MESTRES DAS RUAS.
São Paulo, 25 de janeiro de 1991.
Zona norte,
periferia de São Paulo no bairro do Imirim.
Uma manhã muito bonita e agradável, o cheiro de mato vinha da serra, o sol já brilhava, ainda , não muito quente aproximadamente 22ºC. O canto de um passarinho era interrompido, quase que imperceptivelmente, pôr uma música tocada em baixo volume, com um swing forte e balanço pesado, a letra da música, era assim:
Vou contar uma história,
De tristeza e glória
De uma equipe boa
Que não nasceu atoa
Nasceu de uma ideia de se juntar
E os muros da cidade resolveram grafitar
Grafite é uma forma de se liberar
De expressar a arte e de protestar
Se fazemos grafite para aliviar a dor
Não fazemos por esporte, fazemos por amor
Sempre que poder vamos grafitar.
Para viver aprender e a ensinar
Somos bastante em comum, com os mesmo ideal
De que com os amigos sempre ser leal.
A música vinha do quarto do Tuco, onde a luz do dia entrava pelo vitrô no lado oposto do beliche, preenchendo todo o quarto, a luz refletia no rádio e brilhava no teto, Tuco que que estava deitado na parte superior do beliche, observava o teto, olhava para as manchas causadas pelas infiltrações, que pareciam formar uma imagem de uma santa, aquela imagem já fazia parte do convívio dele, e todo dia antes de dormir ou acordar, ele fazia o sinal da cruz olhando para a mancha no teto; ele se benze e continua com os braços cruzados atrás da nuca, entrouxado no travesseiro e continuava a ouvir a música enquanto pensava na letra da música que o irmão dele havia feito juntamente com o Dib, pensava na vida; no seu amor e como iria ser o seu dia de hoje.
- Hoje!
- Que horas são?
Ele olha no relógio.
- São 08:00 em
ponto!
- É hoje que nós
iremos fazer o grafite no túnel da Avenida Paulista, em homenagem aos seus 100
anos de existência, no dia do aniversário da cidade de São Paulo, será uma
grande festa, está noticiando toda hora no nos noticiários.
Empurrando o
cobertor com os pés e se preparando para pular da parte de cima do seu beliche
e já pulando, porém, batendo no rádio que estava no criado mudo, a
direita da cama, derrubando-o e fazendo muito barulho.
Estabanado como só ele era.
Mas mesmo com
todo esse barulho, o Leco, irmão do Tuco que dormia na parte de baixo, não
acordou.
Tuco olha para o
irmão.
- É, o
dorminhoco não acordou mesmo.
- Leco acorda! -
nós já estamos atrasados, para ir fazer o grafite na Avenida Paulista.
Tuco olhou outra
vez e nada do irmão acordar.
Ele coça a
cabeça, vai ficando irritado, e dá uma chacoalhada com força no irmão e puxa a
coberta, só assim então que o Leco dá um sinal de que iria se levantar, ele dá
uma resmungada e juntando a coberta novamente, no maior chamego, e se vira para
o lado da parede e continua a dormir.
Então, Tuco olha
mais uma vez, para o irmão e dá de ombros.
- Ah! Desisto,
deixa este dorminhoco aí dormindo, tenho que ir chamar o pessoal para irmos
fazer o grafite, e sem você!
Só assim então
que o Leco despertou.
- Grafite? É
mesmo é hoje, né?
- Espera eu pô!
- Vai logo então
seu babento! Olha só... Todo babado, com a cara amassada! Também parece uma
avestruz, dormindo com a cara enfiada no travesseiro!
- HA! HA! HA! Um
avestruz! Tem tudo a ver, Magrelão, perna fina e comprida, babão, que faz
biquinho quando dorme, dorminhoco, com essas pernas compridas e finas com essas
meias coloridas, parece mesmo.
- Avestruz, HA!
HA! HA!
- Caramba! Já
vai começar encher o saco, logo cedo: Dá um tempo, meu! - - Caramba!
Tuco calça o seu
Tênis cano alto, pega o seu boné, com a aba curvada e que tem a letra” bordada
na frente e diz.
- Está bem,
avestruz! Fica aí que eu vou subir e comer toda a mortadela, seu boca aberta.
· Eu vou escovar
os dentes primeiro e tomar café depois, se você não deixar mortadela para mim,
você vai ver.
Tuco deu de ombros e continuou a subir as escadas, que era feita de cacos de
lajotas vermelha, parte da escada estava verde tomada pelo lodo, formado pela
água da chuva, o que deixava a escada lisa e perigosa, não havia corrimão e as
paredes também estavam tomadas pelo lodo, não deixando opção de apoio em caso
de um escorregão, ele sobe as escadas de 3 em 3 degraus, o que era fácil para
ele, já estava acostumado e sabia exatamente onde pisar, e vai em direção a
cozinha, chegando na entrada da cozinha pelo corredor, onde a porta ficava logo
após o tanque de lavar roupa, a porta já estava aberta, e um cheiro
convidativo de café fresquinho pairava no ar, onde o cheiro de mato no ar
fresco da manhã que vinha da Serra era bruscamente substituído pelo o aroma do
café, que saia de dentro da cozinho, ele olha para a sua mãe que estava
lavando louça da noite passada, mas havia deixado cair à esponja no chão
e como ela não enxergava, tateava sobre a pia, tentando encontrá-la.
Tuco se
lembra como ela havia ficado cega, se lembra daqueles dias difíceis,
dentro de um barraco de madeira com o chão batido de terra, com um quintal
grande que parecia uma chácara, como uma casa do interior, onde havia uma
grande árvore de Mangueira, também havia um pé de limão, cana-de açúcar que
ficava no canto do muro que dava acesso para a rua, os varais de estender
roupas amarrados na árvore de um lado e na outra ponta do varal, amarrado no
barraco de madeira, quantas vezes aqueles varrais não foram arrebentado com as
brincadeiras dos meninos, pipas que enroscavam e de tanto puxarem acabavam
caindo, algumas vezes ainda estavam com as roupas secando no varal, e a sua mãe
saia gritando de dentro do barraco, já com uma cinta na mão dando cintada
neles, que corriam em volta do barraco fugindo das cintadas da mãe, em uma
dessas fugas eles foram salvos por um acidente de um carro, que bateu no muro
do barraco, que ficava do lado de uma grande avenida movimentada, o carro
derrubou o muro e só por Deus que eles não foram atingidos pelo carro ou por
parte do muro que caiu, ele lembra da sua mãe arrependida, jogando a cinta no
chão e vindo na sua direção chorando e abraçando ele e o seu irmão, perguntando
se eles estavam bens, se não haviam sido atingidos, ela gritava e agradecia a
Nossa senhora de Aparecida por ter salvo os seus filhos por ter protegidos
eles, ele pensa foram tantas histórias naquele lugar, onde tudo aquilo para um
menino de 10 anos de idade, era um paraíso, ele o seu irmão brincavam e
imaginavam de tudo naquele quintal, algumas brincadeiras saudáveis e outras nem
tanto e as vezes até perigosas, como a vez que ele estava fazendo
fogueira e usando álcool para acender o fogo, para simular lançamentos dos
brinquedos para o espaço, ele colocou uma quantidade de álcool em uma pequena
garrafa de refrigerante, chamada caçulinha e colocou um brinquedo de um
soldadinho de plástico na ponta da garrafa, e o jogou na fogueira, o brinquedo
de plástico derreteu e tampou a boca da garrafa formando uma grande pressão,
até que garrafa explodiu, expirando álcool e fogo nele e no seu irmão, que
ainda estava segurando a garrafa de álcool, derrubando mais álcool sobre eles,
no Leco só respingou , já no Tuco a sua camiseta pegou fogo, ele a tirou rápido
, mas foi o suficiente para queimar o seu peito, e ele lembra do seu pai
correndo com ele para o hospital, ele lembra do sofrimento do seu pai,
tendo que cuidar de dois meninos e uma bebê recém nascida e tendo que se dividir
entre o trabalho, hospital e o lar, os meninos não ajudavam muito, só
aprontavam o tempo todo, e o seu pai precisou pedir emprego para um amigo em
uma padaria para o Tuco como ajudante, como ele era mais velho que o Leco,
começou a trabalhar para ajudar o Pai, enquanto o Leco dizia para o pai que ele
também poderia trabalhar, o pai diz que não, e o Leco insistia lembrando da
época em que eles ainda moravam na Bahia, e ganhavam uns trocados recolhendo os
grãos de café que caiam dos caminhões que abasteciam a fabrica de café, eles
recolhiam do chão os grãos de café, chegando a juntar até 2 kg por dia. O
pai recorda ele da tragédia que quase aconteceu.
- É mas
você quase morreu atropelado por aquele caminhão que passou por cima de você, a
sorte foi que você era magrinho e se deitou no chão e o caminhão passou direto
sem te atingir, aquele dia eu quase coloquei o coração pela boca, por isso que
você e a vizinha vão me ajudar a cuidar da sua irmã recém nascida, aqui dentro
de casa. Mesmo assim os meninos davam um jeito de brincar e aprontar; com o
dinheiro que o Tuco ganhou como ajudante na padaria, ele comprou um carrinho de
rolimã e brincava na ladeira que dava acesso da padaria até a sua casa, a
ladeira passava em frente à casa do Dib que vendo o Tuco brincando com o
carrinho de rolimã, pegou o seu carrinho e se juntou a ele, e juntos
desciam a ladeira a toda velocidade enquanto o Leco ficava pedindo que o
deixasse brincar também, chorando alto xingando o Tuco, o seu pai escutando o
Leco chorando saiu do barraco atrás do filho para ver o que estava acontecendo,
e foi nesse exato momento que ele viu o Tuco descendo com o carrinho de rolimã
e quase sendo atropelado por um carro, o Tuco vinha descendo a toda velocidade
e o carro subindo normalmente, mas havia um buraco e onde havia esse buraco, o
carro fez um desvio brusco na direção do Tuco, para poder desviar do buraco e
voltou para a direção reta, o Tuco se assustou e desviou para o lado da
sarjeta, raspando um pouco o eixo do carrinho de rolimã na guia, o seu pai
vendo aquilo, quase teve um enfarte e quando o Tuco chegou no fim da ladeira, o
pai tomou o carrinho dele, pegou ele pela orelha e o levou para o barraco, o
Leco foi atrás chorando, acompanhado pelo Dib e ficaram no portão só
observando, enquanto o Pai dos meninos destruía o carrinho com um pequeno
machado e depois ateou fogo nos pedaços, gritando que os seus filhos não vão
ser vagabundo, vão trabalhar para aprender a ser homem, ele gritava: - vocês
não estão vendo o sacrifício que estou tendo que passar para cuidar de vocês
enquanto a sua mãe está internada no Hospital; o pai olha para o Tuco e
ameaça bater nele, que corre até o portão onde estava o Leco e o Dib, o Pai
para e volta para o barraco, Tuco se senta no degrau da escada de acesso
a rua e fica ali parado por um tempo, a vizinha uma menina de 15 anos chamada
Vera, que ajudava a cuidar do bebê e da casa, vendo a cena, vai até a
casa deles, ela pede licença para os meninos e abre o portão, pede licença para
o Tuco e desce os degraus e entra no barraco, ela fica ali por um tempo, do
portão era possível ouvir o pai dos meninos conversar com a menina,
ele estava muito nervoso e a menina tentava acalma-lo, passou um tempo e se fez
silêncio, que só foi interrompido pelo choro do bebê, do portão era possível
ver através da janela da cozinha dentro do barraco a menina pegar o bebê no
colo e falar alguma coisa para o Pai dos meninos, que sai do barraco bem mais
calmo e vai na direção dels, passa pelo Tuco e diz: - Vamos comer alguma
coisa na padaria e chama o amigo de vocês também, vamos! Tuco se levanta, sobe
os degraus olha para o Dib e diz:- Vamos com a gente. Na padaria os meninos
comem pizza, tomam guaraná, e o pai diz: - Pegam o que vocês quiserem. Enquanto
ele tomava uma pinga, derramando uma parte para o santo e tomando o restante de
um só gole, rindo para os meninos com peso na consciência e querendo compensar
o ocorrido. – Aquela menina é bonita né pai. Diz o Tuco. O seu pai olha para
ele e diz que sim balançando a cabeça e dá um sorriso por ele ter demonstrado
interesse na beleza da menina, como se quisesse dizer, meu filho é cabra macho.
Os meninos tomam sorvete, comem chocolate e o Dib diz: - Seu pai é muito legal.
Ao recordar desse dia, ele também lembra que foi assim que ele conheceu o Dib,
foi nesse dia, enquanto isso devido a maus tratos hospitalar, seguido de
infeção e febre alta, a sua mãe perdia totalmente a visão no Hospital.
Tuco se desfaz
do transe na entrada da cozinha, ele entra, se abaixa, pega a esponja para a
mãe e diz.
- Tá aqui, mãe!
- Tuco é você?
- É, sou eu!
- E menino grosso, já acorda mal humorado.
- AH, mãe! Não enche, que eu quero tomar o meu
café sossegado, e cadê a Tatiana aquela menina inútil, que não serve nem para
pôr o café na mesa.
O Leco, que já
havia lavado o rosto, estava entrando na cozinha e escutou o que o irmão estava
falando e retruca:
- Larga a mão de ser folgado, arruma a mesa você
mesmo e não fica xingando a menina assim, ela não te fez nada e fala direito
com a nossa mãe, se não, quando o pai chegar eu conto tudo para ele!
- AH! Cala a
boca e vem tomar o seu café logo, senão eu vou comer toda a mortadela, e já
estamos demorando demais. Aposto que ainda vamos ter que acordar o Lu e o Dib,
aquelas duas avestruzes também, Avestruz não, O Dib parece mais uma árvore,
todo duro.
A mãe deles ri e
repete balançando a cabeça. “- Homem árvore, cada uma” ela ri.
- E o Lu, até ele se emperiquitar todo para
sair, já vai ser hora de dormir de novo.
Falando em
horas, que horas são?
O Leco responde:
- São oito e meia!
- Já! Vai, vamos
logo! Eu vou pegar os skates para irmos mais rápido.
- Aonde é que vocês vão? Pergunta a dona
Tazinha.
- Nós vamos fazer um grafite no túnel da Avenida
Paulista, hoje ela completa 100 anos.
Bem mais amoroso
com a mãe do que o Tuco, respondeu o Leco.
- Por favor, tomem cuidado! Eu estava
escutando agora mesmo no programa do Eli Correia. Que ontem, três meninos que
cabulavam aula, mentiram para suas mães, dizendo que iriam para escola e não
foram, pegaram um ônibus foram nadar lá na represa de Mairiporã. Dos três
meninos só um sabia nadar bem. O outro sabia mais ou menos, e o terceiro não
sabia nadar.
- E adivinha o
que aconteceu? – O que aconteceu mãe? Pergunta o Leco. –Vai fala logo mãe!
Exclama o Tuco. E menino grosso, mas deixa eu continuar, o que aconteceu foi o
seguinte: O menino que sabia nadar bem, foi brincar e fazer graça,
fingindo que estava se afogando, o que não sabia nadar acreditou mesmo
que ele estava se afogando, porque ele morria de medo e pulou para
ajuda-lo, porém quando ele pulou, bateu com o cotovelo na cabeça do
que estava brincando, desmaiando-o, e fazendo ele se afogar de
verdade, como o que pulou pensou que fosse dar pé para ele devido a sua altura,
acreditou que poderia ajudar, “mas” não dava pé para ele também e como ele não
sabia nadar começou a se afogar também e entrou em pânico.
- O terceiro que sabia nadar mais ou menos,
pulou para tentar ajudar, mas o que não sabia nadar estava com muito pânico e
se agarrou nele, levando-o junto para o fundo da represa e sendo assim afogando
os três. Pessoas que estavam no local, porém distante o suficiente
para não socorrer a tempo, assistiram a tudo e não conseguiram ajudar, tentaram
socorrer os meninos, porém devido a distância que estavam, a
profundidade e também a visibilidade da água que era muito escura, quando o
resgataram, já era muito tarde e os três estavam mortos.
- Que história triste mãe! (comenta o Leco)
- Que merda!
(exclama o Tuco)
- Mas onde nós vamos hoje não tem rio mãe, é só
asfalto, só se chover muito para alagar o túnel da Avenida Paulista e tem mais,
iria ser muito legal se alagasse, por que
daí, nós poderíamos pegar algumas ondas na descida do
túnel e surfar com os shapes dos nossos skates, igual àquela vez que alagou a
rua onde nós morávamos e usamos as portas de um Guarda-roupa velho
que jogaram na rua, nós pegamos aquelas portas para deslizar naquela água
empossada até a altura do muro da dona Rosinha e que também invadiu as casas do
corredor do Veio Giglio, que era abaixo do nível da rua, e foi por isso que ele
abandonou aquelas casas , toda vez que chovia forte a chuva transformava a rua
em um rio, propício para surfar naquela rua toda alagada de água
de enxurrada que descia do morro, nós passávamos vela nas
portas do guarda-roupa e vindo correndo da parte alta da rua, jogávamos as
portas na água, pulávamos em cima, fazendo com que a madeira
deslizasse sobre a água, igual uma prancha de surf ou Sonrisal (modalidade que
usa uma pequena prancha para deslizar em pequenas ondas na beirada do mar, é
chamado assim por comparar o sal do mar que borbulho como um Sonrisal colocado
em um copo com água) , nós nos sentíamos verdadeiros
surfistas, tentávamos até fazer manobras , nós nos divertimos muito
naquela dia, até o “homem árvore do Dib, ralar o joelho no asfalta, naquela
água suja, porque prancha (porta de guarda-roupa) dele
travou e ele foi de cara e com o joelho no asfalto alagado
e ficou preocupado, dizendo que
aquela água suja iria “infeccionar” – Ai “vai infeccionar”, estraga
prazer; -Aí “ Vai infeccionar os meus ralados”. -Foi muito legal
esse dia; não foi Leco? Leco confirma rindo e responde para mãe deles.
- Mamãe
para de escutar estes programas doidos de rádio que a senhora escuta, eu
sei que a única diversão que a senhora tem, mas procura outros
programas mais alegres.
- Ah! Me deixa
esse programa é o meu único companheiro, que tenho de tarde.
- Tá bom. (Leco dá um beijo nela e diz) - Vamos
Tuco!
- Olhem aqui, mãe não se engana, pressentimento
de mãe não falha. (alertou Dona Tazínha)
Já no portão o
Tuco grita - “tchau, mãe!”
Deixando-a
pensativa.
- Ai meu Deus, minha Nossa Senhora de Aparecida!
Proteja os meus meninos! Não deixa nada de ruim acontecer com eles.
Já
contrariando-a, os dois já saindo de uma viela estreita que dava acesso a uma
ladeira, montam nos seus skates e descem rápido, fazendo algumas manobras de
skate na ladeira íngreme.
Dando vários
slides, slides de from, slide 360º, e no final da descida os dois juntos dão um
belo sorocabano, (manobra de skate que faz o skate deslizar apoiando a mão no
chão, como se fosse um freio) para que os skates parassem por completo, pois já
estavam chegando na avenida.
Na avenida eles
pegaram os skates e colocaram debaixo do braço e atravessam correndo para a
calçada do outro lado da avenida que era perfeita para andar de skate, onde já
havia ali um trilho de trem, que a galera usava para fazer algumas manobras de
skate sobre ele, algumas manobras chamadas como o rock slide, fifity,
etc.
Tuco vai à
frente e sobe a calçada de olie air.
Leco, não
deixando por menos, sobe a calçada de olie flip air, e ainda dá um impulso em
direção ao trilho de trem e aplica um belo rock slide, até o final do trilho, e
depois de completar a manobra ele para e olha para o irmão, e tira um sarro.
- Vamos seus gralha, (pessoa que anda mal de
Skate) vamos logo, vamos logo, mas vamos chamar o Juca primeiro.
Tuco, ainda com a cara de bobo por causa da manobra que o irmão
tinha acabado de fazer, balança a cabeça e diz:
- É, vamos chamar ele, já é na próxima esquina
mesmo, não tem como não passar em frente da casa dele, que é praticamente
caminho para a rua da Máster.
- Talvez ele não tenha saído ainda. Responde o
Leco.
Eles dão mais
alguns impulsos nos skates e deixam deslizarem pela calçada, até chegar na casa
do Juca.
- Vamos gritar juntos, para sair bem alto. Fala
o Tuco.
- Está bom.
Concorda o Leco.
- Vai no três!
- Juuuuuuuccccaaaaaaaa! !!
Bastou um grito
só, para que se aparece um vulto no vidro da porta da sala, tentando abri-la.
- Pela camisola eu acho que a mãe do Juca. (diz
o Leco).
- Mas é lógico né mané, que é a mãe dele, ou
você acha que o Juca iria estar usando uma camisola para dormir.
· Não
sei de repente nosso amigo está ficando boiola. Os dois caem na
risada.
- É, aí eu não
sei o que dizer, de repente vai saber, além do mais a
camisola e cor de rosa.
- HÁ! HÁ! HÁ!
A porta se abre
e era realmente a mãe do Juca.
E os dois
novamente juntos, por impulso, perguntam juntos em uma só voz.
- Dona Maria o Juca
já saiu?
Com um sotaque
bem nordestino e tranquilo, dona Maria responde calmamente e bem
devagarzinho.
- O calmamente e
jjáááá ssaiiuuuuuuu.
Os dois já
sabendo como ela falava bem devagar, saíram sem esperar o fim da frase e foram
andando e comentando.
- Nós já estamos
aqui na porta do colégio, e aposto que ela ainda não pronunciou o ultimo “u” da
frase. “O Joselmo já saiu”. (falou o Tuco rindo).
- Ontem eu fui
com o Juca ajudar o pai dele a montar um armário, impressionante como eles são
calmos, deve ser o suco de maracujá que eles tanto tomam. Fala o Leco.
- É nada, é o
jeito deles, eles também são nordestinos como nós, eles vieram do Rio Grande do
Norte. Fala o Tuco.
- Nós somos
Baianos e dizem que os baianos são devagar quase parando, mas nos somo ligados
nos 220 volts. Diz o Leco.
- Devagar nós? O
Tuco ri. Somos 440 volts!
- A mulher que
fez a encomenda para o pai do Juca, falou que demorou dois meses para ele
terminar o armário, ela falou que ia toda semana na marcenaria, perguntar pelo
armário, e o pai do Juca acalmava a mulher, estou caprichando por isso está
demorando um pouco, depois de instalado o armário a mulher elogiou bastante
dizendo : “demorou mas valeu a pena”, O Juca é como o pai dele, é calmo e
devagar, mas tudo que ele pega para fazer, faz bem feito, lembra ele quis
aprender andar de skate, ele apreendeu e andar melhor que todos nós , ele quis
apreender a desenhar e agora desenha tão bem quanto você e o Dib, ele quis
aprender a jogar basquete e consegue enterrar a bola no aro.
- É verdade,
aquele coco com orelha, tudo que ele pega para fazer aprende muito rápido, Coco
com oreia, o dia que o Dib o levou para a rua e apresentou para nós e disse
assim: “Esse é cara que está na minha sala, o nome dele é muito estranho pode
chamar ele de Coco com Oreia”, aquilo foi muito engraçado. Os dois dão risadas.
Já na calçada do
colégio onde era lisa e tem uma pequena rampa que era para a entrada dos carros
dos professores para o estacionamento, e as laterais da rampa tinha
uma transição de 35 º, nas laterais que era perfeita para fazer manobras de
skate.
Para eles era
como se fosse sagrado, passou ali, tem que fazer alguma manobra naquela
transição, e como sempre, lá vão eles.
Tuco dá um belo
olie air e o Leco logo atrás dá um olie air também, foram perfeitos.
Eles vibram,
parando os skates. Pelo motivo de que, o outro lado da calçada do colégio,
estava toda quebrada e não dava para eles andarem de skates naquela parte.
Eles pegam os
skates e colocam debaixo do braço até atravessar a avenida em direção da
vielinha.
Na entrada da
vielinha. já avistam um grafite, que tem logo na entrada, e que
foram eles mesmo que fizeram, escrito: “Arte de Rua”.
E como sempre,
eles observam o desenho olham os detalhes e entram na vielinha.
Automaticamente,
vem aquele cheiro de urina, insuportável, que quase não dá para respirar.
Tuco, fala uma
das dele. - Eu acho que até meu bisavô, já passou, por aqui, e deu
uma mijadinha nesta Vielinha, não é possível que exista alguém, que passou por
aqui e não tenha mijado aqui, e aproveitando a deixa, eu acho que vou dar uma
mijadinha aqui também, agora.
E já se
posicionando para mijar, como uma coisa psicológica, o irmão vendo o outro
mijando, resolve mijar também.
- É isso aí
Leco, aqui é como posso dos desejos, no poço você joga a moedinha e faz o
pedido, como por aqui não tem nenhum poço dos desejos, a gente dá uma mijadinha
e faz um pedido. (os dois dão risadas)
Quando o Tuco
terminava a frase, duas senhoras que vinha voltando da feira, estavam entrando
na viela e os fraga. Fazendo com que ambos saiam mijando andando e tentando
fechar as calças.
Uma das senhoras
grita.
- Seus
mal-educados, sem vergonhas, não tem banheiro na casa de vocês não?
Eles corem rindo
quase não se aguentando em pé, corem até a calçada onde ficava o aro de
basquete e se sentam para recuperar o fôlego, de onde eles avistam as duas
senhoras aparecem no fim da viela, e subindo a primeira rua a esquerda,
gesticulando e mexendo a boca, que de longe, não dava para entender nada, mas
dava para imaginar, para a sorte deles.
Já tomado o
fôlego.
Eles olham para
o aro de basquete, preso no poste, e como mais um gesto sagrado.
Eles pulam para
se pendurar no aro, simulando uma jogada de basquete, (a enterrada).
O Leco como ele
era mais alto que o irmão, consegue com sucesso, agora o
Tuco só encosta as pontas dos dedos no aro e já se dá por satisfeito,
e fala.
- Vamos Leco,
nós ainda temos que chamar o Dib o Lu e se o Ed Jr. não aparecer temos que ir
até a casa dele e rezar para que o Juca, já esteja aí.
Como a rua em
frente ao aro de basquete, dava caminho para a casa do Dib.
O Tuco dá
uma ideia!
- Eu vou lá
chamar o Dib e você chama o Lu, falou?
- Falou então
vai lá, que eu vou chamar o Lu.
O Tuco entra na
rua a esquerda e começa a subir a rua em direção a casa do Dib.
No caminho
ele foi pensando.
- Tomara que não
seja, o viciado do Primo dele a atender a porta, eu não suporto aquele cara, só
de olhar para aquela cara de viciado, dá vontade de dar um monte de soco nele,
não sei como o Dib aguenta. O cara rouba as coisas dele, e ele só dá um soco,
de vez enquanto, ainda o primo dele faz um inferno na casa da avó dele, xinga
ela, não deixa ninguém dormir, não trabalha, só dá prejuízo.
Tuco já se
encontrava, na frente do portão da casa do Dib. E pensa.
- E agora, o que
eu faço? - Já sei, vou jogar pedrinhas na janela, assim ele aparece na janela e
eu não vejo o primo dele.
Tuco se abaixa e
pega cinco pedrinhas no buraco que havia na calçada.
E joga a
primeira - errei!!
Joga a Segunda –
AHH!! acertei!!!
Dentro do quarto
do Dib faz um barulho imenso. Que o faz acordar assustado.
Dib se levanta,
olha pelo friso da janela, no momento que o Tuco lançava a terceira pedra. –
Aha!! acertei de novo!!!
Dib toma um
susto e raciocina.
- Ah é o Tuco,
vou sacanear ele, vou ligar o rádio e fingir que não escutei, as pedradas na
janela e vou me esconder embaixo do segundo colchão.
Dib volta para a
cama e liga o Micro systems, que ficava ao lado a cama onde haviam dois colchões
um de mola mais pesado e menor embaixo e um de espuma mais leve e mais comprido
que o debaixo, deixando assim um vão entre o colchão de baixo e a parede, e é
justamente onde ele se esconde, antes de se esconder ele liga o rádio na mesma
música que o Tuco ouvia de manhã e arrasta a cama para deixar o espaço, que faz
um barulho na sala.
Do lado de fora,
Tuco percebe a música.
- Que música é
essa? - É “Beastie boys”! É por isso que ele não está me escutando, vou ter que
chamar, não vai ter jeito, droga. - Eu pensei que o primo dele já tinha roubado
este rádio e trocado por pó faz tempo, ainda bem que não, mas se ele não tomar
cuidado, vai virar pó mesmo.
E o Tuco dá um
grito, chamando o amigo.
-
Diiiiibbbbb!!!!!!!! Homem Árvore !!! há, ha.
A porta da sala
começa a se abrir e fechar, a abrir e fechar de novo, e fechar e abrir mais uma
vez e fechar outra vez.
- Ué? o que será
que está acontecendo, com a porta? Pensa o Tuco.
De repente,
aparece a avó do Dib, na porta, falando e xingando ao mesmo tempo o primo dele
o “Edu”.
- Sai! Solta a
porta, seu merda, não é a polícia não, e nem nenhum traficante querendo te
matar, é o Tuco amigo do seu primo, quem não deve não teme.
- Oi Tuco!
- Oi dona
Amélia, o Dib está dormindo ainda?
- Vocês insistem
em chama-lo por esse apelido, pau que nasce torto nunca se indireita, sim ele está
sim.
- Posso ir lá
acorda-lo dona Amélia?
- Sim é lógico,
só não repara a bagunça.
- Que isso Dona
Amélia.
Ao entrar na
casa da Dona Amélia, Tuco se depara com o primo do Dib, que estava com os olhos
vidrados e com a boca torta de tanta droga, que havia consumido.
E quando ele
ficava doidão, ele tinha mania de trancar tudo, com medo de que alguém fosse
pega-lo, principalmente os traficantes por causa do dinheiro que ele devia para
eles, ou a polícia procurando para saber se ele teria roubado alguém, ele tinha
muito medo de levar outro tiro então ele sempre ficava assim, lembrando da vez
que ele levou um tiro de um traficante, que queria o dinheiro que ele devia
para ele, mas ele levou esse tiro por ter sido tão arrogante. Que aconteceu
assim: O traficante chegou apontando a arma para ele, querendo intima-lo, mas
ele tomou a arma do traficante, deu vários tapas na cara do traficante
e jogou a arma no chão , saiu andando como se nada tivesse
acontecendo, o traficante se levantou pegou a sua arma e descarregou o revolver
na sua direção, para a sorte dele o traficante era vesgo ou ruim de mira, só
acertou um tiro no ombro direito e a bala varou sem pegar nenhum órgão letal,
mas fez um belo de um estrago deixou buraco feio no ombro dele, esse traficante
era vesgo mesmo, ou não queria mata-lo, depois deste susto ele ficou com essa
mania de se esconder e trancar tudo pela à sua frente, como uma vez que ele
estava tão doido, que escutou um barulho no quintal, correu subiu as escadas,
subiu no sótão e se escondeu dentro da caixa d’água, é um imbecíl mesmo,
quebrou um monte de telhas e o estuque do teto e fez a maior sujeira.
E logo que o
Tuco passou pela porta e entrou, o doidão correu e trancou a porta, com chave,
trinco e uma cadeira, e ainda ficava perguntando.
- Eles estão aí
fora? - Chiuuu!!! Com o dedo na boca pedindo silêncio.
- Oh, eu estou
ouvindo acabaram de fazer um barulhão lá em cima, estão lá em cima do telhado e
também estão aí fora e vão me pegar.
O doido subiu as
escadas correndo e se trancou dentro do guarda-roupas.
- Que bicho
doido dona Amélia! (exclama o Tuco)
- É você não viu
nada, esta noite ele não deixou ninguém dormir, brigou com o seu amigo,
brigaram de faca e pedrada, depois ficou a noite toda perambulando, foi um
inferno! Você não imagina quanto.
- Como que a
senhora aguenta isso?
- Ah não sei, eu
não estou aguentando mais, já não tenho idade para isso, mas aprende uma coisa
menino, água que passarinho não bebe não faz bem para a saúde.
Tuco não entende
nada e comenta.
- Com a idade
que a senhora tem, não devia estar passando por isso, e o filho da senhora o
Pai do Dib? Ele não fala nada?
- Aquele não tem
jeito, ele tem um vício também, agora mesmo deve de ter ido jogar no bicho,
depois de tudo que aconteceu, ele anotou o dia e horas e disse: “Hoje vai dar
Cobra na cabeça” e saiu e não voltou até a gora, o que não tem remédio,
remediado está; vai lá chamar o Dib logo, antes que esse doido volte e eles
acabam brigando de novo, eles quase se mataram esse noite, foi pau de dá com
pau em doido.
Tuco faz que sim
balançando a cabeça e começa a subir as escadas, ele repara que a escada
eram igual a da sua casa feita de cacos de ladrilhos vermelho, ele segura no
corrimão, que estava enferrujado e descascado na parte que ele segurou, sente
um arrepio e troca a mão de lugar subindo alguns degraus parando na curva da
escada e se apoiando na parede, onde a tinta estava se descascando se
esfarelando e fazendo cair arreia da tinta e da parede no canto da
escada. Tuco olha para o chão e empurra a sujeira com o pé, olha para
cima em direção ao quarto e fica apreensivo, mas decide subir com cuidado,
ele pisa em uma casca de tinta que estrala, um barulho no quarto do fundo,
chama a atenção dele e ele pensa.
- Deve de ser o doido do primo. Ele continua
subindo, fazendo barulho de cada passo que dava da areia grudada na sola do seu
tênis.
Depois de todo
barulho que o primo do Dib fez, dessa vez ele tem certeza de que era o Tuco que
estava subindo, Dib a escuta se aproximando e se esconde, no fim da cama,
embaixo do primeiro colchão, e no meio do segundo colchão que era mais curto,
no vão com a parede e reclama: - essa parede esta gelada.
Tuco abre a
porta do quarto, olha para a cama de casal vazia que era onde o pai do Dib
dormia sozinho, olha para o buraco no teto todo destruído como se alguém
tivesse tentado andar pelo estuque e acabou caindo dentro do quarto, e pensa: -
Deve de ser esse o buraco que a Dona Amélia mencionou onde o primo do Dib
acabou caindo. Ele olha o resto do quarto, olha para a cama de solteiro do Dib
encostada na parede, a prancha de surfe no canto, junto com o skate e não vê
ninguém, só o rádio tocando outra música dos Beastie boys, e pensa.
- Ih, eu acho
que ele já foiiiiiii!!!
Neste exato
momento, Dib dá um baita susto nele, levantando o colchão e jogando em cima
dele.
- Caramba
meu, que susto, droga!!! Pensei que fosse o doido do seu primo.
- Há, ha, há,
ha., há, te assustei trouxa.
- É, vai logo,
já estamos atrasados para ir fazer o grafite, vai logo se troca!
Sentando na cama
do pai do Dib, que ficava no meio do quarto e a cama do Dib ficava encostada na
parede, que era toda grafitada, Tuco espera o amigo se trocar e observa o resto
do quarto, tinha um grafite de um Super homem , dois personas, uma letra
escrito Dib e uma cidade desenhada como fundo no grafite e haviam
algumas pichações nas outras parede e alguns stencil do Gato
Garfield, do Batman, Charles Chaplin, um stencil pequeno de uma bruxa voando na
frente de uma lua com a frase, Skate Bike or die, Tuco olha para um stencil de uma
mão esganando um gato e lembra que eles fizeram juntos aquele desenho, o Tuco
desenhou o gato com os olhos de loucos e o Dib acrescentou uma mão esganando o
gato, ele olha as outras paredes onde haviam outros grafites pequenos pelo
quarto todo, desenho de uma moto de trilha, o rosto de uma mulher punk usando
um moicano.
- Para de ficar
viajando Tuco e me ajuda procurar o meu tênis, que eu não estou achando. Diz o
Dib.
- Ele estava
aqui ontem à noite, tirei-os e os deixei aqui, perto da cama, mas não está aqui
e em lugar nenhum.
- Meu Primo!!
Ele deve de ter pego depois da treta, deve ter entrado pelo buraco do teto
enquanto eu estava dormindo e abriu a porta e saiu sem ninguém ver e depois foi
vender ou trocar por um papelote de droga.
- É, ele está
bem doidão deve de ter pego mesmo e vendido ou dado a preço de banana, por um
ou no máximo dois papelotes.
- Filho da puta
!!! vóóó, esse veado vendeu o meu tênis de novo, não quero nem saber
eu quero outro. Cadê a mãe dele?
- Ela está na
cozinha, vai falar com ela
Tuco dá uma
ideia nada boa.
- Vamos encher
ele de porrada, a gente o tira do guarda-roupas e enche ele de porrada, vamos,
vai.
- Não adianta,
mais que esse filho da puta, já apanhou, não adianta só matando. É isso! - Vou
matar esse viciado do cacete.
Dib pega outro
tênis velho, que com certeza este seu primo não pegaria para vender, por que
era muito velho mesmo, todo rasgado e colado com silver tape, coloca a sua
Boina virada ao contrário e desce do quarto em direção a cozinha gritando.
- Eu não aguento
mais, eu vou matar esse filho da puta, a hora que eu voltar, se o meu tênis não
estiver aqui, ou outro no lugar dele, vou pegar o revólver emprestado de um
amigo, meu eu o mato.
- Só assim isso
vai ter fim. - Tchau, estou saindo agora, não esquece do que eu disse.
A vó pergunta,
não vai tomar café? - Não sai assim em jejum, faz mal e não é bom atrai coisas
ruins.
- Saco vazio não
para em pé. Acrescenta avó.
- Ah Vó me
deixa, perdi até o apetite, vamos Tuco.
Saindo pelo
portão ele escuta mais uma vez.
- Toma café menino!
Ele olha para
traz para a avó e continua andando entrando a primeira rua a esquerda em
direção a casa do Lu.
Tuco pergunta?
- Você vai matar
mesmo o seu primo? - Por que se for matar ele, me chama que eu te ajudo, iria
me dar muito prazer matar aquele viciado.
- Ah cala a
boca! - É só para dar um susto neles, para ver se eles se tocam. - Você acha
mesmo que eu iria matar o meu próprio primo?
- Pelo o que ele
te faz, não duvido nada, que você tenha alguma reação e de uns tiros nele.
- Antes dele
entrar nessa ele era como um irmão para mim, um irmão que não tive. E não é
culpa dele de estar assim hoje em dia, ele é só mais
uma consequência dessa violência, uma vítima dos traficantes. É que
no começo eles dão de graça, depois que você vicia, ai meu irmão, sua vida já
era, você se torna um perfeito laranja, por isso que eu falo: “nem sempre é bom
ser esperto”, não julgo ninguém, por que eu não sei o meu dia de amanhã.· Posso
cair nessa também, sem perceber, não sou melhor que ninguém.
- Lembra aquela
treta que tive com o Magno? - Que estava eu e o seu irmão?
- Lembro mais ou
menos. Diz o Tuco frisando os olhos para lembrar.
- Aquela que
treta, por causa de pipa, nós começamos a se desentender no telhado, eu eu
percebei a maldade no olhar dele, que tinha a intenção de me empurrar do
telhado, então eu falei assim: Vamos
descer vamos resolver lá embaixo onde o seu irmão estava me esperando. - Quando
nós descemos, eu fiquei esperando ele já com o punhos
levantados, chamando ele para a briga, ele ficou me rodeando com
medo, porque ele já havia me visto brigar e viu o pau que dei no
cara, então no chão ele ficou com medo, porque a intenção dele era mesmo de me
empurrar do telhado, era chance que ele tinha, já no chão ficou cabreiro
e ficou me rodeando tentando achar um jeito de me acertar primeiro, mas o seu
irmão estava comigo também e ele sabia que o seu irmão não iria deixar eu
brigar sozinho com ele, o seu irmão estava louco para a briga começar para dar
uns chutes na cara dele também, mas aí o que aconteceu,
nós estávamos no meio da rua, começou a juntar gente em volta de nós
e no meio dessas pessoas havia um homem que pediu para parar com a briga e
entrou no meio de nos dois, foi aí então que o Magno estranhou o homem e o
empurrou, derrubando o homem, que se levantou sacando uma arma e o distintivo
da polícia, ordenando que o Magno se deitasse no chão, o homem revistou o Magno
e encontrou alguns papelotes de cocaína com ele, o policial
deu vós de prisão, algemando-o e chamou um carro de policia para
leva-lo para a delegacia.
- Ah sim , agora
lembrei o Leco me contou. Recorda o Tuco.
- Então, aquele
policial estava a dias investigando o Magno esperando a oportunidade
certa para prende-lo, mas a briga antecipou a investigação e o
policial encontrou aqueles papelotes de posse do Magno, foi a prova do crime
suficiente para prender ele, o policial no dia se virou para mim e para o seu
irmão e perguntou , se não queríamos ser testemunha, o Magno ouvindo
aquilo , olhou para nós com um ódio no olhar, mas nunca fomos cagueta e
dissemos que não queríamos ser testemunha e fomos saindo dali, porem,
quando o Magno chegou na delegacia ele disse que aqueles papelotes eram para o
consumo dele, apesar do flagrante, ele era reo primário, e assim ele ficou
poucos dias preso e logo saiu dizendo que iria se vingar de mim, que tinha sido
eu que armado para ele ser preso, que a culpa era minha e coisa e tal, então um
dia ele estava lá na rua dele e viu o Amendoim da nossa rua junto
como Ligeirinho e o Mosquito e gritou para eles: “Estava isso aqui, avisa o Dib
que isso é para ele” ele estava de porte um revolver calibre 38
modelo Buldogue cromado de cano curto com cabo de borracha que
brilhou na hora que mostrou para os meninos, os meninos correram e me contaram
o que estava acontecendo, mas eu nem precisei fazer nada, porque quando ele
mostrou a arma para os meninos e disse o meu nome, o que ele não sabia que dos
caras que estavam com ele dois eram os meus primos, e um deles exatamente era
esse meu primo que está passando por essa situação, e o que aconteceu foi o
seguinte, os meu primos ouvindo, o Magno dizer o que ele falou, foram para cima
dele e o apavoraram dizendo que ele não era louco de relar um dedo em mim, e
foi por isso que eles tretaram e o meu primo nunca mais comprou droga dele, até
a situação não favorecer, porque quando a porca entorta o rabo não tem jeito,
estou parecendo a minha avó falando.
- Está
aparecendo mesmo. O Tuco ri e continua.
- Então foi por
isso que o Magno não atirou em você aquele dia que estávamos jogando
basquete e ele estava pegando aquela mina drogada que morava no predinho, que
só estava com ele por causa da droga , porque o bicho é feio que doí.
Os dois dão
risadas e o Tuco continua.
- De dentro do
quarto dela ele ficava mirando o revolver para você onde você ia, eu estava
vendo ele com a mão apontada, mas estava escuro e não conseguia ver direito,
até que ele chegou perto da da janela e o cano do revolver cromado brilhou e
foi aí que eu dei um grito com ele, e el baixou a mão rapidamente e disfarçou.
- Eu lembro e
depois paramos de jogar, porque queríamos pegar ele, mas ele fechou a
janela e não saiu o dia inteiro de lá, ele e a mulher drogada ficaram
se drogando a noite toda e não colocaram a cara para fora e foi aí que arrumei
aquela confusão com o Batata por causa da bicicleta roubada que estava
com o Baianinho, quando jogamos a bola na janela, a bola bateu na quina da
janela e foi parar na laje da casa do vizinho do Baianinho, onde estava
escondido a bicicleta que ele e o Batata haviam roubado de uma casa, eu
subi na laje para pegar a bola e vi a bicicleta, nós pegamos a bicicleta
novinha e destruímos ela pulando a rampa com ele, dando 360º wall
rider, destruímos a bicicleta, então o Baianinho passou e viu a bicicleta,
nós apavoramos ele, mas o problema não era ele, o problema era o Batata que
falou que não iria ficar assim que iria me matar e coisa e tal e quem foi que
resolveu mais essa treta para mim.
- Quem? Pergunta
o Tuco.
- Foi o meu
primo também, o Batata sabia que ele era o meu primo e foi falar com ele
e ele disse a mesma coisa , se ele encostasse um dedo em mim, ele iria se ver
com ele, nessa época meu primo não estava tão zoado como hoje e estava mais
forte e eles eram amigos de infância, assim ele comprou a briga que foi o
suficiente para o Batata ser preso em um assalto e acabar morrendo na cadeia,
tá vendo é por isso que não posso fazer nada contra ele, essa pessoa alucinada
não é ele, é o efeito da droga, você não lembra dele antes, em 1983 ele
tinha um grupo de Break, chamado Ligthing Bolt igual a marca de surf,
eles eram surfistas que dançavam Break, eles chegaram a participar de concursos
no Chacrinha e no programa viva a noite do Gugu, eu lembro até hoje no
Chacrinha eles usaram aquela música que tinha a voz robótica e no Gugu em 1984
eles dançaram enquanto aquele grupo de rap chamado Black Juniors, cantava
aquela música “Mas que linda Estás”, foi ele quem me ensinou alguns
movimentos de Break na época, lembra?
- Eu lembro você
era, bom, foi na época que você fez aquele desenho de um rádio cantando:
“Eu tenho um
nome, meu nome é, eu disse é, Dib, Dib, Dib, Moo méé, habib dance, pichador
noturno, pichador de túnel, eu sou o Dib o mais louco do mundo”.
- Depois pintar,
ficou fazendo minhoquinha na calçada. Diz o tuco rindo
Isso mesmo
eu também rodava de costa e fazia minhoca, foi o meu primo que me ensinou,
nessa época ele o meu primo era boa pinta, pegava várias minas, uma mais
bonita que a outra e agora está parecendo um chassis de grilo.
Eles dão
risada.
Já chegando na rua da casa do Lu, eles avistam o Leco e o Juca, sentados na
calçada da Dona Bete, encostados no muro, onde tem um grafite bem grande feito
por eles, escrito: “Master” da outra esquina, eles avistam o ED jr chegando
também, e chegam juntos.
Se cumprimentam,
com um cumprimento inventado por eles, para se diferenciar com estilo.
O cumprimento
era assim: cruzavam o dedinho por baixo como uma senha, e apontavam o
indicador, um para o outro, dizendo: “Eu te protejo, você me protege”.
Depois de todos
terem se cumprimentado.
O Ed jr, Dib,
Tuco, perguntam juntos.
- Cadê o Lu?
Ainda não acordou?
O Leco e o Juca,
juntos também respondem, balançando a cabeça dizendo, que não.
- Ainda não, já
chamamos três vezes e ninguém apareceu.
- Vamos chamar todo mundo junto, aí vamos ver se
ele não acorda. (fala o Dib)
- Vamos lá, vai no três.
- Um
......Dois......Três.... LLLUUCCIAANNOOOO!!!!!!!
- Nossa agora até os defuntos, vão levantar. (Diz
o Tuco rindo)
Todos riem.
- A mãe dele vai
xingar (avisa o Ed. Jr)
Dito e feito,
o vitro da sala se abre, e aparece o Lu todo despenteado, gritando
com a mãe dele.
- Não enche, vai
pentear cabelo, já estou atendendo.
A mãe dele
aparece na entrada da sala.
- Moleque! Fala
direito comigo, eu sou a sua mãe e exijo respeito.
E a mãe dele
chama o pai dele.
- Pasquale, vem
dar um jeito no seu filho, homem imprestável.
Lu olha para os
seus amigos e fala.
- Vocês são
fodas em caramba tem que gritar assim, sabe que a minha mãe enche o meu saco,
droga!
Tuco retruca.
- Se você não
fosse uma bela adormecida, nós não iríamos precisar gritar e vai logo veio
rabugento! Hoje você não vai ficar jogando dominó com os seus amigos
aposentados na praça. Zoa o Tuco fazendo referência que o Lu era um daqueles
idosos aposentados que ficam nas praças, jogando Dominó.
Os meninos dão
risadas.
- Imagina a cena
do Lú usando, uma boina de veio e batendo com a bengala, resmungando porque o
seu parceiro de jogo de dominó está demorando para jogar. Fala o Leco rindo e
imaginando a cena.
- A Ham, ha,
muito engraçado. Retruca o Lu.
- Vai logo meu,
que já estamos atrasados! Grita o Dib.
· Tá bom, já vou
e não vou demorar não. Responde o Lu.
Vinte minutos
depois. O Dib reclama.
- Caramba meu,
não aguento mais esperar, vou subir e apresa-lo. Dá licença, dona Neuza, posso
ir lá chamar o Lu de novo.
- Claro... Se
não apressar ele fica até amanhã no chuveiro, sobe por aqui, a porta do fundo
do quarto dele está aberta.
- Obrigado. (Dib
agradece)
Já na porta do
quarto.
- Caramba meu,
você ainda está no chuveiro?
- Estou saindo.
Responde o Lu.
Lu sai do
banheiro, dá uma pensadinha, olha para a cama onde estava a sua roupa, para se
vestir, nos mínimos detalhes, a camisa esticadinha, a bermuda em baixo da
camisa, as meias lado a lado e a cueca do outro lado.
- Que frescura,
parece um veio rabugento mesmo, meu! Quando você ficar veio, ninguém vai te
suportar ou te aguentar! Anda logo meu!!!
- Não enche,
está parecendo o Tuco falando assim. Responde ele enquanto escolhia que roupa
iria vestir.
Lu termina de se
vestir, dá mais uma pensadinha, e diz.
- Falta o boné,
vou pegar o boné do meu irmão.
Ele entra no
quarto do irmão, nas pontas do pé e pega o boné, sai do mesmo jeito que entrou,
mas seu irmão acorda.
- O que você
quer aqui moleque?
- Me empresta o
boné?
- Não você vai
estragar o meu boné, que nem usei ainda.
- Não vou
estragar não, prometo, Tchau.
- Dib vai lá
pegando as tintas que eu já estou descendo.
O irmão dele se
levanta xingando, e reclamando com a mãe.
- Mãe esse moleque
pegou o meu boné, ele vai estragar, e se ele estragar a senhora vai me dar
outro, droga esse moleque não me deixa em paz um minuto, pareço o pai dele, não
sou o pai dele não, (como o Maurício era cinco anos mais velho, que o Lu.
As ideias deles não batiam e eles não se davam muito bem.)
- Eu
não aguento mais as brigas de vocês dois, estou de saco cheio, vocês
não me deixam trabalhar direito, ficam me atormentando o dia inteiro, vocês
dois nem parecem irmãos, pareciam mais dois rivais.
Enquanto isso o
Lu e o Dib iam saindo de fininha, com as tintas e as latas de spray, pela
escada. Mas a mãe dele percebe e grita.
- Moleque se
você estragar o chapéu do seu irmão, você vai se ver comigo, praga de moleque
que não me dá um minuto de sossego.
- Ah!!!!!!!!(Resmunga
o Lu)
- Ah!! O que seu
moleque. Me respeita que eu sou a sua mãe.
Lu sai para a
rua meio desorientado. E o pessoal exclamam.
-
Finalmente!!!!!!!!!
O
ônibus
- Vai, vamos
logo! fala o Tuco mais uma vez.
Eles dividem as
tralhas que irão levar. E cada uma pega um pouco das coisas.
- Estamos todos
aqui, vamos nessa finalmente, lá. (fala o Tuco).
- Vamos pegar o
Itaim, (106-A), que é mais fácil, para descermos por trás. (Descer por trás na
época, era tomar condução e sair sem pagar). sugere o Ed jr.
E todos
concordam.
- Vamos pegar o
ônibus em frente o fliperama do Zé, é mais perto. (sugere o Leco, apontando a
direção.
E novamente
todos concordam.
O Juca Percebe o
Dib, meio chateado e pergunta.
- O que você tem
irmão? Está meio chateado, o que foi? conta aqui para o irmão.
- Ontem a
Vaninha, falou que não queria mais nada comigo, que ela não gostava mais de
mim. - Eu falei tudo bem, então está terminado. - Eu pensei comigo, tudo bem
mesmo. Por que eu estava com três, ainda me sobraram duas, uma não vai me fazer
falta. - Mas hoje não sei eu acho que gostava dela um pouquinho.
O Lu ouvindo a
conversa, e ouvindo o amigo dizer que gostava um pouco dela, o olhou com um
olhar meio estranho e como se quisesse dizer alguma coisa.
O Dib e o Juca
estranharam o comportamento do amigo, mas não entenderam nada.
- Que horas foi
isso ontem? (perguntou o Ed. jr)
- Por volta das
09:30 horas da noite. Por que? (respondeu e perguntou o Dib).
- Eu vi a
Vaninha, ontem na casa do Lu as 10:00 horas. (Respondeu o Ed. jr)
O Lu entra na
conversa.
- Dib eu tenho
que te falar a verdade, afinal de contas nós somos amigos e eu nunca
te trairia. - Ela chegou em mim ontem de manhã e se declarou para mim,
dizendo que: “Gostava de mim e que queria ficar comigo, e que só ficou com você
para se aproximar de mim”. - Foi aí que eu disse para ela, eu só fico com você
quando você terminar do Dib.
A conversa é
interrompida. por que eles estavam passando pelo aro de basquete, e como
sempre, como um ato sagrado. Todos deixaram as tralhas no chão, e um por um,
pulavam tentando alcançar ou se pendurar no aro de basquete. E como sempre, o
Juca, Leco e o ED. jr, conseguem se pendurar, o Dib o Tuco e o Lu, se contentam
em só relar as pontas dos dedos no aro. Depois de todos pularem, eles continuam
o caminho, virando à direita subindo a rua da casa do Dib.
- Lu voltando o
que estávamos conversando, eu gostei da sua atitude, você foi honesto comigo,
se ela não gosta de mim e gosta de você é melhor assim, não é. Está doendo um
pouco é natural, mas eu preciso dizer isso para você. (sentindo o coração
apertar Dib fala para o Lu)
- Então quer
saber de uma coisa, fica com ela, vai fundo namora com ela, eu não me importo
mais, assim se torna mais fácil para mim.
- Ainda me
sobraram duas a Katia e a Kelly, não são justos eu ficar com três e você sem
nenhuma, além do mais sendo que ela gosta de você e não de mim.
E neste exato
momento o Leco corta a conversa. E pergunta?
- Aquela na
garupa da moto não é a Katia?
- É sim é ela e
o namorado dela.
- Ela tem
namorado? (pergunta o Leco)
- Tem sim, eu
não tinha te contado, que eu era o outro, ela namora este cara há três anos,
ele é bem playboy, tem carro, moto, ela só está interessada no dinheiro dele, e
por isso ainda fica comigo.
- O pior é que o
vacilão deixa a mina ir embora sozinha tarde da noite, e tudo isso começou por
causa disso. Em uma dessas vezes eu estava acompanhando ela, eu
entrei na rua que sempre entrava e nesse dia o cadarço do meu tênis
desamarrou e eu parei para amarrar, foi nesse exato momento que um cara
suspeito apareceu na esquina da avenida com a rua que eu estava e olhou para
mim e depois olhou para ela e voltou a olhar para mim e subiu em direção do
caminho que ela fazia, eu continuei indo na direção da minha casa , até que me
deu um estalo, e pensei “acho melhor eu subir correndo a rua
paralela” , só por garantia, para verificar se está tudo certo com
ela, sem que ela me veja, porque caso não seja nada e ela não me chame de
bitolado, foi aí que subi correndo e quando cheguei na esquina da rua de trás com
a pracinha eu pensei que já havia passado por ela e olhei para baixo
na avenida eu não a vi, quando eu me virei para procurar por ela já vi o cara
arrastando ela pelo pescoço, tentando arrastar ela para dentro de uma construção,
eu não pensei duas vezes, eu corri, atravessei a avenida com os carros em
movimento, quase sendo atropelado e acertei uma voadora no cara, eu ainda não
coloquei muita força porque fiquei com medo do cara bater a cabeça na parede e
acabar matando ele, por isso ele conseguiu me revidar e me acertou um soco
derrubando o meu óculos, eu ainda estava com o caderno na mão , soltei o
caderno e enchi o cara de porrada, que foi tentando fugir de mim e
eu enchendo ele de porrada, a Katia começou a chorar e deu grito,
nesse momento eu parei de bater no cara , para ver porque ela estava gritando,
pensei que tinha outro cara atacando ela e foi nesse exato momento
que o cara aproveitou esse vacilo e fugiu correndo, como eu estava preocupado
com ela, não fui atrás do cara, ela veio na minha direção e me abraçou e pediu
para eu acompanhar ela até uma parte do caminho, depois desse susto ela ficou
preocupada, e só fui até uma parte porque ela estava com medo de que
o namorado dela nos visse juntos , e foi o que fiz, fui até um determinado ponto
e voltei para casa, no dia seguinte na entrada da escola, o namorado dela
apareceu com uma gangue de moto querendo saber como era o cara e se
eu não o ajudava a encontrar o cara, fizemos um rolê por ali mesmo naquela
região e não encontramos nada, ele me deixou na escola onde a Katia
já estava e quando eu entrei na hora do intervalo, ela veio conversar
comigo, me deu um beijão e me agradeceu muito e depois me deu outro beijo, ai a
partir daí sempre que o namorado dela não consegui buscar ela , ela me pedia
para acompanhar ela até um determinado ponto, porém a gente sempre
desviava um pedaço do caminho, e íamos parar no fundo do meu quintal
para namorarmos um pouquinho e foi em uma dessas vezes que quase a
engravidei, lembra dessa história Leco? Você ainda trampava comigo lá na Folha,
você estava comigo quando fui falar com o meu pai, que talvez tinha engravidado
uma menina e ele me falou assim: “Nunca come marmelada, quando come se
lambuza”. Leco ri e diz”, então era ela.
- Sim eu lembro
e lembro você dizendo assim também, ela é “A Coisa mais linda” tipo as nossas
mães falando. (O Leco ri)
- Então e foi
assim que me envolvi com ela e estou até hoje nessa situação.
- E você como
que fica quando a vê saindo na garupa do namorado dela, depois de ficar naqueles amasso dentro
da escola? (Pergunta o Juca)
- Eu não sei
explicar, é uma sensação de ser usado e depois jogado fora, entende?
- Não, não
entendo, se isso te faz mal, para com isso, está mina não vale a pena o seu
sofrimento, ela só está tirando uma casquinha com você, esquece ela também, ela
me lembra aquela japonesinha que você ficou com ela também, que
estava gravida de outro cara e mesmo assim você ainda ficou com ela por seis
meses, quando ela começou a namorar com você já estava gravida de outro cara a
poucas semanas. (fala o Tuco) .
- Porém ela
não sabia ainda que estava gravida. (defende o Dib).
- Para de ser
trouxa, é lógico que ela sabia, ela até tentou te dizer que engravidou do irmão
dela, dizendo que o irmão dela havia se masturbado na privada e
quando ela se sentou na privada, ela engravidou, porque o esperma
ainda estava quente e quando ele foi se limpar, esbarrou o
papel higiênico no esperma e passou na xoxota
dela empurrando para dentro, depois que o irmão dela, havia se
trancado no banheiro e ela estava muito apertada, ela não viu que estava melado
de esperma do irmão e como ele tinha acabado de se masturbar , o esperma ainda
estava quente e ativo e a fecundou, que papo de aranha e você ainda cai nessa.
(todo mundo ri, até o próprio Dib).
- Eu não
acreditei nessa história não, só te contei a história absurda que ela me
contou. (diz o Dib)
- É
meu parceiro, você não tem sorte com mulher não. (diz o Tuco).
- Eu gosto um
pouco da Katia também, mas você tem razão, tenho que tomar vergonha na cara, e
dar um basta nisso, eu vou dar o ultimato nela, ou eu ou o outro, para quem já
perdeu uma perde mais u........
Antes que ele
terminasse a frase, tomou um empurrão.
O Dib parou e
olhou para ver quem o tinha empurrado.
Era o Gentil,
dono de uma oficina mecânica e maconheiro nas horas vagas. Que cismava que
tinha sido o Dib, que tinha pichado o seu murro.
- Que foi meu? -
Ficou louco? (Pergunta o Dib)
- Não, não
fiquei louco, eu quero te avisar, que eu vou mandar pintar o muro e se o muro
aparecer pichado, eu vou atrás de você.
- Já te falei
que não fui eu que pichei o seu muro, já não estou mais nessa, já fazem três
anos, desde que o Necrop`s morreu.
- É se estiver
mentindo o seu fim vai ser igual ao do seu amigo.
O Dib se irrita
com o que aquele homem disse, e parte para cima dele dizendo.
- Como é que é
seu cuzão, não tenho medo de homem nenhum não, se você é valente assim como
você diz, caminha, vamos sair na mão agora só eu e você.
O homem chegou
bem perto do Dib, quase encostando nariz com nariz, que dava até para um sentir
a respiração um do outro.
O homem percebe
que o Dib não se afastou e que não estava brincando e que estava pronto para
partir para a briga mesmo. Se sentindo intimidado, ele começa a tirar uma coisa
do bolso, da calça.
Era um canivete.
O Dib ri, e fica
olhando-o armar o canivete, deixando o pronto para furar alguém.
Foi então que o
Dib disse.
- Você acha que
eu tenho medo disso. - Tenho mais medo disso no chão do que na sua mão.
- Você é homem
mesmo?
Dib levanta a
camisa, até a altura do peito e diz.
- Se você é
homem mesmo, enfia essa merda aqui! Vai seu cuzão!
O homem se
sentido humilhado e com um ódio ardendo.
Tenta acertar o Dib,
que não se mexeu, foi aí que o Tuco o puxou tirando-o da mira da punhalada, que
passou raspando da barriga do Dib.
Neste mesmo
momento o Lu se agacha, pega umas pedras e começa a atacar no homem, fazendo
com que ele se corre, e se esconde-se dentro da oficina dele.
Não deixando
barato, todos pegaram pedras e começaram a apedrejar a oficina do Gentil,
causando muitos prejuízos, para ele, só que o Lu acertou um carro que passava
na hora, que não tinha nada a ver com a história, e eles tiveram que sair correndo,
sem esquecer nenhuma das coisas, que eles carregavam.
Para a sorte
deles, bem naquele momento vinha passando, o ônibus, que eles iriam pegar. Dão
sinal, para que o ônibus se para e entram rapidamente no ônibus, sem que
ninguém, percebesse, onde eles entraram e conseguem escapar.
Já passado o
tumulto e o susto eles se sentam nos últimos bancos e dão muitas risadas.
- Você viu a
cara do cara quando ataquei a primeira pedra, e quando destruímos a oficina
dele. (Diz o Lu)
- É bom. Para
ele não mexer mais com a gente. (falou o Dib)
- Nós pegamos o
ônibus certo? Eu nem olhei, fui entrando junto com vocês. (pergunta o Tuco)
- Eu olhei.
(responde o Juca) - É o 106-A, Imirim - Itaim.
- É o 106-A
mesmo. (afirma o Dib) - E para esquecermos o que aconteceu, que tal o Ed- jr
tocar uma gaita para a gente. - Você trouxe a gaita ED?
- Trouxe sim.
- Então o que
está esperando? Toca para a gente se distrair. (Fala o Leco)
O ED tira a
gaita do bolso, dá um assopro nela, para limpa-la e começa a toca-la.
Todo mundo no ônibus,
fica olhando o ED tirar algumas melodias da gaita. Os passageiros olham com
admiração e sem repressão.
Um senhor,
sentado no banco da frente do deles, do lado esquerdo do
ônibus, incentiva dizendo.
- O rapaz é
muito bom mesmo, continua! Vai!
E o ED continuava
tocando.
O Tuco começa a
acompanhar, fazendo beat box, (imitar uma batida de bateria com a boca) e o Dib
e o Leco, cantam a letra de rap, do 106-A e começa aquela bagunça, dentro do
ônibus, eles se penduram nos corrimões do teto do ônibus, e ficam de ponta
cabeça e cantando o rap.
Onde a letra da
música era assim.
106-A
Sou um pobre usuário, agora vou falar.
Desta linha de ônibus, que é o 106-ª
Imirim, Itaim pra você pra mim,
lotação esgotada do início ao fim.
Deficiência de ônibus sempre estão
atrasados.
Esta droga de ônibus, vive o dia inteiro
lotado
Ora cobrador vê se não me amola.
Esta droga de ônibus é o último a por
ônibus
E a primeira a pôr gaiola.
Ora motorista vê se não enche o saco.
Esta desgraça estremece toda quando passa
no buraco.
Vamos competir pra ver quem desce mais
Se é pela porta da frente ou pela porta de
trás
Pessoas competindo por um lugar.
Se não conseguir, só resta encouchar.
É difícil de sair e difícil de entrar.
Passa das seis horas entra em recesso.
Não para em nenhum ponto, como carro
expresso
Eu quero tomar transporte não quero tomar
bagulho
Inferno da Zona Norte, Centro, Nove de
Julho.
O Dib termina a
música, fazendo scratch, com a boca.
- Esta música,
foi o Ed jr e o Barreto, que fizeram, para tocarem no Fecalp do ano passado.
Eles ficaram na terceira posição do festival da canção do Leme do
Prado. Lembram? (pergunta o Dib)
Todos se calam,
no exato momento em que o ônibus passava em frente de um grafite feito por
eles, na esquina da avenida: Alfredo Plujol com a avenida Cruzeiro do sul. Onde
está escrito “Imirim” O bairro deles.
E como um gesto
sagrado, todos ficam em transe olhando o grafite, era como se o ônibus
estivesse em câmera lenta.
Eles não piscam,
prestam atenção em cada detalhe, em cada cor, conseguem ver tudo isso com o
ônibus a 40 km por hora, mas para eles era como se estivesse tudo em câmera
lenta.
E só retornam a
falar de novo, depois que o grafite some de vista.
E comentam entre
si.
- Aquele detalhe
da pintura da letra ficou muito boa. (se gaba o Dib)
- A letra que
ficou muito boa, por que foi eu quem fiz (O Lu também se gabando)
- O personagem
ficou mais ou menos, não é ED? Pelo menos nós tentamos.
(fala o Juca)
o Tuco brinca.
- É Leco, como
sempre só sobrou o fundo para nós, mas ficou bom também.
- O Tinho
comentou comigo, que está letra ficou muito boa, mas que nós tínhamos que
melhorar no personagem (fala o Dib)
- O que, que o
Tinho está falando? Nós começamos a grafitar, primeiro do que ele. Nós que
tínhamos que dar palpite nos grafites dele. (resmunga o Tuco como sempre)
- Ele não falou
por mau, ele só estava comentando comigo, numa boa, como eu também falei dos
defeitos do grafite dele. (explica o Dib)
- Essa droga de
ônibus, está indo muito devagar, já era para termos chegado lá, na Avenida
Paulista. (reclama o Tuco)
- Por que você
está com pressa Tuco? (pergunta o Juca)
- É por que a
Zouida da Carla, não veio, e ele quer ir logo, acabar cedo e voltar para os
braços da sua amada. (fala o Lu tirando um sarro com o Tuco)
- O Tuco namora
em cima do skate, namora jogando basquete, andando de bicicleta, não desgruda
um minuto e hoje ela não veio ele está sentido perdido, sem rumo, abandonado,
apaixonado. Fala o Leco rindo.
E todos juntos
começam a chamar o Tuco de dominado.
- Dominado!
dominado! dominado!
Tuco olha para o
Dib e diz.
- O que você
está dizendo, você também é.
- Eu não sou
nada, agora eu só tenho a Kelly, Segunda feira, eu vou encostar a Katia na
parede, e dizer para ela, ou eu ou ele. É lógico que ela vai preferir o
japonês, ele tem carro, moto, e dá tudo do bom e do melhor para ela. Eu não
tenho porra nenhuma, sou um pé de chinelo, e ela não quer ficar com um pé de
chinelo. Que garota iria querer ficar com um pé de chinelo? Me diz, qual
garota?
- É o que eu vou
falar para ela na Segunda-feira, se ela ficar comigo, depois de eu falar isso
para ela, é por que ela realmente gosta de mim. Não é verdade?
A briga
com os motoristas
O Leco
interrompe a conversa, para planejarem como iriam descer pela porta de trás do
ônibus, para não pagarem a condução.
O ônibus já
estava passando por dentro do túnel do Anhangabaú.
- Nós iremos
descer no próximo ponto ou esperar um pouco mais próximo da Av. Paulista.
(pergunta o Lu)
- Acho melhor
descermos, aqui na Praça da Bandeira, por que lá para cima é muito difícil
subir alguém, neste ônibus. (fala o Dib)
- É e a gente
sobe o resto a pé pela rua Augusta. (complementou o Juca)
O ônibus para em
um farol para pedestres, a uns 10 metros do ponto de ônibus e ninguém no ponto
se manifestou, com a intenção de que iria tomar este ônibus.
- Acho melhor
arrombarmos a porta do ônibus. (disse o Dib)
Mas antes que
ele terminasse a frase. o Lu já estava em posição para arrombar a porta e
grita.
- Me ajuda aqui!
Que está difícil.
- O Dib e o Leco
pulam, para ajuda-lo, e cada um no ferro de proteção do vidro e puxam.
A porta se abre.
Como o ônibus
estava na faixa do meio da rua, um outro ônibus percebendo o que estava
acontecendo, encosta o ônibus o mais próximo possível da porta para tentar
impedir, que eles descessem, sem pagar a condução.
Mas mesmo assim
o Dib pulou e conseguiu sair, o Lu e o Leco pularam atrás, e também conseguiram
descer, mas como outro ônibus chegava cada vez mais perto o Leco teve de soltar
a porta.
As portas se
fecharam, deixando o Tuco, Ed Jr. e o Juca dentro do ônibus. O semáforo se abre
e o ônibus anda, mas para no ponto, pois havia gente para descer naquele ponto.
- Alá o ônibus
parou no ponto. (disse o Dib)
- Vamos correr
arrombar a porta por fora e ajudar os caras a descerem também. (disse o Leco)
Eles correm em
direção do ônibus e arrombam as portas, para que os três descessem, mas quando
Juca acaba de descer, o motorista havia descido do ônibus e agarra o Dib por
trás.
O Dib se debate
e consegue se soltar do motorista, e começa a brigar com o motorista, mas o que
eles não esperavam, era que aquele ônibus que tentou fechar a porta para eles
não descerem, estava reservado, para levar alguns motoristas e cobradores até a
garagem, e parou atrás do ônibus para ajudar o companheiro, desceram mais ou
menos uns vintes cobradores e motoristas, e corriam em direção do Dib que
brigava com o motorista do primeiro ônibus, onde o primeiro que desceu, correu
e deu um soco no Dib, pegando- o desprevenido, mas mesmo assim o Dib revidou o
soco e veio outro, e o chutou por trás fazendo com que o Dib se desequilibrasse
um pouco , mas não o suficiente para derruba-lo e impedir que revidasse o soco
novamente.( O Dib usava um anel de uma caveira no dedo bem grande, que ocupava
o dedo inteiro) ele o quebrou-o na cara do cara de azul que o chutou, mas o
negócio tinha ficado escuro, escuro não, azul mesmo, tinha uniforme
azul para tudo quanto era lado. E mais outro motorista empurrou o Dib fazendo
com que dessa vez caísse completamente, mas ele se levantou rápido, para não
ser massacrado, cambaleando um pouco, devido a rapidez que se levantou, e os
motorista o empurravam de novo para que caísse.
O Leco
percebendo o amigo em mais apuro do que ele, corre para ajuda-lo, dá um pulo e
acerta um belo de uma pesada, em um dos caras que empurrava o Dib, fazendo com
que ele caísse por cima dos outros motoristas, e chamando a atenção para ele,
dando tempo para que o Dib se levantar e recuperar, para fugir e gritar para o
amigo.
- Sai fora,
corre que o negócio tá ficando feio para o nosso lado, estamos em desvantagem.
De repente, eles
escutam o Lu gritar.
- Dib, Leco, me
ajudem!
Um dos
motoristas estava segurando o Lu, mas quando o motorista vê o Dib e o Leco indo
em direção dele, ele afrouxa um pouco, deixando assim com que o Lu escapasse,
mas na hora do Lu se abaixar para escapar, ele bate a aba do boné no braço do
motorista e deixa cair o boné do irmão, e como nessa mesma hora estavam
chegando mais motoristas, eles tiveram que fugir deixando o boné para trás.
Como o Tuco, ED
e o Juca, desceram e correram para o viaduto, não viram o que estava
acontecendo, e deixaram o Dib, Leco e o Lu, sozinhos, para brigarem com vinte e
poucos homens, eles tiveram que fugir mesmo, sem pensar duas vezes.
Correram de
encontro aos outros três. Quando se uniram, pararam e ficaram esperando para
ver se os motoristas haviam vindo atrás deles, olharam, mas adiante e viram o
ônibus indo embora e no reservado os motoristas e cobradores entrando no
ônibus, e indo embora também e levando o boné do irmão do Lu.
O Leco olha para
o Tuco, e fala.
- Pó meu, por
que vocês não nos ajudaram?
- Nós não vimos,
só fomos perceber, quando chegamos aqui e olhamos para trás e vimos vocês tentando
escapar, já era tarde. Tinha uniforme azul para todo quando é lado e não parava
de chegar mais, pareciam que estavam todos os motoristas e cobradores de São
Paulo, naquele ônibus reservado. (falou o Juca)
- É deixa pra
lá. (raciocina o Leco)
- Perdi o boné
do meu irmão, ele vai me matar, não quero nem ver a hora que ele descobrir, que
perdi o boné dele. (lamenta o Lu)
- Depois você
compra outro para ele, naquela banca na avenida Rio Branco, Lu. (sugere o Juca)
- É deixa pra
lá. (lamenta o Lu)
Do viaduto das
Bandeirs eles avistam o grafite deles no muro do outro lado da avenida.
- Esse grafite
ficou show, os raios do fundo preto formando uma tempestade, a letra Escrito
“Maser” saindo de dentro da tempsetade, o desenho Do Mago parecendo que estava
saindo da parede, até o Tag de vermelho ficou bom, tudo ficou legal, esse
grafite ficou perfeito. Fala o Ed jr.
- É tenho que
concordar com você, esse realmente ficou bom. Fala o Leco
- Esse dia foi
engraçado aconteceu um monte de coisas, mas a hora mais engraçada, foi
quando estávamos pintando, e estava acontecendo uma passeata Gay,
maratona Gay, passou mais de dois mil travestis fantasiados, gays lésbicas e
simpatizantes e praticamente quase todos eles mexeram com o Lu e com o Tuco que
estavam na ponta da calçada assistindo o que estava acontecendo. O
Juca para um pouco para respirar e tentar para de rir.
O Leco continua
relembrando o dia.
- A minha sorte
e a do Dib e que estávamos na escada no alto, o Ed estava em cima do
muro e o Juca estava na outra ponta longe pintando o fundo, um por um dos
travestis que iam passando, beijando, abraçando e mexendo com o Tuco e com o Lu
dizendo: “ que fofo, que lindinho” passavam a mão neles, o tuco tentava se
desviar de um , mas vinha outro e aliciava ele, no fim depois que toda a
maratona acabou de passar, o Lu e o Tuco estavam todos brilhantes de maquiagem,
marca de batom, purpurina e lantejoulas, plumas e paites,
com uma cara de ué.
Os outros
quatros dão risadas e o Tuco e o Lu ficam com cara de bravos .
Eles começam a
caminhar em direção da rua augusta, depois de caminharem algumas quadras,
eles passam por um grafite deles onde Havia o Tio Patinhas desenhado na frente
da letra escrito “Master” com um fundo formando um muro animado.
Eles param em
frente ao desenho novamente e o Juca diz.
- Esse dia foi
muito engraçado, o Dib pintou toda as costas do Lu.
Eles dão risada
e o Leco acrescenta.
Enquanto
nós estávamos fazendo o grafite do muro da rua, a dona da loja de
roupa ao lado do muro, perguntou quanto cobrávamos para desenhar um
papai noel dentro da loja dela, o Tuco esfomeado que é, falou para
ela, a senhora paga umas pizzas e fica tudo certo.
- Eu estava com
fome. Diz o Tuco.
- Mas a melhor
parte foi quando o Dib estava pintando com uma lata florescente e a
lata entupiu, o Dib chacoalhou tanto a lata para a tinta sair
que a válvula estourou, o Dib para não estragar as roupas novas da
loja, o Dib tentou sair correndo para fora da loja com a lata saindo tinta, mas
o Lu ficou na frente e o Dib mirou o spray na costa dele foi empurrando-o até
conseguir sair da loja.
Ele dão risadas.
- Tinha acabado
de comprar aquela camisa na loja da senhora, a camisa branca ficou laranja
florescente. Resmunga o Lu rindo.
Eles dão mais
risadas.
- E a cara da
dona da loja quando viu o spray explodindo, foi a melhor, a tinta bateu no teto
e formou um nuvem tipo de explosão, a dona adorou o desenho que formou,
se quiséssemos fazer de propósito não ficaria tão legal, terminas os
dois desenhos da loja e do muro e ainda ganhamos quatro pizzas e dois
refrigerantes e demos muitas risadas, foi muito engraçado esse dia. Diz o
Ed ainda rindo da história.
Eles continuam
andando e o Tuco já reclama.
- Estou com sede
e com fome, já são quase 11 horas.
- Só pensa em
comida meu, você comeu quase 200 gramas de mortadela e
comeu três pãezinhos e já está com fome, você deve de ter uma
solitária dentro de você. Diz o Leco.
- Solitária não,
ele tem uma acompanhada e bem acompanhada. Fala o Lu rindo.
- Acho que
próxima esquina tem uma padaria, nós vamos lá e compramos doze pãezinhos e
quatrocentas gramas de mortadela, mais uma coca de dois litros, tá
bom Tuco? Pergunta o Dib.
O Tuco faz que
sim com a cabeça e dá de ombros.
