amava se não tivesse continuado a ficar olhando para a
televisão e perceber que, quem havia feito aquele discurso foi o seu
pessoal de imagem, nada disso era pôr dinheiro, o dinheiro era só um
disfarce, uma desculpa para ver o quanto eu valia para o senhor.
— Eu não acredito no que você está me dizendo,
foram eles que fizeram você dizer tudo isso, não foi?
— Não pai foi tudo ideia minha e acho que
descobri que o senhor realmente me amava sim, e agora estou arrependido e eu te
devo desculpas e gostaria de saber se o senhor me perdoa?
— Perdoar depois de tudo o que você fez, depois
do que você fez com a sua irmã, eu estou começando a te odiar e não quero nunca
mais te ver na minha frente, eu nunca queria ter filho, isso sempre foi o
desejo da mãe de vocês, eu sempre soube que filho só dá trabalho e dor de
cabeça, mas isso era o sonho da sua mãe, para mim você morreu, isso não é coisa
que se faça com um pai, onde já se viu fazer uma coisa dessa, e tem mais você
vai responder por todos os seus atos, por toda a sua irresponsabilidade, vai
cumprir pena por sequestro, estupro, e todos os outros crimes cabíveis, vai
assumir e sentir as consequências, não vou interferir em nada, vou deixar você,
responder e pagar por todos os crimes que cometeu, por tudo que você fez e o
que não fez e tem mais. Eu não te perdoo, não perdoo, não perdoo.
Seu
George diz isso e passa mal, tendo que ser socorrido pelos policiais que
estavam ali.
Mas com
um restinho de força ele dá a voz de prisão para o filho dizendo:
Guardas
façam o serviço de vocês e prendam ele e o capanga dele, só libertem a minha
filha e o namorado dela que também foram vítimas desse crápula que um dia
eu chamei de filho, agora me tirem daqui não estou suportando esse cheiro de
esgoto, que não sei se é dá boca dele ou da alma dele.
Capítulo
XXXI
Vamos
Filo, vamos logo, esquece que é hoje que nós vamos visitar o meu irmão e o
seu irmão na prisão Lunar.
— É lógico que não esqueci, você está doida,
você está ansiosa de mais, e fica me apressando.
— Realmente estou, como são as coisas né, quando
o meu irmão estava perto de mim, naquela época eu queria distância dele, agora
parece que está faltando um pedaço de mim, de tanta saudade.
— Está bom estou pronto.
— Então vamos logo, se não vamos perder o ônibus
espacial.
Alguns
dias depois.
— Olha lá estão eles.
— Oi, oi, que bom que vocês vieram.
Eles se
abraçam e se beijam.
— Cadê o meu irmão? Pergunta Filo.
— Ele teve que ficar em casa, porque nós
temos uma surpresa para vocês.
— Surpresa, que surpresa, agora eu quero saber?
Diz a Sophia.
— Vamos lá que vocês vão ver.
No
caminho o Thiago comenta com a Sophia, você sabia que a população aqui é
setenta porcento de casais gays, tanto de homens com homens como de
mulheres com mulheres.
— Sério?
— Sim, sério, e sabe o que é estranho o Filo
estava lembrando de um dos sermões do seu pai Filo e ele lembrou uma vez que
ele falou sobre esse assunto, ná época ele achou estranho e nem imaginava que
isso poderia acontecer com ele.
— Mais do que se tratava esse assunto.
— Sobre o futuro do mundo, ser gay, lógico que o
linguajar do seu pai não foi bem assim. Diz Thiago e ri.
— Como assim irmão, como foi então?
— As palavras que o pai do filo usou?
— Isso.
— O Marcos contando é muito engraçado, ele imita
igualzinho assim eu acho que era e fico imaginando o seu pai dizer assim: “O
futuro do mundo vai ser desses frescos afeminados”.
— Não entendi. Diz a Sophia.
