terça-feira, 14 de agosto de 2018

Mão vermelha . O Retorno. livro 03






Livro Três. Mão Vermelha - O Retorno.



Donizete está olhando as frutas na barraca de fruta na feira, e os seus tios estão ao seu lado.

Um dos seus tios, chama a sua atenção e avisa.

- Donizete, ela chegou!

Donizete olha para o lado em antes que ele terminasse de virar o rosto, uma senhora chorando o abraço e o beija, gritando e dizendo:

- Que saudade, que saudade, meu coração estava partido, nossa parecia uma eternidade.

A feira havia parado para observar aquela cena, estavam várias pessoas em volta observando, algumas pessoas até batiam palmas e se emocionavam com a cena.

A avó do Donizete apertava o seu rosto e dá uma olhada para ele, juntando as duas mãos esmagando as suas bochechas. Donizete olhava para ela assustado e sem entender nada.

- Pronto está entregue. Diz o outro tio entregando uma mala para a senhora, que o agradece limpando o molhado da lágrima com a costa da mão e com a outra mão pegando a mala e colocando em cima do carrinho de feira em cima das compras.

- Vem menino, vamos! Diz a senhora.

Donizete olha para os seus tios que se afastavam no caminho oposto de encontro onde a sua mãe estava e os esperavam. De longe Donizete percebe que a sua mãe chorava e era confortada por um dos irmãos.

- Você quer um pastel? Pergunta a senhora.

- Sim eu quero.

- Vem vamos comprar para nós, que estou morrendo de fome, estava tão ansiosa que não sentia fome e não tomei café antes de sair de casa, não gosto de fazer isso, por que não é bom sair de casa sem nada na barriga, mas agora me deu uma fome, você quer pastel do que?

- Palmito.

A senhora pede dois pastéis para o atendente da barraca de pastel, um de palmito e um de queijo.

- Eu só peso de queijo, porque não sei a origem da carne que eles usam, só gosto de pastel de carne do que eu faço, você quer caldo de cana também?

- Sim eu quero.

- Mais dois copos de caldo de cana, por favor! Diz a avó para o vendedor.

Os pastéis e o caldo de cana são servidos, Donizete comia sobe o olhar da avó que não tirava os olhos dele, não parava de olhar apara ele, parecia que não acreditava no que estava acontecendo.

Donizete termina o seu pastel.

- Quer mais um? Pergunta a avó.

- Sim quero! Responde ele

- Do mesmo, ou quer de outro sabor? Pergunta ela .

- Eu quero um de queijo, agora.

A avó pede para que o atendente faça mais um pastel de queijo.

Enquanto o pastel era frito a avó fazia carrinho no cabelo do Donizete e dizia.

- Menino você não sabe como eu senti a sua falta, mas agora nós vamos fazer um montão de coisas gostosas juntos, o que você quer fazer primeiro?

Donizete dá de ombros enquanto o atendente entregava o pastel.

- Tá bom acaba de comer o seu pastel depois a gente planeja o que fazer. Diz a avó.

- Vêm, vamos andando e você vai comendo o resto do seu pastel. Diz a Avó.

Eles andam alguns metros e a avó para em uma barraca de frutas.

O cheiro das frutas perfumava o ar, Donizete dá uma respirada e suspira.

A avó cumprimenta o dono da barraca que era um velho conhecido dela e diz:

- Esse é o meu neto que te falei. A Avó o apresenta ao dono da barraca, que corresponde dizendo.

- Prazer menino, a sua avó sempre me falava muito de você, dizia que estava com muita saudade e e te procurava por todo lugar.

Donizete fica só olhando para o homem, sem dizer nada, só sorrindo sendo simpático.

- Você quer morango? Eu posso fazer uma torta de morango para comermos a tarde.

- Sim , quero. Diz Donizete.

- Leva essa caixa inteira de morango, é um presente meu para vocês hoje, hoje é um dia especial. Diz o feirante entregando a caixa grande de morango para a avó.

- Obrigado Manuel, muito obrigado, agora deixa eu ir, estou ansiosa para chegar em casa e mostrar ele para o pai dele, mas antes ainda vou passara na barraca de doces. Diz a Avó.

- Vamos menino!

Eles andam mais alguns metros, pelo meio da feira que estava cheia, o carrinho de feira batia nas sacolas e nos carrinhos das outras pessoas eles passavam exprimidos entre as pessoas e a Avó segurava forte a mão do Donizete em um determinado momento, a mão dele se solta da mão da avó que grita.

- Donizete!!, dá licença deixa eu pegar o meu neto. Dizia era gritando para as pessoas.

-Não solta da minha mão, não quero te perder de novo pelo amor de Deus, Creio em Deus pai.

Quando ela diz isso Donizete sente uma coisa estranha, mas continua indo junto com ela, ela segura a mão dele mais forte para não ter mais perigo de escapar.

Eles param em uma barraca de doce e novamente ela diz para todo mundo da barraca que ele era o neto dela. Todo mundo olha para ele e sorri e brincam.

- Quer algum doce? Eu vou levar uma goiabada e um queijo Minas.

Ele olha para a barraca, tinha muita coisa boa, ele pensa e diz.

- Eu quero doce de leite.

- Coloca mais um vidro de doce de leite nas minhas coisas. Diz a avó para o atendente.

Ela pega a compra levanta a mala do Donizete e coloca dentro do carrinho.

- Vamos, vou passar na barraca de peixe e de lá nós vamos para casa.

No caminho para a barraca de peixe Donizete avista um rapaz vendendo pipas.

Ele cutuca a sua avó e que para e pergunta.

- O que foi, quer alguma coisa?

- Eu queria uma pipa.

- Vamos lá comprar, só preciso ver se o dinheiro vai dar para comprar o peixe depois.

- Quanto custa a pipa menino?

- Cinco Cruzeiros senhora.

- Tudo bem, qual que você quer Donizete.

- Eu quero a raia de plástico com o símbolo do Corinthians. Diz ele.

- Boa escolha o seu pai vai adorar essa sua escolha. Diz a avó pagando o rapaz que vendia pipa.

- Agora vamos. Diz ela.

Eles chegam em uma parte da feira mais aberta, onde havia mais espaço onde havia um cheiro muito forte de peixe, que chegava a feder, devia ser por isso que não haviam muitas pessoas por ali.

- Acho que vou levar camarão em vez de peixe, você gosta de camarão?

- Sim eu gosto.

- Então, está bem, vou levar para comermos agora no almoço.

Ela conta o que sobrou do dinheiro, separa cinco Cruzeiros e pede vinte cruzeiros de Camarão.

O vendedor pesa quase um quilo e completa para um quilo, por vinte reais, embrulha e entrega para ela.

Ela pega o pacote de camarão e retira a mala do Donizete, mas percebe que não iria conseguir levar tudo no caminho de casa e pede ajuda para um menino que estava no fim da feira, com um carrinho de Carreto.

- Menino, quanto você cobra para me ajudar a levar a feira?

- Cinco Conto senhora. Diz o menino.

- OK, você leva para mim.

O carrinho do carreto era feito de madeira e tinha mais ou menos um metro e meio de comprimento e oitenta centímetro de largura e formava um caixote com uma guia feita de madeira, por onde o menino o guiava e as suas rodas eram de rolamentos de carro ou como os meninos mesmo chamavam de rolimã e ele usava um pedaço de pneu de carro como freio pisando em cima para parar.

O menino coloca a compra e a mala do Donizete dentro do Carrinho de carreto e ainda sobra um espaço.

- Sobrou um espaço, quer ir sentado dentro segurando as compras? Pergunta o carreteiro para o Donizete.

- Não é perigoso? Pergunta a Avó.

- Não, pode ficar tranquila eu estou acostumado, eu desço aqui toda hora e assim ele desce comigo e nós ficamos esperando a senhora lá embaixo.

- Tudo bem, mas vai com cuidado, que ele é muito precioso para mim, demorei muito tempo para encontra-lo e não quero perde-lo.

Donizete entra no carrinho de carreto e se ajeita.

- Tudo bem senhora, pode deixar. Diz o rapaz embalando o carrinho e descendo muito rápido, desviando dos carros que subiam e desciam, quase matando a Avó de enfarto que assistia de longe.

Donizete se divertia com o vento na cara e levava tudo como brincadeira e ria até o rapaz chegar no fim da ladeira, pisando no freio feito com um pedaço de pneu.

- Pronto, agora vamos esperar por ela aqui no canto da calçada, porque eu não sei onde ela mora, você sabe? Pergunta o carreteiro para o Donizete, que faz com a cabeça que não.

- Você não sabe? Estranha o menino.

- Não, eu acabei de encontrá-la.

O menino acha estranho e se cala.

- Você é doido menino, precisa descer naquela velocidade toda, quase me mata do coração. Diz a senhora.

- Eu estou acostumado Vó. Diz o carreteiro rindo.

- Ela é sua avó também? Pergunta Donizete para o carreteiro.

- Não, é só jeito de falar. Diz o carreteiro rindo e embalando o carrinho pela rua acompanhando a senhora.

- Pronto chegamos, pode colocar a compra aqui na garagem que eu levo para dentro. Diz a Avó.

O menino descarrega a compra e a mala do Donizete e a Avó paga o menino com os últimos cinco Cruzeiros restantes.

O carreteiro se despede e vai embora.

Assim que o Donizete ia pegar a a sua mala, um cachorro surge do corredor abanando o rabo.

- Bidu! É o Bidu? Eu lembro dele, ainda está vivo?

- Sim é ele mesmo, acho que ele sentiu mais falta de você do que você dele.

O cachorro faz uma festa, reconhecendo ele, ele pulava em cima do Donizete e lambia e latia, no momento que uma sombra aparece no portão.

Donizete olha para a sombra contra o sol e não reconhece quem era, a sua sombra vem na sua direção e o abraça com força.

- Filho é você mesmo? Eu não acredito, obrigado meu Deus.

Era o pai do Donizete que estava bem diferente da última vez que ele o havia visto, ele parecia sóbrio e não tinha mais cheiro de álcool, como ele lembrava do pai.

- Você não está cheirando álcool e está bastante diferente.

O Senhor Valter olha para a mãe e olha pra ele e diz.

-É meu filho depois que q sua mãe foi embora, eu sofri tanto que decidi parar de beber.

Donizete fica olhando para ele e não diz nada.

-E essa pipa do Corinthians, que pipa bonita? Pergunta o pai.

- Foi a vó que comprou para mim. Diz Donizete.

- Por falar em comprar vamos comigo aqui no mercadinho comprar um doce para você, você quer?

- Sim eu quero.

Ele deixa a pipa com a avó e eles vão até o mercado, o Bidu vai atrás deles.

Chegando no mercado o seu pai diz:

- Escolhe o doce que você quer aí , pode escolher!

Donizete olha os doces e escolhe um tubo de pastilhas doces, que tinha a cabeça do pato Donald na ponta, que era por onde saiam as pastilhas coloridas da boca do Pato Donald. O seu pai paga o doce eles voltam para casa, chegando na casa do seu pai ele percebe dois meninos no portão, eles estavam segurando cada um, uma bola de dente de leite, que estava dentro de um saquinho plástico, quando o Donizete se aproxima deles, eles veem na sua direção e o abraça e entrega as bolas para ele dizendo.

- Tom é para você. Diz o menino que parecia mais velho.

- Quando você foi embora, você foi brigado com a gente, a nossa mãe comprou e pediu para te entregar como uma forma de desculpa e de boas-vindas ou bom retorno.

Donizete, pega as bolas e fica tentando se lembrar do que eles estava falando.

- Ah lembrei!! – A brincadeira com os carrinhos nós túneis, agora eu lembrei, obrigado.

Os meninos entregam as bolas e a sua mãe os chama para voltarem e eles vão embora.

Donizete estava com as mãos ocupadas segurando o doce e as bolas e vai entrando na casa da avó.

Ele vai observando e percebe que aquele lugar era muito familiar, ele vê o vaso no canto da sala, estava exatamente como o dia que ele foi embora, ele se recorda daquele dia, que ele havia escondido o dinheiro da sua mãe nele, o que teria causado toda a briga daquele dia. Ele balança a cabeça e levanta o vaso e o coloca de ponta cabeça, para ver se o dinheiro ainda estava ali.

- Você não vai achar nada ai. Diz a sua Avó.

Ele olha para ela e coloca o vaso no lugar.

-Eu encontrei o dinheiro quando fui limpar o vaso e o achei escondido aí alguns dias depois que vocês foram embora, foi você que tinha escondido né?

Donizete não diz nada com vergonha.

- Mas está bem, isso já foi, agora é outra história. Diz a avó.

- Veem me ajuda guardar a feira, por favor e depois colocar a sua mala no quarto onde você vai dormir.

Eles guardam as compras da feira.

- Agora vamos até a sua cama.

Eles sobem para o quarto e quando ele entra no quarto, o quarto era exatamente o mesmo quarto , estava do mesmo jeito que ele havia deixado. Os desenhos de foguetes estavam colados na parede ao lado da sua cama e alguns brinquedos estavam no canto do quarto, como se ele nunca havia saído dali.

O seu pai entra no quarto atrás dele, ele estava com lágrimas nos olhos e diz com a vós embargada.

-Está exatamente como você deixou, não mexi em nada. Diz o pai.

Donizete senta na cama.

- Nossa que macia. Ele sobe na cama e começa a pular em ciam dela.

O seu pai olha ele pulando e dá risada, como se não estivesse acreditando que o seu filho estava ali de novo, difícil de acreditar parecia um sonho.

- Pai!

- O que filho?

- Vamos empinar a pipa que a vovó comprou, mas eu não tenho linha, será que a vovó teria alguma linha.

- Vamos perguntar para ela.

Eles descem as escadas e perguntam para a avó se ela tinha alguma linha para o menino empinar a pipa.

- Eu tenho uma linha de nylon marrom, deve de estar aqui na gaveta, deixa eu dar uma olhada. Ela abre a gaveta, levanta alguns panos de prato.

- Aqui está, toma pode usar, tem bastante linha aí.

Donizete pega a linha e amarra na pipa.

- Pronto agora é só empinar, vamos lá na rua papai?

- Vamos.

Assim que eles saem no portão, o sobrinho do Valter vinha chegando trazendo um presente para o Donizete e estava vindo brincar com ele também.

- Pronto o seu primo chegou agora ele brinca com você.

- Oi primo quanto tempo.

Donizete olha para o primo e não diz nada.

- Você não lembra mais de mim primo?

- Não.

- Você era muito pequeno quando foi embora, eu costumava brincar muito com você ou judiar de você, brincadeira.

- Ah! - Agora eu lembrei, é, você judiava bastante de mim, me batia só porque você é maior e mais velho que eu.

- Mas não vou mais judiar de você não, prometo.

- Está bom, então vamos empinar a minha pipa comigo.

- Que pipa bonita do Corinthians, quem te deu?

- A vovó.

- Ela te deu, eu também quero uma, mas vamos brincar com a seu primeiro, depois eu peço para ela, vamos lá do fundo na Lage, lá é melhor para empinar pipa.

Eles vão para o fundo do quintal pelo corredor e o primo ajuda o Donizete a subir na laje, como ele era mais baixinho, o seu primo faz cadeirinha e empurra ele para cima da laje.

Eles sobem na laje e colocam a pipa para voar.

- Deixa eu empinar primo. Diz o Donizete.

- Espera já te dou, só mais um pouquinho.

Donizete fica esperando e nada do primo passara a pipa para ele.

- Vai chega, deixa eu empinar um pouco que a pipa é minha. Donizete tenta pegar a linha da pipa da mão do primo, mas o primo o empurra e ele cai para trás da laje e cai em cima de uma caixa d´agua na laje de baixo, a tampa da caixa d´agua arrebenta, com a pancada da cabeça e ele cai desmaiado dentro da caixa D´agua.

O primo fica olhando ele afundar, mas de repente a água começa a borbulhar e a caixa d´água fica toda tomada por lesmas, que levantam o corpo do Donizete, deixando a sua cabeça fora d´água.

O primo não acredita no que estava vendo.

O pai do Donizete e a Avó dele aparecem na janela do quarto que dava acesso a laje, para verificar o que tinha acontecido por causa do barulho que tinham escutado.

O pai vê o filho boiando na caixa D ´água, rapidamente ele pula a janela e vai de encontro ao filho para retira-lo d´água, ele pede ajuda ao sobrinho, que se recusa a ajuda-lo dizendo.

- Eu não vou pôr a minha mão aí não. Diz o sobrinho.

Então sozinho o pai puxa ele para fora da caixa d´agua e o coloca deitado na laje.

O primo fica olhando para o Donizete e olha para a Avó que estava ao prantos gritando.

- Meu Deus, não deixa ele morrer, pelo amor de Deus. Ela gritava e chorava desesperada.

- O pai do Donizete, fica agachado ajoelhando ao lado do filho calado só olhando para ele, como medo de constatar o pior.

- Donizete começa a tossir e desperta xingando o primo.

- Porque você me empurrou? - Eu podia ter morrido.

- O Pai e a avó olham para o primo que estava calado e assustado.

- Você empurrou ele e porque não o ajudou? Pergunta a avó.

- Vocês não viram o tanto de lesmas que estavam na caixa d´água, eu fiquei com medo.

- Lesmas? Perguntam juntos o Pai e a Avó.

- É, vocês não viram?

- Não vi nada. Diz o pai.

- Olha aqui. Diz o primo.

- Que aponta para a água, que estava limpinha e transparente e não havia nada ali.

- Eu juro, estava cheio de lesmas.

- Isso é desculpa sua, você ainda continua judiando do seu priminho, mesmo ele estando todo esse tempo longe, você ainda não aprendeu e fica agora inventando história, mas fique sabendo, que eu vou contar para a sua mãe, para ela te dar um corretivo.

- Não foi de propósito e juro que fiquei morrendo de medo, eram lesmas gigantes, pareciam um monte de cobras.

- Chega Eduardo, para de mentir e vai para a sua casa agora, eu não quero mais que você machuque ele.

- Mas tio estou falando a verdade.

- Vai embora!

O primo desce da laje por onde ele subiu, mas antes ele olha para o Donizete, que estava com uma fisionomia diferente, ele acha estranho e fica com medo e desce rapidamente.

O pai do Donizete ajuda ele a entrar pela janela e a sua avó o ajuda.

- Não machucou meu amor? - Não está doendo? -Quer ir para o hospital?

- Não, está tudo bem vó.

- Pai não esquece de pegar a minha pipa!

Eles descem para a sala.

- O almoço está quase pronto. Diz a Avó

- Depois que eu almoçar, posso ir empinar a minha pipa na rua.

- O menino você e essa pipa, na rua pode ser perigoso, já não basta de susto por hoje? Fala a avó

- Depois do almoço eu fico com você na esquina. Diz o pai.

O almoço é servido, Camarão ao molho de tomate, arroz, salada e de sobremesa doce de leite com queijo branco.

- Nosso que delicia de comida vó.

- Gostou, a gente faz coxão duro virar Filé Mignon.

- Gostei, está uma delícia.

- Acabei de comer, posso ir brincar com a minha pipa?

- Vamos filho eu fico com você, lá na esquina.

Eles saem pela porta e o menino coloca a pipa no alto, o pai fica ali só observando o filho, não demora muito outras crianças se junta a ele e o pai achando que ele estava seguro e já tinha companhia e resolve entrar.

- Cadê o menino? Pergunta a mãe do Valter.

- Está brincando com outras crianças. Responde ele

- Não tem perigo homem?

- Se me acontece alguma coisa com esse menino eu te mato, depois de tudo que passamos.

- Também não é assim mãe, o menino tem vontade própria, não vamos poder ficar protegendo ele para sempre.

- Se acontece alguma coisa a primeira coisa que a mãe dele vai dizer, vai ser que: "Alá deixei o menino com eles e já deixaram o menino se machucar".

- Não vai acontecer nada.

O menino retorna com um monte de amiguinhos e diz.

- Pai vou brincar com os meus amiguinhos aqui no quintal.

- Tudo bem filho e quem são os seus novos amiguinhos?

- Na verdade, alguns eu já conhecia de antes, mas esse é o Galo, esse o Cabeção, Zoião, Sapão, Bomba, Alemão, Macaco, coelho, Barata, barriga, japa e o morcego.

- Nossa, o que é isso um Zoológico de insetos?

Todos riem.

O Valter olha para a mãe, pisca e diz.

- Viu!

- Eu ganhei duas bolas, nós podemos jogar bola no quintal.

- Vamos lá na rua é melhor, nós fazemos dois gols com pedras. Fala o Testa.

- Está bom. - Pai Vó eu vou lá na rua jogar bola.

A avó olha para o pai e balança a cabeça.

As crianças correm para a rua, montam dois gols feitos com pedra, dividem dois times de seis, um no gol e cinco na linha, assim eles começam a jogar bola, mas a brincadeira era interrompida toda hora que passava um carro, quem estava com a bola gritava.

- Carro!! Ficando assim com a bola no pé até o carro terminar de passar e assim que o carro passava a brincadeira continuava.

Um dos meninos dá um chute forte na bola que cai na casa do japonês.

- Chii, acabou a nossa brincadeira, o japonês vai furar a bola. Fala o Cabeção.

- Furar a minha bola?

- Sim, toda bola que cai lá ele não devolve e leva para dentro da casa e fura com a faca. Fala o Galo.

- Não mesmo, eu vou lá pedir para ele devolver.

Donizete aperta a campainha e aparece um senhor oriental.

- Moço o senhor pode devolver a minha bola, ela é novinha acabei de ganhar.

O Japonês, faz um sinal para esperar com a mão e entra novamente na casa.

Donizete olha para os meninos que olhavam para ele surpresos.

O Japonês sai novamente com a mão atrás da costa e vai na direção da bola e defere uma única facada na bola, que estoura como uma bexiga.

- Filha da puta. Xinga Donizete.

- Vai embora sai da minha porta. Diz o japonês com um sotaque oriental.

Donizete sai xingando.

- Eu tenho outra bola eu vou lá buscar.

Donizete corre até a casa da sua avó pega a outra bola.

Eles continuam com a brincadeira até um carro que passa por cima de um dos tijolos que marcava o gol.

- O carro esfarelou o tijolo, agora não tem outro. Diz o Sapão.

- Vou pôr

Assim eles continuam a brincadeira, até em uma dividida o Donizete chutar a guia com o pé descalço arrancando um tampão do dedão.

- Aí! Aí, aí.

Os meninos param a brincadeira e o cabeção oferece a casa dele para o Donizete lavar o sangue do dedão.

A mãe do cabeção faz um curativo no Donizete, colocando umas gazes com esparadrapo, ponta do dedo dele.

- E agora o que a gente vai fazer? Fala o Sapão

- Não dá mais para eu jogar bola. Diz o Donizete.

- Vamos nós vingar do Japonês. Fala o Galo.

- Vamos, mas como? Pergunta o Cabeção.

- Eu tenho alguns morteiros em casa, vamos colocar na caixinha de correio do japonês. Diz o Galo.

- Boa ideia. Exclama do Donizete.

Galo vai na casa dele e pega as bombinhas.

- Pronto, aqui está, quem vai colocar? Pergunta o Galo.

- Eu coloco. diz o Donizete.

Donizete pega um morteiro e vai até a caixinha de correio, ele abre a plaquinha de entrada da caixinha de correio e prende a bombinha, com a pressão da mola da abertura da caixa de correio, ele risca o fosforo e acende o pavio da bomba e a empurra para dentro da caixa de correspondência e corre.

Ele dá alguns passos e uma explosão muito forte acontece atrás dele arremessando a frente da caixa de correspondência para o outro lado da rua.

As crianças correm cada uma para a sua casa.

Donizete corre pega o seu tênis que ainda estava na marca do gol e vai para a sua casa.

Entrando na sua casa, o seu pai e a sua avó estavam sentados na sala assistindo televisão.

- O que você está aprontando? Pergunta o pai dele rindo.

- O que você fez no pé, que curativo é esse? Pergunta a avó assustada.

- Esse curativo foi a mãe do cabeção quem fez. Diz ele.

- Sim, mas o que aconteceu? Pergunta a avó.

- Eu arranquei o tampão do dedão, chutando a guia.

- Menino de Deus! - Isso não está doendo?

- Um pouquinho, só doeu na hora, agora só está latejando um pouco.

- Você vai ver na hora que for tomar banho, como isso vai arder.

Donizete fica olhando para fora, verificando se alguém havia seguido ele.