Eles compram os
quitutes, andam até uma esquina onde havia uma escada, se sentam, e ali mesmo
sem nenhuma cerimônia, cortam os pães com as mãos mesmo, colocam as fatias de
mortadela dentro do pão, e mandam ver, com alguns goles de refrigerante.
Feito o lanche,
eles continuam seus objetivos.
O grafite
- Falta só um
quarteirão, e já é a avenida Paulista. (Fala o Ed jr.)
Chegando na
avenida Paulista, eles passam por cima do complexo do túnel, observando o que
acontecia dentro e procurando um espaço legal para eles fazerem o grafite
deles. Eles entram no túnel pela avenida Doutor Arnaldo, dando a volta toda por
que eles viram do outro lado um grafiteiro fazendo um grafite enorme na entrada
do túnel, mas não era do estilo deles, era um pouco mais puxado para artes
plásticas, os desenhos estilizados, era um super homem barrigudo correndo de uma
mulher, um cachorro olhando, com uns marcianos, misturados.
Já dentro do
túnel, no momento que eles passavam pelo grafiteiro, que fazia aquele grafite,
e eles escutam.
- Isto que é
grafite galera. (Era o Ruí Amaral, um artista plástico e grafiteiro também)
Eles passam pelo
artista e o cumprimentam.
Tuco resmunga.
- Grafite! para
mim isto não é, desenho estranho, todo torto.
· Tuco cada um
tem o seu estilo próprio, cada artista faz o que bem entender, o que quiser,
convêm outros artistas olharem e respeitarem o trabalho de outros artistas.
(explica o Dib)
No exato momento
que eles passavam por outro artista plástico que jogava tinta chapiscando na
parede e uma mulher com u pincel dava a forma, nas tintas jogadas, pareciam um
monte de cabeça colada umas nas outras.
Olharam o túnel
num todo e observaram que tinha, grafiteiro dos dois lados do túnel.
- Será que
sobrou espaço para nós. (pergunta o Leco)
- Vamos andando
talvez do outro lado tenha espaço par a gente. (responde o Lu)
Chegando na
saída do túnel para a avenida Paulista, havia bastante espaço ainda.
- Aqui está bom!
(exclama o Juca)
- É. Aqui está
legal, nós iremos fazer aqui, e deixamos este outro espaço, para o Speto.
- Você ligou
para o Speto, Lu?
· Liguei sim, e
ele falou que viria e iria chamar os Gêmeos, Binho e o Tinho.
No exato
momento, que eles vinham chegando. E vieram com eles o Zelão e o Vitché também.
- Tem espaço? - Para
todo mundo aí? (pergunta Os Gêmeos)
- Tem de sobra.
(responde o Ed jr)
- Legal então
vamos começar a nossa arte. (exclama o Binho).
Eles dividem os
espaços na parede, planejando fazer um fundo só, e cada qual começam a fazer a
sua arte.
Os Master,
desenham um personagem e uma letra escrito São Paulo e Art. de Rua, com um
outro personagem no final, que era um policial, de arma em punho, com a
seguinte frase. “Violência gera violência”.
Do outro lado do
túnel os Gêmeos desenham três personagens, e uma letra escrito Gêmeos.
O Speto desenha
uma mulher.
O Binho desenhou
um cavaleiro montado em um dragão.
O Tinho faz um
jogador de futebol americano e escrito Tinho.
O Zelão fez um
monte de personagens, em volta da sua letra, escrito Zelão.
O Vitché faz uma
letra bem grande estilizada, escrito Victhié.
Do mesmo lado do
túnel que os Master, estavam Os Mix Paint, que era continuação dos Master,
que era formado por amigos que andavam juntos, como o Einstein, Mulambo, Adnã,
Alé e Estevam, eles faziam um grafite imenso, do lado do artista plástico Celso
Ghitay e do Juneca que desenhava um padeiro com um bolo
de aniversário na mão com as velas da idade do aniversário de São
Paulo.
Enquanto eles
faziam os grafites, se descontraiam, um pouco dançando break. O Dib e um dos
Gêmeos, começam a dançar ali mesmo na calçada do Túnel. Um dos Gêmeos dá um
moinho, naquele chão desacreditava, e o Dib faz alguns passos para
completar, o Speto registrava tudo, tirando fotos.
Todos faziam
seus grafites e conversavam de diversas coisas. O Zelão mostrava as suas
tatuagens, onde uma das tatuagens era um grafite.
Havia também uma
amostra de carros antigos que ficava passando por dentro do Túnel da Avenida
Paulista, completando a festa.
Havia muita
reportagem, TV, rádio, jornal, no local mostrando o evento, eles entrevistavam
o pessoal fazendo grafite, perguntava para as pessoas o que eles achavam
daquela arte urbana, frases como: “– Você acha que o grafite embeleza a
cidade? “.
As pessoas
diziam que era bonito e bom, alguns faziam comentários como:
“· É melhor do
que a parede sem cor ou toda pichada e colada cartaz”. “- O grafite dá uma vida
para a parede, um colorido, as cores nos dão uma alegria, isso é arte pura com
tendência de ser um novo estilo de arte contemporânea, como a Arte Moderna e
outras que conhecemos, esses jovens podem algum dia serem reconhecidos como
grandes artistas, de um novo estilo e nova técnica”. (comenta um cidadão muito
simpático e inteligente).
A repreensão do
policial
Alguns
grafiteiros terminavam seus grafites e começavam ir embora.
Estava começando
a ficar tarde e o grafite dos Master e dos Gêmeos não estava pronto ainda, mas
eles não queriam parar e largar pela metade, então continuavam. O Speto e o
Vitché ficam com eles só tirando fotos e esperando o Gêmeos para irem embora
juntos.
O Túnel que
estava fechado foi liberado e o trafego começou a fluir dentro do túnel.
Foi quando,
parou um carro de polícia, com uma freada brusca que fez os pneus cantarem, os
meninos se assustam com a freada, aquele carro de polícia estava passando por
ali fazendo ronda por acaso naquela região e não sabia do evento.
- Todos com as
mãos na parede, abrem as pernas. Grita o Tenente ou Coronel da polícia todo
autoritário e preocupado, apontando arma.
E dá geral em um
por um, já perguntando com um tom de voz agressivo nada
amigável.
- Quem autorizou
os senhores a fazerem isto aqui? (pergunta o Tenente da Policia). O policial
estava todo desconfiado e nervoso, apontando a arma para todo mundo, um
revólver calibre 38, cano longo e ventilado cromado, gritando para que as
pessoas que estavam ali, assistindo aquela cena, fossem embora, apontando a
arma.
Para a sorte
deles o secretário da Regional da Sé, ainda estava por ali. E quando viu aquela
cena, veio correndo se explicando para o policial. Que apontou a arma para o
secretário e pedindo para que ele se afastasse.
- Eles estão
autorizados pela Regional da Sé. Eu tenho a autorização aqui comigo.
O secretário
mostra a autorização para o policial, que se afastam um pouco para conversarem.
Mas não dispensa
ninguém, ficam todos ali parados com as mãos e o rosto virado para a parede.
O Dib cochicha e
canta baixinho um trechinho da letra de rap do grupo Código 13, para um dos
Gêmeos.
- Policial é marginal esta é a lei do cão
- A polícia mata o povo e não vai para a
prisão
- “Policiais reis da zona sul, vestido
bonitinho com seus trajes azul”.
O Dib para de
cantar porque o tenente já vinha voltando. porém o policial escuta e dá um
safanão no Dib. que coça a cabeça onde o policial bateu com a coronha da
arma
O secretário
continuava se explicando para o tenente, capital, estressado que se sentia dono
da porra toda.
- Isto é um
projeto, que se chama “Grafite Arte Legal” onde tentamos transformar alguns
pichadores em grafiteiros e tem o apoio da prefeita Erundina, o grafite é uma
arte muito descriminada ainda como o senhor pode ver, que até queria prender os
meninos, mas um dia será uma grande arte reconhecida.
O Tenente dado
por satisfeito os libera e os avisa.
- Muito bem, já
está escurecendo, deixa isto para outro dia, aqui a noite e muito perigoso, eu
não quero passar aqui de novo e ver vocês aqui, por isso vão embora e terminam
isto outro dia, durante a luz do dia, não quero mais ver essas caras feias de
vocês por aqui rabiscando as paredes.
Todos concordam
balançando as cabeças. O Dib ainda coçava o local da pancada.
O policial olha
para ele sério, entra no carro e vai embora; eles juntam as suas coisas e saem
dali rapidamente.
Já na avenida
Paulista, Os Master, combinam outro grafite com Os Gêmeos e o Speto e se
despedem dali mesmo, pois já estavam na esquina da rua Augusta com avenida
Paulista, os Gêmeos iriam continuar em frente, porque eles iam em direção ao
Cambuci, Aclimação e Os Master, iriam descer a Rua Augusta até a
Praça Roosevelt, onde iriam tomar o ônibus Imirim -Shopping.
O relógio
marcava seis e meia.
O encontro
com o movimento Hip Hop
- Estou com
fome. (resmunga o Tuco).
- Você só pensa
em comer, parece um morto de fome. (exclama o Leco).
- É, mas eu
também estou com fome, vamos ver o quanto nós temos de dinheiro para ver o que
dá para comprar e para comer. (fala o Ed jr).
Contado o
dinheiro.
- Nós temos
CR$6.00 cruzados. (contou o Juca).
- Dá para
comprar duas pizzas de Mussa rela na padaria. (comenta o Lu).
- Então o que
estamos esperando, vamos logo comprar está pizza. (apressa o Tuco).
Eles compram as
pizzas, andam até o ponto de ônibus que ficava na praça Roosevelt e se sentam
na calçada, onde ali mesmo, devoram as pizzas, um de olho no pedaço do outro,
para ver quem come mais rápido, para comer o que sobrou, mas o Dib divide os
pedaços iguais, eles comem e lambem os dedos, pois duas pizzas, era pouco para
eles.
Eles cheiravam o
cheiro pizza que ficou na mão, de repente eles percebem uma música.
- É Rap! (afirma
o Juca)
- É mesmo!
(confirma o Leco)
Eles se levantam
e procuram de onde estava vindo aquela música, até que o Dib encontra.
- Achei vem ver,
é um pessoal cantando Rap e outros dançando break.
E todos corem
para ver, ficam tão encantados com o pessoal cantando e dançando, que não
percebem um sujeito que se aproximava deles, e pergunta para eles.
- O que vocês
querem aqui?
· Nada só
estamos olhando, porque não pode? Olhar o pessoal dançar, que eu saiba estamos
em um lugar público aqui embaixo da praça Roosevelt e ainda faz parte da praça.
O sujeito não
gosta muito da entonação de voz do Dib, mas não revida a resposta e pergunta.
- Vocês gostam
de rap e break?
· É gostamos,
nós somos grafiteiros e gostamos do movimento Hip-Hop também.
- Vocês são
grafiteiros? espera um pouco aqui.
O sujeito desce
a escada em direção ao pessoal que estava dançando e cantando, conversa com
outro sujeito e aponta para eles.
- IH! IH! acho
que arrumamos treta. (indaga o Juca).
- Eles estão
vindo para cá, o que vamos fazer? (pergunta o ED)
- Nada vamos
esperar e ver o que acontece, afinal somos homem também. (fala o Dib).
O sujeito volta
com mais dois e um deles cumprimenta.
- E aí, certo? -
Vocês são grafiteiros?
- Sim somos.
- Qual o nome da
Crew de vocês?
- Nós somos da
equipe Master de grafite. (responde o Lu)
- Vocês que são
Os Master? Que fizeram aquele mestre na Praça da Bandeira.
- É fomos nós.
(fala o Lu)
- O sujeito se
apresenta.
- Eu me chamo
Rooney, o pessoal me chama de Rooney Yo Yo eu sou grafiteiro também, vocês já
viram a capa do disco do Thaide e DJ UM, fui eu que fiz.
- Eu vi, está
escrito em pé Thaide e Dj UM, em baixo com um desenho do lado e o DJ um, está
pulando na frente do grafite e o Thaide está com uma cara de mau na capa.
- É esse mesmo,
eu também fiz na galeria da 24 de maio e da Barão de Itapetininga, nas lojas de
B-Boy.
- Chegam mais eu
vou apresentar vocês para o pessoal aqui, eles são do grupo Sindicato Negro.
- Rooney YO YO
desce na frente, (ele usava uma jaqueta grafitada na costa) e chama um outro
cara.
- Ei MT. Bronx!
chega ai, vem cá!
O MT Bronx vem
de encontro deles.
O Dib olha para
ele e pensa. - Aonde que foi que eu já vi esse cara?
E lembra. - Foi
na banca da avenida Rio Branco, ele estava comprando um boné também e ele
trampa com aquelas bicicletas que tem um baú na frente, é ele mesmo.
- E aí vocês
fazem parte do movimento HIP-HOP também? (com uma voz grossa pergunta o MT
BRONX)
- É estamos
querendo fazer parte do movimento. (responde o Lu).
O MT Bronx vai
de encontro ao pessoal que estavam dançando e cantando e pede para que parassem
um pouco, todos obedecem, pede a atenção de todos e chama Os Master.
- Vem cá!
- Aí galera este
pessoal aqui são Os Master, eles são das ruas também, e querem fazer parte do
movimento HIP-HOP, eles fazem grafite pelas ruas da cidade, com
o propósito e objetivo do movimento. Eu quero uma salva de palmas
para eles.
Todos batem
palmas, assobiam e gritam. “VIVA O MOVIMENTO HIP-HOP” E todos vem cumprimentar
eles, um por um.
- Puxa vida lá
de cima não parecia que tinha tanta gente assim, ainda bem que não arrumamos
treta. (pensa o Ed jr).
Depois de todos
serem cumprimentados, o MT Bronx os chama de canto para conversarem.
- Eu queria
fazer um grafite nesta parede aqui. Ele aponta para uma parede curvada, onde
havia um banco de concreto, que acompanhava a arquitetura da praça, onde várias
pessoas estavam sentadas, ele pede licença e todos se levantam. Eu queria fazer
um grafite aqui e com o nome do nosso grupo. Queria escrever “SINDICATO NEGRO”,
dá para fazer?
Eles olham. - Dá
sim (responde o Lu)
- É só arrumar
umas tintas e algumas latas de spray, que nós fazemos com muito orgulho. (fala
o Lu)
- Certo valeu.
(agradece ao MT Bronx, e vai cantar um Rap)
O Rooney vem
conversar com eles.
- E o Thaide e o
DJ um, eles não aparecem aqui também? (pergunta o Dib)
- De vez em
quando aparece.
- E Os
Racionais, eles vêm aqui também?
- Eles vinham,
faz tempo que eles não aparecem por aqui, quem vinha mais era o kl DJ, eu acho
que eles devem de estar fazendo muito shows por aí a fora, ou alguma coisa
assim.
O ED jr, olha
para onde o MT Bronx estava cantando, tinha um pessoal curtindo, havia uma
moreninha linda no meio, que chamou a atenção dele. E pergunta.
- Quem é aquela
moreninha dançando.
- Eu acho que é
a filha do dono da Zimbabwe.
- Ah só.
(responde o Dib e pergunta). - Essa galera é a mesma que frequentava a
estação São bento?
- Sim é sim,
proibiram da gente se reunir lá na estação são Bento, aqueles guardas do Metrô,
não deixava mais a gente se reunir lá para dançar e ficava toda hora nos
expulsando, então a gente resolveu vir para cá.
Tuco não
se aguentando mais de ansiedade, para ver o seu amor. (Chama o
pessoal para irem embora).
- Vamos embora!
- É vamos sim.
(responde o Dib).
Só que eles não
poderiam saírem dali assim, sem cumprimentar ninguém. E cumprimentam um por uma
das pessoas que estavam ali. Eles tinham um cumprimento especial, que era
assim. Você dá a mão, puxa para trás raspando a palma da mão até chegar nos
dedos, que curvados para frente em forma de gancho, se encaixam, daí você
aperta com força.
Cumprimentam
todos ali e seguem os seus caminhos, em direção ao ponto de ônibus.
O retorno para
casa
Já no ponto de
ônibus, esperando o destino para o Imirim.
- Legal!
(exclama o Lu). Semana que vem, nós iremos voltar, falou?
- É isso aí nós
voltaremos. (concorda o Juca)
O ônibus vinha
virando a esquina.
- É o nosso
ônibus. (avisa o Leco).
Todos dão sinal
e o ônibus para eles sobem.
- É o Boy, o
cobrador, e aí Boy? (Dib grita dentro do ônibus, para o cobrador que o
reconhece e o cumprimenta também).
- E
aí veadinho veio (diz o cobrador para o Dib)
Todos riem.
- Esse cobrador
é muito engraçado. (comenta o Dib sinalizando para o cobrador).
- Então deixa a
gente no ponto do colégio, lá no Peruche, no Garcia, lembra?
O cobrador faz
sinal de positivo.
- Eu não vejo a
hora de chegar em casa, a tempo de ver o jornal Nacional, para ver a gente na
televisão, e amanhã bem cedinho eu vou comprar os jornais que nos
entrevistaram, para ver como ficou a nossa reportagem. (comenta o Lu)
- Duvido que
você acorde cedo amanhã, esqueceu que tem aquela festa, hoje à noite na Casa
Verde. (lembra o Juca da festa)
- É mesmo eu
também tinha me esquecido? (fala o ED).
- E vocês não
esqueceram que amanhã à tarde nós iremos fazer o grafite do Fly, para pagar a
tatuagem que ele vai fazer para agente, esqueceram? Enquanto um trabalha no
grafite outra já vai fazendo a sua tatuagem, para não perder tempo. (comenta o
Dib)
- Deixa-me ver o
desenho Lu. (pede o Leco)
- Está aqui no
meio da pasta deixa eu acha-lo, aqui está, é uma latinha de spray animada,
com um “M” de Master no centro, Gostaram?
- Gostamos! (Todos
respondem).
O
DESENHO
Todos ficaram
admirando o desenho.
- É legal, onde
que nós vamos fazer. (pergunta o Juca)
- Que tal no
ombro. (sugere o Tuco)
- Não.
(respondem todos em coro)
- Que tal aqui
no pulso esquerdo, se quiser mostrar tira o relógio e as pulseirinhas, se
quiser esconder coloca o relógio em cima, assim fica em um local estratégico, o
que vocês acham? (pergunta o Lú)
- Legal,
boa ideia. (concorda o Dib)
E todos
concordam.
- Está chegando
o nosso ponto. (avisa o Leco)
- Já! (exclama o
Tuco)
- É porque é
sábado, e esta hora não tem trânsito por aqui. (explica o Dib que avisa o
cobrador que será o próximo).
- Ei, Boy é o
próximo.
O cobrador apanha
uma moeda na gaveta e bate no ferro a sua frente, dando um aviso muito usado
como comunicação entre os motorista e cobradores de ônibus, para
deixar alguns passageiros descerem sem pagar a condução. (assim eles descem sem
pagar pelas passagens).
O ônibus para no
ponto em frente ao Colégio e abre a porta traseira. Descendo assim um por um,
agradecendo ao cobrador e ao motorista.
Todos juntos
fazem um sinal de positivo para o cobrador, que responde aos sinais, com um
sinal de positivo também.
- Não falei que
esse cobrador era legal. (fala o Dib).
Chegando na rua
dos Master.
- Vamos fazer um
grafite rápido na entrada da Viela com os restos de sprays. Sugere o Lu.
Sem pensar duas
vezes, todos concordam e começam a pintar o muro, o muro era chapiscado, muito áspero e
estava todo cheio de musgo, eles escrevem a palavra “rua” e um personagem
apontando para dentro do beco, enquanto eles pintavam as pessoas iam passando e
só ficavam olhando, ate´que as duas senhoras Beatas que sempre flagrava eles
entra na viela e uma delas diz.
- Nossa que
cheiro forte de tinta.
- Não sei o que
é pior o cheiro dessa tinta ou cheiro de urina da viela. Acrescenta a outra
senhora.
- São esses
vagabundos de sempre, que não tem o que fazer, fica rasbicando as paredes dos
outros, não sabe quanto custa para pintar uma casa e fica destruido a parede da
casa dos outros. Reclama a senhora que estava com um lenço vermelho amarrado na
cabeça e segurava uma sombrinha.
- Vai rezar!
Grita o Leco.
Eles dão risada
e a senhora tenta acerta-lo com a sombrinha, o Leco se desvia e corre para
longe dela.
- Volta aqui seu
vagabundo, para você ver se não te dou umas pancadas, seu mal educado. Diz a
senhora empunhando a sombrinha.
Eles terminam o
desenho juntam as coisas e vão até à casa do Lu, todos se cumprimentam e cada
um vai para a sua casa.
O ED jr, vai
para a esquerda da rua, e o Dib, Juca, Tuco e o Leco, continuam no caminho
oposto do ED.
O Lu entra bem
quietinho na sua casa, para que sua mãe não perceba que ele voltou sem o boné
do irmão, entra pela cozinha passa pela sala, sobe as escadas que dá acesso aos
quartos e corre para o banheiro e suspira.
- Ufa !! ninguém
me viu, por hoje eu consegui esconder, vou tomar um banho rápido me trocar e
esperar os caras na rua, para irmos na festa.
O Ed jr entra na
sua casa, não fala com ninguém, passa direto para o quarto, liga a televisão e
fica esperando passar o Jornal Nacional, para ver se eles iriam passar na
televisão, no noticiário.
Nessa altura o
Dib também havia chegado na casa.
Todos o olham
entrar pela porta da sala assustados, pensando que ele estava realmente armado
e que iria cometer uma loucura, matando o seu primo.
Seu Pai é o
primeiro a vir ao seu encontro.
- Meu filho não
estrague a sua vida não vale a pena se sujar por este bosta, quem dorme com
criança amhanhece molhado.
- Do que você
está falando pai?
- Você não foi
buscar uma arma com o seu amigo, para se vingar do seu primo, por ele ter
roubado o seu tênis? Entõ o seguro morre bem velho.
- Não, peguei,
não.
A sua avó vem ao
seu encontro e também o abraça e o beija e fala.
- Você é um
menino bom, eu sabia que não iria fazer nenhuma bobagem. Você não pegou o
revólver emprestado, Pegou? Porque o ódio culmina a alma.
- Não eu nem vi
o MCL hoje, eu falei aquilo só para assustar.
- E assustou mesmo,
ele foi dormir na casa da irmã hoje, com medo que você, fosse mata-lo. (explica
a sua Tia mãe do seu primo)
- Como que ela o
deixa dormir lá depois de tudo que ele fez para ela, roubando todas coisas dela
também? (pergunta o Dib).
- Ela é irmã,
sabe como é né, sangue do mesmo sangue e a irmã o ama muito e sempre o perdoa.
- Eu também
o perdoo Tia, eu sei que a culpa não é dele é da maldita droga,ele é
uma boa pessoa e nunca iria fazer uma coisa dessas, eu só o ameacei e, para ver
se ele para com isso, dando um susto nele. Vou tomar banho, que eu vou sair
depois a gente conversa mais.
A tia balança a
cabeça e vai para a cozinha e ele sobe para o quarto.
O Juca chega na
sua casa, com muita fome e vai direto para a cozinha, onde estavam a sua irmã e
a sua mãe e pergunta.
- O que tem para
comer estou com muita fome e não dá tempo de tomar banho agora, se não eu vou
perder o Jornal Nacional, nós vamos aparecer na Televisão mãe, fazendo grafite
na avenida Paulista.
Sua mãe lhe traz
um prato com comida e um suco de maracujá, para ele que se sentava em uma
almofada no chão olhando ansioso para a televisão.
O Tuco e o Leco
chegam em casa as 20:00 horas em ponto, e pergunta para a mãe que
estava na cozinha de onde não assiste televisão, por que não enxerga, mas
escuta tudo dali, fica imaginando tudo e acompanha as novelas só de ouvido e
sabe tudo que acontece nas novelas dessa maneira.
- Mãe já começou
o jornal Nacional?
- Está
começando. (responde a Tatiana, a irmã deles da sala)
Eles correm para
a sala e sentam no sofá explicando para a irmã o motivo de tanta ansiedade para
assistirem o noticiário.
A mãe deles
agradece a Deus pelos filhos terem chegados sãos e salvos.
A mãe do Lu o
chama para jantar.
- Luciano vem
jantar! Seu pai fez pizza.
Como o pai dele
era italiano, sempre fazia pizza aos sábados.
- Estou indo
mãe. (responde o Lu, pensando em ir assistir o noticiário na cozinha, onde
havia uma pequena televisão, daquelas importadas do Paraguai).
Ele desce para a
cozinha, pega um prato coloca dois pedaços de pizzas e se senta no banquinho,
que ele puxa de baixo da mesa, onde estava a pequena televisão que já passava o
noticiário e pergunta para a mãe.
- Começou
agora?
- Já faz uns
cinco minutos que começou. (responde a mãe)
No momento que a
repórter anuncia.
- Hoje São Paulo
faz aniversário e em São Paulo hoje aconteceram diversas comemorações e
homenagens pela cidade inteira. No tradicional bairro do Bexiga, fizeram um
bolo com 437 metros e na avenida Paulista onde hoje também faz aniversário e
completa 100 anos, aconteceram vários shows e homenagens, como no complexo
viário, que foi todo grafitado, por rapazes organizado pela prefeitura e
patrocinados por algumas empresas, vejam imagens de hoje à tarde.
E na televisão
aparece o Dib em cima de uma escada, pintando e o Lu em baixo pintando também.
- Olha lá mãe,
Eu e o Dib na televisão.
Na imagem
seguinte aparece o Tuco, Leco, Juca e o Ed jr, todos trabalhando no grafite do
lado.
- Sou eu e os
caras, nossos cincos segundos de fama. (Ed jr vibrava e gritava sozinho no
quarto).
A avó do Dib o
chama.
- Vem ver vocês
estão na televisão.
Dib desce
correndo e ainda pega um pedacinho da reportagem.
- Eu vi você em
cima de uma escada pintando e os meninos também.
- Legal!
(exclama o Dib).
- Você me viu na
televisão pai?
- Me diga com
andas, que te direi que és. Fala o pai dele.
O Dib balança a
cabeça, dá de ombros e volta para o quarto.
O Juca estava na
maior festa na sua casa.
- Eu sai na
televisão, eu sai na televisão. - Oba!!
Ele abraçava a
mãe e a irmã e de repente lembrou.
- Eu esqueci de
pôr para gravar. Ele ainda tenta gravar alguma coisa, mas, não dava mais tempo.
E na casa do
Tuco e do Leco.
- Viu Tatiana a
gente na televisão, ouviu mãe a repórter falando dos grafites, apareceu eu o
Tuco e os caras na televisão.
- Que bom filho,
vocês gravaram?
- Gravar!!???
Não esquecemos, que droga.
- Depois dessa
eu vou até tomar banho, viu Tuco eu vou tomar banho primeiro.
- Se você
demorar muito eu vou ficar batendo na porta, ouviu!
Enquanto o Leco
Toma banho, o Tuco Muda o canal da televisão, para a MTV.
- Deixa onde
estava menino, que eu estava ouvindo o noticiário e depois vai passar a minha
novela e eu quero escuta-la.
Como não estava
passando nada de bom na MTV, Tuco volta para o canal 5, lembrando que este era
um dos poucos prazeres da mãe e sai da sala em direção ao quarto, onde liga o
rádio, para escutar música e deita para esperar o Leco acabar de tomar banho, o
que costumava demorar aproximadamente uns 30 minutos em média, todo dia no
chuveiro e aja paciência.
Na casa do Lu,
aparece a Vaninha o chamando, e a mãe dele que atende.
- O Lu não vai
na festa?
A mãe do Lu
estranha e pergunta.
- Mas você não
era namorada do Dib? É todo castigo para corno é pouco.
- Que isso mãe!
- Talarico, sem
vergonha, roubando a namorada do amigo.
- Não é mais mãe
agora ela é a minha namorada.
Mãe dele
resmunga alguma coisa.
- Que falta de
vergonha.
- O Dib vai na
festa? (pergunta a Vaninha )
- É lógico nós
vamos todos juntos.
- Eu não quero
que você fique me abraçando e me beijando na frente dele, tá bom?
- Está bom, mas
vamos lá chamar ele.
Eles saem da
casa para a rua abraçados, no exato momento que o Dib aparece no portão para
chamar o Lu, e fraga os dois abraçados.
Vaninha automaticamente
tira o braço rápido do ombro do Lu e tenta disfarçar. Mas o Dib corrige as
coisas e fala.
- Pode continuar
abraçando-o Vaninha, nós não temos mais nada, para você ficar disfarçando, eu
quero é mais que vocês dois sejam felizes, se vocês se gostam, não vai ser eu
que vou impedir as suas felicidades, pelo contrário eu vou apoia-los.
Vaninha se sente
mais aliviada e agradece ao Dib pela compreensão.
O Ed jr chega,
trazendo as suas quatro primas e a preferida do Juca, que já chega perguntando
por ele.
- Cadê o Juca?
- Daqui a pouco
ele chega. (responde cumprimentando o Dib)
- Uééé, vocês
trocaram de namorada? (Pergunta uma das primas do ED)
- Isso é uma
longa história, deixa isso para lá. (responde dando risada o Dib)
A menina não
entende nada, mas não pergunta, para não parecer indiscreta.
- vamos esperar
o Tuco, Leco e o Juca aqui? (pergunta o Lu)
- O Dú japonês e
o Gel vão com a gente também e eu falei que iria espera-los aqui. (responde o
Dib)
- Olha lá eles
vindo, e quem é aquela moreninha com eles. (aponta e pergunta o ED)
- É a Kelly! ela
deve de ter ido me chamar em casa e como eu já havia saído, ela passou na casa
do Dú para saber se eu já tinha ido ou não.
O Dib
cumprimenta o Dú e o Gel e vai em direção da Kelly para dar um beijo nela e ela
vira o rosto e o beija na bochecha.
O Dib olha para
ela e dá de ombros e fala.
- Os caras
chegaram, lá vem o Tuco com a Carla e o Leco com a Cris, e o Juca com uma
menina.
A prima do ED se
vira rapidamente para certificar do que o Dib falou, e percebe que era mentira.
- seu bobo.
(fala a ela dando um tapa no Dib)
- vocês nos
viram na televisão? (pergunta o Dib para o Dú e o Gel )
- Quando?
(pergunta o Gel)
- Agora a pouco
no jornal Nacional, não viram?
- Não!
(respondem juntos o Dú e o Gel)
Juca já chega perguntando
também.
- E aí nos virão
na televisão? É nós somos famosos agora.
Juca olha para a
prima do ED, não cumprimenta ninguém e vai de encontro a ela, ele a puxa para
um canto e ficam conversando sozinhos.
- E aí pessoal
já estamos todos aqui? - vamos nessa? (fala o Dib pegando na mão da Kelly, que
estava meia estranha com ele.)
- E todos
caminham em direção a festa, que não ficava muito longe dali, por que eles
moravam bem na divisa dos bairros da Casa Verde e o do Imirim, e a festa era na
Casa Verde.
A Vaninha
pergunta para o Lu. - Quem é aquela menina que o Dib está de mão dada com ela?
- É a Kelly você
não o ouviu falar.
- Ele a conheceu
hoje?
- Não.
- Cachorro, quer
dizer que ele estava comigo e com ela, e eu toda preocupado com ele achando que
ele estava chateado, cachorro.
- Por que você
está com ciúmes dele com ela?
- Não, só estava
comentando, não precisa ficar bravo também e agora me dá um beijo, só de raiva.
A Vaninha beija
o Lu na frente do Dib só para provocar ciúmes nele, e olha para ver se ele
estava olhando.
Dib olha eles se
beijarem e brinca. - Cuidado para não matar o menino sufocado.
Todos riem.
Dib puxa assunto
com a Kelly que estava muito estranha.
- O que você
tem, está tão fria comigo?
- Nada.
- Como nada,
alguma coisa você tem, está toda estranha comigo.
- Sabe o que é,
a não deixa pra lá.
- Começou agora
desembucha.
- Eu não gosto
de você.
- Puxa, foi bem
curta e grossa, que você não gosta de mim, está dando para perceber.
- Não, não é que
eu não goste de você, eu não gosto de você como namorado, eu misturei um pouco
as coisas, você é muito parecido com o meu irmão que morreu, e eu me atrai por
você por causa disto e não por amor ou paixão; entendeu?
- Não, não
entendi, o que realmente você quer de mim agora?
- A sua amizade,
eu espero que você ainda continua sendo meu amigo.
Dib olha para
seus amigos que vão à sua frente, dá uma pensada em tudo que está acontecendo.
- De manhã havia perdido a Vaninha para o Lu e decidira que não ficaria mais
com a Katia e agora a Kelly lhe dá um fora, puxa eu estou azarado com as
mulheres, é como aquele velho ditado diz: “Quem muito quer nada tem”.
- O que você
está pensando? (pergunta a Kelly interrompendo o transe do Dib)
- Está tudo bem,
estava pensando algumas coisas que se passaram pela minha cabeça; você quer
assim? Tudo bem vai ser assim então, fica assim então, você no seu canto e eu
no meu; falou.
Ele vai em
direção dos seus amigos, que já estavam entrando na festa.
- O que
aconteceu? (pergunta o Dú)
- Nós
terminamos. (responde o Dib entrando na festa)
Ele conhecia
quase todo mundo que estava na festa.
Um cara que o vê
chegando, o reconhece de uma briga que tiveram há um tempo atrás e que havia
levado a pior e que por esse motivo não esqueceu e sai sem que o Dib o
perceba para ir chamar os seus camaradas.
Dib e os caras
não percebendo o que estava acontecendo, começam a curtir a festa, não ficando
abalado com o que a Kelley o havia contado, e dança, zoa com os seus amigos sem
parar um minuto, para não sentir pena de si mesmo e pergunta para o Leco.
- A festa está
boa né?
- Sim está sim.
(responde o Leco e sem perder a oportunidade de perguntar o que estava
acontecendo com ele e a Kelly.)
- Por que você
está aqui e a Kelly lá do outro lado? vocês desmancharam?
- É nos
desmanchamos, mesmo.
- É, estou
vendo, olha lá ela está tirando o Dú para dançar.
Dib olha aquela
cena, com um fundo musical, tão romântico e ao mesmo tempo tão triste e sente o
seu coração apertar de novo.
A música com
melodia tão triste, faz com que ele desarme sua guarda e demonstra o que
realmente estava sentindo, o sorriso havia desaparecido do seu rosto, dando
espaço, para uma fisionomia triste e preocupada, ele olha os dois dançando e já
imagina outras coisas.
- Puxa, outro
amigo me roubando a minha namorada, e logo o Dú , que é como um irmãozinho para
mim, nós crescemos juntos, eu sempre o protegi, nunca deixava ninguém bater
nele na escola uma vez cheguei a brigar com dois caras bem maiores do que eu,
só para defende-lo, em outros lugares também, como naquele dia que fomos descer
por trás do ônibus, para não pagar a condução; E só o Pastel conseguiu descer
do ônibus, Onde ficou eu o Dú e o Gel Testa, ainda dentro do ônibus, o cobrador
veio e deu um soco no rosto do Dú, eu fui como um touro para cima do cobrador,
dando um monte de soco nele e o Gel Testa me ajudando a bater também no
cobrador; Eu e o Gel Testa no mó pau com o cobrador e o Dú lá com a mão no
rosto, como uma criança que havia apanhado do pai, até que o cobrador se safou
das nossas mãos, correu até a sua mochila que estava no assento dele e sacou
uma Peixeira e veio na nossa direção, eu me pendurei no corrimão e fiquei
tentando me defender com os pés; para a minha sorte o pessoal que estavam
sentados nos bancos de trás do ônibus, correram para frente, pulando os bancos
e girando a catraca, sendo assim preocupando o cobrador, que voltara a sua
atenção para eles, me esquecendo um pouco e me dando tempo de pegar uma
vassoura que estava no canto do ônibus, para eu poder me defender. E durante
todo este período o ônibus já estava parado no meio da rua e para a nossa
sorte, um carro de polícia parou e entrou no ônibus, acalmando o cobrador e nos
deixando explicar, explicar nada mentindo mesmo descaradamente, que não
estávamos com o rapaz que havia descido por trás, e para a nossa sorte
novamente eu tinha três passes comigo no bolço, que deu para pagar a minha
condução a do Gel Testa e a do Dú. Foi um sufoco. Eu podia ter morrido aquele
dia e foi defendendo o Dú, se ele ficar com a Kelly, eu não posso fazer nada,
eu tenho mais e que os apoiar, por que eu não vou bater nele.
Neste exato
momento um grupo com mais ou menos uns 20 rapazes entram na festa, apontando
para o Dib e seus amigos.
O Dib olha e
reconhece alguns deles, principalmente o da frente, que não tinha os três
dentes da frente, que tinha sido o próprio Dib que os tinha quebrados, com um
soco, naquela briga onde ele se vingou deles por terem batido no Necrop`s e no
Carlinhos na Vênus, ele deixou os dois malsão.
Antes que o Dib conseguisse
se defender, três vão para cima dele, um pulou e puxou a jaqueta dele para
frente e para baixo, impedindo que ele enxergasse alguma coisa, enquanto os
outros dois, davam chutes e socos nele, quando o resto da turma começou a ir
para cima dele e seus colegas vendo aquela cena, entram na briga para ajuda-lo,
afinal de contas o lema deles era “eu te defendo você me defende”.
Começa um grande
quebra pau, coisa feia porrada para todo lado.
Dib começa a
socar o que estava segurando a sua jaqueta e consegue se soltar, ficando mano a
mano com três, mas agora batendo também, mais batendo do que apanhando, até que
ele leva uma rasteira e cai, mas como um gato se levanta rapidamente; pois ele
sabia que, se ele ficasse no chão era o seu fim, esses covardes eram como
leões, que quando sua caça cai todos atacam.
Neste exato
momento, o pai da menina dona da festa, aparece na porta dos fundos da casa,
dando um tiro para o alto, fazendo com que todos parassem de brigar, e o homem
diz.
- Isto que vocês
chamam de festa? Então acabou a festa de vocês, todos para fora, acabou a
festa.
Como a festa era
no quintal dos fundos, todos se espremem para saírem, por um corredor que dava
acesso a rua, causando um grande tumulto.
E a briga
continua na rua, só que agora não era mais na mão livre, eram pedradas e
pauladas, fazendo com que todos corressem uns para um lado e outros para o
outro lado, atiravam pedaços de pau e pedras.
Até que alguém
chamou a polícia e todos fugiram.
Os Master correm
pelas ruas e becos do Parque Peruche, até chegarem na rua deles.
Chegando na rua
eles se soltam na calçada da casa do Lu e dão muitas risadas e comentam sobre a
briga.
- Eu dei muitos
chutes em um cara que caiu no chão. (fala o Tuco).
- Foram três
para cima do Dib. (fala o Juca).
- Você está bem
Dib? (pergunta o Lu).
- Estou, só um
pouco avermelhado devido as porradas que tomei.
- Se nós não
estivéssemos lá, eles tinham te matado de porrada. (fala o Leco).
- Cadê o Dú a
Kelly e o Gel e a Holiana? (pergunta o Dib).
- Eles devem de
ter ido para o outro lado, por que eu não os vi na briga. (responde o Lu).
Dib olha para os
seus amigos e nota que todos estão acompanhados, menos ele e o ED.
O Tuco com a
Carla, o Leco com a Cris, o Juca com a Cibele, o Lu com a Vaninha, o Ed não
estava com ninguém também mas estava numa conversa entretida com as suas outras
primas.
Aquela cena não
era muito boa para ele e diz.
- Vou para casa,
tive um dia muito cansativo hoje, vou descansar um pouco, estou cansado
fisicamente, emocionalmente é o coração dói também. Falou galera.
O pessoal diz,
fica mais um pouco aí.
- Não, quero ir
para casa. E ele vai embora.
O Juca olha seu
amigo indo embora, desolado e comenta.
- Ele ficou
chateado por que a Kelly desmanchou dele, também.
- Também por
que? (Pergunta a Vaninha)
- Ele estava
namorando comigo e com a Kelly ao mesmo tempo é bem feito para ele, cachorro.
Era por isso que alguns dias eu ficava esperando por ele e ele não
aparecia.
O Leco se
sentindo no dever de defender o amigo diz.
- E o que você
fez com ele também, você acha justo? Desmancha dele e fica com o amigo dele na
cara dele.
O Tuco, Leco e o
Juca dirigem a palavra par o Lu e dizem.
- Você também
não está certo não Lu.
- Olha o cara
ficou arrasado, perdeu três namorada em um único dia, quer dizer, uma
ele ainda tem que terminar, e isso vai ser só na Segunda-feira.
- Três!!!! Ele
tinha três namoradas? E vocês ainda estão achando ruim, por que eu terminei
dele, ele é três vezes cachorro.
Eles mudam de
assunto.
Dib chega na sua
casa, que estava, muito silenciosa, pelo motivo do seu primo ter ido dormir na
casa da irmã, não iria ter inferno na casa hoje e assim deixando toda a família
dormirem sossegados.
Ele sobe para o
seu quarto, tira a roupa, ficando só de cueca e se deita, estava muito cansado,
fisicamente e emocionalmente.
Mas como num
estalo, ele ouve vozes passando pela rua e as reconhece.
Eram o Dú a
Kelly o Gel e a Holiana. Ele se levanta e vai até a janela e através da
abertura ele olha e vê o Dú e a Kelly abraçados, descendo em direção a casa
dela, que era no fim da rua.
Desta vez ele
sente o coração apertar as pernas bambearem, que teve de soltar o corpo apoiado
na parede, deixando escorregar até o chão e a lágrima inevitável escorre pelo
rosto e ele chora como uma criança de soluçar. O seu pai não se incomodava com
choro e continuava a roncar, com o seu radinho de pilha próximo do seu ouvido,
que tocava uma música sertaneja.
Ele se deita na
cama pensando que com a sua canseira iria ser fácil dormir, e iria ser mais
fácil esquecer, mas ele estava enganado, e não conseguia dormir por que não
parava de pensar no tinha acabado de ver. E imaginava o Dú beijando a Kelly, e
ela o convidando para entrar na sua casa onde eles fariam amor, isso ficava
martelando na sua cabeça a noite inteira, até que sem perceber ele adormeceu as
três da manhã.
- Pow,
pow, pow.
- O que isso?
Que barulho? Em rio que tem Piranha, Jacaré nada de costa, hoje vai dar jacaré
na cabeça, que horas são vou anotar esses números.
Grita o pai do
Dib, procurando uma caneta.
Dib se levanta e
vai até a janela, estavam o Tuco o Leco e Lu atacando pedra na janela, ele abre
a janela.
- Acorda homem
árvore! Eles riem.
- Vai! vamos lá
no Binho. Diz o Leco.
- Esqueceu? hoje
não sou eu que se atrasei. Diz o Lu rindo.
- Caramba é
verdade, vichi se o Lu já está aqui me chamando, nem sei que horas são e tinha
esquecido, calma aí vou me trocar e já desço rápido.
Ele se troca e o
seu pai diz.
- Devagar e
sempre.
Ele balança a
cabeça, calça o tênis, escova os dentes, sai tomando um copo de leite com
chocolate.
- Pronto! Diz
ele.
- Pegou o skate?
Pergunta o Tuco.
- Não.
- Então pega, nó
vamos de skate até a casa do Binho, nós vamos pela Avenida Engenheiro Caetano.
- Ok.
Ele pega os
skates e descem a rua a toda velocidade até o final na valeta, eles pegam os
skates e passando pelo Aro de basquete, eles jogam os skates no chão e como
sempre pulam para tentarem alcançar o aro.
- Aí estou com o
corpo frio ainda. Reclama o Dib.
- Aí estou com o
corpo frio ainda, sou um homem árvore. Retruca o Tuco.
Eles dão
risadas, pegam os skates e passam pela avenida.
- Pera aí não
vai ter jeito, vou ter que mijar que acordei só escovei os dentes nem mijei. E
foi só um começar que todos vão atras e os quatro estavam mijando na viela,
quando quem aparece.
- Não acredito!
grita as duas senhoras.
- Vocês não têm
casa não? Parece que só vive aqui. Fala a outra senhora.
Eles correm
vestindo as calças e montando nos Skates já na Avenida.
- Putz nós vamos
ter que remar até o bairro da Água fria, nem ferrando vou pegar rabeira em
ônibus. Reclama o Tuco.
Eles esperam um
ponto de ônibus, quando o ônibus para, eles se seguram no para-choque de trás
do ônibus, o veículo parte e eles pegam carona segurando no para-choque, que
vai cada vez mais rápido, eles se seguram com força, o ônibus para em outros
pontos de ônibus diminuindo a velocidade e parando nos semáforos, quando o
ônibus estava chegando na região do Mandaqui e freando para parar no semáforo,
o skate do Dib e do Leco travam em um buraco de bueiro no chão e os dois se
esborracham no chão, o asfalto estava quente e eles vão
deslizando Para a sorte deles os outros carros estavam parando para
obedecer ao farol vermelho e conseguem frear sem atropelar eles. Os dois ficam
reclamando de dor no chão, o Tuco e o Lu voltam até onde os amigos haviam
caído.
- E aí vocês
estão bem? pergunta Lu.
O Dib e o Leco
olham para ele, e olham em volta onde algumas pessoas riam e outros estavam
preocupadas, eles olham para o Tuco que começa a rir e todos eles dão risadas,
se levantam rindo e as pessoas em volta dão de ombro.
- Dá para
continuar? Não estamos tão longe agora. Fala o Lu.
- Sim estou de
boa. fala o Leco.
- Eu também falo
o Dib.
Assim eles
continuam a caminhada.
- Agora é só
subir essa ladeira. Fala o Lu.
- Ah! Eu que não
vou subir isso andando, vou esperar outro ônibus. Fala o Tuco.
O Dib e o Leco
se olham.
- E aí? Pergunta
o Lu.
- Vamos
nessa. fala o Leco rindo.
O Dib dá de
ombros.
Um ônibus para no
farol, eles seguram no para-choque e pegam outra carona para subirem a Av. Água
fria, chegando no fim da Avenida.
- Pronto agora
falta pouco é só a gente descer a rua depois do Hospital presidente, acho que
vamos entrar a esquerda e depois a direita, ele falou que vai ter um aro de
basquete em uma praça, um terreno a casa dele fica no outro lado.
- Chegando na
rua, eles avistam uns meninos brincando no aro de basquete e perguntam para
eles.
- Vocês sabem
onde mora o Binho? Pergunta o Lu.
- Ele é meu
irmão. Responde um dos meninos que aparentava ter 9 anos de idade.
- Legal
conseguimos, você pode chamar ele para a gente?
O menino faz que
sim com a cabeça e pede que eles o acompanhem, eles vão atrás do menino que
chama o irmão.
- A gente pode
beber água nessa torneira? Pergunta o Dib.
O menino diz que
sim com a cabeça.
O Dib abre a
torneira e bebe um pouco de água, faz copinho juntando as duas mãos e molha os
ralados do tombo, e faz uma cara de dor.
- Aí ardeu. Diz
o Dib.
- Aí ardeu.
Retruca o Tuco.
Dib xinga o
Tuco.
O Leco faz o
mesmo, lava os relados fazendo a mesma cara feia de dor.
Tuco e o Lú, só
bebem a água e lava as mãos
O Binho aparece
na porta.
- Que bagunça é
essa? Fala ele rindo.
- Entrem aí!
Eles entram
enxugando as mãos na roupa.
- Olha quem está
aí, quem é vivo sempre aparece. Fala o Tinho.
- Pô japonês!
Está parecendo a minha avó falando provérbios. Diz o Dib rindo.
E eles dão
risadas.
- Posso andar no
skate de vocês? pergunta o irmão do Binho.
- Sim claro, mas
você sabe andar? Pergunta o Leco.
- Sim, estou
apreendendo. Responde ele.
- Ok, mas não
vai se machucar. Diz o Leco.
- Posso pegar
mais um para o meu amigo. Pergunta ele.
E o Dib só
estica o braço e entrega o outro skate para ele.
O Menino pega os
skates com muita alegria e sai para a rua.
- Entrem, venha
conhecer o meu cafofo.
O Binho mostra
onde ficava a mesa de desenho dele, haviam folhas e mais folhas de desenhos, os
rapazes pegam os desenhos um por um e observam, até que o Tuco reconhece uma
letra.
- Essa letra
aqui você fez na pista de skate ZN, eu lembro dessa, reconheceria essa letra em
qualquer lugar.
O Binho diz que
sim balançando a cabeça.
- Toma pega
esses desenhos para vocês, eu tenho cópias.
O Leco pega-os
desenhos e segura na mão e fica olhando, o Dib dá uma olhada por cima do ombro
do Lú que não era muito alto.
- E aquele aro
de basquete lá fora? Pergunta o Leco.
- Vamos lá
brincar. Fala o Binho.
Eles vão até o
aro, o Binho pede a bola de basquete dos meninos emprestada e joga para o Leco.
Que testa o aro e enterra a bola no cesto.
- Uauu !!
exclama a molecada.
O Leco ri, pega
a bola e arremessa de longe acertando novamente o aro.
- O que é você é
profissional, nem vou brincar com vocês, se é doido. Diz o Binho.
Eles ficam ali
trocando ideia, o Binho comenta que a casa no alto pertencia a um dos
integrantes da Banda Anjos do Beco.
- Nós já fomos
em um show deles lá no Anhembi né Dib. Comenta o Leco
O Dib concorda
balançando a cabeça.
Uma saveiro para
perto deles e irmão do Binho e o Amiguinho dele pulam da caçamba segurando o
skate na rua e entrega para o Leco e para o Dib, agradecendo.
- Agora a gente
tem que ir na casa do Speto, ele mora perto da gente também, mundo pequeno.
Comenta ao Lu.
- Ele mora perto
de Santana. Acrescenta o Tinho.
- Vamos nessa
galera. Fala o Tuco.
- IH! Já que ir
mulherar. Zoa o Leco.
- Já quer ir ver
a Zoiuda. Diz o Dib e Ri.
- Tá certo vamos
nessa então. Fala o Lu.
- Espera aí,
deixa ver se o meu amigo deixa vocês lá embaixo na Engenheiro pelo menos. Diz o
Binho.
- Ai sim! Diz o
Tuco.
O Binho fala com
o amigo que concorda eles sobem na caçamba da Pick-up Saveiro.
Eles agradecem
ao Binho pegam os skates e seguem os seus caminhos.
O carro o deixa
na Avenida eles pulam da caçamba em cima dos skates agradecendo, e remam os
skates sentido ao Imirim.
Já perto da casa
deles, eles param em um Bar, estavam todos suados de tanto remar os skates e
pedem refrigerantes de Tubaína para cada um, o Tuco bebe a dele e pede mais
outra.
- Vichi você vai
explodir. Diz o Leco.
- É, vou mesmo.
Diz o Tuco soltando um Arroto.
Eles dão risada.
O Ed chega na
rua com uma amiga muito bonita e diz.
- Ae galera essa
é a minha amiga fotografa, que falei, vamos fazer aquelas fotos? Os rapazes
estavam mais interessados na beleza da moça, mas concordavam balançando a
cabeça.
Eles saem pela
cidade e vão até alguns locais acessíveis, onde havia grafite deles, com eles
fazendo poses na frente.
- O Dib e o Lu
ficam fazendo poses de modelinho. Zoa o Tuco.
- Você é chato
pra caralho meu! Grita o Dib.
O Dib se irrita
e tira os restantes das fotos de costa ou de boné e de óculos escuro, com uma
cara amarrada.
- Eu queria
fazer umas fotos de vocês, em ação. Fala a moço.
Os rapazes
hipnotizados pela beleza da moça, balançavam a cabeça e concordavam.
- Então vamos
fazer um grafite naquele muro perto do aro de basquete hoje à noite, você pode
vir a noite?
- Sim posso.
- Então
combinado depois que todo mundo mulherar, a gente se encontra aqui e novo a
noite.
A moça acha
engraçado a palavra Mulherar.
Todos concordam.
Assim a noite
depois de todos terem namorado, eles se encontram no ponto de sempre em frente
à casa do Lu.
A Moça volta com
a máquina fotográfica, junto com o Ed.
Eles Juntam
todos os materiais os desenhos as tintas, levam um rádio abastecido com pilhas
e vão até o final da rua em sentido a vielinha.
Eles começam a
desenhar no muro, enquanto a moça fazia umas fotos.
O Tuco coloca o
rádio para tocar, como sempre ele coloca uma fita cassete dos Biestie boys
enquanto pintavam o muro.
Quando a fita
começa a tocar a segunda música o Tuco se empolga e aumenta o volume, o Vizinho
da casa em frente começa reclamar e o Tuco o xinga e manda ele calar a boca e
aumenta ainda mais o rádio. Assim eles estão lá pintando grafite todos
despreocupados, do nada aparece vários carros de polícia, veio um pela rua de
baixo o outro por cima e alguns policiais aparecerem a pé pela Vielinha.
- Encostem na
parede todos vocês.
Os seis encostam
na parede e os policiais os revistam.
A moça se afasta
um pouco.
- Quem foi que
mandou o nosso Capitão tomar naquele lugar.
O senhor da casa
de onde o Tuco havia xingado veem até o Tuco e aponta para ele dizendo.
- Foi esse aqui.
O policial dá um
tapa na orelha do Tuco, que fica com o ouvido zumbindo.
- E agora
garoto, quem você mandou tomar naquele lugar?
O Tuco fica com cara
de besta.
- E quem
autorizou vocês a fazerem esta pichação aqui? Pergunta o Policial.
Eles ficam todos
quietos.
- Ninguém vai
falar nada, vamos levar todos para a delegacia então, já que não está
autorizado.
- Desliguem esse
rádio. Diz o capitão que pega o rádio e joga com tudo no chão, que espatifa
expirando para todos os lados e as pilhas voa longe.
Faz-se um
silêncio.
- E quem é essa
moça, que está tirando fotos.
A moça se
aproxima e se identifica.
- Eu sou
jornalista, senhor. Diz ela mostrando um crachá.
- Jornalista?
Pergunta o Coronel.
Que analisa a
sua volta, onde a vizinhança assistia o que acontecia devido ao barulho e pela
quantidade de carros de polícia.
O Coronel grita.
- Muito bem, eu
não vou mandar prender vocês, mas some daqui antes que eu mude ideia e mande
prender vocês.
Eles pegam
o que pode e correm em direção a casa do Lu, onde eles sobem para a laje de
onde ficam observando a polícia ir embora.
A moça sobe
junto.
- Caramba Tuco,
porque você tinha que xingar o velho? Fala o Juca.
- Eu vou lá
saber que o cara era capitão da Polícia.
- Puta falta de
sorte, perdemos um monte de Sprays. Fala o Ed.
- Meu irmão vai
me matar a hora que ele ver que quebrei um dos rádios dele. Fala o Lu.
- Eu fiz umas
fotos maravilhosas, adorei. Diz a moça.
Todos olham para
ela.
- Você é
jornalista mesmo? Pergunta o Tuco.
- Sim, sou.
- Agradece ela
Tuco, por causa dela não fomos presos pela sua boca grande. Fala o Lu.
- Ah tá agora a
culpa foi só minha.
- Quem xingou o
senhor foi você. Fala o Leco.
- Valeu moça, me
desculpe por alguma coisa. Fala o Dib para ela se desculpando no lugar do Tuco,
porque ele nunca iria pedir desculpas.
- Tudo bem, eu
adorei, me deu medo, no começo e depois um frio na barriga, mas foi bastante
produtivo, eu vou ficar com algumas dessas fotos para mim, como fotos
jornalísticas, e depois que eu revelar as outras eu mando pelo ED.
Eles concordam a
moça se despede e vai embora com o ED.
Os rapazes a
observam ir embora na rua de cima da laje.
- Que gata. Fala
o Leco.
Eles ficam em
silêncio, refletindo sobre o que tinha acontecido, sem muita conversa entre
eles.
Até o silêncio
se interrompido, por uma frase.
- Tuco você é
muito sem noção. Fala o Lu.
- E você é um
veio rabugento. Responde ele para o Lu.
- É mais não foi
eu que tomei um tapão na orelha, o seu ouvido deve de estar zumbindo até agora.
Fala o Lu rindo.
- Eu vou dar um
na sua orelha para você ver. Fala ele indo para cima do Lu.
- Para as duas.
Fala o Leco entrando no meio dos dois.
- Ah! Eu vou
embora Chefe da Master. Fala o Tuco descendo as escadas e indo embora.
- Falou sem
noção. Grita o Lu para o Tuco indo embora que mostra o dedo do meio para ele.
- Nós demos
muita sorte hoje, se não fosse aquela gata estávamos ferrados, por causa do seu
irmão. Fala o Lu para o Leco.
O Leco só
concorda balançando a cabeça
E cada um vai
para a sua casa.
A LEITURA DAS
CARTAS.
Ele é acordado
com a sua avó puxando o seu pé. As 08:30 da manhã.
- Vamos levanta
você prometeu que iria comigo na tia Teresa, uma andorinha sozinha não faz
verão, vai levanta!
Ele sabia que a
sua avó não iria deixa-lo dormir mais e se levanta com os olhos todo vermelho,
se troca com muita preguiça, lava o rosto, amarra o cabelo. O seu café já
estava em uma caneca que a avó havia colocado, para irem mais rápido e assim
eles vão em direção ao ponto de ônibus, não demora muito, ele e avó embarcam em
direção a casa da tia Teresa, que era irmã da sua avó, ela morava na
Casa Verde e andava muito doente, ela vivia com a sua neta, Valquíria de 25
anos que só vivia aprontando também, ela era muito bonita, loira dos olhos
azuis e um corpo escultural, parecia atriz de novela ou de filme antigo, como a
Greta Garbo e o seu charme.
Quando o ônibus
já estava na Casa Verde, subiram três senhores, que se sentaram nos bancos ao
lado do Dib e de sua avó e começaram a conversar muito alto, eles
deviam de ser surdo, porque falavam muito alto e sendo assim, todo mundo que
estava no ônibus escutava a conversa deles com clareza.
- Vocês virão
que briga noites atrás na festa da filha do seu Antônio, disseram que saiu até
tiro. (um dos senhores comentou)
Dib percebeu que
eles falavam da briga dele de noite passadas e prestou mais atenção no que eles
conversavam.
- Seu Antônio
deu um tiro para o alto para pararem de brigar dentro da festa, mas quando os
briguentos saíram para a rua a briga continuou, com pauladas e pedradas para
todo lado, um espancando o outro. A frente da minha casa ficou toda cheia de
pedras e pedaços de paus que os vândalos arrancaram das cercas das arvores.
(conta o senhor que estava sentado no banco sozinho)
- Aqueles
marginais, quebraram toda a cerca da minha arvore que está nascendo, para
pegarem as ripas para bater um no outro. (xinga o senhor que estava sentado na
janela)
- O que vai ser
deste mundo, do jeito que as nossas crianças vão indo, se matando entre eles,
por qualquer motivo. (o senhor que estava sentado no corredor se lamenta)
A avó dele entra
na conversa.
- No nosso tempo
não tinha nada disso né, os rapazes eram educados e cavalheiros, a culpa e da
educação de hoje em dia que não presta e a televisão que só passa indecência,
filmes de guerra, mortes e as meninas aparecem quase nuas na televisão, este
mundo está perdido, em terra de cego que tem um olho é rei. Por isso que eu
tento dar um pouco de educação para este meu neto, para ver se ele se torne
alguém na vida, porque o seguro morreu de velho.
Um dos senhores
vira para o Dib e o aconselha.
- Não ande com
má companhia, antes só do que mal acompanhado, eles podem te envolver em uma
briga como nesta de ontem e você pode acabar morto, por um motivo banal.
Com uma cara de
pau tremenda o Dib responde para o senhor, mas antes ele pensa. – Porque todos
os idosos falam por paráfrases e ditados.
- Não, eu não
fico aí andando pela rua, arrumando confusão não, eu sou muito caseiro, fico em
casa vendo televisão.
Sua avó o olha
com repreensão, mas é comenta baixinho.
- Quem não te
conhece que te compra.
Por que naquele
momento ele se levanta para puxar a cordinha da sinalefa para avisar o
motorista que seu ponto era o próximo. O ônibus para eles se despede dos
senhores e descem quase em frente à casa da tia Teresa, voltam quatro casas e
apertão a campainha e esperam.
A tia Teresa aparece
no vitrô da porta de vidro.
- É você Amélia?
Entra a porta está aberta.
Havia ali uma
pequena escada com dez degraus e a avó dele tinha dificuldades para subir
escadas, devido a sua idade e com paciência ele a ajuda a subir os degraus, um
por um.
Ela sobe e
reclama de dores no corredor que dava acesso a casa, uma casa de quatro
cômodos, com uma cozinha estreita por onde dava acesso a sala onde havia muitos
moveis aglomerados, havia ali dois armários de cozinha, uma mesa, uma estante,
diversos objetos e uma cama, que era do pai da Valquíria, que morrera a 4 anos
atrás e a Tia Teresa não se desfazia da cama do seu filho, ela a mantinha
sempre arrumada, com lençol, cobertor e até um travesseiro, como se ele
dormisse ali ainda, geralmente as visitas a usavam como sofá, por que ali no
meio de tantos moveis não tinha sofá.
- Amélia o que
lhe traz aqui tão cedo? (pergunta a Tia Teresa beijando a irmã).
- Eu vim lhe
fazer uma visita e te pedir para benzer este menino, para ver se a vida dele
vai para a frente, porque não pode gritar a sua felicidade, pois a inveja tem
sono leve.
Essa foi boa
Amélia, mas você está falando deste menino lindo aqui é, ele está tendo algum
problema? (beijando o também ela pergunta)
- Não julgue o
livro pela capa o hábito faz o Monge.
- Você e os seus
ditados Amélia, eu vou benze-lo e abrir as cartas para ele, e iremos ver o
futuro dele.
A tia Teresa era
uma benzedeira muito conhecida, várias pessoas a procuravam para se benzerem e
ver o seu futuro, vinham muitos famosos procurarem por ela, para se
consultarem.
- Vai lá dentro
do meu quarto menino e pega duas velas e o baralho, que estão em cima da
máquina de costura.
Ele entra no
quarto que era igual ao outro cômodo com moveis aglomerados, tinha dois
guarda-roupas uma máquina de costura, mais algumas bugigangas e duas camas de
casal, uma colada na outra tirando todo o espaço do quarto e uma loira dormindo
em cima de uma delas.
- Loira!!!( Era
a Valquíria que estava ali dormindo)
Ela era linda e
estava ali dormindo só de calcinha e uma camiseta velha, os seus cachos
dourados, cobria todo o travesseiro, ela dormia de lado como uma
criança, o que dava um volume no bumbum, empinado para cima, dando
mais volume no panorama, a calcinha rosa estava toda enrolada no rego da moça,
deixando assim amostra um volume e as suas partes intimas, era um
panorâmico belo de uma linda loira, para mais de metro, aquela pele bronzeada,
dourado queimada de sol, o que dava contraste nos seus pelinhos loirinhos, que
refletiam com a luz que entrava pela janela.
- Que visão
maravilhosa estou vendo todo o meu futuro agora, vejo a luz no final do túnel.
(Pensa o Dib)
Ele ficou ali
estático, imóvel, só admirando aquela obra prima da natureza, esquecendo o que
havia ido fazer lá no quarto, enquanto o tempo passava.
Até o seu
transe ser interrompido pela sua Tia, que gritou.
- Achou!!!
- Ahhhh?
Ele volta sem o
baralho e sem as velas para a sala ainda meio atordoado.
- Cadê o
baralho? (sua tia pergunta)
- Esqueci,
não... não esqueci, não o encontrei.
- Está em cima da
máquina de costura dá mais uma olhada, vê se não o encontra ao lado do
vaso, e toma cuidado para não acordar a bela adormecida, ela chegou tarde da
noite, quase de manhã e agora fica aí dormindo o dia inteiro, só na vida boa e
vidão, você acredita Amélia.
- Esse aí também
não é diferente não, as vezes nem dorme em casa mais, essa juventude de hoje,
tá pior que benzer com uma reza mal rezada.
A avó olha para
ele e faz uma cara brava.
- Vai menino,
não fica aí com essa cara de quem comeu e não gostou, vai ela buscar o baralho,
logo!
- Ah! Sim, é
mesmo, vou procurar e tomar cuidado para não acorda-la.
Ele volta para
dentro do quarto, não resistindo e já olhando para aquele objeto de desejo,
anda até a máquina de costura pega o baralho e as velas, tudo isso sem tirar os
olhos daquele corpo maravilhoso, ele fica ali parado por mais um
tempo admirando, e esquece de voltar, fica hipnotizado, não piscando e até
chegando a esquecer de respirar.
- Achou!! Grita
a Tia .
A Moça se mexe
na cama, como se fosse acordar, ele engasga e sai desorientado. Já
na sala.
- Está aqui Tia,
é este baralho e o castiçal?
- Castiçal?
Estranha a tia
Ele balança a
cabeça.
- Quiz dizer o
baralho e a vela.
- Ah!! Sim, isso.
Diz ele.
- Eu vou
benze-lo primeiro para espantar todo o mau do seu corpo, deixando o purificado,
melhor para ler o seu destino.
Com uma folha de
arruda afogada em água benta e sal grosso ela passa pelo corpo do Dib orando e
dizendo algumas palavras.
- Pronto agora
eu vou abrir as cartas.
- Tia eu não
quero saber do meu futuro não, por que se for bom eu posso me acomodar na vida
e mudar o meu destino e se for ruim eu vou ficar ansioso e preocupado antes da
hora, prefiro deixar acontecer.
- Está bom, você
está certo, mas eu já abri as cartas agora eu tenho de ler se não o seu destino
fica preso e não lhe traz boa sorte. Eu vou fazer o seguinte, leio o seu futuro
e conto para a sua avó, se ela quiser lhe contar as coisas boas depois ela te
conta, agora as coisas ruins ficam entre vocês resolverem está bem?
- Está bem.
(lido o futuro dele ele se senta em uma cadeira perto da entrada do quarto de
onde pelo o vão da porta aberta observava a sua prima dormir, enquanto a sua
Tia contava para a sua avó o que tinha visto nas cartas)
- Pronto já
contei para ela tudo.
Quando o Dib
olha para a sua avó e a vê chorando, ele estava tão entretido com a prima que
não percebera quando a avó começara a chorar.
- Por que você
está chorando vó?
- Não é nada
não, vamos embora, não adianta chorar pelo leite derramado.
A avó meia
desnorteada pelo o que ouvira das cartas que a irmã lera do neto, se despede de
longe da irmã e sai rapidamente.
Mas antes de
descer as escadas ela para olha para a irmã e diz.
- O homem é
senhor do que pensa e escravo do que diz. Ela aponta para o céu e termina de
descer os degraus.
O Dib se despede
da Tia e corre atrás da avó.
- Calma ai
nestes degraus aí!
A velhinha desce
os degraus tão rápido, como se tivesse trinta anos ainda.
No ponto de
ônibus o Dib insiste de novo.
- O que foi vó?
o que saiu nas cartas de tão grave assim, conta para mim.
- É você tinha
razão, nem sempre é bom ver o futuro. Não deixe para amanhã o você pode fazer
hoje, Ué! não era você que não queria saber do futuro, por que está me
perguntando agora? O futuro só a Deus pertence.
- Olha só o
estado que a senhora se encontra, está me assustando, conta uma parte pelo
menos para mim.
- Ela falou, que
mulheres morenas só vai lhe fazer sofrer e as loiras te trarão mais sorte no
amor. Não se faz omelete sem quebrar os ovos.
O Dib pensa
sozinho. _ É mesmo, tem sentido as três últimas eram morenas e deu no que deu é
quem sabe ela não tenha razão.
- Mas não é por
isso que a senhora está chorando, é?
- Não, cada um
sabe onde lhe aperta o sapato
- Então me conta
por que?
- Ela leu nas
cartas para você tomar muito cuidado com a traição, porque nem Jesus Cristo
escapou da traição, tome cuidado com as suas costas nunca dê a costa para seus
inimigos, ou eles tirarão proveito disso te fazendo muito mal, quando a emola é
demais o santo desconfia.
Ele percebe que
a avó estava lhe escondendo alguma coisa ainda, mas não insiste.
- Ah é só isso,
pode deixar eu tomo cuidado.
O ônibus chega,
eles embarcam e continuam conversando dentro do ônibus.
- Melhorou vó?
- Mais ou menos,
devagar se chega longe.
- Não se
preocupa, não vai acontecer nada comigo. (ele abraça a avó e dá um beijo nela)
E os dois seguem
viagem pensativos.
A avó pensando
que não lhe tinha contado toda a verdade e ele pensando na tatuagem que iria fazer
ainda hoje.
Chegando em casa
não se aguentando de ansiedade, nem entram em casa.
- Tchau vó,
estou indo na casa do Lu.
A avó entra
desolada, andando bem devagarinho e chorando novamente.
- Há males que
vem para o bem.
O Dib corre para
a casa do Lu.
A Reportagem
Chegando na casa
do Lu, ele se depara com um carro de reportagem estacionado em frente à casa do
Lu.
Ele chama o Lu,
mas quem atende é o Tuco.
- O repórter da
“Folha da Tarde” está aí, ele vai fazer uma reportagem com a gente e a tarde a
repórter da revista “Isto É” vai fazer outra entrevista com a gente também.
Onde que você estava? - Já fui te chamar duas vezes e não tinha ninguém na sua
casa.
Dib explica para
o Tuco que tinha saído com a sua avó enquanto entrava na casa do Lu, ele
cumprimenta o repórter e se senta em um banquinho perto da mesa e fica ouvindo
o repórter entrevistar o pessoal.
O repórter
pergunta.
- Como vocês
começaram a grafitar ?
- Nós assistimos
um filme de break e grafite onde o grafiteiro morre no final do filme, eletrocutado
lutando com um pichador que estragava os seus murais. (responde o Lu)
- Nós nos
identificamos muito com aquilo na hora, tudo o que acontece no filme e
decidimos grafitar. (complementa o Tuco)
- Onde vocês
aprenderam a desenhar e de onde vem a habilidade da lata de spray e da tinta
látex?
- Alguns de nós
antigamente éramos pichadores, como o Dib o ED jr, que pichava
Track´s, eu o Tuco e o Leco, que pichava DRL com o Dib e o Juca que também
pichava Apaches com o Dib, bem todos nós éramos pichadores e é daí que vem a
habilidade com a lata de spray , desenhar.., nós treinamos muito, as vezes
varamos a noite desenhando e o Binho e o Speto nos ajudaram também, nos deram
alguns toques de desenhos e os Gêmeos nos deu alguns toques de como usar melhor
o spray.
- Vocês são
seis; já foram em um número maior? Pergunta o reporter.
- Sim tinha mais
gente, o Edinho e o Estevam e o CDP, mas era muita gente e não dava muito
certo, acontecia muitas brigas, ainda acontece as brigas, mas antigamente era
pior e eles acabaram saindo.
- Seus nomes de
guerra são? Dib, Lu, Tuco, Leco, Juca e ED jr. - A idade média de vocês são de
17 a 20 anos. - Vocês disseram que erram pichadores, nunca estiveram em uma
situação complicada ou perigosa?
Tuco conta uma
história que aconteceu com ele.
- Uma vez eu
estava pichando o portão da escola, com um pincel atômico, e a polícia me pegou
em flagrante eles me fizeram tirar a camisa ir até o posto de gasolina, pedir
para o frentista, encharcar a camiseta com álcool, voltar no portão e limpar o
que eu tinha feito. O policial não se sentindo satisfeito queria que eu tirasse
a calça também e fizesse a mesma coisa com ela, mas desta vez ele queria que eu
limpasse o portão inteiro, mas ele deixou pra lá, ele só queria me assustar.
- Mas ninguém
tem mais história? (pergunta o repórter)
O Dib conta uma
história também.
Que: Certa
noite, ele mais quatro integrantes dos Bicudos, dois dos Goforit e um do
Raio-x, um dos Mal`s e um dos Kaduk`s, que eram turmas de pichadores, foram
juntos pichar o topo de um prédio que estava em construção quase pronto, na
avenida Imirim. Pichando o prédio todo até a caixa d`água, onde ele explica que
o Chineca um dos Bicudos`s o ajudou e ficou segurando as suas pernas enquanto
ele ficava com metade do corpo debruçado para fora do prédio, para poder fazer
maior o picho.
De
repente eles escutaram sirenes de Polícia e vários carros de
polícia já estavam parados na porta do prédio, para pega-los. Eles tentaram
fugir e desceram correndo pelas escadas do prédio no escuro e tentaram fugir
pulando em um posto de gasolina, que ficava vizinho ao prédio, dois do grupo
tentam fugir pelo telhado dos fundos do posto, mas acabam afundando no telhado
e caindo dentro da oficina do posto, os outros oito incluindo o Dib, pulam para
a lava rápido do posto de gasolina e saem correndo para a rua, mas a polícia já
estava esperando por eles ali e dão vários tiros para o alto para que não
tentassem fugir. O Dib havia sido o último a pular e não tinha corrido para a
rua ainda, vendo os seus companheiros sendo presos, olha para dentro do lava
rápido e observa que estava muito escuro, (por que o posto estava fechado), e
que ninguém o tinha visto ali parado no escuro e pensa “- Ninguém vai me ver
aqui”. e volta para dentro do lava rápido onde havia um ônibus escolar
estacionado, ele fica atrás do ônibus, mas percebe que poderiam ver as suas
pernas e se esconde em cima do Pará choque do ônibus, como o ônibus estava sem
a grade da frente do radiador ele entra dentro do motor do ônibus e fica lá
quietinho. Ele escuta quando um policial vem lavar as mãos no lava rápido do
posto, e faz um comentário.” – Deixa eu lavar as minhas mãos, tirar o sangue
desses moleques, vai saber se eles não têm alguma doença e aproveitando deixa
eu verificar e dar uma olhada por aqui, para ver se não tem mais nenhum
escondido aqui dentro”. O guarda se agacha e olha por baixo do ônibus. O Dib
respira fundo e se mantém quieto. Mas o guarda não vê nada por que o Dib estava
escondido dentro do motor justamente por isso, onde ficou horas esperando que a
polícia fosse embora. A polícia vai embora e leva os seus companheiros para a
delegacia.
Ele espera mais
um pouco, onde ele escuta uma voz, que era de o dono do posto dizer assim para
os seus seguranças.
- Se aparecer
mais algum vagabundo, por aqui mete bala, sem dó, para matar.
O Dib ouve
aquilo e sai do esconderijo o mais rápido possível e vai de encontro aos homens
que estavam no posto.
Um dos homens
grita- pega tem mais um ali. E quando eles vão chegando perto do Dib para
pega-lo. O Dib finge que desmaia por que tinha batido com a cabeça na hora de
pular para o posto e se joga no chão, coisa de filme, cena de novela, muita
cara de pau. Fazendo com que os homens se preocupassem com ele, querendo
socorre-lo ele leva-lo para o hospital.
Quando ele
percebe que iam leva-lo para o hospital ele se levanta e fala que
já estava bem melhor. Um dos homens ainda pergunta - como que o
policial não te viu? E o Dib responde na maior cara de pau. - Eu sei lá, eu
estava desmaiado não vi nada e cadê os meus amigos que estavam comigo?
- Você deu muita
sorte, eles apanharam como cachorro. O Dib finge uma cara de espanto e pergunta
- Posso ir embora? O dono do posto fala. - Ainda não vem ver o que os seus
amigos fizeram no meu telhado. Ele o acompanha até a garagem, onde o dono do
posto mostra o estrago que fizeram no telhado.
Dib coçando a
cabeça fingindo que estava doendo olha para o telhado e sente vontade de dar
risada. - O buraco era tão grande que dava para soltar um balão dali de dentro.
- Agora posso ir embora? O dono do posto responde - Ainda não, me dá o seu
endereço. Dib escreve um endereço tão garranchada que não dava nem
para ler o que estava escrito ali e se manda, sai andando pela saída do posto
andando.
- Que
história! (exclama o repórter).
O Leco também
lembra um caso de quando pichava DRL (Dib, Ró, Leco).
- A
minha experiência como pichador também foi traumático, uma vez em
1985, estávamos eu o Dib e o Ró pichando pelos lados da
santa Terezinha e de repente parou um fusca verde ao nosso
lado e dentro do carro estavam um casal, que começou a gritar com a gente dizendo:”
- Vocês vão limpar o que vocês fizeram”. – Aquele homem gritava isso e tentava
pegar algo dentro do porta luva do Fusca e a sua esposa não deixava e gritava:
“São crianças, não vou deixar você fazer isso”. Mas o homem era mais forte e
deu para ver que ele conseguiu tirar um revolver de dentro do porta luva, mas a
mulher mesmo assim agarrou na arma, dando assim tempo para que
nós fugíssemos, aproveitamos aquele vacilo e eu e o Dib corremos
para trás do Fusca, o Ró correu para o outro lado, nós corremos muito
pelas ruas do bairro Santa Terezinha e quando nós pensamos que
havíamos despistando aquele homem, nós o avistamos dobrando
a outra esquina, voltamos a rua que estávamos e quando viramos a
esquina pulamos na primeira casa que apareceu, quando pulamos não olhamos nada
só nos jogamos para dentro do quintal sem olhar, der
repente escutamos um barulho de corrente arrastando rapidamente e ouvimos
um latido muito forte, no quintal havia um cachorro enorme da raça Pastor
alemão que parecia muito bravo, ele tentou avançar em nós, nós se esprememos
entre o portão e o cachorro , que tentava nós pegar, mas a corrente não deixava
graças a Deus, ficamos ali alguns segundos que pareciam uma eternidade,
esperando o cara do Fusca passar, e aquele cachorro não parava de
latir, latia tão forte que espirrava a baba dele na gente até que o fusca
passou em alta velocidade subindo a rua e não nós viu e foi no exato momento
que o dono da casa que pulamos, percebendo que o cachorro latia
insistentemente, saiu na janela para ver o que estava acontecendo e nós avistou
no alto da sua garagem entre o portão e o cachorro e deu grito: “ O que vocês
estão fazendo ai molecada?” Eu o Dib levantamos rapidamente e tentamos pular o
portão juntos, o portão se abriu e nós dois caímos de cara no chão, doeu muito,
mas o pânico era maior e saímos correndo para o lado oposto do que o Fusca
havia passado e conseguimos fugir. Hoje nós damos risada dessa história, mas no
dia, foi apavorante.