— É porque não contei o restante da história, o
que ele queria dizer era que o futuro do mundo era Gay, o Marcos, contou que em
uma dessas vezes que eles estavam andando com o carrinho de pegar papelão e
passavam por uma avenida chamada, acho que era Butantã, o Marcos viu um
Travesti e falou para o seu pai: olha pai um homem vestido de mulher,
ele é um mariquinha” e o seu pai o corrigiu dizendo: “Fio por mais que eu
não goste desse tipo de gente fresca afeminada, não podemos faltar com respeito
com eles e você sabia que o futuro do muno vai ser bem melhor graças a eles” E
o seu irmão ficou olhando para a cara do seu pai , parece que era a cara que
ele sempre fazia quando o seu pai tinha lapsos de sabedoria, e o Marcos
contando, ele faz o sotaque de nordestino, que ele diz que era igual ao do seu
pai, é muito bom ver ele imitando o seu pai, você tem que ver a felicidade dele
quando ele relembra essas histórias, ele já me contou tantas histórias que já
daria para escrever um livro com as histórias do seu pai com ele.
— Mas e o resto da história que você começou a
contar Thiago?
Ah tá,
mas eu fico imaginando como ele consegue lembrar de todas essas histórias com
detalhes e tudo mais, só faltava ter cheiro, mas como eu estava contando ele
dizia: “Que os gays iriam ser a solução para o planeta”
— Como assim?
— Deixa eu terminar, ele dizia que: “Que homem
com homem era errado , ou mulher com mulher, mas que isso era coisa de Deus,
porque Deus faz tudo certo e se todos fossem héteros o mundo não
iria aguentar com tanta gente que iria existir, o que ele queria dizer era
sobre o controle de natalidade, ele dizia que isso era tão preocupante,
que na China já estava acontecendo isso e um casal lá na China na época
não podia ter mais de um filho, só podia ter um filho , se um casal tivesse
mais de um filho, eles eram presos e o filho abortado, então ele achava que o
número de gays estava crescendo muito naquela época e que isso era a vontade de
Deus se manifestando”
— Nossa o seu pai tinha estudo Filo? Pergunta a
Sophia.
— Não, ele era analfabeto. Responde filo.
— Sabe o que eu acho mais estranho, eu acho que
naquela época ainda não se falava sobre casamento gay ou famílias gays como as
que estão acontecendo, que hoje para nós é muito natural, mas naquela época o
preconceito era muito pesado, se o seu pai estivesse dito isso para um amigo
dele, com certeza o amigo dele iria rir da cara dele, mas ele tinha razão
olha essa cidade com as maioria de casais gays, que assim não aumenta
tanto a sua população, lógico que aqui aumenta por causa dos crimes que as
pessoas cometem na Terra e são mandados para cá, aqui quase não tem crianças,
são poucas, as crianças que tem aqui, mas eles tem uma ala só para crianças,
que são abandonadas ou órfãs, porque as pessoas morrem rápido aqui, alguns não
aguentam e entram em depressão e acabam se matando, deixando só filhos
sozinhos, fora os casos dos assassinatos, porque como ainda estamos em fase de
teste e os assassinos também são mandados para cá e muitas vezes não se adaptam
e acabam cometendo crimes e ai acabam sendo mandado para as prisões solitárias
nos esteroides, longe daqui, por isso a criminalidade aqui não é tão grande
porque a prisão solitária nos cometas é apavorante e todos tem medo, dizem que
as pessoas ficam loucas ou acabam morrendo quando o cometa colidi com algum
planeta ou entra em um buraco negro.
— Essa história me lembra do pequeno príncipe
que vivia em um planeta assim como se fosse um asteroide, ou o que devia de
ser.
— É mais ou menos isso a diferença que muitas
vezes os asteroides são maiores, e esses que são grandes são usados para as
pessoas que tem família aqui, onde se ele for mandado para lá por
teletransporte e tem que levar a família dele também, com ele e assim eles vão
ter que sobreviver com uma quantidade de água única, tem que sempre filtrar as
urinas deles, e toda água que eles usam, são novamente recicladas e vivem
assim, quando o asteroide é grande ainda tem toda essa estrutura, o pior é
quando se é mandado para um asteroide pequeno onde a pessoa vive sozinho e vive
só com ração de astronauta, sendo reabastecido de seis em seis meses.