- O que foi menino, fecha essa porta e vai tomar banho. Diz a Avó.

Ele obedece a avó e entra no banheiro.

Ele tenta tirar o curativo, mas estava grudado, ele pensa em molhar e coloca o pé debaixo do chuveiro e como a avó havia lhe dito.

- Aí, ardeu de mais como doí.

Depois de molhado ele vai tirando o curativo aos poucos fazendo caras e caretas.

Quando ele sai do banheiro a sua avó pede para ele deixar ela ver o machucado.

- Uh, isso está feio em.

- Vamos colocar um Band aid.

Eles jantam assistem um pouco de televisão e ele dorme deitado no colo da avó.

Donizete está na Fazendo do Coronel Zuquim .

Mas estava tudo confuso, Donizete falava com o Coronel, mas ele não o ouvia, e a Regina estava dormindo dentro da cabana, Donizete a chamava, mas nada dela esboçar uma reação, o único que o ouvia era o ex. Namorado da Regina e seu assassino, que ria e dizia.

- Vocês estão enfraquecendo, se não acharem o restante e não completar o ciclo eu vou voltar e vocês não vão poder fazer nada.

O Coronel dá um tapa nele.

- Com quem você está falando?

O assassino olha para ele e olha para o Donizete e dá uma risada.

- Donizete, se você estiver me ouvindo, procure os meus filhos e principalmente o escravo, nesse momento ele é a pessoa que vai te proteger, para você não ficar desprotegido, nesse momento estamos desconectados, tem alguém na vida real perto de você, que está interferindo.

- Só pede para ele não ser tão violento.

Donizete deixa a cabana e sai pela fazendo procurando pelas crianças e pelo escravo.

A fazenda estava diferente, parecia outra época e isso faz o Donizete imaginar onde procurar pelo escravo.

- Ele deve de estar na senzala.

Ele vai até a senzala, mas a fazenda ia ficando mais velha como uma fotografia antiga que vai ficando amarelada.

Ele sente um cansaço e pensava em desistir, mas uma as crianças aparecem montadas em cavalos e o resgatam.

- O seu pai me pediu para encontrar o escravo.

- Eu sei ele nos avisou. Fala o menino com a voz trotando dos solavancos do cavalo.

- Ele deve de estar na Senzala. Acrescenta a menina.

- Eu estava indo para lá, mas alguma coisa estava me impedindo.

Uma ventania tentava impedir os cavalos de chegarem na Senzala.

A silhueta de um homem negro alto e forte aparece na porta da Senzala e a ventania dissipa.

- Olá meu Senhorzinho, eu já estava esperando pelo sinhô.

Diz o homem negro com uma voz grossa.

- Olá o coronel pediu para eu te procurar.

- Eu sei senhorzinho, já estava sabendo, eu estou sentindo a presença desse mal, mas ele não está aqui nesse plano, e a presença dele nós enfraquecemos.

- Mas de onde vem isso? Pergunta o menino.

- Do mundo dos vivos. Diz o Escravo.

- Mas como? Pergunta a menina.

- É a presença de um mal, que vai ter que se acertar comigo e não terei piedade, serei violento com esse ser.

- O Coronel pediu justamente, para te avisar para você não ser violento.

- Isso eu não posso prometer Senhorzinho.

O homem diz isso começa a sumir.

Donizete acorda assustado no colo da avó.

- Que isso menino, quem é Coronel e Regina que você chamava no seu sonho? Pergunta a avó.

- São do meu sonho. Donizete percebe que tinha alguém sentado na poltrona ao lado do pai dele.

- Esse é o Alexandre, meu sobrinho e primo do seu pai, você não conhecia ele.

- Oi Donizete, tudo bem?

Donizete se levanta e dá a mão para o homem cumprimentando ele.

No momento que ele dá a mão para o home ele sente um choque e puxa a mão rapidamente.

- Que foi? Pergunta o Primo do pai.

- Deu choque, que estranho. responde o Donizete.

O pai dele ri.

- Esse é um grande amigão do papai, ele vai dormir aqui hoje com a gente o papai trabalha com ele e vamos juntos para o trabalho.

Donizete ainda estava sonolento e não presta muita atenção no que o pai dizia e sobe para o seu quarto, para dormir.

No dia Seguinte.

Ele acorda e não vê o seu pai na cama ao lado, ele desce para tomar café, a sua avó prepara o café para ele, ela coloca café com leite quentinho em uma caneca de alumínio que tinha o símbolo do Corinthians impresso nela.

- A sua mãe vai vir aqui hoje.

Ele olha para a vó enquanto mastigava o seu pãozinho e não fala nada.

Ele vai para a sala e fica assistindo desenho esperando a sua mãe chegar.

Passado algum tempo alguém bate palma no portão.

A sua avó vai atender e verifica que era a mãe do Donizete.

- Entra. Convida a avó.

- Não obrigado, estou com pressa, só quero falar com o meu filho. A mãe dele não entra e fica no portão esperando por ele.

- A sua mãe quer falar com você Donizete e ela não quer entrar.

Donizete vai ao encontro dela até o portão.

A sua mãe o abraça e o beija e pergunta.

- Vamos embora?

- Não, não quero ir não, quero ficar aqui.

- Vamos, vamos voltar para casa o João falou que vai te tratar melhor, ele prometeu.

- Não, não quero, quero ficar aqui.

A sua mãe começa a chorar e fala.

- Está bem então, chama a sua avó eu preciso passar os seus documentos para ela e acertar a transferência da escola, chama ela para mim por favor.

Ele entra e chama avó.

Elas se conversam e o Donizete fica só olhando.

Elas acabam a conversa.

- OK, agora deixa eu me despedir do meu filho, se ele quer assim, fazer o que né.

A sua mãe chorando o abraça e pergunta mais uma vez.

- Você tem certeza disso?

Donizete faz que sim, balançando a cabeça.

Ela o solta, se vira e vai embora chorando.

Donizete e a avó ficam no portão olhando ela ir embora, que antes de virar na esquina, olha para trás e acena dando tchau e dobra a esquina.

- Vem, vamos entrar. Diz a avó.

No momento que aparecia no portão alguns meninos, pedindo a bola emprestada chamando o Donizete para jogar bola.

- Posso ir jogar Vó?

- Mas como você vai jogar com esse pé machucado?

- Ele fica no gol Vó. Fala o Alemão.

- Se assim está bem então, mas cuidado para não se machucar mais.

Antes que ela terminasse a frase ele já estava pegando a bola e se mandando para a rua.

Eles dividem o time e começam a jogar.

Donizete fica no gol e em uma jogada o Coelho vem com tudo e o Donizete o bloqueia, e o coelho acha ruim, dizendo que ele o havia machucado e o empurra e o dois começam a trocarem socos, os outros meninos separam a briga e eles continuam a jogar. Só que agora o Coelho estava no mesmo time do Donizete, para não ter mais briga.

A brincadeira acaba quando novamente o Cabeção dá um chutão na bola, que cai na casa do Japonês.

Como o barulho da bola caindo no seu quintal, não precisou nem chamar o Japonês.

Ele aparece no portão xingando e gesticulando apontando para a caixinha de correio, mas por causa do sotaque ninguém entendi o que ele dizia.

Então ele pega a bola e diz uma frase que todos entenderam.

- Acabou a "brincadela". Diz ele com um sotaque oriental.

Os meninos só olham, mas o Donizete não se conforma e ataca pedras no Japonês que corre para dentro de casa.

Donizete não contente, pega um pedaço de pau e dá pauladas no portão do Japonês quebrando as pontas das lanças do portão.

Os meninos vibram e gritam.

- Estamos vingados. gritam todos comemorando.

- Agora vamos comer goiaba no Marreco.

- Isso vamos.

A criançada pula o muro no final da rua onde ficava a chácara do Marreco, onde haviam várias arvores de pé de Goiaba.

As crianças sobem nos pés de goiaba e se esbaldam de tanto comer goiaba.

- Ih, acho que comi um bicho de goiaba. Grita o Barriga.

As crianças todas riem.

- Agora está me dando dor de barriga e não vai dar tempo de descer, se não vou fazer na calça, vou cagar aqui de cima da árvore mesmo.

Ele abaixa a calça se ajeita no galho e forquilha e faz cocô, dali mesmo.

Só se escutava o barulho dos troços caindo no telhado do galinheiro, parecia tijoladas no telhado.

As crianças riam, que não se aguentavam, achando engraçado o Barriga sentir dor de barriga e fazer cocô de cima da árvore.

O Cabeção chama alguns meninos de canto longe do Bomba, mas rindo ainda do Barriga.

- Hoje é aniversario do Bomba, vamos dar ovada nele. Diz o Cabeção.

- É mesmo. Confirma o coelho.

- Nós podemos pegar os ovos no galinheiro do Marreco. Diz o Cabrito irmão da Peninha.

- Mas deve de estar fedendo tudo lá depois da cagada do Barriga. Fala o Donizete.

- Vamos ver. Fala o Cabeção.

Eles entram no galinheiro.

- Que fedor, está muito fedido. Diz o Testa.

- Tampa o nariz com a gola da camiseta e coloca os ovos na parte de baixo da camiseta. Fala o Cabeção.

Eles pegam alguns ovos e quando estavam saindo, eles escutam latidos de cachorros.

- Correm o Marreco vem vindo! Grita o Coelho.

Todos correm desesperados e pulam o muro no momento que os cachorros aparecem e o Marreco atrás xingando.

Eles correm para a rua.

- Segura o Bomba. Fala o Cabeção.

Todos seguram o Bomba que se debate em vão.

O coelho passa alguns ovos para o Testa que deixa cair um.

O Ovo se espatifa no chão.

- O que é isso? Pergunta o Testa.

- É um pintinho. Responde o coelho.

- Credo que cheiro horrível. Reclama o Coelho tampando o nariz e deixando cair o restante dos ovos, onde todos estavam chocados e com pintinhos dentro.

- Nossa que cheiro horrível. reclamam todas as crianças.

- Credo! -Que nojo, vocês iriam jogar isso em mim. Diz o Bomba.

- Nossa que dó. Diz o Donizete.

- Nunca mais na minha vida vou comer ovo. Fala o Cabeção.

Aquele cheiro vai ficando pior e dá ânsia de vomito em algumas crianças, principalmente no Donizete.

As crianças vão para o outro lado da rua, longe daquele cheiro.

- Nossa vomitei todo o meu café da manhã e as goiabas que comi. Fala o Donizete.

- Agora me deu até fome. Fala o Donizete.

- Vamos lá roubar chocolate no mercadinho. Fala o cabeção.

- Vamos! fala o Testa.

As crianças vão até o mercadinho e finge que vão comprar alguma coisa.

uma pega um pacotinho de alguma coisa e enfia dentro dos shorts e saem como se nada estivesse acontecendo.

Eles param em frente da casa da Avó do Donizete e contabilizam o que eles roubaram.

- Eu peguei um pacote de Dadinho de amendoim. Fala o Cabeção.

- Eu peguei um pacote de goma de mascar. Fala o Testa.

- Eu peguei chocolate. Fala o Bomba.

- Eu peguei uma caixa de Bombom. Fala o Donizete.

- Caracas como você fez isso? Perguntam os outros meninos.

- Legal agora vamos dividir. Fala o Cabeção.

O primo do pai do Donizete, o Alexandre ouvia tudo de trás da porta da Sala.

E pensa.

- Bom saber.

As crianças se esbaldam com os doces.

A avó do Donizete sai na porta e o chama para almoçar.

- Estou sem fome vó.

- Mesmo assim vem comer alguma coisa, não pode ficar sem comer nada, vem entra um pouco, chaga de rua.

- Vou ter que entrar.

Ele entra e as crianças vão embora.

Quando ele entra a sua avó estava na cozinha e o primo do seu pai fala para ele.

- Está sem fome, porque estava roubando doce, que coisa feia, vou contar para o seu pai. Fala o Primo do pai.

- Não por favor não conta. Pede o Donizete.

- E o que eu ganho com isso? Diz o Primo.

- Eu não tenho nada para te dar.

- Então deixa eu ver a sua bunda!

- Não isso é coisa de veado.

- Só mostrar não, mostra ou eu vou contar para a sua avó agora.

- Não.

- A é, vou lá contar.

- Tá bom eu mostro.

- Abaixa a calça.

Donizete abaixa os shorts deixando a abunda a mostra.

- Agora coloca a mão no chão, isso.

O homem fica olhando a bunda do menino e pegando no membro dele.

- Donizete!! Grita a avó da cozinha.

Donizete levanta a calça rapidamente.

O Homem o agarra no braço e ele estava como membro duro.

- Donizete!! Grita a avó de novo.

Donizete olha para o homem e para o seu braço e o homem o solta.

Ele vai em direção a cozinha e se senta na mesa.

A sua avó o serve um prato de comida, mas ele não estava com fome e fica só brincando com o garfo.

- Você está sem fome né menino?

- Sim. Diz o Donizete.

- Quer que frite um ovo?

- Não. Ele lembra dos pintinhos no chão e lhe dá ânsia de vomito.

- Alexandre você não quer almoçar?

- Agora não tia, daqui a pouco.

Donizete fica olhando para a avó, pensativo.

- O que foi menino?

- Nada, só pensando.

Donizete volta apara a sala e o homem, tira o membro para fora e fica mostrando para ele, cochichando.

- Vó!

O homem guarda o membro rapidamente.

- Eu vou lá na rua brincar, ok.

- Vai, mais cuidado.

O homem tenta agarra ele, mas ele se desvencilha e sai para a rua.

Ele encontra o Morcego brigando com dois meninos e estava apanhando, ele chega de voadora e derruba um e dá soco no outro, os meninos correm e eles correm atrás do s meninos até a entrada da casa deles, onde o menino tenta abrir o portão e o Donizete dá outra voadora no menino derrubando no chão.

O pai do Menino grita para que eles enquanto tentava abrir o portão e o Donizete e o Morcego correm de volta, para a casa deles.

O pai do Menino pega o carro e vai atrás deles.

Eles correm e entram na casa do morcego e ficam ali escondidos.

O carro passa diversas vezes na rua procurando por eles.

- Nós vamos ter que ficar aqui escondido em casa, não vamos poder sair, dizem que o pai desses meninos é louco e anda armado.

- Ok, e o que nós podemos fazer para distrair.

- Eu tenho umas folhas de ceda, vamos fazer um balão.

- Você sabe fazer balão?

- Sim, você me ajuda.

E assim eles ficam a tarde toda fazendo balão e quando escurece eles escutam um barulho de bombinhas.

Depois de alguns minutos, aparecem vários carros de polícia e o pessoal correndo para socorrer um homem que havia sido baleado pelo vizinho e esse vizinho que baleou o outro, era o pai dos meninos que estava atrás deles.

Eles vão até a rua de baixo e ficam observando no momento que chega a notícia que o homem havia morrido, a população estava revoltada e depois que a polícia foi embora a população invade a casa do assassino e destroem tudo, arrastam um carro que no mesmo dia estava procurando pelo Donizete e Morcego e o capotam, deixando o carro virado com as quatro rodas virado para cima.

Mas o Assassino havia fugido deixando tudo para trás.

A população tenta atear fogo na casa, mas a polícia volta e impede.

Donizete e o Morcego sobem de volta para as suas casas e o Donizete vai direto para a casa dele.

- Menino onde você estava?

- Eu estava preocupada, você não viu o maluco que matou o vizinho?

- Vi sim vó.

- Você viu, que perigo um doido desse solto ai pela rua.

- Pois é.

- Graças a Deus que você chegou, agora vai tomar banho, para você jantar.

Ele toma banho e a sua avó coloca a comida no prato para ele.

Ele dá a primeira garfada e senti uma dor no dente.

- Que foi menino, está sem fome de novo?

- Meu dente está doendo.

- Coloca vinagre no dente que está doendo.

Avó coloca uma colher de vinagre na boca dele.

- Agora vai no banheiro e faz bochecho.

Ele faz o que a avó manda e vai para a sala assistir tv.

Estava passando Esquadrão Classe A.

- Eu gosto do Murdock, de quem você gosta vó.

- Eu gosto do BA, acho ele engraçado quando tem que tomar avião.

- O Murdock é louco e é mais engraçado Vó.

O seriado acaba.

- Eu vou dormir vó, o meu dente ainda está doendo um pouco.

Ele sobe para dormir, e tenta dormir, mas a dor de dente vai aumentando ele acorda reclamando que estava doendo muito.

O seu pai e a sua avó, tentam fazer alguma coisa, dá remédio para a dor o que alivia um pouco, ele consegue dormir, mas a dor persistia.

Ele tinha flashes de sonho, onde o escravo tentava dizer alguma coisa para ele, mas a dor de dente o acordava e o escravo não conseguia terminar a frase, o máximo que ele entendeu foi:

- "Você está correndo peri.." mas ele acordava com a dor de dente.

- Vó!!! - Não para de doer, está doendo muito.

- Valter nós vamos ter que levar esse menino cedo no dentista para ver esse dente.

O menino rolava de dor na cama.

O dia amanhece.

Donizete e o seu pai estão no consultório do dentista, que examina o dente.

- Esse dente não tem mais jeito, ou coloca uma prótese ou arranca.

- Uma prótese custa cara né doutor?

- Sim um pouco.

- Então arranca.

- Pode arrancar o dente então?

- Sim pode.

O Dentista arranca o dente e dá algumas instruções.

- O menino tem que ficar quieto para não dar hemorragia, evitar agitações.

O pai faz que sim com a cabeça e os dois deixam o consultório.

Chegando em casa o pai avisa.

- Você escutou o que o dentista, falou né?

Donizete faz que sim com a cabeça.

- Nada de estripulias para não sangrar.

O garoto faz que sim com a cabeça novamente.











O Garoto permanece quieto, mas não por muito tempo.

- Vó eu posso ficar lá fora?

- Sim, mas não esquece nada de estripulia.

Ele sai para a rua e encontra o Sapão e o seu irmão mais novo o Perereca.

- Vamos lá na casa da guardinha que matou o vizinho, o pessoal estão querendo saquear a casa.

- Vamos.

Eles dessem até a casa havia um grupo de pessoas aglomerada na porta da casa, mas os policias haviam trancado o portão.

- E moleque vem aqui.

Donizete vai até o homem que estava chamando.

Era o tio do Barriga que diz para ele.

- Você consegue subir na laje e passara pelo aquele vão e descer e abrir o portão por dentro para nós?

Donizete olha e diz:

- Sim consigo, só me levanta para subir na laje.

O Homem e mais um levantam o Donizete que sobe na laje, passa por uma fenda da janela e desce para a garagem, onde ele abre o portão.

A multidão invade a casa arrombam a porta da casa e saqueiam a televisão, bicicleta, roupas e tudo o que podiam carregar.

Donizete sobe novamente na parte de cima onde uma construção estava inacabada e começa a jogar tijolos para baixo, destruindo todo o material de construção, outros moleques sobem e se juntam a ele e começam a quebrar a parede que estava sendo erguida.

Eles quebravam a parede pelas laterais o que faz a estrutura de cima despencar e quase matando todos ali, a parede toda se despedaça batendo na laje e o restante no chão, foi por pouco, a parede de toneladas passa centímetros da cabeça do Donizete.

- Ufa! - Essa foi por pouco. Diz aliviado o Donizete.

Que deixa ele assustado e resolve sair dali e vai para o fundo da casa onde ele encontra uma bicicleta.

Ele puxa a bicicleta para cima da laje e depois desce pela escada carregando a bicicleta.

As pessoas estavam indo embora porque o bombeiro e a polícia havia sido chamado porque atearam fogo na casa e não tinha mais quase ninguém ali, todos estavam fugindo, só estavam o Donizete o Perereca e um homem mal-encarado que vai na direção do Donizete e diz.

- Vai moleque me dá essa bicicleta!

Donizete se recusa entregar dizendo:

- Não, eu achei é minha.

O homem dá um soco no Donizete e a sua boca começa a sangrar muito por causa do sente que ele havia arrancado e ele cospe o sangue no homem, que dá um chute nele.

Mas de repente da caixa de força de energia, começam a brotar lesmas, eram umas lesmas diferentes da que o Donizete estava acostumado a ver, essas eram negras e maiores e muito mais agressivas, elas saiam da caixa de força soltando faíscas de energia e agarram o homem levantando-o e o puxando para a caixa de força já eletrocutando o homem, e o seu corpo chacoalhava todo.

O homem se debatia e as lesmas o segurava até o seu corpo parar de tremer, só assim elas desaparecem e deixando o corpo do homem já morto cair no chão.

O Perereca estava assustado olhando o que tinha acabado de acontecer, estava em choque e não se mexia.

- Vamos Perereca, está ficando cheio de fumaça aqui, anda moleque. Donizete dá um grito com ele.

Eles saem da casa e encontram o Sapão e o Cabeção fora da casa.

-Vamos andar de bicicleta. Diz o Donizete para mudar de assunto.

O Perereca vai contando para o irmão o que tinha acabado de acontecer.

- O homem foi agarrado por umas coisas gosmentas pretas e o matou eletrocutado, não foi Doni?

- Não, foi nada disso não, ele estava roubando os fios e pegou em uma parte descascada. Desconversa o Donizete.

- Não eu tenho certeza do que eu vi.

- Não era isso não, por causa da fumaça, você imaginou coisas. Diz o Donizete.

- É maninho você está imaginando coisas, e porque a sua aboca está sangrando Doni? Pergunta o Sapão.

- Eu arranquei um dente e deve de ter aberto o ponto. Responde ele.

- Você precisa lavar a boca, está sangrando muito.

- Deixa para lá, vamos andar de bicicleta. Fala o Doni.

- Mas os pneus estão murchos. Fala o Cabeção.

- A gente anda assim mesmo. Fala o Sapão

Perereca fica ali parado tentando refletir e dá de ombros.

Eles se divertem com a bicicleta, como se nada tivesse acontecido, a polícia e os bombeiros chegam e o fogo havia se alastrado, eles retiram o corpo do homem eletrocutado achando que ele havia falecido devido ao incêndio, sem suspeitar de nada.

- Mandou bem em moleque. Diz o Tio do Barriga para o Donizete.

- Esse é dos meus, quem mexer com ele vai estar mexendo comigo. Grita o tio do Barriga para todo mundo ouvir.

- Eu vou precisar que você faça, o que você fez hoje de outro jeito em outras ocasiões, mas eu te aviso quando for para fazer isso, garoto esperto.

Donizete fica olhando para ele.

- Ei é a minha vez de andar na bicicleta. Diz o Donizete para o Sapão.

As crianças brincam com a bicicleta até o pneu se soltar e a roda ficar no só no aro, eles arrancam o pneu e continuam a brincadeira.

Os Bombeiros vão embora e fica só um carro de polícia na porta da casa, para evitar novos ataques.

Os Policiais vão até a padaria para tomarem um café e os moradores aproveitam e pedem para o Donizete escrever no muro da casa: “Casa do Assassino”.

Os moradores dão as tintas para ele.

Ele vai até o muro que estava preto chamuscado pela fumaça e com a tinta branca: “Assasino” com um “S” e as pessoas gritavam: Tem mais um “S” está faltando outro “S”.

Ele volta com a tinta e encaixa mais um “S”, e continua brincando como se nada tivesse acontecido.

O policial volta, olha a inscrição e dá de ombros.

Donizete volta empurrando a bicicleta com a roda no ferro derrapando no asfalto.

- É isso moleque. Elogia o tio do Barriga.

- Quando escurecer nós vamos fazer aquele esquema. Diz o Amigo do Tio do Barriga, o Arquimedes.

O dia passa e as crianças destroem a bicicleta, até o ponto de a bicicleta não ter mais jeito de andar com ela e eles abandonam em frente da casa do assassino.

E o dia Escurece.

O Tio do Barriga e o Arquimedes chamam o Donizete.

- Vem com a gente moleque esperto.

Eles vão andando por alguns quarteirões e chegam em uma casa onde estava tudo escuro.

Eles olham em volta na rua, pulam o muro da casa e explicam para o Donizete.

- Nós vamos te levantar aqui no vitro, para você entrar dentro da casa e abrir a porta dos fundos para nós, mas não acende a luz.

Eles levantam o Donizete, enfiando as pernas dele pelo vitro, deixando a cabeça por último.

Donizete pula dentro da cozinha da casa, onde estava tudo escuro, ele vai tateando e esbarra na mesa da cozinha derrubando alguma coisa que estava em cima da mesa no chão, fazendo muito barulho.