O repórter anota
alguma coisa no seu caderninho e pergunta.
- Onde vocês
buscam inspiração?
- Nós temos
alguns livros de grafite, como o Sub Way e o Spray Can Art, dois livros
americanos e mais alguns alemães.
- O que vocês
têm para dizerem para essa molecada, que estão começando agora a pichar em vez
de grafitarem?
- Aprendam Art e
não vandalismo.
- O que é
grafitar para vocês?
- É uma forma de
se liberar, expressar a arte e de protestar, não fazemos grafite pôr esporte,
fazemos pôr amor. Uma coisa feita com alma e com o coração, é como a frase que
o Leco Diz.
- “Se grafitar
for um sonho, por favor não nos acorde”. (acrescenta o Dib)
O repórter
agradece pela entrevista e os chama para tirarem algumas fotos, para completar
a reportagem. E eles tiram várias fotos na frente do grafite de comemoração de
dois anos de existência da Master.
E o repórter faz
mais uma pergunta.
- Por que vocês
pararam de pichar e começaram com o grafite?
- Eu não pichava
tanto assim, quem pichou mais da gente foi o Dib. (explica o Lu)
E o repórter
dirige a pergunta para o Dib.
- Por que você
parou de pichar?
- Eu parei de
pichar depois que o Necrop”s morreu, eu fiquei muito mal com o que aconteceu
com ele, não conseguia dormir direito, por que sempre vinha algumas imagens de
cenas que convivemos juntos, como lugares que passamos juntos em roles de
pichação, como uma calçada longa que passamos na avenida Washiton Luís em
frente ao aeroporto. Os primeiros dias que ele morreu eu via e escutava, nos
meus sonhos coisas naquelas cenas que eram perfeitas. Como por exemplo uma
parte da calçada que estava quebrada e cheia de bitucas de cigarros e tampinhas
de refrigerante eu conseguia ouvir ele fungar o nariz do meu lado, como uma vez
que ele estava resfriado, era como um filme na minha cabeça. Eu fiquei muito
atormentado e deprimido com isso, que cheguei ir na igreja me confessar, para
ver se me aliviava um pouco aquela situação e quando contei para o Padre o
motivo por que estava me confessando ele quis me dar uma bronca chamando a
minha atenção, perguntando por que eu fazia aquilo se eu não tinha consciência
daquilo. Ele me irritou tanto que eu falei umas para ele também. Como que ele
não era Deus para me julgar, ele era um homem como eu, e que até o próprio Papa
cometeu pecados antes de ser Papa e que eu não sabia do passado dele, vai lá saber
o que ele tinha feito na vida dele, lá no passado, que o teria sido o motivo
para ele se tornar padre, matou alguém largou um grande amor, ou está foragido
de alguma coisa que fez de errado. E o padre abaixou a bola e me explicou, que
se você se arrependesse do que fizera de errado, Deus te perdoaria aliviando os
seus pecados no juízo final e mandou que eu rezasse dez Ave Marias e dez Pais
Nossos.
- Como o
Necrop”s morreu? (perguntou o repórter)
- Ele mais o The
End (Erico), foram fazer um pico. Desculpa fazer um pico é pichar em um lugar
alto, e nesse caso foi em cima de uma loja de móveis em Santana do lado do
Banco América do Sul.
- O The End
começou a pichar o seu nome, quando estava quase terminando, ele ouviu dois
tiros e ele olhou para o lado e viu o Necrop”s caindo baleado nas costas, ele
tentou fugir para não morrer também e tentou descer de cima da loja, pelas uma
banca de jornal que havia na calçada, mas a polícia o estava esperando e o
pegou. É tudo o que sabemos até aí é que ele foi baleado pelas as costa com
dois tiros certeiros, matando o na hora, não sabemos se foi a polícia ou o
segurança, que trabalhavam para os bancos que tem ali.
- Por que no
mesmo lugar uma certa vez eu fui pichar lá com um pessoal da Casa da Verde, só
que do outro lado da rua havia uns seguranças que não tínhamos visto e eles
vieram com um Fiat vermelho na nossa direção e de repente pararam do
nosso lado já com a porta aberta e um homem armado tentou descer do carro com
ele em movimento, apontando uma arma para a gente, mas para a nossa sorte o
trouxa do segurança não esperou o carro parar por completo, se
desequilibrou, tropeçou na guia e atirou para o chão e se estatelou
no chão, ainda bem que não acertou ninguém, nós revidamos atacando as
latas de sprays nos vidros do carro quebrando as janelas, o que nos deu tempo
para que fugíssemos e saímos todos correndo. Não morremos
naquele dia graças a Deus e por isso eu acho que foram aqueles seguranças.
- Você contou
isso para a polícia? (pergunta o repórter)
- Não, por que
poderia ter sido eles também.
- E qual
foi a última vez que você viu o Necrop”s antes de morrer?
- Foi na saída
do colégio Leme do Prado, um dia antes de acontecer, ele foi me chamar para
sair de role com ele para os lados da zona leste, e acho que o meu
pressentimento estava me avisando que alguma coisa iria acontecer. Ele era
muito azarado para rodar na mão da polícia.
- Uma vez
estávamos eu, ele e o Buiu da zona oeste, pichando lá pelos lados de Interlagos
estávamos voltando a pé pichando, quando estávamos quase
no autódromo no começo da avenida Senador Teotônio Vilela,
passou por nós um carro de polícia Metropolitana, àquela criada pelo Jânio
Quadros. E eles já estavam a uns trezentos metros de nós. E o Necrop”s
dispensou uma latinha de spray, deixando com que os policiais visem que ele
estava se livrando de algo suspeito e voltaram, para nós enquadrar, como cada
um estava com pelo menos duas latinhas de spray, eu joguei as minhas
discretamente o mais longe que pude o Buiu fez o mesmo e o Necrop”s dispensou a
sua Segunda lata praticamente na cara dos policiais. Os policiais desceram do
carro e mandaram que colocássemos as mãos na parede e abríssemos as pernas. O
Necrop”s tinha com ele mais coisas, como etiquetas escrito o seu picho, pincel
atômico e os bicos dos sprays, que arrancávamos, justamente para evitar que os
policiais, pegassem as latas de sprays e nos pintassem com elas. O Necrop”s
continuou a dispensar discretamente os bicos e os pincéis atômicos, mas um
guarda o viu fazendo isso e gritou com ele.
- Se você
dispensar mais alguma coisa eu estouro os seus miolos aqui mesmo, moleque.
Apontando um revólver calibre 38 cano longo, ventilado e cromado, apontado para
a cabeça dele. o revolver era muito bonito e devia de ser muito caro para ser
dado pelo governo para os policiais, devia de ser frio justamente para não
deixar pistas. Eu achei que ele iria morrer ali naquele momento, naquele dia.
- Os policiais
perguntaram de que gang nós éramos e se éramos dos Pegadas? Nós
explicamos que não, não éramos de gang nenhuma e eles nos dispensaram, levando
as latas de spray com eles. Quando o Necrop”s na maior cara de pau, pediu para
o guarda que deixasse pelo menos uma lata. Por causa disso os guardas nos
seguraram mais um pouco e fizeram um monte de perguntas.
- Onde vocês
moram?
- Eu e o
Necrop”s respondemos no Imirim e o Buiu respondeu Pirituba.
- O que vocês
estão fazendo aqui? Sendo que vocês moram do outro lado da cidade?
- Antes que ele
falasse alguma besteira eu respondi que tínhamos ido a uma festa.
- Numa festa. O
guarda riu e disse. - Eu nem vou levar vocês para o distrito por que estou com
dó de você, a está hora não tem mais ônibus, vocês vão ter que ir andando até o
outro lado da cidade e sem as latas de tintas, vão andar à toa. Ele riu
novamente e entrou no carro nos desejando boa sorte, tirando um sarro das
nossas caras e foi embora, graças a Deus. Eu olhei para ele e o xinguei tanto,
seu estúpido, quase nos ferra.
- Ele deu de
ombros e perguntou. - E agora?
- O Buiu deu
uma ideia.
- Se nós fomos
andando até o lago 13 talvez conseguimos algum ônibus até o centro, pelo menos
fica mais perto de irmos andando para casa. E foi o que fizemos.
- É por isso que
eu falo que ele era azarado, você viu o rolo que ele ia nos metendo.
- Mas uma coisa
ficou muito marcado em mim, foi a última coisa que ele me disse. Foi assim. Eu
disse que não iria com ele pichar na Zona Leste. e ele me disse. _ Tudo bem eu
lanço para nós dois pela a nossa amizade.
- Eu tenho a
imagem dele apertando a minha mão e soltando em câmera lenta e dizendo estas
palavras que te disse, gravadas na minha cabeça, foi essa a última imagem dele
que ficou pra mim.
O repórter olha
o Dib e diz.
- Puxa você vai
ter muitas histórias para contar para os seus netos, em.
- Agora eu tenho
que ir embora porque ainda vou passar na redação, para editar tudo isto.
O reporte se
despede e agradece entra no carro e vai embora as 12:15 horas.
FAZER
A TATUAGEM
O Lu chama a
galera para ir na casa do Fly, onde iriam fazer as suas tatuagens e o grafite
no muro da casa do Fly, sendo o grafite como uma forma de pagamento.
- Vamos logo que
a repórter da revista “Isto É” falou que vai chegar aqui as 14:00 HRS. Assim
dará tempo de fazer as tatuagens e fazer uma parte do grafite e ela aproveita e
tira as fotos da gente enquanto fazemos os grafites.
- Você viu a
nossa reportagem no “Diário Popular” de Hoje? (pergunta o Lu para o Dib.)
- Não.
- Nós vamos
passar em frente de casa e eu pego o jornal que comprei hoje cedo para te
mostrar a nossa foto que saiu.
O Lu busca o
jornal e mostra para a galera.
- Olha aqui a
nossa foto, todos os seis, legal né?
Dib lê o que
estava escrito em baixo da foto.
“A Equipe
Master, esteve ontem no Complexo Viário da Paulista.”
E fica muito
orgulhoso.
- Que bom em!
- Fala aí ficou
da hora a nossa reportagem. (afirma o Lu)
- Ficou mesmo,
vamos andando e conversando. (fala o Tuco)
Chegando na casa
do Fly. Eles combinam com seria a tatuagem e qual o desenho que iriam fazer na
parede.
O Lu mostra o
desenho da latinha de Spray que iriam tatuar e ele mesmo se dispõe em ser o
primeiro a tatua-la no pulso esquerdo, enquanto o resto deles grafitavam o muro
do Fly, com uma letra escrito Iimirm e um desenho de uma morte em frente a um
castelo escrito Fly do lado esquerdo, era um desenho bem do estilo de tatuagem.
O Lu termina a
sua tatuagem e todos ficam olhando, o desenho ali tatuado no pulso dele de boca
aberta, com muita admiração.
E o Dib se senta
para fazer a sua, com a mesma agulha, como um pacto de sangue, depois foi o Tuco
com a mesma agulha também, o Leco o Ed jr e por último o Juca, todos com a
mesma agulha.
Agora todos
tinham uma coisa em comum, tinham feito um pacto de sangue. Se um deles tivesse
algum tipo de doença, todos estariam contaminados agora.
Foi nessa hora que
apareceu o Má, avisando que a repórter da revista “Isto É”. Havia chegado.
- Vieram ela e
um fotografo, eles estão aí fora.
Todos saem e um
por um cumprimentam a repórter.
Que não faz
muitas perguntas e faz a entrevista ali mesmo na rua, enquanto o fotografo
tirava foto, do resto do pessoal que continuava a fazer o grafite.
No final o
fotografo tirar uma foto de todos juntos mostrando as tatuagens novas, se dão
por satisfeito e vão embora.
Eles terminam de
fazer o grafite, que não ficou lá essas coisas, ficou mais ou menos.
O Fly
avisa a eles que tomem cuidado, com o sol na tatuagem e que passem creme no
local tatuado, para ter uma boa cicatrização.
A viagem.
Eles estavam
andando de skate em frente a casa do Lu, enquanto a Banda do Irmão ensaiava
dentro da garagem, uma galera se juntava na calçada da casa curtindo a banda
tocando enquanto outra galera andava de skate e bilke, eles pulavam uma rampa feita
de madeira com os skates e faziam manobras no ar, enquanto o Dib pulava a rampa
de Biciclete, girando 360º a bicicleta no ar dando uma volta inteira e pousando
perfeitamente no chão, O Lu fazia o mesmo com o skate decolava e pulava girando
o corpo 360º com o skate no pé e pousando com perfeição, o Tuco pulava alto com
o skate aplicando uma manobra que eles chamavam de Mosquit Air, ele pulava a rampa
e segura o skate no ar puxando a parte trazeira para cima embicando a frente do
skate para baixo, O Leco e o Juca Pulavam a rampa de Olie air, enquanto o Ed jr
tocava solava a sua gaita dentro da garagem com a banda, outros skatista amigos
deles também pulavam a rampa, a rua estava cheia de gente, o sol estava quente
e começava se por formando um lindo por do sol de um final de tarde, eles
adentram a noite tocando rock in roll e andando de skate, cada vez mais
chegavam mais pessoas, as primas do Ed jr, se juntam a eles o Juca para de
andar de Skate e fica ao lado de uma das primas do Ed, ele a abraça e dá um
beijo e diz.
- O que a madame
está fazendo aqui?
- Estava só de
passagem, aí vi uns garotos fazendo macaquisses, resolvi parar para ver.
Eles dão risada
e ela fala.
- Na verdade, eu
vim ver se vocês não queriam ir para a praia, a minha mãe liberou o apartamento
esse final de semana, se vocês toparem a gente pode ir amanhã cedo, a gente
compra as passagens direto na rodoviária e vamos.
- Opa legal, e
quantas pessoas podemos levar? Pergunta o Juca.
- Acredito que
cabem umas 20 pessoas, são poucas camas, mas tem o sofá e o chão.
- Legal, vamos
falar com a galera.
O Juca chama o
pessoal que se juntam em volta deles.
- Ae galera a
mãe da minha princesa, liberou o apartamento da praia para a gente, quem topa
ir?
- Como nós
vamos? Pergunta o Tuco.
- De ônibus.
Fala o Juca.
- Legal, mas
estou sem grana, como vamos pagar as passagens? Fala o Dib.
- Eu também
estou sem grana. Fala o Leco.
- A gente dá um
jeito, nós fazemos uma vaquinha, a minha mãe me deu a chave do apartamento e um
dinheiro para gastar lá, eu posso pagar a passagem de vocês e a gente leva as
coisas de casa para comer lá, o que vocês acham? Fala a prima do Ed namorada do
Juca.
- Se for assim,
legal, vamos que vamos. Fala o Tuco esfregando as mãos e sorrindo.
- A minha mãe só
falou pra gente ir com alguém de maior, se não , não vamos conseguir pegar o
ônibus.
- O meu irmão,
ele é de maior e pega onda, com certeza ele vai adorar ir com a gente. Fala o
Ed jr.
- Boa primo,
isso chama ele.
Eles perguntam
se mais alguém queria ir da galera que estava ali, algumas pessoas se
manifestaram que sim balançando a cabeça.
A rua estava
enchendo cada vez mais de gente, virou festa, um pessoal chega de moto.
- E Dib aquela
na garupa da moto daquele japonês não é a Katia? Pergunta o Leco.
- Sim é ela
mesma. Responde o Dib.
- A lá, agora
que ela percebeu que você está olhando agarrou e abraçou ainda mais o cara, tá
querendo fazer ciuminho.
Eles dão risada.
O Dib pega a
bicicleta toma distância da rampa, e vai com tudo e pula a rampa bem alto rodando
a bicicleta 360º no ar, com muita raiva.
O Pai do Brawn
que estava no muro vendo o que estava acontecendo veio correndo achando que o
Dib havia caído. Após o pai do Brawn ver que estava tudo bem ele volta para a
sua casa balançando a cabeça e grita .
- Vocês são
doidos!
O Leco vem perto
do Dib e diz.
- Exibidinho,
você fez isso só para se aparecer para a Katia né safado?
Eles dão risada.
A Vaninha
inventa de pegar a mobilete de um menino e resolve dar uma volta, mas ela não
sabia andar direito e acelera muito a mobilete e perde o controle e arrebenta a
moto no poste, o pessoal corre para socorrer ela, ele levanta dando risada e
dizendo.
- Estou bem, foi
só um susto.
- Você pode
estar bem, mas você acabou com a minha moto. Diz o menino dono da moto.
A Vaninha
arregala os olhos e faz um bico torcendo a boca e não diz nada.
O pessoal ajuda
o menino a carregar a moto até a garagem do Lu.
A banda para de
tocar e o pessoal liga o rádio, eles ficam ali a noite toda, alguns já dormiam
pelos cantos, no carro onde dava para se ajeitar.
O dia amanhace.
E ai galera
vamos para a praia? Diz a prima do Ed?
O pessoal
concorda e cada um vai para sua casa buscar roupa, dinheiro, outros vão com a
roupa do corpo.
O Ed foi chamar
o irmão dele e o pessoal fica esperando.
Quando ele
volta, junto deles vem o Irmão do Ed e o Stalone carregando duas pranchas, o
Edinho vai até a casa dele e volta carregando uma prancha também, do outro lado
da rua, vinha vindo a Kelly sem o namorado, com mais duas meninas.
O pessoal vão
chegando e eles partem para a rodoviária.
Eles ocupam
metade do ônibus e viajam fazendo muita bagunça, chegando na praia eles não
perdem tempo e vão direto para a praia, as meninas colocam os biquinis, o
pessoal do Surf cai na água e mandam várias manobras. Os meninos fazem um
grafite rápido no muro da praia, escrevendo “MASTER”.
- Ficou dá hora.
Exclama o Leco.
- Ficou mesmo.
Diz o Juca recebendo uma rasteira.
Eles começam um
brincadeira besta de um tentar derrubar o outro aplicando uma rasteira. O Tuco
derruba o Juca e dá risada o Leco tenta
acertar o Dib que corre e pula para escapar, mas o Lu estava a espreita o acerta
no alto na hora que pulou, fazendo ele cair de cara na areia. Eles dão muitas
risadas. O Dib levanta e corre atrás do Lu , que corre sem olhar para trás,
depois de estarem todos sujos de areia, eles resolvem entrar na água e começam
uma nova brincadeira de um tentar um afogar o outro dentro do mar.
- Estou com
fome. Reclama o Tuco.
- Para variar
né. Brinca o Leco.
- Eu acho que as
meninas vão demorar para fazer o almoço, acho melhor você tentar comprar alguma
coisa aqui na praia para tapear a fome. Diz o Ed jr.
O Tuco vai
saindo do mar e vai até a suas coisa e tira a
camisa que estava em cima da carteira ao lado das coisas do resto do
pessoal, abre a carteira conta o dinheiro que estava na carteira.
O Dib vinha
chegando atrás dele.
- E homem árvore
vamos comigo até a barraca para ver o que dá para comprar?
- Vamos.
Concorda o Dib.
Ele vão até a
barraca de praia e pergunta quanto estava o peixe frito.
A dona da barraca
responde para ele que confere que o dinheiro que ele tinha dava para comprar
dois peixes, um para ele e outro para o Dib.
- A senhora faz
dois peixes por favor.
A dona da
barraca coloca os peixes para fritar que chia no óleo quente e solta um aroma
de peixe frito.
- Humm! , sente
esse cheiro homém árvore, que delícia.
O Dib só balança
a cabeça confirmando o cheiro do peixe frito.
- Estou morrendo
de fome. Fala o Tuco.
A mulher prepara
o peixe e entrega para o Tuco, ele pega a carteira para pagar a mulher, ele
fica com a carteira na mão e sai carregando os peixes e tentando colocar a
carteira na cintura, ele atropeça e derruba os dois peixes na areia.
O Tuco olha para
o peixe que estava a milanesa de areia de praia olha para o Dib e olha para o
peixe.
O Dib cai na
risada.
- Droga e agora
o que vou comer? Reclama o Tuco.
Eles vão
voltando para o apartamento pela calçada.
- Capim
cidriera! Grita o Tuco.
- O que.
Pergunta o dib.
- Isso aqui no
quintal dessa casa é Capim cidreira, vou pegar um pouco e fazer um chá no
apartamento até o almoço sair. Fala o Tuco salivando.
Ele apanham um
pouco do Capim e vão para o apartamento.
Chegando no
apartamento uma das meninas já estava fritando linguiça para o almoço. O Tuco
pede para ela deixar ele ferver a água para prepara o chá de capim Cidreira. A
prima do Ed o ajuda apreparar o chá ele rouba um alinguiça enquanto o chá
fervia. O Chá fica pronto e eles bebem comendo linguiça, eles encehem a barriga
de chá e ficam na varando olhando o mar, aquele barulho do mar, a falta de sono
da noite passada e o efeito do chá começa a dar um sono neles, eles adormecem
cada em uma cadeira na sacada do apartamento.
Depois mais
tarde após todos terem curtido tudo o que podia, eles começam a ajeitar
cobertas no chão para cada um dormir, as camas ficam para as donas da casa e
parao Juca e o Ed. O resto do pessoal se ajeita do jeito que dá, a Kely fica com
o sofá a amiga dela se ajeita em canto da sala, o Dib se ajeita ao lado dela, o
resto do pessoal se espalham por todo o apartamento, até na cozinha tinha gente
dormindo.
O Dib vai se
ajeitando ao lado da amiga da Kely. A menina reclama que estava com frio,
porque havia tomado muito sol o dia inteira e agora estava com insolação e
pergunta para o Dib.
- Você pode me
abraçar para me esquentar.
- Claro, Claro!
Responde ele.
Ele abraça a
menina e não demora muito os dois estavam se beijando.
No dia seguinte
o pessoal acorda cedo com a luminosidade do sol
que entrava pela janela, eles tomam café e partem para a praia.
O Dib fica
sentado na praia olhando o pessaol surfar na compania da amiga da Kely.
O Leco e o Tuco
chamam ele para entrar na água, ele vai junto com os amigos.
- Você pegou a
Maradona, deu uns beijos nela eu vi. Diz o Tuco.
- Maradona? Porque
Maradona? Pergunta o Dib.
- É a gente está
chamando ela de Maradona, olha o temanho das coxas dela, parece de jogadora de
futebol. Diz o Leco rindo.
Eles dão risada.
O Dib sai da
água e vai na direção de onde ele estava antes com a miga da Kely, mas a menina
não estava mais lá, só estava a Kelly e as primas do Ed.
O Dib senta em
uma toalha que estava no chão e a Kelly chega perto dele e se senta ao seu
lado, ele olha pra ela e estranha.
Ela vira pra ele
e diz.
- Eu vi você
beijando a minha amiga, safadinho, eu sabia que você não iria perder
oportunidade.
- E você, cadê o
seu namorado?
- Ah! Aquele
chato, estamos brigados e a mãe dele não deixou ele vir, ainda bem, se
estivesse aqui, iria querer ficar me controlando.
O Dib olha para
ela e balança a cabeça e pergunta.
- Cadê a sua
amiga?
- Ela foi buscar
alguma coisa no apartamento, você gostou dela né?
- Sim, ela é
boazinha.
- Eu vi vocês
dois se esfregando ontem a noite, meu deu ciúmes e tesão...
- Ciúmes, como
assim, foi você que terminou comigo, disse que não queria mais nada comigo.
- Eu sei, eu
sei, mas ontem fiquei com ciúmes, posso ficar com ciúmes?
- Pode, oxii, o
ciúmes é seu.
Nesse momento o
Edinho vinha saindo do mar trazendo a prancha de surf debaixo do braço.
- Deixa eu usar
um pouquinho a sua prancha Edinho? Pede o Dib.
O Edinho
entrega prancha para ele e a Kely diz.
- Deixa eu ir
com você, me ensina surfar?
- Te ensinar, eu
não sei nem para mim. Diz o Dib.
- Só brincar,
vai para de ser chato.
- Tá bom, vamos.
Eles entram no mar e a Kelly sobe na pranca e o Dib vai empurando a prancha na
água com a Kely em cima, a kely se ajeita na prancha ficando de quatro esibindo
a bunda bem na cara do Dib, que fica sem saber o que fazer, o biquine dela
estava todo atolado e ela se exibia para ele ficando de quatro na prancha e
empinando a bunda, exibindo uma bunda morena da cor do pecado que brilhava com
o sol que batia na pele molhada.
- Vai me
empurra, mas para o fundo, me segura vai. Diz ela.
Ele empurra-va ela
na onda que se formava, ela sobe e desce a onda do outro lado sendo derrubada
por uma outra onda forte.
O Dib a ajuda se
levantar e quando ela se levanta fora da água o seu seio estava amostra, a
força da água havia tirado o seio do biquini.
- O Seu peito
está aparecendo. Fala ele para ela olhando o peito dela.
- Gostou do que
está vendo? Diz ela alisando a mão no peito até o bico e arrumando de volta
para dentro do biquine.
- Vamos
continuar, só que agora vem comigo, me segura para eu não cair.
Ela deita na
prancha e pede para ele deitar atrás dela na ponta da prancha e a cada onda que
surgia, ela esfregava a bunda na virília
dele. Até que ela diz.
- O que é isso
duro que está me espetando?
Ela olha para o
calção dele e dá risada.
- Você está
excitado? Fala ela rindo.
- É lógico, você
fica esfregando essa bunda no meu pau.
- Porque você
não está gostando?
- O que você
acha? Olha o meu estado, nem posso sair agora dá água com esse volume no
shorts.
Ela dá risada e
faz uma cara de safada e diz.
- Vamos voltar
para o apartamento, que eu resolvo isso para você, a gente toma banho juntos, antes do pessoal
voltar.
- Safada, então vai
saindo para eu voltar ao normal e te encontrar lá. diz o Dib para ela.
Ela sai do mar,
disfarça e vai discretamente para o apartamento.
O Dib sai da
água, entrega a prencha para o Edinho, que estava ao lado da amiga da Kelly conversando,
ele olhava para ela, ele disfarça e saiu em direção do apartamento. A Kely
estava esperando ele na sala, assim que ele entra no apartamento ela o agarra e
dá lhe um beijão e passa a mão no pau dele e diz.
- Nossa ainda
está excitado, que duro, vem vamos logo entrar no chuveiro antes que alguem
apareça e nós atrapalhe.
- Safada. Diz ele novamente.
- Sou mesmo. Diz
ela lambendo o lábios e beijando o corpo dele até o seu membro.
Eles entram no
chuveiro, ela pede para que ele passa-se sabonete no corpo dela.
Ele pega o
sabonete e passa pelo corpo dela, formando uma espuma branca que contrastava
com a sua pele morena, ele a pega por trás e passa a espuma do sabonete nos
seios dela, ela se empina para que ele a penetrasse, ele a penetra, e ela solta
um gemido se levantando e segurando o pescoço dele, jogando a cabeça para trás exibindo os seios, com
ele dentro dela, ele segura os seus
seios enquanto beijava o seu pescoço, ele
goza, ela ri.
- Safada. Diz
ele mais uma vez.
Ela ri e diz. -
nossa ainda continua excitado, senta no chão que vou sentar em cima de você.
Ele se senta no
chão e ela vem por cima, ela oferece o seu seio para que ele o chupasse, ele os
chupa enquanto a água do chuveiro escorria entre eles, ela cavalga até gozar.
No retorno para
casa eles se sentam um longe do outro dentro do ônibus e não se conversam.
Chegando na rua a primeira pessoa que ela encontra é o seu namorado, que vem ao
encontro dela e a abraça, ela corresponde o abraço, enquanto eles se abraçavam
o pessoal passava direto, o Dib passa por eles e olha para trás que se depara
com o olhar dela beijando o namorado e olhando para ele.
Uma parte do
pessoal vão direto para a casa do Lu e
aos poucos cada um vai indo embora para a sua casa, ficando só o Dib o Lu a
Vaninha e o Juca.
- Lu me leva até
em casa. Dia a Vaninha.
- Só deixa eu
tomar banho rapidinho, que te levo, você espera?
- Sim, mas vai
logo, vê se não demora muito.
O Lu entra para
tomar banho e ficam o Juca, Dib e Vaninha sentando na calçada.
O Juca se levanta
pega o skate que estava dentro da garagem e fica na rua brincando com o Skate.
- Eu vi você e a
Kely no mar e depois no chuveiro, eu fui buscar o protetor solar e escutei um
barulho no chuveiro , então abri a porta bem pouquinho e fiquei assistindo
vocês dois se pegando que nem repararam eu na porta observando vocês.
- Você viu?
- Vi e me deu um
ciúmes e uma vontade de participar.
O Dib se levanta
se afasta dela, e diz.
- Safada, sai
fora, nem fodendo que iria fazer isso com você ou melhor dizendo, fazer isso
com o Lu, você mulheres são tudo loucas. Diz ele indo embora.
o Juca estava
voltando com o Skate pergunta.
- Onde você vai?
- Vou embora,
essas mulheres são tudo doida.
O Juca olha para
ele e olha para a Vaninha que dá de ombro para o Juca com uma cara de
interrogação fazendo um bico.
A semana começa
sem novidades, trabalho escola, escola casa, trabalho escola, até que na
quarta-feira na entrada da escola o Dib conversava com uma menina e a Katia
passa por ele olhando, ele finge que não era com ele, na hora do interva-lo ele
não sai da sala e fica desenhando uma letra de grafite, ele percebe que alguém
estava ao seu lado, ele levando a cabeça e se depara com a Katia.
- Oi! Diz ela.
- O que você
quer? Pergunta ele.
- Você. Diz ela.
- Eu, tem
certeza disso, o que você foi fazer na minha rua na garupa do seu namorado, ta
ficando doida?
- Eu adorei ver
você se exibindo para mim.
- Se exibindo
para você? Você está doida? Quer dizer que agora eu não posso andar de
bicicleta que estou me exibindo para você? Diz ele se levantando.
Ela agarra ele e
se senta na carteira e o puxando entre as suas pernas.
Ele olha para
ela e diz.
- O que você
quer?
- Você, como já te
disse antes.
- Não, você não
me quer, você quer o seu namorado rico, que tem moto para te levar pra cima e
para baixo.
- Eu vi você no
meio daquelas putinhas da sua rua, todo soltinho, cheio de graça, fiquei com
muito ciúmes.
- Pronto, mais
uma. Diz ele balançando a cabeça.
Ela tenta beijar
ele, ele desvia, ela morde o pescoço dele e vai passando a lingua até a boca
dele, que não resiste e a beija, no momento que os alunos voltavam para a sala.
Eles param de se
beijar e ele pergunta novamente.
- O que você
quer de mim? Já te falei ou eu ou o seu namorado, você tem que se decidir.
Ela se levanta
da carteira e diz no ouvido dele.
- Eu quero os
dois. Diz ela saindo.
Ele fica olhando
ela sair e a xinga.
- Safada!
Ela manda um
beijo para ele e vai saindo.
O pessoal que
estava entrando fica olhando para ele que estava com uma cara de bobo. E pensa
com o seus botões.
- Essa mulherada
é tudo doida.
Sabado de manhã o
Dib chama o Lu na casa dele, quem o atende na janela é a Vaninha.
- Ele está
tomando banho, entra aqui, espera ele
aqui dentro. Diz ela com más intenções.
- Não obrigado,
prefiro ficar aqui fora. Diz ele se sentando na calçada.
o pessoal
começam a chegar na rua, eles colocam a rampa na rua e começam a andar de
Skate.
- Hoje à noite
nós vamos cantar no Fecalp?( Pergunta o Dib).
- Quem vai subir
no palco para cantar? (responde o Leco já com outra Pergunta).
- Eu, você o
Dib. - Juca! você vai cantar com a gente? Porque o Tuco e o Lu disseram que não
vão.
- Eu vou sim e
vamos chamar o Ale para cantar com a gente.
- Então liga pra
ele e pergunta se ele quer cantar com a gente?
O Juca liga da
casa do Lu para o Ale. - Ele falou que vai.
- Pede para ele
vir aqui, para treinarmos um pouco.
- Ele falou que
daqui a pouco estará aqui.
O Dib pergunta para
o Lu se pode usar o quartinho, que fica em cima da laje da casa dele, para
treinarem um pouco.
O Lu pergunta
que horas são.
- 16:05 horas
(responde o Dib).
- Vamos lá minha
mãe vai trabalhar até as 18:00 horas e dá para ficarmos quase duas horas lá, depois
disso temos que ir embora, por que se não ela vai me encher o saco.
O Dib concorda
com ele.
E todos sobem
para o quartinho.
- Lu posso te
pedir mais uma coisa? (pergunta o ED jr)
- O que é?
- Pega o Micro
System do seu irmão emprestado um pouquinho, ele não está aí mesmo.
- Put´s, já
perdemos aquele outro, já estou abusando. Mas mesmo assim Lu desce e busca o
rádio no quarto do irmão.
- Leco você
trouxe a fita com as batidas? (pergunta o Ed jr)
- Trouxe sim
está aqui no meu bolso.
- Me dá ela
aqui.
O Lu já vinha
voltando com o rádio e o coloca em cima de uma lata de tinta látex e avisa.
- Cuidado! Pelo
amor de Deus!
O Ed coloca a
fita no toca fitas, aperta o play e diz.
- A batida é
esta.
Nesse momento já
vinha chegando o Ale. Que só pega na mão do ED e do Juca e diz.
- Só vou
cumprimentar, meus irmãos de cor, não quero pegar na mão de nenhum branquinho,
não.
Ele recebe um
monte de tapas e começam a brincar de briguinha, o Lu acaba com a bagunça.
- Vocês vão
acabar derrubando o rádio, se ficar com muita zoeira e vai todo mundo embora
agora mesmo.
- Não, não,
agora é sério, vamos treinar vai! (diz o Ed rebobinando a fita) - Vamos
combinar, qual parte que cada um vai cantar. - Eu começo e o Leco canta a
Segunda estrofe, depois o Dib canta terceira e todos juntos cantam o
refrão. Ai o Ale e o Juca cantam juntos o último estrofe, enquanto Lu fica de
figurante, pintando alguns detalhes do grafite, está combinado? Então vamos lá!
O Ed jr aperta o
play e começa a tocar a batida e ele começa a cantar, chega a vez do Leco e ele
canta a sua parte, chega na vez do Dib, ele começa a cantar e o Ale interrompe
colocando defeito, dizendo que ele estava fora de ritmo e que estava falando as
palavras muito certinhas. - Tem que falar mais na gíria, como nas ruas. (fala o
Ale). Eles rebobinam fita e começam de novo. Todos cantam a sua parte certa, na
parte do Dib o Ale faz uma careta, mas deixa rolar, porém quando
chega no refrão. Foi aquela bagunça. Eles começam a discutir entre si e não
acabam treinando mais nada.
- Nos
improvisamos no palco. (diz o ED. jr)
- Que horas vai
ser o Fecalp? (pergunta o Juca)
- As
08:30 horas. (responde o Ed)
- Então eu vou
em casa tomar um banho e jantar, ainda são 05:30 horas dá tempo até de tirar
uma soneca.
É cada um vai
para a sua casa.
Quando o Lu foi
devolver o rádio no quarto do irmão, deu de cara com ele, que estava deitado na
cama.
- Quem mandou
você pegar o meu rádio e cadê o meu boné e cadê o outro rádio? Que você pegou
ontem.
- Eu perdi e
quebrou. (o Lu conta a verdade)
- O que! você
perdeu? Quebrou?? Como assim? Eu nem cheguei a usar aquele boné, você vai me
dar outro. - Mãe o Luciano perdeu o meu boné e quebrou o meu rádio, que
emprestei para ele ontem, aliás!! Eu nem emprestei, ele que pegou sem a minha
autorização.
A mãe sai do
salão de cabeleireiro, usando um par de luvas de borracha sujas de tinta para
pintar cabelos, olha para o filho na janela do quarto e diz.
- Eu te dou
outro depois.
- Vai Ter que me
dar mesmo, senão eu vou encher esse moleque de porrada.
- Vem dá porrada
então. (provoca o Lu)
- Olha moleque.
O Má vai para o
quarto dele, batendo as portas e se tranca no quarto.
O irmão dele
tinha uma banda onde o ED jr participava também. E eles iriam tocar na mesma
noite no Fecalp.
Quando o Dib
chega em casa, a sua avó, avisa que viera um homem chamado Gentil, procurar por
ele.
- Gentil!
(exclama ele)
- O que ele
falou para a senhora?
- Nada. Ele
chamou eu atendi, ele perguntou por você e eu disse que não estava e ele foi
embora juntamente com outro homem. – Mentira tem perna curta - O que ele quer
com você? O Seguro morreu de velho.
- Não sei, não
falei com ele. Dib fica preocupado.
Passado duas
horas. O pessoal começa a chegar na rua.
Estando todos
ali, eles partem em direção ao Fecalp.
No caminho vão
combinando mais alguns detalhes.
Nós vamos cantar
a letra “consequência” e a “História do grafite”? (pergunta o ED jr)
Todos concordam.
Na hora que eles
passavam pelo aro de basquete, e novamente um por um, pulam para tentarem
alcançar o aro e como sempre, só o ED, Juca, Leco e o Ale conseguem se pendurar
no aro. O Dib, Tuco e o Lu se contentam em encostar os dedos, mas o Ale não
perdoa e fica tirando sarro.
- Seus nanicos.
há! há! há!
Eles vão pela
viela, passando pela viela o Tuco para e começa a urinar e como uma coisa
psicológica, todos encostam na parede e urinam também.
Os sete urinando
juntos.
E não é que as
mesmas senhoras do outro dia, hoje estavam indo para a igreja, com a bíblia
embaixo do braço, flagra-os sete mijando. E grita.
- Bando de sem
vergonha!!
Eles correm uns
mijando nos outros tropeçando e tentando levantar as calças rindo, atravessam a
avenida quase sendo atropelados, carros buzinavam e xingavam e eles xingavam de
volta.
E Chegam no
colégio, eles ensaiam mais um pouco.
E as 20:30 em
ponto os organizadores do concurso, anunciam o primeiro grupo a se apresentar.
Era uma banda de
rock a Billy, eles eram bons o pessoal estavam curtindo o som deles.
Enquanto a banda
tocava, o Dib olha a diante do seu lado esquerdo, em cima de um banco algo
chamou a sua atenção e como um transe, ele se depara com uma visão muito linda,
era a coisa mais linda que ele já havia visto na sua vida, dois olhos azuis
gigantes e alguns cachos louros e um belo sorriso, ele fica hipnotizado com
aquela visão como uma serpente fica ao ouvir o som da flauta de uma música
Indiana. E ficou hipnotizado e de onde estava, foi ao encontro daquele anjo e
sem hesitar ele dá um abraço nas pernas daquela miragem. A menina
fica sem entender nada e dá um sorriso meia desconfiada, mas ele a solta e
desaparece no meio da multidão, reaparecendo de novo junto aos seus amigos.
Ele olha para
ela, que estava olhando para ela também e como um amor à primeira vista eles se
paqueram a distância.
No momento em
que um dos organizadores anunciava.
- Agora!!
Eles!! a “Equipe Master”. Formada por Dib, Leco, Ed jr, Ale e Juca,
vão cantar para vocês.
Eles sobem no
palco, fazendo beat box, deixando o público muito agitado e começam a cantar, o
Lú sobe com eles segurando algumas latas de sprays, ele fica de figurino
pintando o grafite com spray no fundo, o cheiro do aerosol toma conta do
ambiente se espalhando no ar.
O ED jr começa
errado, em vez de cantar a música deles, canta um pedaço da música dos
Racionais Mcs, que onde o começo era muito parecido, mas como ninguém percebe,
ele muda a letra e continua cantando a música certa, sem que ninguém perceba. A
letra da música que era assim:
Então, o mundo é bem assim
Continua desse jeito e vai ser até o fim
Nos escute agora, pois não somos marginais
O mundo não é ruim ele é apenas desigual
Porque tantos políticos as nossas custas
se enriquecem
Ignoram as promessas e dos pobres se
esquecem
Ninguém se importa com o que está
acontecendo
Crianças doentes já nascendo e morrendo
E quando tentam vencer sem precisar nada
roubar
Tomam suas ideias só para com todos
liquidar
Te empurram de todos os lados só para te
destruir
A alegria dos ricos é ver um pobre cair
Há tantos pobres caindo, que não consigo
contar
Para ver tanta miséria é só preciso olhar
O verdadeiro cego é aquele que não quer
ver
Não enxergam os problemas só querem se
esconder
De todos os modos tentamos vencer
Pois neste mundo nojento nossos filhos vão
viver
O QUE É TUDO ISSO É A CONSEQUÊNCIA
O VERDADEIRO RESULTADO DESTA INOCÊNCIA
(2X)
A política é uma merda e não democracia
A política engana o povo e o pobre nem
desconfia
Pôr isso que todos pobres nunca tiveram
estudos
Pois sem dinheiro para nada eles tentam de
tudo
Nada se move se a mão não molhar
E ódio determina num simples
O suborno existe e nada fazemos
Se assim não quisermos então nada teremos
Pobres mais pobres, ricos mais ricos
Ricos na boa e pobre correndo riscos
Risco de vidas até mortes ocorrem
Fugindo que nem água, quando entre os
dedos se escorrem
Os piores trabalhos para eles concedidos
Pois precisam comer então encaram
decididos
Continuam sofrendo com um baixo salário
E ainda mentem a todos contando tudo ao
contrário
O QUE É TUDO ISSO É A CONSEQUÊNCIA
O VERDADEIRO RESULTADO DESTA INOCÊNCIA
(2X)
Negros sobrevivem suportando racismo
E enganam a todos mostrando tanto cinismo
Qual a diferença entre um negro e um
branco
Nos diga a verdade só é preciso ser franco
O País se mostra em tudo que estamos
contando
A verdade está dita aos poucos se
revelando
Pobres assaltam pôr pura precisão
Enquanto os ricos estão roubando apenas
por ambição
Para a maioria dos pobres a preferência é
se calar
Então dão as costas e ficam sem se
informar
Num buraco sem fundo nós nos encontramos
Caindo desesperados e nada nos aparando
E o governo só pensa em privatização
Pois um povo desenformado não há
reclamação
Reclamação de direitos jamais exigidos
Pois os poucos que tentaram nunca foram
ouvidos
Então, então, então, se prestar atenção
Vera que os ricos estão na boa e o pobre
fica na mão
Então, então, então. Hé
E cada um canta
a sua parte. As pessoas aplaudem muito.
O Dib interrompe
os aplausos com um protesto e diz.
- Essa música é
para aquelas pessoas, que só reclamam e não fazem nada para melhorar.
As pessoas
refletem sobre aquilo e se calam por uns instantes e aplaudem novamente.
Eles respiram um
pouco, descansam dois minutos, o Lu entrega uma lata de spray para cada um, que
vão pintando e se revezando, quando começam a cantar a Segunda música, que contava
a história de como eles haviam resolvido começar grafitar, os seus sentimentos,
de como eles sentiam ao fazer aquela arte e a sua expressão.
O Dib dá um
passo à frente e começa com a primeira frase da música, que era assim:
Vou contar uma história
De tristeza e glória
De uma equipe boa
Que não nasceu atoa
Nasceu de uma ideia de se juntar
E os muros da cidade resolveram grafitar
Grafite é uma forma de se liberar
De expressar a arte e de protestar
Se fazemos grafite para aliviar a dor
Não fazemos por esporte, fazemos por amor
Sempre que poder vamos grafitar.
Para viver aprender e a ensinar
Somos bastante em comum, com os mesmo
ideal
De que com os amigos sempre ser leal
Se o grafite retrata nosso estilo de arte
Vamos grafitar por toda parte
Grafitando estamos nos divertindo
Pois os muros da cidade estamos colorindo
Se a nossa música é boa ou não
Mas na nossa letra mora a razão
Se tudo que dizermos nem sempre é certo
Se não acertarmos pode crer chega perto
Contar a verdade pode ser perigoso
Se o indivíduo escuta na certa é doloroso
O RAP vive por falar a verdade
Não importa o que falar
Sem que tenha intimidade, idade ou
igualdade
Se o que mostrar a você agradar
Não precisa contar na certa vai se virar
Mostrando a todos que o destino ninguém
O que, que tem arriscar
sempre vivemos com pouca grana
nada que fizer vai nos intimidar
não adianta dizer nem querer apavorar
acreditamos em Deus e isto vai nos
assegurar
grafitamos os muros para não entrar no em
esquecimento
para mostrar a todos que nós temos talento
ensinar, aprender, viver ou morrer
o que importa nesta vida
é você crescer de corpo, mente e
espiritual
espero que todos também pensem igual
para todos que quiserem seguir o movimento
se critica nosso estilo
não ligamos, por lamento.
E se eu não canto alto ninguém escuta
O swing de boca eu deixo com o ED
Junior!!!!
O D.J
parou a batida junto com eles, fazendo uma parada brusca, sem deixar ninguém
entender nada. Por alguns segundos se faz um silêncio e na sequência vem a
euforia, muitos aplausos e assobios.
Eles descem do
palco, para que os próximos candidatos se apresentassem, sobre flashes e
elogios.
Dib desce do
palco e vai direto ao encontro da loirinha, que também esperava por ele.
Ele chega perto
dela, dá a mão para ajudar ela descer do banco e vão para um canto, um pouco
mais sossegado para conversarem.
- Qual o seu
nome? (Pergunta o Dib).
- Leila.
(responde ela e perguntando o dele).
- E o seu?
- É Mauro, mas
todo mundo me conhece por Dib. (responde ele)
- Desculpa, mas
eu não vou poder ficar muito tempo aqui conversando com você, eu tenho que
chegar em casa antes das 10:30 horas.
- Tudo bem se eu
te acompanhar até a sua casa, só me deixa-me avisar os meus colegas, que vou
com você até a sua casa e volto depois para saber o resultado do concurso.
Ele vai até o
Leco explica para ele o que iria fazer e volta.
- Pronto já
podemos ir.
Eles vão andando
e conversando.
E ela explica
para ele, que o pai dela era muito bravo e que ele não poderia ir até a frente
da casa dela, por que se o pai dela visse ele com ela iria ficar muito bravo
com ela, e pede para que ele a deixe na esquina.
Dib conta para
ela como era a vida dele junto dos amigos dele.
Ela observava
cada palavra que ele dizia.
Ela fala da vida
dela para ele também.
No caminho eles
sentem um cheiro de flores - Que cheiro gostoso? – Que cheiro é esse? - É Dama
da Noite. (responde ela)
- E gostoso, mas
também lembra o cheiro da morte. (diz ele)
- Credo!! - Não
diz isso! - Por que? - você tem medo da morte? (pergunta ele).
- Não. (responde
ela). - Mas não gosto de brincar com isso.
- Eu penso
assim, quanto mais medo se tem da morte, menos se vive, por ter medo de se
arriscar e de morrer, fazendo isso você se priva de muitas coisas que gostaria
de fazer, ou até que deveria experimentar, para poder viver com mais emoção ou
melhor.
- Isso tem
sentido, mas o medo nos alerta de coisas que não são seguras para nós, que algo
errado pode acontecer, o medo é um aviso disso.
- Isso também
está certo, mas não tem sensação melhor, do que superar o medo, depois que se
supera o medo, fica até engraçado essa situação, e muitas vezes a gente quer
sentir de novo esse medo, que foi a causadora do nosso alerta.
Eles chegam na
esquina da casa dela.
Ela estava
vestida com uma jardineira cor de rosa, com uma blusa branca por baixo. E sem
perder muito tempo ele a puxa pelas alças da jardineira para mais próximo dele,
e dá um beijo nela, ela corresponde o beijo e depois diz.
- você não devia
ter feito isso.
- Agora eu tenho
que entrar, pois já vai dar 10:30 horas.
- Tchau...
Antes de ela
terminar de se despedir, Dib dá outro beijo nela e a solta, ele vira a esquina,
e sobe 20 metros pela rua até o portão de uma casa, que estava com a luz da
frente acesa, ela abre o portão e olha para traz e avista o Dib a observando de
longe.
Antes de entrar
ela dá um tchauzinho de longe do portão e entra.
Na volta ele
sente o mesmo cheiro da flor da morte novamente, dá uma suspirada forte naquela
flagrância, cheira a as suas mãos e diz. - Esse cheiro é muito parecido com o
perfume dela, esse cheiro vai ser a lembrança desse encontro, toda vez que eu
sentir esse cheiro, irei lembrar dela.
Dib volta para o
festival meio desnorteado, com o gosto dela na boca e o perfume dela em suas
mãos.
Ele chega bem em
tempo de ver a última banda se apresentar e começar a premiação.
Só os seis
melhores seriam premiados e o coordenador fala o nome do 6-º colocado.
Era a banda do
Má e do ED jr.
O 5-º colocado
foi uma Banda Punk. O quarto colocado foi a banda de Rock a Billi, que se
apresentou primeiro.
Eles já estavam
na expectativa, quando o coordenador anunciou.
- 3-º colocado,
Equipe Master. Eles ficaram arrasados.
- 2º- colocado, o outro grupo de RAP.
- Por que eles
ganharam da gente? (perguntou o Ale para o ED).
- Porque eles
tinham dançarinos e dançarinas e coreografia, e isso contava pontos. (explica o
ED)
- Eu não sabia
disso, se eu soubesse chamaria uns camaradas que dançam Break, para dançarem
com a gente.
- E o primeiro
lugar!! - O número 1!! - São. - São elas! - As meninas do
sertanejo...
Eles dão risadas
daquela situação engraçada, onde nenhuma banda ganhou e quem ganhou foram duas
menininhas, caracterizadas com roupas country cantando uma música sertaneja,
que dizia assim:
Mataram o meu carneiro,
Cortaram os quatro pé,
Não quero saber de nada,
Eu quero o meu carneiro em pé.
Eles dão risada,
meio que não acreditando.
- Nós não
treinamos direito, por isso que perdemos. (fala o Leco)
- É verdade não
treinamos. (confirma o Juca).
- Vai pega logo
essas medalhas de terceiro colocado e vamos sair daqui, vamos comer pizza, para
esquecer um pouco disso, pelo menos nós participamos. (fala o Dib).
O ED jr vai
buscar as medalhas, enquanto o resto espera em um canto, até ele voltar.
Ele pega as
medalhas com o coordenador e faz desfeita das medalhas e volta.
- Vamos lá comer
pizza que eu estou com fome.
Eles andam até
uma pizzaria, onde só vendia pizzas para viagem e no caminho todos estão muito
calados pensando no que tinha acontecido.
Chegando na
pizzaria eles pedem três pizzas e dois refrigerantes de dois litros, andam até
uma esquina, onde havia um degrau de uma loja que estava fechada, onde eles
sempre sentavam ali para comer, eles se acomodam e detonam as pizzas, um
comendo mais rápido que o outro, para poder comer mais pedaços, por que três
pizzas era pouco para eles.
Depois de
devorarem as pizzas eles pegavam os discos de papelão e jogavam como discos em
direção à avenida, para o auto fazendo muita bagunça, deixando uma sujeira e fazendo
com que eles se distraíssem um pouco com o que havia acontecido, até que o Leco
fala.
- Nós não
levamos jeito para cantar não.
- Por que? - Só
porque perdemos? - Era só praticar um pouco mais. (retruca o Dib)
- O
ED jr começou errado (fala o Ale)
- A culpa foi
minha agora? (se defende o ED)
- Vocês não
tinham coreografia, como o outro grupo tinha, por isso perderam. (fala o Lu)
- E o Dib
atravessava a parte de todo mundo, tinha hora que não dava para entender o que
vocês estavam cantando. (fala o Tuco)
- Os
equipamentos estavam maus equalizados e era muito ruído. (fala o ED)
Eles voltavam
para a rua e continuavam a discutir o que tinha acontecido.
O Dib e o Leco
ficavam um pouco para trás para conversarem de outra coisa.
- Você viu
aquela mina que eu fui leva-la embora, que brota, parecia a Vera Fisher, com
aqueles olhos azuis.
O Leco ri e diz.
- Vera Fisher?
Só se for depois dá gripe. (E dá uma gargalhada)
- Vai ela era
bonita sim, não era? (fala o Dib)
- Era a coisa
mais linda. (Fala o Alex rindo e tirando um sarro dele)
- Não deu para
ver direito estava um pouco longe e escuro, mas parecia bonita, e aí ficou com
ela?
- Fiquei, dei só
dois beijinhos nela, ela tinha que entrar cedo para casa, por que parece que o
pai dela é muito bravo e não gosta que ela fica até tarde na rua, ele acha que
isso, não é coisa de menina de família, ficar até tarde na rua como uma mulher
da vida.
Eles estavam
chegando na Viela que dava acesso a rua dos Master e se deparam com vários
carros de polícia, uma ambulância e um apossa de sangue na saída da
viela, sem entender nada eles procuram por informação e avistam dentro do caro
de polícia o Alemão e o João irmão do Del, que eram amigos deles e do outro
lado da rua, na calçada do predinho estava o Carlinhos, o Dib vai na direção
dele e pergunta o que tinha acontecido.
O Carlinhos o
cumprimenta e explica o que aconteceu.
- Lembra do
Tonho? – Sim aquele safado que me tomou aquela bicicleta Tigrão, (bicicleta
tigrão era uma bicicleta que parecia com uma moto Chopper) que achamos
quando éramos crianças, estava quebrada dentro daquela casinha de
madeira que vendia doces e que agora está abandonada, ela ficava aqui
na saída da Viela, eu o Gel e o Edu, achamos a bicicleta quebrada no
meio e pensamos, vamos levar para soldar no Saulo e chegando lá como Safado
estava trabalhando lá, nós colocou medo, dizendo que ele conhecia o
dono daquela bicicleta e se nós não devolvêssemos, o dono iria nos matar,
porque era roubada e o cara era muito perigoso, ai nós ficamos com
medo e deixamos a bicicleta com ele, o safado soldou a bicicleta e
ficou para ele, mas o que tem ele?
- Então esse
cara é muito safado mesmo, está vendo aquele home conversando com os Policiais?
– Sim, o que tem?
- Então, o Tonho
estava assaltando aquele homem na Viela e este
Homem começou a gritar por socorro, o João, o Del e o Alemão,
correram para ajudar e quando eles chegaram aqui e viram que era o Tonho, como
eles se conheciam, só perguntaram para ele o que estava acontecendo?
- Nesse exato
momento, aquele outro cara de bigode e que está usando uma Pochete ali no
canto, ele é um policial e está à paisana, porque estava voltando para casa e
foi quando ele também escutou os gritos de Socorro e entrou do outro
lado da viela para ver o que estava acontecendo, o Tonho apontou uma arma de
brinquedo para o cara e foi aí que esse policial atirou e acertou a perna do
Del, o Del caiu no chão gritando de dor e João vendo o irmão caído sangrando,
tentou ajuda-lo, porque o Tonho saiu correndo, deixando todos ali
naquela situação, o policial que estava à paisana abordou o João e o
Alemão, mandando que eles ficassem com as mãos na parede, enquanto revistava
eles e o Del no chão, o João tentava se explicar que não tinha nada a ver com a
tentativa de assalto , mas a vítima, dizia que eles estavam junto com o
Tonho e sendo assim: Agora estamos aqui nessa situação que você está
vendo. – Ah! Tem mais um detalhe, os caras correram porque acharam que era um
de vocês, apareceu um cara armado procurando por vocês e eles acharam que era
esse cara na viela.
O Tuco pergunta
para ele. –Por acaso esse cara não era o Gentil? O Carlinho faz que sim com a
cabeça e exclama - Eu sabia que conhecia aquele cara de algum lugar!
Chegando na rua
dos Master aparece o Edinho, todo assustado estava branco de medo, correndo na
direção deles.
- O que foi
Edinho? (pergunta o Lu)
O cara que vocês
atacaram pedras na oficina dele hoje cedo, ele veio aqui ele e mais um outro
cara, veio aqui atrás de vocês e principalmente do Dib. Perguntou para mim se
eu sabia onde vocês estavam? Eu falei que não sabia. Então ele sacou de um
revólver engatilhou e colocou na minha cabeça, dizendo que eu estava mentindo e
que iria me matar ali mesmo, se eu não falasse a verdade e depois mandou que eu
me levantasse-se e corre-se, então ele deu dois tiros para o alto, e só parei
de correr agora que encontrei vocês.
- Cuzão, vamos
atrás dele. (fala o Dib)
- Ele está
armado agora, um outro dia que ele estiver vacilando, nós o pegamos. (fala o
Leco)
- Hoje não é bom
ficarmos vacilando por aqui, depois que aconteceu lá na Viela com os caras,
acho melhor irmos para outro lugar ou cada um para as suas casas. (fala o Tuco)
E eles resolvem
cada um ir para a sua própria casa. Como o Dib corria mais risco, o Tuco, Juca
e o Leco o acompanham até a sua casa.
Chegando perto
da casa do Dib eles verificam da esquina, se não havia ninguém esperando por
ele.
- Não tem
ninguém te esperando. (Fala o Juca)
- Falou então,
valeu, tenho que ir dormir amanhã é Segunda-feira e tenho que trabalhar.
Ele se despede
dos amigos e entra para a sua casa que estava toda apagada, e vai em direção da
escada para acender a luz, para subir para o quarto.
Quando ele
acende a luz, toma um susto. Tinha um vulto sentado no sofá.
Era o seu primo,
que tinha voltado e pergunta para ele.
- Ainda está com
raiva de mim?
- Estou, por que
não deveria de estar?
- Desculpe-me,
não vendi o seu tênis ele está emprestado para um amigo meu, e eu esqueci de
pegar, amanhã eu vou pega-lo.
Era mentira, o
primo dele sempre tinha uma desculpa para contar, mas a verdade era que o tênis
já tinha virado pó.
O Dib se enche
da ladainha do primo e sobe para o quarto.
- Eu tenho que
ir dormir amanhã vou ir trabalhar cedo, não sou como você, que dorme o dia
inteiro e se droga a noite, tenho que dormir a noite e trabalhar de dia.
O primo dele
escuta aquilo e não gosta muito o que ouvirá e se segura para não retrucar,
pois ele sabia o quanto o Dib estava chateado com ele e se levanta e vai em
direção a cozinha, pega uma garrafa de pinga, mistura em um copo com limão e
continua sentado no sofá no escuro, como um louco, quer dizer louco ele é,
ficou assim devido as drogas.
O Dib tira
o tênis e para que o seu primo não o roube, esconde embaixo da cama e faz o
mesmo com a calça e a camisa e se deita.
Seu pai já
estava dormindo e como sempre com o rádio ligado, se desligar ele acorda, então
como o Dib já estava acostumado a dormir com o barulho do rádio, não se
incomodava mais e se deita, deixando o rádio ligado. Nesta mesma hora o locutor
da rádio, anuncia o nome dos Master e presta atenção no que estava falando o
locutor.
- “A Prefeitura
de São Paulo está apoiando ex. pichadores, que agora se dizem grafiteiros, para
colorirem os túneis da cidade. Como é o caso da Equipe Master de grafite, que
estão participando deste projeto, que se chama “grafite arte legal” e que tem o
patrocínio da Coca-Cola e das tintas ColorGIN Sprays” Os integrantes desta
equipe, como informou um dos integrantes entrevistado de codinome (LU),
informou que eles também vários outros projetos, como grafitar uma caixa
d’água, prédios e trens da rede Da CPTM”.
Ouvindo aquilo o
Dib se alegra e pergunta para o pai se ele tinha ouvido também, mas o pai dele
já estava no quinto sono e fala meio dormindo.
- De médico e
louco todo mundo tem um pouco. Resmunga o pai dele.
- Putz! Até
sonhando-os sita ditados populares.
Ele se deita
novamente, reza e nesta noite não demorara muito para adormecer, como na noite
passada, por que ele já tinha um novo amor em seu coração em quem podia pensar
e sonhar com ela. Ele cheira a sua mão que mesmo depois de ter comido pizza e
tudo mais o cheiro dela ainda inalava e o perfume dela ainda predominava em
suas mãos, e pensando nela ele adormece.
Acorda com a sua
avó o chamando.
- Levanta menino
são 06:15 Horas, você tem que ir trabalhar, quem cedo madruga Deus ajuda.
Ele se levanta
numa preguiça só, se troca e desce para tomar uma caneca de café com leite
quentinho, que sua avó preparava todo dia para ele, toma o leite e dá um beijo
na avó e sai para o ponto de ônibus as 07:00. O ônibus passava as 07:05.
Chegando o
ônibus lotado como sempre, mas o seu lugar estava garantido no fundo do ônibus
pelos seus companheiros de ônibus. O Dudinha e o Parika, Palmeirinha, a tia que
só ri, ela não dizia uma palavra, só sabe dar risada e o Dininho, que trazia um
jornal na mão, era a Folha da Tarde, onde na capa estava a foto dos Master na
primeira página, com a inscrição em negrito “Prefeitura de São Paulo estimula
ex. pichadores”
E todo o
cumprimentam.
- Parabéns,
agora nós temos um amigo famoso. (diz o Dininho).
Ele pede para
ver o jornal e lê o que a repórter havia escrito e narrado da forma dela e
comenta.
- Ficou boa a
reportagem e as fotos também.
O pessoal
pergunta como foi, que eles foram entrevistados, quando, porque?
O que tinha
acontecido e foi assim a viagem toda cheia de questionamentos, até a praça
Princesa Isabel, onde ele o Parika e o Dudas, descem pela porta de trás do
ônibus sem pagarem a passagem.
O Parika e o
Dudas pegam os seus caminhos opostos do Dib, que corta caminho por dentro da
praça Princesa Isabel, por onde ele gostava de passar para ficar apreciando
aquela grande obra da estátua do Duque de Caxias e pensa.
- Victor
Brecheret, o mesmo que fez o monumento as Bandeiras, este artista era muito
bom, olha que perfeição...
Seu pensamento é
interrompido pela visão que estava a sua frente, que não era nada perfeita como
era a estátua. Ele vê mendigos, todos ali dormindo nas gramas e nos bancos da
praça, tinha famílias inteiras ali, vivendo naquela situação e se comove e se
choca, pensando no que ele poderia fazer para ajudar aquelas pessoas.
- Mas a culpa é
do governo.
Nesta mesma hora
bate uma inspiração, para uma letra de RAP, ele recita e decora para mais tarde
passar par o papel, para não esquecer, e vai cantando pelo caminho.
Ei vocês do
poder
O que estão fazendo que não olham, para
essa gente
Pessoas decentes que se tornam indigentes
Mas a culpa é deles mesmos
Que os elegem a presidente.
E vai
cantarolando até a entrada da Folha onde ele trabalhava como Office Boy, na
entrada ele encontra ali o seu pai que também trabalhava no mesmo lugar como
faxineiro, varrendo a calçada de entrada.
- Bom dia pai.
(ele o cumprimenta dando lhe um beijo no rosto)
- Bom dia filho,
já estou com duas horas de serviço, enquanto você está chegando agora, um dia
da caça outro do caçador, que horas são? Que horas são? Nove horas em ponto,
vai dar Burro na cabeça, deixa eu anotar esse número.
Ele ri balança a
cabeça e responde.
- Ah pai! Mas
você vai embora para casa mais cedo também e boa sorte na sua fezinha, tomara
que o Sr. Ganhe hoje.
E vai entrando
para o serviço, cumprimenta o segurança e pega o elevador até o sexto andar,
dentro do elevador ele se depara como Mauricio de Souza e fica em choque,
querendo conversar e tomara falar que ele desenhava também e que gostaria de
trabalhar para ele, que adorava o trabalho dele, nem bom dia conseguia dizer
direito, ele olhava o desenhista, que estava todo vestido de branco, ele era
baixinho, Dib olhava e disfarçava, até o elevador chegar no seu andar, ele
desce e não diz nada, as portas se fecham e ele perde a oportunidade, ele vai
até a chapeira e bate o seu cartão de ponto, espera mais uns minutos para
começa a trabalhar.
Quando o pessoal
do escritório chega e pega o jornal, para ler, e ver a foto dele ali na
primeira página, fazem algumas brincadeiras.
- Pensei que
ladrão só saia no Noticias Populares.
- Que quadrilha
de assaltantes de bancos, você faz parte?
Outros o elogiam
e foi assim até as 09:00 horas, horário esse que ele tinha que ir fazer um
serviço de rua.
Enquanto ele vai
saindo do prédio, o pessoal de outros andares ia dizendo.
- Saiu no jornal
hein. - Te vi no jornal.
- Quem você
matou?
Já na rua, ele
vai andando em direção à rua XV de Novembro, no caminho na avenida Rio Branco,
ele para em frente uma banca de jornal, onde ali haviam vários jornais
expostos, e discos para vender, havia um disco dos Racionais na vitrine, ele
olha os jornais para venda e observa a foto dele junto com os seus cincos
amigos na primeira página do jornal e pensa.
- É conseguimos
e daqui para frente qual será o nosso objetivo, protestar, chamar mais a
atenção.
E vai pensando
até o banco, chegando no banco ele vai até o departamento de cobrança e entrega
o serviço para o funcionário do banco e fica ali esperando ficar pronto.
Enquanto
esperava ele pega umas folhas que havia ali no balcão, puxa a caneta pela
cordinha onde estava amarrada a mesma e começa a esboçar algumas ideais, para
mais tarde poder mostrar para os seus amigos e ver o que eles achavam das
ideais, se haviam ficados boas ou não, mesmo as que ficavam ruins eles
guardavam, para um dia melhorar e poder usar. Por que uma ideia é sempre uma
inspiração, e toda ideia deve ser ouvida, por que sem ideais, não se tem um
início e perde a inspiração.
Como desenhar
fazia a hora passar rápido.
Ele nem percebe
que o funcionário estava chegando perto dele e se assusta.
- Puxa que
susto! - já está pronto? Que rápido.
- Rápido nada,
demorou quase duas horas. (diz o funcionário do banco)
Dib olha no
relógio e diz.
- Caramba! Nem
percebi a hora passar, fiquei aqui tão entretido nos desenhos, que nem percebi
a hora passar.
Dib olha para os
desenhos e percebe que acabou com todas as folhas de rascunhos e dá uma
risadinha sem graça, pega o resultado coloca no bolço e sai para fazer mais uma
hora na cidade, para não ter que voltar cedo para o escritório.
E fica enrolando
nas galerias do centro, para ver se tinha alguma novidade, ou só para matar o
tempo mesmo, ou encontrar alguns conhecidos que trabalhavam pôr ali.
Neste dia ele
compra um boné e dá uma passada pela Praça Marconi, onde os pichadores se
reuniam na hora do almoço. Ele não estava mais pichando, mas ainda conhecia
muita gente que pichava ainda e passava por lá, só para rever os amigos e
especialmente nesse dia que havia saído no jornal, para eles isto era a glória.
Chegando na
praça ele encontra um amigo e camarada, que pichava Chefe, o cumprimenta e
comenta se ele tinha visto o jornal do dia?
Neste mesmo dia
havia uns caras estranhos e diferente no pico, que ele desconhecia.
Um dos sujeitos
o encara e vêm caminhando em sua direção, e diz.
- E aí? E este
boné aí? Têm jeito? (insinua o indivíduo, que queria o boné do Dib.)
- Não tem jeito
não, por que vai encarar. (responde o Dib)
- O que! Você
duvida que eu te tome este boné é?
- Eu não duvido
de ninguém e também não subestimo ninguém, você nunca sabe com quem está
mexendo né?
O sujeito olha
bem nos olhos do Dib, que também o encara e percebe que ele não era otário e
que não estava falando com qualquer mané e que o Dib estava pronto para brigar
pelo boné, fica um instante pensativo e muda de assunto.
- O que você
picha?
- Eu pichava
Dib, hoje só faço grafite.- Grafiteiro é ... de que turma você é?
- Eu sou da
Master.
O indivíduo
ouvindo aquilo arregala os olhos, corre para pegar um jornal que estava na mão
de outros pichadores, volta, e compara o Dib com a foto do jornal.
- É você
mesmo!! - O me desculpe por àquela hora eu não te reconheci.
- Tudo bem,
deixa pra lá, tenho que voltar para o serviço e não posso voltar todo sujo, por
ter brigado e rolado com alguém na rua. (eles dão risada).
Os Pichadores
estavam combinando de pichar o prédio Terraço Itália, o Dib se envolve na
conversa e o pichador que estava organizando, vira para ele e diz. – E aí o que
você pixa? - Eu pichava Dib, agora só estou no grafite. Responde o Dib e
pergunta.
- E você o que
você pixa?
- Eu picho
Tchentcho. Responde ele e brinca.
- Foram vocês
que fizeram aquele grafite do Mago na praça da Bandeira.
- Sim fomos nós,
nós também fizemos aquele Super Homem que está dentro daquele Fliperama.
- Qual
fliperama, aquele que está dentro da Galeria Metropolitana? Pergunta o
Tchentcho.
- Isso. Responde
o Dib.
- E vocês não
assinam o grafite de vocês, eu ia fazer um estêncil escrito Tchentcho
e fazer embaixo do grafite de vocês, como se eu que tivesse feito.
O Dib brinca com
ele, perguntando se ele não queria apanhar? Eles dão risada no momento que um
outro pichador pede para que ele assinasse a sua agenda, outros pichadores
também pedem para que ele assine as agendas deles.
Ele assina, uma
por uma e vai saindo, porque já estava se atrasando para voltar para o serviço.
- Putz! Ainda
preciso comprar o tecido de flanela para a mãe do Juca fazer nossas camisa,
acho que dá tempo,
Ele para em uma
loja de tecido e pede tecido e flanela xadrez para poder fazer Seis Camisas de
manga comprida.
- Acredito que
se você levar sete metros, dá e vai sobrar um pequeno pedaço. Fala a moça da
loja
- Ok, mas eu
preciso daquela flanela bem grossa, é para fazer seis camisões compridos, não
pode ficar curto.
- Nesse caso
leva oito metros, por segurança. Fala a balconista.
- Ok, quanto
fica o preço? Pergunta ele.
- Fica Dez mil
Cruzados.
Ele coloca a mão
no bolso e tira uma nota de 10.000 cruzados, ele olha a imagem do Carlos chagas
e entrega para a moça, que responde.
- Só um minuto
moço, só vou cortar o tecido para você.
A moça demora
para medir e cortar, ele já estava muito atrasado, e vai ficando nervoso e diz.
- Moça você pode
ir mais rápido, estou atrasado.
Ela balança a
cabeça e diz.
- Pronto, você
não quer que embrulhe?
- Sim por favor,
você pode amarar com dois fitilhos para que eu possa carregar como uma mochila
na costa, por favor.
A moça faz o que
ele pediu, ele pega o pacote coloca nas costas como se fosse um amochila,
agradece e corre em direção ao serviço.
Ele chega um
pouco mais tarde do que o de costume e sua chefe o olha com uma cara torcida,
de quem comeu e não gostou, mas não diz nada, só olha para o relógio.
Ele se senta na
sua mesa e finge que estava trabalhando, não estava nem um pouco com vontade de
trabalhar naquele dia, as horas não demoram muito a passar e dá o horário de
saída, como um louco ele bate o seu cartão de ponto e se manda para o ponto de
ônibus, acompanhado pela a sua amiga Beth.(uma grande amiga de serviço) e eles
vão conversando até o ponto de ônibus, onde o ônibus dela passa primeiro para a
Freguesia do Ó, eles se despedem e o Dib fica esperando o seu ônibus que não
demora muito a passar, mas vinha lotado, com gente pendurada na porta, ele dá
sinal mas o motorista não para e passa direto, parando só no semáforo vermelho,
ele corre até o ônibus ajeita o seu pacote que estava na sua costa e se pendura
na porta também, com um pé no degrau da escada do ônibus e o outro pé no para
choque, se segurando na janela. Isso para ele, era uma diversão, era melhor do
que ficar lá dentro todo apertado e sufocado, respirando aquele ar poluído, já
na porta não, tinha o vento batendo na cara, como se estivesse em uma moto, e
também tinha a emoção do perigo.
O ônibus para no
próximo ponto, para descer algumas pessoas, pois para entrar não cabia mais
ninguém, mas havia três pessoas querendo subir assim mesmo, pendurados, duas
mulheres e o Dondo um amigo do Dib.
Eles pedem para
que pessoal se apertarem um pouco mais, para que as duas mulheres conseguissem
subir, com um pouco mais de segurança, ficando no segundo degrau da escada do
ônibus, enquanto o Dib permanecia da mesma forma que estava e o seu amigo no
último degrau se segurando na janela do outro lado e vão embora.
O ônibus
esvazia-se um pouco e o motorista pede para que eles entrassem, para ele poder
fechar a porta.
O Dib e o Dondo,
não sobem e não deixam que o motorista fechar a porta, mais dois sujeitos maus
encarados descem e ficam segurando a porta também. O motorista tenta fechar,
acionando o ar comprimido da porta, mas era em vão, os quatros seguravam fácil
e não deixava que ela se fechasse.
O motorista
ameaçava dizendo, que iria parar no posto policial, os dois sujeitos maus
encarados ouvindo isso sobem e deixam só o Dib e o Dondo segurando a porta.
O motorista
arranca e para no posto policial.
Ele entra no
posto policial, para chamar alguns policiais que estavam ali, nisso eles soltam
a porta e se misturam com outros passageiros, pagam a passagem e vão para
frente disfarçando, como se não fosse com eles. O motorista volta com quatro
policiais e aponta para o Dib e o Dondo. Dois policiais sobem para o ônibus,
vão até onde estavam os dois e pede para que eles desçam.
Eles descem e o
motorista tenta agredir o Dib, que se defende e dá uma pesada no motorista,
fazendo com que ele fica-se na dele, os guardas separam os dois.
Dois guardas
seguram o Dib e o Dondo e manda o motorista ir embora que os passageiros já
estavam reclamando. O ônibus vai embora e o guarda os manda entrarem na
delegacia, que eles iriam tomar um chá de banco, só um pouco.
Um dos policiais
se aproxima do Dib e pergunta o que você tem nesse pacote?
- É tecido.
Responde ele.
O policial faz
um furo no papel e confere se ele estava falando a verdade.
- OK, veja o que
eu tenho na minha mão. O policial pede para que ele cheira-se o que ele tinha
na mão.
O Dib empurra a
mão dele e diz.
- Você acha que
eu sou trouxa, isso daí e gás lacrimogênio.
O policial se
enfeza e dá com a lata na cabeça do Dib e diz.
- Você é muito
folgado, acho que vou te por lá dentro junto com os presos, para acabar com a
sua folga, o que você acha?
- Eu não acho
nada, me coloca lá, que o meu pai me tira e coloca você lá dentro.
- Quem é o seu
pai? algum doutorzinho.
- Vai mexendo
que você vai ver, quem é ele.
O policial fica
meio cabreiro, para com a brincadeira e entra em uma sala e volta minutos
depois e pergunta novamente.
- Quem é o seu
pai? o que ele faz?
E o Dib responde
dando risada.
- Ele é
faxineiro na Folha de São Paulo. Ele diz isso mostrando o seu crachá.
O policial pega
o crachá e lê: - Folha de São Paulo.
O que era
verdade, mas deixa o guarda confuso, pensando que o pai dele poderia ser algum
repórter importante.
O guarda fica
preocupado achando que o pai dele era algum reporte ou algo assim e meio
desnorteado diz.
- Tá! Vocês
estão liberados podem ir embora, mas me diz quem é o seu pai ou o que ele faz?
- Já te disse
ele é faxineiro mesmo.
O policial meio
desconfiado, olha para ele e diz.
- Vai! Sai logo
daqui.
O Dib e Dondo
vão dando risada até o ponto de ônibus e comentam.
- Você viu a
cara dele, quando eu disse que meu pai era faxineiro?
E dão risadas
até passar outro ônibus.
Outro ônibus
chega e eles sobem nele, onde encontram mais alguns amigos e comentam o que
tinha acabado de acontecer.
O cobrador desse
outro ônibus era amigo dele que o reconhece e grita.
- E viadinho
veio! Grita o cobrador fazendo uma joia com a mão.
- Fala viadinho
Veio. Respondendo fazendo um sinal de joia com a mão.
O pessoal dá
dando risada, e vão zuando um ao outro até chegar no ponto onde riria descer e
ele grita.
- Libera aí
Viadinho veio.
O cobrador bate
uma moeda no ferro, como um código para que o motorista abrisse a porta para
ele e grita.
- Falou viadinho
veio.
O Dib faz
um sinal de joia para o cobrador agradecendo, desce por trás sem pagar a
condução.
E ele corre para
casa, por que já estava atrasado para ir para a escola, chega em casa toma
banho e se troca, janta correndo e corre para a escola cortando caminho pela
vielinha.
Na entrada da
escola estavam o Tuco e o Leco. Ele os cumprimentam.
E o Tuco o avisa
que tinham pichado em cima do grafite do Túnel da Av. Paulista.
- O que pixaram por cima do grafite? E quem foi?
- Foi um tal de Testa. (Responde o Leco).
- Sexta-feira, nós vamos lá no pico da Lapa
buscar ele e quem estiver com ele, oh!eu comprei o tecido para a gente fazer os
camisões de flanela, segura aí, entrega lá para a mãe do Juca fazer para a
gente as camisas.