— Cruzes eu em, pensou viver assim.
— Se você pensar era como os astronautas viviam
em uma nave, só que agora em uma capsula fixada na pedra que produz o próprio
oxigênio e tem em mais espaço que uma nave do passado, diferente das naves
Navios que nós temos hoje em dia que são gigantes e viajam pelo espaço como um
cruzeiro a procura de novos planetas habitáveis.
Você
está me contando toda essa história, mas não consigo para de pensar o que será
a surpresa, já estou quase imaginando o que pode ser.
— Chegamos no apartamento meu amor, entra Sophia
entra Filo, deem uma olhada no nosso quarto o seu irmão deve de estar na cama.
— Eu não acredito uma criança!
— Uma criança?
Isso
mesmo, como não podemos ter filhos, adotamos essa criança, é uma menina, a sua
mãe não sobreviveu no parto, ela estava muito doente,, era uma viciada e foi
presa na terra e mandada para cá, mas na viagem da terra para cá, ele teve
complicações e não aguentou , mas felizmente ele conseguiram salvar a criança,
que foi levada para a ala das crianças órfãs daqui e nós se escrevemos para
adota-la, e como todo mundo sabe de quem eu sou filho, me facilitaram.
A Sophia
estava de boca aberta.
— Ela é linda, parece uma bonequinha de
porcelana.
— Ela se chama Camila e agora faz parte da nossa
Família.
— Oi para vocês também.
— Desculpa Marcos, é que fiquei realmente
surpresa com essa novidade, me dá um beijo meu irmão de coração.
— E você Maninho não vai me dá um abraço também.
— `Lógico mano estava morrendo de saudade de
você, mas é que fiquei perplexo com essa criança.
— Ah, mas nós também temos uma surpresa para
vocês.
— Que surpresa?
— Você não reparou na minha barriga? Não reparou
que estou até mais gorda.
— Gorda você, para você engordar vai ter que
comer muito, você está linda e a cada dia mais bonita, o seu corpo é
escultural, mas olhando bem, você realmente está com uma barriguinha, nossa
você está gravida!!
— Estou e vai ser um menino e vai se chamar José
Sócrates da silva, o José é igual o Pai de vocês, o Sócrates
porque vocês diziam que ele era muito sábio e o silva que é da Família do
Filomeno Santos Silva.
— Ainda bem que você não colocou George.
— Nos até estávamos pensando em colocar e
mostrar para ele que não temos mágoa dele, pensamos em colocar, José George
Sócrates da silva.
— Até que não ficou mal e por falar nele, como
ele está?
— Depois de tudo o que aconteceu ele ficou
sozinho.
— Ficou sozinho porquê?
— Você lembra da irmã do Filo a Marina.
— Sim, fiquei morrendo de medo dela estragar
todo o nosso plano e dedurar vocês.
— Pois é, sabe porque ela não fez isso?
— Nem imagino.
— Eu e o Filo fomos conversar com ela assim que
saímos daquela floresta e pedimos para ela não contar mais nada para o meu pai,
que nós iriamos ajudar ela a se dar bem com ele, e que se ela contasse mais
alguma coisa o Filo poderia ser preso e poderia matar a mãe dela, que é a única
coisa que coloca medo nela, é da mãe do Filo morrer, ela tem pavor disso, eu
disse assim para ela, se você não contar mais nada, eu vou contar para a minha
mãe que o meu pai tem uma amante e conhecendo ela, ela vai pedir o divórcio e
deixar o caminho livre para você, ela concordou na hora e não falou mais nada,
ficou de bico fechado.
— Mas cobrava o trato todo dia de mim, não me
deixava fazer nada, se ia no banheiro lá estava ela perguntando: “A Sophia
falou com a mãe dela?”, quando acordava, lá está ela me cobrando: “A Sophia já
falou com a mãe dela?”