- Não faz barulho e vai nessa direção, a chave da porta deve de estar na fechadura.

Ele vai tateando pela parede e chega na porta, ele abre a porta.

- Pronto está aberta.

- OK, agora você fica aqui fora olhando se não vem ninguém.

O Tio do Barriga e o Arquimedes entram na casa e reviram tudo procurando coisas de valores, roupas, tênis. E outros objetos.

Eles fazem a limpa.

- Vamos Moleque esperto, só me ajuda aqui segura um pouco das coisas aqui para mim enquanto eu pulo o muro.

- Pronto pode jogar!

Eles jogam as coisas aos poucos.

- Pronto agora pode vir também.

O Arquimedes ajuda ele a subir no muro e passa as coisas dele para o Tio do Barriga, para poder pular o muro.

Todos terminam de pular o muro e fogem em direção a casa do tio do Barriga.

- Conseguimos, não falei que esse moleque era esperto. Diz o Tio do Barriga para o Arquimedes.

- Agora vamos dividir as coisas. Diz o Arquimedes.

Elas separam os tênis, algumas roupas, algumas joias e relógios.

- Moleque esperto, depois que a gente vender esses outros a gente te dá um dinheiro, por enquanto toma fica com esse Game boy com o jogo do Don king Kong para você, o que mais você quer?

- Eu acho que esse agasalho serve em mim, parece um pouco grande, mas dá para usar.

Ele pega o Game boy e o agasalho para ele e o tio do Barriga diz.

- Amanhã tem mais, nós vamos pegar umas peças de carro.

- Tudo, posso ir embora, não estou me sentindo muito bem. Diz o Donizete.

- Lógico, mas o que você está sentindo?

- Um mal-estar.

- Quer alguma coisa?

- Não, só ir para casa.

- OK, mas cuidado com o vídeo game e a blusa, não diz para ninguém onde você conseguiu isso, ninguém pode saber.

- Eu vou esconder quando chegar em casa.

Chegando na casa dele ele entra pelo o corredor ele coloca a blusa no meio da roupa suja e esconde o vídeo game atrás de uma pedra.

Quando ele se vira toma um susto.

O primo do seu pai estava atrás dele.

- O que você está escondendo aí?

- Nada? -Deixa eu ver então?

- O que é isso? Nada?

- Você roubou isso também né, está muito suspeito, entrou de fininha pelo corredor, eu vi um vulto no vidro da porta e vim ver o que era e peguei você com a boca na botija.

- Não estou com a boca em lugar nenhum, só quis esconder aí.

- A é, se não deve nada, então vamos lá mostrar para o seu pai e para a sua avó.

- Não, enche.

- Está vendo, se não deve não iria ficar com medinho, agora eu quero ver a sua bundinha para não te entregar para o seu pai.

- Não, eu não estou me sentindo bem.

- Ou você mostra ou eu te entrego.

- Rapidinho?

- Isso, só um pouquinho.

Doni abaixa os shorts e o homem tira o seu membro para fora e se masturba olhando a bunda do menino.

- Está muito seco, coloca na boca para lubrificar um pouquinho.

- Eu não vou por nada na minha boca, não sou veado, que nojo, eu vou vomitar em você se fizer isso, olha o tamanho disso, nem cabe na minha boca é muito grande, você é louco?

O homem estava com os olhos vidrados como um viciado e tremia, com o membro ereto e segurava o Donizete pelo braço.

- Eu não estou me sentindo bem, me deixa em paz, me deixa entrar, outro dia eu deixo você ver a minha bunda, por favor.

- Está bem, mas eu vou cobrar.

O homem sobe a calça e fica um volume na calça e diz.

- Vai entra você que depois eu vou, não posso entrar assim, com esse volume.

Donizete entra e deita no sofá.

A sua avó vem ver quem tinha entrado e vê que é ele.

- Onde você estava menino?

- Estava morrendo de preocupação, o seu pai e o Alexandre saíram atrás de você.

- O que você tem, está vermelho?

A avó coloca a mão no menino.

- Nossa você está queimando em febre.

No momento que o seu pai entrava pela porta da sala.

- Valti o menino está queimando em febre.

- Também o dentista falou que era para ele ficar quieto em casa, mas ele sumiu, só pode ser por causa do dente.

- Vamos dar um banho nele, para baixar a febre.

Eles colocam o menino debaixo do chuveiro.

Depois coloca ele de volta no sofá.

- Precisa ir comprar Nevolgina, para baixar a febre Valti, você vai lá buscar eu vou fazer uma sopinha para ele, porque ele não pode mastigar.

O pai sai para comprar o remédio.

- Alexandre você coloca o menino no quarto para mim na cama dele, eu não aguento com ele, eu vou preparar a sopa para ele.

O homem sobe coloca ele na cama, mas dá uma olhada para baixo na escada, volta até a cama do menino abaixa os shorts dele e começa a se masturbar e olhava para baixo para ver se não subia ninguém.

O Homem tremia e ejacula muito rápido espirando tudo no menino.

Ele limpa rapidamente deixando alguns vestígios e vai para o banheiro para se limpar e disfarçar e fica um tempo dentro do banheiro.

O Pai chega com o remédio e a avó termina a sopa, eles pingam o remédio em um copo com água, coloca a sopa em um prato e sobem, para cuidar da criança.

- Acorda menino, toma o remédio. Dia a avó puxando a coberta e sente algo melado.

- Nosso menino você está resfriado também, suou o nariz na coberta, essa sopa vai te fazer bem para a gripe também, é uma sopa muito boa.

Alexandre já estava ao lado dela arregala os olhos e fica tenso.

Mas a senhora era inocente e nem imaginava que não era gripe nenhuma.

Donizete toam a sopa e adormece.

Ele está andando na Fazendo, mas está chovendo muito forte e ventando muito forte, onde formava um remoinho levando partes do telhado do barraco, ele tentava chegar no barraco, mas o vento não deixava ele desvia e vai em direção a Senzala a ventania aumenta e começa tirar ele do chão também, uma mão forte o agarra e puxa para dentro da senzala, era o Escravo que parecia mais forte e mais alto e a sua voz estava mais grossa e ele estava muito bravo.

Mas ele dizia alguma coisa que não dava para entender, por causa do barulho do vento e dos trovões e a sua voz estava mais grossa como um trovão.

Mas uma única palavra ele consegue entender.

- Cuidado!

O vento arranca o telhado.

A sua avó puxa a coberta, acordando ele dizendo, você está todo molhado de suor, vamos trocar essa roupa.

Ela troca a roupa dele e coloca um lençol limpo e ele volta a dormir tranquilamente, mas não sonha com mais nada.

Na manhã seguinte.



Ele desce as escadas pulando.

- Pelo jeito, já está bem. Diz o pai dele.

- Sim, estou bem melhor.

- Esses pimpolhos se recuperam muito rápido mesmo, impressionante. Dia a avó.

Ele desce toma café preparado pela avó e vai para a sala.

No momento que o Alexandre chega na porta pedindo para ele vir até o quintal.

Ele e o pai dele vão até o quintal e o Alexandre havia trago, algumas madeiras, dizendo que iria construir um carrinho de rolimã para ele, como se quisesse aliviar alguma culpa.

- Você me ajuda? Pergunta o Primo do Pai.

- Sim. Diz o Donizete empolgado, mas desconfiado com a situação.

- Como você quer o seu carrinho, que modelo.

- Quero igual ao do Speed Racer. Diz a criança.

Eles desenham em uma tábua, um modelo de carrinho, com três pontas, duas pontas menores nas laterais e uma maior no meio.

O Alexandre serra a madeira.

- Pronto o desenho do Speed Racer, está pronto agora falta os eixos e as Rolimãs.

- Talvez a gente consigo as rolimãs no desmanche de carro, mas para isso nós temos que ir lá pedir, mas vamos terminar a parte das madeiras e deixamos tudo pronto só fica faltando colocar o principal, porque são as rolimãs que fazem o carrinho andar.

Donizete olha para ele pensativo e diz.

- Eu tenho alguns amigos que moram perto do ferro-velho o desmanche de carro talvez eles possam me ajudar.

- Ok, depois então você tenta com eles, mas vamos terminar aqui.

Eles furam a madeira para colocar o eixo de guia pregam o eixo traseiro e pintam o carrinho todo de branco, com duas faixas, uma azul e uma vermelha e colocam o número cindo no meio do carrinho.

- Ficou igualzinho, obrigado.

Donizete abraça o Alexandre que o abraça, mas acaba apalpando a bunda do menino.

- Desculpa, foi sem querer.

Donizete olha para ele, ainda estava com um sorriso no rosto e não dá atenção para o que tinha acontecido, ele estava muito empolgado com o carrinho.

- Só fica faltando rodas de rolimãs, depois você vai lá ver se os seus amigos te ajudam.

- Pai o Alexandre terminou o carrinho, posso ir lá na rua debaixo se os homens me dão as rodas de ferro.

A avó que escutava a conversa diz.

- Menino, vai e volta logo, você estava queimando em febre, não quero nenhuma surpresa de novo, já chega as duas noites passadas.

- Deixa o menino se divertir, quem sabe isso não ao ajude a melhorar,

- Então vai, mas não demore.

Donizete sai como um furacão e desce a rua correndo.

- E aí garoto esperto, está tudo bem com você? Pergunta o tio do Barriga

- Sim, estou bem melhor.

O homem não entende muito bem a resposta.

- Eu estou precisando de rodas de rolimã, será que a gente consegue lá no desmanche que você falou.

- Hoje está fechado porque é domingo, por isso nós vamos ter que pular lá para pegar.

- Vamos lá no caminho a gente chama o Arquimedes e ele nós ajuda.

Eles vão até a casa do Arquimedes que já estava saindo e o Tio do Barriga fala para ele.

- O menino está precisando de rodas de rolimã eu falei para ele que nós podíamos ajudar ele a pegar lá no ferro-velho e assim a gente aproveita e faz aquele esquema que combinamos.

Eles vão até a entrada do desmanche e batem no portão para ver se o cachorro aparecia.

- Acho que o cachorro não está solto, vem Garoto que a gente te levanta e você desce pelas emendas do portão do outro lado e abre o trinco do meio do portão para nós.

Eles levantam a criança e ela se agarra no ferro e vai descendo e chega no chão e tentava puxar o trinco para cima, que estava muito duro.

Os homens de fora chacoalhavam o portão para ajudar a abrir o portão, mas o barulho que portão fazia chama a atenção do cachorro que aparece e avança no menino.

Antes do cachorro alcançar a crianças lesmas brotam do chão, formando em um lobo gigante, que abocanha o cachorro e o joga longe, o cachorro foge chorando.

- O que foi isso garoto, que barulho foi esse?

O portão se abre.

- Pronto, consegui.

- Os dois homens olham um para o outro e dão de ombros e entram no desmanche.

- Vamos pegar as suas rolimãs.

Elas vão até um galpão e pegam algumas rodas de rolimã que estava em uma caixa de madeira.

- Pronto pegamos o que você queria, agora só ajuda a gente com outra coisinha, igual ao que você fez ontem.

Eles vão até o escritório onde havia um vitro.

Eles levantam o garoto que passa através do vitro.

- Vai até a mesa e abre a primeira gaveta, dentro dela vão ter várias chaves, pega todas elas e dá aqui para a gente,

Ele enche a mão com as chaves e entrega para o Tio do Barriga pelo vitro.

O tio pega as chaves e as testam uma por uma, até conseguir a porta onde o Donizete estava.

- Pronto conseguimos! Exclama o Tio.

- Agora deixa com a gente, mas antes só pega aquele carrinho para nós.

O menino entrega o carrinho para os homens, que levam o carrinho para dentro do escritório e saem com algo sobre o carrinho coberto por um pano.

- Vamos sair daqui rápido, vamos! Diz o Tio do Barriga.

Eles saem do Ferro velho, carregando algo muito pesado no carrinho e o Donizete sobe para a sua casa dele feliz com as rodas de rolimãs e as entregam para o Alexandre, que as encaixam no carrinho.

- Pronto agora você já pode brincar com ele.

Donizete, se prepara na descida e solta o carinho na ladeira abaixo, tirando um fina de um carro que subia, o que faz o Alexandre quase ter um infarto de susto.

- Menino você é doido, não viu o carro?

- Eu vi, mas não tem freio.

- Vou ter que colocar um freio, nesse carrinho, se te acontece alguma coisa o seu pai me mata.

Mas isso não impede ele de descer outras vezes e o garoto se diverte.

Ele estava subindo puxando o carrinho pelo eixo e escuta uma vós dizer.

- Deixa eu ir uma vez?

Ele olha para trás e era uma menina ruivinha cheia de sardas.

- Sim, eu deixo, mas você sabe andar?

- Nunca andei.

- Tenta, vamos daqui do meio da descida.

Ele coloca o carrinho no chão a menino sobe em cima, mas fica com medo.

- Tenho medo, vem comigo, senta atrás e vai guiando.

Ele senta atrás dela.

- Coloca o seu pé em cima do carrinho para não atrapalhar e deixa que guio. Diz o Donizete.

A menina coloca o pé em cima do carrinho.

- Está pronta?

A menina faz que sim com a cabeça e eles descem.

- Hum, que gostoso, quero ir de novo, mas agora quero ir lá de cima.

Eles sobem e descem.

- Só que agora eu vou ter que segurar você mais forte para a gente não cair.

- Pode me abraçar

Ele abraça ela bem forte e descem com toda velocidade.

- Agora deu medo, mas foi gostoso.

Eles descem várias vezes e começa a escurecer e um senhor começou a reclamar para que eles parecem porque ele queria ouvir a televisão.

Eles xingam o homem e saem correndo rindo.

- Guarda o seu carrinho e vamos lá na rua do meio brincar.

Ele guarda o carrinho e vai com ela até a rua do meio onde estavam outras meninas e alguns meninos.

- Onde você estava Vania? Pergunta outra menina mais velha.

- Estava na rua de cima brincando de carrinha de rolimã com ele.

A menina mais velha mede ele dos pés a cabeça e pergunta.

- E quem é ele?

- Eu também não sei, como é o seu nome mesmo menino?

- Donizete, mas pode me chamar de Doni.

- Eu sou a Vania e essa é aminha irmã Rute, aquela sentada é a Elaine do lado dela é a Vera, e os meninos são o Marcio e o Marcelo.

Ele balança a cabeça.

- O que vocês estão fazendo? Pergunta a Vania.

- Nó vamos dançar musica lenta na garagem.

- A gente pode dançar com vocês?

- Sim, só que são quatro meninas para três meninos, vai dar certinho a brincadeira, porque quem ficar sem par, vai ficar com a vassoura e tem que contar até dez para poder passara a vassoura para outra pessoa e quem ficar com a vassoura na hora que a música acabar, recebe um castigo.

- Entendeu? Pergunta a Rute para o Donizete.

- Sim. Responde ele.

A música começa e os pares estavam divididos da seguinte maneira:

Vania e Donizete, Marcelo e Elaine, Marcio e Vera e a Rute começa com a vassoura, ela passa a vassoura para a Vania que conta até dez e passa para a Elaine, que conta até dez e passa para a Rute, que conta até dez e passara para a Vera, que conta até dez e passa para a Elaine e a música acaba antes dela contar até dez.

- Castigo, castigo, castigo!

- O castigo vai ser beijar o Marcelo de língua. Diz a Rute.

A Elaine sem perder tempo dá um beijão no Marcelo.

Eles colocam a música de novo e a Elaine começa com a vassoura, que passa para a Rute, que passa para a Vania, que passa para a Elaine, que passa para a Vera e que passa para a Vania e a música acaba com ela com a vassoura na mão.

- Castigo, castigo, castigo.

- Você vai ter que beijar o menino novo. Diz a Elaine.

E a Vania dá um beijo de língua nele.

As meninas riem, mas Vania fica meio sem graça.

Eles colocam a música, mas a brincadeira era interrompida pelo irmão mais velho da Rute e dá Vania.

Agora chega eu quero usar a vitrola e a mamãe que escutar a novela que com a brincadeira de vocês não está conseguindo ouvir a televisão, vão brincar lá na frente e você Vania, daqui a pouco você entra, não quero você na rua até tarde.

- Do que a gente brinca agora? Pergunta a Vera.

- Vamos brincar de beijo abraço e aperto de mão. Sugere a Elaine.

- Não, primeiro vamos brincar de esconde-esconde, que a gente pode ir mais longe, porque depois que ficar mais tarde não vou poder ir muito longe.

Todos concordam e a brincadeira começa.

- Vai começar com quem foi a última a ficar com a vassoura a Vania.

- Vai Vania começa a contar para a gente se esconder.

Ela começa a contar e a brincadeira começa, cada um se esconde em um lugar diferente e a brincadeira demora bastante porque a Vania demora a encontrar.

- Agora é você que conta Vera, você foi a única que eu encontrei.

A Vera começa a contar e eles correm para se esconder.

- Vem comigo Doni eu sei um lugar legal para a gente se esconder.

Eles correm até um carro velho do desmanche e entram dentro do carro e ficam ali quietinhos por um tempo.

A Vania vira para o Doni que estava bem pertinho dela boca com boca e os dois se beijam e o beijo fica quente e eles não param de se beijarem e eles ficam ali dentro do carro e até esquecem que estava brincando e o tempo passa e as pessoas procuravam por eles.

A porta do carro se abre bruscamente e alguém puxa o Donizete pelo cabelo tirando ele de cima da Vania, que se assusta ao ver quem era.

- Moleque eu vou te matar de porrada, se aproveitando da minha irmãzinha.

A Vania gritava para o irmão soltar o Doni e a Rute vem na direção deles.

- E você Rute era para cuidar da sua irmã e a deixou aqui se esfregando nesse moleque, leva a sua irmã daqui agora, que eu vou dar um jeito nesse moleque.

- A Rute leva a Vania chorando.

E todo aquele barulho chamou a atenção do tio do Barriga e do Arquimedes que percebem, que o moleque que o irmão mais velho da Vania estava segurando era o Donizete.

- E, não vai bater no moleque esperto não, esse moleque é nosso parceiro.

- Eu peguei ele amassando a minha irmã.

- E daí ele é homem, você não pega as irmãs dos outros.

- Isso não tem nada a ver, mas você falou que ele é seu parceiro, que tipo de parceiro, de crime?

O Tio do Barriga puxa ele para o canto, fazendo ele soltar o Doni.

Eles conversam longe do Doni e quando o Boy irmão da Vania volta olha para ele e fala.

- Beleza moleque, depois a gente conversa para acertar isso.

O Tio do Barriga chega perto do Doni e passa a mão na cabeça dele e diz.

- Pronto moleque esperto, vê se não apronta mais nada, mas depois ele vai te procurar para fazer um esquema igual o nosso, eu falei para ele que você iria ajudar ele e por isso ele não vai te fazer nada.

Donizete olha para ele e olha para o Irmão da Vania indo embora, dá de ombros e vai para a sua casa, no caminho ele encontra os meninos da rua de cima, que brincavam em uma construção de uma casa.

- O Que vocês estão fazendo? Pergunta Doni.

- Estamos pulando do segundo andar da construção na areia. Responde o Testa.

- Mansão dá medo? Pergunta Donizete.

- De pular não, o que dá mais medo e o escuro para chegar até o segundo andar. Fala o Galo.

- Quer tentar? Pergunta o Cabeção.

- Sim, quero. Responde ele.

- Então vamos. Fala o Galo.

Os meninos formam um fila, e um por um vão entrando na casa em construção onde as escadas ainda estavam prontas e no lugar dos degraus, só haviam os ferros transversais para ser concretado depois e por esses ferros eles sobem correndo com medo do escuro, alguns tropeçam no final, se levantam rapidamente e pulavam na areia, as vezes caindo uns por cima dos outros.

- Muito bom, vamos de novo? Pergunta o Donizete.

- Vamos, mas você vai na frente agora. Diz o Galo.

Assim eles entram novamente em fila e o Donizete liderando a fila.

Eles sobem correndo gritando e o último da fila tropeça e causa um efeito dominó derrubando o Doni, que liderava a fila, fazendo com que ele batesse a cabeça na quina da porta. Ele leva a mão na cabeça e vai em direção da luz na sacada da casa, quando ele tira a mão o Galo grita.

- Sangue!

O sangue escorre pelo rosto do Donizete caindo na sua camisa.

- E agora, você vai voltar pelos ferros na escuridão ou vai pular? pergunta o Galo.

- É mais rápido pular. Diz Doni já pulando na areia.

- Você é louco. Grita o Cabeção.

- Você pulou mesmo. Fala o Galo rindo

- Vamos a gente te acompanha até a sua casa. Diz o Galo.

As crianças vão até a casa do Donizete e a sua avó leva um susto ao ver o neto todo ensanguentado.

- Calma vó não foi nada.

A avó ainda assustada pensa rápida.

- Vamos lá na casa da Marines ela é enfermeira e vai saber o que fazer.

A avó o leva até a casa da vizinha de frente que pede para eles entrarem e ela examina o menino.

- Parece só superficial, não teve trauma, mas vai ter que levar ponto.

- Ponto? Pergunta Donizte.

- É, mas na cabeça vai ser difícil dar ponto com linha e agulha, então a gente pode dar uns pontos falsos com esparadrapo.

- Más vamos ter que raspar uma parte da cabeça para poder conseguir fazer esse curativo.

Ela raspa em volta da ferida, onde o corte media mais ou menos três dedos estanca o sangue e coloca um pedaço de esparadrapo de um lado, fecha o corte com os dedos e prende o esparadrapo do outro lado, rapidamente coloca outro pedaço de esparadrapo para segurar melhor.

- Pronto, acho que ficou bom e vai segurar, agora fica quieto para não soltar e não molhar a cabeça.

- Obrigado Marines, quanto te devo?

- Não é nada, está tudo certo.

- Obrigado mais uma vez, vamos santinho, vamos que você ainda vai ter que tomar banho e limpar todo esse sangue, você ainda me mata de susto, cada dia é uma história diferente.

Marines dá risada e se despede.

- Vamos colocar uma sacola plástica na sua cabeça, para não molhar o curativo para você poder tomar banho.

- Pronto ficou parecendo um cozinheiro com essa sacola na cabeça, agora vai toma banho para poder jantar.









Donizete está na Fazendo do Coronel Zuquim e a fazenda estava abandonada, todas as plantações estavam secas, as arvores e o chão estava rachado como no sertão.

- O que será que aconteceu como Coronel e as crianças? - A Regina também sumiu, onde será que está todo mundo?

Ele vai até a Senzala e procura pelo Escravo, que aparece de trás da casa, ele parecia maior e mais forte.

- Está me procurando meu senhorzinho? Diz o escravo com a voz grossa.

- Não, mas queria saber onde estão todos? O Coronel e as crianças? Pergunta Doni.

- Só sei que eles estão em outro lugar, mas não estou entendendo o que está acontecendo, eles estão precisando de mim, eu escuto eles, mas não os vejo, só sinto a presença deles, como se eles ainda estivessem aqui, mas não os vejo.

- Por isso não consegui te proteger antes de você se machucar, não senti perigo no senhorzinho, parecia que estava brincando, quando vi o senhorzinho machucado, fiquei muito triste e preocupado, se o Coronel descobre que deixei algo te acontecer ele iria ficar muito bravo comigo, me perdoa senhorzinho.

- Calma meu amigo você não podia fazer nada, como você iria saber, que eu iria cair.

- Mas você está se machucando muito senhorzinho, isso é porque estou sozinho cuidando do senhor, enquanto o Coronel estiver ausente, mas só me desculpe o meu jeito, não sou muito jeitoso e acho que as vezes sou até bruto de mais.

- Obrigado meu amigo, por cuidar de mim...

- Acorda Menino você tem que ir para a escola hoje, anda logo se troca que o seu café já está em cima da mesa.

- Eu tenho que ir mesmo?

- Sim, ou você quer puxar carroça quando crescer?

- Pega aqui o seu material que eu já preparei e coloquei dentro dessa mochila.

A inspetora acompanha o Doni até a sua sala e o apresenta para a professora.

- Seja bem-vindo.

- Pode se sentar nessa carteira.

A professora agradece a inspetora e continua a aula.

Donizete estava longe dá aula, pensando no nada.

- Menino estou falando com você!

- Oi desculpa.

- Você sabe o que é Antônimo?

- Marido da Dona Antônia.

A sala toda ri.

A professora não gosta muito da brincadeira, por que ela era uma professora linha dura e gostava dos costumes tradicionais de educação.