O Tuco e o Leco
olham a estampa do tecido.
- Loco, era essa
cor mesmo que falei, da hora. Fala o Tuco
- É esse mesmo,
deixa que eu entrego lá para a mãe do Juca.
- Que bom que
vocês gostaram, deixa eu entrar antes que eles fecham os portões. Diz ele
entrando para a escola, porque a inspetora já estava fechando o portão.
Entrando na
escola a primeira pessoa que ele encontra é a Kátia.
- Preciso falar
com você. (diz o Dib para ela)
- Pode falar.
(diz ela)
- O que você
quer de mim? (pergunta ele)
- De você
nada. (responde ela)
- Então você
quer ficar neste chove e não molha? E é logico que você não vai largar do seu
namorado rico, para ficar com um pé rapado de chinelo como eu.
Vai? Você toma uma decisão logo, ou você deixa o seu namorado e fica
comigo, ou me deixa de uma vez por toda!
Ela sai andando
e dá a costa para ele.
- Se você não
voltar aqui eu vou entender que a sua resposta é o outro.
Ela continua
andando.
- Então acabou,
me esquece. (ele pensa) - Eu cumpro o que falo.
E vai para a
sala de aula.
O pessoal da
sala de aula comenta.
- Eu te vi no
jornal hoje. Você e o ED jr. (Fala o Reinaldo)
Uma menina
trouxe o jornal e mostra para a turma toda.
O professor
entra na sala de aula e todos se sentam, logo atrás chega o ED jr e pergunta.
- Viu o jornal
hoje Dib?
- Vi. Mostra
para ele Cidinha.
O professor pede
para ver o jornal também, ele olha e pergunta.
- São vocês dois
aqui? - Somos sim. (responde o Dib)
- Vocês mataram
alguém ou assaltaram algum banco? com essas caras de maus elementos, é o que
parece.
A sala toda ri.
- Não professor,
nós somos grafiteiros e estamos participando de um projeto da Prefeitura.
- Ah é,
legal, então vamos iniciar os nossos projetos de aula de hoje.
O professor
inicia a aula e todos prestam atenção na aula.
O Dib gesticula
para o ED jr, que queria falar com o ele na hora do intervalo.
Passado as
horas, chega a hora do intervalo.
- O que foi?
(pergunta o Ed jr para o Dib)
- vamos procurar
o Juca e o Lu, para conversarmos todos juntos.
O Dib, ED, Juca
e o Lu, estudavam na mesma, escola também.
Todos reunidos,
o Dib explica o que queria dizer.
- Encontrei com
o Tuco e com o Leco na entrada da escola, eles me disseram, que pixaram por
cima do nosso grafite do Túnel da Avenida Paulista.
Todos se
espantam e exclamam!
- O que!!!
- É isso mesmo
que vocês escutaram.
- O que vamos
fazer? (pergunta o Lu)
- Vamos atrás de
quem foi, lógico. (fala o Juca indignado)
- E a propósito quem foi? Já sabe?
(pergunta o Lu)
- O Leco disse
que foi um tal de Testa.
- Sexta-feira
nós iremos no pico dos pichadores, na Lapa no Mac Donald”s .
- É isso aí,
vamos lá mostrar respeito e dar exemplo, quebrando a cara desse trocha, que
pichou por cima do nosso grafite, vamos mostrar para eles quem são “Os Master”.
- Deixa eu falar
outra coisa, já comprei o tecido de flanela Xadrez, para a sua mãe fazer as
camisas para nós.
- Compro e
cadê? Pergunta o Lu.
- Já deixei com
o Tuco e com o Leco para eles entregarem para a sua mãe Juca.
O Juca faz sinal
de ok.
Neste tempo que
estavam conversando, se passa o tempo do horário de intervalo e bate a
campainha, avisando que tinham que voltar para as salas de aulas. Eles se
cumprimentam e o Dib e o ED, vão para a sala deles e o Juca e o Lu também.
A aula estava
chata e o Dib não parava de pensar em tanta coisa que estava acontecendo com
ele ao mesmo tempo, chegava a ser perturbador, a ponto de não o deixar prestar
atenção na aula e parecia que aquela aula não iria terminar nunca, deixando o
impaciente, era sufocante, mas por graça divina a aula terminou.
Na saída da
escola o Dib encontra com a Kátia que não lhe dá nenhuma resposta e ele entende
aquilo como que está tudo terminado entre eles, que ela preferiu ficar com o
otário do japonês, no momento em que chegava o mesmo e ela dá-lhe um beijo
asfixiando-o, mas de olhos abertos olhando para o Dib, como dizendo “eu fico
com os dois”. Ela monta na moto, o abraça bem forte o namorado dela empina o
bumbum e faz posse para enciumá-lo mais e vai embora.
O Dib fica
boquiaberta, com aquela cena, pensativo por alguns segundos, mas dá de ombros e
vai à direção dos seus amigos.
Cumprimenta um
por um novamente e comenta.
- Picharam mesmo
em cima do nosso grafite em .
- Nós iremos
resolver isso na Sexta-feira. (fala o Lu)
- Hoje nós temos
que resolver outra coisa, “Os Prótons” estavam tirando a gente, dizendo que
somos uns otários, metidos a bestas.
- Vamos lá
mostrar para eles quem são os otários. Fala o Dib, louco para descontar a sua
raiva em alguém.
Eles vão até o
lugar onde ficavam os Prótons (os prótons eram um tipo de rivais dos Master).
- Eles estão
sentados na guia trocando ideias. (fala o Leco)
- Vamos correndo
que os pegamos desprevenidos. (fala o Tuco).
Todos correm
juntos em direção aos Prótons.
Alguns ao verem
eles correndo em sua direção, se levantam e tentam fugir.
Havia cinco
deles, quatro se levantam e fogem, um não consegue se levantar a tempo o Dib
vem correndo e chuta o rosto dele e dá mais alguns chutes, descontando a sua
raiva de tudo o que estava lhe acontecendo, desabafando batendo naquele pobre
coitado, enquanto o resto do pessoal corria atrás dos que tentaram fugir.
O Leco derruba
um com uma chinela por trás, fazendo com que o sujeito se esborrachasse no chão
e o Tuco pega o outro.
O Juca, ED e o
Lu, correm atrás dos outros dois que conseguem fugir.
O Tuco e o Leco,
levantam os dois sujeitos e os levam até onde estava o Dib só olhando, o que
ele tinha espancado, que estava atordoado no chão.
- Sentam aí do
lado desse outro trouxa e fica quieto se não quiser apanhar mais, será que os
caras conseguiram pegar os outros dois.
Passados alguns
minutos, o Juca, ED e o Lu, voltam.
- Cadê os outros
dois. (pergunta o Dib)
- Eles fugiram,
pulando dentro do córrego atravessando para o outro lado, eu não ia me sujar,
para pegar eles, eu acho que pelo susto e pela sujeira que eles ficarão,
aprenderão a lição. (responde o Juca)
- O que vamos
fazer com estes três aqui? (pergunta o Tuco)
- Vamos
espanca-los mais. (fala o Juca)
- Não. Nós não
somos covardes, eles já aprenderam a lição, de que não se deve, se meter com os
Master (fala o Dib)
- Quem chamou a
gente de trouxa, qual de vocês que foi? (pergunta o Dib)
Um deles fala.
- Não chamamos
ninguém de trouxa, quem falou isso?
- Não interessa
quem falou, nós ficamos sabendo e viemos aqui para mostrar, quem são os Master,
aprenderão a lição ou querem mais um pouquinho de aula.
E assustados
respondem.
- Aprendemos
sim. - Então diz para nós quem são os Mestres das ruas? Responde!!(grita o Lu
com os prótons)
- Vocês!!
(respondem os Prótons para ele)
- Vocês quem?
Nós não temos nomes? (fala o Juca)
- “Os Máster”
são os mestres das ruas!
- Não escutei
fala mais alto. (fala o Leco)
- Os Master são
os mestres das ruas!
- Assim está
melhor, vamos embora e se ouvirmos uma palavrinha da gente de novo.
- Nós voltaremos
aqui e vocês não vão ter tanta sorte assim. Ouviram? (fala o Dib)
- Eles balançam
a cabeça dizendo que sim.
- Vamos embora
vai. (fala o Dib)
Virando a
esquina eles caem na gargalhada.
- Você viu a
cara dele? Estavam tremendo, mais que vara verde. (comenta com o
Tuco)
- Eu chutei a
cara daquele trouxa com gosto, desabafei toda a minha raiva na cara dele. Fala
o Dib.
- E os outros
dois correndo dentro daquele rio podre, todo cheio de merda e de ratos, foi
demais ver aquilo. (fala o Juca)
- Foi muito
engraçado mesmo.
- Olha! Ali
naquela parte do rio, foi onde eles atravessaram. Aponta o Juca.
- Olha tem um
trator com um cabo de aço, dá para a tremendo, gente se balançar nele, vemos
lá! Fala o Dib.
- Não é um
trator sua besta, é um guindaste. Fala o Lu.
- Ah!! Não
importa o nome, vamos nos balançar no cabo de aço por cima do rio, a gente vem
correndo por cima do barranco e voa por cima do rio.
Todos se olham e
o Leco grita.
- Eu primeiro!
Eles puxam o
cabo de aço da retroescavadeira para trás para cima do barranco do
rio. O cabo de aço era pesado e dois seguravam enquanto o Leco se preparava
para se balançar, sobe no gancho ficando em pé para poder pular se algo desse
errado.
- Pronto, pode
soltar. Diz o Leco.
O Tuco e Dib
soltam o cabo de aço, que pega uma grande velocidade e balança bem alto por
cima do rio e o Leco grita.
- E lasqueira!!
- Ele disse
lasqueira? Pergunta o Tuco.
- Sim, ele
gritou: “Eh lasqueira!!”.
Os dois caem na
gargalhada e o resto do pessoal perguntam.
- Porque vocês
estão rindo tanto? Pergunta o Lu.
- Vocês não
ouviram o Leco gritar: “Eh lasqueria” parecia o Salsicha do Scoobydoo, por
causa do sotaque. Fala o Tuco
Todos dão
risada.
- Vai Logo Leco!
Que eu quero me balançar também. Fala o Tuco.
- Eu que não vou
nisso. Fala o Juca.
- É lógico você
é mó medroso. Fala o Lu.
- Lembra aquele
dia que nos subimos nos paredões do centro Cultural do lado da avenida 23 e maio,
onde tem aqueles arcos que parecem um minirrampa para skate e você
ficou tão melindrado, tentando segurar a gente para não andar de skate lá.
O pessoal ri.
- Eu lembro bem,
a gente dropava daquela transição e dávamos 180º do outro lado e ficávamos ralfando
de um lado para o outro e o Juca, ficava pedindo para a gente para, se não nós
iriamos cair lá embaixo na avenida e se não morrêssemos pela queda, os
carros ainda iriam passar por cima. Fala o Dib.
- Você está
inventando, eu não falei nada disso, só estava com medo da altura. Fala o Juca.
- Você não
estava com medo, estava se cagando todo e ficava tentando segurar a gente, para
não andar de skate lá e ficava gritando: “Vamos descer, por favor!”. Fala o
Leco voltando e deixando o balanço de cabo de aço, na mão do Tuco e do Dib.
Eles dão risada
- Foi mesmo, ele
ficava me agarrando, para não andar de skate lá. Fala o Tuco.
- Agora é a
minha vez, não veem Dib. -
- Tá bom.
responde o Dib.
Agora o Leco e o
Dib seguram o cabo de aço para o Tuco se balançar. O Tuco senta no gancho da
ponta do cabo de aço e o Dib avisa.
- Acho melhor
você ir em pé igual como o seu irmão foi.
- Ah não enche e
pode soltar. Fala o Tuco.
Eles soltam e
dito e feito, o Tuco era bem mais pesado que o irmão o balanço vai bem mais
forte e sobe bem alto e volta com tudo passando pelo barranco do rio, o Tuco
tentava frear com os pés o que fez com que subisse uma fumaça de
poeira, mas não fazendo o balanço parar e o Tuco só foi parar quando bateu na
lataria do guindaste fazendo um grande barulho.
Todos correm
para ver se ele estava bem. Chegando perto dele ele estava rindo e gritando de
dor.
- Ele está rindo
e chorando ao mesmo tempo. Fala o Juca todo preocupado.
- Que mané
chorando o que, seu cagão medroso, pelo menos eu fui e você que está aí todo se
cagando.
- Ah! ele está
bem, já tá me zoando. Fala o Juca.
- E a cara dele
gritando com medo quando bateu no barranco. Diz o Lu rindo.
- Os olhos
pareciam que iriam sair da cara de tão arregalados que estavam. Fala o Leco
rindo.
- Mas ele
está bem, graças a Deus e é bem feito para ele, eu falei para ele ir em pé, mas
o bicho é teimoso como uma mula, é sempre assim: Sempre que eu aviso acontece
alguma coisa.
- Ah! Não enche,
tá parecendo o Juca falando. Fala o Tuco.
- Não enche!
Lembra aquela vez que nós estávamos indo para o Play center e eu
falei vamos pelo outro lado é mais rápido e você e o Marcio Perereca ficaram
falando: “Que cala a boca, por aqui é mais rápido” e no caminho na calçada da
marginal eu avistei um caminhão de feirante vindo na nossa direção e dois caras
que estavam na carroceria, estavam preparados com laranjas na mão para
atacar na gente, eu fui ligeiro e me escondi atrás do poste e você e o Perereca
que se ferraram, se ferraram não , você ainda deu sorte a laranja só sujou sua
roupa, pior foi o Perereca que a laranja acertou o saco dele e ele ficava
rolando no chão de dor, quase caindo no córrego que passava por dentro
do Play center, lembra disso? Pergunta o Dib.
- Lembro.
Responde o Tuco gemendo de dor.
- Agora é a
minha vez, eu vou em pé e você vai ver que vai ser diferente. Fala o Dib.
- Me ajuda aqui
Ed e Leco! Fala o Dib.
O Leco e o Ed
seguram para ele o cabo de aço ele sobe no gancho, ficando em pé e quando
ele fala solta o Tuco veio com tudo e dá um empurrão, mais impulso para
ele ir bem alto, e é o que acontece o balanço sobe bem alto e volta com toda
velocidade e passa do barranco também, como o Dib estava em pé ele consegue
pular, mas o seu pulo dá mais embalo no gancho que bate com tudo no vidro da
reto escavadeira que ficava ao lado do guindaste, quebrando o vidro e fazendo
um barulhão.
- Pronto tinha
que ser o Dib, acabou com a nossa brincadeira. Fala o Lú.
- O Tuco me
empurrou mais do que devia.
- Acho melhor
nós irmos embora antes que apareça alguém. Diz o Juca no momento que alguém
gritava.
- EH!!!!
Molecada!!! O que vocês estão fazendo aí? Grita o segurança voltando da
padaria.
Eles correm até
chegarem na rua dos Master.
Pela primeira
vez passaram pelo beco sem parar para mijar.
Chegando na rua
eles se sentam em frente à casa do Lú e começam a lembrar do que tinha
acontecido e dão risada.
- Vamos andar de
skate agora? Fala o Lú.
- Eu não, ainda
estou com dor da pancada que dei no trator como disse o Dib, e corri agora com
medo de ter que pagar aquele vidro que nem lembrei da dor, só lembrei agora.
Fala o Tuco bocejando.
- E também estou
cansado, acho que vou para casa dormir, vamos Leco?
-
Vamos. Responde o Leco.
· Eu vou com
vocês, porque amanhã tenho que trabalhar. (fala o Juca)
E os três vãos
embora.
- Eu estou sem
sono, vamos dar um rolê de Skate lá no estacionamento do Supermercado, essa
hora deve de estar bem vazio, mas eu vou buscar a minha bike, eu vou lá em casa
buscar ela e nós Juca) encontramos na esquina da vielinha. O Lu concorda e o Ed
avisa.
- Ok, eu só vou
buscar o meu skate também e eu encontro vocês na saída da vielinha.
O Dib sobe para
pegar a sua bicicleta, mas no caminho ele encontra dois amigos pichando, eles
se cumprimentam e oferecem o spray para o Dib pichar, o Dib pega o spray e picha
o muro no exato momento que vinha passando o Misael, que briga com ele.
- Vai trabalhar
vagabundo. Grita o Misael brigando com eles.
O Dib se vira e
responde. – Vai se foder, seu noia viciado, do carrralho.
- Como que
é moleque, eu vou te ensinar a me respeitar.
O Misael corre
para a sua casa e o Dib pensa e avisa os seus amigos pichadores.
- Sai fora, que
ele é embaçado, vai pegar o cano (revolver).
Os seus amigos
correm e o Dib corre também mas pelo mesmo caminho que o Misael havia ido,
porque era o caminho da sua casa, chegando na esquina ele avista o
Misael saindo da sua casa com a arma na , mão o Dib corre e o Misael atira na
direção dele, como Misael estava realmente debilitado por causa das drogas ,
não conseguia mais correr tão rápido e não enxergava tão bem e atira várias
vezes na direção do Dib e não acerta nenhum tiro, o Dib olha par trás é só ouve
os tiros e vê os foguinhos saindo do cano do revólver , ele sobe correndo até a
sua casa e entra correndo. Demora um pouco o Misael bate na sua porta a sua avó
atende a porta e o Misael a cumprimenta.
- Boa noite Dona
Amélia, tudo bem com a senhora?
A avó acha
estranho o Misael batendo no seu portão àquela hora da noite e imagina que ele
estava querendo dinheiro para comprar droga.
- Eu não tenho
dinheiro não! A fome é a melhor cozinheira.
- Não é isso
não, é sobre o seu neto
- O que tem ele?
A mentira tem perna curta.
- Eu o peguei
pichando muro e fui dá uma bronca nele e ele me xingou e correu, a senhora
precisa dar mais educação para ele e não deixar ele ficar fazendo coisas
erradas na vida dele, para não se tornar como eu, eu gosto muito dele e por
isso eu briguei com ele.
- Mauro, vem
aqui! Grita a avó. A Ignorância é a mãe de todas as doenças.
O Dib sai
no portão logo atrás do pai dele, que estava saindo para ver o que estava
acontecendo.
O Misael
fala boa noite para ele e o pai dele pergunta o que estava acontecendo.
- Como eu estava
falando para a sua mãe, o filho do senhor estava pichando o muro e eu estava
passando e pedi para ele ir fazer algo útil, ele me xingou, eu corri atrás dele
e ele entrou aqui.
O Dib pensa a
história não é bem essa né, eu corri porque você descarregou uma arma atrás de
mim.
- Eu só quero o
bem dele. Fala o Misael.
- Porra imagina
se quisesse o meu pior. Pensa ele.
- Por isso eu
vim aqui, falar com vocês para educar melhor esse menino, eu gosto muito dele e
não queria ver ele se dando mal.
O Misael vai
embora e a sua vó olha para ele e diz.
- É o sujo
falando do mal lavado.
- Passarinho que
come pedra sabe o cú que tem, que horas são? Deixa eu anotar amanhã vai dar
Galo, na cabeça. Fala o pai dele.
O Dib, olha para
a avó e para o pai dele e balança a cabeça, sobe as escadas, coloca a sua boina
com a aba para trás, tira o cadeado da bicicleta e desce as escadas carregando
a bicicleta, a sua avó estava na sala e fala para ele.
- Onde você vai?
Já não basta um Noia, vir aqui querendo te dar uma lição de moral e ainda
amanhã você vai ter que ir trabalhar, ou vai faltar no serviço seu vagabundo,
saindo essa hora da noite para a rua para fazer sabe lá o que, não ponha a ele.
carroça na frente dos bois.
O seu primo que
estava sentando no sofá embaixo da escada dá um sorrisinho irônico, Dib
olha para ele, e ele olha para o Dib, como se quisesse dizer: “É, eu não sou o
único que faz coisa errada nessa casa”. O Dib dá de ombros e desce a rua na
mesma direção que havia subido minutos atrás embaixo de chuva de balas, passa
pela casa do Misael que estava no portão, mas nem repara que era ele, assim ele
passa despercebido e se encontra com o Lu que já vinha voltando.
- Porra meu,
achei que você não ia mais, já estava voltando.
- Olha quem está
falando o rei do atraso. Diz o Dib.
- Tive um
pequeno contratempo com o Nóia do Misael. (Nóia é abreviação de paranoia, se
referindo aos usuários de drogas, que ficam na paranoia.)
- O que
aconteceu?
O Dib conta para
ele o que havia acontecido e o Lú.
- Porra mais um
Nóia para encher o saco, agora pichar muro é mais fora da lei do que usar
droga, o pior é que esse Nóia é louco e perigoso, desse tem que ter medo.
- Eu o mandei se
fuder.
- Vichi, se é
louco, dizem que ele e o irmão dele já matou muita gente por muito menos. Fala
o Lu.
Você não
lembra do Arretado irmão do Misael, na copa de 1982, que desceu de uma perua
chutando as portas, para abrir as duas portas de uma vez, igual nos filmes, e
com uma Calibre doze na mão, ele atirou para dentro da padaria, onde estavam
uma galera assistindo ao jogo do Brasil, ele atirou no teto na padaria com a
doze e não ficou ninguém, saiu todo mundo correndo, porque ele acertou a
televisão de tão louco que estava. Depois disso acabou se matando em uma aposta
de roleta Russa, rodou o tambor do revólver e pá! a bala estava na agulha e
estourou os miolos, entrou como um furinho e saiu destruindo tudo, tiveram que
enterrar ele de lado, para disfarçar o lado da cabeça destruída, até hoje eu
tenho pesadelo com isso e não gosto de dormir do lado que ele foi enterrado,
com a cabeça virada para a esquerda. Antes desse dia, eu lembro dele descendo a
rua da minha casa cantando aquela música do Raul Seixas: " Zup, zap zoom,
não vai a lugar nenhum", por isso que não gosto de ver ninguém cantando
essa música, todo mundo que eu vi cantando essa música acaba morrendo no dia
seguinte. relembra o Dib.
O Lu olha para o
amigo, balança a cabeça e diz: Para de besteira! Essa música é do Balão Mágico
como Raul e você cantou errado como sempre. Eles continuam discutindo enquanto
caminhavam até encontrem o Ed, no final da vielinha que fala a mesma
coisa.
- Porra achei
que vocês não iam mais.
O Dib conta toda
história para ele de novo e eles vão andando até o supermercado, já
no supermercado eles aproveitam bem o estacionamento descoberto,
aproveitam bastante.
Até o Lu avistar
uma transição na saída do estacionamento coberto, que era perfeito para
realizar algumas manobras, como o mercado estava fechado, só esperando as
pessoas que acabavam de fazer as suas compras saírem, ainda haviam alguns
carros para sair, eles aproveitaram o portão ainda aberto e pegavam embalo na
rampa do estacionamento para realizar manobras nas laterais do estacionamento,
como o Dib estava de bicicleta ele ia mais para dentro do estacionamento
coberto, para pegar mais embalo e conseguir realizar uma manobra na saída do
estacionamento, como ele estava fazendo isso várias vezes, chamou a atenção dos
seguranças que vieram na direção deles dizendo que eles não podiam andar de
skate e bicicleta naquela área, eles ignoram o Segurança e continuam
, porém os seguranças ficam na frente para eles não conseguirem fazer
nada ali . O Dib dá a volta e entra pela rampa de acesso dos carrinhos de
supermercado pega uma grande velocidade quase atropelando os clientes que
estavam saindo e sai pela rampa do estacionamento , executando uma
manobra, ele dá um 360 º, os seguranças se assustam e correm para tentar pegar
ele , mas o Lu e o Ed , aproveitam e fazem manobras do outro lado , os
seguranças correm na direção deles , esquecendo o Dib que aproveita e dá outra
volta e entra novamente pelo corredor de acesso do supermercado e quase
atropela um dos taxista do ponto em frente ao supermercado, que xinga o Dib e
corre atrás dele até a saída o estacionamento onde estavam os seguranças, o Dib
consegue sair pulando da transição.
O taxista
se junta com os seguranças e correm atrás do Dib , que pedala em círculos,
fugindo e zoando com eles, até que um outro taxista , que estava no ponto
de táxi, pega um carrinho de supermercado e tentar derrubar o
Dib por trás pegando ele desprevenido batendo com o carrinho na roda da
bicicleta dele, o Dib estava desprevenido mas não cai e começa a pedalar mais
forte para fugir do taxista, que vinha com tudo para dar outro golpe na
bicicleta o Dib percebe, pedala mais forte e vai na direção de uma pequena
saliência que tinha na saída do supermercado e pula essa saliência no momento
que o taxista tentava golpeá-lo, o Dib passa pela saliência e o taxista
que não estava vendo essa guia, trava com a rodinha do carrinho de supermercado
e voa por cima do carrinho caindo de cara no chão, O Ed e Lu, dão risada e saem
correndo junto com Dib rindo pelas o outro lado da avenida para que
os outros taxistas não o peguem na mão de fluxo dos carros, eles correm até a
vielinha e entram correndo.
Vão até a casa
do Lu e entram na garagem.
E ficam ali
olhando para ver se ninguém havia lhe seguido.
Depois de
passado o susto eles dão risada.
- O cara voou
por cima do carrinho e se estatelou no chão. Diz o Lu rindo.
- Deve de ter
doido muito. fala o Ed.
- Eu não
consegui ver, ele estava batendo com o carrinho na minha roda traseira, eu tentei
me distanciar e pensei ele não vai parar por aqui com o carrinho, não imaginei
que fosse acontecer aquilo, foi melhor do que imaginei. Eles dão
risadas.
- Tinha que ter
filmado, a melhor vídeo cacetada que já vi na vida. Fala o Ed rindo
muito.
- Não vai
trabalhar amanhã, Dib? (pergunta o Lu)
- Não estou
querendo ir não.
- Então vamos
desenhar um pouco, enquanto você decide.
- Entrem comigo,
vamos desenhar na cozinha eu pego o Micro System do meu irmão e nós ficamos
ouvindo música baixinho e desenhando.
- Por que você
não quer ir trabalhar Dib? (pergunta o ED)
- Eu estou me
sentindo um estranho no ninho e o pior que até um Nóia quer me dar lição de
moral, eu quero deixar o cabelo crescer, sem ninguém ficar me discriminando, me
chamando de vagabundo, quero usar as roupas que eu quero usar e não ir vestido
todo bonitinho; lá tem uns puxa saco no serviço, que vão até de terno
e gravata, o que eles ganham, não dá nem para pagar um terno daqueles ternos,
muitas vezes deve de ser até emprestado do pai ou de algum conhecido, isso para
mim é mais vergonhoso, do quer ir trabalhar a vontade, com uma roupa que você
se sinta mais à vontade e confortável, o que poderia te deixar mais produtivo e
com mais ânimo para trabalhar do que ficar todo engomado, onde a pessoa não
consegue nem se mexer direito, com medo de amassar a roupa ou danifica-la; Eu
não sou assim. Eu fico me sentindo um pouco yuppie. As vezes estou trabalhando
e fico pensando em outras coisas que poderia estar fazendo, ou que eu realmente
gostaria de fazer, andar de skate ou de bicicleta, surfar, viver grafitando e
se manter só com o dinheiro que ganha-se fazendo o que gosta, estava de bom
tamanho para mim, viver a minha vida do jeito que eu sou e não do jeito que a
sociedade me impõe. E ainda tenho que escutar que sou vagabundo por pensar
assim.
- Eu entendo bem
isso que você está me falando eu já passei por isso também. Eu sendo negro às
vezes é até pior, as pessoas nos olham como marginais e nos julgam pela a nossa
atitude de ser ou de se vestir e não pelo o que realmente somos, eu não sou
capaz de roubar nem uma bala e gosto de me vestir assim, todo largado, você
quer ver um exemplo disso do que estou falando, olha os políticos que se vestem
muito bem, com roupas de grife, usam os melhores ternos e gravatas, muitas
caras, que daria para sustentar várias famílias e são os
piores ladrões, corruptos, sem caráter. E olha como está atitude de sem
vergonha é chamada? De crime do colarinho branco, por que você nunca imaginária
um pé rapado cometendo estes crimes, você sempre imagina uma pessoa bem
vestida, com um terno e uma camisa de colarinho branco, e as pessoas não os
discriminam por que sempre passam uma postura de um ser honesto, agora a gente
sendo honesto e simples, recebemos nomes que muitas vezes, nem em pensamentos
nos seriamos assim.
O Lu traz o
rádio e todo o material de desenho que eles precisavam e algumas fitas k7 de
diversas bandas como Suicidal Tendências, Biestie boys, que não podia faltar,
Rush, Guns, Faith no more, ira, etc.
Eles sempre começavam
a desenhar ouvindo Ira, que era uma banda paulistana e que os expiravam muito
pelo os temas de suas músicas e quando o sono os apertava ouviam um som mais
pesado.
Cada um fazia um
desenho em um canto da mesa, às vezes faziam mais de um.
O ED desenha uma
personagem muito legal e embaixo da personagem três letras estilizadas,
escritas (P,M,G.).
- O que
significa isso? (pergunta o Lu)
- Pizzas,
mulheres e grafite. (responde o ED jr).
Todos riem.
- Legal vamos
fazer este grafite agora ele é pequeno dá para fazer com pouca tinta é rápido
de fazer. (fala o Dib).
- Onde que nós
iremos fazer agora?
- Que tal no
predinho, na parte onde tem a laje, no alto. (fala o Dib)
- Mas sem
barulho, sem rádio e gritaria, tem que ser na calada. Diz o Ed.
- Legal!! (todos
concordam).
Eles pegam as
tintas no quartinho da casa do Lu e vão até o predinho.
- Cuidado para
subir na lage, pula com pouca força, senão você escorrega e cai. Avisa o Dib.
- Sim eu lembro
quando você foi querer pular com tudo e caiu e quebrou o braço. Comenta o Lu.
- O pior não foi
o tombo foi vocês tirando sarro, depois, levei um tombão, a minha mão
escorregou no lodo da lage, meu pé bateu no teto e eu cai de costa, tentei
amortecer com a mão, e acabei quebrando o braço. Lamenta o Dib
- Também você falou
que na hora que você estava no Hospital, apareceu um cara que havia quebrado as
duas canelas. Fala o Ed rindo.
- O pior foi
como o cara quebrou, ele saiu da casa dele e foi dar uma volta e durante essa
caminha ele quebrou uma perna e caiu, ele foi se levantar e se apoiou na outra
perna que se quebrou também. Fal o Lu rindo muito.
- Mas foi mesmo,
eu estava esperando a minha vez para engessar o meu braço e o irmão do cara
estava contando a história para a minha avó. Se defendo o Dib.
- Pior que essa
só a do Cara que falou Sonia Lima com o sovaco, que o CDP contou. Fala o Lu
rindo.
- Ri baixo, ou o
pessoal vão escutar a gente. Aconselha o ED, tentando rir mais baixo.
- Não dá, é
difícil imaginar o cara andando e pá, quebra a canela, e depois pá que a outra
canela, é muito hilário. Fala o Lu rindo.
O Dib olha para
os dois balança a cabeça e ri também e fala. - Vai vamos logo subir com
cuidado, para não cair e ir parar no hospital, mas até que era uma boa para
ganhar um atestado médico e não ir trabalhar.
O Dib e o Lu,
sobem na laje, e o ED fica em baixo olhando só vigiando para ver se vinha
alguém e ajudando com as tintas que eles iam pedindo.
O Lu faz o
desenho na parede num sufoco, porque não tinha onde se apoiar e o Dib tinha que
ficar segurando-o, para ele poder alcançar o mais alto possível, ele termina o
desenho e eles começam a pintar, no momento em que o ED assobia, avisando que
vinha vindo alguém. Rapidamente eles se abaixam na laje, se escondendo e
esperando para ver quem era.
Eram uns grupos
de senhoras, que vinham voltando da igreja.
E depois que
elas passam o ED avisa.
- Pronto elas já
se foram.
Eles terminam de pintar e o Dib começa a contornar o
desenho com o spray se apoiando no Lu que mal se aguentava com ele mesmo,
muitas vezes até atrapalhando de fazer um bom contorno, ele termina de
contornar o desenho, se irrita com o Lu por não o conseguir segura-lo direito e
se equilibra sozinho na mureta do prédio, foi quando ele estava terminando a
última letra. Escuta um estrondo como de uma bombinha e um zumbido, passa a
centímetros do lado da sua orelha direita e um buraco se abre na parede,
expirando cimento nele.
- Foi um tiro de
revolver, atiraram em mim!!!
- De onde veio
isso? (pergunta o Lu).
- Não sei, mas
vou terminar assim mesmo, só falta à parte de baixo da letra, dá para se
proteger melhor. Ele pula da mureta e se abaixa procurando de onde veio o tiro,
não vê nada e rapidamente ele se levanta e consegue terminar o contorno que
faltava e fala para o amigo.
- Lu faz os
teg’s rápido do que significa as letras embaixo delas, para não se expor no
alto e não tomar um tiro de graça, vai termina ai! Que nós vamos ficar olhando
para ver se encontramos quem atirou.
Eles procuram,
procuram e não vem nada.
- Deve de ter
sido aquele Coronel que o Tuco o xingou do final da rua. Diz o Lu
- Terminei!
Vamos descer daqui logo, antes que tomemos um tiro aqui em cima ou ele chame a
polícia de novo. Diz o Dib
Eles descem e
dão uma admirada no grafite, para ver como tinha ficado e mesmo assustados com
o tiro eles dão risadas.
- Ficou legal e
engraçado ‘pizzas, mulheres e grafite’. (fala o ED).
- Quase morri,
mas valeu o risco. Diz o Dib.
- Aqui de baixo
você não viu quem foi que atirou? (pergunta o Dib)
- Não. Não vi
nada, só vi a areia que caiu do buraco que fez na parede e ouvi um barulho
parecido com uma bombinha.
- Quase acertou
a minha cabeça, vamos sair daqui!-· Eu tenho que ir embora. (fala o ED)
- São seis horas
já! Não vou trabalhar mesmo hoje, posso dormir no seu sofá Lu, até umas dez
horas, porque a minha Avó vai me encher o saco para ir trabalhar ou vai dizer:
“Passarinho que voa com Morcego, acorda de ponta cabeça”. Fala o Dib.
- O que?
Pergunta o Lú.
- Nada, acho que
estou pegando a mania da minha avó e do meu pai, isso é só um ditado popular,
ela e o meu pai, tem cada uma e estão me deixando doido.
Eles dão risada.
- Eu tenho uma
também: “Um lápis apontado escreve melhor”. Sita o Lú.
- Dorme lá, sem
problema. Fala o Lú.
Eles entram na
casa do Lu.
- Eu vou pegar
uma coberta para você.
O Lu traz a
coberta e sobe, o Dib pega-a e se ajeita no sofá, pensando na preocupação da
sua avó, mas não dá nem tempo de pensar direito e desmaia em um sono profundo.
Acorda já está
quase na hora do almoço, estranha o lugar e se pergunta.
- Onde estou? Ah
é a casa do Lu! Eu fiquei aqui, tenho que ir embora para casa, a minha vó deve
de estar preocupada comigo e brava por não ter ido trabalhar hoje.
Ele se levanta e
sai pela cozinha, a mãe do Lu já estava trabalhando, sai pelo corredor e vai
para a sua casa pensando.
- Nossa a minha
avó deve de estar uma fera comigo.
Chegando em
casa, a avó dá uma olhada de deixar o cabelo em pé e pergunta.
- Onde que você
estava moleque? Que não dormiu em casa e porque não foi trabalhar? Papagaio que
acompanha João de Barro, vira ajudante de pedreiro.
- Eu estava na
casa do Lu desenhando acabei dormindo no sofá e acordei só agora, perdi o
horário.
- Você me paga
moleque, você fez de propósito, para não ir trabalhar, quando um Burro fala o
outro baixa a orelha.
- Não vó foi sem
querer.
- Você pensa que
eu nasci ontem, você não me engana não seu malandro, depois que perder o
emprego, você vai fazer o que dá sua vida? O peso da enxada é bem mais pesado
que a caneta.
Ele fica olhando
para ela sem resposta.
- Eim? Me
responde eu estou falando com você, está me ouvindo? Seu malandro, A noite
todos os gatos São pardos viu.
- Ah não enche o
saco tá!!
- O que!! É um
malandro mesmo, não se esquece Deus escreve certo por linhas tortas.
O Dib
deixa a sua avó falando sozinha e sobe para o quarto, troca de roupa, pega a
bicicleta e tenta sair de fininha, sem que sua avó o veja.
- Onde que você
pensa que vai? Seu malandro volta aqui, vagabundo, mente vazia é oficina do
Diabo.
Ele desce a ladeira
a toda empinando a bicicleta e no final da ladeira, ele pensa.
- Aonde que eu
vou? Terça-feira não tem ninguém na rua. Ah já sei o Leco está sem trampar, e
ele deve de estar no balneário, jogando basquete eu vou até lá e fico fazendo
algumas manobras nos degraus da arquibancada, é isso mesmo que eu vou fazer.
E vai pulando os
buracos e as lombadas por onde passava com a bicicleta. Chegando no balneário,
estavam lá, o Leco, Ale, Instem, o Baboo, Aranha, Pelé e um pessoal que estava
no balneário, para jogarem vôlei contra o time do balneário.
O Dib
cumprimenta os seus amigos, olha para o pessoal estranho e reconhece uma pessoa
no meio daquelas pessoas.
- Espere eu
conheço aquela loirinha, é a Leila; vou lá falar com ela.
- Oi! O que você
está fazendo aqui?
- Oi, eu vim
jogar vôlei, com as minhas amigas e os meus amigos e você não foi trabalhar
hoje?
- É, não fui.
- Faltando no
serviço eim.
- Só hoje, não
estava muito a fim de trabalhar.
O pessoal começa
a jogar vôlei e chama a Leila.
- Eu tenho que
ir jogar o pessoal está me chamando.
- Está bem, eu
vou ficar por aqui andando de bicicleta, depois nós conversamos mais.
O Dib fica
empolgado com a presença dela e se arisca mais nas manobras, só para se exibir
para ela. Ele pula degrau por degrau, chegando na parte mais alta, pulando de
360º e sobe os degraus de 180º, faz diversas manobras e cada vez que fazia uma
manobra, olhava para ver se ela estava olhando-o.
Quando ela
estava olhando-o não se cansava de se exibir, mais e mais.
Mas ele exagera
e acaba se cansando, do mesmo jeito, ele se senta na arquibancada e fica
assistindo ao jogo, quer dizer ele disfarça que está assistindo, porque na
verdade ele só estava olhando para a loirinha, porque ele nem gostava de
volleyball.
Enquanto isso seus
amigos, treinam bola ao aro.
O Leco se cansa
e se senta ao lado do Dib.
- Está vendo
aquela loirinha ali Leco.
- O que, que tem
ela?
- Foi com ela
que eu fiquei no Fecalp.
- A que você
falou que parecia a Vera Fisher.
- É, ela mesma.
- Eu a conheço,
estudou comigo, ela é briguenta. - Outro dia ela brigou com uma menina, na
porta da escola, deu o maior pau na menina, ficou com a mão cheio de cabelos da
menina.
- Ela é
briguenta é? Agora que gostei mais ainda dela. (fala o Dib)
- Você não foi
trabalhar hoje?
- Não, não fui,
fiquei até tarde na casa do Lu e dormi lá.
- Tomara que
eles não te mandem embora, como me mandaram lembra?
- Depois
daquele dia que eu você o Besta e o Claudio, saímos do serviço e
ficamos no bar da frente bebendo e ficamos de porre, fomos parar na casa do
Claudio ele ia tocar em uma danceteria, e nós fomos buscar as pickups e os
discos dele, aquele dia ele até ensinou a gente mixar, ensinou a escutar os
pits e o tempo da batida, e o que mais gostamos.
- Fazer Scratch.
Responde o Dib rindo.
- Isso e depois
fomos parar com ele em uma danceteria que nem sei onde ficava, nem sabia onde
eu estava, mas eu lembro que você pegou duas minas e uma ficou com ciúmes da
outra, você foi safado aquele dia, mas depois disso eu não lembro mais nada,
nos bebemos de mais, o Claudio tinha bebida de graça para o Dj e para quem
estava com ele, vichi misturamos de tudo e depois vomitamos tudo, aí no dia
seguinte eu não consegui ir trabalhar no dia seguinte de tão
ruim que fiquei, porque aquele foi o meu primeiro porre da
minha vida e não estava acostumado, fiquei ruim que
não consegui ir trabalhar no dia seguinte de jeito nenhum, lembro que
o meu pai brigou comigo, e no dia seguinte quando fui trabalhar, um dia depois
da ressaca, cheguei na chapeira e o meu cartão não estava lá, fui
falar com a nossa chefe e como eu ainda era de menor ela pediu para chamar
o meu pai, porque eu estava demitido, por ter faltado no dia
anterior, lembra disso ? (pergunta o Leco)
- Lembro
sim e tomara que eles não me demitam também, eles não são muito
tolerantes e a minha avó iria me matar se isso acontecesse, mas quer
saber a verdade, quero que se dane, porque eu trabalho pra caramba só
perco o meu tempo, nunca tenho dinheiro , porque dou metade do meu
salário para a minha avó e depois que o meu tio colocou o a minha tia e o meu
primo para fora da casa deles, por causa do vício do meu primo e eles foram
morar lá com a gente, e agora com o meu primo morando lá , nem posso ter nada ,
que ele rouba tudo as minhas coisas e vende para comprar droga, do
que adianta todo esse sacrifício se não fico com dinheiro e não posso
ter nada, só ficar engolindo sapo, que se dane.
O jogo acaba, e
a loirinha fica conversando, com as suas amigas e não vem conversar com o Dib.
Ele fica
esperando e nada, ela nem olhava para ele.
Ele desiste de
esperar e vai saindo.
Quando ele houve
uma voz, que o estremece inteiro por dentro, deixando o imóvel como uma estátua
por um momento.
- Espera, aonde
você vai? Eu vou com você.
- Vaaiii! (pergunta
o Dib)
- Vou
sim. (responde ela)
- Então vamos,
eu estou indo guardar a bicicleta em casa.
Os dois vão
andando juntos. O Dib empurrando a bicicleta e ela andando ao seu lado, para
poder acompanha-lo.
Chegando na casa
dele.
- Vem sobe
comigo, no meu quarto, porque eu guardo a bicicleta lá em cima, por segurança,
se não o meu primo a troca por pó e talvez nós podemos ficar lá ouvindo um
pouco de música, que tal?
- Você está
sozinho em casa? Eu tenho vergonha de ir entrando assim na casa dos outros.
- Não, não estou
sozinho, a minha avó deve de estar lavando roupa lá no fundo no quintal, vem
logo!
Ela concorda,
mas avisa.
- Sem nenhuma
gracinha tá!
- Tá! - Está
bem, mas anda logo!
Eles sobem para
o quarto, onde ele pendura a bicicleta na parede em dois ganchos, parafusados
na parede e coloca um cadeado.
Ela olha o
quarto dele e comenta.
- Que quarto de
maloqueiro, todo grafitado e pichado, bicicleta na parede um skate também
pendurado, do outro lado uma prancha de surf, tênis velhos espalhados pelo
quarto todo, um buraco no teto.
Ela se senta na
cama e diz.
- Nossa que cama
macia, macia até demais.
- É porque tem
dois colchões. (explica o Dib)
- O que você
quer ouvir, eu tenho Legião Urbana. (sugere ele)
- Isso coloca
Legião que eu gosto.
Era o único som
mais adequado que ele tinha para aquela situação, ele nem menciona o resto das
outras bandas de músicas que ele tinha ali, por que ela iria se assustar, só
com os nomes deles, imagina com a música ela iria sair correndo.
Ele pluga o som
e aumenta o volume um pouquinho e se deita ao lado dela na sua cama.
Ela se levanta e
se deita na cama do pai dele, olhando para ele desconfiado.
- O que foi? Não
gostou do beijo da última vez que nos encontramos.
- Gostei.
- Então por que
você está fugindo de mim?
Ele vai chegando
devagarzinho perto dela e se senta ao lado dela.
- É porque é
perigoso, nos dois aqui sozinhos no seu quarto e se sua avó de repente sobe e
nos pega aqui sozinhos, eu iria morrer de vergonha, se você começa a me beijar
eu não me responsabilizo pelo os meus atos, e não aguentaria por muito tempo e
tem mais, eu ainda sou virgem e estou naquela fase da indecisão, se faço amor
agora ou só depois do casamento, não quero que seja assim de qualquer jeito.
Dib concorda com
ela, só para conquista-la melhor e diz.
- Não vamos
fazer nada além da conta, só vamos ficar nos beijinhos e umas passadinhas de
mão.
- Só nos
beijinhos e nada de passada de mão. (diz ela)
Ele concorda com
ela mais uma vez, só para agrada-la e se aproxima da boca dela, fazendo-se que
iria beija-la, ela fecha os olhos e fica esperando o beijo. Fazendo charme ele
só fica olhando e afasta o rosto para atrás, deixando-a ansiosa.
Ela abre os
olhos e vê, ele só a olhando para ela de longe, dá um tapa nele e o xinga.
- Seu bobo, fez
eu ficar aqui com cara de boba, pensando que iria me beijar.
Ela fica com um
bico de emburrada e cruza os braços, como uma criança mimada.
Ele olha para
aquela fisionomia de anjinho e não se contem e a beija, dessa vez para valer, e
ela corresponde sussurrando, dando mais paixão naquele beijo, que dura uns
cinco minutos. Ela pede para parar, por que ela estava sem fôlego, retoma o
fôlego e continua, dessa vez vai deitando-a na cama e se deitando por cima, se
esfregando e passando a mão pelo corpo todo dela.
Alguns pontos do
corpo ela não deixava, mas depois de algum tempinho ela até pedia para toca-la,
nessa excitação toda, eles se empolgam, ele tira a camisa e tira a dela também,
beija o pescoço dela os ombros ao redor dos seios, que ainda estavam no sutiã e
passa a mão pela as costas dela e para no feche do sutiã, tentando abri-lo, ele
o abre soltando os seios dela- Que coisa maravilhosa. (diz ele) Ele dá um
beijinho bem sutil em um deles e desce beijando até a barriga e chega no botão
da calça e começa a abrir o zíper.
Ela empurra a
mão dele e diz.
- Não
quero fazer isso, só vamos ficar assim como estamos.
Ele concorda e
continua a caricia-la, ele a vira de bruços e beija o meio da costa dela e
começava no começo do rego e ia até a nuca dela, só com a ponta da língua,
encostando bem de leve na costa dela, fazendo-a sussurrar e o deixando louco
também, ele repete várias vezes isso e uma das vezes ele desce até o rego da
bunda e sobe devagarinho só encostando os lábios na coluna dela até a nuca,
fazendo a sussurrar mais alto e desviando para os ombros, onde dá uns beijinhos
e a virar sutilmente, beijando o seu colo, chegando nos seios e descendo pela
barriga até a calça e tenta abrir o zíper novamente, dessa vez ela deixa que
ele abra a calça dela e dá uma puxadinha para baixo forçando a sair, aparece a
calcinha dela, que era cor- de - rosa, com lacinho bem no meio do elástico e
era perfumada, ele tenta abaixar a calça mais um pouco. Quando ele escuta.
- Mauro!!!! A esperança
é a última que morre.
Fazendo com que
de um pulo da cama e ela também se levanta se arrumando.
- Droga!! É a
minha avó.
- O que você
está fazendo aí em cima? Nem tudo que reluz é ouro.
- Nada, sou
estou ouvindo música.
- Quem está com
você? A Cobra vai fumar.
- Ninguém, estou
sozinho.
- Eu vou subir
para ver se é verdade. A corda sempre arrebenta do lado mais fraco.
- Pode subir.
- Nesse Angu tem
carroço. Grita a avó.
A avó começa a
subir as escadas.
- Rápido se
esconda aqui. Ele levanta o colchão onde avia um espaço, por que o colchão de
cima era maior que o de baixo, e assim deixava um espaço entre a parede e a
cama, no mesmo local que ele havia se escondido do Tuco outro dia.
- Entra aí,
encolhe as pernas, que vou jogar a coberta por cima dos seus pés,
escondendo-os.
A sua avó entra
no quarto, dá uma olhada procurando algo de errado.
- Pensei que
você estava mentindo para mim, me falta no serviço, só para ficar vagabundando,
seu vagabundo. Filho de peixe, peixinho é.
- Não começa vó,
me deixa em paz.
A avó dá uma
olhada para ele e desce.
- Pronto você já
pode sair!
- E agora como
eu vou embora?
- Espera eu vou
lá ver se ela está na sala, se ela estiver eu a levo até a cozinha e volto para
te avisar.
Ele desce para a
sala, onde a avó estava assistindo televisão e pede para a avó.
- Vó faz aqueles
bolinhos doces para mim.
- Você não
merece faltou no serviço hoje. Quem quer rir, tem que me fazer rir.
- Ah, faz vai
vó, eu estou com vontade de comer aqueles bolinhos, sempre quando eu estou
trabalhando há esta hora eu lembro dos seus bolinhos e da senhora e fico
pensando; humm!! Como seria bom se eu estivesse em casa esta hora só comendo os
bolinhos doces da minha avó, e como eu estou mesmo aqui hoje, você poderia
fazer este meu desejo, né vozinha.
- Está bem eu
faço, mas você não merece. O que é de Cezar, dê a Cezar.
Ele acompanha a
avó até a cozinha, beijando e a ajuda a pegar os ingredientes.
Quando ele vê
que a avó está com a mão na massa literalmente, e que não vai sair tão cedo
dali ele avisa.
- Eu vou ao meu
quarto desligar o rádio e já volto.
Ele sobe
correndo e chama a Leila.
- Vamos logo ela
está ocupada lá na cozinha, dá tempo de sair, sem que ela te veja.
O Dib desce na
frente, só para garantir, abre a porta da sala e quando ela estava saindo.
A sua avó
pergunta da cozinha.
- Você vai sair?
Sem lenço sem documento.
A menina se
assusta pensando que ela estava na sala, olha para verificar e se alivia ao ver
que não, então ela fica parada esperando que o Dib a avisa-se
- Não vó, parece
que tem alguém me chamando, vou ver quem é.
Eles saem até o
portão.
- Vem
senta aqui em cima do murinho do registro de água e me espera aqui.
Ele entra de
volta em casa, e sua avó já na sala pergunta.
- Quem era? O
vento canta nos quatro canto.
- É uma amiga
minha.
- Que
amiga? Amigo é dinheiro no bolso.
- Uma que eu
conheci em uma festa sábado.
- Manda ela
entrar. A porta da rua é serventia da casa.
O Dib vai até lá
fora e combina com ela
- Faz de conta
que você está chegando agora.
- Não, eu não
vou entrar.
- Se você não
entrar vai dar mais suspeita ainda, vem vamos comer uns bolinhos, que ela está
fazendo, você não está com fome?
- É estou um
pouco.
Ela decide
entrar e eles vão direto para a cozinha; onde o Dib a apresenta para a sua avó.
- Essa é a Leila
vó e esta é a minha avó.
Como uma
velhinha simpática que era, a avó dele elogia a moça dizendo.
- Nossa! Como
você é bonita, que olhos bonitos que você tem, as vezes o Demônio se disfarça
de Anjo.
- Que isso vó!
A moça
fica toda vermelha e se cala.
- Desculpe, é só
uma expressão, come uns bolinhos! Mas se a carapuça serviu, mas não é para ela,
quando a carapuça serve é diferente.
- Não, não quero
obrigado. Diz a moça sem saber o que dizer.
- Come este é o
primeiro está pelando enquanto eu frito mais, não vai fazer desfeita, vai? Quem
cru, come quente.
- Não que isso
eu vou comer então.
- Oferece café,
para ela mal educado, quem oferece é porque não quer dar, coloca no copo para
ela.
- Obrigado eu
não tomo café.
- Um suco, água,
refrigerante?
- Água eu quero.
O Dib pega um
copo de água e dá para a moça.
- Está bom o
bolinho? (pergunta a avó) Quem não tem presente, mostra os dentes.
- Sim, está uma
delícia, acho que vou comer mais um.
- Fica à vontade
e coma a vontade. O que não mata engorda.
Ela come mais um
e mais um e mais outro e não parava mais de comer, até que diz.
- Nossa eu
acho que já comi demais, comi mais ou menos uns dez! estou cheia.
A avó e o Dib
riem.
O Dib a chama
para ficarem lá fora.
Ela agradece os
bolinhos.
- Obrigado pelos
bolinhos, eles estavam uma delícia, posso pegar mais um?
- Sim é lógico e
obrigado, mas eu faço de olho não uso receita, cavalo dado não se olha os
dentes. (a avó da satisfação de como era a receita dos bolinhos).
- Tchau! E
obrigado
· Tchau, que
isso! Que Deus guie o seu caminho, porque de boas intenções o inferno está
cheio.
Os dois saem e
se sentam no muro do registro e fica observando o sol se pôr.
O sol se põe e
ela pergunta.
- A sua avó
sempre termina as frases com um proverbio?
- Sim, ela e o
meu pai, as vezes isso me deixam doido, me deixa com vergonha as vezes.
- Não, não me
ofendi, eu entendi, que são pensamentos sem maldades.
- Me desculpe.
- Que isso, e
você não vai para a escola hoje?
- Hoje não e
você não tem que ir para a escola também?
- Hoje tem
reunião dos professores, não haverá aula.
- Ah! então
vamos ficar aqui conversando.
- Olha o meu pai
vem chegando, ele vai me dar uma bronca porque não fui trabalhar hoje.
- Você não foi
trabalhar hoje porquê? Nem tudo são flores. Pergunta o pai.
- Não estava
bem.
- Você nem
dormiu em casa eu sai pra trabalhar e a sua cama estava vazia, fui trabalhar
preocupado com você, mas o bom filho à casa torna.
- Dormi na casa
de um amigo e perdi a hora também.
- Sei, esse é
irmão desse. Diz opai apontando para os olhos.
- Eu fiquei te
esperando na porta da empresam demorei mais tempo para varrer do que o normal e
o relógio já dava 09:00 horas e nada de você aparecer, eu anotei o número 9 e
coloquei no bolso, eu subi até o andar que você trabalha e perguntei por você e
ninguém tinha te visto, a sua chefe me olhou com uma cara feia, de quem comeu e
não gostou, então fiquei muito mais preocupado e resolvi descer, fui até o
orelhão da rua ligar para a vovó, então ela me falou que você tinha aparecido e
saiu logo em seguida, então fiquei mais calmo, então eu coloquei a mão no bolso
e tirei o papel que tinha anotado, olhei para aquele número nove, e pensei
porque não, e fui fazer uma fezinha, menino não é que deu Burro na cabeça, pena
que joguei pouco dinheiro mas mesmo assim ganhei um dinheirinho bom, olha aqui.
O pai tira um
amaço de dinheiro do bolso e mostra para ele e diz.
- Tem males que
vem para o bem, não vou anotar a hora, hoje eu já ganhei, não vou buscar da
sorte, falando em sorte quem é essa moça bonita?
- É a minha nova
namorada.
- A moça tem
língua, além desses olhos lindos? As vezes o demônio se disfarça de anjo.
A moça que já
era vermelha de nascença por ser polaca, fica mais vermelha como uma pimenta.
- OHH Pai! A Vó
já falou isso para ela também, vocês estão deixando-a sem graça caramba.
A moça que
estava muda, agora ficou calada.
- Desculpa moça,
é brincadeira, não precisa ficar vermelha, o peixe morre pela boca, que horas
são?
Ele olha no
relógio e diz: 17:33 Cachorro e Cobra, vou anotar amanhã eu faço uma fezinha. O
pai anota o número e diz.
- Dá licença
moça, desculpa a brincadeira, deixa eu dar a boa notícia para a minha mãe,
quanto mais alto, maior é a queda. Ele diz isso e entra.
O pai ficou tão
sem graça pela brincadeira que não dá a bronca, por ter faltado no serviço.
O sol se põe
totalmente e nasce uma bela noite, com uma lua cheia bem luminosa, muito clara,
era uma noite linda.
Eles conversam
sobre vários assuntos, como seria o futuro deles, sobre os seus amigos, etc.
Eles se beijam,
sem parar e ficam se beijando por duas horas ou mais, até que o Dib fala.
- Vamos ficar
aqui no corredor e mais escuro e ninguém fica nos olhando namorar.
Ela topa.
Já no corredor,
eles continuam a se beijarem e se esfregam e se empolgam ele a levanta no colo e
a leva para o fundo do quintal, que estava parecendo dia, devido à lua estar
tão clara e tão brilhosa, que clareava todo o chão do quintal, como se fosse
uma luz artificial com pouca potência.
Eles continuam a
se beijarem e cada vez mais ardente, a cada beijo aumentava a pressão a um
ponto de nenhum dos dois se aguentar mais.
Ele a deita no
chão do quintal, forrando-o com as roupas que eles iam tirando. Ela tira a
camisa e o sutiã e ele tira a calça e a camisa ficando só de cueca e pôr cima
das roupas, ele continua a beija-la sem parar, no canto da boca, descendo para
o pescoço subindo até a orelha dela, dando um sussurro bem safado, desce pelo
pescoço, beija os ombros, as mãos, volta até o ombro, beija o colo passa pelos
seios ignorando-os continua descendo beijando seu ventre e acabando pôr fim a
desabotoar a sua calça. Abaixa o zíper e começa a tirar a calça jeans dela, que
estava muito apertada, só que dessa vez ela o ajuda a tirar a calça.
Quando ela foi
tirar a calcinha também, ele pede para que ela espera-se mais um pouco e beija
as suas cochas, o joelho a sua canela o pé e os dedos um pôr um e sobe
repetindo tudo na devida ordem, chegando até a virilha onde dá um beijo e sobe
até os seios e percebendo o desejo dela aumentar e querer ser beijada nos seios
e dá só um beijinho bem de leve, o suficiente para que ela soltasse um gemido
alto, ele pede para que ela sussurrasse mais baixo e olha para ver se alguém
dentro da casa dele, tinha ouvido o gemido, ninguém se manifesta, ele continua
e dá outro beijinho no mamilo do outro seio, fazendo ela se retorcer toda,
arranhando o chão, ele desce beijando-a até a calcinha e morde o elástico e
tira a calcinha dela com os dentes, bem devagarinho.
Terminando de
tirar a calcinha, ele sobe cobrindo-a com o seu corpo, que parecia estar
pegando fogo, de tão quente de tesão que estava e para só quando os rostos se
encontram, ele a beija e fazem amor como dois amantes, como foi a primeira vez
dela, ela estava com um pouco de medo, mas ela sem entrega e descobre o prazer do
amor.
Eles
relaxam um do lado do outro, olhando a lua linda que fazia, ele se levanta um
pouquinho se apoiando no cotovelo, para observa como ela era linda, o reflexo
da lua que refletia na sua pele branca, era uma beleza estonteante, aquilo
embelezava os olhos, ele fica bem pertinho do ouvido dela e diz.
- Você é muito
linda, o brilho da lua na sua pele branca, se tornam um só brilho, você disputa
com a beleza da lua, roubando o brilho dela, de tão bela que é.
E se deita pôr
cima das roupas jogadas no chão ao lado dela.
Quase se
esquecendo que ela havia ficado o dia inteiro fora de casa, ela diz.
- Tenho que ir
embora a minha mãe deve de estar preocupada comigo.
E se a conheço
bem ela deve de estar brava também, pôr não avisar onde eu estava.
- Está certo,
vamos eu te acompanho até a sua casa.
Antes de partir
ela abaixa a cabeça e diz.
- Agora já era
não sou mais virgem, espero que você continue gostando de mim e namore comigo.
Ele a abraça, a
beija e diz.
- Eu gosto de
você e já estou namorando com você e não pretendo deixa-la tão cedo, só se a
morte nos separar.
- Não diz isso.
Os dois saem
pelo corredor da casa, passam pelo portão e descem a rua em direção a casa
dela, que dali de onde eles estavam até a casa dela, iria demorar uns dez
minutos, em cada cantinho escuro que eles passavam, se agarravam e se
amassavam, fazendo com que o percurso, demora-se pelo menos uns trinta minutos
a mais do que deveria.
Chegando na
esquina da casa dela, uma surpresa, a mãe dela a esperava.
- Bonito não
menina, o dia inteiro fora de casa e nem se quer avisa onde estava; e quem é
esse sujeito?
- É o meu novo
namorado mãe.
- Deixa o seu
pai ficar sabendo disso, que você vai ganhar uma nova surra, isso sim e já pra
dentro.
- Tchau, Dib.
- Tchau!
Ele dá tchau
para a mãe dela, que vira as costas e dá de ombros, ele não liga e dá risada,
estava muito feliz, para se zangar com aquilo, achava que tinha encontrado o
amor da sua vida, a sua alma gêmea e desce a escadaria, que cortava caminho aos
pulos, pulando de três em três degraus de uma só vez.
Ao chegar na rua
dos Master, seus amigos andavam de skate nas rampas que eles haviam acabado de
montar.
- Dib vai lá
pegar o seu skate, vamos estrear essas rampas, ficaram muito boas, não acha?
Dib! Dib! Dib!!!
O Dib estava
aéreo pensando em outra coisa e nem percebe o que o amigo estava lhe falando;
como se estivesse andando nas nuvens, seu pensamento estava longe demais, bem
longe, em um jardim florido lindo bem longe da terra, que ficava em outra
galáxia, num planeta solitário, onde viviam só ele e a Leila, eles viviam
correndo pelos campos floridos, se abraçando e cantando, dançando, dando voltas
em câmera lenta.
- Oh! Estou
falando com você!!! (grita o Lu). - Você vai andar de skate ou não?
- Não estou a
fim não, acho que vou para casa dormir, estou cansado e apaixonado.
- Você
está o que?
- Nada não, vou
para casa, esquece o que falei!
Ele vai para a
sua casa e o Lu fica sem entender nada do que o amigo estava falando e dá de
ombros.
Chegando em casa
a sua avó o aconselha.
- Vai dormir
cedo menino, para não faltar de novo no serviço, quando um não quer, dois não
brigam.
Ele olha para
avó e acha estranho aquele provérbio e pensa:
- Será que ela
ouviu alguma coisa no quintal? E responde a Avó.
- Eu vou me
deitar sim vó, estou me sentindo muito estranho. (ele estava apaixonado)
- Mas janta
antes! Saco vazio não par.... ele interrompe a avó e termina a frase.
- Não para em
pé, ééeée, eu já sei, vou subir se me der fome depois eu desço e como alguma
coisa.
Ele se deita na
sua cama e fica relembrando, cada detalhe do que tinha acontecido, de cada
momento e de cada toque, de cada beijo, ainda sentia o cheiro dela em suas
mãos, sentia como se ela estivesse ao seu lado, em torno dos seus lábios o
gosto dela ainda permanecia; pensando e relembrando e decide, que desta vez
iria se entregar de corpo e alma para um único amor, iria se dedicar para não o
perder
- Desta vez tem
que dar certo, vai dar certo sim, está sendo tudo tão espontâneo, deve de ser o
amor verdadeiro, é aquele que não tem explicação, nem todas as palavras do
mundo podem explicar o que estou sentindo, talvez uma pequenina palavra possa
explicar, mas quem me explica o que significa está pequena palavra; que é o
amor, o que é? é a dedicação a uma única pessoa, será que isso é amar? Ou então
sentir saudade, quando estão separados por apenas alguns minutos? Ou é o medo
de perde-la, ciúme, raiva, carinho, afeto, amizade, cansaço, força, vitória,
alegria, lagrima, paixão, emoção, sensação, ilusão, atitude, devoção,
fidelidade, etc. como eu pensei nem todas as palavras pode explicar o que eu
estou sentindo, esta pequena palavra é infinita, em significado, não deveria se
chamar amor, deveria se chamar ETC.
Ele adormece,
esboçando um sorriso no rosto parecido com o da Monalisa, irônico.
- OI!
Ele reconhece aquela voz e se vira para confirmar a
sua certeza, era a Leila, ela estava segunrando alguns cadernos, abraçados com
eles.
- OI!! O que você está fazendo aqui?
- Estou indo para aescola.
- Mas você não entra as 19:00 horas também?
- Sim , mas vai dá tempo.
- Como? a sua escola fica a uns 20 minutos
daqui.
- Pois é.
O terçeiro e ultimo alarme de aviso para entrar no
colégio toca.
Ele se despede dela e dá um beijo e diz.
- Agora estou sem coragem de entrar para estudar,
queria ficar com você.
- Nada disso, você tem que estudar para depois
arrumar um bom emprego e constituir uma família.
- Para não ser um vagabundo, como todo mundo
ultimamente me diz: E não ficar pintando parade por aí, que isso não dá futuro
para ninguém, tá bom, mé dá mais um beijo pelo menos,
Ela o beija ele se vira para entrar e passa para o
portão e vai entrando.
Ele percebe alguém andando atrás dele, como se fosse
a sua sombra, enquanto a supervisorá fechava com a corrente o portão de
entrada.
Ele se vira para ver que estava brincando com ele e
se depara com a Leila.
Sem entender nada ele diz:
- Oxii!! O que você está fazendo aqui? E agora o
portão também se fechou, como você vai sair.
- Eu não vou sair, eu vou estudar.
- Estudar? Mas a sua escola não é aqui.
- Surpresa!!
Ele fica confuso, sem entender nada.
- Eu pedi transferência para essa escola , para
poder ficar juntinho de você.
- Sério?
- sério, eu só preciso passar na diretoria e
confirmar qual vai ser a minha sala.
A inspetora vem na direção deles e diz.
- Vão par a sala de aula!
- Eu sou nova aqui, pedi transferência de
outra escola e precisava saber qual vai ser a minha sala de aula. Diz a Leila
para a inspetora.
- Ok, vamos lá na secretária que eu vejo para você.
Elas vão até a secretária e o Dib vai atrás.
A inspetora pergunta o nome dela, ela responde
e a inspetora procura em um caderno preto pelo nome dela.
- Aqui, está o seu nome e a sua transferência,
2º B, deixa eu ver o calendário do 2º B, ok, A primeira aula hoje é de inglês
com a professora Raquel , sala 15, mas deixa eu anotar o restante das aulas.
A inspetora anota os restantes das aulas entrega
para ela e olha para a o Dib e pergunta.
- E você o que você está fazendo aqui? Vai para a
sala.
- Sim, eu só vou mostrar para ela onde fica a sala
15 da professora Raquel.
Eles saem da secretária e o Dib diz:
- Eu estou no 2º A e você no 2º B, legal, vou pedir
para mudar para o 2º B, para ficar com você. Ele dá um abraço forte de lado
nela, puxando ela para junto dele de felicidade, enquanto eles
continuavam caminhando até a sala 15.
Chegando na sala 15, a porta estava fechada porque a
aula já havia começado, ele bate na porta e a professora Raquel atende a porta
e diz.
- É você bonitão? What´s happened? Diz ela passando
a mão no braço do Dib.
A Leila acha estranho a intimidade da professora com
ele, sente um pontinho de ciúmes, porque a professora Raquel era uma mulher
linda, aparentava ter uns 40 e poucos anos, mas era uma coroa enxuta, ruiva,
com aqueles cabelos vermelhos encaracolados e compridos, ela tinha um corpão,
seios fartos e usava um decote que valorizava ainda mai os seus seios, ela
usava uma jaquete de couro preta e uma calça Jeans que também valorizava o seu
quadril largo, ela estava de botinha preta de salto o que a deixava mais alta,
se existisse uma versão do demônio feminino para provocar ciumes em outra
mulher, ela era a versão perfeita do próprio capeta.
Ela coloca uma parte do corpo para fora da porta,
exibindo o seu decote, como se não quisesse que ninguém visse o que
ela iria falar ou fazer e ajeitando os óculos que estava na ponta do
nariz e mordendo os lábios ela diz.
- O que posso fazer por você bonitão?
O Dib hipnotizado pelo decote da professora, se
desfaz do transe pelo encontro com o olhar da Leila que dizia.
- OI, estou aqui.
- Ah desculpe, essa é a minha amiga e ela é nova
aqui, pediu transferência de outra escola para cá e eu vim mostrar a sala da
senhora para ela.
- Senhora não, não me chame de senhora. Diz ela
brava abrindo o restante da porta e pedindo para a Leila entrar.
O Dib fica na porta vendo a Leila entrar e
professora diz.
- Entra também bonitão, assisti a minha aula
de linguás, vou te ensinar umas palavras novas. A professora dava em cima
do Dib descaradamente, todo mundo na escola já sabia disso, não só dele,
mas com outros alunos também, e ele era um dos queridinhos dela.
O Dib entra e sala faz um gemido sexy.
- UUUU!
A Leila senta na quarta carteira, a quinta carteira
estava ocupada por um menino, o Dib chega perto dele e faz sinal com a cabeça para
ele se mudar para a carteira de trás, o Dib se senta Atrá da Leila e fica ali.
A professora pergunta.
- Onde paramos ?
- Verbo To be. Diz a sala.
- ok, let´s conitinue. A
professora passa a lição na lousa, a Leila estava toda tímida, o Dib
tentava falar com ela, mas ela estava calada.
A professora termina de escrever a lição
na lousa, vai até a mesa dela pega uma pasta verde, onde havia todos os
nomes dos alunos e vai até a Leila, colocando a pasta na mesa onde o Dib estava
atrás dela e pergunta pra ela.
- Como é seu nome mocinha? Para eu poder anotar
na minha lista de alunos.
A Leila fala o nome dela e a professora de abaixa
para anotar na pasta que estava na mesa do Dib, exibindo ainda mais o seu
decote para ele.
A Leila olha para o lado e observa aquela
mulher que agora na luz era ainda mais bonita, ela tinha os olhos verdes,
alguns fios de cabelos ruivos encaracolados caiam pela sua testa , ela mordia
os lábios pintados com um batom vermelho, que brilhava com a luz
enquanto ela anotava o nome da Leila na pasta, exibindo o seu decote. A Leila
olha para trás e se depara como olhar do Dib direto para o decote dela, o Dib
disfarça a professora termina de anotar o nome dela, se vira e vai andando para
frente rebolando com aquela calça jeans apertada, os
meninos olham para bunda dela e até algumas meninas também
olhavam, não tinha como não olhar para aquela bunda e imaginar dentro da calça
jeans, a Leila olha pra trás e percebe o Dib também olhando, os olhos dele se
encontram com o dela e ele disfarça mais uma vez, ficando sem graça.
A aula continua e a professora explicava as palavras
em inglês andando na sala no corredor onde o Dib estava e ela ia até onde ele
estava e acentuava mais a pronuncia das palavras sensualizando-as, quando
chegava perto do Dib, usando a linguá para explicar melhor a pronuncia das
palavras, os meninos da sala inteira já deviam de estar excitados com as
andanças da professora e sensualizando as palavras, o clima estava tenso, era
possível ver os meninos inquietos nas carteiras ajeitando as
suas virilhas.
- Essa Professora deveria de dar aula de
sexologia e não de inglês. Pensa a Leila com os seus botões.
A campainha soa para troca de sala de aula, os
meninos levantam constrangidos escondendo o volume com o que podia, A
Leila demora para levantar o Dib fica esperando por ela.
Ela se levanta e vai saindo a professora senta na
cadeira e coloca as botas na mesa e pergunta.
- Está interessado na loirinha ein
Bonitão?
- Ela é minha amiga.
O Dib vai saindo e a professora diz:
- Tchau bonitão!
Eles saem pela porta anda em direção
a próxima aula, o Dib nem lembrava mais que tinha que ir para a suas
aulas e vai indo atrás dela, que não estava com uma cara muito boa.
- Que porra foi aquilo ? Bonitão! O que aconteceu
ali? Diz a Leila cheia de ciumes.
- Ela é louco, ela nunca tinha feito isso, também
não sei o que deu nela e o que foi aquilo.
- Pensei que eu fosse a sua namorada e não a sua
amiguinha, que você disse para ela, está me escondendo alguma coisa?
- Não , nunca tive nada com ela, ela dá em cima de
todos meninos,hoje ela cismou comigo, não sei o que foi.
- Há mas eu sei, isso se chama, vagabunda que não
pode ver outro macho com outra mulher, é falta de vergonha na cara, pensei que
tinha entrado em um puteiro, em um primeiro momento, nunca vi uma professora
vestida daquele jeito, professora que se prese, se veste adequadamente e não
parecendo uma puta.
- E não precisa vir atrás de mim não, que eu acho a
minha sala sozinha, não nasci grudada com ninguém.
- Que aula você vai ter agora?
- Não interessa? O pior que nem vi para onde
foi o pessoal que estava na sala .
- Deixa eu ver. Diz ele
- Tó vê. Esfrega ela o papel na cara dele.
- Calma, é química. Diz ele passando a mão na
cara para aliviar o esfregão.
- E onde fica essa sala?
- É a sala 20 e do outro lado.
- Isso parece um dez, a mulher anotou igual o cú
dela também.
Ele volta passa pela sala de inglês e para na porta
da sala 20, o professor olha para ela e pergunta.
- Pois não mocinha?
Ela explica para ele que era aluna nova e ele pede para
ela entrar o Dib entra atrás dela, o professor não fala nada, eles se sentam no
fundo,o professor continua a aula.
O Dib tentando puxar assunto com ela, que o
ignorava.
Ele insisti e ela grita.
- Deixa eu prestar atenção na aula!
A sala inteira olha para eles e o professor também e
continua explicando.
- Como eu estava dizendo dois corpos não ocupam o
mesmo espaço, isso é barbada. Dito isso o professor passava a mão na
barba.
Eles ficam calados no fundo a aula prossegue e a
campainha soa.
A Leila sai rápido seguindo os outros alunos para
não ter que perguntar para o Dib onde ficava a próxima aula, mas mesmo assim
ele vai atrás, e ela fala.
- Não me segue não, me deixa estudar, não vem atrás
de mim não.
O Dib vai até a entrada da sala e não entra, ele volta
e se senta no banco do outro lado e fica esperando, fica ali até a aula
terminar.
A terceira aula termina e agora era a hora
do intervalo, ele não se levanta e fica ali esperando ela sair, ela sai pela
porta e o ha vista sentado no banco, ela olha para os lados, ela não
conhecia ninguém ali e sem saber o que fazer vai na direção dele e senta ao seu
lado.
- OI! Diz ele.
Ela da risada e responde.
- Você vem sempre aqui. Diz ela sorrindo.
- Quer um chiclete oferece ela.
- Quero o da sua boca.
Ela oferece o chiclete da boca, ele pega e dá um
beijo nela, e ela corresponde o beijo e el diz.
- Me desculpa se fiz alguma coisa, nem era minha
aula eu só queria ficar perto de você, não tenho culpa que aquela doida cismou
comigo hoje.
- Tá bom a raiva já passou, mas puta que pariu, eu
nunca tinha visto uma professora tão bonita e gostosa como aquela, ela está ma
profissão errada, devia ser modelo ou fazer filme pornô, até eu ohei para a
bunda dela. Diz a Leila rindo e colocando outro chiclete na boca.
Eles andam pelo colégio e ele a apresenta ela para
todos os seus amigos como sua namorada.
- Que aula você vai ter agora? Pergunta ele.
- Acho que é Física e depois Educação física, ih!
Como vou fazer educação física não trouxe roupa.
- Relaxa a aula de educação física é só
para inglês vê, ela dá uma bola de vólei na mão das meninas
e uma de futebol ou basquete para os meninos que querem jogar, quem não quer
jogar ela ensina alguns alongamentos, só tem um problema, as meninas ficam
em quadras diferentes dos meninos, não pode ficar juntos, justamente por causa
da roupa esportiva.
Ela balança a cabeça e eles vão andando até a
próxima sala de aula, a sala ficava ao lado da professora de inglês que passa
bem naquele momento e mexe com ele.
- Oi bonitão. Diz ela e continua andando e rebolando
ainda mais em direção a sala de aula.
A Leila olha para ele e o se depara com o olhar dela
direto para a bunda da professora, ela empurra ele entra na sala e se senta na
primeiro carteira que estava vazia., ele entra atrás, mas a carteira de trás
havia um amenina que nem olha para a cara dele, ele fica em pé ali tentando
falar com ela, o professor entra na sala olha pra ele e diz.
- A sua sala não é outra?
Ele diz que sim, mas o professor não pede ele para
sair, ele se senta no fundo da sala.
A Leila vai até o professor e explica novamente que
era aluna nova, o professor anota o nome dela e ela se senta.
A aula começa, o professor de Física era um
professor jovem que usava uma barba preta para aparentar ser mais velho, ele
tinha cabelo comprido e olhos azuis, era bem parecido com aquilo que pintam de
Jesus cristo, era bonito e simpático, que brincava bastante nas suas aulas.
O professor estava explicando a aula até que a
interrompe e diz:
- Que cheiro de hortelã é esse?
Ele olha para a Leila e diz:
- É você loirinha que está mascando chiclete?
Ela diz que sim balançando a cabeça.
- Me dá um. Pede o professor.
- Não tenho mais. Diz ela.
- Então me dá esse. Diz ele.
Ela brinca mostrando o chiclete entre os dentes, o
professor pega sem nenhum pudor o chiclete da boca o dela.
A sala vibra e grita.
-EEEEEE!!!
Alguns amigos olham para o Dib e zoam ele.
O Dib fica ali quieto e não diz nada, a aula termina
e ele vai tirar satisfação com ela.
- Que porra foi aquilo? Agora digo eu.
- Não foi nada, ele só pegou o chiclete, eu não
tenho culpa que os professores dessa escola são loucos, não imaginei que ele
iria pegar mesmo.
