D I B : Sophia.

domingo, 12 de setembro de 2021

Sophia.

Sophia

Só quem já teve que mandar sacrificar uma amiga(o) de pelo sabe a dor que é, a sensação que fica era que se podia estar junto um pouco mais, no caso aqui foram quase 14 anos juntos, mas nos últimos dias de vida dela, os últimos meses porque mesmo depois que a médica notificou que não tinha o que fazer no caso dela, eu ainda persisti em cuidar dela, pensava que o cavalo quando quebra uma perna, é sacrificado, mas sempre acreditei que se pode cuidar do cavalo independente se ele vai andar mais ou não, hoje em dia com as novas tecnologias, já conseguem curar o cavalo, com próteses; mas as coisas aqui foram piorando e ela a minha cadela chamada Sophia já não andava mais, e chorava no meio da noite caída no quintal, toda mijada e cagada, as vezes eu levantava as 04:00 da manhã na chuva para socorre-la e coloca-la de volta na casinha que as vezes também estava sujo e limpava tudo e a colocava de volta para dormir , mas as vezes 30 minutos depois ela começava a chora novamente, porque estava caída e não conseguia levantar, não era questão de colocar as rodinhas na patas traseiras, porque essas rodinhas são para passeio e não para dormir, então as coisas forma piorando as patas dianteiras também estavam ficando fracas, não estava comendo, chorava o tempo todo, eu também estava perdendo a paciência e ficando doente, por levantar quente da cama para socorre-la no meio do quintal embaixo de chuva, porque ele atinha medo de trovão e quando ouvia o trovão saia da sua cama quentinha que ficava embaixo do telhado da churrasqueira e corria e caia no meio do quintal molhado e assim molhando nos dois, ouvia as pessoas dizer que eu estava sendo egoísta por não sacrifica-la, mas o ultimo dia que decidi tomar essa atitude, foi um dia muito triste e grande alívio também, lembrei da minha avó que faleceu aos 94 anos e que os seus últimos dias também foram muito sofridos, o que me fez aceitar a sua morte com mais natureza, também deixou muita saudade; então voltando para a cachorra, depois de decidir sacrificar a cadela de estimação, a minha esposa que a levou para sacrifica-la, porque eu não tinha coragem e estava trabalhando, mas mesmo assim ainda me arrependi, depois que a minha sobrinha me ligou e perguntou se eu não queria me despedir dela na hora do sacrifício, eu disse que não, não queria naquele momento, mas depois voltei atrás, mas já era tarde, quando a minha esposa chegou depois e me narrou como foi entrei em desespero, queria voltar atrás, mas todo mundo dizia que fizemos a coisa certa, que isso é normal hoje me dia, os bichos de estimação estão sendo o tempo todo sacrificados, deixa-los sofrendo, por acreditar que ainda dá para aguentar um pouco mais, que não é a atitude certa a se fazer, acabar com o sofrimento de alguém, digo alguém porque a Sophia era como um integrante da minha casa, então acabar com o sofrimento dela foi um alívio, mas deixa uma saudade muito grande.

Fiz essa pintura dela uns meses antes dela partir, só consegui pinta-la depois que ela envelheceu, porque ela era muito ativa e não parava, ela também deixou muitas histórias que daria para escrever um livro, que colocaria o filme Marley e Eu, no chinelo.