- O que, temos um engraçadinho aqui, o que fazemos com engraçadinho sala.

- Vai para pau de arara! Responde a sala.

- Você só não vai agora para o pau de arara porque acabou de chegar, mas uma próxima gracinha você, vai ficar de castigo lá fora em pé.

Donizete fica olhando para ela sem dizer nada. A professora se vira e ele remeda ela gesticulando, mas ele não tinha visto o espelho que a professora usava para observar a sala quando ela estava escrevendo na lousa.

Ela se vira e pega uma régua comprida e dá com a régua na barriga do menino e grita.

- Já para o castigo, agora.

Ele se levanta e ela o pega pela orelha e o coloca na parede de castigo.

- Fica aqui até aprender a ser gente.

Ele esfrega a orelha, aliviando o puxão e fica olhando para ela que entra e fecha a porta.

Ele fica em pé por alguns minutos no sol e ele observa alguma coisa se movendo na parede.

Era uma aranha grande, ele se afasta da parede de costa olhando a aranha e tropeça em uma pazinha de lixo que estava ao lado do cesto de lixo.

Ele olha para a pazinha e para Aranha, apanha a pazinha e coloca na frente da aranha para que ela suba na pá.

Quando a aranha sobe na pá e movimenta com cuidado, para ela não se assustar, vai até a porta da sala de aula a abre a joga a aranha dentro da sala de aula e fecha a porta e segura.

Dentro da sala de aula começa uma gritaria e forçavam a porta tentando sair.

O que ele não sabia é que aquela professora tinha pavor de aranha e ela passa mal e desmaia.

Donizete está sentado na diretoria esperando a sua avó vir busca-lo.

A avó aprece na entrada da secretária e comunica que ela estava ali porque ligaram para ela.

A diretora é chamada e vai até a ela e explica o que havia acontecido.

A avó levanta a cabeça e olha para ele e balança a cabeça.

- Vamos moleque! - No primeiro dia de aula e já foi parar na diretoria.

No caminho de casa ele encontra a Vania no caminho.

- Oi!! O que aconteceu na sua cabeça?

- Cai brincando na construção.

- Quem é essa ruivinha linda, parece um anjinho, com esses cachinhos e essas sardas?

- E a minha amiga, mas o irmão dela não gosta muito que a gente seja amigos.

- Verdade até pensei que tinha sido ele que tinha te machucado, o meu outro irmão é mais bravo que ele, se fosse ele, não sei o que poderia ter acontecido.

- Do que ela está falando menino?

- Que os irmãos dela não gostam muito que ela fique comigo.

- Que besteira, isso é ignorância. Diz a avó.

- Também acho. Diz a Vania.

- E por falar nisso, vamos brincar com o seu carrinho de rolimã?

Donizete olha para a avó que, que olha de volta para ele e dá de ombros.

- Vamos, só preciso deixar as minhas coisas em casa e pegar o carrinho.

Ele guarda o seu material, pega um pedaço de pão e sai comendo, puxando o carrinho pelo eixo dianteiro.

- Quer um pedaço?

- Eu quero.

Ele divide o pão com ela

E começam a brincar com o carrinho de rolimã.

Ele senta atrás do carrinho e ela senta na frente, ele a abraça e dessem abraçadinhos.

Eles dessem duas vezes e o senhor que reclamou outro dia, sai no portão na terceira vez que eles desciam e reclama.

- Já vai começar logo cedo com essa porcaria, aqui você vocês não passam mais, se passara eu vou meter o machado no carrinho.

O homem exibe o machado que iria usar.

Eles sobem correndo.

- E agora, o que a gente faz?

- Tem umas descidas nas ruas de trás vamos lá. Sugere a Vania.

- Vamos.

- Eles carregam o carrinho e vão até a rua que ela falou.

A rua era bem melhor, o asfalto era novo e liso e o carrinho descia bem mais rápido.

Eles se divertem até o Donizete avistar um boné, na traseira de um Carro.

Ele vai até o carro, aperta a maçaneta e o carro tampão traseiro se abre.

- Está aberto! Diz ele olhando para a Vania.

Ele levanta a porta do porta malas e apanha o boné, e só encosta o tampão para não fazer barulho.

- Vem vamos sair daqui. Colocando o boné na cabeça.

- Então vamos lá na outra rua, para a gente continuar brincando.

Eles vão até a outra rua, onde já haviam alguns moleques brincando.

Eles se juntam com as crianças e se enturmam.

E assim o dia escurece um dos meninos sugere.

- Agora que escureceu, fica legal fazer um trenzinho, para fazer faísca.

- Trenzinho? Pergunta Doni.

- Faísca? Exclama a Vania.

- Sim, a gente tira o eixo dianteiro e prende o carrinho no carrinho da frente.

- Mas e as faíscas?

- Você vai ver, mas precisamos de pregos e martelo.

- Eu tenho lá em casa. Diz o Donizete.

Assim eles vão até a casa do Doni.

Eles tiram os eixos da frente dos outros nove carrinhos e o menino fala.

Deixa o eixo do seu carrinho, como vocês dessem em dois o peso é melhor para controlar.

Eles pregam um prego na traseira de carrinho por carrinho, menos no último.

Cada moleque pega o seu carrinho e sobem até o final da ladeira.

Donizete coloca o seu carrinho na frente e um por um, eles encaixam os carrinhos nos pregos dos outros carrinhos, formando assim um trenzinho.

Todos encaixados, eles se posicionam, cada um no seu carrinho, Donizete sentado no seu com a Vania na frente.

- Todos prontos. Grita o menino que organizou.

Todos respondem que sim.

- Então, Já!

Eles embalam empurrando com a mão e depois, que estava bem rápido, todos se seguravam, com força no carrinho para não cair.

Donizete Segura a Vania com força e o trenzinho desse a ladeira com toda velocidade, fazendo muito barulho e o ultimo carrinho o menino forçando ele derrapar para sair faíscas.

Os meninos e a menina, se divertem.

- Muito bom, vamos de novo. Fala a Vania

Eles começam a subir a rua, cada um carregando o seu carrinho e quando eles estavam passando em frente à casa do senhor que havia reclamado mais cedo, ele estava no portão segurando o machado.

- Se vocês descerem mais uma vez aqui eu vou meter o machado em todos os carrinhos, vão andar no inferno, não dá nem para ouvir a televisão.

Os meninos sobem correndo pelo outro lado da rua.

- E agora? - Vamos lá na outra rua? Pergunta o Donizete.

- Não, vamos descer e entrar nessa rua a esquerda, antes da casa do velho do machado, vai ser bem legal, vai dar mais emoção, tem que abrir bem na curva, para o carrinho não derrapar.

Assim eles sobem até o topo, encaixam carrinho por carrinho.

- Pronto?

- Pronto!

Eles embalam os carrinhos, que embala muito rápido, chegando rapidamente na curva.

Donizete faz a manobra abrindo bem na curva para entrar na rua.

ele manobra o carrinho, puxando todo comboio atrás dele com todo aquele peso, ao passar com tudo na valeta, o eixo se arrebenta, deixando o carrinho desgovernado, porque não suportou todo aquele peso, e o carrinho do Donizete vira ao contrário sendo arrastado pelos os outros, que ao passarem também pela valeta se descarrilham, batendo uns nos outros, fazendo muito barulho e muita faísca, destruindo os carrinhos.

Donizete percebendo que iria se machucar e Machucar a Vania, ele a agarra para protege-la e o seu carrinho vai de encontro de ré om tudo na guia da sarjeta, fazendo ele bater a sua costa na guia, mas ele não solta a Vania.

Com a pancada ele sente uma dor muito forte e fica estatelado no chão se contorcendo de dor.

A Vania se levanta e tenta ajuda-lo.

- Está doendo de mais, ai, ai, ai.

A menina não sabia o que fazer, outros meninos também reclamavam de dor.

Alguns meninos já iam se levantando, com alguns hematomas.

Mas o Donizete, não se levantava.

- Acho que vamos ter que chamar uma ambulância. Sugere um dos meninos.

A Vania olha para ele e olha para o Donizete, que se contorcia de dor no chão.

Um senhor que viu tudo acontecer, vai ao encontro do Donizete no chão e tenta ajuda-lo.

- O que está doendo menino?

- A minha coluna.

- Consegue mexer o pé?

Ele mexe os pés.

- Menos mal, consegue se levantar ou se sentar?

Com a ajuda do senhor e da Vania ele se senta na guia.

O homem examina a costa do menino.

- Um! Se ralou feio e vai ficar tudo roxo.

- Consegue ficar em pé?

E com a ajuda do senhor e da Vania novamente ele se levanta.

- Menino você poderia ter ficado tetraplégico, que perigo, vocês são doidos?

- Obrigado senhor, mas está melhorando, foi só a pancada mesmo. Fala o Donizete andando devagarzinho.

O homem vai embora.

Donizete olha para o seu carrinho, estava destruído, só tinha as rolimã inteiras.

Os outros meninos também estavam pegando pedaços que sobraram dos carrinhos e indo embora.

Donizete coloca as rolimã ainda presas nos pedaços dos eixos no quintal.

- Que susto Doni, que você me deu.

- Mas você não me soltou, me protegeu.

- Fiquei com medo de você se machucar.

- Eu tenho que ir embora, daqui a pouco os meus irmãos vão vir atrás de mim.

- Vamos eu vou com você.

Eles vão andando.

- Vamos entrar no carro abandonado de novo?

- Vamos. Fala ele.

Eles entram no carro e ficam conversando.

- Você está melhor?

- Está doendo e ardendo um pouco.

- Se eu te der uns beijinhos melhora?

- Bastante.

Eles se beijam e se empolgam.

- Tira a roupa, vamos se beijar pelados, igual na novela.

Ela abaixa os shorts e tira a camisa.

Ele tira a roupa dele.

- Agora vem se deita por cima de mim.

Ele se deita em cima dela.

Eles se esfregam.

- Mas você é virgem, não quero te machucar.

- Vai de vagazinha, se eu conseguir aguentar.

Ele tenta penetrar ela devagarzinho.

- Aí doeu, para tá bom, chega.

Donizete fica olhando para ela.

Eles se vestem e saem do carro.

Os dois vão andando calados um do lado do outro.

- Onde você estava menina?

Grita o outro irmão mais velho o metaleiro pegando ela pela orelha.

- E quem é esse moleque?

- Não precisa machucar ela. Diz o Donizete.

- Porque você vai fazer o que?

Donizete pega uma pedra e ameaça ele.

Que se abaixa e pega uma pedra grande também.

- Você não é homem de atacar essa pedra? Diz o Irmão da Vania.

Donizete joga a pedra no chão e diz para ele.

- Você que não é homem de jogar essa pedra, você não tem coragem, seu covarde que bate em mulher.

Ele terminou a frase e o homem ataca a pedra que acerta e espatifa no quadril do Donizete.

Ele tenta correr e corre alguns metros e cai no chão gritando de dor.

Novamente no mesmo dia, lá estava ele rolando no chão de dor.

A Vania se desvencilha do irmão e corre para chamar a sua mãe.

- Mãe o Vagner deu uma pedrada no meu amigo.

- O que, como assim?

A mãe sai no portão e vê o menino rolando no chão de dor.

- Você está maluco, machucando a criança. E dá vários tapas nele.

- Ele me ameaçou primeiro.

- Não interessa. E dá mais uns tapas nele.

- Oi minha criança, deixa a tia ver?

Donizete se vira e levanta a camisa mostrando onde a pedra havia acertado estava em carne viva.

- Meu deus! - você machucou mesmo o menino, seu bruto.

- Vamos, consegue andar?

- Não está doendo muito.

- Ajuda a carregar o menino aqui agora seu cavalo.

O Metaleiro irmão da Vania, pega o Donizete no colo e o leva até a sala da Casa.

Onde aparece o outro irmão mais velho e a irmã da Vania.

- Esse moleque estava beijando a Vania ontem. Diz o outro irmão o Boy.

- Tá vendo mãe.

- Não interessa, eles são crianças. E dá mais uns tapas no Metaleiro.

- E você cala boca também e você sai daqui, não quero ver a sua cara, espero que não tenha que levar o menino em um hospital, se tiver que levar você que vai pagar.

- Deixa eu ver o que consigo fazer menino, eu sou enfermeira, se não quebrou nenhum osso eu consigo fazer um curativo.

- Pronto aparentemente não quebrou nenhum osso, tenta andar.

O menino levanta e anda e dá uma volta.

- E esse machucado na costa sangrando foi agora também?

- Não ele caiu de carrinho de rolimã.

A mãe olha para filha e balança a cabeça.

- Vamos dar um jeito nisso, vira ao contrário na cadeira.

Ele senta de costa para ela que faz outro curativo.

- Pronto tem mais algum lugar?

Ele tira o boné, só para coçar a testa e aprece o curativo da cabeça.

- E esse da cabeça, foi hoje também?

- Não foi ontem.

- Que isso menino você está todo estropiado.

Todo mundo ri.

- Eu preciso ir embora, obrigado.

Ele dá tchau para todo mundo e o Boy faz sinal para ele que precisa falar com ele depois, girando os dois dedos indicadores.



Ele entra de mansinho na sua casa, toma um banho rápido, evitando molhar os curativos colando pedaços da sacola de plástico que usou para proteger o curativo da cabeça.

Coloca o pijama dentro do banheiro e sai para jantar disfarçando como se não tivesse nada.





Nessa noite ele não tem nenhum sonho.

- Acorda menino, para ir para a escola!

- Eu não quero ir para a escola. Ela grita e se tranca no banheiro.

- Para com isso menino, você precisa ir para escola.

- Não vou!

A Vó insiste, mas nada dele sede.

A Avó busca ajuda com as vizinhas, para tentar convence-lo.

E três senhoras ficam na porta do banheiro tentando convence-lo, até que ele desiste.

- Está bem, eu vou para a escola.

- Mas corre que você já está atrasado.

Ele se troca e sai comendo um pão e chega bem na hora que estava fechando o portão. Ele entra e se senta, mas a professora o muda de lugar.

- Não quero você perto de mim, por favor juliana troca de lugar com ele!

Ele vai para o lugar da Juliana e ela para o lugar dele.

- Oi eu sou o Jorge.

Ele olha para o menino e só balança a cabeça.

- Foi muito engraçado ontem, o que você fez.

Ele dá uma risada.

- Vamos para com a conversa aí no fundo. Grita a professora.

As crianças se calam e aula começa.

Donizete luta para não dormir na aula, abre um olho, vira para um lado e para o outro e luta até o sinal do intervalo.

- Vem Donizete, fica com a gente. Diz o Jorge.

Ele sai junto com o menino e logo outras crianças se juntam a eles.

E o Jorge pergunta para outro menino.

- De quem é esse lanche?

- E meu. Responde o menino.

Ele dá um soco no braço do menino e dá outro até o menino gritar.

- É da violeta! Grita o menino dono do lanche.

Só então o Jorge e os outros amigos param de bater no menino.

Donizete fica olhando para o menino e acha aquilo estranho.

- Você não conhece essa brincadeira?

- Não. Diz ele.

- A brincadeira é assim, se você estiver comendo ou com alguma coisa na mão e alguém perguntar de quem é?

- Você tem que responder que é da Violeta, se você responder que é seu, toma um monte de porrada.

- Entendeu?

- Acho que sim.

- Então vamos lá cantina, que hoje é dia de cachorro quente.

Jorge pega dois lanches e o Donizete faz igual a ele e pega dois também.

Eles se sentam no palco e comem o primeiro lanche.

Jorge acaba primeiro e de sacanagem, pergunta:

- De quem é esse lanche?

- É meu.

O Jorge dá alguns socos devagar nele.

- É Seu.

O Jorge continua batendo.

- É da Julieta.

Jorge ri e continua batendo, mas para e diz.

- Não é Julieta é Violeta. Diz o Jorge rindo.

Donizete ri também.

Eles acabam de comer os seus lanches, conversam um pouco o sinal do termino do recreio soa.

Eles voltam para a sala de aula.

Donizete começa a sentir sono de novo e luta contra o sono, enquanto a professora pedia para eles copiarem um texto da lousa, ele resolve brincar com o Jorge.

- Empresta a borracha.

Jorge empresta, ele finge que apagou algo e a devolve.

- Que borracha legal, de quem é?

- É minha. Responde Jorge.

Donizete esquece que estava com a caneta na mão e dá um soco no Jorge, com a caneta que perfura a lateral da cabeça do Jorge, que tentava se corrigir da brincadeira dizendo:

- Violeta! Ainda grita ele.

Mas o sangue da cabeça dele pinga na sua carteira e um outro aluno grita.

- Professora o Jorge está sangrando.

A caneta fez um furinho na cabeça dele, mas saia muito sangue.

A professora vem correndo ao encontro dele e pergunta o que aconteceu.

- Foi o menino novo que furou ele professora. Diz a mesma aluna.

A professora olha para o Donizete com muita raiva e diz.

- Seu animal! Ela corre com o menino para a enfermaria.

Donizete é chamado na Diretoria e fica lá de castigo até a sua avó o vir buscar de novo.

A sua avó chega e a Diretora conta a versão da professora, de que ele feriu o amigo de sala com a caneta, porque queria machucar o amigo e acrescenta mais alguns detalhes.

A mãe do Jorge chega também, porque eles a chamaram e o Jorge, conta para a mãe exatamente o que tinha acontecido.

A mãe examina o filho, para ver o que tinha acontecido.

E vai até a Avó do Donizete e da diretora e diz.

- Meu filho falou que eles estavam brincando e o seu neto esqueceu que estava com a caneta na mão e o acerto sem querer, que ele não queira machucar ele não, e não foi nada, foi só um furinho de nada, o jeito que me ligaram pensei que o meu filho tinha sido esfaqueado, que exagero, são só crianças.

A diretora olha para a mãe e olha para a avó e fica sem graça, mas diz.

- Tudo bem então, mas só tem um problema essa professora não quer mais o Donizete na sala dela, nós vamos precisar mudar ele de sala e só temos vaga a tarde.

A avó faz uma expressão de que: “Fazer o que né”.

A avó pede desculpa mais uma vez para a mãe do Jorge, que a abraça e diz.

- Não se preocupa, não foi nada.

- Vamos Donizete!



No caminho de casa, ele encontra o Tio do Barriga que o chama.

- Quem é esse homem que está te chamando?

- É um amigo, deixa eu ver o que ele quer, só um minuto vó.

A avó fica desconfiada.

O Tio do Barriga faz um sinal de olá para a avó do Donizete.

- E aí garoto esperto, tenho um presente para você, pega a sua parte do último esquema.

O Homem entrega um pacotinho de dinheiro discretamente para o Donizete sem que a avó visse, Donizete pega o dinheiro e coloca no bolso.

- Depois eu te dou um alô, acho que nós vamos ter mais um esquema, depois te aviso, vai agora que a sua avó está desconfiada, fala que é sobre pipa.

- O que esse homem queria com você?

- Ele quer empinar pipa depois.

- Empinar pipa, esse marmanjo?

- Não sei não, isso não está me cheirando bem.

- Olha a sua amiguinha de ontem, ela está no nosso portão.

- Oi, estava te esperando.

- Oi, que bom, deixa só eu guardar uma coisa e já saio, você espera?

- Sim, vou sentar aqui no muro para te esperar.

Ele entra deixa a mochila no sofá e vai para o fundo do quintal, olha para ver se a avó não estava olhando e pega o maço de dinheiro tira algumas notas e guarda o restante atrás da pedra junto com o Game Boy.

Ele volta para a frente da casa onde a Vania o esperava e no rádio da casa do vizinho, tocava Marvin Gay, a música “let´s get it on”.

- Essa música é linda, vou ter essa música como a nossa música, vem vamos dançar aqui no quintal.

Diz a Vania pulando e descendo no murinho.

Ela chega perto dele o abraça e o tira para dançar.

Os dois dançam até a música acabar, quando a música acaba eles olham para a porta da sala onde estava a sua avó olhando para eles rindo.

Eles olham para ela e dão risada.

- Vó eu vou ali com ela e já volto.

- Cuidado em menino.

- Onde nós vamos?

- Gosta de sorvete?

- Se gosto, eu amo sorvete.

- Então vamos lá comprar na padaria.

Eles entram na padaria, abrem uma das tampas preta do congelador amarelo e ele diz para ela:

- Escolhe o que você quer?

- Eu adoro esse de saquinho que não tem palito de creme com casquinha de chocolate.

Eles pegam dois sorvetes e mais alguns chocolates.

- Vamos nos sentar aqui nesse degrau para chupar o sorvete e comer os chocolates.

- Vamos jogar fliperama?

- Vamos, mas onde você arrumou tanto dinheiro?

- Ajudei um cara, com um favor.

A menina acha estranho.

- Vem vamos lá jogar fliperama.

Eles entram na loja de fliperama e compra vinte fichas.

Ele dá dez para ela, mas eles colocam nas mesmas maquinas para jogarem juntos.

A primeira máquina que eles jogam é na chamada: Oba, Oba das mulatas do Sargentele, depois eles vão para a máquina do Cavaleiro Negro, essa era muito difícil, e eles perdem as fichas muito rápido nela.

- Deu Tilt, e perdi a minha bola, desceu direto, não tinha o que fazer os flipers travaram, essa é muito rápida e qualquer solavanco ela da Tilt.

A Vania ri.

- Vamos nas telas de vídeo eu gosto dessa de carrinho de corrida que solta fumacinha, “Rally-X”.

- Eu gosto dessa do Aviãozinho que mata essas naves de mosca. Fala ela colocando a ficha na máquina.

Eles perdem e vão para a outra máquina.

- Essa aqui também é muito legal, Moom Patrol. Fala o Donizete

- Ah, eu vou na do Popye, eu adoro esses coraçõezinhos que a Olivia solta para ele.

Donizete dá uma conferida na máquina ao lado que a Vania se referia e dá risada.

- Agora chegou a minha preferida, Come-come, Miss Pac Man, nessa eu sou bom, quer mesmo jogar comigo, você vai ter que esperar eu perder e vai demorar.

- Não me importo eu gosto de ficar olhando ver você jogar.

Ele coloca a ficha e começa a tocar uma musquinha e aparece na tela o Mr. Pac Man correndo atrás da Mrs Pac Mam e no final eles se trombam e se beijam solta um coração.

O Jogo começa e o Donizete está concentrado e realmente ele era bom no jogo, e não perdia nunca.

A Vania cansa de esperar a vez dela e pega outra ficha e brinca em uma máquina que era um cemitério que o cavaleiro tinha que matar alguns esqueletos.

E assim eles passam o dia inteiro no fliperama.

Quando começa a escurecer, o fliperama começa a encher com uma rapaziada mais velha, que estava saindo colégio que ficava na rua de trás.

Donizete estava concentrado no jogo de Come-come.

Quando um desses rapazes chega por trás dele e pega o boné da cabeça dele dizendo.

- Onde você pegou esse boné?

Donizete põe a mão na cabeça e não diz nada.

- Esse boné é o que roubaram do carro do meu pai.

Donizete continua jogando, mas a pessoa o faz perder e o puxa.

- Então foi você que roubou esse boné do carro do meu pai.

Donizete olha para a Vania, que estava olhando o que estava acontecendo.

O menino era bem mais velho que ele e estava com mais outros meninos.

- Espera eu te conheço, estou me lembrando de você, é o filho da putinha.

- Lembra do meu cachorro, que te deu uma mordida na costa, ele está com saudade de você.

- Filha da puta é você. Grita o Donizete empurrando o menino e fugindo.

Ele corre e os meninos corriam atrás dele, ele corre em direção ao terreno baldio para tentar cortar caminho para a casa dele.

Mas ele percebe que tinha fogo no terreno, alguém estava queimando alguma coisa ali e tinha muita fumaça, os meninos estavam alcançando-o.

Então ele decide pegar algumas pedras e atacar nos meninos, ele acerta um dos meninos, mas também leva uma tijolada na cara de volta.

Ele cai no chão e o menino corre até ele e dá um soco por cima de onde ele havia levado a tijolada.

- Agora você vai ver, vamos matar saudade, você lembra o que a gente fazia com você?

- Vamos arrancar os seus sapatos e jogar no fogo.

O Menino arranca os tênis do Donizete e joga no fogo.

Os meninos afrouxam e o Donizete pega uma pedra e dá em um dos meninos e tenta fugir, mas ele pisa em um caco de vidro que corta o seu pé profundo e ele cai no chão com o pé sangrando.