Eles discutem enquanto vão em direção a quadra para
aula de educação física, eles entram discutindo na quadra e a professora de
educação física pede para que ele saisse, que ali só podia ficar a meninas, ele
pede para a professora esperar, que não espera e empurra ele, ele empurra a
professora de volta, a professora de educação física era uma mulher forte,
alterifilista e empura ele de volta, eles medem força um empurrando o outro, e
a Leila e mais outra menina ajuda a professora empurrar o Dib para fora da
quadra.
Ele sai da quadra tentando dialogar com a Leila,.
- Você que se lasque, o problema é seu. Diz ela com
raiva.
A professora fecha o portão. Ele fica sem saber o
que fazer e olha para a caixa de água, que era alta tinha mais ou menos
uns 25 metros de altura e imagina.
- Se eu subir lá acho que consigo ve-la na quadra.
Ela dá volta e entra na parte que dava acesso por um buraco que tinha na cerca,
sobre na laje batendo o pé na parede e consegue se pendurar e subir,
vai até a escada que dava acesso ao topo da caixa de água e sem medo
de altura ele sobe, chegando lá em cima ele se senta com as pernas penduras para
o lado de fora e fica ali assistindo as meninas treinarem educação física, até
que uma das meninas, fala.
- Quem é aquele doido lá em cima da caixa de água.
A Leila olha e o reconhece.
A professora começa a gritar para ele descer de lá.
- Desce daí menino, é muito perigoso.
Ele ignora a professora e fica ali. A professora sai
da quadra e fica embaixo da caixa d´água gritando para ele descer, os
professores escutando a gritaria se juntam a ela, a inspetora também,
todos pedindo para ele descer, ele se pendura para voltar para dentro da caixa
de água e apessoa lá embaixo se assustam, ele percebe que aquilo
assustou as pessoas lá embaixo e fica brincando
se pendurando assustando as professoras , até que ele escorrega e
cai, de 25 metros de altura.
Ele cai da cama no chão e se assusta, o seu pai se
assusta com o barulho acorda e da risada da situação e diz:
- Quanto maior, maior é o tombo, que horas são 05:00
horas, vai dar Águia na cabeça.
- Eu sonhei que estava caindo. Diz ele para o pai.
- É, vai dar águia mesmo, sonhando com altura.
Ele olha para o pai balança a cabeça e volta a
dormir pensando,
- Que sonho louco, parecia tão real, só a professora
tão gostosa daquele jeito, só no sonho mesmo, até Jesus Cristo estava no meu
sonho, aquilo não pode ser.
O despertador
dispara as seis horas em ponto.
Ele levanta a
cabeça olha para o despertador e reclama.
- Pô vó! Você
colocou para despertar as seis em ponto, tirando os dez minutinhos a mais que
eu sempre deixo, dez minutos dá para dormir muito ainda sabia e melhor dormir
dez minutos a mais na cama e sair em cima da hora, do que sair adiantado e
dormir no ônibus todo desconfortado e torto a viagem inteira balançando a
cabeça, para um lado e para o outro, isso sem falar naquelas babadas que você
dá e desperta todo babado com gosto de guarda-chuva na boca e tem a sensação de
que todo mundo está olhando para você.
- Outro dia
tinha uma mulher no ônibus, sentada no banco da frente, virada para mim,
dormindo profundamente, e eu acho que ela estava sonhando que era um peixe, por
que ela fazia com a boca igual um peixe, com biquinho e tudo, ficava abrindo e
fechando a boca, como os peixes fazem, quando estão no aquário de frente para
nós.
- Para de
reclamar e levanta logo da cama e vem tomar o seu café, que está esfriando, não
demora, não fica aí pensando na morte da bezerra se troca e desce logo para
tomar o seu café.
Ele levanta-se
da cama e vai até o guarda roupa, que mal parava em pé, de tão velho e estava
caindo aos pedaços, aquele guarda roupa velho. A hora que ele puxa a porta do
guarda-roupa, ela sai na sua mão e cai no seu pé, fazendo com que a solte e
caindo no chão, fazendo um estardalhaço, que até o vizinho conseguiu escutar a
porta caindo no chão.
- O que foi isso
menino? O que aconteceu? A pensar morreu um burro.
- A porcaria da
porta do guarda roupa, caiu no meu pé.
- Eu já falei
para vocês, consertarem este guarda roupa, mas você e seu pai são dois
preguiçosos. Aqui se faz, aqui se paga.
Ele não liga
para o que a avó estava dizendo e pega um moletom e o veste, colocando um
macacão de jeans por cima, deixando a toca da blusa de moletom por fora, não
penteia o cabelo e coloca a boina ao contrário. Tira um tênis, do esconderijo,
por causa do seu primo, (era um converse preto de couro cano alto) calça-o e
desce para tomar café.
Na velha caneca
de alumínio cheia de café com leite quentinho, o esperava como sempre.
Ele toma o café
dele e dá um beijo na avó e vai para o ponto de ônibus.
Já no ônibus ele
encontra um amigo, o cumprimenta e se senta ao lado dele.
E conversa vai e
conversa vem ele toca no nome da sua nova namorada.
- Eu a conheço.
Eu já namorei com ela.
- Você já
namorou com ela?
- Já sim.
Dib sente ciúmes
e se cala por alguns instantes, mas algo o corroía por dentro, querendo saber
mais detalhes do assunto, o que aconteceu no namoro deles, cria coragem e
pergunta.
- Você chegou
nos finalmente com ela? Transo com ela?
- Por que você
quer saber?
- Ora por
curiosidade e para saber se ela está falando a verdade para mim.
-Transo ou não
transou com ela?
- Um dia nos
estávamos em uma festa e fomos para um canto e ficamos nos amassando se
esfregando, e....
- E... o que?
- É você sabe
né, aconteceu, ali mesmo naquele canto da casa com a festa rolando do outro
lado.
Dib sente um
ódio o dominar, que o subia dos pés à cabeça.
- Aquela vadia
mentiu para mim, disse que era virgem.
- As mulheres,
sempre dizem isso, não sei por que elas fazem isso. (diz o amigo)
O Dib se cala
novamente e fica o resto da viagem calado, só se remoendo por dentro pensando.
- Eu achei que
tinha encontrado a mulher da minha vida, o meu grande amor que iria dedicar de
corpo e alma, seria capaz de dar a minha vida por ela. Ela mentiu para mim como
fui trouxa, neste exato momento ele olha pela janela do ônibus e visualiza a
estátua do D. Pedro I montado no cavalo, que fica na Praça Princesa Isabel.
- Meu ponto é o
próximo!!!
Cumprimenta o
conhecido e como ele ficou tão desolado com o que o tinha acontecido, com o que
o conhecido havia lhe dito, que não quis nem descer por trás e pagou a condução
e passou para frente.
Quando ele fez
isso, pessoas que tomavam a condução com ele todos os dias, se surpreendem e
ficam olhando aquela cena rara, os que tinham um pouco mais de intimidade com
ele, brincam com ele.
E o cobrador
diz.
- Tirou a teia
de aranha do passe antes de me dar. E o coloca na gaveta, mas antes brinca
verificando a data de validade do passe e diz novamente. _ Eu olhei a validade
para ver se não expirou a uns 3 anos atrás.
Os outros amigos
brincam.
- Vai chover
hoje, chover não, vai cair um diluvio.
Dib nem se
incomoda com o que eles estavam dizendo, dá uma risadinha sem graça e puxa a
cordinha da campainha, o ônibus para no ponto e ele desce e vai andando de
cabeça baixa e com uma expressão triste de dá dó.
chegando na
entrada do serviço, encontra com o pai, como fazia todo dia cedo, o pai varria
a frente da empresa. Observa o filho e pergunta.
- O que foi
filho? Que bicho que te mordeu? Porque está com essa cara tão triste? é por
causa da namorada né, mulher é assim mesmo, quem desdenha quer comprar, deixa
eu anotar a hora 07:43 horas Águia e cavalo.
Ele olha para o
pai e pensa:
- Essa frase fez
sentido, será? O cara está mentindo para eu desistir dela, será. Ele responde o
pai.
- É pai, é
mulher sim. Como você adivinhou?
- É fácil, nunca
come marmelada, quando come se lambuza todo.
Sem entender o
que o pai disse ele responde.
- Eu não estou
sujo de marmelada, essa não fez sentido, eu nem comi marmelada hoje.
- Está sim, olha
essa lagrima aqui no canto do olho, é salgada, mas é bem melada.
E continua sem
entender o que o pai dele estava dizendo e entra para o serviço, cumprimenta os
seguranças e sobe no elevador.
Descendo no seu
andar ele vai até a Chapeira onde ficavam os catões de pontos. Procura pelo o
seu cartão. Não acha, procura de novo, novamente e não o encontra.
Pede para a
amiga ajuda-lo a encontra-lo.
- É não está
aqui acho melhor você ir falar com a chefe. (diz a amiga)
Ele coça a
cabeça e vai até a chefe e diz.
- O meu cartão
de ponto não está na Chapeira.
- Senta aí um
pouco que eu preciso te notificar de uma coisa.
- Me notificar
do que?
- O seu cartão
de ponto não está na Chapeira, por que você não faz mais parte do nosso quadro
de funcionários, eu estou te dispensando.
- Eu estou te
dispensando, dispensando, dispensando....
Aquela palavra
parecia fazer eco na sua cabeça e começava a ver o rosto de sua avó no lugar do
rosto da chefe e na sua cabeça repetia sem parar.
Dispensado,
dispensado, dispensado....
Ele olha para a
chefe, não pergunta por que? E der repente sente um alívio, de não ter que
trabalhar mais naquele lugar insuportável e sente feliz, por ter sido
despedido, dá um sorriso e resolve perguntar.
- Tá tudo bem. -
O que eu tenho que fazer agora para pegar o que me devem?
- você deve
passar no departamento pessoal e acertar com eles tudo o que eles te pedirem.
(diz a chefe)
Ele se levanta e
se despede e agradece ironicamente a chefe.
Ela diz que
sente muito, ele nem liga para o que ela estava dizendo e vai em direção do
departamento pessoal, que ficava na sobre loja do prédio.
Ele aperta o
botão do elevador e espera-o, quando ele se vira e olha para o setor onde ele
trabalhava, estavam todos olhando para ele e sente um mico de circo com a
atenção toda voltada para ele, ele disfarça e olha para o elevador, que estava
demorando e decide ir de escada, pulando lances inteiros de escada, como se
estivesse andando de skate na escada, ou se pendurando no corri mão e deslizava
pulando todos os degraus de uma só vez, fazendo com chegue rápido na sobre
loja.
Já no balcão do
departamento pessoal, ele explica para o funcionário do departamento, que
acabara de ser demitido. E pergunta o que ele tinha que fazer para receber os
seus direitos.
O rapaz do
departamento pessoal explica para ele, o que teria que fazer e a onde ir.
Ele agradece as
instruções e sai dali, como uma bala, o quanto mais rápido ele saísse dali,
seria melhor.
Já na rua indo
em direção ao ponto de ônibus, ele pensa no que a sua avó iria lhe dizer, sobre
o que acabara de acontecer e se chateia um pouco, pensando
nela, pensa em inventar uma desculpa, imagina mil coisas, para dizer
para ela, mas pensa melhor e decide contar a verdade.- Afinal ela vai acabar
descobrindo cedo ou tarde, por que o meu pai trabalha lá também, não tem jeito
vou ter que contar a verdade e assumir as consequências, com ela.
Ele dá o sinal
para que o ônibus pare. o motorista o reconhece e comenta com o cobrador.
- É aquele
moleque, que não costuma pagar a condução!! Mas ele está aqui tão cedo, deve
ter acontecido alguma coisa com ele, não vou deixa-lo no ponto, deve ser alguma
coisa séria, vou parar e apanha-lo.
O motorista
parar no ponto, o Dib sobe no mesmo e se senta no ultimo banco, no canto na
janela, pensativo sobre o que a sua avó iria lhe dizer e além de ter perdido o
emprego ele ainda lembrava da mentira que o seu amor havia lhe dito. Balança a
cabeça de um lado para o outro, como se estivesse conversando sozinho.
O cobrador olha
para ele e olha para o motorista, que estava olhando pelo retrovisor do ônibus
e dá de ombros.
Ele não se
incomoda com que olhassem. O que te incomodava era dentro do seu coração e na
sua cabeça que não parava de preocupar com o motivo de ter perdido o emprego e
a mentira da sua quase namorada e vai assim a viagem toda, pensando e pensando.
Chegando em casa
ele abre a porta com receio para não ver o espanto da sua avó, por ele ter
chegado cedo em casa e abre a porta bem devagarinho, mas a porta range e sua
avó vem ver quem estava abrindo a porta e se espanta mesmo como ele havia
previsto.
- O que
você está fazendo está hora em casa? O que aconteceu? Árvore que nasce torta
morre torta.
- Fui despedido
vó.
- Foi o que?
Cada cabeça uma sentença.
- Despedido,
isso mesmo que a senhora ouviu.
- E agora o que
você vai fazer da sua vida? vai ficar aí vagabundando pelas ruas, mas não vai
mesmo, não morando aqui comigo, aqui você não vai ficar vagabundando, só
aprendendo o que não presta, aqui comigo assim; você não fica!!! Pode tratar de
arranjar outro emprego!! Aqui não é a casa da mãe joana.
A avó não parava
de falar, mas ele não ouvia uma palavra se quer do que ela estava falando,
estava pensando em outra coisa, estava mais preocupado com a mentira que a sua
quase namorada havia lhe contado, ele dá de ombros para o que a sua avó dizia e
sobe para o seu quarto, deita e dorme um pouco, havia levantado cedo para ir
trabalhar, pelo menos tinha esta intenção. Dorme pelo menos umas três horas e
acorda, com a sua avó o chamando para almoçar.
- Vem almoçar
vagabundo, aproveita para comer enquanto tem comida, pois se você não arranjar
emprego logo, não vai ter esta mordomia não. Depois da tempestade vem a
bonança.
Ele desce arruma
o seu prato com comida colocando o feijão por baixo e arroz por cima o bife
também, com uma colher ele pega o molhinho da carne junto com as cebolas e
espalha por cima da comida, bem no capricho, pega um copo de água do filtro e
se senta.
Dá a primeira
garfada e a avó começa a falar sem parar, por que ele tinha sido mandado
embora.
Até que ele se
irrita.
- Caramba meu
!!! chega!! Não parou de falar nesse maldito emprego até agora, não me deixa
comer sossegado, não quero mais também, vou sair, porque você vai me deixar
louco dessa maneira. Fica aí falando no emprego, se você não faltasse no
emprego, se você não andasse tão maloqueiro, se você tivesse mais cabeça. Chega
meu!!!!
- Me mandaram
embora é porque não me queriam mais lá e pronto eu não aguentava mais aquela
rotina, aquele gerente que olhava cada passo meu, daquela sala de vidro,
parecia que não tirava o olho de mim um minuto, me sufocava com os olhos e
sempre com aquela cara de bunda, eu não aguentava mais aquilo, se eles não
tivessem arrumado aquele serviço para eu fazer na rua eu já teria saído de lá
faz muito tempo, me sentia preso lá vendo a minha vida passando por aquelas
paredes, eu sou jovem quero viver a vida curtir enquanto tenho saúde, por que
depois de velho, eu não vou poder fazer as coisas que gosto de fazer, quero
viver, ouviu, viver!!
A avó a escuta
ele desabafar calada.
Ele larga a
comida e sobe para o quarto, pega o skate e vai saindo para a rua, com a sua
avó atrás resmungando.
- Seu mau
agradecido eu só quero o seu bem. Devagar com o andor que o Santo é de barro.
Antes que a avó
disse-se mais uma palavra ele monta no skate e desce a rua como um doido.
Chegando na rua dos Master onde estavam o Lu e o Tuco andando de Skate na rampa
ele pega bastante embalo e pula pela a rampa, mas ele sente que a rampa não
estava muito segura, estava um pouco bamba, quase fazendo-o cair e pergunta.
- Por que a
rampa está assim toda bamba?
- É que o
cunhado do velho da casa do portão vermelho, veio reclamar que estávamos
fazendo muito barulho e tentou quebrar ela levantando e a soltando com tudo no
chão, e quebrou a madeira de apoio. (explica o Lu)
- Aquela casa do
portão vermelho?
- É sim, aquela
que tem o cesto de lixo preso no portão (mostra o Tuco)
O Dib anda até a
casa onde eles apontaram e se pendura no cesto de lixo, quebrando-o e gritando
e xingando, esperando com que o velho ou o seu cunhado saíssem para tirar
satisfação.
Não sai ninguém,
ele se vira para continuar andando de skate e de repente sai o velho de
surpresa e tenta ataca-lo pelas costas ele se vira pega o velho numa gravata e
quando ia começar a bater no velho ele escuta a dona Catarina, mãe do Edinho
gritar.
- Não faz isso
ele é um senhor de idade! Não faz isso!
Fazendo com que
o Dib para-se um instante para pensar.
- É mesmo o que
eu estou fazendo?
Ele solta o
senhor e sai dali rapidamente, porque quase fez uma besteira, por estar de
cabeça quente.
E vai andar de
skate no balneário, o Tuco e o Lu vão atrás.
No balneário
eles usam as escadas da arquibancada como obstáculos e fazem diversas manobras
nos degraus, fazendo com que o Dib descontraíra-se um pouco e desabafa-se com
os amigos.
- Pó meu, hoje
está dando tudo errado pra mim, fui despedido, descobri que a minha mais nova
namorada mentiu para mim e arranjei encrenca, sem mais sem menos.
- Você foi despedido?
(pergunta o Tuco)
- É fui.
- Por que?
(pergunta o Lu)
- Acho que por
vários motivos, por causa do cabelo comprido, pela roupa que estou usando,
faltei ontem e estava fazendo muita coisa errada.
- O que a mina
mentiu para você? (pergunta o Tuco)
- Ela falou que
era virgem e não é.
- Como você
descobriu que ela mentiu para você? (pergunta o Lu)
- Encontrei com
um ex. namorado dela no ônibus e ele me contou o que aconteceu com eles.
- E você
acreditou no que ele disse? Ele pode estar mentindo, só para se vingar dela,
talvez ela tenha desmanchado dele e ele ficou com raiva dela e foi uma forma de
se vingar também. (idealiza o Lu)
- É pode ser.
(concorda o Tuco)
- Depois eu vou
conversar direito com ela e quero ver se ela vai me contar a verdade.
- Pelo menos um
dos seus problemas tem solução. (fala o Tuco)
- Um não dois,
por que agora podemos fazer grafite durante a semana sem precisar perder o fim
de semana e ganhar mais dinheiro. (Mostra as vantagens o Lu)
- Eu não tinha
pensado nisso, vou ganhar dinheiro fazendo o que gosto de fazer, “arte”.
- Por falar
nisso, o Speto nos convidou para ir na casa dele, ele mora perto do cemitério
do Chora menino, vamos lá? Fala Lu.
- Vamos, caramba
ele mora pertinho da gente e a gente não conhecia ele até esses dias. Fala o
Dib.
- Sé é para ir
vamos logo, porque o pessoal vai lá em casa depois assistir filme. Fala o Tuco.
- Então vamos,
nós estamos com skate, a gente os leva com a gente e pegamos o Imirim Itaim e
descemos no ponto em frente o cemitério e descemos de skate até o endereço,
pelo o que ele falou a rua dele, é a rua paralela com a rua dos Portugueses,
passando a floricultura pega primeira a direita e a direita de novo, é quinta
casa a direita é uma casa grande com o um jardim na frente com um muro de tijolinho,
ele falou que não tem erro, vamos tentar.
- Então vamos
logo tonto. Fala o Tuco.
- Tonto é você.
Responde o Lu.
- Tá, tá bom,
vamos então. Fala o Dib.
Eles montam nos
skates e vão até o ponto de ônibus, esperam um pouco e o ônibus aponta na curva,
O Lu faz sinal para que o ônibus parasse, o ônibus para ele, eles sobem e se
sentam no motor do ônibus, não demora muito eles chegam no ponto de destino,
quando a porta de trás se abre para que outras pessoas subissem no ponto em
frente ao cemitério eles descem sem pagar a condução.
Um senhor que
tenta subir no ônibus xinga eles.
- Seus
vagabundos, vão trabalhar, ficam atrapalhando a vida das outras pessoas.
O motorista os
xinga de vagabundos também, eles dão risada montam nos skates depois que o
ônibus saiu, eles descem a Avenida Imirim sentido Santana, fazendo manobras de
Dow Hill, dando slides para que os skates diminuíssem a velocidade entram na
rua dos portugueses, embalam o skate, remando com o pé e depois de passarem
pela floricultura, descem a primeira rua a direita e param na primeira subida a
esquerda, eles pegam o skate na mão e caminham subindo a passarem rua.
- A rua é essa,
agora a gente só precisa achar a casa. Fala o Lu.
Eles andam
algumas casas procurando pela descrição que o Speto passou.
- Acho que é
essa. Fala o Lú.
- Nossa que
casão. Fala o Tuco.
Eles apertam a
campainha e aprece uma senhora.
- É aqui que
mora o Speto? Pergunta o Lú.
A senhora
fica sem entender.
- Speto é
apelido, qual é o nome dele? Pergunta o Dib.
- Putz! não sei.
Fal o Lú.
- Estou aqui.
Para salvação deles aparece o Speto na janela ao lado da senhora.
- Só um minuto,
já vou abrir o portão para vocês.
Eles ficam ali
no portão esperando até o Speto aparecer.
- Venham entrem.
Eles se
cumprimentam e vão entrando, passam pelo corredor ao lado dos carros e chagam
no fundo da casa, O Speto acompanhando-os e diz.
- Deixa eu
mostrar uma coisa para vocês.
Ele abre a porta
de um banheiro de uma edícula que ficava fora da casa e ostra para eles.
- Nossa !!
exclama os três.
O banheiro
estava forrado de latas de Sprays.
- Isso é o
paraíso. Diz o Dib.
O Speto pega uma
lata na mão e diz.
- Nem todas
estão cheias, tem muitas usadas.
- Mas tem muita
lata de spray aí. Fala o Lú.
Eles ficam ali
observando por um tempo até o Speto os convida para conhecerem o seu estúdio.
Eles entram pela porta da cozinha.
Pedindo licença
para senhora que estava na cozinha e vão até um mezanino onde ficava o estudo
do espeto.
- Aqui é o meu
local sagrado.
Eles olham
aquela bancada que devia ter aproximadamente cinco metros, onde haviam diversos
desenho e materiais para desenho, haviam diversos lápis de cor, canetinhas
diversas, folhas para desenho, um aerógrafo e na ponta da mesa havia um
violino.
O Dib se encanta
com o Violino.
- Um Violino,
que louco.
- É do meu
irmão, aqui em casa cada um tem a sua arte, o meu irmão é músico e eu tento ser
artista.
Dito isso o
Speto mostra para eles vários desenhos e letras de grafite para fazer na rua,
dando alguns desenhos para eles.
- Tô pega para
vocês esses, quando fizermos na rua novamente a gente faz junto.
O Lú segura os
desenhos e eles trocam varias ideias até que o Tuco avisa.
- A gente
precisa ir, o pessoal vai lá em casa assistir filme.
- É mesmo fala o
Lu.
Eles agradecem
ao Speto pela atenção e vão saindo, o Speto se despede deles.
Já na rua, o Lu
guarda os desenhos no bolso da bermuda com cuidado para não amassar muito e
diz.
- Vamos por
aqui, a gente sobe a parte da Avenida perto do Cemitério e depois é só descida
a gente vai andando de Skate e entramos na rua da Escola Meireles e estamos em
casa. Assim eles andam até a subida acabar, montam nos skates e remam até
chegarem à parte que era só descida, vão se arriscando e desviando dos carros,
eles passam em frente à Igreja nossa senhora de Fátima e entrem na rua da
Escola e descem fazendo Dow hill, aplicando vários Slides até o final da
descida, passam a valeta e continuam até chegar na rua.
- UHUUU – grita
o Tuco. Isso foi muito bom, muito louco.
- Bom mesmo.
Fala o LU.
- Devíamos fazer
isso mias vezes. Fala o Dib rindo.
- Que horas são?
(pergunta o Tuco)
- São três e
meia.
No mesmo
instante o Lú olha para seu relógio e confirma
- É são três e
meia, por que?
- O pessoal já
deve te ter alugado as fitas e vamos assistir lá em casa, depois das quatros
horas, eu convidei as meninas e elas confirmaram o horário. Tenho que ir para
casa, vem comigo, a minha mãe e o meu pai saíram.
- Vamos assistir
ao “O grande grandão branco” (pergunta o Dib)
O Tuco e o Lu
caem na gargalhada.
- O filme se
chama: “O grande Dragão Branco “, seu burro. (corrigi o Lu)
- Eu sei sua
besta, estou zoando. (responde o Dib).
- Ah !! sabe
nada você falou errado mesmo. (diz o Tuco)
- Estou zoando.
(fala o Dib)
- Tá, tá bom,
mas vamos lá para casa agora. (fala o Tuco).
O Dib e o Lú
concordam e acompanham o Tuco até sua casa. Eles vão de skate pela Avenida
devido ser o caminho mais rápido.
Chegando na casa
do Tuco, ninguém ainda havia chego, ao entrarem eles encontram o Leco
assistindo televisão. (assistia à Mtv)
Eles
cumprimentam o Leco e cada um se deita em um canto da sala, passados dez
minutos chegam as meninas, (Vaninha, Kelly, a Cris e uma amiga do ED) o Dú, o
Juca e o próprio ED jr.
Eles entram e
cumprimentam a todos, cada um se ajeita como pode, os namorados ficam juntos,
eles trouxeram consigo uma fita. O Leco em seguida coloca a fita para todos
assistirem, o filma chamava-se “Conta Comigo”, que contava uma história sobre
cinco amigos que se envolvem em uma encrenca e resolvem juntos essa confusão,
como verdadeiros amigos.
Der
repente o filme começa e todos prestam atenção, mas ao se passar dez
minutos do filme somente o Dib e o Juca estavam assistindo ao filme com
atenção, pois os namorados estavam mais interessados nos seus respectivos, hora
beijando-se, hora esfregando-se ou conversando, como o Dib e o Juca estavam sós
isso justifica a atenção deles com o filme.
O Dib observa o
Lú beijar a Vaninha, vira-se para o outro lado e vê o Dú beijar a Kelly, isso
faz com que ele se sinta mais só do que realmente estava. Para ele, de
repente aquilo parecia ter sido combinado, fazendo com que ele sofresse
ainda mais, as meninas deviam ter combinado tudo isso para se vingarem de mim,
se esse era o objetivo, conseguiram, estou com o coração partido, tão apertado
que chega a doer, dá até vontade de chorar.
A Vaninha brinca
com o Lú como nunca brincou com o Dib e a Kelly beijou o Dú de um jeito
especial, coisa que com o Dib isso nunca acontecia. Essas cenas provocavam um
ciúme, que na verdade não deveria provocar, mas estava acontecendo.
Ele procurou
suportar aquilo prestando ainda mais atenção ao filme. Mesmo apesar dos
esforços não tinha como ignorar aquilo, suas conversas e risadas altas
demonstravam o quão felizes estavam, de uma maneira que passava a impressão de
querer esfregar essa felicidade toda na cara dele. Olha para nós, estamos nos
amando e você está aí chupando o dedo e segurando vela para suas ex-namoradas.
Ele persistia em
ver o filme até o final, mas o filme não acabava nunca, ele não estava mais
suportando aquilo; mas o final do filme fica mais emocionante e triste,
deixando-o ainda mais baixo astral, então ele pensa.
- Nem para ser
um filme de comédia. Tinha que ser um filme triste, para completar ainda mais
minha tristeza.
O filme acaba,
ufa! Com um dos amigos morrendo, um final bem triste, que o deixa muito
emocionado. Não aguentando mais ficar ali, ele resolve ir embora e convida o
Juca para acompanhá-lo.
- Vamos Juca
embora, pois estamos de vela aqui.
O pessoal então
diz: - Que isso, fica mais, não tem nada a ver.
O Dib sem dar
satisfação vai saindo batendo com a mão nas costas do Juca apressando-o. Eles
saem pela porta da cozinha e ao passarem pelo corredor o Tuco da janela da sala
pede para que os dois fiquem.
O Dib dá de
ombros e sai, o Juca foi junto. Eles vão caminhando lado a lado sem trocar uma
palavra, era começo de noite, para o Dib essa era a hora mais triste do dia.
Eles andam até
uma praça onde havia um playground, devido ao horário não havia nenhuma criança
por perto. Não há nada mais triste do que um playground sem crianças, passa-se
a impressão de um lugar fantasma, pois não tem a euforia e agitação das
crianças. O Dib estava muito sensível, vendo arte em tudo, estava chateado.
O Juca
percebendo seu estado pergunta ao amigo.
- Por que você
está assim tão triste? O que aconteceu?
- Não aconteceu
nada.
- Nada? Alguma
coisa está te chateando. O que é?
Então o Dib
abaixa a cabeça, permanece calado por alguns instantes, de repente ao encarar o
Juca seus olhos estavam cheios de lágrimas e tenta dizer alguma coisa, gagueja,
soluça, a voz quase não quer sair.
- Pô, eu não sou
de ferro.
O amigo vendo-o
naquele estado se espanta, pois nunca havia visto ele chorar antes e então
tenta consolá-lo.
- Desabafa, me
diz o que está sentindo, eu sou teu amigo, quero ajudá-lo.
- Eu só me
ferro, estou tendo um dia de cão, perdi o emprego, acho que perdi a minha quase
namorada, pois nem comecei a namorar direito com ela e já a perdi. O Lú e a
Vaninha, o Dú e a Kelly se esfregando na minha cara sem nenhuma consideração
por mim. Meu eu não estava mais aguentando mais ficar lá na casa do Tuco, tive
que sair o mais rápido possível, pois estava doendo muito, machucava pra valer.
- E o Lu e o Du,
podiam ter um pouco mais de consideração com você eles deram mancada mesmo.
(Fala o Juca).
O Dib soluçava e
desabafava.
- Estou ficando
melhor, precisava falar disso com alguém, você está sendo um grande camarada me
ouvindo.
Antes que eles
terminassem a conversa, uma viatura da polícia civil virava a esquina e o Dib
diz.
- Do jeito que
estou azarado não duvido nada, que a polícia vai nos dar uma geral.
Dito e feito,
antes que ele terminasse de falar.
Dois policiais
pularam do camburão antes mesmo que o carro pare por completo e gritando.
- Mãos nas
cabeças seus vagabundos! Não se mexam!
Dib olha o
policial que vinha ao seu encontro, apontando-o um trinta e oito cano longo e
niquelado. igualzinho o que o policial apontara para o Necrop’s
outrora. - Ele está apontando o cano reserva, se ele nos matar ninguém nunca
irá provar nada; porque a arma que a polícia sede a eles está guardadinha, sem
deixar prova nenhuma. (ele pensa)
O policial manda
que se levantem e se deitem no chão com a mão na cabeça e com as pernas abertas,
o outro policial dá uma geral nos dois com muita violência, dando socos e
pontapés e perguntando.
- Cadê a
maconha?
- Nós não somos
disso não. (responde o Juca)
- Vocês não me
enganam, levantam bem devagarinho, deixa eu cheirar as suas mãos.
O guarda cheira
as mãos deles e vê que nada costa e pede os documentos.
- Cadê os seus
documentos?
Nenhum dos dois
estavam com os documentos, mas estavam próximo da casa do Juca.
- Eu moro logo
ali seu guarda. (aponta o Juca).
- Eu não
perguntei onde você mora? Eu perguntei cadê o seu documento?
- Mas eu moro
ali, posso ir lá pegar?
- Eu já te
falei, que não quero saber onde você mora, eu quero ver o seu documento.
- Eu esqueci em
casa. (explica o Juca).
- E você
branquinho cadê o seu documento?
- Também deixei
em casa.
- Bom!! Então
vão os dois para a delegacia se explicarem para o delegado.
Neste exato
momento, como uma intuição maternal a mãe do Juca aparece no portão e avista a
polícia interrogando o seu filho e corre em direção deles.
- O que está
acontecendo? (ela chega perguntando para os policiais, abraçando o seu filho)
- É seu filho,
minha senhora? (pergunta o policial).
- É lógico que
é. Responde ela com uma cara de haja paciência.
- Ele está sem
documentos na rua, nós podíamos ter levado ele para a delegacia para se
explicarem e se identificarem.
- Vão prender
bandido, que levar o meu filho para delegacia o que. -Não precisa nada disso
ele é um rapaz trabalhador e estudioso, não faz nada de errado. Só deus
sabe o que poderia ter acontecido com eles, se eu não tivesse visto, vai lá
saber para onde que vocês iriam levar eles, ou fazer até coisa pior, colocando
droga neles, só para incrimina-los, vai prender bandido de verdade e não ficar
aí procurando prejudicar a vida de um menino estudioso, vão prender bandido de
verdade, aí vocês não têm coragem né, seus covardes.
Os policias só
escutam e a observa e diz.
- Tá bom, minha
senhora, tudo bem, minha senhora, desta vez passa, nós vamos liberar os
garotos.
Os policiais os
soltam e entram na viatura e vão embora.
A mãe do Juca
nunca correra tão rápido assim em toda a vida dela.
- Que susto que
eu tomei. (fala a mãe do Juca).
- Não foi nada
mãe, já passou e a senhora falou umas boas para eles, agora eu estou é com fome
a senhora fez janta? Por que eu e o Dib vamos jantar em casa.
- Fiz sim está
em cima da mesa, mas quando entrar em casa não conta nada disso que aconteceu
para o seu pai, está bom?
O Juca concorda
balançando a cabeça.
O Dib chega
perto do Juca e diz: - Depois dessa passou até a depré, nada como um bom susto
para sarar a dor de cotovelo. Os dois dão risada.
- O que é que
vocês estão rindo? (pergunta a mãe do Juca)
- Nada não mãe.
(responde o Juca tentando segurar a risada)
- Eu estou quase
terminando a camisa de vocês. Diz ela.
Eles
entram e se sentam para jantar, a comida estava quentinha e como não podia
faltar na casa do Juca havia ali uma jarra de suco de maracujá gelada.
Eles jantam sem
falar uma palavra, devoram a comida e vão para a sala assistir televisão e ligam
a TV na MTV.
Não demora muito
eles ouvem chamarem na porta. Era o pessoal voltando da casa do Tuco, que
passavam em frente da casa do Juca.
As meninas
haviam ido embora junto com o Du, ficaram só o Tuco, Leco, o Lu e o ED jr, “Os
Master” estavam todos juntos.
Eles entram na
casa, na maior farra, empurrando os do sofá e sentando no lugar deles, tomando
os copos deles e bebendo os sucos que eles bebiam sossegados.
Todos se
acomodam e assistem um programa da MTV.
Nenhum deles
acabara indo para a escola naquele dia.
Passado as horas
eles decidem ir na saída da escola.
No portão do
colégio eles continuam na maior zoeira, andavam de skate e bicicleta, mexem com
as meninas, gritavam, mexia com as pessoas que passavam nos ônibus; até que a
campainha da saída toca e os alunos começam a saírem, aquele alvoroço como
sempre.
De
repente vem um amigo de sala de aula do Dib, em sua direção pedindo ajuda.
- Dib ajuda a
gente? Arrumamos uma treta com os caras do 3º e vamos brigar agora na saída,
nós iremos esperar eles aqui.
O Dib que estava
com muita vontade de descontar a sua raiva em alguém, não pensa duas vezes.
- Ajudo sim.
Quem é? - Me mostra.
- Não precisa
entrar na briga não, só faz volume, você e os seus amigos da Master.
- Tudo bem.
Dib dá um alô
para o seu pessoal, que ficam todos espertos.
A hora que a
turma do 3º sai, o amigo do Dib de sala, sem perder tempo, vai para cima dele.
- E
aí? Você falou que ia me pegar, estou aqui, vem brigar, caminha.
O Rapaz do 3º dá
o seu material para os outros colegas segurarem e caminha em direção do outro,
que o insultava.
Os dois se
estudam para ver quem dá o primeiro soco e vão caminhando até o ponto de
ônibus.
É quando o rapaz
do 3º toma iniciativa e parte para cima chutando-o. O amigo do Dib segura o pé
dele e os dois se agarram e caem no chão. Foi quando um amigo do rapaz do 3º,
dá um empurrão no amigo do Dib e o desequilibra, dando vantagem para que o
rapaz do 3º ficar por cima para bater nele.
O Dib vendo
aquilo, empurra um pessoal que estavam na sua frente e chuta o rosto do rapaz
do 3º, para ajudar o amigo, ele chuta sem dó.
Que o rapaz
grita de dor e chega a rodopiar, um amigo do rapaz o agarra o Dib, para bater
nele, quando eles se olham, se reconhecem.
- Dib é
você? Caramba meu não faz isso! Quase te dei um soco.
Era o Fuscão, um
grande amigo do Dib, mas também era amigo do rapaz do 3º, por que estava na
sala dele.
- Esse cara é
folgado Fuscão, merece apanhar.
O Fuscão não
podia fazer nada, por que era o seu amigo e o solta, os dois juntos acompanham
o final da briga, quando o amigo do Dib num golpe de sorte, agarra o pescoço do
outro, perguntando se chegava de briga.
A polícia
vinha chegando, e o pessoal separam a briga e disfarçam e se
dispersam, sem que a polícia perceba que eles estavam brigando.
Um dos amigos o
“ASS” os avisa que iria rolar uma festa Punk e era para eles irem. – Vamos lá,
já deve de ter começado. Fala o “Ass”.
- Então vamos.
fala o ED
E eles vão com o
“ASS” até o local da festa, eles chegam em um terreno vazio e o ASS fala. – É
aqui.
- Mas aqui não
tem nada. Reclama o Tuco.
No exato momento
que um alçapão se abre do chão no meio do terreno, eles se assustam.
- Achei que era
um Zumbi, saindo do tumulo. Fala o Tuco
Todos riem.
O Cara que saia
do buraco no chão, fala para que ele entrem e um por, foi entrando pelo buraco
e descendo uma escada que dava acesso a um grande porão que tinha o um cheiro
forte de mofo, e naquele momento tinha um cheiro de mofo com cheiro de fumaça
de cigarro e era onde rolava a festa, tinha uma banda tocando em um canto e um
Dj no outro, eles encontram vários amigos que já estavam lá dentro, o XKW,
Animal, Asma, Kaduks, City Bronk´s, Ninja, Deekadência, Pantcho, era toda a
galera da pichação e todos ali gostavam de um Punk rock e depois de todos se
cumprimentarem o Dj coloca nas pick-ups Ramones para tocar a música Surfing
Bird e todos ali começam a pular e dançar punk, dando ombradas uns
nos outros, as vezes alguém se empolgava um pouco mais e começava a dançar
dando chute e socos, e depois que termina Ramones o Dj emenda Toy Doll´s e o
pessoal vão a loucura e o bicho pega, era porrada para todo lado, porrada no
bom sentido, se existe porrada do bem aquela pancadaria era uma pancadaria
amigável que só aumenta quando o DJ começa a tocar Dead Kened´s a música
“California” e aquele porão vira uma arena de gladiadores onde todos
dançam como se tivessem lutando e assim foi a noite toda até eles
irem embora.
O Dib é o último
a sair daquele calabouço respira fundo e diz.
- Hum. ar fresco
que delícia.
- Lá embaixo
estava muito quente, a minha camisa está toda molhada de suor. Fala o Leco.
Os Master saem
todos juntos em direção para a rua deles e quando eles estavam na vielinha.
No final da
vielinha eles dão de frente com o Gentil e um amigo dele, que procurava por
eles, se encaram e se ofendem.
Para a sorte
deles o Gentil e o amigo dele, estavam desarmados naquele momento, estavam com
medo do caso da noite passada.
E o Gentil finge
que tinha alguma coisa na pochete, como se tivesse uma arma nela e que a
qualquer momento iria saca-la.
O Tuco percebe
que ele não tinha nada e fala.
- Ele está
fingindo, ele não tem nada na pochete, vamos dar umas porradas
neles. Nesse exato momento o Lu ataca uma pedra que acerta o
rosto do Gentil, ele grita de dor e coloca a mão no olho e grita para o capanga
dele.
- Vamos! Estamos
em desvantagem.
O Gentil e o seu
amigo percebem que iriam apanhar e resolvem fugir correndo pela vielinha,
atravessando a Avenida no Meio dos carros, os carros buzinavam, alguns quase os
atropela, e eles pulavam desesperados para a calçada do outro lado assustados.
Os Master
atiravam mais pedras neles, do outro lado da avenida e ficam dali só assistindo
aquela cena cômica, rindo que não se aguentavam do outro lado da avenida, que
chegam até a perder as forças para querer correr atrás deles.
- já valeu a
pena só susto que eles tomaram, deixa eles para lá, chega de treta por hoje,
vamos até a casa do Lu, desenhar um pouco e ouvir música. (diz o Juca)
- É vamos lá, é
deixa esses manes pra lá! (fala o Tuco)
Eles entram na
casa do Lu e sobem para a laje e ficam lá conversando ouvindo música, zuando um
com o outro, o Tuco pegava no pé do Lu, zoava tanto ele, que ele quase chegava
a chorar de raiva, eles ficam ali desenhando até mais ou menos 2:00 horas da
manhã, depois disso. O Tuco o Leco e o Juca, vão embora, O Lu, Dib e o ED ainda
ficam se cansam de desenhar e ficam só conversando, se deitam na laje e ficam
olhando para o céu só imaginando as figuras que as nuvens formavam. – Olha
aquela parece um urso. (diz o Dib) o Ed e o Lu olham para a nuvem e
dão risada – Urso aquilo parece mais tartaruga. (diz o Ed). Então tá! E
aquela parece um cara surfando em uma onda de fogo, fugindo de um Dragão, que
tem um mago montado nas costas dele. (diz o Dib) – Isso é o grafite do muro do
Fly. (diz o Lu). Eles dão risadas, depois discutem que não, depois mudam de
assunto, conversando sobre vários outros assuntos, até adormecerem ali na laje.
Um raio de sol
bate no rosto do Dib, acordando-o. Ele olha de um lado para o outro e se
pergunta.
- Onde estou? O
que eu estou fazendo aqui na laje da casa do Lu? Que dia é hoje? Eu acho que é
quinta feira, tenho que ir trabalhar a minha vó vai me matar. Ih! Esqueci que
fui despedido ontem, vou ficar aqui mesmo não tenho nada para fazer.
Ele olha para os
amigos que dormiam profundamente que chegavam até a roncar e babar.
Não os incomoda,
deixa eles dormirem sossegados e fica pensando com seus botões, olhando o
amanhecer lindo que aparecia no horizonte. Admirava a tamanha beleza de
vermelhos e amarelos com um fundo azul, um degrade de cores, de vermelho e
amarelo chegando no azul claro, subindo para o azul escuro indo embora junto
com a noite e pensa.
- Aqui deve de
ser o paraíso, Deus nos dá a chance de aproveitarmos o máximo as nossas vidas
aqui na terra, nós damos a oportunidade de apreciarmos belezas como está, porém
quem é que mantém a chama desse sol, que nasce todo dia acessa? Será que dentro
do sol é o inferno? Por isso o inferno é simbolizado de fogo, ou quando
morremos os espíritos dos pecadores vão para dentro do sol, para ser escravos e
assim manter a chama do sol acessa, este deve de ser o castigo, como diz a
bíblia, que os pecadores: “irão queimar no fogo eterno”, para pagarem os seus
pecados, trabalhar para manter a chama acessa e proteger a fortaleza de Deus,
por que o sol é uma fortaleza perfeita, onde nenhum homem consegue chegar tão
perto, devido ao seu calor, talvez só em forma de espírito se consiga entrar
lá, isso deve de ser a luz no final do túnel, um túnel que leva o espírito até
o sol onde os bons e os maus, são julgados. Também acredito que antes disso
Deus já alivia alguns pecados e grande parte do que se faça em vida, já se paga
aqui mesmo, uma grande parcela dos seus pecados e as suas consequências, das
suas atitudes vividas na forma de vida terrestre. O sol também pode ser de onde
Deus nos observa e nos abençoa através dos seus raios solares, juntamente com a
água que nós abençoa, a água deve de ser um grande aliado da de Deus também na
vida, só existe vida, se existe água, Deus as vezes deve se disfarçar como água
e desce para passear na terra, o que também é um disfarce perfeito: A
água é incolor, inodoro e mutável, indispensável para todo tipo de vida, o que
facilita para ele, conhecer internamente e exteriormente tudo que ele precise
investigar, e depois ele volta em forma de vapor. - Deus é malandro. (pensa
ele). Essa combinação da natureza de água e sol, é que faz a vida florescer,
faz com que as plantas cresçam, frutos nasçam, e o ciclo de vida mantém a sua
sobrevivência e de todos os seres vivos, onde eles plantam e Deus abençoa com
os seus raios solares, porém alguns desses seres vivos, mais preciso
os “ seres humanos”, algumas vezes se tornam uns animais irracionais
e gananciosos e tiram proveito ao máximo, além do
limite e colocam todo esse ciclo em risco, porque Deus fez tudo
perfeito, e ele colocou um limite e um equilíbrio, porém alguns
homens querem ultrapassar esse limite com a sua ganância, as vezes querendo
brincar de Deus , querendo o mundo só para eles, onde a consequência desse desiquilíbrio é
um mundo injusto, que pode ter um fim de forma catastrófica, causadas por
bombas ou por alterações climáticas, e ainda lucram com isso, deixando assim
esse mundo desequilibrado onde poucos tem muito, e
muitos tem pouco, alguns desses milionários até estudaram e se
esforçaram para chegar onde chegaram, pelo os
seus próprios méritos, porém tem aqueles herdeiros dos
oportunistas do passado que foram espertos no passado e se aproveitaram da mão
escrava negra e conquistaram terras derrubando muito sangue inocente
e hoje em dia os seus herdeiros ainda tiram proveito
dessa herança injusta e sempre são bem sucedidos, deixando assim uma herança
injusta, onde os que não tiveram herança, precisam lutar muito mais, para poder
alcançar o sucesso ou simplesmente o seu sustento, o alimento da sua
sobrevivência diária, onde o mais forte come o mais fraco, como na selva, ou o
mais inteligente ganha mais que o burro “despreparado”, não que esse “burro”
seja menos inteligente, essa burrice é causada pela falta da oportunidade,
porque quem em berço de ouro, e que já tem o seu futuro garantido. Pensando
nisso ele percebe uma frase para uma letra de Rap:
A vida é como na matemática,
Na soma dos números pares,
Nunca dá ímpar,
Mas na soma dos números pares,
Sempre dá par.
Ele pega um pedaço de papel e
faz o teste e escreve as somas dos números
(2+2=4), (4+4=8)
Depois ele soma
os números ímpares
(1+1 =2), (3 +3 = 06)
E depois ele conclui, misturando
os números par e ímpares
(2+1 = 3), (3+ 7 = 10), (5+6=11).
Ele faz diversas
comparações.
- É o número
ímpar só será par se conseguir se misturar com um par, como uma mulher pobre
que se casa com um homem rico, ou um pobre que trabalha para um rico, como
dizia Ford “Que o negócio só acontece quando existe um esperto e um
otário”.
Nesse momento os
passarinhos voam em torno da laje, como se brincassem no céu e ele pensa.
- Será que comer
carne é pecado? Se fosse pecado, Deus não faria os carnívoros, apesar de que os
humanos poderiam viver só comendo, plantas, verduras, legumes e frutos, que são
geradas pela natureza, novamente voltamos para os raios solares e para a chuva,
talvez não seja certo comer carne de qualquer espécie, deve ser por
isso que aparece tantas doenças, a do coração é causada pela gordura, como o colesterol,
será que isso não seja uma forma de mostrar que isto não é certo e nós não
percebemos isso e continuamos a comer mais e mais carnes, comprometendo as
artérias e a consequência muitas vezes é a morte, não como um
castigo, por que isso é dúvida, o homem já tem esse costume de comer carne, mas
pode ser que tenha um limite, uma tolerância, mas também pode ser mais um dos
nossos pecados. Se observarmos as coisas ruins no mundo na maior
parte delas, acontecem a noite, quando há luz do sol através da lua é muito
fraca, é refletida através da Lua as vezes não consegue dar conta de
todos os lugares , mas se pensarmos bem, Deus não nos deixa totalmente
desprotegidos, nos envia os seus raios através da lua, se não existissem os
raios da lua para nos iluminar e deixar uma esperança, viveríamos em uma
escuridão eterna e a maldade tomaria conta, as plantas não cresceriam mais, a
chuva não iria mais existir, por que não teria o calor para evaporar a água e
traze-la de volta para terra em forma de chuva, chuva abençoada que renova a
vida, para o ciclo da vida, talvez essa deve de ser a escuridão que a bíblia
tanto fala “nem que eu ande pelo vale das sombras, nada me acontecera por que o
senhor estará comigo” este salmo só tem sentido, se ainda haver um
raio de luz, que além dos pecadores que vão para o fogo, os inocentes que
ficariam na escuridão, isso não faz sentido, ou talvez isso aconteça devido a
algum ato do homem, como uma bomba atômica, ou mesmo o descaso com a natureza,
como a poluição dos rios, queimadas que causam o efeito estufa e afetam a
camada de ozônio, isso pode tirar a terra do seu eixo natural e provocar essa
escuridão, essa consequência pode se comparar com o corpo humano,
quando o homem que come carne, poderia estar mudando o seu eixo interno,
levando o mal para dentro de si, destruindo a sua natureza interna e morrendo
de um ataque do coração ou de câncer. Assim é a harmonia do planeta, protegida
pelo Sol e pela lua, além da sua beleza maravilhosa, enquanto isto estiver em
perfeita harmonia com o ciclo da vida, ainda estamos salvos, com uma esperança
de uma vida melhor e justa, porque ainda estaremos nas mãos de Deus, se a terra
se desencaixar dessa harmonia, nem mesmo Deus poderia nos salvar, por que ele
não poderia mais conseguir enxergar as nossas vidas através dos raios solares.
Deus é a Natureza que funciona em perfeita harmonia e o Demônio é a escuridão,
Mas enquanto Deus estiver na sua fortaleza, que é o sol, juntamente com a ajuda
da lua, ele Vai nos proteger, ou em outras palavras essa é a justiça de Deus
que é feita, enquanto haver a luz para nos iluminar e nos proteger,
os pecados e os pecadores são necessários para manter a chama e o
calor do sol acessa, para que os puros descansem a noite protegido pela
lua, esperando até o dia que irá se encontrar com o nosso criador e saber, se o
seu destino é manter a chama ou reencarnar para a Terra, enquanto existir luz,
o paraíso é aqui . É isso mesmo o paraíso é aqui, onde temos o sol e a lua
trabalhando em conjunto, para nós dar todas essas maravilhas, para que possamos
apreciar e desfrutar. Não vou me desesperar só porque, perdi o emprego ou que
não tenho sorte no amor, hoje é o outro dia que amanhece e quem sabe? O que
pode acontecer?
O seu pensamento
é interrompido pelo o seu amigo.
- O que você,
está fazendo? Conversando sozinho. Está ficando louco? (pergunta o ED jr)
O Dib dá de
ombros e se senta abraçando os joelhos e dá um sorriso para o amigo com um ar
de esperança e pergunta.
- ED! Quando
você morrer e se realmente existir reencarnação, como você gostaria de voltar
para a vida? - O que você queria ser?
- Ah, eu
gostaria de voltar como um cantor de blues, que tem um grande talento, que
quando eu tocar a minha gaita, multidões parem o que estiver fazendo só para me
escutar e que fiquem hipnotizados obedecendo todas as minhas ordens e assim
poderei transformar o mundo.
- E você Lu? O
que gostaria de ser?
- Talvez
uma lagartixa.
-
Uma lagartixa!!! (Exclamam o Dib e o ED, dando risadas).
- É
uma lagartixa mesmo, eu acho da hora poder correr pelas paredes com a
velocidade que uma lagartixa corre, também gosto da forma como ela se
regenera quando tem um membro amputado, que no caso dela geralmente é sempre o
rabo dela, as vezes eu penso porque os cientistas ainda não descobriram algum
tipo de cura, para alguma doença, pesquisando a lagartixa.
O Dib olha para
o ED que responde com o mesmo olhar. com a mesma cara de reprovação e de sarro.
- Você está
rindo do que?
- Tá bom, eu vou
mudar a minha escolha, vou mudar para gato.
- Gato? Pergunta
o Dib.
- Sim, gato.
Responde o Lu.
- E porque não
um cachorro. Pergunta o Ed.
- Eu acho os
gatos mais inteligentes do que os cachorros, os cachorros são bonzinhos e estão
sempre abanando o rabo e agradando o dono, são bobão, já os gatos não, ele são
na deles, são mais exigentes, e só fazem o que querem, não ficam bajulando o
dono, só quando interessa para eles, são mais reservados e seletos, os gatos
são chiques, sempre mantendo a postura, são ágeis e sempre cai de
pé. Ele ri. - É o que eu queria ser, um gato, mas e você Dib, o que você
gostaria de ser?
- Eu
gostaria de ser um passarinho, um desses de pequeno porte, um pardal, que
cantam e voam sem preocupações total liberdade, sem rumo na vida,
podendo se alimentar de pequenas coisas e sendo ágeis para fugir com facilidade
de seus predadores, não gostaria de ser uma águia, ou qualquer ave de rapina,
por que a águia tem que caçar e matar para sobreviver, não queria fazer mal
para ninguém, só queria viver a minha vida em paz e voar tranquilamente sem
peso na consciência de que destruí alguma família de outro passarinho
ou outra espécie e também não gostaria de ser um Urubu que voa alto e bonito
com muita liberdade, mas sobrevive da desgraça ou do resto dos outros, porque
não tem coragem de matar nada , mas vive do resto mortais de outros
seres vivos. Agora um Pardalzinho não, ele vive de pequenas frutas e farelos,
as andorinhas também elas têm uma agilidade impressionante, vocês já observaram
uma andorinha voando? Eim! Eu estou falando com vocês dois?
Os amigos o
olhavam para céu, a procura de uma andorinha e não respondiam à pergunta do
Dib.
- Não adianta
ficarem aí procurando andorinha a essa hora do dia, está ventando muito, elas
só aparecem quando não tem vento é muito difícil de se ver qualquer espécie
voando a essa hora também, geralmente os passarinhos ficam mais cantando, anunciando
um novo dia.
- É verdade,
estou escutando muitos passarinhos cantarem, mas não vejo nenhum voando. - Fala
o Lu.
- Agora a pouco
tinha alguns voando aqui, mas rapidamente sumiram.
· Até nisso é
bom ser passarinho, você sempre acorda cantando, pode ser segunda feira, que
mesmo assim eles acordam de bom humor e não se tem pressa de sair da cama,
analisando os passarinhos tomarei os como exemplos, que sempre existe um novo
dia, se ontem eu chorei, hoje irei sorrir. Quem sabe você não tenha razão sobre
a Leila e seja mentira o que aquele trouxa me contou.
- É isso ai bola para frente! (fala o Lu
bocejando)
- Sabe o que
seria legal a gente fazer uma festa aqui na sua laje, um baile, o que você
acha?
-
Boa ideia, vamos fazer. Fala o Lu.
- Nós podemos fazer
um convite e tirar Xerox e distribuir na escola, nos points de pichação e para
a galera em geral. Fala o Ed.
Eles não
imaginavam a encrenca que eles estavam entrando.
- Ok, vamos
falar com o resto dos caras e ver o que eles acham. Fala o Dib.
O Ed e o Lu
dizem que sim balançando a cabeça.
- Combinado
então, deixa eu ir dormir um pouco mais que a tarde irei ao balneário, falar
com ela, hoje é dia de treino de vôlei e de basquete, quem sabe ela não apareça
e me explica tudo, afinal de contas ela nem sabe o que está acontecendo. Eu que
estou sendo muito idiota, ficando com ciúmes deste jeito, me torturando e
talvez nem seja verdade. E se ela não aparecer no balneário, eu vou até a casa
dela.
- Mas não
demostre o que você está sentindo, dá um de João sem braço e seja durão.
(aconselha o Lu).
- Eu vou para
casa agora, dormir mais um pouco, na minha cama, lá pelas 11 horas, eu irei no
balneário. (fala o Dib).
O ED e o Lu
concordam. O Ed vai para a sua casa o Lu só entra para o quarto
dele.
Chegando em casa
o Dib abre a porta, bem devagarzinho, para que a sua avó não o escute e perceba
que ele chegou àquela hora e fecha a porta da mesma maneira, se vira e com os
passos leves vai em direção a escada.
Ao pisar no
primeiro degrau ele escuta a sua avó falar da cozinha.
- Não tem jeito
mesmo vai ser um malandro da vida. O que os olhos não veem o coração não sente.
(sua avó tinha ouvido o ranger da porta, deixou que ele entrasse e pensar que
ela não tinha percebido ele chegar)
Ele escuta o
sermão da avó e sobe para o quarto, para dormir.
- Naquela manhã
de Quinta-feira ele dorme mais um pouco e desperta as 11:45 hrs da manhã.
- Eu tenho que
ir no balneário esclarecer com a Leila o que realmente aconteceu.
Ele se levanta
veste um bermudão, uma camiseta, olha pela janela para ver se o tempo não havia
mudado e pensa.
- Como o tempo
em São Paulo é imprevisível, está sol de repente chove, fica frio depois volta
a fazer sol a noite garoa e faz frio novamente, só falta nevar em São Paulo, se
nevasse aqui a cidade iria ficar muito mais bonita ia dar para andar
de snow board, nas ladeiras iria ser muito legal, mas é capaz de nevar cedo e a
tarde fazer aquele solzão e derreter toda a neve, e depois o sol iria evaporar
toda a neve e formar aquelas nuvens negras carregadas , e chovendo forte um
baita pé d'águas, inundando tudo, alagando as marginais e
complicando todo o trânsito, deixando a cidade um caos, quando a chuva é muito
forte, geralmente, falta luz também, não, é melhor não nevar aqui, o caos seria
pior e só iriamos sofrer com o frio também.
Ele confirma
pelo vão da janela.
- Aha !!!, já
está nublado, como que pode as 06:00 horas havia um sol lindo e agora o céu
está cinza.
Ele caminha até
o guarda roupa, onde retira um camisão de flanela do cabide e o veste, por cima
da camiseta e fica de bermudão e desce para comer alguma coisa.
A sua avó
o olha ele de camisão e bermudão e comenta.
- O que adianta?
Cobrir em cima e deixa as pernocas de fora. Cada macaco no seu galho.
- Eu vou andar
de bicicleta e vai esquentar um pouco.
Ele procura pela
sua caneca de alumínio que estava guardada, sua avó não havia preparado o café
para ele, por que estava zangada com ele e também já era quase meio dia.
Ele apanha o
leite frio e o coloca no café quente, ficando horrível, mas o toma assim mesmo
em goladas rápidas e sobe para o seu quarto novamente, para pegar a bicicleta e
sai em direção ao balneário em disparado.
Chegando no
balneário, a primeira pessoa que ele avista é a Leila, sente um frio na barriga
e não tem coragem de ir falar com ela e passa direto por ela em direção aos
seus amigos que jogavam basquete , no fundo da quadra, cumprimenta o Leco, Ale,
Babo, o aranha, etc. e se senta no degrau da arquibancada, não estava com
vontade de fazer manobras com a bicicleta, estava sem força, só de ver a
Leila, sugou toda a sua força, deixando imóvel no quanto da quadra.
O pessoal jogava
vôlei e uma vez e outra a Leila tentava dar tchauzinho para o Dib, mas ele a
ignorava, fingindo que não estava vendo.
Bola pra lá e
pra cá, bola de basquete pingando, bola de vôlei voando até que uma bola veio
parar perto dele, ele não a pega e a Leila vem buscar a bola.
Ela pega a bola
e o cumprimenta ele.
- Oi! Né!
Ele a ignora,
fingindo que não ouviu.
Ela olha para
ele e acha estranho e volta a jogar sem muita vontade, por que ela queria saber
o que estava acontecendo.
O jogo acaba ela
vai direto falar com o Dib e pergunta.
- O que está
acontecendo? Você não me procurou ontem, nem quer falar comigo agora. O que eu
te fiz? Me conta que eu não sei.
- Você não sabe?
Você mentiu para mim, disse que era virgem e não era nada, me fez de bobo.
- É lógico que
eu era virgem, quem falou, que eu não era, ou como você pensou isso de mim?
- Eu encontrei
com aquele seu ex namorado , aquele que te deu aquela bonequinha de porcelana,
que você gosta tanto, e ele me contou, o que vocês fizeram em uma
festa, que vocês foram juntos.
- Nós só nos
beijamos e se esfregamos um pouco nada mais do que isso. O que ele te falou?
- Falou que
chegou nos finalmente com você.
- É mentira,
você acha que eu iria fazer alguma coisa com ele no meio da festa. E tem
mais, eu acho que ele era viado, eu que atacava ele porque ele era
um frouxo, eu até queria, fazer algo mais, porém, para ter esse algo mais tem
que ter um bom parceiro, assim como você.
- Mas ele falou
que te levou para um canto.
- Já estávamos
em um canto, mas tinha várias pessoas nos olhando, e é como te falei, ele era
devagar quase parando, acredita em mim eu entreguei a minha virgindade para
você, por que é de você que eu estou gostando e não quero te perder, você é um
bom parceiro.
Ele ouve aquilo,
se cala por uns instantes, pensa e comenta.
- E se você
estiver mentindo para mim?
- Você não
sentiu quando fizemos amor?
- Eu não sei,
não deu para sentir ou ver, a luz da lua, não era suficiente.
- Acredita em
mim, estou te falando a verdade.
- Tudo bem eu
acredito em você, por que eu também estou gostando de você.
Eles se abraçam.
- Ah! Eu tenho outra coisa para te contar, eu
tive um sonho muito louco com você.
- Sonhou comigo?
- Sim, sonhei que você tinha mudado de escola e
tinha se mudado para a escola que eu estudo, o sonho era muito doido você ficou
com ciúmes de uma professora comigo depois deu o chiclete da sua boa para um
professor e por fim eu acabei caindo de uma caixa de Água.
- O que você estava fazendo na caixa da Água ?
pergunta ela rindo.
- A professora de educação física não havia me
deixado ficar com você então eu subi lá para tentar te ver e acabei caindo.
- Você morreu no sonho?
-Não, sonhei que estava caindo e acabei acordando antes de chegar no chão.
Ela dá risada
- Você ri é, o
meu pai fez a mesma coisa.
- Me deixa
adivinhar, e depois ele olhou as horas e falou que ia dar Águia.
- Isso mesmo,
você acertou até o bicho que ele falou.
Eles dão
risadas.
- Vamos sair
daqui, porque estão todos nos olhando. ( diz o Dib).
Eles vão para
atrás da quadra, onde não havia ninguém e se beijam, se empolgam, encosta ela
na parede, beija o pescoço dela, que solta um gemido, ele coloca a mão dentro
da blusa, passando a mão nas costa dele que retribui arranhando as costas dele
ele morde a orelha dela e pega fogo a esfregação, ele a puxa para um
canto mais isolado e continuam na empolgação, eles estavam tão
empolgados que não escutam uma pessoa chegar perto.
- Bonito!!
Eles se
assustam e rapidamente arrumando as roupas, procurando quem havia
disto aquilo. Era professora de Basquete, que acrescenta no comentário.
Sabia
que existe lugares apropriado para isso.
Dib olha para a
professora de basquete, dá um sorrisinho amarelo e puxa a Leila para ir embora
e vai andando em direção a entrada dos fundos a quadra, a professora ainda faz
algum comentário, ele dá de ombro, pega a bicicleta e vão saindo sem falar com
ninguém.
Eles vão até a
casa do Dib.
E dessa vez eles
sobem para o quarto dele sem nenhuma cerimônia.
Eles sobem a
escada se pegando, ele já abrindo o fecho do sutiã dela, ela tirando o chapéu
dele e jogando longe, vai abrindo o zíper da calça dele, eles entram
sem cerimônia no quarto, tirando o sapato esfregando um pé no outro, sem se
separa tranca a porta, para a avó dele não incomodar, ele mal fecha a porta ela
o puxa e se joga na cama com ele por cima dela, o que faz um grande barulho,
ele pede pra não fazer tanto barulho e dá uma pequena pausa, para ver se a sua
avó, havia percebido algo , mas o silêncio predomina, eles
continuam e começam a se beijarem e a se amarem a tarde
toda, como dois loucos.
As horas se
passam e finalmente eles dão uma pausa e ele toca no assunto de novo.
- Se você não
gostava daquele cara, porque você guardou aquela bonequinha então?
- Guardei porque
eu a acho bonitinha, delicada e cheirosa.
- Cheirosa!!
Exclama ele. – Com o cheiro de quem?
- Com o meu
cheiro horas, eu borrifo um pouquinho do meu perfume nele; porque você achou
que era perfume de quem?
- Do boca aberta
que te deu, eu acho muito estranho, você gosta tanto assim daquela bonequinha,
não sei não, eu acho que nesse angu tem carroço.
Ela fica
vermelha de raiva e é a primeira vez que ela fica nervosa com ele e começa
gritar.
- O que
você quer que eu faça para te provar; que foi você quem tirou a minha
virgindade, eu não posso mais te mostra a minha calcinha suja de
sangue porque eu a lavei no chuveiro para a minha mãe não ver
a calcinha suja de sangue, eu não sei como te provar agora, Ah!! Quer
saber de uma coisa, se você não quer acreditar, não acredita então. Ela pega as
suas coisas e destranca a porta e desce as escadas correndo e
chorando. Quando ela abre a porta e sai pela porta da sala para o
quintal o Dib já estava na porta pelo lado de fora esperando-a. Ela não
entende nada, olha para ele e fica confusa, só aí que ela entende que ele havia
pulado a janela para pela, pulo da janela para a laje e dá laje para o quintal.
Ela tenta se
desviar dele, mas ele a agarra e pede desculpa.
- Desculpa, você
não tem culpa da minha desconfiança, depois de tudo que me aconteceu, eu acho
que isso me afetou de alguma maneira, me desculpa, não vou mais tocar nesse
assunto.
Ela estava com a
cabeça no peito dele, levanta a cabeça e olha para ele com as bochechas rosadas
e com duas Burgas azuis (Bolinha de gude), estava mais azul do que de
costume.
- Nosso os seus
olhos estão mais azuis do que de costume. (Comenta ele)
- É, quando eu
choro, geralmente eles ficam mais claros. (Responde ela soluçando)
· São 17:40,
hoje eu tenho que ir para a escola já faltei ontem, não posso faltar hoje, se
não vou repetir de ano, Só espera eu me trocar que eu vou te levar até a sua
casa.
Eles vão andando
abraçados até a casa dela, quando ele chega na esquina da casa dela, eles se
beijam e neste exato momento a avó dela, mãe do pai dela, vinha passando na rua
com duas tias dela e grita.
- Vou contar
para o seu pai!! Que você fica se esfregando pela rua com esse vagabundo.
O Dib ouve
aquilo e se remoem por dentro, respira fundo, mas respeita a senhora
e não responde a ofensa, por que era a avó dela.
Mas a Leila
responde para ele.
- Não enche o
saco, quer contar, não estou nem aí, a vida é minha eu faço o que eu quero
dela.
- Sua menina má
criada, vou contar mesmo para o seu pai.
- Eu vou entrar,
ela não vai nos deixar em paz.
Ele dá um beijo
de despedida e desce a rua, mas a senhora caminha atrás dele xingando-o em
italiano e em português também.
- Seu cabeludo
vagabundo.
O Dib ouve
aquilo, para, pensa em responder para a senhora, pensa duas vezes e não
responde, só dá uma reboladinha, tirando um sarro com a cara da velha e canta.
- Se outro
cabeludo aparecer na sua rua, e isso lhe trazer lembrança minha, a culpa é sua.
A velha fica
mais furiosa com o sarro dele e xinga ele mais ainda em italiano.
- Figlio di
puttana, barbone, mascalzone ubriaco.
Como a avó
do Dib, também era filha de Italiano e quando estava brava com ele o xingava em
italiano também, por isso ele entendeu tudo o que a avó da Leila o xingou, mas
dá de ombro.
O Dib aperta o
passo, até não escutar mais a senhora xingando-o.
- Puxa, tenho
que correr, se eu quiser ir para a escola ainda hoje.
- Ele chega meio
atrasando em casa, toma banho e janta correndo e sai para a escola.
- Ele
entra na escola, na hora que a servente fechava o portão da escola.
Ele assistiu
todas as aulas, mas não aprende nada em nenhuma delas, por que não parava de
pensar na sua amada.
- Eu acho que
teria sido melhor, se não tivesse vindo hoje também, não prestei atenção em
nenhuma aula.
O sinal da
última aula bate, noticiando que a aula terminou, ele sai pelo corredor onde a
Katia conversava com algumas amigas, ele passa por ela despercebido e vai na
direção da saída da escola onde estavam o Leco e o Lu, que o esperavam.
- Aí homem
árvore tem uma festa para nos irmos hoje. (fala o Leco)
- Mas vocês vão
assim de skates e largados, desse jeito? (pergunta o Dib)
- É uma festa de
doido é só zoeira, vamos logo. (explica o Lu)
- Não estou a
fim não. (Diz o Dib)
- Larga mão de
ser trouxa. (fala o Leco)
- Vai amarelar.
(fala o Lu)
- Tá, tá bom, eu
só tenho que ir em casa, guardar o material e pegar o meu skate também.
Eles vão até a
casa do Dib.
Enquanto ele
entra para pegar o skate, o Lu comenta.
- Não sei como o
primo dele ainda não vendeu o skate dele para comprar droga. O Dib sai com o
Skate embaixo do braço e eles vão se divertindo com os skates até a festa,
chegando na festa, eles entram por um corredor escuro e já escutam um som
pesado rolando, era uma festa heavy metal, eles entram na casa. Uma festa de
doido mesmo, o pessoal estava tomando pinga pura no gargalo da garrafa, várias
mulheres com os peitos de fora, alguns caras curtindo o som, balançando a
cabeça sem parar acompanhando o ritmo da música e havia também uns gemidos que
vinham dos quartos.
- Aqui parece o
inferno. (comenta o Dib).
O Lu e o Leco
concordam com a cabeça dando risada, se olham de novo e dão risadas e vão
entrando na festa, na entrada da sala principal um cara gordão muito
estranho, entra na frente deles e diz.
- Para entrar na
festa tem que tomar um copo de pinga. O gordão aponta para uma bandeja que
estava cheia de copos e ao lado havia um barril de Carvalho, parecido
com aquele que o Chaves usa como casa no seriado e estava cheio pinga, eles se
entreolham e o Leco é o primeiro a se servir, depois é a vez do Lu, que dá uma
golada e faz uma carreta e por último o Dib que também faz carreta.
- Pronto
agora vocês estão liberados para entrar na festa. (diz o gordão muito
louco)
A
pinga sobe mais rápido que um foguete e eles entram de
cabeça literalmente na festa, balançando a cabeça pra valer e bebem
mais pinga, agora no gargalo da galera que oferecia para eles.
O Dib se sente
zonzo, porque a pinga já estava fazendo efeito e se senta no sofá, de onde por
uma brecha de uma porta que estava semi aberta, ele avista de onde vinham
aqueles gemidos, um grupo transando, der repente passa um cara com uma garota,
que estava com os peitos de fora e muito louca, estava doidona de cachaça e
entram no quarto também.
O Dib dá um
toque no Leco e no Lu, que estava com a garrafa de pinga na mão. E os três
ficam assistindo aquela suruba, parecia aqueles filmes de terror ou aquelas
pinturas apocalípticas, os corpos se mexiam como um monte de cobras juntas,
coisa de filme de terror, a iluminação estava escura feita só por uma luz negra
e isso fazia com que parece-se que o chão estava se mexendo, não dava para
ter ideia de quantas pessoas estavam ali. Mas o Dib pensa e pergunta
para o Leco.
- Essas bebidas
não pode ser só pinga, tem alguma coisa mais nela, parece que os corpos estão
se multiplicando e ficando coloridos, alguns estão com asas. O Leco
estava na viagem dele e responde com um – É.
Eles se empolgam
e o Lu e o Leco entram no quarto, braços os agarram e os arrastam para o meio
dos corpos, fazendo com eles desapareçam naquele bolo de corpos.
O Dib fica sentando no sofá e o gordão chega
perto dele e lhe oferece mais bebida para ele. Ela pergunta para o gordão.
- O que tem
nessa bebida? - Não pode ser só pinga.
E o gordão
responde com uma risada sinistra.
- Tem um tempero
especial. (E solta uma gargalhada)
Dib olha para o
seu copo que estava todo colorido, parecia um arco-íris dentro de um
copo, ele bebe assim mesmo e der repente, veem em
sua direção saindo de dentro do quarto, uma anja loira nua e vinha na
sua direção andando em câmera lenta, era a Leila e estava com os
olhos mais azuis do que estavam à tarde, quando estava chorando, os olhos
estavam tão azuis, que parecia que estava acessos, e ela vinha em sua direção,
mas não chegava nunca e de repente o teto começou a crescer e ele
começou a afundar no sofá, der repente aquela anja segura a mão dele
e o resgata e quando ele sai desse transe, o gordão estava segurando a mão
dele, ele rapidamente puxa a mão e tudo fica normal, nossa o que foi
isso? Ele se senta novamente e fica pensando na Leila. – Nossa parecia tudo tão
real e quando ele olha o pessoal que transavam no quarto, todos tinham o rosto
da Leila e agora parecia um inferno e de repente ficava tudo calmo.
- Ele pensa o
que está acontecendo? Pensativo e bebendo enquanto seus amigos se divertiam,
nem parecia que ele estava naquele lugar e novamente tudo ali virou
um paraíso e havia flores para todo lado e a música soava como um
canto Gregoriano, anjos tocavam harpas e as pessoas que transavam, estavam em
uma espécie de paraíso e tudo estava em câmera lenta e
muito civilizado, pareciam que estavam brincando e brincavam com os anjos. Agora
ele olha para o copo que está negro, ele não quer tomar , mas parecia que o
copo tinha criado vida e o força tomar mais um gole do que tinha no copo, ele
se debate e todos o olhavam achando que ele estava doidão, até que
todos os anjos vieram em sua direção e começam a acaricia-lo, tocando as suas
harpas e bruscamente tudo se apaga e vira uma escuridão e da escuridão uma mão
de monstro surge e tenta asfixia-lo, ele se engasga e sente todo o liquido do
seu corpo sair e pousar no teto, ele sente falta de ar. Era o Leco
que estava apertando o seu nariz. – Acorda dorminhoco, essa festa está muito
legal, ele se ajeita no sofá, balança a cabeça, olha para o copo que estava
vazio, porque ele havia derramado nele mesmo enquanto dormia, e coloca o copo
na mesinha ao lado mantendo distância daquele copo.
- Hu , hu, isto
que é festa divertida, nós temos que fazer uma festa assim Dib, que para entrar
na festa, tem que tomar um gole de pinga. (grita o Lu) E dava mais uns goles na
pinga.
Dib olha os
amigos se divertindo.
Quando uma
garota se aproxima dele para beija-lo, ele a beija, mas não sente nada e a
dispensa, por que ele estava apaixonado e só pensava em uma pessoa agora, só
ela interessava para ele Lu) E queria sair dali porque ela não estava ali
naquele momento.
O pessoal curte
a festa até umas 02:00 horas da madrugada.
Todos estavam
bêbados, mas o Dib só pensava em ir embora e chama os seus amigos bêbados, para
irem embora.
Eles pegam os
skates embaixo do sofá da casa e saem cambaleando. A casa ficava em uma
ladeira. Uma decida boa para fazer um Dow hill.
- Vamos descer
com os skates (fala o Leco).
Eles sobem nos
skates, bêbados, mas não conseguem dar mais que uns passos e caem. Então
resolvem descer sentados (como carinho de rolimã) pegando uma velocidade muito
forte. Eles dão risadas, o Leco e o Dib continuam descendo. Então o Dib cai e
se rala todo.
Eles dão mais
risadas e continuam descendo o resto da rua sentados no skate e freando com os
pés.
No final da rua
eles olham para cima, olhando a ladeira que eles encararam bêbados e dão
risadas.
- Você se ralou
todo Dib, olha o seu braço e o seu joelho. (diz o Leco e dá risada junto com o
Lu.)
- Vamos nadar
agora no Garcia, para cortar a bebedeira. (idealiza o Lu.)
- Nesse frio!!
(fala o Dib).
- É, nesse frio,
nós vamos pular o muro na calada, sem que o guarda nos veja, tiramos a roupa e
nadamos pelados. O que vocês acham? (sugere o Leco)
O Dib e o Leco
se olham e dão risadas.
- Gostei da
ideia. (Fala o Dib.)
- Eu também. (Concorda
o Leco)
- Vamos logo
então deixamos os Skates em casa. (Diz o Lu)
Eles deixam os
Skates na casa do Lu e caminham até o Garcia pelo fundo.
Eles escalam o
muro, com a ajuda de um poste de luz que fica bem próximo do muro, apoiando as
costas no muro e os pés no poste.
- Tem alguém
ali. (fala o Leco.)
- É uns caras
fumando maconha, eles não vão nos incomodar. (Fala o Dib.)
O muro do lado
de fora era muito alto, mas do lado de dentro da piscina tem menos que três
metros ao inverso do lado de fora que tinha mais ou menos cinco metros
de altura, por isso tinham que usarem o poste de iluminação da quadra da
escola, como apoio para os pés e subirem raspando a costa na parede e apoiando
os pés no poste, chegando no topo do muro, tinham que se livrarem dos arrames farpados,
abaixando os e pulando uma altura de quase três metros de altura, depois era só
diversão.