— Pois é, e por causa disso, eu falei com a
mamãe, e foi difícil pra caramba para mim, fiquei com muito medo de magoa-la,
mas criei coragem e a chamei para a gente conversar e contei tudo para ela.
— E ela tadinha, o que ela fez? Pergunta o
Thiago.
— Ela não ficou muito surpresa, parece que já
sabia ou imaginava, ela até sorriu como se era o que ela queria, e ela só
perguntou para mim: “você contaria essa história para um juiz?”, eu disse que
sim e ela falou: “Ótimo”.
E assim
ela entrou com o divórcio e ficou com metade dos bens do papai e foi viver com
um novo namorado, uns trinta anos mais novo que ela, mas eu suspeito que ela já
o conhecia antes e ele já era amante dela, porque ela aceitou a traição do meu
pai assim, como se não fosse nada e só pediu o divórcio, não chorou, não fez
escândalo, apesar que isso não era do perfil dela.
— Então foi assim que tudo aconteceu?
— É, mas não acabou, a Marina acabou ficando com
o papai também, ele deu uma vida de luxo para ela, e a levava para viajar pelo
mundo inteiro e esse foi outro erro do papai.
— Porque?
— Em uma dessas viagens a Marina conheceu um
homem rico e bem mais jovem que o papai e o trocou por ele deixando o papai a
ver navio e assim agora o papai vive praticamente sozinho naquela mansão.
— Vichi que dó do papai.
— Dó depois do que ele fez com você, ele poderia
muito bem ter aliviado a sua prisão e a do Marcos, mas ele foi orgulhoso e
vingativo e aqui estamos.
— Eu não sou como ele, eu sei perdoar e
aprendi com a minha irmãzinha e o perdoo.
— Mas vamos falar de coisas boas e nós
precisamos comemorar as nossas novas vidas.
— O mais importante é que você está muito feliz
né maninha.
— Estou e você também me parece muito feliz,
mesmo estando vivendo aqui.
— Estou maninha, aqui não é muito diferente do
prédio que vocês moravam, é igualzinho , só e’ um pouco menor, mas nós temos
tudo aqui dentro também em uma escala menor do que o prédio da Terra, mas a
vida é a mesma, eu até gosto de viver aqui, nós temos essa vista maravilhosa da
Terra daqui e a felicidade é um estado de espírito, é uma coisa que não se
compra ou se escolhe independente de dinheiro ou outra coisa qualquer, a
felicidade muitas vezes é só estar com quem você ama, lógico que nem sempre é
uma mar de rosa, porque as vezes nós não suportamos nós mesmos, mas estando com
quem a gente ama, pode ser onde for, que não vai fazer diferença, pode ser em
um barraco ou em uma Mansão ou até em uma prisão, como no caso aqui, que na
verdade não lembra uma prisão em nada, só estamos afastados da sociedade da
Terra, para mim isso aqui é uma vida nova e diferente, onde agora eu tenho a
minha Família e estou e estarei feliz onde estiver com eles.
Marcos
abraça o Thiago e abraça a Sophia e puxa o Filo para junto dele e todos ficam
olhando o bebê em cima da cama, que sorri para eles como se quisesse participar
do abraço.
Fim.
Dib.
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Ventura Fernandes; Wanderlei Sérgio da Silva. Planejamento e políticas públicas
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este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas da UNIP, Série
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Rural e Urbana — São Paulo: Editora Sol,
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Selene / ONGS E MOVIMENTOS SOCIAIS: A QUESTÃO DE NOVOS SUJEITOS POLÍTICOS PARA
A SUSTENTABILIDADE. Publicado em Meio Ambiente: questões conceituais. Niterói,
UFF/PGCA— Riocor, 2000, pp. 123 — 155
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Sirlei Pires. Sociologia do Trabalho / Sirlei Pires Terra. — São Paulo: Editora Sol, 2021. Pág. — 152 — 156.
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