- Segura ele forte agora, você esqueceu do ritual, ainda está faltando um detalhe, nós vamos rasgar os seus shorts e deixar ele como uma saia.

Um menino segura uma mão, o outro a outra mão e mais dois um em cada perna e o quinto menino rasga as pernas dos seus shorts, deixando igual a uma saia.

Os meninos riam.

- Isso é muito pouco, vira ele de bruços.

Eles viram ele de bruços o menino abre a bunda.

Eles dão risadas.

- Cospe no cu dele. Diz um dos meninos e ri.

-

- É falta o recheio. Diz o menino que o estava segurando.

Abrindo a bunda do Donizete ele puxa uma encatarrada e cospe no cu do Donizete.

Eles se acabam de rir.

- Mas ainda não suficiente, nós recheamos, mas agora falta assar, vamos jogar ele na fogueira.

Eles levantam ele para atira-lo na fogueira, mas antes deles darem um paço.

O Fogo da fogueira aumenta, junto com uma fumaça espeça e de dentro começam a sair lesmas negras gigantes incandescentes de dentro do fogo.

Eles ficam olhando aquilo em choque sem acreditar e eles tentam correr no meio de toda aquela fumaça, mas as lesmas pareciam tentáculos, que agarram os cinco meninos e os arrastam para dentro do fogo.

Eles gritavam e esperneavam até morrerem queimados.

Assim que os meninos morrem o fogo e a fumaça desaparecem.

Donizete se levanta e pisar no chão e sente uma fisgada do corte do vidro que deixa uma mancha de sangue na terra onde ele pisou, ele levanta a cabeça e do outro lado, de onde estava a fogueira, havia um morador de rua, que devia de ter sido ele que acendeu aquele fogo, estava espantado com os olhos arregalados olhando para o Donizete.

Donizete olha para ele faz um sinal com a cabeça cumprimentando o homem e vai saindo, assim que ele estava chegando no muro ele dá de frente com a Vania que estava em cima do muro.

- O que você está fazendo aqui. Pergunta ele para ela.

- Eu segui os meninos que estavam correndo atrás de você e fiquei com muito medo deles te machucarem, mas o que foi aquilo?

- O que aconteceu o que era aquilo no fogo?

- Não sei, eu estava caído no chão.

- Aquilo puxou os meninos para dentro do fogo.

- Acho que você está vendo coisas, eu acho que eles caíram no fogo e os braços deles se debatendo parecia algum monstro.

- Não sei o que vi, pareci um polvo em chamas, mas não tinha o corpo.

- Você está vendo coisas, me ajuda aqui, machuquei o pé.

- Nossa o seu rosto também está sangrando e está roxo, a sua roupa também está toda rasgada, vamos lá em casa que a minha mãe faz outro curativo para você.

Ele vai andando mancando, e onde ele pisava ficava uma mancha de sangue.

Chegando na casa da Vania a Rute estava no portão.

- Onde você estava menina, agora deu para sumir todo dia com esse menino.

- Vichi! o que aconteceu com ele, foi atropelado?

- Não estava brigando com uns meninos.

- E quem ganhou a briga?

- Aparentemente foi ele.

- Carraca, se ele ganhou, imagina como ficou o outro menino.

- Ficaram, eram cinco.

- Cinco, quem é esse menino o Bruce Lee?

- Você não iria acreditar se eu te contasse, chama a mãe para ela dar uma olhada nele, para não sujar o chão com sangue.

A menina chama a mãe que vem correndo.

- Menino do céu, o que foi agora, você vai acabar se matando desse jeito.

- Coloca ele aqui no quintal, vamos lavar esse pé para ver como está, Vania busca gelo para colocar no olho dele.

Ela lava o pé dele e examina.

- Vamos precisar dar pontos, o corte está muito fundo.

- vou pegar o material para fazer um curativo.

Ela entra e a Vania saia com o gelo e coloca no rosto dele.

Os irmãos saem na porta para ver o que estava acontecendo.

- Apanhou moleque?

- Não foi briga. Responde a Vania.

- Apanhou?

- Pior que não.

- Ele ganhou? Como ficou o outro menino?

- Os outros cinco meninos, estão mortos.

- Mortos! falam os dois irmãos e a irmã juntos.

- A mamãe vem vindo depois eu conto a história.

- Vamos lá menino, vamos ver o que dá pra fazer nesse pé.

Ela passa água oxigenada para limpar, passa mais um remédio.

- Agora se vira e levanta o pé para ficar melhor para eu poder dar os pontos.

Ela enfia a agulha no primeiro ponto e ele se contorce de dor, a cada ponto ele gemia de dor. A mulher dá sete pontos e fecha a ferida.

- Pronto agora deixa eu dar uma olhada no seu rosto.

- Mas antes, Rute empresta um short seu para esse menino, porquê os dos seus irmãos vai ficar muito grande para ele.

- Hum! Isso está feio, vai ficar roxo, não tem muito o que fazer, menino vê se se comporta e não se machuca mais.

- Mãe só tenho short feminino.

Donizete faz que não com a cabeça e a agradece pelo curativo.

- Eu preciso ir, muito obrigado. Ele se despede de todos e sai andando descalço e mancando.

A mãe da Vania entra.

- Conta agora Vania o que acontece? Pergunta os irmãos.

- Vocês não vão acreditar, nós estávamos no fliperama e esses meninos apareceram lá e começaram a ameaçar ele e xingar ele de Filho da putinha.

- Filho da putinha, eu sabia que conhecia esse moleque, eu lembrei dele agora, diz o irmão mais velho.

- Continua, desculpa.

- Então ele empurrou o menino e correu, os meninos foram atrás dele e eu fui atrás também, ele correu até o terreno da antiga fábrica que foi demolida, os meninos pularam atrás.

- Eu corri até o muro e quando eu subi no muro os meninos estavam judiando dele, mas de repente, vocês não vão acreditar.

- Tá, mas conta, termina a história.

- O fogo da fogueira ficou maior e saiu uma fumaceira e da fumaceira saíram tentáculos que agarrou os meninos e os arrastou para a fogueira, matando eles queimados.

Os irmãos estavam todos em silêncio e todos juntos soltam uma gargalhada.

- Não falei que vocês não iriam acreditar. Diz a Vania com um cara de contrariada.

Donizete chega na casa dele, e ele nem tenta disfarçar, porque sabia que não tinha como desfaçar o roxo do rosto e andar sem mancar.

- O que foi isso menino, o que aconteceu?

- Eu cai.

- Caiu o foi atropelado, tira essa roupa toda estropiada, parece que está usando saia e vai tomar banho.

- Nossa você está todo estropiado, na costa, na barriga nos dois pés, na cabeça e na cara, que isso menino se a sua mãe te ver assim vai falar que estamos judiando de você e que não estamos cuidando de você direito.

O pai e o primo, também estavam assustados, com todos aqueles machucados.

- Como dizia o meu pai: “Vaso Ruim não quebra”. Fala a Avó para ele balançando a cabeça.

Ele toma banho, era um festival de: -” Ai, Ai, ai”. Quando a água e o sabão pegavam nas feridas.

Ele sai do banho janta e se senta para assistir o que passava na televisão: Estava passando “A praça é nossa” O personagem da Velha surda, ele assistia o programa e dava risada. Ele fica até tarde assistindo televisão, a sua avó sobe para dormir e depois o pai dele, ficando só ele e o Alexandre na sala.

O Alexandre levanta da poltrona e vai até ele e diz.

- Quer ganhar cinquenta Cruzeiros?

- Para fazer o que.

- Mostrar a bundinha para mim e bater uma punhetinha para mim.

- Não, não quero. Diz o Donizete olhando para ele com um olho só porque o outro estava fechado e roxo por causa da pedrada e do soco.

- Você não se esqueceu que você me deve, eu não esqueci e se você não fizer eu vou contar para o seu pai.

- Eu não estou conseguindo me mexer direito estou todo dolorido, outro dia eu deixo você ver a minha bunda.

- Eu quero agora, não precisa da punheta, só deixa eu ver a sua bunda, fica de ladinho.

O menino concorda com a cabeça e abaixa a calça do pijama, deixando a bunda amostra.

O homem temia e se masturbava olhando a bunda do menino e ejacula espirando na bunda do menino.

- Porra meu, você gozou em mim, me sujou tudo caralho.

Donizete se levanta vai até o banheiro pega um pedaço de papel higiênico e se limpa e sobe bravo para o quarto.

O Homem fica com vergonha na sala.

Donizete tem flashes de sonho com a Fazenda, que estava em chamas e o Escravo estava mais forte e estava com um par de chifres, o sonho fica falhando aparecendo o escravo e sumindo, aparecia e sumia em pequenos Flashes.

Donizete acorda se senta na cama e sente uma casca no seu pijama ele passa a mão e lembra do que foi.

Ele tira a calça e a coloca para lavar, se troca e desce.

Ele tomava café e o Alexandre entra e pergunta.

- O que aconteceu com o seu carrinho está todo destruído?

- Foi brincando. Diz o Doni olhando para a avó, para não dizer mais nada.

- Quer que construa outro carrinho de rolimã, para você?

- Eu queria um fliperama de madeira, você consegue fazer?

- Acho que sim, posso tentar, eu posso usar pregador no lugar dos flipers, elástico nas laterais e chapinha de pilha para as bandeirolas, faço uns buracos, na madeira e uso um pedaço de cano de PVC. para fazer uns tuneis, por onde a bolinha passara e poço usar uma bolinha de ferro, desmontando um rolimã.

- Valeu, parece que vai ficar legal.

- Menino não esquece, daqui a pouco você vai ter aula, agora vai ser à tarde. Avisa a avó.

- Ah é, eu tinha esquecido. Responde ele.

- Já fica pronto, porque almoçar, eu acho que você não vai, depois de tomar café a essa hora.

Donizete entra na secretaria e a monitora o leva até a sua nova sala.

- Pronto, está entregue. Diz a monitora rindo.

Ele não entende o riso, mas quando ele olha para a sua nova professora ele acaba entendendo.

A professora tinha cara e não era só cara era realmente, extremamente brava.

Os Alunos a chamavam de Sargento Bruno.

- Senta logo, e não vai ter a frescura de te apresentar para a sala, vocês vão se conhecer no dia a dia, escolhe uma carteira logo, e já anota a lição que está na lousa, que já vou apagar.

Donizete anota a lição e quando ele estava terminando a professora apaga.

- Quem não anotou, pega depois com o “amiguinho”, que copiou tudo.

Ela coloca um novo texto na lousa.

E a lição não parava, até o último minuto para o intervalo.

O sinal do intervalo toca, mas ninguém se levanta, Donizete ansioso fica olhando e os alunos só se levantam depois que a professora autoriza.

- Podem sair e não preciso avisar né, voltar antes do horário terminar, quem não voltar no horário vai ficar para fora. Algumas crianças não saíram da sala e outros só vão até o banheiro e volta correndo para a sala.

Donizete estava deslocado, dá uma volta e retorna para a sala.

Um minuto para terminar o intervalo, a professora levanta e fecha a porta da sala, algumas crianças ainda tentam bater na porta, mas sem sucesso.

A lousa estava cheia de lição.

- Copiem rápido, porque vou colocar mais.

Donizete copiava a lição e a professora apaga novamente sem ele ter terminado de copiar.

Ele desiste e começa a desenhar no caderno.

A professora percebe que ele não estava copiando a lição, ela se levanta e vai até o Donizete.

- Bonito! Diz ela.

- Gostou? Pergunta ele inocentemente.

- Não, isso foi uma metáfora. Praticamente rosnando a professora.

- Não isso é o Meta.. isso que a senhora disse, é He-Man em cima do gato guerreiro.

- Seu estupido, não estou perguntando, o que é, a minha aula não é aula de educação artística. A professora toma caderno dele e o joga no lixo.

Donizete se levanta.

- Onde você pensa que você vai rapazinho?

Donizete não diz nada a ignora e vai até a mesa dela e pega as coisas dela e joga no lixo também.

- Seu insolente, quem você pensa que é? Fala ela tentando impedi-lo.

- Sai da minha sala, agora!!

- Ela abre a porta e manda ele sair.

- Vocês podem entrar, agora e deixa esse atrevido aí fora sozinho.

As outras crianças entram rapidamente.

Donizete encosta na parede e apanha um negócio que havia caído da arvore que parecia um chacoalho, era uma folhagem dura com sementes dentro, o que fazia parecer um chocalho.

Ele vai até a arvore e apanha outros, vai até a porta da sala, há abre e joga dentro da sala.

A professora se levanta e tranca a porta com chave. Donizete olha para cima e vê um vitro ele ataca pelo vitro a professora fecha o vitro.

Ele pensa e dá a volta e ataca pela janela, a professora há fecha também.

Donizete fica sem opção e resolve enfiar pedaços de pedra na fechadura junto com pedaços de pau, entupindo a fechadura impossibilitando de funcionar, e fica li quietinho até o sinal de termino da aula soar, ele vai embora e sai normalmente pela saída deixando a professora e todos os alunos trancados dentro da sala de aula.

- E moleque esperto! Grita o tio do Barriga.

Donizete procura de onde vem o grito e avista o Tio do Barriga junto com o Boy irmão da Vania. Eles carregavam uma bicicleta de corrida.

- E aí garoto esperto, estamos precisando de uma Ajuda para esconder essa bicicleta, será que dá para colocar no fundo do quintal da casa da sua avó.

- Sim, vamos lá.

Donizete entra na porta da frente e pede para o Boy e o Tio esperar do lado, ele deixa o material no sofá ao lado de onde o Alexandre estava sentado, o que chama a atenção dele e sai atrás do Donizete que estava indo para o fundo do quintal junto com o Boy e o tio.

- Nó vamos precisar pintar essa bicicleta. Diz o tio.

Quando ele termina de falar o Alexandre aparece atrás deles.

Eles se entreolham e o tio diz.

- Nós vamos pintar essa bicicleta aqui, estávamos precisando de um lugar para fazer isso.

Alexandre só observa e não expressa nenhuma reação e volta para dentro de casa.

O tio e o Boy se entreolham e olham para o Donizete.

Que dá de ombros.

Eles escondem a bicicleta e voltam para a rua.

- E garoto esperto tem esquema para mais tarde, depois te dou um alô.

Donizete faz que sim com a cabeça.

Os dois homens vão embora.

Donizete se junta ao grupo de crianças que começavam uma brincadeira.

- Vem Donizete estamos precisando de mais uma para completar a equipe, você quer ser ladrão ou Policial? Pergunta o Bomba.

- Quero ser ladrão. Responde ele.

- Então já fica aqui comigo do meu lado e vamos esperar quem mais vai ser ladrão.

Os outros meninos tiram Dois ou um, para ver quem queria ser ladrão ou polícia e para ver quem começava.

- Aqueles que tirarem número um, vai ser policial e número dois Ladrão. Explica o cabeção que era o chefe do time da polícia.

- Pronto deu certinho, comigo e com o Donizete completou sete ladrões:

- Eu o Donizete, o Perereca, Testa, Mi, Macaco e o Sapo. Diz o Bomba.

- Grupo da polícia ficou eu, o Morcego, o Japa, Galo, Piolho, Alemão e o Coelho. Diz o Cabeça.

- Vocês começam como ladrão e começam fugindo, nós vamos ter que capturar vocês e deixar aqui na cela, onde pode ser resgatado por um ladrão que ainda não foi preso e quando todos estiverem sido capturados, nós invertemos e vocês correm atrás de nós. Só vale até o limite das Avenidas, entenderam. Explica e pergunta o Cabeça.

Todos balançam a cabeça.

- Então vamos começar, vou contar até dez para vocês fugirem depois disso os policiais vão atrás de vocês.

Ele começa a contar e os ladrões fogem.

- Nove, dez, pronto! - Aqui vamos nós.

E assim começa a perseguição e a brincadeira.

Eles dão a volta no quarteirão e depois de algum tempo eles capturam alguns da turma dos ladrões, sobrando só o Donizete e o Bomba.

Donizete dribla e escapa, mas o Bomba e capturado. Donizete se esconde e espera perto da cela, que os outros meninos saíssem para procura-lo, deixando só um menino vigiando a cela.

Donizete sai do esconderijo e vem correndo o menino tenta agarra-lo, mas ele desvia e salva o Bomba, que salva o Mi, que salva o Testa e o Sapo e toda turma foge e praticamente começa tudo de novo. E assim a brincadeira demora para acabar.

Donizete corria na rua de baixo e o Tio do Barriga o chama.

- E aí garoto esperto, vamos lá no esquema?

- Agora não dá estou brincando.

- Não vai demorar, é rápido.

- É, mas eu preciso me esconder.

- Então vamos até lá que ninguém vai te ver, vem aqui por dentro da minha casa e a gente já sai na avenida.

Donizete concorda entra na casa no momento que os meninos passavam correndo procurando por ele e passam direto sem vê-lo.

- Vamos Boy, já está na hora.

Boy se levanta de onde ele estava sentado o Arquimedes se junta a eles e eles vão até um escritório de arquitetura.

- Pronto chegamos, eu e o Arquimedes te levanta enquanto o Boy vigia para ver se não vem vindo ninguém.

- Depois que a gente te levantar, você vai até aquele quadro de força e desliga puxando para baixo e depois só abre o portão para gente da garagem.

Eles levantam o menino que faz exatamente o que eles falaram.

- Pronto agora deixa com a gente, se você quiser voltar a brincar, vai lá depois a gente se fala.

Donizete retorna para a brincadeira ele pula o muro da casa do Tio do Barriga e sai na rua. Ele vai correndo até o lugar onde eles estavam fazendo de cela.

- Onde você estava? - Ninguém te achava, te peguei, pronto agora é a nossa vez. grita o cabeça.

Mas a mãe do Coelho veio chama-lo para entrar para casa.

- Pronto agora estamos com um a menos.

- Eu também tenho que entrar. Diz o Japa.

- Pronto acabou a brincadeira, vamos fazer outra coisa agora então?

- Vamos fazer uma fogueira. Sugere o Perereca.

- Boa. Diz o Galo.

- Vamos pegar lenha na Veia Helena.

Eles pegam as lenham e acedem a fogueira e ficam ali curtindo a fogueira conversando até que aparece o tio do Barriga o Arquimedes e o Boy, eles traziam uma garrafa de vinho seco.

- E aí molecada, quem quer Vinho?

Cabeção pega a garrafa e dá um gole, depois o Perereca e por último Donizete.

- Vai ficar bêbado desse jeito, divide essa garrafa entre vocês, nós temos mais duas garrafas aqui, que roubamos lá naquele esquema.

As outras crianças não entendem nada e só olham para o Donizete, que fica na dele.

- Essa fogueira está chata, vamos pegar uns milhos e umas batatas lá no caminhão da rua da Feira? Diz o Tio.

- Vem com a gente garoto esperto.

- E molecada segura o vinho para nós até a gente voltar.

Donizete dá de ombros e vai com ele juntamente com o Perereca.

Eles vão até a rua da feira onde o caminhão estava estacionado.

O Tio do Barriga e o Boy soltam a corda da lona que cobria a carga, já pronta para a feira. Donizete e o Perereca sobem no caminhão e pegam uma melânica.

O Boy segura a melancia.

Depois eles puxam um saco de milho e o Arquimedes segura o saco na cabeça e o leva embora.

- Procura Batata! Pede o Tio.

- Achei morango.

- Serve, dá aqui, vai rápido só olha, para ver se acha batata.

- Achei, mas o saco é muito pesado.

- Rasga ele.

Ele rasga o saco e pega algumas batatas entrega para o Tio, volta e pega mais.

Assim que ele estava pegando mais, um homem grita.

- O que vocês estão fazendo aí?

Donizete pula do Caminhão e o Perereca também, eles correm.

Donizete olha para trás e percebe que conhecia o homem dono do caminhão.

- Donizete corre junto com o Tio, eles despistam o homem e vão até a fogueira.

Chegando na fogueira.

- Pronto molecada, vamos comer, milho assado na fogueira, batata com vinho seco e de sobremesa morango. Diz o Tio dando risada.

- Eles jogam a abatata na brasa da fogueira e espetam o milho com um graveto e ficam ali tostando o milho dando gole no vinho.

Donizete sente a cabeça girar e começa a falar mole.

- O Moleque está bêbado. Diz o Boy rindo.

Eles dão risadas.

- Agora só falta fumar? Diz o Arquimedes oferecendo um cigarro acesso para ele. Ensinando como que faz para fumar.

Donizete tenta tragar e engasga.

Ele tosse, tosse sem parar.

Todo mundo ri.

- Eu quero água a minha garganta está ardendo muito, acho que vou para casa.

Assim que ele termina a frase, ele vomita tudo que ele comeu e bebeu.

Todo mundo ri e zoa ele.

Ele resolve ir embora.

Ele entra na casa dele.

Só estava o Alexandre sentado no sofá´ e pai dele estava no banheiro.

Alexandre tenta falar alguma coisa para ele.

- Não enche o saco. Diz ele para o Alexandre e sobe para o quarto.

Os flashes do sonho continuam como os das noites passadas.

O Escrava aparece no meio de fogo.

- Menino acorda!

- Você andou bebendo e fumando?

Ele faz que não com a cabeça

- Você está inalando álcool e a sua roupa está cheirando a fumaça de cigarro.

- A fumaça é da fogueira.

- O meu amigo da feira, disse que viu você ontem roubando fruta do caminhão dele.

- Que amigo?

- Aquele que te apresentei, na feira.

- Ele deve de estar me confundido.

- Também achei, mas ele insistiu que era você.

- Não era você, era?

- Não eu estava brincando de polícia e ladrão com os outros meninos.

- E quem deu bebida para você?

- O Galo pegou um restinho da casa dele, a gente só experimentou.

- Você quem sabe, olha o seu pai o que aconteceu com a vida dele por causa da bebida, você é muito criança para esse tipo de coisa, depois eu vou querer falar com a mãe desse menino, para saber a verdade.

- Agora levanta e vai tomar banho que você está fedendo, nem tomou banho ontem e vou deixar o seu café na mesa, ou você quer almoçar?

- Pode ser almoço vó.

- Está bem, vê se toma juízo, a minha irmã Mercedes estava comigo e já queria e eu te colocasse em um colégio e Freira.

Donizete arregala os olhos. E faz que não com a cabeça.

- Lógico que não, não é porque o outro da sua mãe não te quer mais lá e a minha irmã acha que você é um problema para mim, falei que nunca faria uma coisa dessa com você, que sofri tanto para te ter você de volta e agora não vou desistir de você assim tão fácil.

Donizete se sente mal, pelo o que a avó estava falando, ela pegou no psicológico dele. Ele levanta toma banho, almoça e vai para a escola sem reclamar.

Na entrada da escola a Inspetora já o segura.

- Tenho ordens de só deixar você entrar, só se for acompanhado do seu pai.

Ela o acompanha até a Diretoria.

- Menino onde já se viu? - Trancar a professora na sala de aula, a professora não, a turma toda, você não tem juízo, eu quero o seu pai aqui, não quero a sua avó, você só vai entrar na aula se trouxer o seu pai, pode voltar para trás e voltar com ele, que hoje você não frequenta aula.

- Mas ele está trabalhando.

- Não interessa, ou traz ele ou você não assisti aula.

Ele dá meia volta e retorna para casa.

- Já voltou? - Não teve aula?

- Não, eles querem que o meu pai vai na escola.

- Não pode ser eu?

- Não tem que ser ele.

- O que você aprontou, agora?

- Eles que são chatos.

- Eles são chatos? Essa é boa.

- E o que você vai fazer o dia inteiro agora?

- Nada.

- Nada?

- Só não se envolve em mais confusão!

Donizete sai e se senta no murinho e fica ali sem fazer nada.

- E aí garoto esperto?

- E aí tio e aí Barriga?

- Tá de boa?

- Sim.

- Quer ir caçar passarinho com a gente na chácara e a gente aproveita e come umas jabuticabas lá.

- Vamos, mas eu não quero matar passarinho.

- Eu fiz esse estilingue, ontem, usei uma tripa de mico mais grossa, isso daqui mata até Urubu.

- I! - Fecharam a entrada, nós vamos ter que pular o muro.

Eles pulam o muro.

- Olha lá a molecada nadando no laguinho, não adianta nada fechar o muro, todo mundo pula, para vir nadar ou pegar jabuticaba nessa Chácara de pé de jabuticaba, porque aqui deve de ter mais de mil pés de Jabuticaba, fora os pés macho, que são dá Jabuticabas gigantes, que cercam a chácara, é jabuticaba, para entupir até o fiatã.