O Dib e o Leco
em cima do muro pisam nos arrames farpados que cercavam o muro e o Lu pula
primeiro. O Dib segura para o Leco pular e segurando os arrames com um pé só e
passando o outro por cima para poder pular, como ele estava bêbado, cai meio
desengonçado, mas não se machuca.
Eles olham para
a piscina, vê a névoa da neblina que baixava sobre ela.
- Está muito
frio eu não vou entrar não. (Fala o Dib)
O Lu e o Leco
concordam, estavam sem coragem também.
O Dib olha para
eles dá risada, tira a roupa e pula na piscina, os outros dois fazem o mesmo e
pulam também, os três nadam pelados.
- Buuuu!!! -
Está água está muito gelada e curou a minha bebedeira na hora e agora está ardendo
pra carralho os ralados do capote que tomei com o skate naquela ladeira. (fala
o Dib, saindo da piscina, para mergulhar de novo dando uma cambalhota e não se
importando com a dor).
O Leco faz o
mesmo e o Lu também.
Eles fazem uma
farra na piscina as 03:00 horas da madrugada.
- Vamos sair? Já
curou a bebedeira e está ficando muito gelado aqui. (fala o Leco.)
Eles saem e se
trocam.
- Por onde que
nós vamos sair agora? (pergunta o Lu).
- Vamos sair
pelo portão da frente, se o guarda aparecer, nós saímos correndo, já nadamos
mesmo. (Fala o Dib).
O Leco e o Lu
concordam.
- Vamos pular
nos três juntos, para não ficar ninguém para trás. (combina o Lu)
Eles pulam,
fazendo muito barulho e saem correndo, o guarda aparece na janela da porta da
secretária, mas eles não dão nem chance para o guarda e correm até a rua dos
Master, onde eles entram na casa do Lu, e dão muitas risadas.
O Leco e o Dib
decidem irem embora dormirem, cada um para a sua casa.
Não esqueçam
hoje à noite nós iremos no point da Lapa, pegar o pichador que pichou por cima
do nosso grafite. (avisa o Lu).
O Leco e o Dib
vão andando até chegarem perto da casa do Dib, onde o mesmo se despede e sobe a
rua a direita.
O Leco continua
o seu caminho e ao olhar ao longe ele observa um movimento estranho, dois
homens que vinham saindo da viela, e se escondem voltando para dentro dela
bruscamente.
O Leco acha
aquilo estranho e desconfia.
- Vou chamar o
Dib para me acompanhar até a viela.
Ele volta até
onde o amigo havia se separado e não o vê mais.
- Ele deve ter
subido correndo, aquele doido, agora eu tenho que me virar sozinho, já sei!!
O Leco esperto
como era, disfarça que estava mijando em um muro, ficando em um ângulo, onde
havia um poste, que atrapalhava a visão dos dois suspeitos e aproveitando, para
pular o muro para dentro da ex casa do velho Gigio, porque agora não morava
mais ninguém e estava abandonada e o terreno que um dia foi um quintal dava
acesso para a avenida, por onde o Leco conseguia fugir e enganar os dois
sujeitos.
Ele corre entre
os destroços, escorrega e cai em cima de uma coisa grudenta e fedida.
- Credo!! -É o
resto da carniça do cachorro do Dib, que ele jogou aqui e pós fogo e aquele
mendigo comeu pensando que era frango assado, mas não comeu tudo, que nojo!!
Ahh, ecaa !!
Ele se limpa e
pula o muro do fundo que sai na avenida, caminha até o outro lado da viela,
para saber quem eram os suspeitos e o que pretendiam fazer com ele.
Ele se esconde
atrás da parede do lado de fora da Viela, antes da passagem e espia para tentar
identificar quem são.
- É o Gentil e o
seu capanga dele, esse cara não aprende mesmo, é, mas agora ele está armado
mesmo, dá para ver o brilho da arma na mão dele daqui.
Os dois
suspeitos começam a conversar entre eles.
- Ele está
demorando demais, eu acho que ele voltou. (fala o capanga).
- Vamos atrás
dele, se ele voltou não deve de estar muito longe. (ordena o Gentil.)
Os dois correm
para a rua, deixando a viela.
O Leco aproveita
e corre para a casa dele.
- Eu tenho que
avisar os caras, que essa treta está piorando, amanhã cedo irei avisar o Dib,
que é quem mais corre perigo.
O Leco chegando
na casa dele, abre a porta e acende a luz e de repente.
- AAAHHH!! - Que
susto mãe!!
Como a mãe do
Leco não enxergava, ela não precisava de luz para andar pela casa, andava
tateando as coisas.
- O que a
senhora está fazendo acordada a está hora?
- Tive um sonho
ruim com você e acordei e não consegui mais dormir, estava preocupada, mas
agora você já chegou, eu acho que vou conseguir dormir. - Credo que cheiro é
esse? Parece carniça, está vindo de você filho?
- É carniça sim
mãe, é do cachorro que era do Dib.
- Do cachorro
que era do Dib?? (estranha a mãe.)
- É mãe, é uma
longa história, o Tuco não te contou que é o mendigo comeu o cachorro do homem
árvore?
- O mendigo
comeu o cachorro dele? Credo!! – Como?
- O Dib sempre
gostou de animais, lembra aquela vez aqui em casa, que ele não queria matar o
Camundongo, porque estava com dó, e o pior que o camundongo gostou dele, parece
que ele tem uma boa Aurea, porque todos bichos, sempre ficam perseguindo ele,
cachorro abandonado na rua, gato, até passarinho e com o camundongo, não foi
diferente, o bichinho sempre ia para o lado dele, parecia que o camundongo era
um bichinho de estimação dele, ficava seguindo ele por toda parte que ele ia, e
nós começamos a zoar ele, dizendo que ele estava com medo do ratinho, ele
chegou até a ficar no primeiro degrau da escada, dizendo que os ratos de rua
transmitem doença, se não ele iria pegar ele para ele, e por isso estava
evitando que o ratinho chegasse perto dele e o ratinho ficou ali em pezinho
querendo ele e a brincadeira acabou quando o Tuco deu uma martelada no
bichinho, zoando o Dib dizendo que ele estava com medo do ratinho, o homem
árvore brigou, ficou bravo, dizendo que não era para ter matado o bichinho,
ficou triste, ele sempre fica muito chateado quando um bicho de estimação dele
morre e foi por isso que o cachorro dele que morreu, que se chamava Bidu, que
havia falecido porque estava bastante velhinho, tinha mais ou menos uns quinze
anos e como ele era muito chegado no cachorro, a sua avó pediu para que ele
enterrasse o cachorro, de uma forma digna como se fosse um membro
da família, mas o que foi que o espertão fez, ele pegou o cachorro no colo
e o levou até um lugar abandonado mais próximo, como nesta região não existem
mais terrenos baldios como antigamente, ele o enterrou na antiga casa do velho
Gigio, enterrou não, como ele não tinha levado uma pá para cavar um buraco,
ele fez o seguinte: Pegou um monte de entulho que estava jogado por ali e jogou
por cima que o cachorro dele que morreu do corpo do cachorro, mas não foi
suficiente, então ele colocou um resto de janela que era da casa do velho
Gigio, que alguém arrancou e colocou por cima dos entulhos, e pensou acho que
está bom, para ele estava de bom tamanho, mas.. ele não contava com
o frio que tem feito nestes dias, e os moleques da rua, resolveram fazer uma
fogueira e adivinha onde é que eles forram buscar madeiras para a fogueira?
- Já sei?
(responde a mãe dele)
- Na casa do
velho Gigio e pegaram a janela, que cobria o cachorro. (responde a Mãe.)
- Isso
mesmo mãe, e o que aconteceu foi que o cachorro começou a apodrecer e feder e a
vizinhança do lado começou a reclamar e queriam saber quem tinha
sido o Filho da Puta que tinha jogado aquele cachorro morto ali, até que
descobriram, que o cachorro era do Dib, e foram reclamar lá na casa
da avó dele, a sua avó brigou com ele e o mandou que ele tirasse aquele
cachorro morto de lá e o enterrasse em outro lugar, provavelmente terminando a
frase com algum provérbio, do tipo: “quem não tem cão caça com gato”.
A mãe ri e diz.
- É verdade ela
tem essa mania, toda vez que eu passava com o seu pai por ali e ele a
cumprimentava, ela sempre tinha um proverbio para a situação, mas conta mais,
termina a história, o que o Dib fez?
- Ele foi até o
terreno, enfrentou aquele mau cheiro, colocou um saco plástico nas mãos e
tentou pegar o cachorro, mas ele já estava em decomposição e se desmanchou todo
caindo verme e tripa para todo lado, fazendo com que ele soltasse o resto do
cachorro e vomitasse por cima.
- Credo que nojo.
(comenta a mãe)
- Credo mesmo,
mas aí ele pensou: E agora o que eu vou fazer? - O Mi que trabalhava no ferro
Velho deu uma ideia para ele. - Vai lá no desmanche pega um pouco de
gasolina e coloco fogo no cachorro. E foi exatamente o que ele fez, foi até lá
no desmanche e pediu um pouco de gasolina, colocou a gasolina em uma garrafa de
vidro de refrigerante Fanta, encheu a garrafa até o gargalo, um litro exato de
gasolina e foi até o cachorro tampando o nariz para não vomitar de novo e jogou
o litro todinho no cachorro e depois ateou fogo.
- Ele pós fogo
no cachorro? (desacredita a mãe do Leco)
- Mas isso não é
tudo não mãe, eu te falei que era uma história longa e sabe o que mais
aconteceu? O melhor vem agora o melhor não. O pior, realmente o pior
está por vir, quando o Dib colocou fogo no cachorro, subiu uma fumaça com
um mau cheiro terrível, pior do que estava, era um cheiro de
carne podre queimada, que se espalhou por quarteirões, pelo vento que levava
aquela fumaça podre, aquilo tinha um cheiro horrível, e a vizinhança todo
começou a reclamar e a vizinha que morava na casa ao lado do terreno, ligou a
mangueira e apagou o fogo, sendo assim, não deixando com que o
fogo destrói totalmente os restos mortais do cachorro.
- Que
confusão!! (comenta a mãe do Leco)
0 Ainda não
acabou não Mãe.
- Tem mais
ainda?
- Sim tem o
final do espetáculo, o Grand finalle,
todos estão nos seus devidos lugares, que agora vem o Grand
finale. - Quando a vizinha apagou o fogo do cachorro ele ficou
assado igual a um leitão, e o que aconteceu nos dias seguintes, foi o seguinte:
Um mendigo que passava por ali, viu a casa abandonado do velho Gigio e entrou
para se alojar ali, quando ele avistou o cachorro assado, sentou-se bem à
vontade na frente do cachorro, colocou um lencinho no pescoço e começou a comer
o cachorro, a Dona Rosinha vendo aquela cena, correu na casa dela e pegou um
prato de comida para aquele Homem, porém quando ela
voltou, já havia um monte de pessoas dizendo para
o mendigo não comer aquilo, e quando a dona Rosinha ofereceu a comida
para ele, ele rejeitou dizendo que: “- Esse frango assado, foi a minha mãezinha
que preparou e deixou aqui para mim e seria desfeita trocar o frango assado da
minha mãe dele pelo prato de comida da Senhora”. E o homem comeu o
cachorro todo, lambeu até os ossos, sobrando só o couro podre e algumas partes
que ele não aguentava mais e foi justamente nesta parte, que eu
cai em cima hoje.
- Credo!! - Que
nojo!!! Eu nem vou te perguntar o que você estava fazendo para ter caído
em cima dessa carniça, que não tenho mais estômago para aguentar esse
mau cheiro que está vindo de você, ainda mais depois de saber dá história,
estou quase vomitando eu acho que agora que não consigo dormir mesmo, só de
lembrar, me dá ânsia de vomito, vai menino! – Vai tomar um banho logo, antes
que eu vomite em cima de você.
O Leco toma
banho e vai dormir, acorda as 11:00 horas e vai até a casa do Dib avisa-lo do
ocorrido, da noite passada.
Ele o chama,
demora um pouco até a avó dele atender a porta, avisando.
- Ele já saiu,
filho de peixe, peixe é.
Leco fica sem
entender e pergunta.
- A senhora,
sabe onde que ele foi?
- Ele disse que
ia buscar alguém na escola, para bom entendedor meia palavra basta.
O Leco pensa
acho que ela me chamou de burro ou ele tinha ido buscar alguém no Leme.
- Obrigado Dona
Amélia eu avisando. vou atrás dele ok.
Mas o Dib não
estava no Leme, ele havia ido buscar a Leila, que estudava no Meireles.
O Dib estava
sentado nos degraus da escada do boteco que ficava do outro lado da escola e
enquanto ele esperava, ele pensava.
- Tenho que
arrumar um novo emprego, se eu começar a namorar sério com a ela, pelo o que
pude perceber, os pais dela são preconceituosos e não vão aceitar que sua filha
namore com um vagabundo. Eu vou procurar aquele meu amigo que montou uma
transportadora, quem sabe ele não me arruma alguma coisa provisória, só até eu
achar coisa melhor.
A campainha do
colégio soa e o Dib fica de prontidão, esperando-a sair,
naquele tumulto que mais parecia a saída deum estádio de futebol.
Mas no meio de
tanta gente, ele avista dois olhos azuis esverdeados, sorrindo em sua
direção. Ele desce os degraus da escada e vai ao encontro
dela, e lhe dá um beijo a pega pela mão, como se fossem namorados a muitos
anos.
- Vamos comigo
até em casa? meu pai quer te conhecer, para ver se ele me deixa namorar com
você. (pergunta ela)
O Dib dá de
ombros e responde.
- Vamos.
Os dois caminham
calados, cada um pensando no que iria acontecer e no que aconteceu.
A Leila lembrava
da noite passada, o inferno que havia sido na sua casa na noite passada, a sua
vó havia contado para o pai dela sobre ele e inventou e aumentou um
pouco mais a história, deixando o pai dela muito furioso a ponto de bater nela,
onde não a machucou mais, por que a sua mãe entrou no meio e não deixou
ele bater mais nela, mandando com que ele sai-se para esfriar a
cabeça, mas ele foi parar no bar , tomou umas e outras, e piorou mais ainda
situação. Ele ia andando e lembrando de cada detalhe que a sua mãe havia lhe
contado, e tomava mais uma, ela o prevenia do que poderia acontecer e as
palavras dela não sai da cabeça dele.
- “você vai
deixar a sua filha namorar, com um cabeludo vagabundo, aquele figlio di
una ragazza, ele não quer nada sério com ela, ele só quer aproveitar dela e
se mandar, eu vi os dois se agarrando no meio da rua, numa pouca vergonha”.
Ele toma mais
uma dose e recorda o resto.
- “Você não pode
deixar isso acontecer, tem que resolver isso logo antes que a sua filha apareça
gravida e se torne uma mãe solteira aos 15 anos de idade”.
Essa foi de
doer, ele vira um copo cheio de cachaça em uma só golada.
E já
completamente bêbado, ele fala sozinho no balcão do bar esmurrando a parede,
dizendo.
- Isso não vai
acontecer, eu mato, eu mato, eu mato.
E chorava ao
lembrar da filha pequenininha, com cachinhos dourados e dois lindo olhos azuis
e diz.
- Eu não criei a
minha filha para o primeiro vagabundo figlio di una ragazza,
aparecer e leva-la de mim.
Toma a última
dose de água ardente, mais derrubando do que bebendo e vai para casa, chegando em
casa ele abre a porta da sala com um chute, fazendo um estardalhaço e gritando.
- Mulher a culpa
é sua!! É a sua culpa deixar isto acontecer com a nossa filha, você devia tomar
conta melhor das nossas filhas. - Olha o exemplo que você está dando para a sua
irmã menor, você acha isso certo? em filha.
E repete. - Acha
certo? – Acha certo? – Acha certo? Repete e repete como todo bêbado, ele passa
a mão na cara e quando as tiram ele se vira para uma estante que estava a sua
direita e começa a quebrar todas as coisas dentro da estante e dentro
da casa, ele dá um murro na estante quebrando a porta e depois chuta
mesinha de centro, quebrando o vidro do meio, espirando caco de vidro para todo
lado, e se corta, se corta no dedão do pé e no calcanhar, mas estava tão bêbado
que não sentia dor e ficava andando pela casa toda espalhando sangue pelo chão
ou em tudo que tocava e gritava.
- Eu mato!! Eu
mato!!! – Eu mato!!
Ele vai até a
cozinha pega uma faca, sai correndo dizendo que ia até o portão da escola
encontrar o Dib e mata-lo, por que iria desgraçar a filha dele.
Ele corre até o
portão do Leme, mas estava tão bêbado, que havia caído três vezes no caminho
antes de chegar e estava todo ralado e sangrando mais ainda e fica ali na
entrada do colégio tentando imaginar a fisionomia do Dib, mas ele não o
conhecia, como iria se lembrar de algo que não sabia ele pensava que tinha
visto ele uma vez e de longe e naquele momento estava muito bêbado, não
conseguia nem lembrar o próprio nome, já estava chamando Jesus de Genésio.
Fica ali olhando
e sangrando com a faca na cintura e não o encontra, até que o seu cunhado vem
busca-lo de carro. O convence e o leva para casa onde chega desmaiado, para o
bem de todo mundo.
O Dib sem saber
da metade do que tinha acontecido na noite anterior, continua indo de mãos
dadas com ela, na esperança de que eles o aceite.
- Eu preciso te
contar uma coisa, o que aconteceu ontem à noite em casa, a minha avó contou
parta ele de você, mas ela inventou e encheu a cabeça dele com um monte de
minhoca e ele bebeu muito e fez horrores ontem em casa, hoje quando
ele acordou e viu o que tinha feito, achou melhor te conhecer antes de tirar
conclusão precipitadas e pediu para que você fosse hoje lá em casa, o meu pai é
muito bravo e eu estou com medo que ele te machuque.
Ele a interrompe
não deixando-a terminar de dizer e fala.
- Eu também sou
homem, como o seu pai, se ele vier falar comigo numa boa, eu irei conversar com
ele numa boa, agora se ele vier com ignorância, eu também sei ser ignorante.
Eles já subiam a
rua que dava acesso a casa dela, quando eles encontram com o pai dela descendo
com pressa.
- onde você vai
pai?
- Eu vou na
garagem ver que horas eu vou trabalhar, quando eu voltar eu quero falar com
você.
O Dib o olha e
responde.
- Tudo bem eu
vou estar esperando-o
O pai desce,
parecia que ainda estava meio zonzo da bebedeira da noite passada.
- Seu pai é
motorista de ônibus e trabalha bêbado assim?
- Às vezes ele
dirige melhor bêbado do que sóbrio, em questão de acidente, graças a Deus nunca
se machucou.
Eles chegam no
portão da casa dela e sua mãe estava no portão.
A mãe dá uma
olhada de espanto e ao mesmo tempo de medo para o Dib e diz.
- Meu marido
quer conversar com você.
- Eu sei
encontrei com ele agora no caminho.
- Entra aqui
vamos espera-lo lá dentro. (Diz a mãe dela)
O Dib entra na
casa e olha cada detalhe e repara que estava faltando uma porta da estante e o
vidro da mesinha de centro e fica em pé.
- Senta! (diz a
mãe da Leila)
Ele se senta e
fica um pouco ansioso pela conversa.
E a primeira
coisa que a mãe dela pergunta é.
- Você trabalha?
- Fui mandado
embora Terça feira passada.
A mãe faz uma
cara de desconfiada e se cala, ficando um silêncio, que parecia gritar no meio
da sala, por uns cinco minutos ninguém fala nada.
Até a mãe da
Leila lhe oferecer água.
- Quer água ou
café?
- Eu queria
água, porque café eu não bebo.
A mãe da Leila
se levanta do sofá e vai até a cozinha buscar água e o remeda.
- Eu queria
água, por que água eu não bebo.
E volta trazendo
um copo de água gelada.
- Aqui está a
sua água.
Ele toma a água,
agradece e procurava ser o mais simpático e educado possível, mais do que ele
podia.
Passa-se meia
hora e o pai dela chega, ele entra passa direto pelo rapaz e vai até a cozinha
e quando ele volta ia saindo sem dar atenção e é quando o Dib pergunta para
ele.
- O senhor não
queria falar comigo?
- Eu, eu, estava
querendo ter uma conversa com você, mesmo.
- Eu estou aqui,
pode falar.
- Você não me é
estranho, de onde que te conheço, mas deixa pra lá e vamos direto ao
assunto· O que você pretende com a minha filha? - É compromisso sério ou é só
zoeira?
- Eu quero
leva-la a sério.
- Ah! sei, mas e
essas roupas largas e esse cabelo comprido, por que você não corta?
- Mas eu gosto
assim.
- Gosta assim. -
Mas você trabalha?
- No momento fui
demitido, na Terça feira passada.
- Por que?
- Não sei, eu
acho que foi corte.
Eles conversam
por horas, até a avó da Leila chegar.
- Você deixou
este vagabundo figlio di una ragazza entrar na sua casa?
Ele escuta
aquilo e engole seco, para não ofender a senhora.
Depois que a avó
da Leila chega, o comportamento do pai dela muda.
- Olha, eu vou
ser bem direto com você, eu não quero que você namore com a minha filha, desta
forma. Enquanto você não arrumar um emprego e não cortar esse cabelo eu não
deixo vocês namorarem.
Ele tenta
dialogar, mas percebe que iria ser inútil e desisti.
- Desculpa
incomodar, mas eu só corto o cabelo se eu quiser e não vou cortar por que você
me pediu, você não vai deixar a gente namorar, nos namoramos escondidos, sem
você saber.
Depois de dizer
isso, ele se despede da Leila e vai embora.
O pai da Leila
faz uma cara de quem comeu e não gostou.
- Lembrei!
- Lembrou o que
homem. Diz a Mãe.
- Lembrei de
onde eu já tinha visto ele, foi no dia da briga, lá no centro, ele e
os amigos dele desceram por trás do ônibus sem pagar a passagem, mas eles não
contavam que logo atrás eu vinha dirigindo o ônibus carregado de motoristas e
cobradores e foi uma briga boa, o rapaz aí é bom de briga , derrubou alguns dos
nossos, mas também levou uns sopapos.
A avó da Leila
comenta.
- Eu não te
disse que ele era insolente esse figlio di una ragazza.
- Deixa-o
comigo. (Diz o pai dela)
O Dib desce pelo
escadão, pulando de três em três degraus, como sempre e pensa.
- Puxa vida,
todo mundo resolveu implicar com o meu visual, droga é a minha vida, não
preciso namorar em casa, eu vou namorar com ela escondido e que se dane.
- Estou morrendo
de fome, ainda não almocei até agora, já são quase cinco horas e estou morrendo
de fome, vou passar na casa do Lu, ele já deve ter voltado do serviço.
No caminho ele
encontra com o Lu descendo do ônibus.
- Estava indo na
sua casa agora.
- Olha só o
Swacht novo que eu comprei.
- Bem louco,
mais colorido do que o outro que você tem.
- Vamos lá em
casa que eu vou te mostrar desenho que eu fiz ontem à noite, depois que vocês
foram embora.
Eles entram pela
cozinha, onde em cima da mesa havia alguns salgadinhos, e era tudo o que o Dib
queria e sem perder tempo ele pega alguns e enfia na boca.
- Vamos subir no
meu quarto, que eu vou trocar de roupa e te mostrar o desenho que fiz.
O Lu puxa a
última gaveta do guarda roupa, onde dentro da gaveta havia uma pasta, ele abre
a pasta e retira o desenho de dentro. Era um Mago, um Mestre com os braços abertos
e alguns raios saindo das mãos e do chão saia as letras formando a palavra
“Master”.
- Esse vai ser o
novo desenho que vamos fazer na nove de julho, por cima do outro grafite, que
tem lá.
O Dib olha mais
um pouco o desenho e comenta.
- Esse desenho está
bem legal.
- Que horas nos
vamos no Mac da Lapa? Pegar o cara que atropelou o nosso grafite? (pergunta o
Lu)
- Depois das
nove, que é o horário que o pessoal está começando a se reunir lá.
- Eu vou tomar
banho, você me espera um pouco?
O Dib balança a
cabeça dizendo que sim.
Enquanto o Dib
esperava o Lu tomar banho, ele se senta na cama, pega os desenhos da pasta e
fica admirando um por um, mas não conseguia esquecer o que o pai da Leila havia
lhe dito. (“- Enquanto você não cortar o cabelo e arrumar um emprego, você não
namora com a minha filha.”)
- Um emprego? Eu
podia ser desenhista ou viver fazendo arte. Iria ser muito bom. - Puxa vida!!
Já pensou se eu arrumasse um emprego, em uma Editora de quadrinhos, ou em uma
agencia de Publicidade, iria ganhar muito dinheiro e não seria mais preciso
cortar o cabelo, poderia ir trabalhar do jeito que eu bem entendesse, por que
esse pessoal que trabalha em publicidade ou com arte, sempre são alternativos,
sempre estão na moda e conhecem as últimas modas, e sempre
estão inovando e fazendo roupas que chocam ao primeiro olhar, mas
depois todo mundo se acostuma e quer ser igual .
O Tuco e o Leco
aparecem no quarto do Lu, pela porta do fundo.
- Cadê o Lu?
(pergunta o Tuco).
- Está tomando
banho?
- Dibão eu
estava mesmo precisando falar com você, lembra ontem à noite quando fomos
embora juntos?
- O que, que
tem?
- Então o Gentil
e o comparsa dele estavam me esperando na viela, escapei por muito pouco.
O Leco conta
para ele como foi a sua escapada.
- Precisamos
ficar espertos com esse cara, ele vai acabar pegando um de nós, na
crocodilagem. (fala o Tuco.)
- É, ou acabamos
com ele ou ele acaba com um de nós. (fala o Leco)
- Esse cara está
louco de tanto fumar maconha, a maconha derreteu o cérebro dele, é só não
mostrar medo para ele, que ele, que ele não faz nada, deixa ele pra lá, um dia
alguém acaba com ele e nem vamos precisar sujar as nossas mãos. (fala o Dib)
Depois de 30
minutos o Lu sai do chuveiro.
- Caramba meu,
pensei que tinha caído no ralo. (brinca o Dib)
- Vai logo se
troca, que vamos lá chamar o Ed Jr. e o Juca. (fala o Tuco)
O Lu naquela
frescura de sempre, pega peça por peça de roupa e fica pensando qual irá
vestir.
- Hoje nós temos
que parecer bem mau, então eu vou vestir uma roupa que me deixa com cara de mau
e todo mundo vai usar toca para apavorar. (eles tinham seis tocas iguais.
pretas com um bordado escrito Master e uma lata de spray igual à da tatuagem,
na frente da touca.
- Eles descem do
quarto do Lu e vão até a casa do Ed Jr.
O Ed Jr. vinha
descendo a rua em direção deles.
- Legal nem
precisamos subir está rampa toda, nos poupou dessa em negrão. Fala o Tuco.
Como sempre eles
se cumprimentam e vão até a casa do Juca.
Chegando na casa
do Juca, onde o mesmo estava esperando no portão.
- Entra aí vem
ver os brinquedinhos e o que a minha mãe fez para nós.
Eles entram na
sala da casa e em cima do Sofá estavam várias camisas de flanelas, cada um pega
uma e experimenta.
Nas camisas
estavam bordados “Master” no bolso da frente e atrás para baixo do pescoço, no
meio da costa.
- Ficou Show!
Exclama o Tuco.
- Muito louco.
Fala o Lu.
- Calma não é só
isso não, a minha mãe fez essas tocas para nós também. Ele pega um saco
plástico de ontem tira algumas tocas preta, ele pega uma na mão e coloca na
cabeça, na frente da toca havia um bordado verde preto e brando, com um desenho
de uma lata de Spray igual a tatuagem deles e embaixo escrito Master.
- Caramba, muito
louca, você misturou a cor do Palmeiras e do Corinthians, verde, preto e
branco, eu e você palmeirense, o Dib, Ed, Tuco e o Leco são corintianos, ficou
muito bom. Fala o Lu.
Cada um pega uma
ficam analisando os detalhes e colocam na cabeça.
- Estamos
estilosos. Fala o Leco.
- Há, há,
adorei. Diz o Ed.
- Calma ainda
não acabou.
- Tem mais? Pergunta
o Tuco.
O Juca pega
outro saco plástico e tira cinco colares de dentro do saco, os colares tinham
balas de revolver penduradas neles, cada um escolhe um, o Tuco é o primeiro a
pegar um colar de uma bala de uma automática 380, o Lu Escolhe a de um revólver
38, O Ed escolhe uma igual à do Tuco e o Leco também.
- É Dibão, você
vai ficar com uma igual a minha. O Juca puxa a o colar dele de dentro da camisa
e exibe uma bala de uma ponto quarenta, era uma bala maior que as outras, e era
mais comprida e pontuda.
- Eu encomendei
com aquele meu amigo Hippie que trampa perto de mim, ele me fez um preço muito
camarada. Fala o Juca.
O Dib pega o
colar dele e coloca no pescoço e o Juca explica.
- As balas abrem
e vocês podem guardar o que couber dentro delas.
- Maconha. Fala
o Lu rindo.
Eles dão risada.
Eles se olham,
com as camisas novas, as tocas e os colores, todos estavam de calças largas e
tênis cano alto.
- Ficamos
estilosos demais. Fala o Lu.
- Ficamos com
cara de mal. Fala o Tuco.
- Estamos Streteiros.
Fala o Ed.
- Vamos lá
agradecer a sua mãe. Fala o Ed.
Eles entram na
cozinha fazendo algazarra e abraçando a mãe do Juca, que fica toda encabulada,
dizendo.
- Não foi nada,
não foi nada.
Eles voltam para
a sala.
- Agora vem aqui
que vou mostrar o que vamos levar no Point, para apavorar aqueles trouxas. Fala
o Juca, os chamando com a mão.
Eles entram em
um quarto, onde o pai do Juca usava para trabalhar com madeira. E de trás de
uma mesa ele tira uma corrente, um bastão, um pedaço de cano e pontas de lanças
enfiadas em paus.
O Tuco pega a
corrente e diz.
- Eu vou ficar
com a corrente em uma mão e na outro, com esse soco inglês. (Ele tira o soco
inglês do bolso e mostra aos amigos.)
Os amigos olham
o soco inglês e comentam.
- Legal!! Deve
de ser legal dar um soco em alguém com isso, deve de fazer um estrago. Fala o
Dib.
- É só não vai
fazer como daquela vez Tuco, que tivemos que ir te buscar na delegacia. (Fala o
Ed jr)
- Que vez?
(pergunta o Tuco)
- Aquela vez na
copa do mundo , que você estava andando na rua com a Zouida na
avenida depois da vitória do Brasil na copa do Mundo e as
ruas estava uma euforia e você estava andando com a Zouida na calçada, você do
lado direito e ela do lado esquerdo, como dizia uma ex namorada, que dizia que
: “Quem anda com a mulher do lado da avenida a está oferecendo para os outros”
e foi justamente o que aconteceu, os caras mexeram com a Zouida
e tentaram passara mão nela, mas eles não imaginaram que o
namorado dela era um doido e que estava com um soco inglês no bolso.
- Lembrei dessa
história, era o meu primeiro soco inglês, que era pintado de preto. (acrescenta
o Tuco).
- É, pois, é
justamente. (fala o Dib) – Mas foi bem feito para aqueles otários, eles não
sabiam com quem estava mexendo e não contavam com o semáforo vermelho
e tiveram que parar o carro, ai eles se fuderam literalmente, porque você pegou
o soco inglês, colocou na mão e correu até onde estava o carro deles parado no
farol e começou a socar o cara do banco do passageiro, ele fechou o vidro
e você estourou o vidro e continuou a socar, o motorista tentou passar o farol
vermelho e você continuou a socar o passageiro do banco de trás e a
lataria do carro conforme ele arrancava.
- É foi isso
mesmo, o problema foi que aqueles trouxas passaram o farol vermelho e bateram
em outro carro, e tinha um carro de polícia estacionado do outro lado da
avenida e veio averiguar o que estava acontecendo e depois de constatado toda
aquela confusão, fomos parar todos na delegacia e eles tomaram aquele meu soco
inglês. (fala o Tuco).
- É, mas também
não para relaxar igual aquele dia que você me deixou brigando com três caras e
ficou só assistindo. (fala o Dib)
- Que dia foi
isso? (pergunta o Tuco)
- Foi aquele dia
que estávamos eu você e o Du, andando de Bike, ai a bike do Du soltou
a roda e precisava de uma pedra ou algo para bater nela para colocar no lugar,
e o Du pediu para você pegar um pau que estava do seu lado no momento que
passavam três caras pela gente e eles acharam que era com eles e foi para cima
do Du e começou a discutir, foi quando eu virei para o cara e falei, meu,
não tem nada haver não é com vocês não, e o cara me deu um soco, eu revidei o
soco dele e vieram os três caras para cima de mim, nem esperaram eu descer da
bicicleta e foram me socando até eu perceber que estava encurralado e
começara a reagir, e foi quando eu acertei dois dos três, acertei um no
estomago que arreou e o outro na boca, que começou a
sangrar e fiquei no mano a mano só com um que acertei também mas ele
era mais forte, eu já estava com os olhos todos embaçados de levar
porrada e você e o Du só assistindo eu brigar com os três caras, só
depois que derrubei dois que você entrou com um tijolo na mão ameaçando atacar nos
caras, me dando a chance de ficar favorável para o que estava acontecendo e
conseguir sair dali. (relembra o Dib)
- Mas eu te
ajudei, fiquei assistindo porque não é todo dia que a gente vê um
cara sair na porrada com três caras e se dar bem, você briga de mais e aguenta
porrada também, por isso que você é sempre o primeiro que eu chamo nas tretas,
como aquela vez na festa dos parentes do Dorival.
Aquele dia foi
foda, aquele não, aqueles, porque começou em um dia e ficou meses rolando, tudo
começou porque nós chegamos na festa e a mulherada pagou um pau para
nós, o Du se ajeitou com uma mina, o Leco também. (relembra o Tuco)
- Eu
fiquei com a prima do Negada uma mulata linda. Comenta o Dib)
- Justamente e
foi onde a treta começou, os cara ficaram com ciúmes da gente, nos
dominamos a festa e na hora de ir embora ele quiseram arrumar treta, nós
ignoramos porque as minas pediram para a gente não arrumar treta e deixamos
quieto e fomos saindo para a rua com as minas, ai os caras ficaram mais puto
ainda e vieram atrás da gente xingando e atacando pedra, e uma
dessas pedras pegou no seu pé e você pegou a pedra e atacou de volta e acerto
um deles, eles ficaram com mais raiva e correram atrás da gente até a
rua para o azar deles, porque na rua, estava o João e o seu vizinho o Tu, eles
nem se envolveram, mas o primo do Negada um baita de um negrão, grande e forte
veio babando para pegar o Dib, só ai que o João é o Tu, se envolveram e falaram
assim: “Só os dois ninguém vai entrar, deixa os dois” a prima do
negada que você estava pegando ainda tentou entrar no meio, mas o primo dela a
empurrou longe e partiu para cima de você como um boi bravo, ele tentou te
acertar, você esquivou se abaixou e deu um soco no saco dele, ele arreio, ai
você aproveitou e agarrou ele pelo pescoço e encheu ele de porrada, você deu
muita porrada na cara dele, por causa do barulho os vizinhos começaram a sair
na rua e o seu pai vendo que era você que estava brigando saiu com
uma pá na mão querendo bater em alguém, e a vizinhança começou a apartar a briga
e quando estavam separando você do primo do negada eu aproveitei e emendei um
chute com força no saco dele também, e quando separam a briga e os amigos dele
o carregaram, tiveram que colocá-lo no chão para se recuperar da
dor e foi por causa disso que ele falou que nós o pegamos de galera
e quis se vingar e armou pra gente na outra festa. (Tuco olha para o Leco)
- Mas nessa
outra festa que se ferrou fui eu. (comenta o Leco) – Fui eu que tomei um rodo
que voei igual um Avestruz. (todos dão risadas)
- Mas o pior foi
o Du e o gel, que correram pelo brejo. (fala o Tuco)
- Mas tem que
lembrar do começo. (Fala o Juca).
- Deixa que eu
conto. (falo o Leco) –Essa eu me lembro muito bem, aquele dia as primas do
Negada vieram na rua e ficaram com a gente o dia inteiro, e no finalzinho da
tarde tiveram a ideia de fazer uma festa na garagem da casa delas,
nós concordamos e falamos para não chamarem os primos delas
e estávamos lá de boa na festa e de repente o Dib sumiu do nada.
- Eu tinha ido
na rua de trás para ver se encontrava uma outra mina que tinha
acabado de conhecer, me deu um estalo e acabei indo. (fala o Dib)
- É, foi o seu
anjo da guarda que fez sair dali, porque se aquele os caras te pegam dentro
daquela garagem que só tinha uma porta de entrada e saída ele iriam te matar lá
dentro porque não tinha como sair e quando nós saímos no portão para
te procurar, chegaram quatro carros carregados de gente para te pegar e
consequente pegar a gente.
- Até hoje nós
não ficamos sabendo como eles ficaram sabendo da festa, se foi armação das
primas do Negada ou se alguém avisou eles. (fala o Juca)
- Pois é mas
aquele dia todos nós estávamos com o anjo da guarda muito forte,
porque se não tivéssemos saído para procurar o
Dib, tínhamos apanhando feio dentro da garagem também, e foi ai que
percebemos o que estava acontecendo e saímos correndo, o Du o Gel e o
Pastel correram para esquerda desceram a rua e escaparam
pela chácara correndo pelo brejo, os caras que correram atrás
deles, quando viram o brejo desistiram, eu o Tuco e o Juca corremos para
a trás dos carros enquanto o resto dos caras ainda tentavam sair dos
carros, o Tuco e Juca viraram para esquerda na esquina e desceram a rua eu
virei a direita e corri para cima e o primo do negada que havia apanhado da
gente veio atrás de mim e me deu uma rasteira que voei, mas
e cai e levantei rapidamente e quando levantei eu vi o Dib descendo
a rua, ele estava vindo na minha direção e do primo do Negada porque
pensou que ele estava sozinho, eu comecei a gritar para você correr e
a prima do negada também estava gritando tentando segurar os primos dela, mas
você continuava a descer e ´só parou quando a rua fechou
de gente para te pegar, ai você correu como um foguete e eu me
escondi atrás de uma árvore porque todo mundo passou
batido, porque queria pegar você, daí para frente eu não vi mais
nada, só depois que você chegou no carro de polícia que fui te ver. (Conta o
Leco)
- Àquela hora
que vi o cara te dando um rodo, eu estava indo para cima dele para te defender,
ai você começou a gritar para eu correr , e vi a prima do negada gritando
também , fiquei confuso, só entendi , quando a rua atrás de vocês escureceu de
tanta gente que apareceu, ali e resolvi correr, corri até um posto de suporte
de polícia que tem na avenida para abastecer , entrei correndo e me escondi no
banheiro , a galera ficou cabreiro e não entraram atrás, mas ficou uma confusão
do caramba, porque aquele posto tem entrada pela avenida e saída no
outro quarteirão, e eu sai para verificar e via gente gritando dos dois lados ,
mas não sabia que do outro lado era o negada com as primas dele, com o Lu, Ed e
mais uma galera e foi nesse momento que apareceu dois detetives com
um carro à paisana e eu expliquei para eles o que estava acontecendo
e eles me levaram até em casa, onde encontrei com vocês, com a galera
toda suja de barro e a galera da rua de baixo junto com o João indo resolver
essa treta, o João chegou nos caras e falou assim ninguém vai relar a mão em
ninguém, aqui não, a treta foi só os dois, um cara do grupo deles falou que
não, que tínhamos batido no primo do Negada em galera e com paus e
pedras, o João cabecinha, falou que não, só tinha sido os dois, que só na hora
de separar que a vizinhança agrediu tentando separar , essa parte
tinha sido o Tuco que tinha dado um chute, os caras não gostaram muito, mas
entraram nos carros e foram embora, até hoje não sei como coube tanta gente
naqueles carros.
- Só que não
acabou aí. (comenta o Juca)
- Eles tentaram
pegar a gente lá na escola, eles foram lá com uma galera e o pessoal da escola
nos avisou que tinha uma galera perguntado por nós, o pior que nesse dia,
só estávamos eu e o Dib, o Gel Testa naquele ano estava na nossa
sala, pedimos para ir com a gente e o bundão pulou o muro de trás do
colégio e fugiu, deixando a gente na mão, ficou só eu e o Dib, nós fomos
lá atrás da escola e cada um pegou um pedaço de pau daquela árvore
que tinham cortado e saímos na cara e na
coragem, porém quando chegamos lá fora, não tinha mais
ninguém, tinham ido embora. (o Juca termina a história dando risada).
- Hoje vai ser
foda, vamos nos concentrar para não fazer feio. (fala o Lu)
- Vamos malhar
um pouco, para ficarmos inchados e apavorar na aparência também. (Diz o
Leco)
O Juca tinha
alguns pesos de musculação na casa dele, onde ele treinava algumas vezes.
O Dib, Tuco,
Leco e o Juca, malham um pouco; o Lu e o Ed Jr só olhavam, pois eles teriam que
ficar um mês inteiro malhando, para aparecer um músculo naquela magreza toda.
- Oito horas a
gente sai, é uma hora de buzão (ônibus) daqui até o final, vamos chegar por
volta das nove horas. (comenta o Lu.)
A mãe do Juca
traz uma jarra de suco de maracujá, para eles beberem.
Foi aquela briga
para ver quem bebia primeiro.
Eles tomam o
suco e treinam mais um pouco, até as 20:00 horas da noite.
- Vamos aí pessoal,
está na hora, todo mundo pegou a toca e o que vai usar para bater naqueles
trouxas, estão todos prontos? (pergunta o Juca.)
E todos
respondem que: - Sim!
- Então vamos
nessa!!!! (fala o Ed Jr.)
Eles saem
andando com estilo, faltando só a trilha sonora, eles vão até o ponto de
ônibus, onde só um fica no ponto para dar o sinal, por que se fossem todos para
o ponto, o motorista não iria parar.
Fica só o Lu e o
Ed Jr no ponto para dar o sinal.
Vem o ônibus e
os dois dão o sinal. O ônibus para e o pessoal saem de trás da banca de jornal
sem correr e sobem calmamente no ônibus e se sentam nos últimos
bancos e na tampa do motor, ninguém bagunça, estavam todos sérios,
concentrados, porque ninguém sabia o que poderia acontecer e o que os
esperavam, se iriam brigar com várias pessoas ou iram encontrar um frangote
pela frenteou ou se alguém iria comprar a treta deles ou algo pior, calados e
pensativos eles vão até o ponto final do ônibus, onde o Lu e o Dib arrombam a
porta do ônibus e descem numa boa sem correr e encarando os motoristas que
estavam no ponto final, naquelas casinhas de madeiras, onde só haviam dois e
eles nem se manifestaram fazer alguma coisa contra eles, que estavam todos
encapuzados e alguns de camisetas rasgadas, mostrando os “músculos” e mal encarados.
Eles andam
gingando pelas ruas da Lapa até chegarem no Mac da rua 12 de outubro, onde eles
se encostam em um canto e ficam esperando o momento certo.
O Point já
estava cheio, tinha pichador para todo lado e cada vez chegava mais.
O Tuco, Ed Jr.,
Lu e o Juca vão até o Mac, comer alguma coisa, pedem alguns lanches e na hora
de pagar, o Tuco para pegar o dinheiro, e tira o soco inglês e a corrente do
bolso. O gerente olha o soco inglês e a corrente e fica assustado. O Tuco tira
o dinheiro é dá para a caixa.
Ela avisa que
ainda estava faltando dinheiro.
Ed Jr. Também
procura uns trocos nos seus bolsos e deixa cair o bastão com lança, o gerente
arregala os olhos e olha para o Lu, que estava deixando o seu bastão fazer
volume na blusa dando a aparência de ser uma arma.
Ed Jr. acha o
restante do dinheiro que estava faltando e dá para o caixa, que pega o dinheiro
com uma cara de assustada.
Ao saírem o
gerente liga para a polícia e avisa que alguma coisa iria acontecer ali.
O Tuco dá o
Lanche do Dib e do Leco que esperavam na esquina.
Dib dá uma
mordida no lanche e avista um cara que ele conhecia.
- E ai Dib! Fala
o Di.
- Beleza Di e aí
de boa?
O Di apresenta
outros pichadores que o Dib não conhecia e a galera pede para eles assinarem as
agendas deles.
- E Di, vou
fazer uma brincadeira com o seu pixo, vou colocar assim:“Di+B=Dib-b=DI”. O Di,
mas depois disso ele passou a usar o símbolo de diferente no início e no final
do pixo. Ele assina as agendas como Dib e como Master e o Dib, pergunta para o
Di.
- E Di você
conhece um cara que pixa Testa?
Ele pergunta
para o Di, que responde.
- Ele estava
aqui agora pouco, o que ele fez?
- Pichou por
cima do nosso grafite.
- Ele é louco de
fazer isso, eu acho que ele não tem noção do que fez e não sabe qual é
a consequência, para quem faz isso, além de perder ibope e se
queimar com a galera. Olha ele lá!
- Qual?
- Aquele todo
esquisito, que faz justo ao apelido, testudo.
Para a sorte do
esquisito, neste exato momento apareceu polícia de todos os lados fazendo com
que eles esquecessem o sujeito e saíssem de fininho para que a polícia não os
pega-se, eles e entram em um boteco, um pouco para frente disfarçando que
estavam tomando cerveja.
A polícia chegou
dos quatro lados, na contra mão por cima e por baixo, fizeram um cerco onde
poucos conseguiram escapar.
A polícia
enfileirou os pichadores um do lado do outro, todo com as mãos na parede e dá
geral em mais de cinquenta pichadores, onde quem era de maior, era
levado para a delegacia para se explicar e os menores eram liberados, depois de
serem identificados.
Os policiais
fizeram uma pilha com as latas de sprays, retiradas dos pichadores.
Um dos poucos
que conseguiu escapar, junto com os Master, comenta.
- Olha quanta
lata de spray, que os policiais aprenderam, dava para fazer um grafite da hora,
deve ter umas 100 latas de sprays ali.
O Dib pergunta
para o sujeito se ele conhecia o Testa.
- Eu conheço
sim. Por que?
- Ele atropelou
o nosso grafite.
- Vocês são os
Master, né?
- É, somos e
viemos aqui para socar a boca desse trouxa.
O sujeito olha o
volume, na camisa do Lu e pensa que ele estava armado e diz.
- Ele mora do
outro lado da cidade, eu acho que é Guarapiranga ou Grajau alguma coisa assim.
- É muito longe
não vamos até lá, não, mas um dia nos vamos pegar ele de surpresa, pode ser até
aqui mesmo, a gente volta outro dia.
O sujeito escuta
e diz que eles estão certos.
- Vamos embora
já fizemos nosso papel aqui e ficar vacilando aqui não é muito bom, o negócio
está feio. (fala o Tuco)
- É vamos antes
que a polícia venha para o nosso lado. (alerta o Leco)
Eles agem
naturalmente e saem pela rua do lado sem as tocas para não chamarem a atenção.
Andam de dois em dois até o ponto de ônibus, no mesmo lugar onde desceram no
ponto final e pegam o mesmo ônibus que os trouxeram, mas estavam desatentos e
não reparam. O motorista não fala nada e deixa que eles subirem.
Eles se sentam
nos mesmos lugares que vieram e comentam sobre o que aconteceu.
- Não deu
para deixar o nosso recado e quase que rodamos e se nos rodássemos com essas
coisas aqui, iríamos se ferrar legal. (fala o Juca)
O Lu concorda
com ele.
O Ed Jr. e o
Tuco, sentados em um banco juntos, conversavam de outra coisa, parecia ser
sobre música. O Lu, Leco e o Juca continuavam conversando, sobre o ocorrido e o
Dib se isola no canto das tampas do motor, e fica só olhando a paisagem e
pensando no que o pai da Leila havia lhe dito, ele estava com muita raiva e não
tinha descontado em ninguém a sua raiva. - Não tinha dado tempo de dar uns
socos, naquele loque, a polícia chegou bem na hora. E falando em
polícia !!! o motorista está encostando na Rota, ele vai chamar os policiais,
para nos pegarem, rápido dispensem as correntes, os bastões, tudo que é
intendido como arma.
O motorista para
o ônibus na entrada do quartel da Rota na avenida Tiradentes, e desce do ônibus
para chamar os policiais.
- Vai Tuco!! O
seu soco inglês também.
Ele fica com dó
de se desfazer do seu soco inglês e pensa duas vezes.
No exato momento
em que aparece dois policiais na porta de trás do ônibus, o motorista sobe pela
porta da frente, para abrir a porta traseira.
E quando o Tuco
escuto o barulho de ar comprimido, se soltando e abrindo a porta ele joga o
soco inglês, que com o barulho da porta se abrindo os policiais não consegue
ouvir o barulho do soco inglês cair no chão.
Os policiais da
Rota tinham a fama de ser muito bravos, sempre batiam nas gerais dada por eles
e diziam que quando eles perseguiam os ladrões e os capturavam, os bandidos
quase nunca chegavam vivos na delegacia, era cemitério direto, eles não
perdoavam, matavam mesmo, sem piedade, como eles mesmos dizem: “Primeiro mata
depois pergunta o nome”.
Um dos guarda
grita.
- Desce um por
um!!!
Eles já sabiam
que iriam apanhar, por isso que era para descer um por um.
O Dib é o
Primeiro a descer, por que ele estava sentado na tampa do motor, ao descer ele
toma um tapa na orelha, que o deixa surdinho por alguns instantes, com o ouvido
zumbindo, depois foi a vez do Leco, também leva um pé de ouvido, o Juca o Lu a
mesma coisa e o Tuco e o Ed Jr. apanham mais por serem os últimos, tomam um
tapa na orelha e um pontapé na bunda.
- Vai todos com
as mãos na parede e olhando para a parede, com as pernas abertas.
Aparecem mais cinco
policiais e já chegam batendo também, chutando uma das pernas pelo lado de
dentro afastando as, fazendo com que quase abrisse espacate, batiam bem no
tornozelo, para doer mais e revistavam um por um, numa brutalidade só.
O ônibus vai
embora e os deixa lá com os policiais, apanhando.
Um dos policiais
com uma cara de ruim, com um bigodinho parecido com o do Hitler diz.
- Porque vocês
estão todos vestidos iguais? – Vocês são de alguma gang?
O Ed, pensa
rápido e responde.
- Não senhor,
nós somos de um time de basquete.
- Basquete, sei.
O policial
examina um por um e diz.
- Basquete? Você
aquele outros quatro podem até ter altura para jogar basquete, agora é esse
anão aqui, até parece.
- Eu sou
gandula. Diz o Lu e leva uma cacetada.
- Olho o
respeito moleque, está achando que é brincadeira, e essas balas penduradas no
pescoço, é para guardar droga dentro é?
- Não senhor é o
símbolo do nosso time “Master Black Bullet”.
- Master Black
Bullet, o que significa, Mestre da bala preta. Pergunta o Policial.
O Ed diz que sim
com a cabeça.
Os policias
examinam as balas, tirando as pontas delas e constatam que nada consta e
devolve para eles.
- Ok, se
vocês estiverem falando a verdade, vamos fazer o seguinte: vamos marcar um
contra vocês contra o time do batalhão aqui, se vocês não aparecerem, eu vou
anotar o endereço de vocês e vou atrás de vocês, eu estou acreditando em vocês
porque vocês parecem mesmo jogador de basquete com esses tênis. Está marcado
para essa data nesse horário, não esqueça se não aparecerem eu vou atrás de
vocês.
- Cabo toma nota
dos documentos e do endereço de um por um, e mais uma coisa, parem de ficar
bagunçando nos ônibus, ou vou ter que dar uma lição em você se aparecerem de
novo aqui, e se não aprender podemos ensina-los de novo e de novo, até virarem
homem.
Todos balançam a
cabeça dizendo que aprenderam a lição.
Os policiais os
dispensam e manda eles pegarem outro ônibus e que não fizessem nada com aquele
motorista, por que os nomes deles estavam todos anotados, e se fizessem alguma
coisa e não aparecem na data marcada, iriam ser todos presos.
Os guardas
entram, o Tuco olha para a rua e vê o seu soco inglês brilhar bem no meio da
avenida, ele disfarça que está atravessando a avenida e que seu cadarço
desamarrou, se abaixa fingindo que iria amarra-lo e apanha o seu soco inglês e
volta pelo outro lado da avenida até o ponto de ônibus mais próximo.
Dessa vez eles
pegam o Imirim- Itaim 106-A, que já passava naquela avenida também, por que não
iriam pagar a condução de jeito nenhum, e o Itaim era mais fácil de descer sem
pagar a condução, ainda mais depois do que aconteceu.
Eles sobem no
ônibus e ficam todos lá atrás.
- Como é nome do
time Ed? Pergunta o Juca.
- Master Black
Bullets. Responde ele.
Eles dão risada.
- Caraca você pensou rápido, foi ligeiro, mas agora estamos ferrados. Diz o
Tuco.
- Ferrado porque
Tuco, nós jogamos basquete de verdade, nós temos um time de basquete, só não
tinha um nome, agora tem, Master Black Bullets. Diz o Leco rindo.
- E tem mais, a
gente pode chamar o Ale, o Babu o chiclete e a galera do Black, foi daí que
tirou o nome né ED? Pergunto Juca.
- Foi o que veio
na minha cabeça. Diz ele afirmando com a cabeça e rindo.
- É más, será
que o time deles é bom? Será que nó não vamos ter que perder para não ter algum
tipo de represália, o cara já me zuou me chamando de anão e ainda tomei um
golpe de cassetete na cabeça. Fala o Lu.
- Se vai ter
represália ou não, nós vamos ter que ir, se não formos, aí sim estamos
ferrados, agora é compromisso. Diz o Dib.
Todos concordam
balançando a cabeça.
- Mas nós não
temos uniforme. Fala o Leco.
- A minha mãe
pode fazer para nós, e ainda bordar, “Master Black Bullete”, Mestres das
quadras.
Eles dão
risadas.
A gente só
precisa comprar o tecido, que ela faz. Fala o Juca.
Eles vão
falando sobre o assunto até chegarem na Av. Imirim, onde dessa vez o Leco
arromba a porta, para eles descerem.
Todos descem o
Dib fica por último, mas antes de descer, ele olha para o espelho do motorista
e reconhece aquele rosto e o motorista vice-versa, era o pai da Leila. Ele toma
um choque.
O Leco grita.
- Vai logo não
estou aguentando mais!!!!
Ele desce o
resto dos degraus e olha para o retrovisor do ônibus do lado de fora, onde o
pai da Leila continuava olhando para ele e faz sinal insinuando alguma coisa, que
não era nada bom.
O ônibus vai
embora o Dib fica olhando estatelado.
- O que foi Dib?
- Viu um fantasma? (pergunta o Lu)
- É como se
fosse. (responde ele)
- O motorista do
ônibus era o pai daquela mina que eu estou ficando e ele me reconheceu.
- Agora já era,
você dançou de vez, se ele não queria que você namorasse com ela, agora fudeu
de vez. (fala o Leco)
- Ah !! deixa
pra lá, vamos lá para a rua logo, antes que aconteça mais alguma merda ou coisa
errada com a gente, está dando tudo errado hoje.
Eles caminham e
comentam, sobre quem apanhou mais dos policiais, passando pela viela eles dão
aquela mijadinha de costume e continuam comentando.
De repente,
aparece as duas senhoras voltando da igreja e gritam.
- Cristo!! Vocês
não fazem outra coisa na vida a não ser urinar nesta bendita viela, vão
trabalhar para queimar energia, seus vagabundos.
Eles correm
arrumando a calça e rindo, até perderem o fôlego.
Mas mesmo assim
o Dib não parava de pensar no que o pai da Leila estaria pensando sobre o que
aconteceu.
O Pai da Leila
terminava o seu último turno estava na sua última viagem e justo na última
viagem tinha que ter encontrado com o Dib e os seus amigos.
Isto fez com que
ele fica-se com a cabeça cheia e para-se no bar para tomar uma, duas, três...
pingas.
E depois de
estar bem bêbado ele vai para casa, ele abre o portão fazendo muito barulho e
xingando.
- Essa merda...
Está enferrujada, isso é só ilusão, não protege contra ladrão.
Os cachorros vêm
ao seu encontro e pulam nele querendo brincar com ele lambe-lo
- Ahh!! Isso sim
que é amigo, vocês são a minha família, não essas filhas que eu tenho e essa
mulher, que não serve pra nada, família? Aahhh!!! Isso é tudo ilusão, o homem
casa para ser digno e respeitado, depois vem os filhos, alguns dizem que é a nossa
alegria, isso é ilusão, só nos traz desgostos e aborrecimento.
Ele se
desequilibra e cai sentado no chão e deita no chão gelado, os cachorros lambem
a sua boca, ele resmunga e tenta se levantar.
A porta da sala
se abre.
Era a dona
Marlene.
- Está bêbado de
novo Lelio?
- Não enche o
saco!! Eu bebo o tanto que eu quiser, a vida é minha e faço dela o que eu bem
entender.
- Isso é exemplo
que se dá para as suas filhas.
- Faz o que eu
falo e não faz o que eu faço, isso é o que elas têm que entender e sabe quem eu
vi bagunçando na última viagem que eu fiz?
- Quem?
(pergunta a Dona Marlene)
- O namoradinho
da sua filha, ele não serve para a nossa filha, ele é um vagabundo que só quer
zoar, ele só quer aproveitar dela e depois vai largar só o resto dela.
Igualzinho a música “Caboclo na Cidade” do Dino Franco e Moraí.
- Não fala isso
homem! Você não sabe o que está falando.
Ele começa a
cantar:
- Seu moço eu já
fui roceiro.
- Minha filha
Sebastiana que sempre foi tão bacana, me dá pena da coitada, arranjou um
cabeludo, que dizia ter de tudo, mas foi ver não tinha nada.
A Leila aparece
na porta da sala do lado da mãe e pergunta.
- O que você viu
pai?
- Eu vi o
vândalo do seu namoradiiinhooo, shhhh, ele e os vagabundos dos amigos dele,
shhhh arrombaram a porta do meu ônibus, e desceram sem pagar a condução, ele é
um vagabundo cabeludooooooo, só vai fazer você sofrer. Shhhh.
A Leila olha
para a mãe, com uma lagrima escorrendo pelo rosto e diz.
- Que azar!!
- É azar não
shhh é verdade mesmo, é bom que isto aconteceu assim, para mim saber quem é o
seu namoradinho, shhhhh eu não quero que você o veja nunca mais, ouviu ...
Ela sobe para o
quarto correndo e tranca a porta e se desmancha em choro.
- Puxa que azar,
acho que agora é o fim nunca mais vou poder ver o Dib de novo, não vou poder
namorar em casa, que droga.
Enquanto isso o
Dib estava sentado em frente à casa do Lu, parecia sentir o choro da Leila,
estava desolado.
- Acho que é o
fim mesmo, agora que o pai dela não vai deixar eu namorar com ela mesmo. (ele
fala para o Leco, que estava sentado ao seu lado, enquanto o pessoal bebia água
na cozinha do Lu)
passa um
fusquinha vinho, a pessoa de dentro do fusca o cumprimenta, ele não consegue
enxergar direito, quem estava dentro do fusca e cumprimenta também, assim
mesmo.
De repente o
fusca dá marcha ré e volta até onde o Dib e o Leco estavam sentados e a porta
se abre.
- É o
Ailton.
- E aí beleza?
- Certo?
- Vocês estão
trabalhando?
- Não! Não
estamos (respondem juntos)
- Vocês não
querem trabalhar para mim.
- Para fazer o
que? (pergunta o Dib)
- Entregar uns
envelopes.
- Tem que cortar
o cabelo ? (pergunta o Leco)
- Não acho que
não precisa.
- Legal quanto
você paga? (pergunta o Dib)
- Quinhentos
cruzados, está bom?
- Está sim,
quando começamos?
- Amanhã as
06:00 horas da manhã, pode ser.
- Por mim tudo
bem e por você Lecão?
- Tudo bem
também.
- Então amanhã
eu pego vocês dois na sua casa Dib, as 06:00 horas, combinado.
O sujeito entra
no fusca e vai embora.
- Legal era tudo
o que eu precisava, um emprego, eu trabalho lá por uns tempos, até conquistar a
confiança do pai da Leila, isso pode ser a solução para mim, foi Deus que nos
fez sentar aqui através do raio da lua, para traçar os nossos destinos.
- O que você
está falando? (pergunta o Leco)
- Nada não, é
coisa minha. (responde o Dib dando de Ombro)
- Como pode né,
nem fomos procurar emprego e o emprego vem até nós. (fala o Leco)
- E galera está
rolando uma festa com desfile lá no Meireles, estou indo lá, vamos? Era o MCL
que estava indo para a festa e resolveu avisar eles.
O Dib olha para
o Leco e diz.
- Putz eu ia
dormir para acordar cedo para ir trampar amanhã.
O Leco responde.
- Eu também, mas
vamos lá ficamos só um pouquinho.
E assim eles
acompanham o Mcl até o colégio onde estava rolando a festa.
Chegando no
colégio o pessoal haviam feito uma passarela feita com carteiras escolar, havia
uma grande fileira que saia do palco principal e Mcal passava pelo público que
assistiam, a festa estava sendo feita pelos alunos do último ano do 3º colegial
e estavam fazendo aquela festa para arrecadar fundos para a formatura deles,
havia uma rifa de bolos e sorteio de bolos, também estavam vendendo pedaços de
bolo e bebidas alcoólicas, enquanto as garotas desfilavam de biquíni pela
passarela e os rapazes desfilavam de sunga junto com as meninas, estava rolando
um som muito alto, um som, mais dançante e a galera que
acompanhavam o desfile estavam empolgadas, dançavam , sorriam e se
divertiam, devia de ser por causa da bebida que estava sendo vendida a um preço
muito baixo.
O Ed aparece com
uma garrafa de uma bebida doce, que ninguém conseguiu identificar do que era,
eles beberam toda a garrafa.
- Que bebida
docinha vou pegar mais uma. Fala o Ed.
O Ed volta com
mais uma garrafa da bebida juntamente com dois bolos inteiros.
- Putz onde você
arrumou isso? (pergunta o Tuco para o Ed).
- A menina
perguntou se eu não queira levar os bolos como troco, com o resto do dinheiro
ela me dava esses dois, porque a festa já está acabando, e amanhã esse bolo, já
não estará mais tão gostoso para vender, eles haviam conseguido muitos bolos de
uma empresa de bolo do pai de um aluno que estava se formando também, eram
bolos com a da de validade quase vencida, eu peguei esses dois.
- Olha tem mó
galera levando bolo para casa.
Eles bebem mais
um pouco daquela bebida doce e o Tuco fala. -
- Me deu fome,
me dá um teco desse bolo ai Junioorr.
- Não eu vou
levar para casa.
- Vai para de
ser mão de vaca. Fala o Juca.
O Leco vai
por trás e tenta pegar o bolo do Ed e caba derrubando o bolo no chão.
- Olha aí o que
você fez. Fala o Ed se abaixando para pegar o balo do chão, ele se e levanta
com o bolo todo espatifado e com raiva jogo um pedaço no Leco, que se abaixa e
acerta no Lu, que não pensa duas vezes, vai até onde estava o resto do bolo no
chão e pega um grande pedaço e joga no Ed, que se esquiva e o bolo não o
acerta, mas acerta um outro cara, que olha para eles com uma cara de bravo.
- Pronto vocês
arrumaram treta. Fala o Dib.
O Cara se vira
para eles, se abaixa e pega alguma coisa, e quando se vira ele ataca um bolo
inteiro que expira para todo lado acertando muita gente, que começam
a revidar atacando bolo também e começaram uma guerra de bolo , era bolo voando
para todo lado, o pessoal ria e se divertia com a guerra de bolo, o desfile
teve que ser interrompido, porque acertaram até as modelos e os modelos que
desfilavam, era bolo para todo lado e em cima da passarela estava cheio de
pedaços e farelos de bolo, ficando liso e perigo desfilar ali, o que fez com
que acabasse com a festa e com desfile.
Eles foram
saindo e a guerra de bolo não acabava, eles correram para a rua e foram
descendo em direção da casa do Dib, onde eles se lavaram na torneira do
quintal, tentando tirar todo aquele açúcar do grasse dando risada.
- Que festa da
hora! Fala o Tuco.
- Muito legal
mesmo. Fala o Lu rindo.
- Eu estava
pensando em tomar café da manhã com aqueles bolos. Fala o Ed se lamentando.
- Vocês são
loucos. fala o Mcl rindo pulando e dando peidos no ar, enquanto pulava e dava
um golpe de karaté, soltando um peido no alto do pulo no final do golpe. Eles
riam cada vez que ele fazia isso e não paravam de rir.
- É muito
engraçado. Fala o Lú rindo muito.
Aquela bagunça
acaba quando a avó do Dib sai na porta e grita.
- Que bagunça é
essa seus maloqueiros, uma hora dessa fazendo bagunça na porta da
casa dos outros, Água mole, pedra dura, tanto bate até que fura, ninguém
consegue dormir.
- Tá vó, já
vamos parar com a bagunça, já entrar para dormir.
- É galera eu
vou dormir, para poder acordar cedo. (fala o Dib)
- Eu também.
(fala o Leco)
O Leco chama o
Tuco para irem embora juntos e o Dib estava tão ansioso que nem espera pelo
amigo e sobe para a sua cama todo molhado.
Depois de se
limpar o Dib se deita na sua cama, ele estava tão feliz que até esquece o que
tinha acontecido naquele dia e desmaia, dorme profundamente.
De repente de
madrugada por volta das 04:00 horas ele acorda com uma gritaria no seu quarto.
Ele olha a porta
do quarto onde estavam a sua avó e a sua tia, tentando impedir com que o seu
primo entrasse no seu quarto, ele estava com uma faca na mão e dizia que iria
matar o Dib.
O Dib dá um pulo
da cama, e ajuda a sua tia e a sua avó a empurrar a porta e a tranca, mas o seu
primo continuava batendo na porta, mas de repente para.
- Será que ele
foi embora? (pergunta a tia)
- Acho que não
ele quer que pensamos isso, o que aconteceu que ele está assim?
- Ele deve ter
usado muita droga e tomado muita pinga, que até recebeu um espirito ruim.
- Onde ele
arrumou dinheiro para comprar droga? (pergunta a avó)
O Dib olha para
o criado mudo e percebe que o rádio não estava mais lá.
- O rádio, ele
pegou?
Ele fica com
muita raiva e pega uma barra de ferro da janela, para se defender da faca e
abre a porta e tropeça no primo que estava agachado, se balançando
para frente e para traz, com uma voz de criança, ele havia recebido um espirito
de criança.
O Dib olha
aquilo e não tem coragem de bater naquilo e desce para a sala, para pensar um
pouco.
O primo desce
logo atrás, se escorregando, degrau por degrau como se fosse uma criança
brincando na escada e chegando mais perto do Dib dizendo.
- Quer brincar,
vamos brincar, de une dune te?
O Dib a empurra
e vai para a cozinha.
- Puxa vida, só
por que eu arranjei um emprego hoje e que tenho que acordar cedo, isso tinha
que acontecer.
Ele se senta na
cozinha e espera a hora passar, dormir iria ser perigoso naquela situação, dá
um cochilo na mesa e acorda assustado.
- Puxa!! Dormi
quase 01:00 hora, já são 05:00 da manhã, vou tomar um banho e me trocar, já vou
ficar pronto.
Ele entra no
banheiro, liga o chuveiro e quando começa a tomar banho, o seu primo começa a
bater na porta do banheiro dizendo, que iria mata-lo. Ele desliga o chuveiro
rapidamente e veste uma calça do sexto de roupa suja, no momento que ele
terminava de vestir a calça, o seu primo dá uma pesada na porta, conseguindo
arromba-la.
Ele estava com
uma faca na mão e apontava para o Dib.
O Dib se afasta
até encostar na parede e fica em posição de defesa, esperando o golpe da faca.
O primo dele
olha para ele, com um olhar nervoso, e vê que ele não estava com medo e que
estava pronto para se defender, mas mesmo assim tenta acerta-lo.
O Dib coloca o
pulso no antebraço do primo desviando o golpe e dá um empurrão, nele jogando-o
para trás.
O primo o olha
novamente nos olhos e percebe que poderia tomar a pior e desiste, mas antes de
sair ele dá com a faca na porta do banheiro, quebrando-a em dois pedaços e
empurra a mãe e a avó que estavam, atrás dele pedindo que ele não
fizesse aquilo.
O Dib corre para
o quarto para se trocar-se, se veste e desce com a intenção de bater no primo,
vai até a cozinha, para comer alguma coisa também e encara o primo sentado na
mesa.
- O que está
olhando? Nunca viu? (Fala o primo)
- Não, nunca vi
um drogado raciocinando. (Fala o Dib)
- O que é?
Você quer brigar? (Fala o Primo).
O primo se
levanta e vai para cima do Dib, era tudo o que ele queria e antes mesmo do
primo dele perceber o que estava acontecendo. O Dib dá-lhe um soco no queixo,
jogando-o para trás e dá outro soco com a esquerda e mais um com a direta e
uma sequência de porradas, o encurralando-o no canto armário da
cozinha. O seu primo ainda acerta um chute nele, o Dib fica com mais raiva e
dispara um monte de soco e só para de bater quando ele escuta a sua tia e sua
avó pedindo para que parasse.
Ele para de
bater e vai saindo dá cozinha. E quando o primo tem uma reação.
- Agora você vai
ver. O primo corre até a gaveta do armário e pega uma faca, começa a passar a
faca na própria barriga, fazendo vários cortes superficiais, como se quisesse
se matar, mas depois ele corre atrás do Dib, que já estava na sala e tenta
acerta-lo com a faca.
O Dib segura a
mão da faca e o empurra contra a parede, segurando a faca. A avó e a tia o ajudam
a tirar a faca da mão do primo, que rosnava de raiva, com os olhos muito
vermelho, eles conseguem tirar a faca dele. E o soltam, mas ele corre para a
cozinha para pegar outra faca.
Só que dessa vez
não era para matar o Dib era para ele mesmo e tenta se matar, mas não consegue
enfiar a faca profundamente e se ferre superficialmente.
O Dib o olha e
vê que ele não iria fazer nada demais e sai para a rua e se senta no registro,
para esperar o amigo que vinha busca-lo para irem trabalharem.
De repente a porta
da sala se abre e o primo dele vem com tudo para cima dele, ele pula do
registro para a rua e pega algumas pedras do buraco do asfalto e se defende
atacando as pedras em direção do primo.
O Dib ataca uma
pedra com tanta força, que não acerta o primo, mas acerta a parede fazendo um
grande buraco na parede.
O primo olha o
buraco que fez na parede e corre para dentro e tranca a porta, o Dib
corre atrás e tenta abrir a porta mas ele a havia trancado, de
repente dentro da casa começa uma gritaria e o Dib tenta abrir a porta e não
consegue, ele olha para a janela da frente do quarto e lembra que tinha tirado
a trava para se defender do primo, ele toma distância, corre bate o pé na
parede para dar impulso e consegue se pendurar na laje, ele se esforça e consegue
subir na laje, vai até a janela a abre e pula de novo para o seu quarto, quando
ele pula ele escuta um barulhão que vinha do telhado, ele abre a porta do
quarto e desse as escadas onde estava a sua tia e a sua avó assustadas olhando
para ele.
- Como você
entrou? (pergunta a sua avó)
- Eu entrei pela
janela do meu quarto e cadê ele?
- Ele escutou
o barulho que você fez e pensou com as paranoias dele, que era a
polícia os polícias traficantes, ele trancou a porta da sala e tirou a chave e
escondeu, quando ele escutou você pulando no quarto ele subiu correndo e acho
que subiu no telhado, deve de estar dentro da caixa da água se escondendo lá.
(Fala a tia do Dib)
O Dib
sobe atrás do Primo, chegando no banheiro de cima, onde o chão estava
todo molhado e o estuque do teto desencaixado jogado no chão, e uma parte em
cima da escada que ele usou para subir, o Dib sobe na escada e olha na
escuridão embaixo do telhado , estava um breu e ele não vê nada, ele sobe no
telhado se apoiando na viga de madeira e vai pisando nas vigas de madeira do
telhado até a caixa d'água, a caixa de água estava transbordando água
porque o seu primo estava lá dentro, mergulhando a cabeça
dentro d'água tentando se esconder, tirava a cabeça fora da
água para respirar e mergulhava de novo, Dib olha aquela cena, dá de ombros e
desce do telhado, a sua avó e a sua tia estavam no banheiro e perguntam.
- E aí o que ele
está fazendo?
- Ele está
dentro da caixa d'água. (Fala o Dib).
- Ai meu Deus
ele vai quebrar tudo, vai despencar com a caixa d'água e tudo, casa
de ferreiro espeto é de pau mesmo. (diz a Avó)
- Vocês acharam
a chave? (Pergunta o Dib).
- Não. responde
a Tia.
Vou ter que sair
pela porta dos fundos.
Ele dá a volta e
sai no quintal no momento que o rapaz estava chegando.
- Vamos! cadê o
seu amigo que ia junto?
- Ele não chegou
ainda, olha ele vem vindo lá.
O Leco chega
entra no carro e eles vão para o serviço.
O Leco olha para
o Dib e sorri, os dois estavam ansiosos, para chegar logo no serviço.
O Ailton dirigia
e explicava, por cima o que eles teriam que fazer e quanto iriam ganhar, etc.
Eles chegam na
firma e observam aquele balcão com alguns carros estacionados na frente da
empresa.
A mão do Dib
estava sangrando.
- A sua mão está
sangrando. (fala o Leco)
- Não é nada não
é só um cortinho, me cortei com a faca.
O Dib não conta
a verdade, como ele havia se cortado.
- Vamos entrar
para vocês verem por dentro. (fala o Ailton).
Eles entram no
galpão onde haviam duas mesas enormes, e dois computadores e um monte de
caixas.
- O que nós
vamos fazer hoje aqui é o seguinte. (explica o Ailton).
- Vamos separar
essas caixas, para cada nome que está na parede, por ordem de CEP e os
documentos também, para Segunda feira já está tudo pronto para saírem para
entregarem.
- O Dib e o Leco
observam como, se faz a separação e o ajuda a fazer e pega caixa daqui, coloca
ali, olham o endereço para verem o CEP certo, perguntavam onde ficava tal lugar
que não tinha CEP, estavam se dedicando, pegando mesmo no pesado, com afinco.
De repente
chegam dois homens, o Ailton os apresenta.
- Este é o Fofão
e este e o Ruy, eles irão fazer algumas entregas hoje para adiantarem de
Segunda-feira, vocês vão com eles para aprenderem o serviço.
O Dib sai com o
Fofão e o Leco com o Ruy, eles ajudam a carregar os carros, o Fofão tinha um
Fiat 147, verde e o Ruy um Fuscão verde também, (como eles
eram terceirizados trabalhavam com os próprios carros) com os carros
carregados eles saem para entregarem e pegam a marginal pinheiros em sentido
para Santo Amaro, eles se separam em uma ponte, onde o Fofão começa a entrar em
algumas ruas, e a entregar as encomendas, as primeiras entregas o Dib o ajuda e
observa como faz. O Fofão desce para fazer uma e o Dib fica olhando o carro,
quando ele olha para o outro lado da rua ele avista os Gêmeos saindo de um
escritório, ele dá um grito chamando a atenção deles que vai de encontro dele.
- O que você
está fazendo aqui, está perdido? Diz os Gêmeos juntos.
- Estou tentando
aprender um serviço novo, mas e aí vocês vão fazer um grafite ali?
- Não nós
conseguimos um patrocínio da Nike e da Guaraná antártica e o Escritório fica
ali.
- Legal.
- O que vocês
vão fazer amanhã, vai rolar um grafite nesse endereço, se der cola lá você e o
pessoal, beleza?
- Beleza.
O Fofão vinha
voltando para o carro.
- Vamos embora!
Fala ele.
- Combinado
então, vou falar com a galera e agente cola lá.
O Fofão buzina o
carro.
Ele cumprimenta
os Gêmeos e entra no carro.
- Eles são
Gêmeos. Pergunta o Fofão.
- Não, é você
que está vendo dobrado. Dib fala isso e ri.
Fofão olha para
ele e dá risada.
O Dib
estava muito cansado e acaba dormindo no banco do passageiro, e só acorda
quando já havia acabado tudo e já estava voltando para o galpão.
- Acordo
dorminhoco? (brinca o Fofão)
- É eu não dormi
direito está noite, desculpa eu não ter te ajudado com o resto.
- Não se
preocupa não hoje estava fácil; mas você aprendeu como se faz?
- Eu acho que
aprendi, vamos ver na Segunda-feira quando eu vou fazer sozinho.
Eles chegam no
galpão o Leco já havia chegado e o estava esperando para irem embora com o
Ailton.
- Bom por hoje é
só, agora Segunda-feira, nos voltaremos no mesmo horário, para que vocês
conheçam qual região irão fazer.
- Eles entram no
carro com destino de casa e o Ailtom continua explicando, mais alguns detalhes.
O Dib já não
estava mais prestando atenção no que o homem falava, só pensava em contar a
novidade para a Leila; por que talvez, agora o pai dela o deixava namorar com
ela, mas antes teria que pedir desculpa do ocorrido no ônibus, de ontem à
noite.
Eles chegam na
casa do Dib, onde o Ailtom os deixa e os avisa.
- Segunda-feira,
eu passo aqui para pega-los, no mesmo horário de hoje. E vai embora acelerando
o carro.