Eles dão risada.

- Vamos nadar Barriga?

- Vamos e tio vai indo que depois a gente te alcança.

Os meninos se juntam com as outras crianças, eles tiram o short e a camiseta e pulam na água.

Havia um homem sentado na pedra só observando as crianças.

Eles se divertiam com as outras crianças até aquele homem, abaixar os shorts dele.

O homem estava com o membro duro e depois de abaixar a calça, ele diz.

- Quem quer dez Cruzeiros para pegar no meu pinto?

Dizia o homem exibindo o pinto.

As crianças se afastam dele, Donizete tenta correr e o homem o agarra.

- Vai moleque dá uma pegadinha que te dou dez Cruzeiros.

Donizete joga água no homem, que acaba soltando ele, e assim ele consegue ir mais para o meio do lago, fugindo para o outro lado onde estava a roupa dele.

Donizete sai da água vestindo os shorts e chamando para que o Barriga fosse rápido, mas o Barriga demora e o homem consegue pegar ele.

Donizete corre para chamar o tio dele.

_ Tio, tio, tem um homem querendo que o Barriga pega no pinto dele.

- Onde isso?

- Lá no lago.

O Tio corre e de longe ele arma o estilingue e acerta o homem no pinto, que estava para fora forçando o Barriga segura, ele grita de dor e solta o Barriga e tenta fugir.

O tio do Barriga vai atrás dele e dá uma rastreira fazendo o homem cair.

Tio junto o homem pelo colarinho e dá uma cabeçada no nariz do homem, que faz expirar sangue, o tio dá mais um soco no homem e o solta, deixando ele no chão chorando de dor.

- Se eu te ver por aqui de novo molestando a molecada eu vou te arrebentar na porrada, agora some daqui. Diz o tio dando um chute na bunda do homem.

O homem dá um pulo com o chute e corre, pulando o muro.

- Esses tarados nojentos, vamos e vê se agora não sai do meu lado. Diz o tio bravo para o Barriga.

- Vamos comer jabuticaba depois eu tento caçar passarinho.

Eles se esbaldam nos pés de Jabuticaba, era muita jabuticaba.

- Essas jabuticabas estão muito boas, mas as dos pés macho são maiores e melhores, porém é muito perto da casa do dono da fazenda e ele e a mulher são muito bravos e correm atrás da gente com facão.

- Vamos lá, mas nós temos que ter cuidado, eu levanto vocês na árvore e vocês vão jogando as frutas que eu vou guardando no saquinho para a gente comer depois sem perder tempo.

- Vem garoto esperto, sobe você primeiro no pé perto do brejo.

- Pronto, agora você sobrinho.

Os meninos sobem nas arvores e vão jogando as frutas para o Tio, que não resiste a suculência daquela fruta gigante vai comendo e colocando outra no saco plástico.

O Saco estava quase cheio, quando o casal dono da chácara aparecem gritando.

- O que você está fazendo aqui eu vou cortar o seu bucho. Gritava o senhor seguido da esposa.

O tio estava mais próximo do sobrinho e pede para ele pular rapidamente e o agarra sem deixa-lo cair.

- E o Donizete tio, o que a gente vai fazer, agora?

- Eles já estão debaixo da árvore que ele subiu, não dá mais tempo.

- E agora? - Eles vão matar ele. Exclama o Barriga desesperado.

- Nós vamos ter que esperar, para ver o que a gente possa ajudar ele. Diz o tio.

O casal batia os facões no tronco da arvore e gritavam.

- “Eu vou cortar o seu pinto fora”.

O senhor busca uma escada para subir na arvore a coloca no tronco da arvore.

Donizete fica com medo e analisa a distância do galho da arvore para o brejo.

Conforme o homem vai subindo na arvore, Donizete se arrasta no galho em direção ao brejo.

O Galho começa a entortar e o Donizete pula no brejo, os seus pés atolam a alguns metros da margem e ele não consegue se mexer, para fugir.

Homem desce da arvore e vem na sua direção para se juntar a mulher que já tentava acertar o Donizete com o facão.

O Homem tinha o braço mais longo e se equilibra na margem do brejo tentando acerta-lo.

O homem percebe que não vai acerta-lo, volta e pega a escada e a joga no brejo chegando bem perto do Donizete.

O Homem se preparava para bater nele com o facão e do brejo brotam lesmas negras, como se fossem raízes do chão, se enrolando no homem e o arrastando até onde estava a mulher, se enrolando nela também, levantando do chão, tomando os facões deles e direcionando para o pescoço deles.

Donizete pensa rápido e grita.

- Não os mates!

Os facões param centímetros do pescoço do casal.

- Só tire eles daqui.

Algumas lesmas, tiram o Donizete do brejo carregando ele para fora do brejo.

- Acho que preciso parar de fumar maconha. Diz o tio do Barriga para ele.

- Eu nem comecei e já parei. Diz o sobrinho.

As lesmas arrastam o casal até a casa e desaparecem.

Donizete estava todo sujo de lama de brejo até a cintura.

Donizete estava com uma expressão diferente e vai na direção do Tio e do Barriga e diz.

- Vou ter que entrar de novo no lago para me limpar agora.

O Tio e o Barriga estavam em choque e não esboçam nenhuma reação.

- Vamos e não esquecem o saco de jabuticaba, que deu trabalho para pegar.

O tio se abaixa pega o saco e pergunta.

- O que foi aquilo?

- O que?

- Aquelas coisas que saíram do brejo e agarraram o casal.

- Você está fumando maconha de mais, foi lama que eu joguei neles e eles correram.

- Não eu também vi, pareciam cobras em forma de raízes. Diz o Barriga.

Donizete ri.

- Era o galho que eu estava usando, para me defender, você deu maconha para o seu sobrinho também?

- Não. Diz o tio com cara de bobo e com a boca aberta.

Donizete entra no lago e o Barriga se junta a ele.

- Eu podia jurar no que vi. Diz o Barriga para o Donizete.

- Esquece isso e vamos nadar, que agora nós temos o lago só para nós.

O Tio do Barriga fica sentado na pedra e coloca a mão no bolso, tira um pacotinho de maconha, ele cheira a maconha e a joga fora no lago.

Donizete sai do lago, pula para se secar.

- Chio! - Não faz barulho. Diz o Tio.

Ele arma o estilingue se aproxima de um beija-flor que voava na mata e solta a pedra acertando o passarinho.

- Acertei!

Ele vai até onde o passarinho caiu e o pega e mostra par ao Donizete.

- Que dó, você matou ele para nada, é tão pequenininho, não tem nem carne, será que não dá para ressuscita-lo, eu vou leva-lo comigo, que dó.

Ele abre as asas do passarinho tão pequenininho e fica admirando a beleza daquele ser, que era de um degrade que ia do roxo ao verde, quase um amarelo, com o peito branco.

Ele pula o muro levando com ele o passarinho, o coloca em uma caixinha e o deixa no jardim.

A sua avó abre a porta.

- O que você está fazendo aí menino?

- Salvando um passarinho.

- Passarinho?

- Deixa pra lá, o seu pai foi lá na escola, você trancou a professora junto com todos os seus amiguinhos dentro da sala de aula?

Donizete não fala nada.

- Tiveram que chamar um chaveiro, para tirar a professora de dentro da sala e cobraram os custos do chaveiro do seu pai.

- Não vai falar nada?

- Vou falar o que?

- Tá bom, amanhã você já está liberado para assistir aula, parece que a professora quer, que você continua na sala dela, porque ela quer me ajudar a educar você.

Donizete olha para ela se abaixa e abre a asa do passarinho.

- Solta esse passarinho, ele já está morto.

Donizete, embrulha o passarinho e o enterra no jardim.

- Você está esburacando todo o meu jardim, por causa desse passarinho. Diz ela empurrando ele.

Com o empurrão ele se desiquilibra e cai para o lado.

Ele olha para ela se levanta e sai para a rua.

Donizete vi até a casa da Vania, ela estava sentada no muro.

- OI! Estamos brincando de mãe da rua, quer brincar com a gente?

Donizete faz que sim com a cabeça.

- Então, você fica no meu time, só deixa terminar essa partida, só falta a Vera.

A brincadeira termina e eles começam uma nova partida.

Eles tinham que atravessar a rua de uma calçada a outra, pulando só em um pé, não podia colocar os dois pés no chão e sem deixar que o outro time que ficava no meio da rua, encostasse neles.

Donizete e a Vania atravessam com sucesso dando risada.

- Vamos de mão dadas agora?

Eles atravessam pulando em um pé só de mão dadas.

- Conseguimos. Diz ela dando um beijo nele, que corresponde o beijo dela.

- Vamos parar com essa putaria, estamos brincando de Mãe da rua e não de Beijo abraço e aperto de mão. Diz a Rute irmã da Vania.

Eles continuam a brincadeira, até enjoarem.

- Chega! - vamos fazer outra coisa? Pergunta Vania.

- Já sei vamos brincar de: “estreia nova cela”. Diz a Vera.

- Boa, mas sem passada de mão. Diz a Elaine.

- Ha!! exclama os meninos.

- Marcio como vocês perderam na mãe da rua, você começa como mula. Diz a Vera.

O rapaz se posiciona colocando a mão nos joelhos, para que os outros pulassem por cima dele fazendo o que o primeiro mandasse.



A vera pula ele com uma mão fechada e a outra aberta dizendo:

- Um bife e uma bata!

E todos atrás dela fazem o mesmo.

- Coice de mula. Diz ela pulando por cima do Marcio e batendo com o pé na bunda dele.

Alguns acertam. E a Elaine erra.

- Você errou Elaine agora, você fica de mula na cela.

Marcio pela ela batendo a bunda na costa e diz:

-Amassa tomate!

E todos fazem, alguns faziam com tanta força que chegava a derrubar a Elaine.

Rute cochicha alguma coisa na orelha dele.

Marcio pula passando a mão na bunda dela dizendo:

- Passadinha de mão.

A Elaine se levanta reclamando.

- Eu falei que não era para fazer essa.

- Se você se recusar, vai ter que tomar castigo. Diz a Rute.

Elaine reclama, mas vota para posição e todos pulam ela passando a mão na bunda dela dando risada.

- Não quero brincar mais. Fala a Elaine brava e se sentando na calçada.

- Para de ser estraga prazer. Diz a Vera.

- Não quero mais e pronto.

- Chega vai, também cansei e já está tarde. Diz a Rute.

Eles se sentam na calçada aos pares, só a Rute fica sozinha.

Vania puxa o Donizete.

- Vamos dar uma volta, vem.

Eles vão andando de mãos dadas e ela o arrasta para dentro de um dos carros para o desmanche.

- Ontem você não apareceu senti a sua, estava morrendo de saudade e agora eu quero te beijar muito.

Eles ficam dentro do carro se amassando e as coisas esquentam.

- Eu quero que você tire a minha virgindade, mas deixa eu ir por cima, que eu acho que assim eu consigo.

Ela senta por cima dele, puxa a calcinha de lado e se ajeita nele e vai se entregando devagarzinho.

- Conseguimos, doeu um pouquinho, mas agora está gostoso.

Ela abraça ele e o beija e continua por cima dele.

Alguém abre a porta do carro bruscamente e a puxa de cima dele.

Era o Boy irmão dela.

- Eu sabia que isso iria acontecer, eu sabia, vocês são crianças e agora?

- Vamos para casa eu vou contar para a mãe e você depois a gente conversa.

Diz o Boy bravo com o Donizete.

Donizete sobe para a casa dele, ele entra nasala onde estavam o pai dele e o Alexandre sentados na poltrona e a sua avó sentada no outro sofá sozinho.

- Apareceu a margarida. Diz o Pai dele.

- O que você aprontou na escola menino? - Trancou a professora e os seus amiguinhos na sala de aula, onde você estava com a cabeça?

Donizete dá de ombros.

- Menino você não pode fazer essas coisas, a sua avó também falou que você aprontou outras coisas, você precisa se comportar, você já é quase um homenzinho.

Donizete não fala nada e só olha para o pai dele e não escutava mais nenhuma palavra que o pai dizia.

- Vai tomar, banho para você jantar, vai, a vó fez pizza quadrada para você.

Donizete estava com dor de barriga de tanta jabuticaba que havia comido, mas ele não conseguiu fazer cocô, ele fazia força e caia só alguns caroços de jabuticaba, mas não aliviava.

- Vó estou entupido, não consigo fazer cocô.

- O que você comeu menino?

- Eu comi muita jabuticaba, hoje lá na chácara.

O pai e o primo do pai e avó, dão risada.

- Então é isso, você vai ter que tomar óleo de rícino, deixa eu pegar uma colher para você.

A avó vai até o armário e pega um tubo de óleo e uma colher, ela a enche com óleo e dá para ele beber.

Ele faz uma cara feia.

- Agora espera alguns minutos para fazer efeito.

Ele fica sentando na privada esperando fazer efeito por alguns minutos.

Ele sente um cólica muito forte e a dor de barriga fica pior, ele se desespera faz força e faz força até conseguir, ele fez tanta força que chegou a sair sangue.

- Ufá! - Que alívio.

- Conseguiu menino?

- Sim.

- Toma banho logo para a gente jantar!

Ele toma banho come a pizza, assisti “Esquadrão classe A” que passava na televisão, se aconchega no colo da avó e adormece.

No seu sonho, estava a Regina e a Vania, a Regina era bem mais alta que a Vania, eles carregavam flores de um jardim, as flores pegavam fogo e sumiam e ele começa a cair em um rodamoinho sem fim e o Escravo aparecia dizendo palavras incompreendidas e sumia.

Na manhã seguinte ele acorda na sua cama e sente uma ardência na bunda, acha estranho, mas dá de ombro, vai para o banheiro, lava o rosto e toma café.

- O seu pai esqueceu de te falar, que hoje você precisa ir mais cedo para a escola, parece que vai ter um evento.

- Vichi, faltam 20 minutos.

- Então corre. Diz a Avó.

Ele sai correndo e chegando na escola, haviam dois ônibus parados na entrada.

Um dos amiguinhos, grita para ele.

- Vem, sobe no ônibus, nós vamos no programa de televisão.

Ele sobe no ônibus e se senta ao lado do amigo.

A professora sobe no ônibus, olha para ele e diz.

- Você não, você não vai, pode descer, criança mal-educada que não sabe se comportar, não pode ir, porque vai fazer a escola passar vergonha.

A professora retira ele do ônibus e pede para a inspetora o levar até a sala de aula dela, onde já estavam as outras crianças que não iriam participar do programa, porque não haviam se comportado direito.

Donizete se senta na carteira e a inspetora diz.

- A professora pediu para copiar a lição que está na lousa e depois que terminar é para você resumirem esse livro, para a lição de português, depois que terminarem, para matemática é para escrever dez vezes a todas as tabuadas do um ao dez.

Ele olha para a lousa, procura pela sua mala, que estava no mesmo lugar que ele havia deixado a dois dias atrás, ele a abre pega o caderno e o estojo de lápis e começa a lição.

A inspetora se senta na mesa da professora e os monitora.

AS crianças começam um burburinho e a inspetora pede para ficarem quietos.

E assim eles permanecem até o horário do almoço, as crianças almoçam na Cantina da escola e tiram um intervalo de uma hora.

Eles jogam bola na quadra, brincam de pega-pega.

Uma pipa enrosca no alto da tela, que tinha aproximadamente sete metros de altura e era a tela que separava a quadra da rua.

Um menino da rua, já começava a subir na tela para pegar a pipa.

Donizete sobe mais rápido que o menino e pega a pipa na frente dele.

O menino fica bravo e tenta chutar a mão do Donizete encaixada na tela para descer, Donizete desvia e desce tão rápido como subiu.

Donizete fica tirando sarro do menino, que começa a xingar.

A inspetora que tinha visto tudo, toma a pipa do Donizete e devolve para o menino da rua, que sai tirando sarro dele.

Donizete não gosta nada, mas acaba deixando pra lá.

A sirene do intervalo soa e a inspetora pede para que todos voltassem para a sala.

E assim continuam as atividades.

O tempo passa e o pessoal que havia ido para o programa de televisão, retornam fazendo algazarra, só parando quando a Sargento Bruno, aparece na porta e todos se calam.

- Nós ainda temos uma hora e alguns minutos, por isso eu quero que vocês copiem a lição da lousa.

- Professora.

- O que foi?

- A minha caneta sumiu. Diz uma menina.

- A minha lapiseira também. Diz outra menina.

- A minha borracha também. Diz um menino.

- A minha caneta também. Mais um menino.

- O que está acontecendo aqui? - Sumiram todas as coisas, nós temos um ladrão entra a gente?

- Quem foi que pegou as coisas dos outros amiguinhos?

Ninguém responde.

- Se ninguém se manifestar e não devolver, eu vou pedir para chamar o policial lá da frente da Ronda da escolar.

- Quem foi, Donizete eu aposto que foi você, você ficou aqui na sala enquanto os seus amigos foram para o programa de televisão, deixa eu ver as suas coisas.

- A professora pega a mala dele e tira tudo de dentro e vira a mala de ponta cabeça e a chacoalha, a mala faz um barulho, mas não cai nada.

- Não tem nada aqui e o barulho que faz deve de ser dessas fivelas.

- Mas como? - Só pode ter sido você.

- A sala ficou aberta na hora do intervalo e alguém pode ter entrado e ter pego. Se defende o Donizete

- Se não aparecer as coisas das crianças eu vou pedir para chamar o policial, porque isso é caso de polícia.

Novamente fica um silêncio e a professora pede para a inspetora chamar o policial da ronda escolar.

Os policiais aparecem na porta da sala.

- Pode entrar. Diz a professora

Assim que o policial, a professora vai ao encontro dele e fala alguma coisa no ouvido dele, e automaticamente ele olha para o Donizete.

- Boa tarde, crianças! - Como a professora já havia falado, precisamos que o material doas amiguinhos sejam devolvidos, caso contrário teremos que revistar um por um e se for o caso até ir para a delegacia.

O silêncio novamente permanece na sala.

- Pois bem, vamos começar por esse rapaz aqui.

O policial vai até o Donizete e faz a mesma coisa que a professora fez e nada consta. O policial vai o armário que tinha no fundo da sala e olha em cima e olha em baixo e constata que não tinha nada ali, olha novamente embaixo da carteira do Donizete e balança a cabeça.

O policial anda pela sala e vai até a professora e diz.

- Não encontramos nada senhora, o que a senhora quer que a gente faça?

- O menino tem razão, a sala ficou aberta na hora do intervalo, tinha até uns meninos que pularam na escola atrás de pipa, pode ter sido um deles. Relembra a inspetora.

- Pode ser, vou dar uma volta no quarteirão para averiguar. Diz o Policial.

O Policial Sai da sala de aula e a professora, ainda olhava desconfiada para Donizete e o sinal da saída dos alunos soa.

Donizete vai saindo e o Alemão se junta a ele.

- O programa de televisão foi muito legal, tinha muitas brincadeiras e prêmios, vai passara domingo na televisão, vou assistir para ver se apareço.

Donizete não dizia nada, só olhava para o amigo contando sobre o passeio.

Eles vão andando e quando já estavam bem perto de casa, Donizete pede para ele esperar.

- Essa lapiseira é sua?

- Sim, carraca, foi você mesmo, não acredito, você enganou todo mundo. Diz o alemão rindo.

- É, mas não fala nada para ninguém, não vai me caguetar.

- É lógico que não.

- Você é louco, mas como você conseguiu esconder dentro da mala, porque a professora e o policial viraram ela de ponta cabeça e não caiu nada.

- Essa mala tem um compartimento secreto no forro, se você enfia a mão por dentro, consegue esconder o que quiser e não vai cair porque, o forro não deixa. Diz ele rindo.

- Do que vocês estão rindo. Pergunta o Morcego no caminho deles.

- Esse louco aqui, se eu te contar você não vai acreditar no que ele fez?

O Alemão conta a história para o Morcego, que dava risada da história.

- Vamos chamar os caras, pra gente brincar de polícia e ladrão.

- Eu quero ser o ladrão. Diz o Donizete rindo.

Os três dão risada.

- Eu só preciso ir guardar a minha mala, vamos lá comigo.

Eles vão até a casa do Donizete e estava tudo fechado.

- Acho que a minha avó saiu e agora?

- Já sei, vocês me ajudam a entrar pelo vitro da cozinha?

Os dois meninos ficam olhando para estranhando o que ele tinha acabado de dizer.

- Vem comigo, eu vou segurar no vitro e vocês dois só tem que levantar a minha perna, vai cada um segura uma.

Eles levantam ele e o Donizete começa a entrar pelo vitro enfiando primeiro a cabeça, o morcego achando aquilo engraçado perde a força e solta a perna dele e o alemão não aguenta e solta também, deixando o Donizete pendurado pelo pescoço, quase quebrando o pescoço dele. Donizete se debate e grita:

- Me ajuda. Os meninos riam muito, mas levantam a perna dele rapidamente antes que ele se machucasse.

Ele entra pelo vitro, se apoia na pia e pula para o chão, abre a porta da cozinha dizendo.

- Porra meu, vocês queiram me matar, quase quebrei o pescoço, vocês me deixaram pendurado pelo pescoço.

Os dois riam que não se aguentavam.

Donizete guarda a mala e só encosta a porta da cozinha e vai para a rua.








Eles encontram os outros meninos dividem-se em dois times, Polícia e Ladrão e começam a brincar.  
O Donizete o Alemão e Morcego estavam na mesma equipe e correm pela avenida, onde havia um caminhão de refrigerante fazendo entrega de bebidas em um bar. 
  • Olha Alemão o caminhão de refrigerante vamos pegar alguns para nós. Diz o Donizete. 
  • Pegar como o motorista vai nos pegar. Diz o Alemão. 
  • Que se dane a gente corre para a rua. Fala o morcego. 
Donizete sobe na lateral do caminhão e puxa uma garrafa de um litro de refrigerante sabor laranja e entrega para o alemão. 
  • Eu não quero de laranja, quero de outro sabor. Diz o morcego. 
Donizete procura de outro sabor e pega outra garrafa sabor Cola e entrega para o Morcego. 
  • Pega só mais uma de outro sabor. Diz o Morcego.  
Donizete procura e pega outra garrafa de um litro sabor limão.  
Ele desce do caminhão e pega uma garrafa da mão do Morcego que segurava duas garrafas e correm em direção à rua.  
Eles dão de frente com os outros meninos da turma da polícia. 
  • Tempo! Grita o Morcego, pedindo para dar um tempo na brincadeira para eles beberem o refrigerante.  
Os outros meninos se juntam a eles e eles abrem as tampinhas das garrafas apoiando em uma grade de ferro de um muro, batendo na tampinha de cima para baixo, abrindo assim o refrigerante que sobe muita espuma,  derrubando muito refrigerante no chão.  
O Alemão dá um gole e diz.  
  • Nossa! - Está muito quente!  
Eles abrem as outras garrafas, que também fazem muitas espumas, porque também estavam muito quentes, todos os meninos dão cada um, um gole e quando o Donizete estava com a garrafa na boca.  
O Alemão grita.  
  • Olha o motorista do caminhão de refrigerante! 
O motorista gritava para eles alguma coisa. que só queria as garrafas de volta.  
Mas as crianças se assustam e correm jogando as garrafas para o alto, quebrando-as quando caíram no chão expirando vidro e refrigerante para todo lado fazendo muito barulho 
O motorista coça a cabeça e grita: 
  • Eu só que só queria as garrafas de volta suas pestes, agora eu vou ter que pagar pelas garrafas. O motorista gesticula para as crianças e volta para o seu caminhão balançando a cabeça. 

Donizete corria pela rua de baixo e dá de frente com o Boy.

- E aí pirralho, vamos fazer aquela fita hoje.

- Que fita?

- Aquela que você estava me devendo.

- Ah tá.

- Me encontre aqui na esquina daqui duas horas, Diz o Boy.

- Ok, combinado.

Donizete continua a brincadeira, mas perdeu a concentração e foi capturado.



O tempo passa a brincadeira acaba e o Donizete vai de encontro com o Boy na esquina combinada.

- Chegou na hora pirralho.

Donizete faz que sim com a cabeça.

- Vamos nessa então.

- O esquema vai ser o seguinte, nós vamos pegar duas bicicletas dentro de uma garagem de uma casa, eu vou te descer dentro da casa por um terreno que fica ao lado dessa casa, você vai encaixar a roda da bicicleta nesse gancho e guiar a bicicleta para que ele suba sem fazer barulho ou enroscar.

- Chegamos, a casa é essa.

Eles pulam no terreno e vão até o muro que separava a casa.

- Eu vou te descer segurando os seus braços.

Donizete se pendura no muro e segura na mão do Boy que o desce até próximo do chão., ele anda devagarzinho pega a primeira bicicleta, leva até o muro, o Boy abaixa a corda com gancho e juntos eles levantam a bicicleta, sem fazer barulho, Donizete vai até a segunda bicicleta, a pega e a coloca no gancho.

Quando a bicicleta estava sendo alçada, o pedal da bicicleta roda e bate no telhado fazendo muito barulho, a luz da varanda lateral da casa se acende e uma mulher abre a porta e vê o Boy e o Donizete dentro do quintal e ela começa a gritar.

- Ladrão, ladrão!

Um homem aparece na porta gritando também e correndo na direção do Donizete.

O Boy termina de puxar a bicicleta e o Donizete gritava para ele:

- Me dá a mão, me dá a mão.

O Boy aparece no muro e diz para ele.

- Agora estamos quites, pela minha irmã.

E desaparece deixando o Donizete naquela situação dentro do quintal.

Donizete olha para o homem que já descia o segundo lance de escadas e na parede aparecem lesmas formando degraus para ele subir, ele agarra nos degraus e quando o homem chega perto dele, uma mão formada de lesmas o impede de segurar o Donizete, que consegue subir rapidamente, pulando no terreno onde o boy havia deixado a segunda bicicleta. Ele joga a bicicleta por cima do muro na rua, pula o muro e dispara com a bicicleta, um segundo homem já estava saindo pelo portão da casa tenta correr atrás do Donizete, que pedalava a bicicleta rapidamente para tentar fugir, ele atravessa avenida com a bicicleta, sem olhara para os lados, os carros freavam e buzinavam quase sendo atropelado e se distância do homem que vinha correndo atrás dele, mas um a carro para ao lado do homem, que abre a porta para ele e ele entra, continuando a perseguição.

Donizete já descia a rua da sua casa, mas ele avista a sua avó e o seu pai e o Alexandre no portão e passa direto tentando não ser percebido por eles.

Mas o Alexandre o vê e vai até na esquina verificar o que estava acontecendo e verifica o Donizete entrando com a bicicleta no terreno baldio do final da rua se escondendo.

Logo em seguida passa um carro procurando alguém.

Alexandre percebe que tinha algo de errado e vai até onde o Donizete havia se escondido.

- Porque você está se escondendo? - O que você está aprontando?

- Nada, e essa bicicleta de quem é?

- É de um amigo.

- Mentiroso, você roubou, essa bicicleta, daquele pessoal do carro que passou te procurando.

- Não é não.

- Não é?

- - Eles estão voltando vou perguntar para eles então.

- Não! - Não faz isso, por favor!

- Então eu tinha razão, você sabe o que quero agora né.

- Não por favor.

- Ou você faz o que quero ou eu vou chamar os homens, eles estão parados lá na esquina procurando você, e na noite passada eu enfiei um dedinho no seu cuzinho, na hora que te carreguei para a cama, me deixou louco, quero ver esse cuzinho.

- Por isso que estava ardendo, seu filho da puta.

- Vai mostra a bunda para mim ou vou chamar os homens e ainda vou contar par o seu pai que você anda roubando bicicleta.

- Está bem. Donizete concorda e abaixa a calça e vira de costa para ele.

Alexandre começa a se masturbar e tremer, mas ele não se contenta e agarra o Donizete por trás.

Donizete gritava para ele soltar ele, mas o Alexandre já era um homem forte e segurava ele com força e começa a penetrar no menino usando a força.

- Me solta, aí está doendo muito, me solta.

Mas o homem sem dó penetrava com mais força no menino, e o sangue já escorria pela perna dele.

- Aí está doendo muito, está me rasgando, está me machucando, tira eu não aguento mais, está doendo a minha barriga.

O homem sem dó dá uma estocada mais funda e começa a tremer ejaculando dentro do menino.

Donizete perde as forças e o homem o solta e ele cai no chão se contorcendo de dor, abraçando e juntando os seus joelhos.

O Homem estava com os olhos fechados, ainda com as calças arriadas e do chão, começam a brotar lesmas formando um homem forte com o membro gigante ereto.

Quando Alexandre abre os olhos e olha aquela figura na sua frente, ele pergunta.

- Quem é você?

Mas aquele vulto de um homem formado por lesmas, não responde e o ataca se enroscando nele, a figura de um homem forte de lesmas o agarra por trás e uma lesma gigante penetra no homem, que gritava.

- Me perdoa, não por favor.

Mas, quando mais ele gritava mais lesmas penetravam nos anus dele e outras entravam pela boca, não deixando ele gritar.

E mais lesmas estavam entrando no homem, que começava a rasgar ele no meio, separando ele em duas partes espirando tripas e sangue para todos lados.

Donizete recupera as suas forças e vê todo aquele sangue e tripas no chão e o Alexandre dividido em dois no chão.

Ele tenta andar e sente muita dor, ele olha para a sua perna que tinha sangue e quando ele andava, descia mais sangue, mas ele vai andando até a sua casa a sua avó e o seu pai estavam na cozinha.

Ele entra no banheiro e senta na privada, que é tomada por sangue, ele estanca o sangue com papel higiênico, e joga o papel dentro da privada, para não deixar amostra e dá descarga, ele liga o chuveiro se limpa e limpa a privada também, ele lava a sua roupa no chuveiro e o se sangue corre para o ralo.

Ele fica alguns minutos com a água do chuveiro caindo no seu corpo pensando, no que tinha acontecido e se ensaboa várias vezes, se sentindo sujo.

Ele desliga o chuveiro, se enxuga e na toalha ainda fica uma pequena mancha de sangue. Ele abre a porta rapidamente e pega uma cueca e o pijama na roupa para passar, ele pega um pedaço de papel higiênico e coloca junto com a cueca e veste o pijama e sai normalmente.

- Vem jantar. Grita a avó.

- Estou sem fome, e estou cansado vou para o quarto.

A avó vem até a sala conferir e ele já havia subido para o quarto.

Ele deita na cama e fica olhando para o teto, relembrando o que tinha acontecido e chagava a sentir cólicas.

Ele se contorce na cama e encolhe o seu corpo e fica assim até adormecer.

Fazia um dia lindo na fazenda, a grama se estava se recuperando, mudando de carvão para verde, o céu estava azul e brilhava um sol lindo, os passarinhos voltavam a cantar e alguns animais voltavam a surgir.

O Coronel surge na colina atrás dele vinham as crianças e no cavalo ao lado estava a Regina e trazia alguém na garupa dela, era alguém de cabelo vermelho, que dali não conseguia ver o rosto.

Eles chegam até o Donizete rapidamente.

- Donizete, Donizete. Gritava a Regina descendo do cavalo e abraçando ele sem parar.

- Que saudade, que eu estava de você, eu não te vejo mais na casa da sua mãe e também não conseguia falar com você nos sonhos.

Donizete estava olhando para ele sem acreditar e sem entender o que estava acontecendo, ainda mais quando ele olhou para o cavalo de onde a Regina desceu era a Vania que estava na garupa dela.

- Estou confuso, não estou entendendo. Fala ele olhando para a Vania e para a Regina, tentando entender.

- Calam eu te explico. Fala o coronel chegando perto dele.

As crianças também correm para abraçar ele.

- Nós estávamos sendo bloqueados pela ira do escravo, ele estava obcecado a se vingar do primo do seu pai Alexandre, porque o ele era um dos capangas do Coronel Garcia e foi ele que armou toda aquela armadilha para ele, além de dar muito chicotada no escravo, quando ele tentou pedir ajuda e a cada vez que você se machucava, ele se sentia culpado e a sua decepção o deixava mais ansioso para se vingar e não deixar nenhum mal te acontecer, mas ele também foi ficando alguns segundo bloqueados, devido as transformações que foram acontecendo com ele, a cada ato de violência exagerado que ele ocasionava, uma parte dele se transformava um pouco em demônio, era por isso que eu pedi para você pedir para ele não ser tão truculento e violento, a cada pessoa que ele matava com extrema violência, uma parte dele se tornava demônio .

- Então era por isso que ele estava cada vez, ficando mais forte e a voz dele também mudou e nasceram chifres nele.

- Sim, e isso fez com que todo o nosso mundo desse lado ficasse do jeito que ficou, a fúria e ódio que ele sentia pelo Alexandre, foi transformando tudo aqui e só acabou quando ele o matou.

- E onde ele está agora?

- ele está naquele lugar que não gostamos de pronunciar e levou a alam do Alexandre junto com ele, a missão dele foi concluída, mas da maneira errada e o seu destino foi ir parar no lado escuro e agora acho que nunca mais nós vamos velo novamente, a não ser que sejamos como ele foi e assim teríamos o mesmo destino.

- E você como está meu amor, aquele monstro te machucou?

Donizete olha para a Regina com um pouco de vergonha.

- Não tenha vergonha, você não teve culpa era mais um da quadrilha do Coronel Garcia, que tinha o propósito de só te machucar.

- Mas e ela?

- A ruivinha, ela é linda né.

- Você não está com ciúmes dela? Pergunta Donizete.

- Ciúmes, não o coronel me explicou que isso só nos fortalece, quanto mais amor nós tivermos, mas forte ficamos e não acontece com a gente o que aconteceu com o escravo que alimentou o seu ódio e a sua fúria e se tornou, no que se tornou, o perdão nós salva, mas precisamos de justiça, para poder evoluirmos e o seu amor por ela é carnal e atual e terreno, o nosso é espiritual, quando tudo isso terminar, nós voltaremos a ficar juntos novamente.

A Vania desce do cavalo, ela estava um pouca confusa também e com medo.

- Mas como ela chegou aqui? Pergunta Donizete

- Eu fui busca-la. Diz a Regina.

- Ela apareceu no meu sonho e dizia que era sua amiga também e me dava a mão para subir no cavalo. Fala a Vania ainda um pouco assustada.

- Calma meu anjo, agora está tudo bem, fala a Regina abraçando ela e o Donizete.

A fazenda estava se modificando rapidamente, quase não tinha mais sinais de queimado.

- E o ex. namorado da Regina, o que aconteceu com ele Coronel?

- Infelizmente ele se aproveitou da situação e fugiu para o lado negro, também não sabemos o que pode ter acontecido com ele, se será um escravo ou se vai reencarnar, se ele reencarnar, teremos que começar tudo de novo, porque agora faltava pouco, só Coronel Garcia e eu já até suspeito de quem seja, mas teremos que ter calma esse é o mais perigoso.

- Mas chega de falar disso, vamos nos divertir, vamos aproveitar, estava com saudade disso tudo, vamos cavalgar pelos campos para que as flores voltem a florir, vamos espalhar o nosso amor.

Donizete sobe no cavalo, a Regina sobe na garupa dele e diz.

- Coloca a Vania na frente.

Ele dá a mão para ela e ela se encaixa entre o pescoço do cavalo e o colo dele, ele a abraça segurando a rédea e a Regina abraçava ele forte e assim eles começam a cavalgar e por onde eles passavam flores, árvores e relva nasciam.

Donizete acorda com a sua avó chorando ao lado da cama dele.

- Porque a senhora está chorando?

- O Alexandre morreu, encontraram ele aos pedaços.

Donizete faz uma cara de tanto faz.

- Quem faria uma coisa dessa com ele, ele era um homem tão bom, não fazia mal para ninguém.

Donizete faz uma cara de até parece e vira os olhos, e pensa como se quisesse dizer para ele.

- Se a senhora soubesse da verdade.

A avó estava aos prantos e desse as escadas.

Donizete se senta para levantar e sente uma fisgada de dor, ele vai até o banheiro e retirar o pedaço de papel higiênico que estava sujo de sangue e pensa.

- Não faz mal para ninguém?

Ele não queria saber sobre nada relacionado ao Alexandre.

A sua avó o chama e mostra para ele o fliperama que o Alexandre tinha construído, depois que a avó entra ele joga o fliperama na rua.

Quando ele estava voltando, ele percebe que a terra do jardim onde ele havia enterrado o beija-flor, estava se mexendo e surge o passarinho todo sujo, se sacode para tirar a terra, ele estava vivo, são e salvo, voa e vai embora, ele fica olhando o passarinho voar até sumir de vista, ele entra e se senta no sofá, ele estava pensativo e quieto, não queria sair para a rua, estava com vergonha como se alguém soubesse o que tinha acontecido e assim ficou o final de semana trancado dentro do seu quarto.

Como a sua avó estava chateada com a morte do sobrinho, deduziu que ele estava daquele jeito pela morte do sobrinho dela e não interferiu no comportamento dele.

A semana recomeça e ele vai para a escola normalmente, estava quieto na sala de aula, não aprontava nada, mas também não participava da aula.

Em um determinado dia desses, os alunos se manifestam dizendo:

- Professora eu achei a minha lapiseira, estava dentro da minha mochila.

- Eu achei a minha caneta estava debaixo da minha carteira no fundo.

- Eu também achei a minha caneta, estava no meu estojo de lápis de cor.

E assim as crianças acharam os seus pertences.

- A minha lapiseira estava em casa. Diz o alemão piscando para o Donizete.

A semana do Donizete foi dessa maneira, triste para ele e feliz para os outros, a professora até estava estranhando ele e se sentindo vitoriosa, acreditando que ela que havia dado um jeito nele.

O final de semana chega e a sua avó pede ajuda para a vizinha, para que os filhos dela brincassem com o Donizete para ver se ele se animasse.

E assim o marido da vizinha o leva de carro para um parque para que eles brincassem.

Donizete vai na janela sentindo o vento na cara, e aquela sensação de liberdade, lhe dá uma animada

Donizete leva a pipa dele e no parque eles brincavam com as pipas, mas eles estavam brincando muito perto da área onde era reservado para a prática de aeromodelismo e em uma dessas escapada com a sua pipa, a pipa se enrosca na guia de em um desses aviãozinho que arrebenta a linha do Donizete levando a pipa dele na guia do avião.

O homem estava bravo e briga com ele dizendo que ele podia ter derrubado o avião dele, mas devolve a pipa para ele.

Donizete conserta a sua pipa e a coloca novamente no ar.

Ao longe haviam vários paraquedas no ar.

Donizete manobra a sua pipa e corta um desses paraquedas.

Ele festeja muito, mas o que ele não sabia era que aqueles paraquedas era para vender e o vendedor vem na sua direção e a empurra no chão quebrando a linha da sua pipa e a soltando.

O pai dos seus amiguinhos vendo o que estava acontecendo, vai tirar satisfação com o homem, que gritava de volta para ele.

- Quem que vai pagar pelo meu prejuízo?

O pai dos amigos dizia para o homem.

- Se era para vender, você não deveria coloca-los no ar, deveria deixar embalados.

O homem resmunga alguma coisa incompreensível e vai embora reclamando.

- E agora, do que a gente vai brincar? Pergunta um dos meninos.

- Eu quero ir no pula-pula inflável. Diz o filho menor.

- Vamos lá, que eu vou pagar para vocês brincarem.

O pai paga para homem, e eles entram dentro do pula-pula e se divertem.

Mas o homem fala que o tempo acabou.

- Mas já! fala o Donizete.

- Já, se quiser brincar mais fala para o seu pai, pagar se novo.

- Ele não é meu pai.

- Não interessa, que quer brincar mais, em que pagar de novo. Fala o homem bem estupido com eles.

O filho menor vai até o pai chorando, dizendo que queria brincar mais.

E o pai também estranha que o tempo foi muito curto.

- Moço, você marcou o tempo certo? - Isso foi muito rápido.

- O brinquedo é meu e eu marco o tempo que quiser, se as crianças quiserem brincar mais, vai ter que pagar de novo. fala o homem curto e grosso.

Enquanto o pai discutia com o vendedor, Donizete encontra um prego no chão e o coloca no bolso.

O pai dos amigos se acerta com o vendedor e acaba pagando de novo.

Aproveitem bastante, porque não vou pagar de novo, essa é a última vez. diz o pai para o filho menor.

Eles entram novamente no brinquedo e junto com eles entram outras crianças, eles pulam se divertem e o Donizete tira discretamente o prego do bolso e fura o brinquedo, que se rasga pelo furo e esvazia rapidamente prendendo todas as crianças lá dentro e vira uma gritaria e correria para sair do brinquedo.

Donizete sai rindo.

- Vem crianças agora vamos embora, chega, vamos para o carro que já vou pagar o estacionamento, já que estou aqui.

Eles entram no carro e o Donizete abre a janela instantaneamente e quando o carro passa perto do homem do brinquedo inflável, Donizete joga o prego perto do home do brinquedo.

O pai dos meninos viu ele jogando alguma coisa de ferro, que fez um barulho de metal ao cair no chão, ele olha pelo retrovisor e vê o Homem olhar para o chão e olhar para o Donizete que mostrava a língua para ele gesticular e xingar, ele acelera o carro e olha pelo o retrovisor central, de dentro do carro, ele olha para trás, para o Donizete e dá um sorrisinho para ele querendo dizer, “- Bom trabalho, bem feito”.

Eles entregam o Donizete na casa dele e a avó pergunta;

- Ele melhorou, se divertiu e não deu trabalho?

- Melhorou sim, brincou bastante, aprontou bastante, mas não deu trabalho não. Diz o pai dos meninos piscando para ele.

- Que bom, muito obrigado.

- Nada, que isso, para isso que serve os vizinhos.

Donizete estava um pouco mais animado realmente, já estava falando um pouco mais, ele janta com a avó assisti televisão com ela, eles jogam baralho, jogo Escopa e vai dormir.

Ele sonha que está cavalgando com a Vania na frente e a Regina a trás, o coronel ao seu lado estava sorrindo e dizia: “-vamos nos divertir, esquece o que aconteceu, já foi julgado, faça como esse nosso novo amiguinho, esse passarinho, um beija-flor que perdoou e agora está aqui com a gente, aproveitando esse paraíso”.

Donizete olha para o passarinho, que era exatamente o beija-flor que ele levou para casa, o passarinho acompanhava eles, dando pequenas paradas para beijar algumas flores.

As crianças também sorriam e se divertiam cavalgando no meio das flores.

- Levanta vamos na missa comigo, e quero ver se te coloco para fazer primeira comunhão, para ver se você toma jeito.

Chegando na igreja eles vão até a catequese e a avó pede benção para o padre.

- Deus que te abençoe e que é esse anjinho?

Pergunta o padre colocando a mão na cabeça dele e tirando rapidamente, porque ele toma um choque.

- O que foi padre? Pergunta a avó.

- Tomei um choque, deve de ter sido eletrostática do corpo dele, mas quem é esse menino?

- É meu neto.

- Sei, e o que eu posso fazer por vocês?

- Quero que ele faça primeira comunhão.

- Inscreve ele lá na secretária com a Maria e vamos ensinar os ensinamentos de Deus para esse moço. Diz o padre, mas sem tocar nele com medo de tomar outro choque.

A avó o inscreve na catequese e depois eles assistem a missa.

Donizete fica olhando os detalhes da igreja e ela havia ficado com a caneta da secretária, então ele começa a desenhar a Santa do altar da igreja na folha de canto da missa.

a sua avó lhe toma a folha e faz cara feia para ele no momento que o padre dizia.

- Oremos. E todos se levantam.

O padre falava algumas palavras e as pessoa se sentavam e novamente ele falava.

- Oremos. E todos se levantavam de novo.

Donizete acha graça e se senta e se levanta.

O padre vendo ele de longe diz.

- Estamos precisando de um voluntário para ajudar a pegar água benta na fonte, acho que esse rapazinho que está com bastante energia pode nos ajudar, vem aqui rapazinho.

Donizete olha para avó, que faz sinal com as mãos dizendo.

-Vai!

Ele sobe até o altar e o padre lhe entrega uma jarra para que ele a enchesse de água para colocar no benzedor.

O padre estava ao seu lado e quando o Donizete coloca a jarra na água e a sua mão entra na água, a água borbulha e aparecem um monte lesmas se contorcendo dentro do reservatório.

O padre dá um pulo para trás, mas assim que o Donizete tira a jarra tudo fica normal.

O Padre ao tirar os óculos ele a limpa e o coloca de novo e olha dentro do reservatório, para constatar que não tinha nada.

Ele retoma a missa, benze as pessoas jogando água benta, mas continuava desconfiado olhando para o reservatório.

O padre faz sinal para ele voltar para o seu lugar e fica olhando ele de longe.

A missa acaba e a avó vai de despedir do padre, que foge dela percebendo que ela ia de encontro dele.

- Poxa vida queria me despedir do padre, e ele foi embora parecia que estava fugindo de mim.

Donizete só fica olhando para ela sem dizer nada.

- Vem vamos para casa, deixa pra lá, outro dia eu falo com ele. fala ela.

Chegando em casa.

- Vó posso ir brincar na rua?

- Ochii, o que está acontecendo? - Nunca pediu, para sair, mas está bem, prefiro ver você assim, animado, vai e se diverte.

Ele pega o resto do dinheiro e o Game boy escondido atrás da pedra e sai.

- Oi, apareceu a margarida. Grita a Vania.

- Oi!

- Está sumido, tem mais de uma semana que não te vejo, está fugindo de mim.

- Não, só estava em casa de boa.

- Eu até sonhei com você.

- Eu sei.

- Como você sabe?

- Quero dizer, não sei.

- Ah bom.

- Um sonho louco, eu estava andando de cavalo com você e mais uma menina mais velha, que insistia em dizer que era a sua namora, como era o nome dela?

- Regina.

- Isso mesmo, mas como você sabe?

- Eu chutei um nome.

- Você está me assustando, já não basta o meu irmão ficar perguntando de você e ficar dizendo que: se você não tinha aparecido, era porquê tinha ido parar na FEBEM.

- O seu irmão falou isso é?

- Você sabe porque ele quis dizer isso?

- Nem imagino.

- E esse joguinho deixa eu brincar com ele um pouquinho?

- To, pega.

- Joga um pouco, mas eu tenho uma ideia melhor, vamos lá jogar fliperama, ainda tenho um pouco de dinheiro.

- Legal vamos.

Ele compra algumas fichas e se divertem a tarde inteira até escurecer.

Alguns policiais entram no fliperama, perguntando sobre os meninos que haviam morrido.

A Vania olha para ele e ele diz.

- Não vi não.

O policial pergunta para outra pessoa e o Donizete pega a mão da Vania e sai sem ser percebido.

- Eles estão investigando o que aconteceu com aqueles meninos do terreno, será que não encontraram nada ainda?

- Talvez não identificaram os corpos ainda e não descobriram nada.

Donizete falava com ele e percebe um homem olhando para ele, n primeiro momento ele não reconhece o homem.

Eles vão descendo para a casa deles e ele percebe que o homem perseguia eles.

Ele para e dá um beijo na Vania olhando para ver quem era o homem.

- É o Guarda.

- Quem?

- Aquele homem que matou o vizinho

- Ah tá e agora?

- Vamos até a sua casa, quem sabe tem alguém na frente.

Eles descem e viram uma, duas ruas.

- Ele continua vindo atrás de nós. Fala a Vania.

- Continua andando estamos quase na rua da sua casa.

- Não tem ninguém no portão e agora.

- Você entra e deixa que eu resolvo com ele.

- Entra comigo?

- Não quero, por causa do seu irmão, não quero ver ele.

- Verdade.

A Vania entra para a casa dela e o Donizete aperta o passo e assim que ele vira a esquina ele entra na primeira casa e sobe na laje e fica ali escondido.

O Guardinha aparece correndo e passa correndo por ele e vai até a outra esquina, ele não continua porquê alguém poderia reconhece-lo ele resolve voltar, mas não vai embora, ele fica escondido na esquina da rua da casa da Vania.

Donizete dá uma espiada por cima do homem e consegue ver o revólver na cintura nas costas do homem.

O Homem não ia embora e o Donizete estava imóvel, sem saber o que fazer.

Mas o homem decide ir embora e sobe a rua por onde ele veio e vai embora.

Donizete desce e corre para a casa dele, mas no caminho ele encontra o Tio do Barriga o Arquimedes e o boy, que fica incomodado com o encontro.

- E aí garoto esperto, porque sumiu?

- E porque você está assustado?

- O Guardinha voltou e ele estava me perseguindo.

- Que Guardinha?

- O que matou o vizinho.

- Onde ele está?

- Já foi embora.

- Que safado, se eu pego esse cara, mas deixa pra lá

, estamos indo para um esquema, vamos lá com a gente.

- Não.

- Não porque?

- Porque ele me deixou para se ferrar na última fita e não quero mais, só eu sei a consequência que tive por causa disso e acho que isso não é certo de fazer com as pessoas.

- Espera você está dizendo que ele te deixou, te abandonou?

- Como assim?

- Ele me deixou dentro da casa, não me deu a mão para eu subir de volta, por vingança por causa do que tinha acontecido com a irmã dele.

O tio olha para o Boy.

- Você fez isso como meu parceirinho?

- Não foi bem assim. Diz o Boy.

- Foi assim, sim. Diz o Donizete.

O Arquimedes dá uma gravata no Boy por trás e o segura.

- Moleque esperto me desculpa, toma pega o meu estilingue para você como uma forma de desculpa e deixa a gente aqui com ele, que vamos ensinar ele o que acontece com quem trai um parceiro do crime, agora vai para a sua casa, pode ir.

Donizete vira as costas e só escuta um barulho de pancada e o Boy gemendo e ele olha para trás e vê o Boy ainda desabando no chão e o Tio e o Arquimedes enchendo ele de chutes.

Donizete entra na casa dele estava com uma cara de assustado.

- Está assustado porquê? - O que você está aprontando?

- Nada, só subi correndo.

- Sei, quem que não te conhece, que te compre, esse é irmão desse. Diz a avó apontando para o olho esquerdo e depois para o olho direito.

Donizete está com o beija-flor empoleirado no seu dedo e o passadinho brinca com ele a Vania e a Regina se juntam com ele.

- O meu amor, que saudade de sentir o seu cheiro. Diz a Regina

A Vania só olhava para ele e para ele.

- Eu estou preocupada com você, queria saber o que aconteceu, você conseguiu despistar aquele homem?

- Sim consegui.

- Fiquei preocupada, o meu irmão chegou sangrando em casa todo machucado e isso me deixou mais aflita.

- Eu vi.

- Como você viu, estou confusa, você está no meu sonho e parece tão real, não estou entendendo nada, não sei mais o que é real e o que é sonho.

- Calma, quando eu poder realmente confiar em você eu te conto tudo o que você precisa saber.

- Me contar o que?

- Calma amiga, você vai entender tudo um dia. Diz a Regina.

- Eu nunca te vi na vida real, de onde eu te conheço?

- Você me conhece pelo que sente no coração e na alma.

- Como assim, eu estou ficando louca?

- Não você não está ficando louca, pelo contrário, agora você faz parte da nossa família e será protegida por nós também a partir de agora, vermelhinha. Diz o coronel de cima do cavalo.

A Vania olha para ele, olha para o Donizete e olha para a Regina e corre para o meio das flores.

Donizete pensa em correr atrás dela, mas o coronel o impede e diz.

- Deixa ela ir, ela vai entender depois.

Donizete fica olhando aqueles cabelos vermelhes esvoaçando no meio de todas aquelas cores daquelas flores e o vermelho do cabelo dela se destacava.



No dia seguinte.

Donizete estava indo tranquilo para a escola, passa pela rua da Vania dá uma espiada para verificar se ela estava por ali, certifica que não e ele continua a sua caminhada para a escola, ele para na faixa de pedestre para atravessar a avenida e quando ele olha para o outro lado da rua o Guardinha estava de frente para ele olhando para ele.

O farol fecha e os carros param o Donizete ameaça voltar correndo na direção da sua casa e o homem corre pelo outro lado tentando cerca-lo, como planejado Donizete volta engendrando o homem e atravessa sentido a escola e corre bem rápido, mas a mala atrapalhava ele um pouco e o homem corria atrás dele, ele entra correndo no estacionamento da escola joga a mala por cima do portão que separava o estacionamento do pátio e pula o portão, batendo o pé na tela e virando o corpo para dentro do pátio.

O Homem chega na tela do portão bate a mão na tela xingando e saca a arma.

A inspetora vendo que só o Donizete havia pulado o portão e não sabia o que estava acontecendo, vai na direção do Donizete perguntando.

- O que estava acontecendo?

Quando ela chega no raio de visão e vê o homem sacando a arma, ele ase assusta e o Donizete corre na direção dela empurrando de volta n e encostando na parede.

O Homem esmurra o portão tentando enxergar onde eles estavam se escondendo.

- Quem é esse homem menino?

- É o maluco que matou o vizinho.

- Porque ele está querendo te matar, o que você fez para ele?

- É uma longa história, depois te conta, agora corre e avisa os policiais que estão no portão principal do que está acontecendo.

A inspetora corre e avisa os policiais do portão principal, que correm até o outro portão, mas o homem já havia fugido.

- Menino, ele foi embora, o que ele queria com você?

A Diretora e algumas professoras já se juntava com a inspetora tentando entender o que estava acontecendo.

- Ele é louco, eu tive uma briga com os filhos dele, briga de criança e ele queria me matar e matar o meu amigo, no primeiro momento eu pensei que ele só queria dar um susto na gente, mas naquele mesmo dia ele matou o vizinho e fugiu levando a família e aí a coisa ficou séria e eu e o pessoal lá da rua, destruímos a casa dele o carro dele, porque ele é policial aposentado e não foi preso, alegando desacato e legitima defesa, assim fizemos vingança com as próprias mãos e agora ele fica me cercando,, tentando me pegar.

- Nossa que perigo, hoje eu vou pedir para os policiais da ronda escolar te levar até a sua casa, agora vai para a sala de aula que já vai começar, você está bem para assistir a aula? Pergunta a Diretora

Donizete faz que sim com a cabeça e diz.

- A minha aula é com a Sargento Bruna e ela não vai me deixar mais entrar, porque já passou um minuto do horário.

- Eu te acompanho até a sala e falo com ela.

A Diretora o acompanha até a sala explica para a professora o que tinha acontecido e a professora só mexia a cabeça dizendo que tinha entendido.

A Diretora se retira da sala a professora olha para o Donizete e diz.

- Estava aprontando né capeta?

Donizete balança a cabeça, dizendo que não.

- Demorou para aprontar, quem que não te conhece que te compre, porque o seguro morreu de velho.

Donizete pensa a minha avó diz a mesma coisa, mas não fala nada e dá de ombros.

A aula começa e o silêncio, só era interrompido pelo barulho dos lápis escrevendo nos cadernos.

- Dá o horário do intervalo e as crianças cercava o Donizete querendo saber o que tinha acontecido.

Ele conta meio que por cima para alguns amigos que contam para outros e assim o assunto se espalha pela escola e mais pessoas cercavam ele, que foge e volta para a sala.

A professora olha e estranha ele voltando antes que todo mundo.

- Que bicho que te mordeu?

- Nenhum. Responde ele.

- É só uma expressão, mas deixa eu te falar uma coisa, eu acredito em você e acho que você, vai ser um grande homem, sabe porque eu penso isso?

Ele balança a cabeça dizendo que não.

A professora muda a postura de durona para uma pessoa amável.

- Quando você aprontou todos aquelas bagunças, jogou o meu material no lixo , depois ficou atacando coisas, me trancou na sala, pegou as coisas dos amiguinhos, é eu sei que foi você, mas depois você devolveu e foi aí que eu percebi que eu percebi que estava certa a respeito de você é do que eu tinha feito, eu não quis desistir de você, me perguntaram se eu queria que te trocasse de sala, eu disse que não que queria te educar, que você era um desafio, eu não sei o que te aconteceu mas você mudou bastante e estou ficando orgulhoso de você.

Os outros alunos começam a entrar na sala e ela retoma a postura de durona e pisca para ele.

Os alunos se sentam e o silêncio retorna.

Eles saem alguns minutos antes para cantarem o hino Nacional e todos os alunos de todas as salas formavam uma final em volta do pátio.

Donizete estava brincando com um amiguinho que havia pego o boné dele e ele pegou o boné do amiguinho e os dois jogavam os bonés na coluna do telhado para tentar deixar o boné preso na viga. O amiguinho joga e não consegue, Donizete tenta e acerta em cheio, bem na hora que a professora estava olhando para ele, ela vem na direção dele e diz.

- Não pode elogiar né, e agora para pegar esse boné eu não alcanço, vai buscara aquela cadeira no fim do pátio, para eu tentar alcançar.

- Donizete corre e pega a cadeira e volta correndo, mas ele se enrosca com a cadeira e cai fazendo muito barulho. A escola inteira ri, ele nem sente dor por causa da vergonha e se levanta rapidamente e vai na direção da professora que diz.

- Machucou? Deixa eu ver.

Ele tinha ralado o cotovelo e o joelho.

- Foi só um pequeno arranhão. Diz ele.

A professora pega a cadeira e pega o boné do menino devolve para ele.

Eles cantam o Hino Nacional e o Donizete cantando fazendo careta de dor.

Assim que eles terminam de cantar, são liberados para ir embora.

A Diretora vem na direção dele e o leva até os policias pedindo para que eles o levassem até a sua casa.

Ele chega de carro de polícia na sua casa e a sua avó que estava limpando o quintal, leva um susto.

- O que você aprontou agora?

O policial a acalma dizendo.

- Calma senhora, ele não aprontou nada, na verdade ele foi uma vítima, nós o trouxemos para que ele chegue em segurança em casa.

O policial explica para ela o que tinha acontecido e ela fica mais assustada.

- Meu Deus!

- Que susto, que loucura.

- Agora vê se fica quieto dentro de casa, com um maluco desse à solta pôr aí.

- Aqui na região ele não vêm, com medo do pessoal linchar ele, mas tem que ter cuidado mesmo. Diz o Donizete.

Alguém bate palma no portão. A avó vai verificar quem era.

- É a sua amiguinha de cabelo vermelho.

Donizete sai para falar com ela.

- Oi, minha anjinha!

- OI, meu anjo, me ajuda estou toda confusa, esses sonhos estão me deixando maluca, me ajuda.

- Calma, eu sei o que está acontecendo e você saiu correndo no meio das flores toda brava.

- Pronto, como você sabe disso?

- Eu estava lá também.

- Sim, no meu sonho, como pode isso, isso não pode ser. Diz ela quase chorando e toda confusa.

- Calma, senta aqui vamos conversar, eu vou te explicar tudo o que está acontecendo para você, só não sei se você vai acreditar e se tem idade ou maturidade para entender, eu sou jovem de corpo, mas sou velho de espirito.

A menina já não estava entendendo nada e ficando mais confusa.

- Deixa eu começar, tudo começou quando eu morava com a minha tia Olga e acabei caindo dentro de um tumulo...

A conversa foi longa e amenina prestava atenção em cada palavra que ele pronunciava, contando para ela tudo o que tinha acontecido.

- Lesmas?

- Aí você forçou. Diz ela rindo.

- Você lembra daquele dia do terreno que você me perguntou o que era aquilo?

- Então, era isso.

- Não pode ser, eu só acredito vendo.

- Você vai ter a sua oportunidade, pode esperar.

- Você disse que eu era muito jovem e que não iria entender, mas eu me acho até que evoluída pela minha idade, eu acredito que seja pela convivência com a minha irmã que é bem mais velha, ela não percebe, mas eu aprendo muita coisa com ela.

Eles ficam horas juntos, duas crianças que pareciam dois adultos.

Eles estavam abraçadinhos e de repente alguém os separa bruscamente.

Eram os irmãos da Vania e o Heavy Metal a puxa pelo braço e o Boy só fica olhando para o Donizete com o olho roxo e não diz nada.

Eles vão levando ela a força.

Donizete corre até o beiral da janela onde ele havia deixado o estilingue que o tio havia lhe dado, pega o estilingue e corre atrás deles.

- Solta ela! Grita Donizete esticando as borrachas do estilingue e mirando no Heavy Metal.

O Heavy Metal solta a irmã que corre para trás do Donizete e ele diz.

- Você não é homem, não tem coragem, como aquele dia que você me desafiou.

- Vai atira quero ver se você é homem, você é só um moleque...

Antes que ele terminasse a frase o Donizete solta a pedra que acerta o Heavy Metal bem no meio da testa.

O sangue escorre pelo rosto.

- Eu vou te matar moleque!

Ele corre para cima do Donizete e para a surpresa dele aparecem três rodamoinhos formados por lesmas, um desses rodomoinhos protege o Donizete e os outros dois rodeiam o Heavy Metal e o Boy, que estava horrorizado e gritava de medo.

A Vania estava olhando tudo aquilo maravilhada e olhando tudo sem acreditar no que estava acontecendo.

A lesmas atacam o Heavy e o Boy.

- Para. Grita Donizete.

As lesmas param.

- Não machuque eles.

Os dois estavam em choque.

- Vai, vai embora e se vocês tocarem em um fio de cabelo dela depois, vocês vão se ver comigo.

Eles correm sem olhar para trás.

A Vania olha para os irmãos correndo e olha para o Donizete, as lesmas já haviam desaparecido.

- Agora você acredita? Pergunta ele para ela.

- Sim eu vi, mas é tão difícil de acreditar.

- Como funciona, você que as chama ou tem algum poder sobre elas?

- Não elas só aprecem, quando elas percebem que estou em perigo, não tenho controle, não sei controlar uma vez ou outra consigo usar o poder delas.

- Vamos eu vou te levar até a sua casa, para a sua mãe não ficar preocupada.

Eles vão até a casa dela e a mãe dela estava no portão rindo.

- Os seus irmãos, chegaram dizendo que um monte de lesmas atacou eles.

A Vania e o Donizete também dão risada, disfarçando.

- Vê se pode? - Agora lesma está atacando as pessoas na rua.

- É melhor você entrar senhorita antes que alguma lesma te ataca. A mãe diz isso e dá risada.

- Lesmas, cada uma. Diz a mãe entrando e rindo.

- Me dá um beijo agora que a minha mãe entrou.

Ele beija ela.

- Tchau! Diz ela e entra.

Ele volta para a casa dele, toma banho janta, conversa com a avo que dá alguns conselhos, assisti televisão e dorme no colo da avó.

· Oi! Parece que acabemos de nós ver? Diz a Vania rindo.

Donizete olha para ela e o passarinho que estava na sua mão voa.

· Que bom que você já apareceu. Diz ele.

· Olha a cabelo de fogo voltou e está mais animada, espero que não fuja de novo. Diz o Coronel para a Vania.

Ela fica com as bochechas vermelhos da cor do cabelo.

· Agora além do cabelo vermelho ela está com as bochechas também. Diz a Regina abraçando ela, que retribui o abraço.

· O que aconteceu ela acredita em nós agora? Pergunta o Coronel.

· Acredito que sim, assim está se acostumando, mas aparentemente está se adaptando.

· Eu só vejo vocês em sonho, o Doni, me contou tudo sobre vocês e eu vi hoje quando vocês apareceram para nos proteger na forma de.

· Lesmas. Fala um doas filhos do Coronel.

· Isso mesmo, confesso que fiquei com um pouquinho de medo, mas eu percebi e me senti protegida e abraçada por vocês naquela forma, ainda não acredito no que os meus olhos viram, mas estou me acostumando.

· Não precisa se assustar, agora nós vamos te proteger também. Falam os filhos do Coronel.

A Vania estava rodeada por todos, ela dá uma rodada olhando para cada um, parando no Donizete e o abraçando.



Alguns meses depois.



- Vó eu vou com o s meus amigos no Cemitério lavar tumulo ou tomar conta de carro, para ganhar uns trocados, tudo bem se eu pegar um balde velho e uma vassoura velha, um pano da senhora e um pouco de sabão?

- Pega esse balde aqui que não vou usar mais e tudo o que você levar, não traz de volta, por que não é bom trazer para casa coisas do cemitério.

- Pode deixar, seu eu ganhar bastante dinheiro eu compro outro para a senhora.

A avó dá risada.

- Quem vai com você?

- O Alemão, o Testa e o Perereca.

Chegando na entrada do cemitério.

- Vamos revezar eu e o Donizete começamos tomando conta dos carros e vocês vão lavar tumulo, depois a gente troca. Diz o Perereca.

Eles pedem para tomarem conta de alguns carros e ganham alguns trocados.

E o Alemão e o Testa retornam para trocarem.

Eles juntam o dinheiro que ganharam.

- Nós ganhamos quarenta Cruzeiros, vamos comprar Iogurte e chocolate e depois a gente troca. diz o Perereca.

Eles tomam o iogurte e comem o chocolate.

- Pronto agora é a nossa vez de lavar Tumulo Doni. Fala o Perereca.

Eles pegam a vassoura o balde com o sabão e os panos dentro e entram no cemitério, eles passam pelos policiais que faziam a ronda do cemitério, que alertam eles.

- Sem bagunça, hein molecada!

E eles balançam a cabeça concordando.

Já dentro do cemitério eles oferecem serviço para os familiares que visitavam as campas dos seus entes queridos.

- Uma senhora, uma moça e um rapaz, aceitam o serviço deles, para limparem a campa do marido, e outros parentes que estavam enterrados ali. Eles começam a limpar a campa o Perereca vai buscar água.

O rapaz chega perto do Donizete e diz.

- Te dou cinquenta Cruzeiros se você entrar e descer para limpar lá embaixo da campa.

O Donizete olha para a cara dele e pensa.

- Eu já entrei uma vez, na verdade eu cai, descendo se segurando, não vai ser difícil. Então ele diz para o rapaz.

- Eu aceito.

Eles abrem a porta de bronze da campa, Donizete olha para baixo.

- Eu te ajudo. Diz o homem dando a mão para ele.

Donizete segura na mão dele e vai descendo ele segura no vão da laje onde ficavam os caixões. A campa tinha três andares de caixões dos dois lados.

Ele continua descendo até chegar no fundo, onde a luz não entrava.

- Joga a vassoura e um saquinho por favor!

O rapaz joga e ele varre e recolhe todo o lixo.

Ele agarra no vão da laje para subir e ele sente alguma coisa mole e gosmenta.

Ele puxa a mão rapidamente e verifica o que era.

- Uma lesma, me desculpa amiguinha.

Ele desvia da lesma e sobe levantando a vassoura para que o rapaz pegasse.

Assim ele termina de subir mais fácil, quando ele sai de dentro da campa o Perereca que havia voltado com a água estava olhando para ele assustado.

- Pronto, feito, você me deve mais cinquenta, além da limpeza.

Eles lavam a parte de cima da campa que era feita de pedra de mármore, limpam os nomes de bronze encravado na pedra.

- Doni nós vamos precisar de mais água, agora é a sua vez de ir buscar.

Ele pega o balde e vai buscar.

Na volta o caminho por ele havia ido estava muito cheio ele desvia pela ruela lateral e vai carregando o balde cheio de água.

No caminho ele olha para uma campa e a reconhece o Anjo em cima dela.

- É a Campa do Coronel Zuquim.

Ele vai andando olhando para a campa sem olhar para a frente e bate em alguém, derrubando água na pessoa.

- Desculpa moç..

Antes que ele termina-se a frase, ele reconhece a pessoa, que também o reconhece.

- Você não olha para frente?

- Ora, ora, o que temos aqui?

- Que mundo pequeno, agora você não me escapa. Diz o Guardinha sacando uma arma.

Donizete pensa em correr, mas vai andando para trás.

O Homem aponta a arma para ele.

Um zumbido muito forte começa a vir do tumulo do Coronel Zuquim e sai uma onda de lesmas do tumulo rodeando o Guardinha, que começa a atirar para todos os lados.

Um desses tiros acaba acertando o Donizete que cai sangrando.

O Barulho dos tiros chama a atenção dos policiais que estava na entrada, que correm para verificar o que estava acontecendo e encontram o Guardinha se debatendo do nada e atirando, eles dão ordem para que ele baixasse a arma, mas ele continuava a se debater no vento e atirar e acaba atirando na direção dos policiais, que revidam e acertam o Guardinha na cabeça, matando ele.

As lesmas rodeiam o Donizete e retornam para o tumulo.

Os policias corem e encontram o Donizete caído sangrando e desacordado, eles o carregam para tentar socorre-lo.



Donizete está caído no mesmo lugar do cemitério no passado na fazendo do Coronel Zuquim.

Havia um Flash de luz forte sobre ele, que estava ofuscando a sua visão, ele vê alguns vultos chegando perto dele o ajudando a levantar.

Era o Coronel e os seus filhos.

- Me desculpa meu irmão, tentei te ajudar, mas ele acabou te acertando, me perdoa.

- Você não teve culpa, porque se você também não tentasse ele iria atirar em mim de qualquer maneira.

- O estranho é que não estou sentindo dor, eu morri?

- Não sei te dizer meu irmão, porquê a nossa missão acabou e não tenho mais o poder de te ajudar, a partir de agora você está sozinho.

- Porquê o que aconteceu?

- Você me ajudou a concluir a nossa missão, toda dor que você passou, tudo que você sofreu, não foi em vão estava tudo amarrado, realmente tudo estava focado em você, o seu destino era ser o nosso chamariz, em corpo tão moço.

- Eu não estou entendendo?

- Vou te explicar rápido porque não tenho muito tempo e tenho que partir para concluir o meu destino também.

- Então explica, continuo sem entender.

- O Coronel Garcia era o Guardinha que atirou em você, ele era o Coronel reencarnado, era o último que faltava para completar o fim da nossa história.

- Não acredito.

- Verdade, por isso não tenho muito tempo a nossa missão foi concluída e a nossa justiça foi feita, estamos livres desse carma, estamos livres para partir para o outro plano e espero te encontrar depois meu irmão, nós conseguimos.

Ali naquele plano parecia que o tempo não passava e o que era horas no plano terrestre, naquele momento ali segundos eram contados e preciosos.

A Regina aparece ao lado direito do Donizete colocando a mão no seu ombro e do lado esquerdo a Vania chega e segura a sua mão esquerda.

- Que bom que vocês chegaram a tempo, assim nós vamos poder se despedir de vocês também, porquê depois que nós partimos esse encontro não vai acontecer mais e vocês também não vão mais poder se encontrarem aqui, acaba tudo hoje depois que partimos.

O Coronel abraça a Regina e diz:

- Até breve minha Cunhada querida.

Ele se vira para a Vania.

- Espero um dia também poder reencontra-la cabelinho de fogo.

As crianças também se despedem, deixando para se despedir por último do Donizete, se abraçando os quatros e a Regina e a Vania também participam do abraço.

Eles se viram e o coronel pega na mão dos filhos e juntos caminham na direção da luz até sumirem de vista.

Donizete se vira para a Regina que estava desaparecendo e ela inda consegue dizer algumas palavras para ele.

- Até breve, te amo, ela beija a ponta dos dedos e assopra para ele desaparecendo.

Ele olha para a sua mão esquerda e a Vania continuava a segura-la e escuta no fundo um choro de uma criança.

Ele desperta com uma luz forte e ao seu lado segurando a sua mão esquerda, estava a Vania sentada e dormindo com a cabeça apoiada no seu coxão, com a cabeça encostada nele, ele puxa a mão dela e dá um beijo ela desperta e dá um grito o que chama a tenção de todos que estava no quarto.

A sua mãe estava ao seu lado direito e ninava um bebê que chorava ao lado dela estavam o padrasto e nós pés da cama estava a sua avó e o seu pai e na entrada do quarto estava a mãe da Vania, vestida de enfermeira.

A Vania o abraça e ele dá um grito de dor.

- Desculpa. fala ela.

- Cuidado menina, assim você machuca ele. Diz a mãe da Vania puxando ela.

- Ela vem comigo todos os dias do meu plantão e ficava aqui com você.

Ele olha para a Vania que fica corada da cor do cabelo dela.

- Vem menina deixa ele sozinho com a família de um pouquinho, vem comigo.

A sua mãe se aproxima e mostra para ele o bebê que segura dizendo.

- Essa é a sua irmãzinha.

- Que linda, olha todos esses cachinhos, como ela se chama?

- Maria aparecida.

- Ela é linda.

A sua avó vem pelo outro lado e o enche de beijo e o seu pai só observava.

Ele olha para o seu padrasto que sorria e na janela pousa um passarinho, que chama a sua atenção.

Ele olha para o passarinho, era o beija-flor, que pousa na Floreira da sacada, o passarinho cheira as flores, paira no ar e vai embora.

Fim.

Escrito por Dib.                 Mauro A.M.Santos.

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