- Onde você vai
agora? (pergunta o Leco)
- Eu estou
pensando em ir na casa da Leila, contar para ela a novidade e pedir desculpa
para o pai dela.
- Você é louco?
- Não, mas se
você for comigo, eu vou me sentir melhor.
E os dois vão
até a casa da Leila, chegando -lá.
- E agora o que
eu faço?
- Chama, ela.
- Mas e se o pai
dela aparecer?
- Aí eu não sei.
O Dib a chama
pelo nome dela.
A porta se abre
e por sorte a irmã dela que aparece.
- Chama a sua
irmã para mim, fazendo um favor.
Ela balança a
cabeça dizendo que sim, e entra para chamar a irmã.
A Leila aparece
na porta e corre até o portão e diz.
- Você é louco
de vir aqui?
- Não aguentei
esperar, para te contar da novidade, arranjei um emprego, talvez seu pai nos
deixe namorar agora.
- Eu acho que
não. Por que ontem à noite ele disse que te viu bagunçando no ônibus dele e
ainda desceu por trás e não pagou a condução; isso é verdade?
- É sim.
- Agora você
piorou tudo, por que ele não quer que eu te veja nunca mais e vai embora
enquanto ele está dormindo, se ele acordar e te pegar aqui eu estou ferrada.
- Então vai lá
em casa mais tarde, promete?
- Prometo.
- Que horas você
vai?
- Depois das
quatro que ele sai para trabalhar, dou uma desculpa qualquer para a minha mãe,
e vou na sua casa.
- Me dá um
beijo, então!!
- Não, você está
louco? E se a minha mãe ver.
- Vai só um
beijinho.
Ele insiste
tanto que ela acaba dando um beijo rapidamente e entra correndo.
- Vamos Leco,
vamos passar lá na rua, para ver se tem alguém lá.
Eles descem pelo
escadão, brincando, pulando de três para mais degraus de uma só vez e correm
pela rua, pulando para alcançarem os beirais das casas, passam pela viela onde
tem um grafite, com uma mulher segurando um spray e escrito “spray”.
Atravessam a
Avenida e chegam na rua onde estavam o Tuco, Lu e o Einstein.
Quando o Dib se
aproxima do Einstein para cumprimenta-lo, ele vê o olho dele roxo.
- O que foi
isso?
- Apanhei ontem
à noite na festa da São Roque, me confundiram com outra pessoa e me bateram.
- Quem foi que
fez isso? Você o reconhece se o ver de novo? (pergunta o Leco).
- Reconheço sim
e hoje a noite vai ter outra festa lá.
- Então nós
vamos lá resolver essa treta. (fala o Tuco)
- Que horas que
vai começar a festa? (pergunta o Dib)
- Eu acho que
começa as nove horas.
- Beleza então
nós, nos encontramos aqui as 08:30 ou as 09:00 na entrada da festa (idealiza o
Leco)
- Mas como
aconteceu, explica direito.
- Estávamos eu e
o Mimi encostados na parede e de repente, veio um cara dizendo para o Mimi, que
ele tinha passado a mão na bunda da mina dele.
- O Mimi falou
que não tinha sido ele.
- O cara falou,
que tinha sido um cabeludo e o único cabeludo que tinha na festa era ele e deu
um soco no Mimi.
- Eu fui falar
para eles que não tinha sido ele e eles me bateram, não quiseram nem saber,
dois me seguraram e dois me bateram.
- Hoje à noite
nós vamos lá ver se esses covardes se são valentes mesmo. (fala o Dib).
O Dib e o Leco
se sentam na calçada em frente à casa do Lu, no momento em que ele havia ido
buscar água. O Lu volta com a água e perguntando.
- vocês viram o
aro de basquete? Quebrou, vamos ter que arranjar outro.
- Vamos pegar
aquele da quadra do colégio, que já está pendurado, é só pular pela chácara e
lá dentro um faz cadeirinha para o outro desatarraxar os parafusos.
(fala o Tuco).
Nos
podemos aproveitar e fazer um grafite lá. Diz o Dib.
- Boa ideia!
Fala o Leco.
- Beleza então
eu vou pegar um alicate e uma chave de boca e nós vamos buscar este aro, quem
me ajuda a pegar as tintas?
- Vamos lá. Fala
o Leco.
Eles buscam as
ferramentas e as tintas e sobem em direção ao colégio, pulam pelo muro da
chácara, passam pelo mato, pulam a cerca da quadra do colégio.
O Leco faz
cadeirinha para o Dib desrosque ar os parafusos, que estavam todos
enferrujados, dificultando muito.
O Dib se cansa e
só havia tirado um parafuso ainda.
O Lu tenta um
pouco e o Tuco faz cadeirinha dessa vez. Como o Lu era mais leve, o Dib ajuda o
Tuco a segura-lo para ele ficar mais tempo.
O Einstein só
olhava para ver se ninguém aparecia.
O Lu com mais
apoio consegue soltar dois parafusos, ficando faltando só um que não queria se
soltar de forma nenhuma, estava muito enferrujado.
- Espera um pouco
Lu eu vou me pendurar, para ver se o parafuso quebra.
O Leco se
pendura no aro de basquete e se chacoalha para ver se o parafuso se quebra.
Chacoalha,
chacoalha e nada do parafuso quebrar e o aro entorta um pouco. O Dib se pendura
também, para tentar aumentar o peso, quem sabe assim ele quebre.
O parafuso não
se quebra, mas a base do aro onde o parafuso passa entorta e a cabeça do
parafuso passa pelo buraco, se soltando.
O Dib e o Leco
caem no chão e o aro também, fazendo um barulhão.
- Vê se não
estragou o aro! (fala o Lu)
O Tuco pega o
aro olha e diz.
- Entortou um
pouco mas dá para desentortar e no buraco onde passa o parafuso é só colocar
uma roê-la.
- Depois nós
vamos lá em casa eu pego um martelo e nós desentortamos, mas vamos fazer o
grafite primeiro, aproveitar que já estamos aqui. (fala o Dib)
Eles escolhem um
muro no alto da arquibancada da quadra, que ficava muito visível de vários
ângulos.
- Esse muro é
perfeito, na hora do intervalo a galera vai ver o grafite de longe. Diz o Tuco.
- Principalmente
a Zoiuda. Diz o Leco rindo, porque a namorada do Tuco estudava naquela
escola.
- Vamos fazer o
mesmo desenho que fizemos no predinho. Diz o Lu.
- Legal, agora
tem bastante espaço, podemos fazer o desenho da mulher de corpo inteiro e a
frase Pizza, Mulheres e Grafite. (PMG), diz o ED.
- Vamos logo
então! Diz o Tuco.
Eles como uma
equipe começam, dividem as tarefas, enquanto o Dib desenhava a mulher o Leco já
o ajudava a pintar, o Lu desenhava as letras, e o Tuco e o Ed, já vinham
pintando, O Juca desenhava outro personagem no fim da frase apontando para o
grafite, eles fazem um fundo juntando os personagens com as letras.
- Pronto
terminamos! Fala o Dib
O grafite onde
havia uma mulher com um corpo escultural segurando uma lata de spray gotejando
tinta, se integrava em uma letra escrito Pizza, Mulheres e Grafite, se juntando
com um segundo personagem de um B-boy apontando para o grafite.
- Mano!! Ficou
foda esse grafite. Exclama o Ed.
- Apavoramos,
esse ficou foda mesmo, caraca. Fala o Juca.
- Estamos
ficando muito bom. Diz o Lu.
- Esse ficou
bonito. Diz o Leco
- Faltou só uma
frase. Diz o Tuco.
- O que?
Dedicado a Zoiuda do meu Coração. Fala o Leco rindo.
Todos dão muita
risada.
- Não é isso
não, dedicado as pessoas que nos amam. Diz o Tuco.
- Boa Tucão.
Fala o Lú pegando um spray com a mão esquerda e escreve a frase de vermelho
“Dedicado as pessoas que nos Amam” entre o persona e a letra e assina,
“Master”.
Eles observam o
grafite por um tempo e vão indo embora sempre parando para olhar o grafite, eles
pulam o muro para a rua e vão até a casa do Dib, onde ele pega uma marreta,
para arrumar o aro.
- isso não é
martelo é uma marreta, vai destruir o resto do aro. (fala o Tuco)
- cala a boca e
segura que eu vou bater para desentortar. (fala o Dib)
- Eu não, vai
que você era e me acerta com essa bigorna. (fala o Tuco)
- Segura bobão,
eu não vou te acertar não. (fala o Dib)
- Então vá com
cuidado. (fala o Tuco)
O Dib bate com a
marreta no aro e o Tuco o solta gritando.
- Ai!! Dá choque
quando bate no aro, estremece a mão, não vou mais segurar não.
- Seu bundão,
deixa que eu mesmo seguro e desentorto. (fala o Dib)
O Dib pisa no
aro para apoiar e bater com a marreta.
- Estou quase
conseguindo, falta pouco.
Ele estava tão
entretido em deixar o aro reto que não percebe alguém chegar por trás dele.
- Oi!!
- Eles se viram
para ver quem estava falando, oi...
- Oi!! (Fala o
Dib surpreso)
Era a Leila, as
pernas dele bambeiam o coração dispara, fica com cara de bobo.
- Toma o aro
Leco, já ficou bom vai lá colocá-lo eu vou ficar aqui agora.
Os amigos descem
para instalar o aro.
O Dib fica com a
Leila no portão, ainda meio surpreso.
- Vamos ficar no
meu quarto ouvindo música? (sugere o Dib, sem perder tempo)
Ela concorda e
eles sobem para o quarto dele.
- Vamos ouvir
Legião?
- É a única
música ouvível, que você tem, não é?
- É mais ou
menos, mas eu também tenho, Bob Marley, iH!! eu me esqueci o meu primo roubou o
meu radio está noite, mas tudo bem eu canto para você um pouco.
- Então canta um
Reggae para nós.
Eles brincam e
riem, se deitam na cama do pai se beijando e se esfregando, esquentando muito
as coisas.
Quando eles
percebem já estão se amando, sem camisinha sem nada, não estavam nem aí, só
queriam se amar, eles se amam tanto, que os dois pegam no sono.
O Dib abre o
olho, repara que já estava escuro e olha no relógio.
- 09:00 horas!!!
Os caras já devem de terem ido resolver a treta do Einstein.
- Rápido Leila
se troca, eu tenho que ir em um lugar.
Eles se trocam,
mas o tempo não espera e saem para a rua, com passadas rápidas, até chegarem na
festa, já se passava das 09:50 horas.
O Dib coloca a
toca dos Master antes de entrar na festa e vai entrando, logo na entrada ele
encontra um conhecido, que o avisa.
- Tira esta
toca, por que os seus companheiros vieram aqui e bateram em um pessoal e todos
estavam usando toca, agora a polícia está procurando por eles.
O Dib agradece
pelo aviso do amigo e reclama.
- Droga!!!
Cheguei atrasado, você viu a briga? (pergunta para o conhecido)
- Vi sim.
- Como foi?
- Aquele
grandão.
- O Leco.
- É, esse mesmo
e o irmão dele, entraram na frente juntos, com o Einstein, logo atrás estavam o
Ed Jr., Juca e o Lu, todos encapuzados, o Einstein apontou para uns caras, o
Leco foi com tudo para cima deles, não quis muita conversa não, partiu logo
para a briga mesmo. Os colegas do cara quiseram entrar, mas o Tuco e o resto
dos seus amigos não deixaram e ainda apavoraram todo mundo gritando, que quem
mandava nessa porra de Bairro era os Master. O Leco estava dando um pau no cara,
mas chamaram a polícia e eles saíram logo, gritando. Quem manda nas ruas são os
Master.
- Eles fizeram
isso? puxa que pena que eu cheguei atrasado, falô valeu e obrigado pelo toque
eu vou sair fora daqui.
O conhecido o
cumprimenta e ele pega na mão da Leila e vai embora.
- Eu tenho que
ir embora agora, você me leva até em casa? (fala a Leila)
- Já estamos
perto mesmo, vamos e nos damos aquelas paradinhas antes, pelo menos não fica
tudo perdido.
Eles caminham em
direção a casa dela e param em uma entradinha escura se esfregam e se beijam
mais um pouco.
- Eu tenho que
entrar, já está ficando tarde e o meu pai já deve de estar para chegar, melhor
você ir embora daqui para não se encontrar com ele.
Ele concorda e a
deixa ir embora, ele fica parado só olhando ela ir embora, ela se virava e dava
risada, ele fica ali até ela entrar a esquerda em uma rua e sumir de vista, ele
se vira e começa a andar pensando.
- Eu vou passar
lá na rua para saber como foi que aconteceu tudo certinho.
- Chegando na
rua estavam todos lá.
O Einstein de
longe já dá uma bronca nele.
- Que mancada,
que você deu, nem apareceu.
- Eu fui sim só
que cheguei atrasado.
- Não foi nada,
amaguego. (fala o Tuco)
- Você está
ligado que eu não amarelo para briga nenhuma. Quer dizer que o Lecão sentou o
reio no cara.
- É dei muita
porrada naquele sujeito folgado.
- Como foi a
briga?-· Nós chegamos, de toca enfiada na cara e eu fui perguntar para o cara
quem tinha batido no Einstein e por que? O cara quis dá uma de cão e levou uma
comigo, e dei um soco nele e ele caiu, se levantou e agarrou nas minhas pernas
eu cai por cima dele dando mais soco nele, depois disso saímos fora rapidinho,
por que a polícia estava vindo em nossa direção.
- É eu sei,
encontrei um camarada na entrada que me contou tudo, o que aconteceu.
- Você foi lá
mesmo então?
- Eu fui só
cheguei atrasado por que estava com a Leila em casa e acabei dormindo e
perdendo a hora.
- Eu sabia que
você não iria nos deixar na mão assim, sem nenhum motivo eu estava com muita
raiva, não era só por causa dos caras que bateram no Einstein não.
- Se não
era só por causa do Einstein, então o que era mais? Pergunta o Dib.
- Hoje à tarde
depois que pegamos o Aro e você ficou com a Leila na sua casa, eu fui
até em casa tomar banho e se trocar para irmos na quermesse pegar os caras que
bateram no Einstein e no caminho sabe o que eu vi?
- O que você
viu? Pergunta o Dib.
- Eu vi a Cris
na garupa da moto do Lé, estava ele e toda a sua gangue desfilando na avenida e
a Cris estava agarradinha na garupa dele.
- Você está
falando da Cris, a sua mina? É isso? Pergunta o Dib.
- Minha mina
não, minha ex, foi por isso que fiquei com tanta raiva e cheguei batendo no
cara na quermesse, queria descontar a minha raiva em alguém, estava precisando
desabafar o que estava instalado, como não consegui pegar o Lé porque eles
estavam de moto, descontei na treta, por isso não estou bravo com você, porque
você não chegou a tempo, estava cego de raiva, parecendo um touro bravo.
O Leco o
perdoa-a, mas o Tuco não parava de falar que o Dib tinha dado mancada.
O Tuco o irrita
tanto que ele acaba indo embora.
Chegando na sua
casa ele sobe direto para o quarto pensando e chateado.
- Eu não dei
mancada, só perdi a hora, eu não podia larga a Leila e sair correndo assim
depois de ter feito amor com ela, o que ela iria pensar, que eu só quero
aproveitar dela, isso não é certo, não dei mancada não, outro dia eu irei
provar que não foi mancada.
Ele havia
dormido a tarde inteira, mas parece que quanto mais você dorme, mais você quer
dormir e desmaia, acordando com um barulho na janela de pedra batendo, ele olha
o relógio que marcava 10:00 da manhã.
- puxa dormi
muito, nunca tinha dormido tanto assim, que sensação boa será que quando
morremos é esta sensação que sentimos, se for assim deve de ser boa.
Ele abre a
janela, era o Tuco atacando pedrinhas.
- O que você
quer?
- Conversar com
você.
- Sobe aí, a
porta deve de estar aberta, se não estiver, bate na porta que a minha avó abre
para você.
O Dib deita de
novo e cobre a cabeça.
A porta estava
aberta, o Tuco entra e sobe para o quarto; entrando no quarto ele acha estranho
o amigo com a cabeça coberta e pergunta.
- O que você
está fazendo, com a cabeça coberta com o cobertor?
- Cheirando
peido.
- O Que você
disse???
- Isso mesmo que
você ouviu, cheirando peido.
O Tuco cai na
gargalhada.
- HÁ, há, há,
por que?
- Estou tentando
descobrir o que comi ontem.
- Há, há, há,
como isso?
- É simples,
quando você peida, o primeiro odor é fedido, mas se você aguentar esse fedor
alguns segundos depois, dá para sentir o cheiro do alimento que você comeu, um
exemplo, se eu tivesse comido ovo, o cheiro seria um pouco mais forte
de aguentar, mas depois vem um cheiro, que você percebe bem fraquinho.
- E o que, que
você comeu ontem então.
- Não sei acho
que nada, ou urubu, por que está uma catinga muito fedida, que nem percebe o
cheiro que vem depois, talvez não comido nada mesmo, deve ser o cheiro do
estômago vazio, que deve ser tão perigoso quanto um caminhão de gasolina vazio,
você sabe né, que o caminhão de gasolina vazio é mais perigoso, por causa do
gás que forma dentro do tanque, do que a própria gasolina em si.
- É o negócio
está perigoso mesmo estou começando a sentir, o gás que está saindo da coberta,
vou respirar na janela. (fala o Tuco)
- Eu vou até a
janela respirar também, por que nem eu estou aguentando.
- Ainda está com
raiva de mim?
- Não, estou com
fome, olha só essas laranjas verdes, eu acho que vou come-las assim mesmo, tem
até algumas amarelinhas, estou meio resfriado e dizem que laranja tem muita
vitamina C, eu vou chupar algumas.
Ele pega uma
faquinha, feita de um pedaço de serra, que estava no criado mudo, do lado da
janela e pula a janela, o Tuco faz o mesmo, eles apanham algumas laranjas e
sentam no beiral da casa e chupam as laranjas, conversam sobre diversos
assuntos e jogava os bagaços nas pessoas conhecidas que passavam na rua, ficam
algumas horas ali até que a avó do Dib aparece na janela.
- O que vocês
estão fazendo aí, estão apanhando todas as minhas laranjas do pé, sai daí já,
seus moleques, Cada macaco no seu galho.
O Dib despula a
janela, espera a avó sair do quarto e se troca, e vão até a casa do Lu.
O Lu como sempre
estava dormindo, eles pedem para a mãe do Lu deixarem eles o acordarem e sobem
até o quarto dele.
Eles entram no
quarto do Lu e puxam a coberta e a cueca dele, deixando a bunda dele de fora.
Ele acorda todo
nervosinho e xingando.
- Para com isso
meu, caramba! Parece Bobo droga! - Acorda magrelo! há! Há! Há! (zoa o Tuco)
- Droga! Ninguém
me deixa dormir, a minha mãe a meia hora atrás, veio aqui me acordar, dizendo
que havia dois homens rondando a casa ontem à noite.
- Era o Gentil e
o capanga dele!! (exclama o Tuco).
- É pode ser.
(fala o Lu)
- Nós temos que
resolver com esse cara de uma vez por todas, antes que ele mate um de nós.
(fala o Tuco)
- Esse coitado
não faz nada com ninguém, não a droga acabou com ele, não aguenta uma
porrada é só não ligar para ele, ele não fede e não cheira, igual os peidos.
Fala o Dib., rindo. O Tuco ri também, o Lu não entende nada, porque eles
estavam rindo, igual duas bestas.
Os dois amigos
ouvem aquilo, param de rir e diz.
- É mesmo esse
cara é um cuzão, não vai fazer nada com a gente não. Fala o Tuco.
E mudam de
assunto.
Encontrei os
Gêmeos ontem eles falaram para a gente ir nesse endereço que vai estar rolando
um grafite.
- Vamos então
agora. Fala o Lu e se arruma rápido pela primeira vez.
No portão já
estavam o ED, Juca e o Leco.
- Vamos embora
fazer um Graff? Pergunta o Lu.
- Bora. Responde
o Ed.
O Juca faz que
sim com a cabeça.
O Lu mostra o
endereço para o Ed que diz.
- Eu sei onde
fica isso, isso é no Túnel da nove de julho.
- Você acha que
dá tempo da gente ir lá e voltar a tempo de treinar para jogar contra os
policiais? Pergunta o Dib.
- De boa, é só a
gente não demorar. Fala o Ed.
- Olha o que eu
trouxe, são as fotos que a minha amiga fotografa fez para nós.
O pessoal avança
nele querendo ver as fotos.
- Cuidado para
não rasgar! Avisa o Ed.
Eles olham as
fotos.
- Mano ficou
louco, mas o Dib e o Lu, estão parecendo modelos nessa foto, olha a pose deles!
Fala o Tuco rindo.
- Olha a sua,
cara de louco, parece um retardado. Fala o Lu.
Eles dão risada.
- Eu também
tenho uma surpresa para vocês. O Lu entra e volta com um Álbum de figurinha na
mão.
- Olha aqui o
álbum de figurinhas que nós saímos.
Eles olham o
Álbum admirados.
- Nossa!!
Viramos até figurinha, que louco. Fala o Juca.
- Vamos, a gente
leve os álbuns com a gente e vocês olham com calma no ônibus, se não nós não
vamos conseguir depois treinar para o jogo contra os Policiais. Fala o Juca.
Eles juntam as
coisas e vão até o endereço de ônibus, como sempre descendo por trás sem pagar
a condução.
Eles descem uma
rua que dava acesso a entrada do Túnel, onde no alto ainda era possível ver uma
pichação antiga do Dib, bem no topo da coluna da entrada do Túnel.
- Quando você
fez aquilo Moo Em? pergunta o Ed para o Dib.
- Acho que uns
dois anos atrás, esse dia foi louco, estávamos eu , CDP, MCL, DUDAS,
Encorpas, O Parrika estava fazendo comigo, nó arregaçamos dentro do
Túnel, fizemos os nossos pixos gigantes, cada fez o seu, quando eu terminei o
meu dentro do Túnel eu deixei os caras fazendo os deles , peguei uma latinha de
tinta e um rolinho e subi até lá e fiz sozinho de ponta cabeça, daqui não
parece mais é alto pra caramba , dá mó medo de cair de lá., aí quando eu
terminei, me empolguei e quiz fazer do outro lado, eu desci passei por dentro
do túnel e os caras já não estavam mais, achei estranho, mas fui tentar fazer
do outro lado do túnel, quando eu coloquei a tinta no muro e apoiei para subir,
percebi um carro parando atrás de mim, quando eu olhei era a polícia, o
policial desceu do carro, abriu a porta de trás onde no banco traseiro já
estavam o Dudas e o Parrika, os dois olhando pra mim, então o policial apontou
para dentro do carro e falou assim:
- Por favor
tenha a bondade de entrar. Zuando com aminha cara, imitando um chofer. Esse dia
nós fomos parar na delegacia da rua Augusta, até hoje não sei como CDP, MCL e o
Necrop´s escaparam, essa foi uma das poucas vezes que ele escapou, porque ele
era zoado para rodar, depois na delegacia foi foda, eu havia acabado de fazer
18 anos, o Parrika e o Dudas, ainda eram menor de idade, então os caras não
zuaram tanto eles, mas eu foi foda, os caras me pintaram, me perguntaram se eu
tinha namorada, e que a minha namorada estava com outro enquanto eu ficava
pixando por aí, mas depois de levar u chá de cadeira de um dia inteiro, eles
nos dispensaram, e o meu pixo está até hoje, valeu a pena o sufoco. Fala o dib
dando risada, com uma cara de safado.
Eles entram
dentro do Túnel e não havia ninguém.
O Túnel estava
fechado para o trânsito.
- Acho que
chegamos muito cedo, também o Tuco não dorme e não deixa ninguém dormir, ele
madruga, dorme cedo e acorda cedo. Fala o Leco.
- É aqui mesmo
Ed? Pergunta o Lu.
- Sim, se o
endereço estiver anotado certo, embaixo do Masp.
- Você anotou o
endereço certo homem amguego. Pergunta o Ed para o Dib.
- Sim, foram
eles mesmos que anotaram para mim.
No exato momento
que os Gêmeos e o Vitché vinham chegando.
- E aí chegaram
cedo?
Eles se
cumprimentam e diz.
- Bora começar,
essa semana a nossa professora, levou a reportagem que vocês saíram na revista
IstoÉ para mostrar para nós, aí a gente falou pra ela que vocês eram nossos
amigos. Fala os Gêmeos.
- Aquela foto
ficou show, vocês ficaram parecendo gringo na foto. Comenta o Vitché.
Eles mostram o
álbum de fotos que eles haviam feito de fotos deles e o álbum de figurinhas, que
eles estavam nas figurinhas, e avisa os Gêmeos.
- Tem uma
figurinha de vocês também.
Um dos Gêmeos
pega o Álbum de foto e o outro pega o álbum de figurinha e folheia o álbum
olhando as figurinhas, até chegar na figurinha deles.
- É a foto nosso
grafite da Praça Roosevelt. Fala um dos Gêmeos mostrando a foto para o irmão e
para o Vitché.
O outro irmão
olhava as fotos que os Master haviam feito com uma fotografo amiga do Ed que
era profissional e comenta.
- Ficou show
essas fotos, guarde elas com carinho que no futuro será uma boa recordação e
até poderá ser usado para fazer um livro.
- É essa jaqueta
grafitada? Pergunta o Lu para um dos irmãos.
- Acabei de
fazer, terminei ontem. Diz ele esticando as costas da jaqueta para que eles
pudessem ver melhor o desenho.
O desenho era um
muro grafitado em um fundo de quintal de uma casa com o céu estrelado. Todos
admiram o desenho.
O Dib mostra a
dele, que havia um Anjo e uma letra em cima do desenho escrito Dib e embaixo do
desenho escrito Master e pergunta para o outro irmão.
- É esse macacão
de frentista, onde você arrumou?
- Foi um amigo
que me arrumou. Responde ele.
Assim eles
começam a desenhar na parede e vão adiantando, até que chegam o Speto o Binho e
o Tinho.
O Speto olha
para o desenho deles e diz:
- Conheço esse
desenho em. Diz ele brincando.
O Binho diz.
- Conheço essa
letra. Diz ele brincando também.
Eles olham para
eles e diz.
- Faz aqui do
lado, que vai ficar tudo parecido. E dão risada.
- Bora. Fala o
Lu.
O Tuco fecha a
cara e vai fazer em outro lugar e se afasta dos amigos.
Eles terminam o
Grafite e se despede do pessoal e vão embora.
No caminho de
volta o Tuco começa uma briga entre eles.
- Eu falei para
não fazermos, o desenho e a letra que nós déramos, passamos mó vergonha, o cara
não gostou.
- Não fala
besteira Tuco, eles estavam brincando, ele deu o desenho e falou que era para a
gente fazer junto. Fala o Lu
- Eu acho que
ele não gostou mesmo, e o pior que depois vai ficar falando que a gente usa e
copia desenho dos outros. Fala o Leco.
A discussão
entre eles aumenta.
- Você não é o
chefe da Master Lu, tem que discutir as ideias entre a gente, você já foi
desenhando a letra e o dia o desenho, que nem quis tomar partido, fui fazer o
meu desenho bem longe de vocês depois que o cara falou que conhecia aquele
desenho. Fala o Tuco.
- Você só fala
besteira, eu não chefe de nada, só achei que estava tudo combinado, que todos
tinham topado fazer aquele desenho, ninguém falou nada antes, e agora você fica
aí reclamando, você é muito chato, chato para caralho. Fala o Lu.
- Quer saber,
não vou fazer mais porra nenhuma de grafite com você, tó fora e quer saber
mais, eu nem vou jogar basquete com vocês contra os policiais, vou ficar com a
minha mina que ganho mais.
- Não vai fazer
falta nenhuma, você é ruim para caramba, parece um doido jogando, lança a bola
parecendo um retardado de qualquer maneira. Fala o Lu.
- Calma vocês
duas, vão acabar brigando. Fala o Juca.
- Agora já foi,
nós já fizemos os desenhos e o Tuco está se estressando atoa, os caras foram
super gente boa com a gente, deram os desenhos de coração, é você que vê
maldade em tudo Tuco. Diz o Dib.
- Agora sou eu
que vejo maldade em tudo. Responde o Tuco e se cala.
Eles estão subindo a Alameda casa branca, no momento
que eles passavam pela na praça uma sirene toca.
- Mão na parede. Grita o policial. Eles estavam
infileirados um do lado do outro e se olham e respondem.
- Mas não tem parede, estamos em uma praça. Grita o
Tuco que já estava nervoso.
O policial fica confuso e diz.
- Ok vem pra frente do carro.
Eles vão para frente do carro e o policial corrige.
- Não, aqui atrás do carro.
- Dá para decidir. Fal o Tuco.
- Para Tuco, você vai nos ferrar.
O policial olha feio para o Tuco e pergunta.
- Está incomodado porque? Está devendo alguma coisa?
O Tuco balança a cabeça inconformado e diz que não.
Os policias dão geral neles e pergunta.
- De onde vocês estão vindo?
- Do Túnel 9 de julho, nós estavamos pintando lá.
Responde o Ed jr.
- Ah! Então vocês são pichadores?
- Não, nós somos grafiteiro. Corrigi o Lu.
- Pra mim é tudo a mesma coisa. Diz o Policial.
- E o que isso é uniforme de vocês, toca, Tênis cano
alto? E esse relógio todo colorido, pararece relógio de fresco, que relógio é
esse? Pergunta o Policila rindo.
- É um Swacht, é Suiço. Informa o Lu.
- Suiço, pra mim parece de brinquedo eu qeu não
usaria um relógio desse e você? Pergunta o Policial para o Dib.
- Eu estou querendo comprar um. Diz ele rindo.
O policila ri e pergunta.
- Ok vocês tem maconha com vocês?
- Não senhor, responde o Juca.
Muito bem você parecem loucos, mas são mulecada do
bem vão com Deus.
O policial os dispensa e eles continuam subindo em
direção a Av Paulista para pegar o ônibus.
Já na paulista haviam algumas meninas sentada em um
banco em frente a praça Trianom e o Lu resolveu mexer com elas.
As meninas olham para ele e uma delas diz:
- O que você quer Chaves?
Os caras ri e cai na alma do Lu.
As meninas também dão risada.
A menina chamou o Lu de Chaves, porque ele estava
vestido de Camisa xadrez de flanela, bermuda e tênis cano alto preto, que
parecia a bota do Chaves.
O Tuco caiu na alma dele.
- Chaves , kkkk que trouxa, kkk essa foi a melhor.
O Tuco vai zuando o Lu o caminho todo de volta.
Agora quem fica
calado é o Lu, que fica calado o resto da viagem toda.
Ele fica calado
o resto da viagem toda.
Eles chegam na
rua.
- A gente se vê
a tarde para estrear o Aro novo, eu vou passar na casa da minha mina e depois
encontro vocês. Fala o Lu.
- Eu também, que
eu ganho muito mais. Fala o Tuco.
- Já que é assim
vamos todos namorar e depois nos encontramos na rua.
Assim cada um
vai para a sua respectiva amada, mulherar como eles mesmo diriam.
O Dib chega na
casa da Leila chama baixinho e ninguém aparece, ele desiste e vai embora. Ele
vai até a casa da namorada do Tuco e os encontram sentados no degrau da casa
dela.
- O que você
está fazendo aqui homem árvore, tó pega, come um pedaço de churrasco. O Tuco dá
um pratinho de plástico com alguns pedaços de carne e farofa para ele, que não
recusa e devora.
- Está mais
calmo Tuco? Pergunta o Dib.
- O Lú é chato
pra carralho, ele acha que é dono da Master. Responde o Tuco.
O Dib come as
carnes enquanto o amigo não parava de falar e reclamar.
Ele acaba de
comer e fala.
- Tá bom
desabafo, está mais calmo?
A Zouida
namorada do Tuco, estava olhando para ele tentando entender o que estava
acontecendo.
Eu não vou ficar
aqui segurando vela, vou embora. Fala o Dib.
- Vamos homem
árvore, eu também não quero ficar aqui muito tempo, está rolando uma festa e
não fui convidado e eu estou todo sujo, depois eu volto a noite.
- Você é chato
pra caramba Tuco. Reclama a Zouida.
Ela entra e dá
tchau para eles e bate o portão.
- Você é foda
Tuco, já tretou com a mina também e ainda deu um de cachorro magro, chegou
comeu e foi embora.
- Não enche, eu
cheguei aqui, chamei ela que apareceu e falou que estava rolando uma festa
surpresa para a mãe dela, eu falei que não ia entrar, que estava todo sujo de
tinta e ela foi pegando os comes e bebes pra mim, você sabe que não consigo
recusar uma guloseima. Fala o Tuco rindo.
- Você é foda,
vamos voltar para a rua então.
Eles saem para a
rua e encontram com o Leco e o Juca, que vinham chegando com a bola de
basquete, e uma mochila, onde estava as camisas do time de basquete, para
depois irem jogarem contra os policiais.
- Vamos estrear
o aro novo, para treinar contra os policiais.
- Vamos jogar,
eu e o Leco contra vocês três.
- Vamos lá
então. (fala o Lu chegando também).
Eles jogam das
02:00 as 04:00 horas da tarde, estavam empatados, então resolvem desempatar e
jogam até as 05:00 horas, o Juca e o Leco levavam a vantagem e queriam parar de
jogar, no exato momento chegava o Ale, ED, o Babu, Chiclete, Gugu e o Aranha. O
Ale pega a bola e zoa, deixa eu terminar essa partida.
- Não vamos
começar outra então, eu e você contra o Dib e o Leco, quem perder, deixa entrar
o próximo. Fala o Juca.
- Vamos Juquinha
eu e você contra esses brancos, os Black vs os brancos. Fala o Ale.
- Agora nós
somos os Master Black Bullets. Diz o Juca.
Eles dão risada.
- Tá bom.
Confirma o Leco e o Dib confirmando balançando com a cabeça.
Eles começam o
jogo e quem fizesse 21 ponto primeiro ganhava o jogo, mas se estourasse os
pontos para 22 ou ficar em 20 pontos, teria que fazer o um lance livre para
ganhar. Assim o Juca e o Ale estavam ganhando o Jogo e chegam a 20 pontos
contra 11 pontos do Leco e do Dib.
- Agora tem que
fazer o lance livre, se errar volta a 11 pontos. Alerta o Leco.
O Ale pega a
bola e vai para a posição de lançamento de lance livre, o Tuco fica zuando ele
dizendo que vai errar, o Lu fica atacando pedrinha nele para errar, e assim
ficam todos zuando ele para errar. Ele arremessa a bola que bate no aro e não
entra. O pessoal grita e ri zuando ao Ale que fica com uma cara de ué.
- Cabeção, agora
empatou 11 a 11, vamos ter que ganhar. fala o Juca.
- Isso é fácil,
a gente ganha fácil desses dois manés. Provoca o Ale.
Assim o jogo
recomeça, ponto lá e ponto cá, O Leco faz 2 cestas de enterrada, o Juca faz
duas cestas e o Ale converte uma de três pontos e logo em seguida o Dib faz uma
cesta de 3 pontos também, o jogo fica empata em 18 pontos para cada dupla, eles
tinham que fazer uma cesta de 3 pontos ou uma de dois e acertar o lance livre.
Assim o jogo fica acirrado para tentativa de três pontos, a marcação fica mais
forte para que ninguém conseguisse acertar os três pontos.
O Leco lança a
bola para o Dib.
- Não deixa
arremessar Juca, que ele acerta. Grita o Ale.
O Dib
posicionado estava fora do garrafão na distância para converter o lance de três
pontos, assim que o Leco lança a bola para ele, o Juca e o Ale vão seco para
impedir ele de tentar lançar a bola, Dib ameaça lançar os dois pulam para
impedir, Dib não lança, bate bola e dribla os dois, que passam seco, ele corre
e faz uma sexta de bandeja valendo dois pontos, deixando o jogo 20 a 18.
O Tuco zooa o
Ale por causa da jogada que responde.
- É, mas não
acabou, agora vai ter que converter o lance livre, ele vai errar e vai voltar a
11 também. fala o Ale.
O Dib se
posiciona para tentar fazer o lance livre, sobre pressão do Juca e do Ale zoa e
grita.
- Vai errar,
você vai errar.
- Acerta
Dibão. Grita o Tuco.
- Vai Dib!!!
Mostra para esses tontos!! Grita o Lu.
O Dib respira,
levanta a bola na altura do peito, ajeita o pé de apoio, deixando o pé virado
para o aro de basquete, uma mais uma puxada de ar, levando o braço acima da
cabeça, arremessa a bola dando um efeito com as pontas dos dedos fazendo a bola
girar ao contrário, a bola sobe e.
Chuuuaaaaa.
Ele acerta a bola direto na rede sem encostar no aro, a chamada bola de Chua!
O Tuco e o Lu,
Dib e o Leco correm na direção do Ale, gritando e zuando ele, dando risada,
fazendo muita algazarra, eles dão um monte de tapa na careca do Ale.
Eles olham para
o Juca que segurava a bola que fala.
- Vamos
conversar sobre o jogo de amanhã, precisamos conversar sobre os detalhes, nós
encontramos aqui amanhã cedo e vamos todos juntos, quem não estiver aqui as
08:00 horas, vai ficar para trás, não vamos chamar ninguém na sua casa, quem
aparecer vai, quem não aparecer fica, viu Lú. O Juca fala isso e apanha a
mochila que estava no chão, a abre e tira de dentro algumas camisetas, que
estavam bordado Master.
- Mas e o resto
do nome? Pergunta o Ed.
- Iria ser muito
trampo para a minha mãe, não quis abusar, iria demorar muito, ela já costurou
as camisetas, bordou Master e me ajudou u a colocar os números com o ferro de
passar roupa nas costas.
- Também os
policiais, nem vão reparar, porque aquele dia, eles viram que as nossas tocas e
a camisas, estavam só bordadas Master, foi o Ed que falou, e inventou que era
Black Bullets, por causa das balas do colar. Fala o Lu.
- E tem mais, se
eles perguntarem onde está símbolo de bala, a gente fala que está no nosso
grito de guerra e a gente canta assim para eles:
Somos os mestres das quadras
Nosso time tudo se enquadra
O adversário é só uma bala.
E o nosso time é uma rajada.
A galera
vibra, com a letra de improviso do Leco.
- Caracas, essa
foi muito boa. Fala o Ale.
O Juca distribui
as camisetas para cada um. Cada um experimenta a camiseta.
A camiseta do Lu
fica parecendo uma saia para eles, já a do Baboo fica curta e apertada e
o pessoal não perdoa.
- O Baboo está
parecendo aqueles bebês de desenho animado, que a roupa deixa a barriga para
fora. Fala o Chiclete zuando.
- O Baboo é o
João grandão. Diz o Gugu.
Todos dão
risadas.
- Deixa Baboo,
eu vou pedir para aminha mãe aumentar o tamanho de uma das camisetas para você
usar amanhã. Fala o Juca juntando as camisetas e guardando dentro da bolsa e
fala.
- Depois disso
tudo me deu fome.
- Vamos comer
umas pizzas ou esfiha, na casa da esfiha.
Cada um tira os
seus trocados do bolso, juntam tudo, dava para comprar umas 20 esfihas e duas
pizzas.
O Babbo, Gugu,
Aranha e o Chiclete ficam jogando e não vão com eles
Eles vão até a
casa de esfiha zuando o Ale que começava ficar bravo.
Chegando na casa
de esfihas, eles fazem o pedido e de repente escutam uma voz falar atrás deles.
- Ora, ora, olha
só quem eu encontro aqui.
Eles se viram,
para olhar para verem quem era.
Era o Gentil com
um copo de conhaque na mão e debruçado no balcão do bar da esfiharia.
- Toma um gole.
(oferece o conhaque, para o Dib.)
- Não obrigado.
(fala o Dib). - Vai fazer desfeita, só estou tentando ser amigável com vocês,
eu estou sozinho e vocês estão em cinco e podem me dar um pau fácil agora né,
se quiserem? - Não que eu esteja com medo de vocês, vocês podem me bater agora,
por isso que quero ser legal com vocês, toma bebe um pouco. (oferece o
Gentil)
O Dib dá um gole
no conhaque.
- Ofereça para
os seus amigos também, vai bebam também, aproveitem que eu estou sendo bonzinho,
afinal estou em desvantagem e não que eu esteja com medo de vocês. (A droga já
tinha afetado tanto o seu cérebro que ele mudava de expressão, não dava para
entender ou imaginar, qual iria ser a sua próxima reação). E de
repente.
- Não estou com
medo de vocês. (fala o Gentil colocando a mão na cintura). - Vocês duvidam que
eu mate vocês aqui agora. (mudando a expressão do rosto completamente).
- Não, eu não
duvido de ninguém. (fala o Dib)-· É, eu também não duvido. (fala o Gentil, já
com outra expressão no rosto).
O garçom avisa
que as esfihas já estavam prontas.
O Dib coloca o
copo no balcão, na frente do Gentil e o agradece e sai enquanto o Tuco pegava
as esfihas.
Eles vão saindo
e o Gentil fica só fitando eles saírem de rabo de olho, eles andam até a rua e
se sentam na calçada formando uma rodinha, para comerem as esfihas e o Leco
comenta.
- O que foi
aquilo?
- Vocês viram
como o rosto dele mudava de repente.
- Eu vi, sim.
(confirma o Lu)
- A droga acabou
com o cérebro dele mesmo, ele nem sabe mais o que fala e o que faz. (fala o
Tuco)
- Não se pode
vacilar com um cara desse não, nunca se sabe do que ele é capaz de fazer. (fala
o Juca).
- Pra mim eu
enchia esse cara de porrada agora. Fala o Ale.
O Dib fica
calado só comendo e dando de ombros.
No dia Seguinte,
todos estavam no ponto de encontro.
- Estamos todos
aqui? Pergunta o Juca.
- Só falta o Lú
como sempre. Fala o Tuco.
- Eu avisei,
quem não chegasse na hora, iria ficar para trás, vamos embora. Fala o Juca.
Eles caminham
até o ponto de ônibus, eles sobem no ônibus, quando o ônibus estava quase
partindo, o Lu chega correndo e sobe no ônibus.
A galera zoa
ele.
- Achei que você
não iria vir, veio chato. Falo o Tuco.
- Olha quem
fala, O rei dos chatões. Fala o Lu.
- Já vai começar
as duas. Fala o Leco
Os dois dão de
ombro e a galera vai passando para frente, girando a catraca e pagando a
condução.
- Nós vamos
pagar a condução também? Pergunta o Tuco pela falta de costume.
- É acho que
hoje, não vai ter jeito, nós vamos ter que pagar, porque vamos ter que descer
em frente o quartel, e o que iriamos falar? Se o Tenente nós víssemos descendo
por trás. Fala o ED.
O Tuco entrega o
dinheiro para o cobrador, resistindo em soltar o dinheiro, o cobrador puxa o
dinheiro e ele não solta, quase rasgando o dinheiro.
- Solta o
dinheiro Tuco, vai rasgar. Grita o Lu.
Ele solta o
dinheiro com uma dor no coração.
Eles pagam a
condução e se sentam nos bancos da frente do ônibus.
Chegando no
batalhão, eles se identificam para o guarda de plantão, que informa que estava esperando
por ele, mas que a quadra ficava na rua ao lado.
Eles vão até a
quadra, chegando lá o Tenente os aguardava.
- Que bom que
vieram, para o bem de vocês, achei que não viriam, já estão atrasados, entrem,
o vestiário fica lá no fundo, podem ir lá se trocarem.
Eles passam pela
quadra, onde haviam muitos policiais treinando usando um short azul e uma
camiseta branca.
Eles se trocam,
a camiseta do Lu continuava a parecer uma saia para ele, já ado Babbo, estava
bem melhor, não estava larga, mas também não estava mais tão apertada.
O Tenente pede,
para quem não fosse jogar que saísse da quadra e ficasse na arquibancada, para
assistir.
O jogo começa
com o Juca, Ale, Babbo e Gugu, jogando, os Policiais marcam o primeiro ponto,
cometendo uma falta em cima do Ale, o juiz não dá a falta e válida os pontos,
para delírio da torcida local.
- Foi falta.
Reclama o Ale.
O juiz o ignora.
Eles tentam sair
jogando, e recebem outra falta e novamente ponto dos Policiais. Mais uma vez o
Juca tenta sair jogando e recebe uma falta muito forte, que vai parar na
arquibancada, o juiz não dá a falta e ainda valida os dois pontos.
- Tempo! Grita o
Ale.
- E Tenente
assim não dá, ou os seus jogadores jogam bola, ou a gente vai embora, porque
aqui ninguém está a fim de apanhar, se quiséssemos lutar, nós teríamos ido em
uma cademia de box, o nosso amigo ali sentado na arquibancada, é lutador e
conhece muitas academias, agora se você quizer, a gente sai da quadra e nos
colocamos o nosso amigo, contra o seu melhor lutador para lutar, e agente para
de jogar para assistir a luta, o que você acha?
O Tenente olha
para a direção onde o Ale estava apontando e se depara com o Dib, que estava
olhando para ele de volta.
- Você é muito
abusado Pivete, você não estava no outro dia junto com os seus amigos zuando no
ônibus né, porque se estivesse, eu iria ter o prazer de dar umas bofetadas, mas
você está certo, isso aqui é um evento esportivo e se fosse luta estaríamos em
um ringue e não em uma quadra.
O Tenente faz um
sinal com as mão para que os seus jogaderes pegassem mais leve.
Eles se reúnem.
- Eles estão
batendo forte, nós vamos ter que ser malandro, não é porque o Tenente falou,
que eles vão aliviars e batermos de volta o juiz vai dar falta para eles, vamos
bater, mas discreto, sempre depois da jogada, deixa um cutuvelo ou um joelho.
O Ale olha para
o Juca que dá uma piscadinha para ele. O Gugu estava como ala, passa a bola
para o Babuu, o adversário vem seco o Gugu só firma o corpo, o adversário bate
e volta e cai no chão, o Gugu levanta os braços, o juiz não dá falta e o Baboo
marca uma cesta de três pontos.
Os policias saem
com a bola, chegam até o garrafão, e quando o tenta acertar a cesta, o Gugu dá
um toco, o Baboo pega a bola, lança rápido para o Juca que lança para o Ale,
que vê o jogador adversário vindo na maldade, ele freia e dribla o jogador que
passa direto e cai no chão, o Ale pula para enterrar a bola na cesta. Depois de
roubar a bola de novo é a vez do Ale passar a bola para o Juca que pula sobre o
oponente para enterrar a bola na cesta, o Gugu converte mais uma cesta três
pontos, mas leva um tranco forte assim que solta a bola, ele fica no chão
gritando de dor e pede para ser substituído, o Leco entra no lugar dele naquele
momento, o Baboo como era grande e pesado, ele vai com tudo recebendo falta e
encontrões, mas não cai e converte mais dois pontos, os policiais estavam
começando a levar uma lavada, era cesta atrás de cesta.
- O Gugu volta
para a quadra para tentar jogar.
O Tenente passa
a mão na cara e diz.
- Esses meninos
são muito bons, não podemos machuca-los, vamos jogar sem machuca-los, dá a
ordem para não baterem mais, mas nem tanto, se deixar, eles vão nos humilhar,
eles são muito bons. Fala ele para o Cabo e depois grita para a quadra.
- Se vocês não
maneirarem, e não parar de marcar ponto, no final eu vou levar vocês presos,
vocês vão sair daqui para a o xilindró, principalmente você Pivete.
Os meninos param
e olham para o Tenente, um jogador dos policiais aproveita e faz uma cesta.
- É brincadeira,
só queria distrair vocês, podem jogar a vontade com todo potencial de vocês,
relaxa é brincadeira, mas não imaginei que vocês eram tão bons, também
trouxeram o Magic Johnson e o Michel Jordam. O tenente estava fazendo
referência ao Ale e ao Baboo que eram parecidos com os jogadores da NBA.
O jogo continua
com o massacre, eles vão se substituindo, sai o Gugu e entra o Aranha, depois
sai o Babo e entra o chiclete, sai o Ale e entra o Leco, sai o Juca e entra o
Ed, no terceiro tempo o placar já estava 91 a 30 para os Master. O Dib, Tuco
e o Lu, estavam só de expectadores.
- O Ale fala
para o Juca, já chega estamos ganhando de lavada deixa os caras jogarem um
pouco, para não ficar muito feio, se não vamos fazer 200 pontos, não que eu não
quisesse, mas já está bom, estou cansado e não quero jogar mais também.
Assim sai o
Aranha, o Chiclete e o Leco e entram o Dib, Tuco e o Lu, o pessoal dá risada
quando vê o Lu baixinho com a camisa parecendo uma saia na quadra.
A bola cai para
o Tuco, que todo desengonçado joga a bola de qualquer jeito e perde a bola,
deixando o time adversário marcar um ponto, ninguém acha ruim e até dá risada
da situação. O Ed começa a jogada passa a bola para o Dib que leva a bola até o
lado do time adversário e passa para o Lu marcar de três pontos. O Lu faz uma cara
de mal, e ergue os dois pulços entortando o corpo para trás.
- Porra! Até o
anão é bom nesse time. Comenta o tenente para o Cabo.
O time
adversário marca alguns pontos também.
O Ed, passa a
bola para o Lu que passa para o Dib que vê o Tuco dentro do garrafão e lança a
bola para ele, que sofre falta, o Tuco se posiciona para converter o lance
livre, mas ele joga a bola com tanta força, que a bola bate na tabela e voa
longe, o Dib consegue pegar a bola, vai no fundo da quadra e converte mais três
pontos. Os policiais aproveitavam do time mais fraco e convertem mais algumas
cestas. O Ed passa a bola para o Tuco que joga a bola de longe de qualquer
maneira e acerta a cesta convertendo três pontos, os amigos fazem uma festa e
dão muita risada, o Tuco também ri sem acreditar.
Os policiais
fazem mais algumas cestas. O Tuco lança a bola para o Lu que lança o Ed e passa
para o Dib, que sofre falta. O Dib pega a bola se posiciona.
- Vai Homem Árvore.
Grita o Tuco torcendo.
Ele
converte o lance livre de chuaaa, deixando o jogo 101 para os Master e 60 para
os policiais.
- Chega tá bom,
acabou! Grita o Tenente. já deu, até o time ruim está melhor que o nosso.
Eles se agrupam
e bebem água. E o tenente vem até eles e diz.
- Parabéns
meninos, vocês são muito bons, vocês deveriam ser profissionais, mas nesse país
em que vivemos, estamos cansados de ver rapazes como vocês não terem as
oportunidades certas e se perderem na criminalidade, parabéns mais uma vez e
obrigado por virem, voltem sempre quando puderem para ensinar para os nossos
soldados, como é que se joga, até mais, e juízo.
Eles voltam para
casa no ônibus o pessoal só comentava da cesta que o Tuco tinha feito.
- O Tuco fez uma
cesta espirita. Zoa o Lu.
Todos dão
risada.
- O Veio
Rabugento estava parecendo uma veia de camisola. Responde o Tuco.
Todas riem.
- Pegou a
camisola da Mãe do Juca emprestada. Fala O Tuco rindo.
- Peguei da sua
mãe. Fala o Lu.
- Da minha mãe
não. Responde o Tuco.
O pessoal separa
os dois.
- Para as duas,
daqui a pouco estão saindo no soco. Fala o Juca separando.
- O Ale é doido,
falou que eu era lutador de box para o cara.
- É lógico de
nós você é o que briga melhor, não podia apontar para o Lu, que ele não iria
acreditar e nem para o Baboo, gordo desse jeito,
- EEE. Reclama o
Baboo e eles dão risada.
- É, mas a hora
que ele olhou pra mim, eu pensei agora fudeu, ele vai querer que eu lute com
alguém do grupo dele.
- Eu queria que
ele fizesse isso, por isso te escolhi como exemplo, poruqe você, sabe lutar,
realmente sabe box.
- Eu treino em
casa e com uns amigos que lutam na CMTC, e que são loucos para que eu entre
para academia de box com eles também, estão loucos para m e socar, essa que é a
verdade, mas minha avó não quer que eu lute box, porque ela falou que todos
boxers que ela conheceu ou ouviu falar, fiacam tantã da cabeça.
- É isso é
verdade. Concorda o ale.
- Não vou falar
que também não estava com medo, mas isso desistimula, e ela fala assim: você
tem um rosto tão bonito, vais ficar todo deformado.
- Só a sua avó e
a sua mãe te acham bonito. Fala o Tuco zoando e rindo e a galera ri junto.
Já na rua eles
compram alguma esfihas e se sentam em frente à casa do Lu.
- Vamos jogar
mais um pouco? Pergunta o Juca.
- Vamos, não deu
nem para se cansar, vamos lá no aro brincar mais um pouco.
Assim eles levam
com eles as esfihas e vão até o aro e começam a joga, quem não estava jogando,
estava devorando as esfihas, sentados na calçada assistindo e esperando a vez
deles para jogar.
- Olha quem está
lá na esquina!! Fala o Lu.
Todos olham
assustados e curiosos.
- É o Fuscão.-
- Vai dar susto
em outro Lu, caramba!! Quase me engasguei com a esfiha agora. Fala o Leco.
- Pensei que
fosse o loco do Gentil. Fala o Juca.
O Fuscão se
aproxima da rodinha, ele estava vestido com roupa de futebol.
Eles oferecem esfiha
para ele.
Ele agradece e
pergunta para o Dib.
- E Dib estamos
sem goleiro para agarrar no nosso time, você não quer agarrar no gol para nós
hoje?
- Tem roupa de
goleiro lá?
- Tem sim.
- Vou sim, então
vamos.
O Dib pega mais
uma esfiha se levanta e acompanha o Fuscão até a quadra de futebol de areia. O
Fuscão vai até uma sacola e tira uma camisa de goleiro um short e um par de
luvas de goleiros e dá para o Dib.
Ele pega o
acessório e vai até o vestiário se trocar.
Quando ele
estava voltando para a quadra ele encontra, com aquele ex namorado da Leila,
que era colega dele também, que tinha dito que teria feito amor com ela, só
para fazê-lo sofrer ou estragar o namoro deles, ele se aproxima do sujeito e o
sujeito vem ao seu encontro sorrindo dando a mão para cumprimentar ele.
O Dib não o
cumprimenta e dá um empurrão nele xingando.
- Seu mentiroso!
Por que você mentiu, dizendo que tinha comido ela? - você sabe o quanto isso me
fodeu?
- Eu não disse
que cheguei a comer ela, eu dei a entender que aproveitei dela e só fiquei no
bem bom. O cara fala para um amigo que estava com ele e ri.
O Dib não gosta
dá resposta e dá uma rasteira no sujeito derrubando-o, naquele chão cheio de
pedrinhas.
O amigo do
sujeito ameaça ir para cima do Dib.
O Dib o encara e
manda ele ficar na dele, que a treta não era com ele e dá um chute no sujeito
no chão, mandando ele tirar a jaqueta que estava vestindo. O Ex namorado
resiste em tirar a jaqueta, o Dib dá mais um chute e arranca a jaqueta dele e
diz, essa jaqueta é legal par fazer um grafite nas costas dela.
O pessoal chama
o Dib para jogar, que o jogo já iria começar e já estava atrasado, o jogo
estava valendo um troféu e não era brincadeira.
- Sorte sua que
eu tenho que ir jogar agora, se não você iria apanhar mais.
Ele dá mais um
chute nas costas do cara e entra para a quadra de areia, joga a jaqueta para o
Fuscão segurar para ele se posiciona-se no gol, ainda olha para ver o que o
sujeito estava fazendo.
- Cadê o
sujeito?
Ele tinha
desaparecido, se mandou rapidamente com medo.
O jogo se inicia
e o outro time vem para o ataque com tudo e marca um gol.
O Dib ainda
estava frio e não conseguiu, impedir o gol.
Um pessoal que
assistia ao jogo ofende ele chamando-o de frangueiro.
Ele olha com
raiva para o grupinho e todos se calam.
- Frangueiro é
eu vou mostrar para eles quem é o frangueiro.
E o jogo
continua.
O Dib defende
um, duas, três e quantas mais que fossem chutadas no gol.
Mas o seu time
não fazia nenhum gol.
Até que no
finalzinho do primeiro tempo o seu time marca e empata em 1 a 1.
Os times trocam
de lado dá quadra e o jogo continua.
Eles trocam de
atacante e o Fuscão entra para jogar, fazendo um golaço de fora da área, de
perna esquerda. Ficando 2 a 1, para o time deles.
Passados cinco
minutos eles vão e fazem mais um gol ficando 3 a 1.
O Dib relaxa um
pouco e pensa.
- Eu tenho que
me desculpar com a Leila ela estava falando a verdade mesmo. Puxa a vida eu
quase acredito naquele cara e iria perder o meu amor. E golllll.
- O que
aconteceu, ué quem fez o gol?
O Dib se distraiu
pensando na Leila, que nem vira o atacante do outro chutando. Deixando assim o
jogo a 3 a 2.
- Presta atenção
Dib, está viajando. (Fala o Fuscão).
- Pode deixar,
não vai entrar mais nenhuma bola aqui.
O jogo continua
e o juiz marca um pênalti para o time adversário.
Ele se posiciona
embaixo das traves para tentar defender o pênalti, a torcida adversária estava
atrás dele e fazia pressão. IH vai frangar IH!! Vai frangar!!
E ele pensa: - É
hoje situações de pressão, primeiro foi a cesta de lance livre que tive que
fazer, agora esse pênalti. Ele se concentra como mais cedo na hora do lance
livre, fica parado até o último minuto e não tenta adivinhar o canto, espera o
jogador chutar. A bola é chutada e o goleira continuava parado e no último
minuto ele pula em direção a bola, dá um pechinho e desvia a bola, que ainda
bate na trave e sai.
A torcida vibra,
assim o jogo continua ele fica arrisco como um gato e segura todas as bolas
chutadas para o gol dele até o final do jogo, garantindo a vitória por 3 a 2 e
levando o troféu.
Eles posam para
umas fotos de recordação e vão para o bar comemorar.
O Dib agradece
ao Fuscão e o avisa que tinha que sair e não iria ficar com eles para
comemorar.
A galera o
agradece e comenta. – Goleirão!! Valeu!!
Era exatamente
20:15 horas da noite.
Ele vai até a
casa do Lu, o chama e entra.
- Lu preciso me
desculpar com a Leila.
- Por que?
- Encontrei com
aquele sujeito, que tinha dito que havia comido ela, e era mentira mesmo, eu o
impressionei e ele deixou soltar, que só estava zoando com ela, por vingança,
talvez.
- Eu tinha te
avisado que era mentira, ainda bem que você ainda ficou com ela.
- É, mas mesmo
assim ainda preciso me desculpar; o que eu faço?
- Faz um grafite
perto da casa dela, elogiando-a, tem umas latinhas de sprays aqui em casa, eu
acho que dá para fazer um grafite.
- Beleza, eu vou
até a casa dela falar com ela e já aproveitou, para olhar se tem algum muro
legal, vou tomar banho, para tirar este suor e depois que eu voltar da casa
dela, passo aqui, falô.
Ele toma banho
rapidamente, estava ansioso para ver a Leila, havia descoberto que ela estava
falando a verdade. Se troca e vai.
Chegando na casa
da Leila o pai dela estava jogando baralho no quintal, com mais três caras. O
Dib olha e pensa.
- E agora o que
eu faço, me desculpo e peço para ele chamar ela, ou eu mesmo a chamo.
O cachorro late
para o Dib no portão, chamando a atenção dos homens que jogavam baralho.
O pai olha para
ele e o reconhece e pergunta.
- O que você
quer?
- A Leila se
encontra? ( Ele se faz de educado)
- Não sei .
- Estou sim. Ela
aparece na porta da sala, desmentindo o pai, que provavelmente, não queria
chama-la .
- É aquele seu
namoradinho vagabundo.
Ela não acredita
no que vê sente suas pernas tremerem, mas vai de encontro do Dib no portão.
- Você ficou
louco, vindo aqui?
- Não resisti e
não suportava mais ficar sem te ver.
Ela abre o
portão.
- Me dá um
beijo?
- Não, você é
louco mesmo não está vendo o meu pai ali.
- E daí, na hora
que estiver entretido com o jogo, você me beija.
- Vamos nos
sentar naquele murinho, que está meio escuro e nos ajuda, dificultando que ele
nos veja.
Eles se sentam
em um murinho de relógio d’água bem no canto da parede, dificultando a visão do
pai dela.
Ele a olha de
cima a baixo e diz.
- Nossa você
está irresistível, com essa jardineira de moletom cor-de-rosa, curtinho
mostrando estás coxas grossas, com esses pelinhos loirinhos, nossa dá água na
boca.
- Para com isso,
você está me deixando sem jeito.
- E o meu beijo,
você ainda não deu.
Ela olha para
ver se o pai dela não estava olhando e quando se vira para beija-lo, ele já
estava em cima dela e se beijam desesperados, como se nunca haviam se beijado
antes. Ela quase fica sem fôlego e pede para ele parar.
- Chega! Meu pai
não viu?
- Não, ele não
viu nada, está prestando atenção no jogo.
No momento que
ele acaba de falar, o pai dela dá uma olhadinha, esticando o pescoço, para
tentar vê-los.
Confirma naquele
momento que nada de mais estava acontecendo e continua a jogar.
- Me dá mais um
beijo.
- Rápido, vai
logo.
- Ela o beija e
naquele momento começa a chover, fazendo com que eles parassem de se beijarem e
corressem para dentro do quintal, onde o pai dela jogava baralho. Deixando
assim ele de cara a cara com o pai dela.
A chuva aumenta
de uma certa forma, que estava molhando dentro da garagem, fazendo com que os
homens que jogavam baralho entrassem para dentro da casa e indo jogar baralho
na mesa da cozinha.
E a Leila também
tinha que entrar, por que chovia muito e estava molhando toda a roupa dela e a
dele.
- Eu vou embora
na chuva mesmo, não posso ficar aqui o seu pai não está gostando nada.
Ele vai saindo e
escuta uma voz de homem falar com ele.
- Entra aqui
rapaz espera a chuva passar, vai ficar doente nessa chuva. (era o pai da
Leila).
E sem pensar
duas vezes ele entra, pede licença, (como se fosse educado) e fica de pé
esperando que alguém o mandasse sentar.
- Senta aí no
sofá, assiste um pouco de televisão, em quanto a chuva não passa.
O pai dela vai
para a cozinha para continuar jogar também, mas sempre dando uma olhadinha,
para verificar, se eles não estavam fazendo nada de errado.
E quando perdia,
vinha se sentar no sofá, esperar a próxima rodada.
Em uma dessas
vezes que ele saiu do jogo, a sua irmã entra na sala avisando que tinha um
telefonema para o vizinho que também havia saído do jogo,
o vizinho vai atender a ligação na casa da tia da Leila, depois ele
volta e se senta na sala com eles e começou a fazer alguns comentários.
- Nossa Lelio
como a sua filha é bonita né. Quando eu mudei para cá, eu queria namorar com
ela, mas ela era muito novinha, mas hoje ela já é uma mulher formada, já dá
para namorar com ela. Qualquer dia desses eu vou estar te chamando de sogro, né
sogrão.
Dib escuta
aquilo, sente seu sangue ferver, seus olhos arregalam, louco para dar um soco
na boca daquele trouxa. mas tinha que se conter, por que estava dentro da casa
da Leila.
Ele se contem,
mas por dentro estava se corroendo e não aguentava mais olhar para a
cara daquele otário, ele se levanta e diz.
A chuva diminui
um pouco, vou ficar aqui no quintal, até ela terminar por completo e irei
embora.
Ele sai e fica
no quintal a Leila vem atrás e percebe que ele estava estranho.
- O que foi? O
que você tem? Por que você ficou assim?
- Você não
escutou o que aquele otário falou, só faltou ele te beijar na minha frente.
- Não tem
nada a ver ele falou aquilo brincando.
- Brincando
nada, ele está querendo zoar com a minha cara, eu vou esperar ele sair e vou
dar um pau nele.
- Não faz isso!
por favor ...
- Tá bom, não
vou fazer nada só vou conversar com ele.
E o Dib não fala
mais nenhuma palavra, estava ansioso para que o homem saísse.
O irmão dele sai
primeiro, depois de cinco minutos sai ele.
Quando ele
estava passando entre o Dib e a Leila, o Dib coloca o pé na frente dele para
que ele tropeçasse no pé dele.
O homem tropeça
se desiquilibrando e sai catando cavaco e resmunga.
- Você é louco?
- Você que não
está vendo o meu pé, você é cego?
- O que é que
você quer arranjar confusão? Espera aí, que você vai ver.
O vizinho chama
o pai da Leila.
- Lelio vem aqui
ver o que esse cara quer comigo, espera aí agora você vai ver.
O pai dela sai.
- O que é que
está acontecendo?
A Leila pensa: -
ih agora fudeu de vez.
- Esse namoradinho
da sua filha colocou o pé, para que eu tropeçasse de propósito.
- Coloquei mesmo
você não é homem de ficar falando merda, agora assume os seus atos, não
sabe resolver a sua treta comigo sozinho, tem que chamar os outros.
E o Dib dá um
empurrão no vizinho.
- Eu vou chamar
o meu irmão agora você vai ver, espera ai!
- Chama quem
você quiser, que eu quebrei a sua cara e de quem você mais chamar também.
O homem entra na
casa dele e volta com o irmão.
O Dib sem
hesitar parte para cima dos dois e empurra o vizinho mais uma vez dizendo.
- Você não é
homem sozinho, precisa chamar o irmãozinho, mas pode caminhar os dois, que eu
arrebento vocês dois. (E levanta os pulsos como no boxe)
E quando a briga
iria começar, o pai da Leila entra no meio.
- Parem com
isso! Você vai para lá e vocês dois entram para a casa de vocês.
O vizinho não
gosta muito, mas percebeu que o moleque não era trouxa.
o Dib ainda fala
mais uma vez.
- Você não é
homem? - Você é um rato covarde?
O homem entra
resmungando.
O pai da Leila
se vira para o Dib e diz.
- A chuva parou,
agora você já pode ir embora.
O Dib meio sem
graça se despede e vai saindo, anda alguns metros para a rua e olha para trás.
A Leila estava
olhando-o e manda um beijo para ele e observa que o muro da casa do vizinho que
ele arranjou confusão era perfeito, para fazer um grafite.
- É perfeito
aquele muro eu vou fazer o grafite ali mesmo, vai ter um gostinho especial
fazer naquele muro, vou homenagear a Leila e me vingar daquele otário.
- Mas acho que
estraguei tudo de novo, o que será que o pai dela está pensando de mim.
Enquanto isso na
casa da Leila.
- Leila vai par
o seu quarto que eu quero conversar com a sua mãe.
A Leila sobe
para o quarto dela onde sua irmã estava ouvindo música e que não tinha
percebido nada do que tinha acontecido.
O pai dela
certifica-se de que ela havia subido mesmo, vira para a mulher e diz.
- Você viu o
rapaz é bravo mesmo, é homem, ele encarou os dois irmãos, e estava pronto para
dar porrada nos dois, se eu não os separo; estou começando a gostar deste
rapaz, esse vizinho é folgado mesmo, as vezes passa da conta, pega as minhas
ferramentas emprestados e não devolve, fica fazendo
brincadeira desagradáveis com as nossas filhas, eu
mesmo já estava com raiva dele hoje, porque estava
roubando no jogo e tirando sarro, eu mesmo queria dar umas porradas nele, quase
que eu deixei o rapaz bater nele, só para aliviar a minha raiva.
O Dib chega na
casa do Lu e o chama.
A mãe dele
aparece e manda que ele suba para o quarto do Lu.
- Vamos lá fazer
o grafite eu já sei onde tem um muro perfeito do lado da casa dela, é a casa de
um trouxa, otário eu quase dei umas porradas nele agora.
- Por que?
- Por causa de
uma conversinha que aquele otário, ficou falando para o pai da Leila na minha
frente e me irritou.
- Legal, nós
iremos fazer nesse muro mesmo, caso o cara apareça, a gente dá umas porradas
nele também. (fala o Lu).
- Eu vou chamar
o Thor, para ir com a gente, ele queria fazer um grafite com a gente, vou
aproveitar para chamar ele.
O Dib vai até a
casa do Thor para chama-lo.
E o Lu fica
preparando as coisas, para levarem, ele separa uma lata de látex, algumas
bisnaguinhas coloridas, escolhe os sprays, deixa tudo na garagem, de jeito para
saírem e pensa.
- O que está
faltando?
- Ahh!! O
desenho!!
Ele sobe até o
seu quarto, novamente vai até o guarda-roupas e puxa a última gaveta, onde
haviam diversos desenhos e escolhe um personagem e uma letra, que já estava
separado, onde estava escrito “Amor”.
- Essa letra e
esses personagens são perfeitos.
Quando ele desce
para a garagem. O Dib e o Thor já estavam lá o esperando.
- Pronto Lu, já
estamos prontos.
- Já, mas ainda
é muito cedo, vamos esperar um pouco.
- Cadê o resto
dos caras? (pergunta o Thor)
- O Leco o Juca
e o Ed Jr. saíram juntos, eu acho que forram jogar basquete em um lugar longe e
não chegaram até agora e o Tuco não o chamamos, por que ele vai ficar zoando
com o motivo do grafite. (explica o Lu para o Thor).
- Faltam dez
para meia noite, meia noite e meia nós vamos, ok, (fala o Dib)
- Tudo bem,
enquanto isso vamos comer uns pedaços de pizza, que o meu pai fez.
Eles vão até a
cozinha, onde o Lú tira de dentro do forno do fogão uma forma de pizza e a
coloca em cima da mesa. Quando ele a abre ele estava intáquita ninguém havia
comido.
- Legal.
(exclama o Dib).
- Legal nada,
tem que deixar, para o meu irmão também ele não comeu ainda e deve de estar
para chegar.
Cada um come
dois pedaços e deixam dois pedaços na forma, e o Lu coloca a forma de volta no
forno, para que nem o Dib ou o Thor as comesse aqueles dois pedaços.
- Meia noite e
meia, vamos está na hora. (avisa o Lu).
Cada um pega um
pouco das coisas, dividindo-as para carregarem melhor. O Dib leva o látex, o
Einstein aparece também e leva a caixa de sprays e o Lu leva
a mochila e a pasta de desenho, o Thor leva a escada. Eles vão em
direção a casa da Leila.
Passam pelo beco
da avenida e sobem o escadão que dava quase em frente à casa dela, mas era uma
escada muito grande, com muitos degraus e com os pesos na mão, parecia que a
escada era maior ainda, o Dib reclama.
- Puxa vida,
essa escada nunca me pareceu tão grande como agora, quando eu venho por aqui,
costumo subir correndo-a, mas com essa lata de tinta fica muito difícil, porque
quando eu a comecei carrega-la deveria pesar uns dez quilos, depois de ter
andado até aqui e subir essa escada, está parecendo que tem uns trinta quilos.
Eles chegam no
muro e largam as tranqueiras todas no chão e descansam um pouco, estavam
exaustos com os braços doendo.
- Nossa como os
caras fizeram falta agora, quando a gente vai fazer grafite pela cidade a fora,
nos sempre revezamos um pouco por isso não cansa tanto, para isso que serve uma
equipe. (fala o Lu).
- Vamos começar
logo vai. (fala o Einstein)
O Thor apoia a
escada no muro e o Dib pede para ele ficar olhando da esquina para avisar
quando aparecesse alguém
O Dib desenha o
personagem e o Lu a letra o Einstein vai pintando logo atrás, para
não perder tempo, tudo pintado só faltando o contorno.
O Dib chacoalha
a lata de spray um pouco mais forte, para ter, mais pressão no spray.
É quando uma luz
se acende no quintal da casa. E aparece o vizinho da Leila.
O Dib fala para
ele.
- Sai aqui
agora, vamos resolver aquele assunto.
O sujeito com um
baita medo, volta para dentro da casa e tranca a porta e apaga a luz.
- Ele vai chamar
a polícia. (fala o Einstein).
- Não, não vai
não, ele não tem telefone, ele usa o telefone da Tia da Leila, vamos terminar o
grafite, sossegados.
Eles terminam o
grafite.
- Está faltando
alguma coisa, uma dedicação. (fala o Dib).
- É mesmo. (fala
o Einstein)
- Eu vou
escrever aqui nessa nuvenzinha, “Dedicado as pessoas que nós amamos.”. (Fala o
Lu).
- Isso mesmo Lu,
legal está frase. (Fala o Dib)
O Lu escreve a
frase e quando termina, vinha vindo um sujeito, no escuro.
- Tinha que ser
vocês mesmo!!
Era um amigo
dele, que os deixou assustados.
- Ficou legal.
- Você nos deu
um susto. (fala o Dib).
- Não tive a
intenção estou voltando do trabalho e passo por aqui sempre a essa hora.
- Você nunca foi
assaltado não? (pergunta o Thor)
- Já fui algumas
vezes e fiquei aliviado, quando vi que eram vocês, por que eu também me
assustei, pensado que fossem ladrões, ainda bem que não era, assim eu vou
chegar em casa são e salvo e dormi tranquilo, falou, falou, ficou muito bonito
este grafite.
Eles balançam as
cabeças e olham o sujeito ir embora.
- É ficou legal
vamos ajuntar as coisas e sair fora· Agora ficou tudo mais leve, acabamos com
alguns sprays e látex, agora para descer está escada é muito mais fácil, por
que para descer todo santo ajuda.
E como estava
mais leve as coisas para carregarem eles chegam rápido na casa do Lu e largam
as coisas no canto da garagem no mesmo instante aparecem o Leco o Tuco, Juca e
o Ed jr.
- Onde vocês
estavam? (pergunta o Leco)
- Estávamos fazendo
um grafite do lado da casa da mina que o Dib está ficando. (fala o Lu)
- Porra!! Nem
chama. (fala o Tuco)
Como não chama,
vocês sumiram, você foi atrás da sólida e sumiu, não voltou mais, ficamos
esperando vocês, mas foi de última hora, fizemos no muro da casa de um cara que
levou uma com o Dib, foi de última hora, até o Thor foi com a gente. (Fala o
Lu).
- O que vocês
fizeram? (pergunta o Juca)
- Fizemos um
persona e uma letra escrito “Amor”. (diz o Dib)
- Hum, Amooorrr.
(zoa o Tuco).
- Porque vocês
estão sujos assim? (pergunta o Lu)
- Eu
estava esquecendo, vim atrás de vocês, porque achamos uma
construção na avenida que está cheia de madeirite e vim
chamar você para ajudar a carregar. (Fala o Leco)
- Putz!! Legal
(Exclama o Lu)
- Vamos lá, nós
estamos pegando e carregando até o terreno da minha tia, onde eu morava. (fala
o Leco)
E todos vão até
a construção, onde está uma escuridão.
O Lu cai dentro
de uma vala e todos gargalham de tanta risada.
- Porra nem
avisa, ajuda ai!! (Reclama o Lu).
O pessoal o
ajuda e o Leco ensina o caminha para ele não se machucar.
Eles chegam em
uma garagem dentro da construção, onde estavam ali empilhados os madeirites,
cada uma pega um equilibram na cabeça e carregam um por, saem na avenida e
entram na velinha carregando até o terreno onde o Leco e o Tuco moravam, e
voltam nesse percurso mais duas vezes cada um.
- Pronto acho
que já está bom, dá para construir um Mini rampa legal. (Fala o Lu.
- Verdade. fala
o Leco
- Acho que dá
para construir um Half. (fala o Dib).
- AAA!! Lá vem
você. Exclama o Tuco
- Nós vamos
andar de skate, você não vai andar de bike, porque vai destruir tudo. (fala o
Lu).
-Vou sim e a
transição vai ter 90º, para poder varar. (fala o Dib)
- Não nos vamos
fazer baixinho com 45º, porque eu quero dropar, Fala o Tuco.
Você perdeu, 5
contra um, bike não vai andar no Ramp.
- E Patins pode?
(Pergunta o Thor).
Todo mundo olha
para ele e dão risada.
- Patins é
neutro, pode sim. Eu também ando de bike e sei que realmente
destrói. fala o Leco.
Tá, tá bom,
amanhã a gente decide o que faz, hoje já está tarde, já está quase amanhecendo.
(Fala o Juca).
E cada um vai
para a sua casa.
O Dib, chega na
sua casa e estavam todos acordados ainda.
- Oi vocês já
acordaram ou nem dormiram ainda?
- Nem dormimos,
não dormimos ainda. Responde a Tia dele.
- Foi outra
noite daquelas quem casa quer casa. (responde a sua avó)
A casa estava
uma bagunça, havia caco de vidro quebrado para todo lado.
- O que será que
ele roubou para vender agora? (Pergunta o Dib)
-Não sei, acho
melhor você dar uma olhada nas suas coisas, onde a fumaça a fogo. (Fala a avó)
Ele sobe no
quarto e verifica o que estava faltando.
- A bicicleta
está aqui, porque está no cadeado, o meu tênis também, o rádio já foi ontem de
ontem, o meu skate. AHH!! Droga!!!
O Dib grita. Ele
pegou o meu skate, cadê ele?
Ele está lá no
fundo, está muito doido, está pior do que de costume. (fala a tia dele.
O Dib vai até o
fundo, e o avista através da porta de vidro, dentro do quartinho que o tio dele
usava como atelier para fazer molde de sapato, ele estava com um lata grande de
cola na mão e discutia com ele mesmo, fazendo assim: Ele pegava a lata de cola
no colo, dava uma cheirada, colocava no chão, se levantava e apontava o dedo
para o outro lado, brigava , xingava, dizia que iria bater, ai de repente ele
mudava de lado e se fazia de coitado, dizendo que estava com medo, dizendo :
“Não de repente faz isso comigo, eu não fiz por querer, por favor me
perdoa”, ai ele mudava de lado pegava a lata de cola cheirava de novo coloca no
chão e continuava a brigar dizendo: “Não! Você é um mentiroso, safado sem
vergonha, vagabundo e merece morrer, merece apanhar muito, você tem que pagar”,
aí ele mudava de lado novamente deixando a lata no chão e dizendo ajoelhado,
juntando as duas mãos, implorando: “Não! Por favor eu não fiz nada, sou
inocente, não me machuca, por favor!” Aí ele voltava para o outro lado, pegava
a lata de cola cheirava, colocava no chão e gritava: “Não você tem que morrer,
safado, sem vergonha, você não presta para nada” e ficou assim por um bom
tempo, repetindo aquela cena patética e o Dib pensa.
- É nem adianta
querer brigar hoje com ele, bater, xingar, ele está muito louco, é a mesma
coisa que falar com uma pedra.
O Dib entra e
fala para a tia dele. - É realmente hoje ele está alucinado, está maluco, o que
ele usou?
- Ele tomou uma
garrafa de pinga, com os remédios da sua avó, aí eu acho que ele perdeu o
controle e foi a hora que ele pegou o seu skate e foi trocar por droga, ele
voltou e aplicou a droga, depois fez todo esse ali e foi lá para quartinho e
ficou lá cheirando cola. Fala a tia dele
- Não sei como
ele não tem uma overdose ou um treco e morre, já está tão acostumado que mesmo
quando tem overdose ele volta mais forte e nervoso, nem isso o derruba mais.
Fala o Dib.
A Tia dele
balança a cabeça em sinal de reprovação.
- Deixa eu ir
dormir que não tem o que fazer.
O Dib sobe
tranca a porta, onde seu pai já dormia, com o radinho de pilha ligado, dormia
agarrado ao radinho para o sobrinho dele não roubar, mas quem iria querer um
radinho de pilha veio daquele, mas para ele não importava, se aquele radio
tinha muito valor ou não e dormia como se nada tivesse acontecido, ele se deita
e pensa. –É agora não tenho mais skate, vou ter que andar de bike na
rampa, vou ter que convencer a galera.
A rampa tem que
ter 90º, tem que ser um Half, miniranp é muito chato, ficar fazendo só manobra
de borda, tem que ser um Half grita o Dib.
- Não, tem que
ser um miniranp com 45º. Grita o Lu.
- Ah é! então
vamos ver, o Dib coloca uma viga de madeira bem alta e começa pregar os apoios.
– O que você está fazendo? pergunta o Lu.
- Estou fazendo
uma transição de 90º. Explica o Dib
- Você é
teimoso, eu vou esperar o resto dos caras chegar para me ajudar a te convencer,
ou quer saber, quer fazer assim, faça sozinho que eu vou embora, teimoso, vou
lá para casa preparar o som para a festa de hoje à noite e já vou deixar as
pingas no esquema, para a entrada das pessoas (fala o Lu)
O Lu pula o muro
e vai embora, de repente ele escuta alguém pulando o muro de volta e diz.
- Já voltou? Mas
quando ele olha era o Thor que estava chegando.
- Opa!! Beleza
me ajuda aqui, que o cabeção do Lu, não quer fazer comigo.
- E o resto dos
caras? (pergunta o Thor)
Eles não
chegaram ainda. responde o Dib
- Beleza! (vamos
lá)
Eles trabalham
duro, chama a molecada da rua para ajudar e serram, martelam, pregam e a rampa
começa a ter uma forma.
- Deixa eu
testar. (Fala o Dib)
- Mas ainda não
tem copem, você vai se machucar. (Fala o Thor)
- Não, eu vou só
testar baixinho não vou se arriscar não.
O Dib sobe com a
bicicleta na pista e começa halfar para pegar embalo, a pista faz alguns
estalos, mas continua firme e forte, ele começa a dar pequenos aéreos de 180º e
vai se empolgando até uma parte da rampa afundar, ele faz cair ele rola e se
levanta dando risada, no momento que um dos moleques da rua sobe no muro e
chama ele.
- E Dib tem uma
mina aqui fora querendo falar com você. Diz o Titi.
O Dib sobe no
muro para ver quem era.
- OI!!! Era a
Leila.
- Eu dei uma
escapada e vim te ver e agradecer o grafite que vocês fizeram, vocês são fogo,
o vizinho estava logo cedo enchendo o saco do meu pai, que mandou ele a merda,
meu pai já estava entalado com ele faz tempo, foi muito legal o meu pai adorou
e eu adorei a frase: “Dedicado as pessoas que nos amam”, amei.
- Legal, calma
aí, só vou pegar a minha bicicleta e a gente conversa.
- E Thor você
vai ficar aí?
- Sim. Responde
ele.
- Você espera os
caras chegar, ou o cabeção do Lu voltar, para não deixar as ferramentas do pai
dele jogadas aí?
- Eu espero sim,
vai lá. Responde o Thor.
O Dib passa a
bicicleta por cima do muro a Leila o ajuda, ele pula e dá um beijo nela.
- Você já
almoçou? (pergunta ele)
- Não acordei
tarde. Responde ela
Vamos lá em casa
comer alguma coisa estou morrendo de fome.
Ele entra na
sala e já sente o cheiro de pão.
- Hum, a minha
vó está fazendo pão.
- Nossa que
cheiro bom. Fala a Leila.
O Seu pai estava
sentado em um poltrona na sala, onde assistia a um jogo de futebol na televisão
e escutava no rádio ao mesmo tempo, anotando números para depois fazer uma
fezinha no jogo do bicho.
Eles entram a
Leila o cumprimenta, que só balança a cabeça, para não perder nenhum detalhe do
jogo, mas resmunga algo. Cada cabeça uma sentença, hoje vai dar Touro na
cabeça.
A Leila olha
para o Dib querendo entender e os dois dão de ombro.
O Dib encosta a
bicicleta na escada e ele vão até a cozinha.
A Leila
cumprimenta a avó do Dib.
- Oi que bom que
vocês chegaram, estou fazendo pão caseiro, ou você vai querer almoçar, eu fiz
macarrão e frango, de grão em grão a galinha enche o papo.
- Não eu quero
bife de pão, a senhora faz para mim.
- Bife de pão?
Estranha a Leila.
A avó do Dib e
ele dão risadas.
- É assim que eu
chamo a massa frita do pão, quer ver deixa eu te mostrar, Vó a senhora separou
um pedaço da massa para fazer o bife de pão?
A sua avó
levanta um guardanapo de uma forma e diz.
- Você está
falando disso? Apressado come cru.
O Dib olha na
forma e chama a Leila para ver.
- Olha aqui,
está vendo, é parecido com a massa de pizza, só que é frito, é uma Fogaça, a
minha vó recheia com queijo ou faz sem nada, só com uma pitada de sal, deixa
ela fazer, que você vai experimentar, você vai fazer agora, você faz para mim
vó?
- Sim é lógico,
é o mínimo que eu posso fazer por você, para te agradar depois do que você tem
passado com o seu primo aqui em casa, esses dias, amigos, amigos, negócios à
parte.
Ele dá um beijo
na avó e diz.
- Por falar
nisso, deixa eu ir guardar a bicicleta lá em cima com cadeado.
A Leila vai com
ele e eles sobem a escada, o Dib carregando a bicicleta e a Leila atras, o pai
dele nem repara que eles passaram, já no quarto ele pendura a bicicleta e
coloca o cadeado e fecha a porta do quarto, já agarrando a Leila.
- Cheiro melhor
do que o pão da minha avó, só o seu.
Eles se beijam e
as coisas ficam quente eles se empolgam, mas ela o interrompe e diz.
- E o
seu pai na sala?
- Nem esquenta,
enquanto o Corinthians estiver jogando, mais nada no mundo existe, pode cair
uma bomba que ele não sai do lugar.
- Mas e a sua
avó, ela sabe que estamos aqui.
- Você viu ela
está ocupada com o pão, nós temos 45 minutos que é o primeiro tempo de uma
partida de futebol.
Ela ri e se
entrega, e eles se amam naquela tarde de domingo.
A sua avó avisa
que o pão estava pronto e eles descem para comer.
Experimenta Leila!
(diz o Dib)
- Hum que
delícia!!
Agora come um
pedaço do pão e passa um pouquinho de manteiga e veja como a manteiga derrete e
penetra nesse pão quentinho, que chega até a sumir!
Uau, muito bom.
Ela vira para o Dib e diz. – Eu estava morrendo de fome depois da nossa
brincadeira. Eles dão risadas.
- O que vocês
estão rindo? Cachorro que late não morde. Pergunta a avó dele embrulhando um
pão em um guardanapo terminando a frase com um proverbio.
- Nada. Diz ele
Eles comem e ela
a diz. – Eu não aguento mais, estou satisfeita.
Eu também. Diz
ele.
A sua Avó avisa.
Eu vou lá na Norma levar um pão para ela e não demoro, um olho no gato o outro
no peixe.
Ela vai saindo
pela sala e avisa o Pai do Dib.
- Escutou? Eu
vou lá na Norma, esse olho é irmão desse. Ela fala isso apontando para o olho
direito e depois para o esquerdo.
- Tá, tá bom,
vai começar o segundo tempo, caiu na rede é peixe.
A sua avó dá de
ombros e sai, o Dib chega perto do ouvido dá Leila e diz.
- Vamos para o
nosso segundo tempo?
Ela olha para ele
e ri, eles sobem para o quarto e o Dib brinca com ela.
- Agora eu vou
te comer, igual eu comi o pão da minha avó vou passar manteiga nesse corpo
quentinho deixar derreter e vou lamber você todinha, para penetrar bem
devagarzinho, beliscar e mordiscar as suas orelhas aos pedacinhos. Ela morde os
lábios e fecha os olhos, ele a beija e a deita fazendo amor bem devagarzinho do
jeito que falou, que iria fazer.
Assim o tempo
passa e depois de namorarem a tarde toda ela pede para ele.
- Me leva
embora? - Para não abusar e a minha mãe brigar comigo.
- Levo.
Eles se trocam e
no portão ele fala.
- Vamos por
aqui, que eu quero ver se os caras estão fazendo a pista ainda.
Eles descem a
rua até o terreno onde o Leco morava, o Dib sobe no muro e de dentro do terreno
acontece uma gritaria.
- E Homem
árvore, você conseguiu quebrou um pedaço da rampa em. (diz o Leco)
- E Tourinho vem
ajudar agora! (Fala o Juca)
- Nós tiramos o
que você fez, e vamos fazer o miniranp e não adianta reclamar. (fala o Lu)
- Vem ajudar o
Raurio! (Fala o Tuco)
O Ed e o Thor
estavam do outro lado só rindo.
- Já venho
ajudar, só vou levar a minha mina na casa dela. Ele fala isso e pisca para
ela.
E o pessoal lá
de dentro grita. – Vai mulherar!!
- Dominado!!
Ele dá de ombros
e desce do muro enquanto pessoal continuava a zoar.
- Pronto vamos!
Ele pega na mão dela e vai em direção a viela, o pessoal sobe no muro e
continua a zoar, eles olham para traz e estava todo mundo no muro zoando, eles
dão de ombros e continuam andando.
Eles caminham
até a casa da Leila, ele a deixa no portão, dá um beijo nela e diz.
- Não esquece dá
festa de hoje à noite.
E antes de ir
embora, ele dá uma verificada no grafite e de longe mexe os lábios dizendo para
ela “Dedicado as pessoas que nos amam” Ela ri e entra, ele desce o escadão
saltitante como uma perereca e vai até a pista no terreno.
- Agora que você
chega, que quase terminamos. (Fala o Tuco)
- Boa parte eu
já tinha adiantado para vocês sozinho, sozinho não, o Thor me ajudou.
- É, mas nós
tivemos que mudar o que você fez, para conseguir fazer um miniranp descente,
com copem e tudo e além de preparar tudo para festa também. (Fala o LU)
- Aí é com você,
quem mandou mudar para um miniranp e para festa não tem muito o que fazer, é só
ligar o som e deixar rolar. Fala o Dib.
- Não é só isso
não, nós tivemos que colocar a lona e arrumar copinhos para servir a pinga, e
tem mais você não vai andar de bike não, você vai quebrar a rampa. (fala o ED)
- Então eu não
vou andar de nada, porque o meu primo pegou o meu skate e trocou por droga.
Fala o dib.
E todos xingam
principalmente o Tuco.
- Vamos dar um
pau naquele filho da Puta. (Fala o Tuco)
- Calma Tucão,
veja como são as coisas, eu tinha um skate, mas não tinha a rampa para andar,
agora nós temos a rampa e eu não tenho mais o skate, sabe porquê?
O amigo estranha
aquela conversa e responde.
-Não, porque?
- Porque aqui se
faz aqui se paga. Fala o Dib.
- Aqui se faz,
aqui se paga? - O que tem isso haver com o seu skate?
- Nós não
roubamos esses madeirites?
- Roubamos e
daí?
- Daí, que vai
fazer falta para alguém, nos lesamos alguém e sendo assim: “Aqui se faz, aqui
se paga”.
- Tá entendi, se
você está falando tudo isso, só para gente deixar você andar com a
bike no miniranp, você me convenceu, por mim você pode andar a vontade e se quiser
usar esse skate velho aqui também pode ficar para você , esse o seu primo não
vai conseguir vender, o shape está no osso e as rodinhas também, se ele
conseguir trocar por droga, vai ser por uma droga muito barata, mas para andar
na pista acho que não vai render muito não, as rodinhas estão quadradas, porque
fiz muito Dowhill com elas por isso eu acho melhor você andar de bike no
miniramp mesmo, ou então você vai ter que fazer igual nos fazíamos antes,
desmontar um patins e pegar os truks do patins e fazer um shape de madeira
rígida, ou fazer com roda de rolimã, lembra disso? O Tuco diz isso
olhando para o resto do pessoal, que também consentiram, o Lu não gostou muito,
mas não falou nada e ficou quieto.
- Vem nos ajudar
a terminar, só faltam alguns detalhes e já vamos poder andar. O Dib pula o muro
e ajuda os amigos a terminarem, faltava encaixar o ultimo madeirite e colocar o
cano do copem.
- Nada como um
bom trabalho de equipe. (fala o Leco)
O pessoal dá
risada.
- Terminamos e
eu sou o primeiro a estrear. Grita o Lu já pegando o skate dele e colocando na
borda para dropar.
Ele dropa e
todos ficam olhando, ele faz algumas manobras de base na borda e para de esta,
pega o skate na mão e grita.
- Essa rampa
está foda, está parecendo a Animal Chin, está perfeita, ficou muito boa, está
aparecendo aquela rampinha de rua que nos tinhas, que tinha a transição
perfeita, que vinha gente de tudo quanto é canto andar com a gente, veio o Ari
Bassom, o Barneiro, O pinguim, lembram disso, que o Pinguim varou a rampa tão
alto que quase encostou no fio da casa da dona rosinha.
- Tá, tá bom,
deixa eu andar também. Fala Tuco colocando o skate no meio do flat da rampa
pegando embalo com o pé, e pega embalo dando 180º na transição e se diverte e
foi assim um por um, o Thor anda com o seus Patins, faz algumas manobras, o
pessoal elogia e também aprovam.
- Pronto agora
só falta a minha aprovação, vou buscar a minha Bike e já volto. Fala o Dib. Ele
sobe a rua para buscar a sua bicicleta e chegando na sua casa, quando ele entra
na sala, o seu pai estava na poltrona do mesmo jeito, de quando ele saiu e o
seu primo estava sentado no sofá maior ele olha para o seu primo e tenta subir
direto para o quarto para pegar a sua bicicleta, mas o seu primo o chama, ele
para no segundo degrau da escada e pensa. - Lá vem a mesma desculpa de sempre.
- Eu queria me
desculpar com você eu vou te devolver tudo o que peguei de você, eu estou vendo
um emprego de Segurança em uma casa de Stripes em Santana, se eu conseguir esse
emprego, assim que eu conseguir um dinheiro, eu te pago, falô.
- Stripes ou
puteiro? Fala o Dib.
- É puteiro, é
que casa de Show é mais chique. Fala o Primo e rindo com um sorriso faltando um
dente.
- Não esquenta
“aqui se faz, aqui se paga”, o que eu não quero para mim, não faço para os
outros. – E por falar nisso eu ganhei esse skate velho, acho que esse você não
vai conseguir vender, é o resto de um skate. Ele fala isso e joga debaixo da
escada. E o seu primo não entende nada.
Ele pega a
bicicleta e desse rápido, pede para alguém o ajudar passar a bicicleta por cima
do muro, ele pega a bike e entra no miniramp, vai devagar no começo, para
testar a rampa e com medo de quebra-la, depois que ele pegou confiança ele se
arrisca um pouco mais, com algumas manobras de base, alguns 180º e manda um
360º parando no copem, o pessoal solta um “HU rápido!! Mas ele não tem muito o
que fazer e comenta com o Lu.
- É
chato tem que ser muito técnico, só manobra de base, eu queria tentar aprender
dar um back flip igual o que vi no filme “Jhony O Fera do BMX” mas acho que
aqui não dá para fazer, quem sabe um dia.
E eles ficam ali
aproveitando a rampa até todos cansarem de andar e se sentam no copem, alguns
deitam e ficam ali admirando a rampa e o céu.
E o Lu tem uma
ideia.
- Vamos grafitar
a rampa. Todos gostam da ideia.
Vamos lá em casa
comigo buscar as tintas.
Alguns deles vão
até a casa do Lú e outros ficam cuidando dos Skates e da Bicicleta, depois
voltam com as tintas e uma folha com uma letra escrito “Master”.
Eles começam a
pintar a rampa e esquecem da vida, se empolgam e grafitam toda a rampa,
colocando o nome de todos eles.
Depois disso
eles vão para a festa, já haviam algumas pessoas na rua, eles estranham aquele
movimento já tão cedo, cumprimentam as pessoas que estava já ali.
- Já que já tem
gente chegando, vamos ligar o som e já deixar a festa rolar. (Fala o LU).
Ele liga o som
em quatro caixas acústicas, no último volume e deixam a festa rolar.
Não parava de
chegar gente e a casa do Lu estava lotada, não cabia mais ninguém, ninguém mais
conseguia subir ou descer pela escada e quando eles olham pela laje, a rua toda
estava tomada de gente de ponta a ponta.
- Vichi, quanta
gente. Fala o Juca.
- A minha mãe
vai me matar, as pessoas, já estão entrando dentro de casa.
- Caracas é
muita gente, deve de ter umas 500 pessoas juntando tudo aqui e o pessoal que
está curtindo a festa da rua. Fala o Ed.
E no meio
daquela multidão o Dib procurava a Leila de cima da laje ele a avista, mas com
o som alta ela não o escuta, ele tenta descer as escadas. Mas não consegue,
então ele pula o beiral da escada e vai pelo quarto do Lu, quando ele abre a
porta, estava a Vaninha brava de um lado e o Lu do outro, os dois olham para
ele, o Dib percebe que tinha algo errado ali e pergunta.
- O que foi que
aconteceu?
- Esse rabugento
do seu amigo, está cismando com a minha roupa, dizendo que é muito curta. Fala
a Vaninha.
- E é mesmo.
Fala o Lu gritando.
- Ah não aguento
mais esse seu amigo ele é muito chato, parece um velho. Fala a Vaninha.
- Chato e veio
é, você vai ver quem é chato e veio. Grita o Lu.
E os dois
começam a discutir, o Dib percebe que a coisa estava feia e vai saindo de
fininha e desce pela escada da sala, sai pelo corredor da cozinha, que estava
lotado de gente, ele sai na rua esbarrando em todo mundo que estava no seu
caminho tentando chegar onde a Leila estava. Ele consegue chegar nela e dá um
beijão nela, a Leila estava com a prima dela, com a sua irmã e mais uma amiga,
o Dib cumprimenta todo mundo e fica ali com elas e diz.
- Se vocês
quiserem dançar vão ter que encarar uma avalanche de gente e se conseguir é vão
ter que dançar sem sair do lugar. Elas dão risadas.
O Dib fica ali
com elas, que simulam passinhos de dança ali mesmo no meio da rua, onde já
havia uma galera dançando.
Não demora muito
e devido a quantidade de gente aglomerado, carro e moto passando no meio da
multidão, os vizinhos começavam a reclamar e chamam a polícia, e as confusões
também começavam a acontecer. Começou com uma briga na escada, alguém queria
sair e o polícia outro queria subir e não se entenderam e começaram a sair na
porrada, depois foi na rua mesmo, um carro quase passou no pé de um cara, que
deu vários socos na lataria do carro e havia um cara discutindo com uns caras
de moto. – É o Leco discutindo com o Lê. O Dib corre para ajudar o amigo e
grita o Tuco, mas com o som alto ele não escuta e também não iria conseguir
descer a tempo. O Lê percebendo o Dib chegando ele acelera a moto e foge o Leco
tenta segura-lo pela jaqueta, mas ele tira a jaqueta e foge, o Leco fica com a
jaqueta na mão.
- Bom pelo menos
eu ganhei uma jaqueta.
- Deixa eu ver,
dá para fazer um grafite na costa dela, beleza, pelo menos não saiu de mão
abanando. Assim que o Dib termina a frase, aparece um carro de polícia pedindo
para baixar o som e terminar com aquela festa porque os vizinhos estavam
reclamando, vários vizinhos ligaram para a polícia reclamando e assim a festa
foi encerrada e as pessoas estavam indo embora, parecia a saída de um estádio
de futebol.
O Dib corre até
onde a Leila estava e ela diz.
- Também tenho
que ir embora com elas, não posso ficar se eu chegar em casa sem a minha irmã,
vai ser uma briga. O Dib concorda dá um beijo nela e se despede das meninas.
- E Leco nós
vamos ter que ir trampar amanhã, e vamos ter que acordar cedo, quero dormir um
pouco pelos mesmos, a manhã a gente ajuda o Lu a limpar essa bagunça, o que
você acha? (fala o Dib).
- Beleza só vou
avisar ele. fala o Leco.
O Lu reclama
para caramba, mas o Leco dá de ombros e vai embora.
Dib caminha até
a sua casa, as luzes estavam todas acesas, a porta estava aberta, ele entra a
casa estava uma bagunça, ele vai até a cozinha e do vitrô ele avista a sua avó,
a tia, o pai e três pessoas diferentes, ele acha estranho e vai na direção
deles.
- O que está
acontecendo? Pergunta ele.
A sua Tia e a
sua avó.
- Graças a Deus
você chegou! Grita sua tia.
- Aleluia,
devagar com o andor que o Santo é de barro. Diz a avó.
- O que está
acontecendo? Pergunta ele novamente.
- O seu primo
está tendo um treco. Diz a Avó.
- Não é treco
não é uma overdose. Diz a tia.
Ele entra no
quarto haviam duas moças uma nua e a outra quase nua, um travesti e o seu primo
estava em cima de um colchão, em uma pequena mesa haviam, garrafas de bebidas,
papelotes de cocaína e Heroína, no chão havia uma seringa e uma colher que ele
havia acabado de usar, caídos no chão no chão, o primo estava se contorcendo
todo, os olhos estavam virados, dizendo palavras sem conexos, ele examina o
primo se vira para as pessoas que estavam ali e diz.
- É só uma
overdose normal, daqui a pouco ele vai volta ao normal, normalmente numas ele
vai voltar muito nervoso, por isso eu acho bom vocês não estarem aqui a hora
que ele voltar ao normal, melhor vocês irem embora.
- Nós não temos
para onde ir, nós demos uma parte do nosso dinheiro para ele, para podermos
dormir aqui e se alimentar. Diz uma moça que estava no canto do quarto, ela era
linda, ela tinha um longo cabelo preto, olhos negros, estava só de calcinha
preta e cobria os seios com as mãos.
- Ele comprou
comida e bebidas para nós e o resto ele comprou em droga, acho que ele
exagerou, comprou muita droga e a consumiu sem parar, cheirou, aplicou, fumou e
bebeu, e parece que recebeu um santo, um não, vários, começou a falar como um
velho e depois como uma mulher acho que era a pomba gira e por fim uma voz
tenebrosa que deu medo, que não quero nem produzir o nome que eu acho que era.
Diz a outra moça que estava atrás do travesti totalmente nua, cobrindo as
partes intimas com uma das mãos e outro cobrindo os seios.
- Ai! Eu estou
toda nervosa, não sei o que dizer, de repente ele começou a se contorcer, e
dizer essas coisas e foi se contorcendo todo e ficou assim, eu gritei socorro e
essas senhoras apareceram e agora você, o que a gente faz agora? Não é melhor
chamar uma ambulância? Pergunta o travesti.
- Não, não chama
não, senão você vai ter que se explicar para a polícia depois e podem se
prejudicar. Fala o Dib examinando todo o quartinho onde o seu tio até um tempo
atrás produzia sapatos, estava mudado, o seu primo havia colocado uma parte das
coisas do tio em um canto e o restante estava no quintal, ele olha para as
moças e para o moço e diz.
- Se vocês
quiserem ficar aqui problema de vocês, você é grande e acho que vai conseguir
segurar ele quando ele voltar ao normal, vamos ter que esperar.
O primo para de
se debater.
- Pronto ele
parou de se debater, agora ele vai relaxar um pouco e quando esse efeito passar
ele vai querer mais e é aí que mora o perigo, essa hora que ele fica violento,
cuidado.
Ele avisa e vai
saindo do quartinho levando com ele a avó e a tia, chegando na cozinha da casa
principal ele pergunta.
- Quem são essas
pessoas tia?
- São as putas
lá do puteiro que ele está trabalhando de segurança. Diz a tia.
- Isso é uma
pouca vergonha, Casa da mãe joana mesmo. Diaz a Avó.
- Calma mãe, a
senhora fica nervosa e só piora as coisas, deixa eu contar o que aconteceu,
como eu estava falando, ele chegou com essas moças com umas sacolas de comida e
bebida e falou que iria morar no quartinho do fundo, foi lá e tirou um monte de
coisa, as moças o ajudaram, ele pegou o meu colchão de casal levou para lá e
deixou o dele de solteiro para mim, por isso está essa bagunça, depois que ele
fez isso ele deixou as moças e aquele rapaz vestido de mulher e saiu para
buscar droga, quando ele voltou, eles fizeram uma festa o vizinho do fundo até
veio reclamar do barulho, mas eles continuaram a bagunça, uma gritaria e
risadas, até que se fez silêncio e nós escutamos o grito de socorro, que
parecia um grito de terror e você chegou logo atrás.
Ele balança a
cabeça e diz.
- Casa da mãe
Joana é pouco Vó, virou um puteiro mesmo, só faltou a jogatina, sexo, drogas e
malandragem. Ele diz isso e vai andando até o banheiro, ele se lava rapidamente
na pia do banheiro, só para limpar as tintas das mãos e algumas partes onde se
sujou de tinta do grafite da miniramp e desmaia no sofá mesmo.
Estava sonhando
que ele e a Leila caminhavam em uma praia deserta, ela o chamava e ria e corria
pela praia sorrindo, chutando água nele e veio uma onda grande e forte e o
quase afogou, ele acorda tossindo a sua avó havia jogado uma caneca de água na
cara dele gritando. más já meu, parece que acabei de deitar, caramba não dormi
nada. Mas tudo bem, pela Leila vale a pena essa dedicação pelo amor, vai valer
a pena esse sacrifício.
- Acorda, que
agora a Porca torceu o rabo.
- Hã? Ele estava
meio desorientado.
Havia uma
gritaria no fundo do quintal o seu primo estava agredindo as putas o Travesti
tentava se defender e correu em direção a cozinha.
O Dib se
levantou e correu para acudir as moças, o seu primo vendo ele diz.
- O que foi, vai
me bater de novo, vai me encarar então vem.
Antes que o
primo terminasse a frase, o dib começa a socá-lo, o primo tenta fugir e corre
para o quintal, o dib lhe dá uma voadora ele cai e, mas se levanta e eles
trocam socos entre eles a tia e avó tentam separar os dois, o primo aproveita a
intromissão da mãe e da avó, corre até a cozinha e apanha uma faca da gaveta do
armário e volta para tentar acertar o primo, O Dib pega uma vassoura e se
defende dando vassouradas no primo, que com um golpe acerta a mão do Dib que
corre pelo corredor em sentido a rua, o primo veem atrás, chegando na rua O Dib
apanha algumas pedras do buraco que havia no asfalto e atira no primo que corre
para o quartinho.
O Dib entra na
sala onde estavam a sua tia a sua avó e o travesti.
- Cadê ele?
Pergunta ele.
- Ele entrou lá
no quarto dos fundos. Diz o Travesti.
Faz se silêncio
por um tempo, o primo consome o restante da droga e dessa vez devido a menor
quantidade ele tem outra reação, a reação de que estavam lhe percutindo, o
primo sai do quartinho, colocando o dedo na boca e dizendo:
- Shiii! Eles
estão aí fora, vocês me entregaram para eles, eles vão me matar.
O primo diz isso
e corre em direção a cozinha passando por todo mundo, derrubando a sua mãe com
o encontrão, olha para a mãe no chão com os olhos vidrados, olha para o primo
com medo e faz com o dedo na boca.
- Shiii, não me
bate e não me entrega, eles estão chegando. Ele diz isso e corre para a sala e
sobe as escadas.
Da cozinha se
ouve um grande barulho e depois barulho de água cair no chão do banheiro de
cima.
O travesti
estava assustado olha para o Dib e pergunta.
- O que foi
isso?
- Isso foi
paranoia, a verdadeira paranoia, quando não dá overdose ele fica
Assim, dizendo
que está sendo prosseguido, que vão mata-lo.
- Já estamos
acostumados com isso, é esse inferno quase toda a noite, as paredes do banheiro
de cima estão todas marcada de pé, de tanto ele subir para a caixa d’água, o
telhado e o estuque da casa já estão todo destruídos, já não sabemos mais o que
fazer, quem com ferro fere, com ferro será ferido. Explica a avó para o rapaz.
- Como
vocês conseguem conviver com isso? Eu que achava que a minha vida era ruim,
agora percebo que estou no paraíso. Diz o Rapaz.
Uma das moças
grita.
- Me ajudem
aqui, acho que ele quebrou o braço dela. Diz a moça de cabelo preto.
Eles vão até o
quartinho a moça ruiva estava no chão, totalmente nua, agora sem poder esconder
as suas genitálias, que estava totalmente exposta, mostrando a verdadeira cor
dos seus pelos pubianos, que não eram ruivos igual o cabelo, sem poder se
cobrir com as mãos, devido estar segurando o seu braço machucado, que estava
cheio de hematomas, e ela gritava de dor.
O Dib examina o
braço da moça e conclui.
- É está
quebrado, precisamos leva-la para o hospital, eu avisei para vocês, não ficarem
aqui, não disse que era perigoso.
Uma buzina de
carro toca no portão da casa.
- É o Ailton
tenho que ir trabalhar, mas vou ver com ele se ele pode dar uma carona para
vocês até o hospital, coloca uma roupa nela e se troca que vou perguntar para
ele, se pode fazer esse favor.
Ele abre a porta
e pede para o Ailton esperar um pouco, se troca rapidamente e sai, entra no
carro, cumprimenta o Ailton, conta para o ele o que havia acontecido e se ele
poderia levara a moça no hospital.
Ele faz que sim
com a cabeça e pergunta.
- Mas, cadê o
seu amigo ele não vem?
- Não sei.
- Ele não
apareceu até agora, não vamos mais poder esperar, já estamos atrasados e agora
temos que fazer uma parada no hospital.
O Dib entra de
novo e apressa eles.
- Vamos, que ele
está atrasado, mas vai nos deixar no hospital.
A morena sai na
frente carregando duas bolsas, o Rapaz acompanha a ruiva agora devidamente
vestida. Eles entram no banco traseiro do carro.
O Ailton acha
estranho o travesti e as duas moças, mas não diz nada.
- Vou deixar
vocês no pronto socorro do hospital e de lá tenho que partir rápido estou
atrasado. Explica o Ailton.
A moça faz que
entendeu balançando a cabeça.
E eles vão para
o hospital e depois para serviço sem o Leco, porque se ele tivesse aparecido
não iria caber no carro, no caminho todo se faz silêncio, ninguém disse uma
palavra, só se ouvia a moça gemer de dor.
- Pronto,
chegamos. Diz o Ailton.
O Rapaz e as
duas moças descem do carro e agradecem pela carona.
O Ailton vira o
carro e sai em disparada, ele olha para a mão do Dib que estava sangrando e
pergunta.
- Que porra foi
essa? O que foi isso? Porque a sua mão está sangrando?
Dib balança a
cabeça e diz.
- É uma longa
história.
- Toda vez que
eu te vejo está com a mão sangrando e quem são essas pessoas? Que loucura, o
que um travesti e aquelas moças estavam fazendo na sua casa?
- É coisa do meu
primo.
- A quelas moças
eram lindas. Fala o Ailton.
- Fala a
verdade, você gostou do rapaz. Brinca o Dib rindo.
- Eu não!! Credo
gostei da morena de cabelo preto, que mulher linda, estava quase nua, aquela
saia estava quase mostrando o útero dela.
- Você não viu
nada, não viu o que eu vi, mas devido as circunstâncias, nem tive tempo e o
prazer de poder admirar.
O Ailton olha
pra ele, tentando imaginar o que ele havia dito.
- Preciso
frequentar mais a sua casa. Diz o Ailton.
- Se você quiser
conhecer o inferno literalmente, seja bem-vindo, lá tem de tudo, uma beata, um
viciado em jogo, drogas, putas e afins. Diz o Dib.
- O Rapaz também
era uma moça bonita, em uma noitada depois de muita bebida, não faz diferença.
Diz o Ailton.
Eles dão risada.
No local do
serviço o Ailton o apresenta ao gerente, que não diz uma palavra, só gesticula
com a mão, como se fosse uma tesoura, querendo dizer, ou já dizendo que ele
teria que cortar o cabelo.
O Dib não gosta
muito da ideia, mas fica para trabalhar assim mesmo.
O Ailton lhe
explica o resto do serviço, em quanto os rapazes separavam a carga para cada
região da cidade por CEP.
Feito a
separação; o Ailton levanta uma saca cheia de documentos até a boca do saco
dizendo.
- Isso daqui é
todo seu e aquelas quatro caixinhas, também.
Dib olha aquilo
meio assustado, mas não arrega.
- É todo o
centro da cidade, que eu vou fazer? (pergunta o Dib)
- É sim, mais
como é o seu primeiro dia sozinho, nós iremos te ajudar, te levando até o
centro, para você voltar eu vou te dar um passe de ônibus.
Eles entram no
carro, Ailton, Edson e o
Dib.
O Ailton vai
dirigindo e comenta que já foi motorista de ambulância.
- Mentira (diz o
Dib)
- Você não
acredita, então olha o que eu vou fazer.
O Ailton corre
entre os carros, costurando o trânsito, passando em cada pedacinho impossível
de se passar em alta velocidade e vai assim até o centro, chegando rapidamente
na Rua Florêncio de Abreu.
- Pronto
chegamos e agora você acredita? Dib balança a cabeça dando risada que
sim.
- E agora é com
você. Diz o Edson
O Dib desce do
carro dando risada por que se divertira muito com a correria do Ailton e diz.
- Eu sabia que
você era motorista de ambulância, eu via você passar todo dia na hora do almoço
na rua dirigindo uma ambulância.
- Eu só falei
aquilo para se divertir um pouco e acordar, que estou morrendo de sono.
É, mas o
Edson não gostou nada da brincadeira.
- Brincadeira
mais infantil, fica arriscando a vida dos outros de graça, vê se cresce vocês
dois. Fala o Edson.
O Dib e o Ailton
dando risada, tiram os pacotes do carro para entregar, colocando-os na calçada.
O Edson colocas
a mão no bolço e tira dois passes de ônibus e dá para o Dib.
- Toma é para
você voltar, sabe onde que pega o ônibus e qual deve pegar?
- Não.
- Você vai tomar
o ônibus na Xavier de Toledo, o ônibus é o Vila Anastácio, depois você usa o
segundo para ir embora para casa. O Edson explica, onde que ele vai tomar o
ônibus e entra no carro chamando o Ailton.
- Vamos logo que
eu tenho mais coisas para fazer e vamos voltar como pessoas civilizadas,
dirigindo com segurança.
O Ailton olha
para o Dib e dá risada e lhe deseja boa sorte, entra no carro, dá a partida e
sai como se fosse um velhinho dirigindo, dando a seta e colocando o braço para
fora, bem devagarzinho, olha pelo retrovisor para o Dib e dá risada até se
misturar com outros carros e sumir de vista.
O Dib olha para
o saco cheio de pacotes, coça a cabeça e cria coragem, encaixa as caixas
pequenas no saco e coloca o saco nas costas, como se fosse Papai Noel e pensa.
- Eu vou
entregar primeiro estas caixas, para ficar melhor para entregar o resto depois,
quem tem boca vai a Roma, como diria a minha Avó.
Ele anda até a
primeira entrega e deixa duas caixas e alguns envelopes, mas o peso não diminui
nada e continua pelas ruas que ele conhecia, deixando as que ele não conhecia
por último e anda de um lado para o outro esbarrando nas pessoas, que estavam
sempre com pressa no centro da cidade, que nem olham para pedir desculpas
depois de umas esbarradas.
Já se
acostumando com aquilo ele continua as suas entregas e as horas se passam, o
relógio marcava meio dia e ainda faltava mais da metade, ele ainda não sentia fome
naquele momento e continua com as suas entregas, algumas vezes voltava nos
mesmos lugares, por que esquecera de deixar um outro pacote que estava embaixo
dos outros pacotes, mas não desanimava, batalhava bravamente até que o saco
ficasse mais leve e mais fácil de transporta-lo, faltando só as ruas que ele
não conhecia.
E pergunta para
um jornaleiro onde ficava a rua Riachuelo, depois pergunta para um taxista onde
ficava a rua do Seminário, e perguntava para as pessoas que passavam, e assim
foi indo até faltar só algumas ruas e foi conseguindo assim entregar quase
tudo.
Quando faltavam
apenas três , o relógio já marcava quatro horas passadas e ele não havia comido
nada e não tinha dinheiro para comer, pois não havia pensado sobre este detalhe
tão importante e coloca a mão no bolço e tira o passe de ônibus que o Edson
havia lhe dado para voltar, ele para em frente de um lugar que que vendia
Churrasco grego e do lado também havia um carrinho de milho quente com uma
placa escrita, “aceito passes de ônibus” ele olha para o passe e olha para o
carrinho de milho e para o churrasco grego e pensa.
- E depois para
eu voltar, mas estou com fome, ah eu desço por trás ou peço para o cobrador
deixar eu passar por baixo da roleta. Ele come um churrasco grego com suco
e paga com um passe. Ele pensa- Nossa o pão esta fresquinho a carne
está bem temperada, está uma delícia, nãos sei se é a minha fome ou está uma
delícia mesmo, engraçado o pessoal fala tanto mal e tirar sarro do churrasco
grego do centro, dizendo que é de carne de gato, que é isso ou aquilo,
mas estava uma delícia, ele limpa a boca com o guardanapo
de papel, que ele pega no porta papel de alumínio e
depois ele vai até o vendedor de milho e pede um milho, dá o passe para o vendedor
e pede mais uma palha de milho para embrulha-lo, para viagem para comer depois,
ele enrola o milho na palha, passando sal e enrola a outra palha por cima e o
guarda na mochila que ele havia trago pensando que os envelopes iriam caber
nela, e coloca a mochila na costa e pergunta para o vendedor se ele conhecia a
rua Santo Antônio.
O vendedor lhe
explica e comenta que era a rua onde ficava o prédio Joelma, aquele prédio que
pegou fogo a alguns anos atrás em um incêndio horroroso, onde morreram muitas
pessoas, foi uma grande uma tragédia, hoje está reformado e fica perto da Av.
Nove de Julho.
O Dib se lembra
do Prédio, por que uma vez seu pai o havia mostrado, quando passavam em frente
de ônibus, ele agradece o vendedor e anda até a rua, ele entra no prédio e
pensa. – Um que frio na espinha. O porteiro indica onde fica o elevador, ele
entra no elevador que fecha aporta e começa a subir e demora para abrir, ele
sente o frio na espinha aumentar e pensa. – Morreram muitas pessoas aqui, dá
para sentir algo estranho no ar, é sinistro. Ele encontra a pessoa que estava
endereçada o pacote faz a entrega e se manda dali rapidamente, já não aguentava
mais e ainda estava com fome ele se senta nos degraus de uma lanchonete fechada
na esquina, pega o milho na mochila e o devora, não deixando nenhum grão de
milho e sugando até caldinho do sabugo.
Ainda faltavam
duas entregas ele olha para conferir o endereço dos dois envelopes, pede
informação de onde ficavam e os entregam.
- Ufa!! Acabei,
agora e só voltar e entregar essas assinaturas nessas notas e ir para casa.
Ele procura pelo
ônibus, que o Edson dissera, na rua Xavier de Toledo, o ônibus estava lá,
certinho no lugar onde ele dissera, ele sobe no ônibus, vai até o cobrador e
explica a sua situação.
- O senhor
poderia me deixar, passar por baixo da roleta, eu perdi todo o meu dinheiro e
não tenho para voltar para casa, outro dia eu lhe pago.
O cobrador era
gente boa e o libera para ele passar por baixo.
- Vai, passa aí,
não esquenta a cabeça eu já passei por isso também.
O Dib agradece o
cobrador e se agacha se segurando na catraca e se escorrega por baixo dela, se
levanta e se senta no banco a esquerda.
O ônibus parte
cinco minutos depois, ele estava exausto e com o chacoalhar do ônibus ele pega
no sono, acordando com o cobrador o chamando.
- Ei moço acorda
já chegamos no final.
Ele acorda meio
confuso.
- Não vó me
deixa dormir mais um pouquinho estou cansado. Ele olha para o cobrador ainda
meio sonolento.
- Quem é você
onde eu estou?
Antes que o
cobrador se responde ele se recorda e agradece mais uma vez o cobrador, desce
do ônibus ainda meio tonto de sono e anda até a firma que ficava algumas
quadras dali do ponto final daquele ônibus, ele chega na firma entrega os
recibos da entrega para o Ailton que para a sorte dele ainda estava ali e o
espera para irem embora para casa, assim ele não teria que pedir de novo para
passara debaixo da catraca. já eram quase sete horas da noite.
Ele estava
faminto, por aquele Churrasco grego e milho não deram para tapear a fome dele e
estava com sono, cansado e com saudades da Leila.
- Ah! hoje não
vou na casa da Leila, por que a hora que eu chegar em casa vou tomar um banho,
jantar e dormir.
O Ailton o deixa
em casa e ele faz aquilo mesmo que disse que iria fazer.
Toma banho,
janta e dorme, dorme não, desmaia mesmo, só levantando no outro dia com a
buzina do carro do Ailton.
- Já!! Parece
que acabei de dormir, vai coragem, só assim, você vai poder namorar com a
Leila, o pai dela não quer que ela namore com um vagabundo.
Pensando nisso
ele se troca rapidinho, não toma café, só pega uma maçã e sai comendo-a, no
carro do Ailton.
No caminho o
Ailton o explica, que Terça feira era mais fácil, por que a Segunda feira era
mais pesada, por que tinha duas cargas.
Eles chegam na
firma e o Ailton tinha razão, tinha pouca coisa para entregar, rapidamente ele
pega as suas coisas e dois passes de ônibus para ir e voltar.
Faz as suas
entregas rapidamente, e volta para a firma por volta das 11:00 horas da manhã.
Ele encontra com
o gerente da empresa que pergunta.
- Ainda não
cortou o cabelo?
- Não deu tempo
ontem, vou cortar hoje.
O Dib tenta
enrolar para cortar o cabelo, mas não tem jeito.
O Edson que
parecia um sargento, o leva para cortar o cabelo.
A cabeleireira
olha para o cabelo dele e fica com dó de cortar.
- Mas fazer o
que, tem que cortar né.
E dá a primeira
tesourada e cai um tucho de cabelo no chão.
O Dib olha o seu
cabelo caindo no chão e sente um aperto no coração.
Ele pede para a
cabeleireira deixar um fio comprido na frente como protesto.
Mas este
sacrifício todo tinha que valer a pena, pela a sua dedicação em Ter a Leila ao
seu lado, sendo um homem digno o pai dela não iria ter desculpa para não deixar
eles namorarem.
Enquanto ele
pensava a cabeleireira terminava de cortar o cabelo dele.
- Pronto ficou
um gato.
Ele olha no
espelho.
- É ficou bom
mesmo e esse fio eu posso esconder penteando-o junto com o cabelo.
O Edson
paga para a cabeleireira e leva o Dib a até a casa dele, avisando que no outro
dia seria ele que iria passar para busca-lo.
O Dib entra na
sua casa e a sua prima estava lá, o elogia.
- Nossa ficou um
gato, parece uma pessoa importante agora.
A avó o elogia
também.
- Ah !! agora
sim. está parecendo um homenzinho, aquele cabelo o deixava com cara de
vagabundo, mau elemento, dava mau impressão, agora está lindo, por fora bela
viola, por dentro pão em bolorento.
O Dib não gosta
muito do comentário da avó, mas não retruca, apenas passa por ela e sobe para o
quarto, para se trocar e volta rapidamente para almoçar.
- O que tem para
comer vó?
- Pizza de
batata. (é um prato, feito com rodelas de batatas, na manteiga regada ao leite
com uma pitada de orégano, levado ao fogo em uma forma de pizza). Era por isso
que eles chamavam este prato de pizza de batata.
- Oba !! pelo
menos eu ganhei alguma recompensa hoje por ter cortado cabelo.
- É meu filho
isso é tudo o que eu posso fazer por você, se eu pudesse faria muito mais por
você. (diz a avó, para ele dando um abraço nele). Eles se sentam a mesa e
almoçam juntos, como se fosse o ultimo almoço da vida deles. Quando eles acabam
de almoçar. A avó pede para que ele abra a geladeira.
Ele abre a
geladeira e surpreso dá um grito.
- Oba!! Torta de
morango!!!
- E se você
quiser comer agora pode comer, ela deve de estar meia mole, porque acabei de
fazer, iria ficar para a noite, eu pensei, que você só iria chegar mais tarde,
como você chegou mais cedo e não vai aguentar esperar, pode comer agora mesmo,
mas lembre-se, quem come quente come cru.
Com um sorriso
de uma orelha a orelha, ele tenta cortar mais estava muito mole e sua avó diz.
- Deixa para
mais tarde, quando você voltar da escola, por que hoje você vai para a escola
né? Já faz uma semana que você não vai para a escola, e deixa que o tempo vem com
o vento.
- É hoje vou
sim, vó. (diz ele para a avó lambendo os beiços de vontade de comer a torta de
morango.
Ele se levanta,
anda até a sala e pega um skate surrado que o Tuco tinha te emprestado e que o
seu primo não iria conseguir vender de tão velho que estava, tanto que ele
deixou de proposito no buraco de baixo da escada, na cara do seu primo, como
quem queria dizer, “vai troca pega esse também” vai saindo para a rua e a avó
que vinha atrás, fala.
- Você acabou de
almoçar, não vai fazer estrepo lia, pode dar uma indigestão, espera um
pouco a comida descer, dor de barriga não dá só uma vez, e o que não mata
engorda.
Dando risada e
dando de ombros ele responde para a avó.
- Que nada vó eu
não vou fazer esforço, pelo contrário eu vou descer só com o embalo da descida
em cima do skate, não faz esforço nenhum é menos que andar até a casa do Lu.
E sai
aproveitando a descida da calçada da sua casa, e como ele disse vai até a rua
debaixo sem dar embalo no skate, só curtindo o vento que batia na sua cara, no final
da rua, não tem jeito ele tem que descer do skate e paga-lo na mão para poder
passar pelos buracos, que ali tinha e anda até a casa do Lu para chama-lo,
porque àquela hora talvez ele já estaria em casa também.
Ele o chama, ele
aparece na janela e Dib diz.
- Vamos lá no
Garcia andar um pouco de skate?
O Lu balança a
cabeça dizendo que sim e gesticula com a mão, para ele esperar um pouco.
O Lu aparece com
o skate e eles vão andando carregando os skates nas mãos até o Garcia, onde
chegando eles não esperam nem um pouco e já pondo os skates no chão, para
começarem a andarem e fazerem manobras nos degraus da mine arquibancada que ali
havia.
E ficam horas,
tentando fazer várias coisas com os skates se distraindo, que nem passava pela
cabeça do Dib que a Leila poderia estar no balneário, jogando Vôlei na quadra
coberta. E ela estava mesmo, quando acabou o treino de vôlei ela tinha que sair
da quadra pela entrada principal, onde logo na entrada ficava a quadra que o
Dib estava andando de skate.
E subindo a rampa
de saída em frente a quadra ela vê dois caras andando de skate e pergunta para
a prima dela que estava com ela.
- Aquele ali,
não é o Lu andando de skate?
- É sim.
(responde a prima)
- Vamos lá
perguntar se ele sabe que horas o Dib, vai estar em casa, por que, ontem ele
não foi em casa e eu queria falar com ele.
- Lu você sabe
que horas o Dib volta do serviço?
O Dib que estava
sentado na arquibancada descansando e olhando para ela. Mas ela não o
reconhecera de início, pelo motivo dele ter cortado o cabelo.
O Lu dá uma
olhada para o Dib, sentado na arquibancada, como querendo dizer ele está ali e
a Leila acompanhando o olhar do Lu para o Dib.
Ela olha para
ele, não o reconhece de início e depois exclama.
- Dib!!! É você
mesmo? Cortou o cabelo?
- Não lavei e
encolheu. Ele diz e ri.
- Seu grosso!!
Mas ficou um gato.
- Você é a
Quarta pessoa que me diz isso hoje?
- Convencido!
- Não, não é
isso que eu quis dizer, só quis dizer que pelo menos gostaram que eu cortei o
cabelo.
- Você ficou bem
melhor assim, meu pai que já está começando a gostar de você, agora que ele vai
gostar mais ainda de te ver com o cabelo cortadinho. E falando no meu pai, eu
estava te procurando para te chamar para ir lá em casa hoje à noite, que o meu
pai quer falar com você, ele vai deixar a gente namorar!!! Mas vai impor
algumas condições, e é isso que quer falar com você.
- Tudo bem,
depois que eu sair da escola, eu vou na sua casa e converso com ele.
- Ela se senta
ao lado dele na arquibancada, ela dá um beijo nele e ficam conversando até
escurecer e dar o horário do Dib ir para a escola.
- Vamos embora
eu prometi para a minha avó que hoje eu iria para escola.
A Leila chama a
sua prima que estava conversando com o Lu, um pouco mais adiante dos degraus.
- Vamos
embora!
Eles andam
juntos até a esquina, onde a Leila e a prima vão juntas embora para o outro
lado e o Dib e o Lu entram na rua dos Master.
O Dib se despede
do Lu e sobe para tomar banho pois já estava ficando atrasado para ir para a
escola, ele toma banho e se troca rapidamente, belisca alguns bolinhos de vento
que a sua avó avia feito e desce para a escola, que ficava do outro lado da
avenida, entra e tenta se concentrar.
Mas não
conseguia se concentrar em nenhuma matéria, pois só conseguia pensar no que o
pai da Leila, iria lhe dizer.
E ele não via a
hora da aula terminar, para ir na casa dela.
Finalmente a
aula termina e acaba com a tortura dele.
E como um raio
ele se dirigi para a casa dela, chegando no portão da casa, bate palmas.
O pai dela que
atende a porta.
Ele não o
reconhece e pergunta.
- Pois não? Em
que posso ajudá-lo?
-
Sou eu seu Lelio.
- Eu quem? Ah! É
você! Desculpe não te reconheci de cabelo curto, vamos entre!
O Dib entra.
- Agora está
parecendo homem. (Diz o seu Lelio)
- É já me
disseram isso hoje. (Dib não gosta muito do comentário dele, mas não demostra)
- Senta! Quer
água ou alguma coisa?
- Não obrigado.
- Agora com o
cabelo cortado, ficou bem melhor, melhorou mais 50% no meu conceito.
- O que o senhor
queria falar comigo?
- Sabe o que é,
eu tenho muito ciúmes das minhas filhas, é difícil para um pai aceitar que ela
namore com alguém e nós sempre queremos o melhor para a nossa filha, por isso
que tenho que ser rígido com a escolha dos namorados delas. temos que saber se
o rapaz está querendo levar um namora a sério, ou só está querendo curtir com
ela, você me entende?
- Sim entendo.
- Ainda bem que
você me entende, nó também ficamos preocupados se ela demora para chegar em
casa, aonde vai, que horas vai voltar, você me entende?
- Entendo sim.
- Era isso que
eu queria pedir para você, respeitar o horário que ela tiver que chegar em
casa, não vai ser todo dia que ela vai poder sair, estás são as nossas normas,
está bom?
- Está sim, mas
agora eu tenho que ir embora amanhã acordo cedo e já está me dando um pouco de
sono, já está tarde.
Ele se despede,
agradece a atenção e vai saindo, a Leila o acompanha e o pai dela também até o
portão.
Chegando no
portão, o Dib cumprimenta o pai dela e fica olhando para ele, esperando-o
entrar, para que ele possa beijar a Leila.
Mas o pai dela
não arredava o pé dali, até a Leila falar.
- O pai se toca,
não está vendo, que nós estamos querendo ficar sozinhos um minutinho só.
- Desculpe, não
demore que você sabe que eu não gosto que fique no portão, acho que é pouca vergonha.
O pai dela
entra, ela olha para se certificar, vira e dá um beijo nele, daqueles de faltar
fôlego, parando só para dizer.
- Ainda bem que
o meu pai nos deixou namorar.
· É ainda bem
mesmo, parece que tudo está dando certo na minha vida agora. Me dá mais um
beijo, que eu não posso demorar, não vamos abusar no primeiro dia e estou louco
para chegar em casa para comer as tortas de morango que a minha avó fez para
mim.
Ela o beija mais
uma vez e diz.
- Humm, torta de
morango eu também adoro torta de morango.
- Eu guardo um
pedaço para você, e amanhã, você come.
- Agora eu tenho
que entrar, tchau, vai com cuidado e sonha comigo, amanhã nós nos vemos.
Ele fica
esperando-a entrar e ela fica esperando ele ir embora.
- Entra você!
- Não, vai
embora você! Que eu quero ficar aqui vendo você ir embora.
- Está bom, mas
antes me dá mais um beijo, entre as grades do portão mesmo.
Eles se beijam,
entre as grades e ela escuta o pai dela a chamar para entrar e entra correndo.
O Dib a vê
entrando e cria coragem para ir embora também.
Ele desce pelo
escadão, anda alguns metros e encontra com o CDP. O CDP estava se despedindo da
sua namorada também, que morava ali naquela rua que ficava no final do escadão,
ele pede para que o Dib se espera por ele, para eles irem embora juntos, sendo
que o CDP morava na rua da frente da casa do Dib.
O Dib o espera
se despedir da namorada e eles vão embora juntos.
- Vamos pelo
milhão e aproveito para ver se tem alguém lá.
- Não vamos pela
vielinha que é mais perto de casa e já aproveito e deixo o meu material em casa
e depois vamos até a rua.
Andando pela
calçada da Avenida eles avistam um armário de cozinha no canteiro, os dois
olham para o armário e olham para a Avenida, e um olha para o outro com um ar
de sacanagem, o Dib pergunta para o CDP.
- Você pensou o
mesmo que eu?
- Acho que sim,
de colocar o armário no meio da avenida?
- É isso mesmo,
vai pega desse lado que eu pego do outro, aproveita que não está vindo carro.
Eles colocam o
armário de atravessado, na pista, no meio da avenida e correm para a vielinha
de onde ficam olhando para ver o que iria acontecer, pareciam duas crianças
arteiras.
- Olha lá vem
vindo alguns carros. (fala o Dib dando risada como se alguma coisa tivesse
possuído o corpo dele.)
O CDP também
dava risada, como se estivesse possuído.
O Primeiro carro
avista o armário só quando estava bem perto e dá aquela freada, chegando bem
perto e quase batendo no armário, fazendo com que o motorista tenha que dar ré
para poder desviar do armário.
Os dois se
acabam de rir, eles riam tanto, que pareciam que estavam drogados, de repente
outro carro e novamente uma freada brusca,
Os dois caem na
gargalhada.
Uma ambulância
que vinha em alta velocidade com a sirene ligada, também freia bruscamente e
desvia do armário quase batendo nele,
Os dois já não
acham tanta graça assim e resolvem tirar o armário do meio da avenida, mas
antes que eles chegassem no armário um carro que vinha em alta velocidade, não
consegue parar e bate no armário, fazendo um grande barulho, um barulho enorme
e jogando estilhaço de madeira e vidro para todos os lados.
Os dois olham
para o carro amaçado e correm para dentro da vielinha e correm até o predinho,
onde se escondem e ficam esperando para ver se ninguém tinha vindo atrás deles,
ficam uns vintes minutos escondidos atras do muro.
- Vamos sair
CDP? Eu acho que ninguém nos viu.
- Se não já
teriam vindo atrás da gente. Fala o Dib
- É verdade,
vamos sair! Fala o Cdr
Quando eles
pulam o muro de volta, eles escutam.
- O
molequeada!!!
Os dois se
assustam. E quando eles olham para ver quem era, xingam.
- Magrelo,
FDP!!!!(era o Leco que voltava da rua).
- Estão
assustados, o que vocês andaram aprontando?
Eles contam para
o Leco o que tinham acabado de fazer.
- Vocês
são loucos?
- Eu não sei
parecia que nós estávamos possuídos, não parávamos de rir, foi de repente
pegamos o armário e colocamos sem pensar, parecia que não tinha sido a gente e
quando o carro bateu, eu senti um choque no corpo, parecia que tinha me livrado
de um coisa ruim.
- É foi mesmo,
eu também senti isso. (fala o CDP)
- Ah vocês estão
loucos!
- Não estamos
loucos não, as vezes fico pensando em tudo que fazemos nesta vida e que toda
ela é gravada, para no final dela, nós sermos julgados. (fala o Dib)
- Mas como Deus
consegue gravar a vida de todo mundo, ele não teria tanto lugar para colocar
tanta fita ou Cdr, que seja. Fala o Leco.
Assim não também
não poderia gravar tudo o que fazemos. (fala o CDP, se sentando no muro)
- Deus não usa
vídeo cabeção, ele é muito mais esperto que você imagina, é a nossa memória. -A
nossa memória é como um gravador, que grava tudo o que fazemos, pensa bem?
Quando Deus for te julgar, para ele ver o filme da sua vida, ele só colocar a
mão na sua cabeça e assiste ela todinha e vai ver até coisas que você não se
lembrava mais que fez e assim não tem como mentir para ele, ele vera com os
próprios olhos sem precisar ficar correndo atrás de você para poder te filmar
seu tonto. (fala o Dib)
- É mesmo eu não
tinha pensado nisso, ele grava tudo sem sair do lugar, você mesmo tem consigo o
seu veredicto. (fala o Leco).
- Você não
apareceu para ir trabalhar hoje? O que aconteceu? Pergunta o Dib para o
Leco.
- Perdi a
hora. Responde o Leco.
Enquanto o Leco
se explicava o motivo de não ter ido trabalhar vozes vinham da vielinha, e cada
vez mais perto deles.
Eles ficam
olhando para ver quem era, até que surge.
O Gentil com o
seu capanga.
- Ora, ora, olha
quem nós encontramos aqui.
O Dib, Leco e o
CDP, olham para eles e não respondem nada.
O Gentil estava
doidão, totalmente fora de si e vai logo sacando uma arma e dizendo.
- Hoje vocês não
me escapam, eu vou matar, um por um, bem devagarzinho.
O Dib se enfeza
e diz. - Você não é homem de fazer isso.
E levanta a
camisa, batendo no peito e dizendo.
- Quer atirar,
então atira, você vai me fazer um favor, eu tenho muita curiosidade de saber
como é a vida após a morte, se é melhor ou pior que aqui, se for melhor é um
favor que você me faz, vamos atira , atira logo, me faz este favor, você é um
bundão, não tem coragem de atirar, estou vendo que não vai ser hoje que vou
descobrir, como é a vida após a morte, vai mata a minha curiosidade de saber
como é a morte. Atira! atira aqui! se você é homem? (ele bate no peito mais uma
vez). O Dib sabia que fazendo aquilo iria deixa-lo confuso, confundindo as
ideias dele.
E o Gentil não
atira mesmo e o Dib diz.
- Está vendo
como você é um cuzão. (ele abaixa a camisa, ajeita-a e se vira dando as costas
para ele, se esquecendo do que sua tia havia lhe dito, para não dar as costas
para os seus inimigos).
De repente um
estrondo, de pólvora. O Leco que jogaram uma bombinha, mas ele olha para o
Dib, que cai de joelhos no chão. O Leco e o CDP não entendem direito que estava
acontecendo e ficam olhando o Dib acabar de cair no chão.
Eles olham o
Gentil, que ainda tinha a arma em punho apontada, saindo fumaça pelo cano. E
ficam esperando que ele se atira neles também, mas a reação dele foi outra.
Ele larga o
revólver e coloca a mão na cabeça e diz.
- O que foi que
eu fiz? eu não queria fazer isso.
O capanga o
chama para fugir, porque eles não podiam ficar ali vacilando, os vizinhos, já
começavam a aparecer.
E os dois fogem.
O Leco e o CDP,
viram o corpo do Dib de costa para o asfalto, na esperança de socorre-lo.
O Leco grita desesperado
por ajuda.
- Socorro,
socorro, socorro, alguém por favor nos ajude.
Aos prantos o
Leco grita e sacode o corpo do Dib, não acreditando no que estava acontecendo,
ele abraça o amigo junto ao seu peito e chora desesperado.
Porque percebe
que já era tarde o tiro tinha sido certeiro, pegou no coração por trás e quase
não havia sangue.
Ele não
respirava mais, não se mexia, mas estava de olhos abertos como se quisesse
dizer alguma coisa ainda, mas não teve a chance e morrera imediatamente.
O CDP em estado
de choque fica olhando o Leco gritando desesperado.
Os vizinhos
começam a chegam para ver o que tinha acontecido e formavam uma roda em volta
do corpo.
No dia seguinte
no velório.
Estava vários
amigos e aconteciam diversas cenas. A primeira cena das cenas foi do primo do
Dib gritando como um louco.
- Porque ele? E
não eu? Ele era uma pessoa boa não merecia morrer, eu sim mereço morrer, a
minha vida está destruída mesmo com esse maldito vício, sou um zumbi ambulante
e não tenho mais nada a perde, não tenho vida e agora? Como vou
devolver e pagar tudo o que roubei e peguei dele, para sustentar esse maldito
vício? Com certeza eu não vou para o céu para pode-lo encontra-lo e acerta essa
dívida que tenho com ele, porque eu vou pra o inferno mesmo, é o que eu mereço.
O primo desabafa, olha para o caixão ainda sem acreditar, mas ainda estava
sobre o efeito de algum tipo de droga ou de bebida, mas as suas palavras eram
de uma pessoa lúcida e ele termina dizendo-. Ele tinha toda uma vida pela
frente; Por que? Deus!!! Por que? Não me levou no lugar dele?
Ele não parava
de gritar isso, até que o levaram para fora do velório.
Mas a cena mais
marcante, estava por acontecer.
Quando a sua avó
chegou no velório aos prantos, tremendo e dizendo.
- Não, o meu
preto não, é mentira, ele não morreu.
Ela se
aproximava do caixão, e dizia.
- Levanta, se
levanta. Agarrando o corpo e tentando levanta-lo.
As pessoas
pediam para ela se acalmar e tentam tira-la de perto do corpo, mas ninguém
conseguia e deixaram-na, agarrada com o corpo.
Todos se
emocionam e ninguém mais tinha coragem ou forças para tira-la de lá.
Dessa vida só
temos uma certeza, que dá morte ninguém escapa. Após ela terminar a frase se
ouve um barulhão.
O caixão havia
caído no chão e a senhora por cima dele, o corpo do defunto rola pra fora, e a
senhora estava estática, também não se mexia mais. As pessoas tentam levanta-la
e não conseguiam porque ela, já não mais se mexia.
Ela havia
sofrido um ataque cardíaco fulminante, morrendo por cima do neto já morto e
derrubando o caixão junto com ela, foi uma cena muito forte, quem presenciou,
com certeza nunca mais vai conseguir esquecer.
O pai do Dib
vinha chegando para o velório naquele momento e ver aquela cena e não acredita
no que vê e pergunta.
- O que
aconteceu com a minha mãe? - Desgraça pouca é bobagem.
Todos olham para
ele, mas ninguém tem coragem de contar, de que a sua mãe e o seu filho estavam
mortos ali juntos.
Mas ele percebe,
que a sua mãe não se mexia e havia falecido também, ele não aceita.
- Não, não, isso
não é justo, por que? por que? Dois coelhos com uma tacada só, não pode ser.
Até que ele
sente uma dor no peito e coloca a mão que carregava uma camisa do Corinthians
no peito e dá um grito de dor e cai no chão, segurando aquela camisa que ele
tinha a intenção de colocar dentro do caixão do filho.
As pessoas
olham, mas não acederiam no que estava acontecendo e correm para socorre-lo.
Uma das pessoas
que tentava socorre-lo, comenta.
- Não pode mais
morrer ninguém aqui, rápido vamos socorre-lo!
E fazem massagem
no peito dele, respiração boca a boca, dando os primeiros socorros até a
ambulância chegar e leva-lo para um hospital, junto com o corpo da mãe dele.
As pessoas que
continuavam no velório arrumam o corpo no caixão novamente e pedem para que
seja enterrado logo, por que ninguém aguentava mais tanta emoção.
E durante o
enterro, todos ficam sabendo, que o pai dele também havia falecido, antes mesmo
de chegar no hospital.
Um mês
depois.
O Tuco se
levanta da parte de cima do seu beliche, fica olhando para o teto, a mancha no
teto parecia estar viva, e tentando esquecer um sonho horrível, que sonhara na
noite passada, e estava inconformado porque no seu sonho, havia morrido um
amigo e o seu irmão estava junto, ele olha para a parte debaixo do seu beliche
e avista o irmão dormido como um avestruz, com a cabeça entrouxada no
travesseiro e pensa. - Lá ainda bem que foi um sonho. Ele queria que realmente
acreditar que tinha sido um sonho, mas ao olhar para chamar o irmão, ele lembra
que realmente o seu irmão, havia presenciado a um mês atrás, a cena da morte do
amigo.
Carinhosamente
ele olha para o irmão e se lembra que:
- Hoje nós vamos
fazer o grafite em memória do nosso amigo.
- Levanta Leco!!
Vamos lá fazer o grafite em homenagem ao Dib.
Sem precisar
dizer duas vezes o Leco dá um pulo da cama.
- Sim, vamos.
O Tuco se admira
com que rapidez que o Leco se levantou, mas entendia o motivo, porque ele fez
isso tão rápido. Se trocam rapidamente, O Tuco pega o seu colar de bala de uma
arma 380, coloca no pescoço, coloca o seu boné que tinha a letra “T” bordado na
frente, o dia estava cinza e frio, ele pega uma blusa de flanela xadrez, veste
uma calça larga e calça um tênis cano alto.
O Leco olha para
o Irmão e pergunta.
- Está frio
assim? Porque eu vou igual a você, vou estrear a minha blusa de flanela, vamos
ficar um para de vaso.
- Legal, vamos
ficar parecendo chicanos, mas olha o tempo lá fora. Diz o Tuco.
O Leco olha pela
janela e conclui.
- É o tempo está
feio, está cinza, está frio, isso dá um Rap.
A minha cidade não
tem vista para o mar.
O concreto é
cinza, feio e frio.
O Verde que aqui
existia.
Sumiu!
- Boa Magro,
ficou muito bom. Exclama o Tuco.
- Não inventei
agora não. Diz o Leco.
- Mas foi
perfeito para esse dia. Fala o Tuco.
- Eu estava
desenvolvendo essa letra com o Dib.
O irmão
escutando aquilo, foi como um choque, o sorriso que começava a aparecer no
rosto, desaparece, ele olha para o irmão, sai do quarto e sobe para tomar café,
ao entrarem na cozinha a mãe deles ouvia o programa de sempre, o Tuco vai direto
no rádio e o desliga, por que aquelas histórias trágicas lhe traziam algumas
lembranças nada boa, da tragédia do amigo, porque semana passada o caso da
morte do amigo, havia sido tema desse programa, onde o narrador colocava tanta
emoção e suspense, drainava demais, não que não tivesse sido, mas o narrador
colocava mais detalhes do que realmente havia acontecido, o narrador fazia um
grande drama, fazia suspense e detalhava os detalhes de uma maneira mais triste
do que já era, o que para quem não conhecia, não lhe faria a menor diferença,
mas para ele que fazia parte da tragédia, imaginar aquela cena, era dolorido,
principalmente para quem sabia que havia acontecido e era muito próximo da
vítima, era insuportável ouvir aquele dramalhão e foi uma choradeira naquela
tarde na casa deles. A mãe dele, não diz nada e respeita da vontade do filho,
eles tomam o café, beijam a mãe e saem, pegam os skates, descem a rua sem fazer
nenhuma manobra, usavam mais os skates como meio de transporte e vão até a casa
do Juca chama-lo. Eles não tinham muitos motivos para brincadeiras e na casa do
Juca só o Leco o chamou, O Juca atende e sai rapidamente, já estava esperando e
os três vão juntos.
- Legal vocês
também estão usando a blusa de flanela que aminha mãe fez para nós, estão de
calça larga, tênis cano alto, boné e usando o colar de Bala de revolver. Fala o
Juca.
- Verdade
Juquinha, tivéssemos combinado, não teria sido tão perfeito, mas é o ia frio
que nó proporcionou esse figurino também. Fala o Leco.
O Tuco só faz um
sonoro.
- É!
- Vai vamos lá
na casa do Lu chama-lo para irmos fazer esse grafite logo. Fala o Tuco.
Quando eles
passavam pela rua que dava acesso para casa onde o Dib morava.
O Tuco fala.
- Eu vou chamar
o Dib, enquanto vocês, vão lá chamar o Lu.
O Leco e o Juca
olham para o Tuco e o Leco diz.
- Para de
brincadeira meu!
O Tuco percebe a
besteira que disse.
- Desculpe-me!
Eu não fiz por mal, ainda não me acostumei, foi força do hábito, não foi
brincadeira, eu estava tão acostumado, fazer isso quase todo dia, é como
acordar e não tomar café, fica um vazio, é que eu ainda não consigo
acreditar que ele morreu, parece mentira, parece um sonho, sei lá, é um vazio
que sinto, que não sei explicar, um sentimento que a qualquer momento ele vai
aparecer e zoar com a minha cara dizendo, te peguei de novo trouxa.
O Juca e o Leco
abraçam o amigo e falam que também não acreditavam, e os três ficam ali parado
abraçados por alguns instantes.
- Vai! vamos
logo! chega dessa viadagem. (Fala o Tuco)
Chegando na casa
do Lu, eles tiveram uma surpresa.
O Lu já estava
acordado com as coisas todas prontas, ele também estava vestido com a blusa de
flanela, boné o colar de bala e o tênis cano alto. Já estava pronto para ir
fazer o grafite, só esperando por eles, sentado na descida da calçada em frente
à sua casa.
Mas todos
entendem a atitude dele e não comentam nada.
O Ed Jr. também
já vinha chegando do outro lado, também vinha com a blusa de flanela, o boné
com a aba bastante curvada que escondia o rosto dele.
- Legal estamos
todos vestidos iguais. Fala o Lu.
- Estamos
parecendo uma gangue gringa. Fala o Ed.
Eles se
cumprimentam.
- Estamos todos
aqui? Então vamos logo! Fala o Tuco.
O Lu pede para
que eles esperassem um pouco, porque estava faltando uma pessoa.
Praticamente os
quatros restantes pensam a mesma coisa e dizem em uma só vós.
- Ele não vem
mais Lú, você está se esquecendo o que aconteceu? Acabou, ele não existe mais,
ele se foi. Fala o ED.
- Não é isso não
suas bestas, o que eu estava querendo dizer. (fala o Lu).
E no momento que
ele estava tentando se explicar, ele olha para a esquina e mostra quem ele
estava esperando.
Todos olham para
a esquina sem entenderem nada.
- A Leila!!
(exclama o Tuco).
- Ela quer ir
com a gente fazer a homenagem ao Dib. (diz o Lu).
Eles a esperam ela
chegar mais perto.
- Ela está
usando a boina do Dib, como ele costumava usar virada para trás, está com a
blusa de flanela dele, que a mãe do Juca fez e está usando o colar de bala
dele, caramba essa foi demais, muita coincidência, se falasse que foi tamanha
coincidência, ninguém acreditaria. Fala o Tuco todo emocionado. O que não era
muito do perfil dele dizer essas coisas e mostrar os seus sentimentos.
Eles todos a
cumprimentam.
Ela olha para
cada um e diz:
- É, vocês estão
estilosos, pena que falta um.
Eles abaixam a
cabeça, tiram os bonés da cabeça como um ato de respeito, ficam um minuto sem
silêncio, vestem os bonés e cada um pega a suas coisas, como estava faltando um
a Leila se oferece para ajudar e o Lú dá a pasta de desenho para ela segurar e
eles vão andando até o local onde iriam fazer o grafite, era perto e no caminho
eles passam em frente à casa onde o Dib morava. Todos se calam e olham para a
casa com saudades,
O Tuco olha para
o pé de laranja e se recorda do dia que eles comeram laranja verde e solta um
sorriso.
Alguns deles
sentem os olhos lacrimejar, eles olham para a Leila e enxergam uma lágrima
escorrer, ninguém diz nada e continuam caminhando até o objetivo deles.
Eles chegam no
local onde iria ser feito o grafite, era o lugar onde toda a confusão começou,
no muro da oficina do Gentil, onde ele acusava o Dib de ter pichado o muro
dele, com outro nome, que mané. O muro era a única coisa que ainda estava de pé
e inteiro, por que a loja e o escritório estavam todos destruídos, as paredes com
marcas de queimado, um carro que ficou na loja para conserta-lo, estava
totalmente destruído, tinham ateado fogo no carro e no escritório, mas os
bombeiros apagaram o fogo antes que ele se destrói tudo, mas mesmo assim o
local ficou totalmente destruído.
Como o Gentil
fugiu depois do crime, abandonando tudo para trás, eles se vingaram destruindo
a loja dele.
O Lu
descarregando as tintas próximo do muro comenta.
- Ah! eu ia me
traz, li no jornal do meu pai antes de vocês chegarem que o Gentil foi morto
ontem, encontraram o seu corpo numa favela com três tiros, a justiça do homem
pode falhar, mas a justiça divina não falha, aqui se faz aqui se paga.
- Que jornal
você leu isso? (pergunta o Juca)
- Está no
Noticias populares de hoje, está lá em casa, guardado junto com o recorte da
mateira que saiu sobre a morte do Dib.
- Quem matou
ele. (pergunta o Ed Jr.).
- Foi o capanga
dele, que se desentendeu com ele, porque o Gentil o ameaçou, dizendo que se
fosse preso, o levaria com ele, por que ele também era cúmplice do assassinato,
por causa disso ele deu três tiros no Gentil e foi preso no local, no jornal
tem a foto dele algemado.
Eles ficam, por
alguns instantes parados refletindo sobre o que o Lu estava falando, até que o
Tuco quebra o silêncio.
- Vai vamos logo
fazer este grafite! e parar de contar histórias de terror.
Eles começam
pintando o muro e depois desenham. o Grafite era o rosto do Dib e ao lado uma
letra estilizada de grafite escrito “Dib” e a frase: “Nem o tempo apagara a sua
lembrança”.
Cada um faz a
sua parte. O Lu e o Juca fazem o desenho, o Tuco pinta, o Leco faz os detalhes
das letras e o Ed Jr. dá o acabamento final.
- Pronto!!
(exclama o Ed Jr.).
Eles atravessam
a rua e observam o grafite como havia ficado.
De repente a
Leila que só assistia eles grafitarem, tem uma atitude estranha.
Ela atravessa a
rua na direção do grafite.
Todos a observam
com curiosidade.
Ela para em
frente do desenho do rosto do Dib, fica olhando-o, de repente ela passa a mão
no grafite, que ainda não estava com a tinta totalmente seca, sujando as pontas
dos dedos dela, ela levanta a camisa e passa as pontas dos dedos sujos de
tintas na barriga dizendo.
- É meu filho,
eu quero que você seja igual ao seu pai, ele foi um grande sujeito, meio doido,
mas tinha um bom coração.
- O que ela
falou? (pergunta o Tuco).
- Que o Dib era
doido e tinha um bom coração. Fala o Juca.
- Isso é
verdade, mas não é isso não. Fala o Tuco.
- Ela disse
alguma coisa de filho. Fala o Leco.
- Ela está
gravida do Dib? Pergunta o Juca.
- É parece que
sim. (responde o Ed Jr.).
- Ela está
gravida sim, ela me contou e por isso eu a chamei para vir com a gente. Fala o
Lu.
- E você não
conta nada para a gente seu veio rabugento, que vai nascer um Diabinho perna de
pau, um mine homem árvore, você vai apanhar só para larga a mão de ser besta.
(fala o Tuco).
O Lu sai
correndo e os outros quatros correm atras dele tentando pega-lo.
A Leila olha,
para eles correndo, dá um sorriso e imagina o Dib correndo junto com eles,
sorrindo e pulando como crianças.
Um passarinho
que observava tudo de cima do muro, onde eles grafitaram, voa em direção
deles, como se quisesse acompanhá-los.
Fim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário