Trying to be an artist, but I'm better at being a thug. Tentando ser artista, mas o destino é ser vândalo.
sábado, 8 de março de 2025
Heroína ou Ironia? Capítulo VIII
Capítulo VIII
Nesse dia o meu primo estava feliz, ele sorria e me olhava e fazia sinal de positivo para mim, dizendo silabicamente:
- Esse é o meu primo!
Ficamos ali no meio da pista curtindo, bebendo, dançando, beijando, curtimos muito essa noite, o meu primo era conhecido, as pessoas passagem por ele e o comprimentavam, alguns comprimentos de mão eram estranhos e demorados outros discretos, mas um deles que eu deveria ter reparado mas não percebi um momento crucial, sempre abraçado com uma das garotas, as vezes duas, era muita intimidade, beijos e abraços entre eles.enquanto as outras garotas me abraçavam também, uma delas brinca comigo.
Vamos fazer igual?
E antes que ela terminasse a frase, já havia enfiado a língua dentro da minha boca, eu só fechei os olhos e curti o momento, foi uma loucura, o Dj mudou a música bem naquela hora e colocou para tocar um clássico dos Ramones, “Surfin bird” e uma sequência de playlist punk rock, California Uber alles do Dead Kennedys, Nellie the Elephant do Toy dolls, a galera foi a loucura e cantavam juntos, pulavam e faziam roda de Punk se batendo uns nos outros, simulando uma dança indigina, muito legal eu queria que aquela noite não terminasse nunca, foi muito divertido, mas o tempo passa e tudo que bom se acaba.
Vamos embora. disse o meu primo.
As garotas já estavam indo também e ainda ganhei mais um beijo de despedida, de cada uma delas, era boca de todo sabor, chiclete de hortelã, halls de cereja, gosto de cerveja, whisky, cigarro, amarga, doce e uma com um gosto químico que não soube distinguir o que era, essa garota era a mais agitada de todas, estava alucinada, agitada com um olhar inquieto, eu me lembro do meu primo gritar.
- Chega de beijo porra! - vamos logo porra! Ele estava diferente, como se algo o perturbasse ou que estava cansado porque acabou a energia, algo assim.
Eu tentava me despedir das garotas, mas elas estavam tão bêbadas, alucinadas, que voltavam para dar outro beijo e eu tentava sair mas não conseguia, saia uma, voltava outra e dizia.
Só mais um beijo de saideira.
A outra dizia.
É o último, eu prometo. Dizia ela, mas não era.
Fiquei ali, estava adorando, ser água benta na saída da igreja, onde as pessoa passam a mão na água e se benzem, até o meu primo me puxar
Uma das garotas nos deu uma carona e nos deixou perto de casa, na hora de se despedir, foi mais beijo, essa era a garota mais bonita de todas, usava um perfume maravilhoso e a sua boca tinha gosto de mistura de Halls com algo químico, eu desci do carro e dei a volta no carro e ganhei mais um beijo pela janela do carro, o meu primo me puxou e deu tchau para a garota, que antes de partir ela me olhou e disse.
Tchau meu Anjo. e me mandou um beijo beijando a mão e assoprando, ela ligou o carro e partiu dando tchau com a mão fora da janela do carro.
Estou apaixonado. Eu disse e o meu primo me abraçou pelo pescoço, e fiquei preso no seu suvaco com a cabeça entre o seu peito e a sua barriga, com a cabeça virada para cima, eu olhei para cima e percebi que as narinas dele estavam brancas, com resto de cocaína, eu me desvencilhei do seu abraço e olhei nos seus olhos, que estavam vidrados, ele estava com a boca seca, o que o forçava a colocar a língua para fora para tentar umedecer e ele disse.
E aí, gostou? disse ele olhando para o vazio,tentando se concentrar, mas sem esperar uma resposta direta, como se já não lembrasse mais da pergunta que fez.
Eu fiquei fitando ele, demorei para responder para ele ali parado na minha frente como um Zumbi, pensei comigo, que foi que deu Cocaína para ele e não percebi, e parece que não foi pouco, pelo estado que ele está, misturou várias bebidas e droga, olha o estado que ele está, foi aí que juntei as coisas, lembrei da menina que tinha gosto químico na boca, que perguntou quando chegamos, se ele tinha alguma coisa, eu lembro dele falar que não, mas na hora não havia entendido a sua resposta, agora eu entendi e faz sentido o que ela disse, que na hora não consegui ler os seus lábios, que disse:
- Eu tenho.
Agora faz sentido, as pessoas que comprimentavam o meu primo e que deravam para soltar a mão estavam entregando para ele os papelotes pagos pelas meninas, por isso estava tão agrupados para disfarçar, e agora a menina do carro, tão linda mas também estava com gosto químico misturado com Halls na boca, ela deve de ter cheirado com ele no momento que me esperava enquanto as outras meninas tiraram uma casquinha comigo, eu percebi que tinha hora que ela dirigia estranho, e tinha momentos de lucidez e outras horas, parecia que estava dirigindo no céu sobre nuvens, devia de estar viajando com o efeito da droga e por isso que o beijo dela, não terminava, ela beijava gostoso como se não queria mais parar de beijar, devia estar achando que eu era um anjo do céu, e queria beijar sem parar, viajando no efeito da droga, mas que beijo gostoso que foi, espero que ela chegue em casa bem e não se envolva em nenhum acidente.
Sim, adorei!
Respondi para o meu primo, que já não sabia mais do que eu estava falando, ele me olhou, fechou e abriu os olhos tentando entender o que eu estava falando, ele deu um sorriso e descemos andando a rua de casa, entramos pela porta da sala tentando não fazer barulho, porque já era bem tarde, e qualquer barulho menor que seja nesse horário parece uma orquestra sinfônica tocando, eu subi para o meu quarto e ele ficou no sofá da sala que ficava embaixo da escada sentado como um Zumbi, mas antes de eu subir ele me chamou em um momento de lucidez e me disse tirando a minha blusa e descalçando o par de tênis.
Toma guarda isso.
Naquele momento achei estranho aquela atitude, peguei o meu tênis e a minha blusa e subi, deixei o tênis entre a minha cama e a do meu pai, me deitei para dormir, mas o meu pai roncava e ainda estava com o rádio ligado ao lado do travesseiro, eu demorei para dormir, pensava na noite que havia acontecido e no gosta que estava na minha boca, era uma mistura de whisky, cigarro, cerveja, bala sabor de cereja e um gosto estranho que não sabia identificar na hora, mas agora eu já sabia o que era, fiquei me lembrando do que havia acontecido até adormecer.
Por volta das 05:00 hrs da manhã escutei uma barulheira, barulho de porta fechando e sofá arrastando a minha tia e a minha avó gritando, pulei da cama rapidamente e desci as escadas correndo, pulando os degraus para chegar mais rápido lá embaixo e me deparei com uma cena, que se tornaria rotineira naquela época da minha vida.
O meu primo havia empurrado o sofá até a porta da entrada da sala como se quisesse bloquear a passagem de alguém, se apoiava no sofá fazendo força para impedir que alguém entrasse, a minha tia estava de pijama e tentava segurar o meu primo, pedia para ele parar, que nem tinha ninguém ali, era tudo da imaginação dele, ela falava chorando e gritava.
Porque? Como se ela já tivesse visto isso e que iria começar tudo de novo.
A minha avó, que estava ainda estava de camisola cor de rosa, chorava também, sem saber o que estava acontecendo.
o Meu primo olhava para elas e pedia silêncio colocando o dedo no meio da boca.
Chii ! eles estão aqui e vão me pegar, - OH! , estão aqui, escuta, são eles, - oh!
Não tem ninguém aqui, para com isso, por favor! dizia a minha tia chorando.
E ele abria a parte do vidro e espiava, olhava, olhava e se passasse um carro ou alguém andando na rua, ele trancava rapidamente o vidro e dizia,
Oh! oh! estão aqui.
E fez isso por um bom tempo.
Eu e a minha avó estávamos estáticos, observando aquela cena medonha sem entender nada e sem saber o que fazer.
De repente passa um carro na rua, o meu primo pula a poltrona rapidamente, derrubando o vaso e os objetos que estava na mesa de centro, ele corre e sobe as escadas correndo e entra dentro do guarda-roupa, podíamos escutar o barulho das madeiras dentro do guarda-roupa quebrando.
A minha avó gritava.
Você vai quebrar todo o meu guarda-roupa. mas era em vão ele não escutava uma palavra do que ela dizia.
Eu não sabia o que fazer, só fiquei ali sem saber como ajudar ou o que atitude tomar.
A minha tia estava envergonhada, era a primeira crise de Paranóia que acontecia na casa da mãe dela, que estava tentando ajudá-los dando abrigo e suporte, naquela noite ninguém mais conseguiu dormir, era um tal de subir e descer escada, trancar e abrir porta, empurra sofá e coloca no lugar e volta a empurrar novamente na direção da porta, era a minha tia tentando acalmá-lo a minha avó sem saber o que fazer gritava.
Para com isso menino, não tem nada aqui.
E foi assim até passar o efeito da droga, ele estava com a boca mais seca, uma gosma branca ressecada nos dois cantos da boca, ficava colocando a língua para fora e para dentro da boca e depois de conseguir acalmá-lo e ele dormir.
A minha tia se virou para mim e para a minha avó, enquanto o meu pai dormia desmaiado.
Onde ele conseguiu dinheiro para comprar droga?
Eu lembrei que ele tinha usado no baile e mencionei com ela o que eu havia percebido e que poderia ter acontecido, e ela balançando a cabeça respondeu.
Não foi isso, esse tipo de droga não deixa ele assim, foi algo mais forte, mas essa droga que você falou só abriu o apetite dele, fazendo com que ele ele quisesse mais, algo mais forte, a droga injetável. disse a minha tia apontando para o braço dele onde havia um pequeno burraco, que ainda sangrava na veia no meio do braço na dobra do cotovelo, era possível ver resquícios de sangue seco em volta enquanto no buraco gotejava sangue.
Vai dar uma olhada, se não está faltando nada de vocês mãe. disse a minha tia olhando para a minha avó, ele não olhou para mim com vergonha do que estava acontecendo e já sabendo que o que tinha sumido provavelmente era meu, ela disse sem me olhar.
Você também, vai olhar as suas coisas!
Eu pensei e lembrei do tênis e subi correndo para o meu quarto, já no quarto, não encontrei o tênis, não estava mais lá, me deu uma raiva e desci com vontade de bater nele, a minha tia me pediu calma implorando e disse que me daria outro.
Calma? a senhora sabe quanto custou esse tênis? Foi quase um salário mínimo, parcelei em várias vezes para pagar.
Está bem , eu te dou outro assim que receber o meu décimo terceiro.
Fiquei com tanta raiva que sai para a rua sem comer nada depois de trocar e disse.
Não quero nem saber, eu quero outro, se não eu vou matar esse filho da puta, vou pegar a arma do meu amigo emprestada e dou um tiro nele. mas falei aquilo da boca para fora. a minha tia coitada estava apavorada e a minha avó preocupada comigo só dizia.
Não sai assim , sem comer nada em jejum, faz mal.
E sai assim mesmo, batendo a porta, a noite quando voltei para casa, estava todo mundo apreensivo, pensando que eu iria cometer algum ato impensado.
A minha avó e a minha tia vieram na minha direção, assim que abri a porta.
Você não está armado, está? perguntaram praticamente juntas as duas enquanto um barulho vinha do guarda-roupa do quarto da minha avó, o meu pai estava na ponta da escada segurando um pedaço de pau, com os olhos arregalados.
O que está acontecendo? eu perguntei.
Ele está drogado de novo. disse a minha avó.
Como ele conseguiu mais droga?
Não sei, olha se não está faltando mais nada seu. disse a minha tia.
A minha blusa. subi correndo e procurei por ela, mas nada, ele havia pego.
Ele pegou a minha blusa que comprei com o dinheiro que vendi a minha moto.
Vamos dar um pau nele. disse o meu pai com um pedaço de pau na mão, com muita raiva, que até gaguejava para falar.
A minha avó pedia calma, e a minha tia se desculpava e pedia para não fazer nada também, elas ficam na frente da subida da escada nós tentando impedir de subir, impedindo de tirar ele de dentro do guarda-roupa, que estalava e dava para ouvir o barulho lá de baixo.
Deixa filho, outra hora a gente pega ele. disse o meu pai colocando a mão no meu ombro.
Assim desistimos de bater nele e fomos jantar na cozinha, na cozinha percebi que havia muita comida gostosa, em cima da mesa e do fogão, a minha tia e a minha avó para me agradar fizeram várias coisas que eu gostava, eu estava faminto não havia comido nada o dia inteiro, em cima da mesa havia, pão de brioche recheado de presunto e queijo, pão de maçã, coxinha, bolo, no fogão, havia arroz de forno, panqueca, purê e suflê de batata, na geladeira tinha e uma torta de morango e uma de pêssego e no congelador um sorvete caseiro que a minha tia costumava fazer. eu não sabia por onde começar e peguei um pedaço do Brioche recheado de presunto, queijo e tomate.
Cuidado ainda está quente acabei de fazer.demorei para fazer por causa do show do seu primo, me atrasou toda eu e a vovó, não me deixava terminar , ficava me chamando e gritando, que iriam pegar ele, eu tentei ignorar, mas tem hora que não dá. disse a minha tia, mas já era tarde, queimei a boca com o tomate quente, não sei porque mas o tomate sempre demora para esfriar.
Assoprei com a boca cheia tentando esfriar na boca e querendo mastigar por causa da fome que estava e do sabor que instigava a engolir quente mesmo, enquanto mastigava assoprando a minha tia veio até a mim pedindo mil desculpas, que iria me devolver tudo o que o meu primo me roubou, a minha avó também veio ao meu encontro pedindo calma, mas eu estava com tanta fome, que só queria comer e balançava a cabeça concordando com elas.
Está vendo todo mundo passava a mão na cabeça dele, se tivesse tomado uma atitude diferente. Disse a minha esposa e tive que concordar com ela.
Você tem razão, tenho que concoradr com você dessa vez, fui burro e estupido, acreditando que as coisas poderiam ser diferente, essa foi a primeira vez que ele roubou uma coisa minha, se eu tivesse tomado uma atitude diferente, naquela época não teria chegado onde chegou
Está vendo, foi o que disse, tinha que ter dado um pau bem dado nele, mas não todo mundo só passava a mão na cabeça dele, aí se fosse comigo, eu dei uma paulada no meu pai, imagina o que não teria feito com ele se fosse comigo? Disse a minha esposa vermelha de raiva.
terça-feira, 4 de março de 2025
Heroína ou Ironia. Capítulo VII
Capítulo VII.
Uma semana depois o meu primo entrava por um portão de ferro, que parecia a entrada de uma cadeia, a mãe eo pai o assistiam de longe encostados no carro, na Belina vermelha, ele entrando e sumir dentro da instituição até perdê-lo de vista, ele entrou por um corredor comprido e gelado que cheirava a mato, tinha um ar puro e gelado devido a proximidade da Serra do Mar, onde haviam vários janelões através do corredor de onde ele pode observar o seu pai abraçar a sua mãe que chorava e depois abrir a porta da Belina vermelha para ela, entrar no carro e partir, ele sentiu um frio na espinha, medo e uma vontade de chorar, mas não demonstrou nenhuma fraqueza para a pessoa que se aproximou e se identificou.
Bom dia eu me chamo José, eu sou responsável pelos candidatos a se curarem do veneno que destrói vidas, nós vamos te ajudar a se livrar dessa maldição, olha pra você rapaz, um jovem bonito que tem toda a vida pela frente ainda, não pode desperdiçar a vida assim, por causa desse vício.
O meu primo só balançava a cabeça e não falava nada, só concordava com a cabeça.
O Senhor José o levou até um quarto, colocou a sua mala sobre a cama e avisou.
Aqui nós temos regras, que precisam ser obedecidas para poder dar certo, esse é o nosso objetivo, o respeito é a primeira das regras, respeitar para ser respeitado, a confiança também é uma regra, quando se perde a confiança, se perde o tudo, por isso não nos faça perder a confiança em você, é ela que vai trazer esperança, dignidade e cura, se perder isso, tudo está perdido e voltamos a estaca zero.
O meu primo só balançava a cabeça.
E assim ele se adaptou o local ou pelo menos tentou, os dias foram se passando na instituição, nos primeiros dias ele resistiu bem, mas logo teve uma recaída, se contorcia a noite por não conseguir dormir, por falta da droga, e o vício querer falar mais alto, teve febre, crises de vômito, calafrios e dormia de cócoras no chão segurando os joelhos junto ao corpo na tentativa de aliviar aquela dor, foi uma fase difícil para superar a abstinência, passando essa fase, parecia que tudo iria dar certo, começou a trabalhar na horta, depois na cozinha, fez amizades com outros pacientes, jogavam bola, praticavam atividades físicas e artística, rezavam em uma pequena capela que ali havia, aos domingos um padre vinha administrar uma missa para eles, preparavam a própria comida e justamente na cozinha foi onde ele aprendeu a ludibriar a vontade de tomar alguma coisa que o tirasse da sobriedade, ele conheceu o cozinheiro chefe, um viciado também que estava tentando se curar, ele tinha uma cara de poucos amigos, não era muito de falar, calado, mas quando falava se notava um hálito etílico perfumado.
o meu primo percebeu que tinha algo estranho ele pensava o que poderia ser aquele cheiro? O Bafo do cara cheirava a desodorante pensou o meu primo.
O cozinheiro lhe passou as tarefas diárias e assim eles foram se envolvendo e aprendendo tudo o que lhe passava as coisas boas e as coisas ruins, e foi assim que o meu primo descobriu porque o cozinheiro tinha o hálito cheiroso, o Cozinheiro o ensinou a preparar uma bebida com desodorante líquido, esses do tipo Rexona, que tem grande parte formada por álcool, o cozinheiro pegou duas laranjas e as espremer em uma caneca, depois tirou debaixo da bancada um tubo de desodorante, tirou o bico dosador e derramou todo o líquido dentro da caneca, jogou o tubo vazio no forno a lenha para que ninguém percebesse, o que deixava um cheiro de plástico queimado e o cozinheiro dizia que tinha esquecido de tirar a embalagem de plástico da carne ou do que quer que fosse, quando alguém percebia, então ele colocava açucar e gelo na caneca mexia e bebia normalmente como se estivesse bebendo uma laranjada, ele serviu o meu primo que recusou balançando a cabeça dizendo que não iria beber aquilo, o cozinheiro deu de ombros e deu um gole e novamente dizendo.
Experimenta!
Então ele pegou o copo, levou até a boca e deu uma golada, ameaçou cuspir, o cozinheiro o repreendeu e o fez engolir, ele fez uma careta após engolir e devolveu o copo para o cozinheiro.
Gostou? perguntou o cozinheiro.
Não, é horrível, como você consegue beber isso? respondeu o meu primo.
OK, vou colocar mais gelo, costumava ficar mais suave e mentolado. O cozinheiro pegou uma forma de gelo, tirou algumas pedras de gelo e colocou na caneca acrescentado algumas folhas de hortelã.
O meu primo bebeu e continuou achando ruim,balançando a cabeça e respondeu,
Está menos ruim, um pouco melhor , mas é estranho o perfume agarrar na garganta é horrível parece que estou bebendo álcool puro, desce queimando, parece pimenta.
O cozinheiro dava risada e o meu primo também, já sentia o efeito do álcool agindo no seu organismo e disse.
Pelo menos dá uma brisa, vale a pena pelo resultado e agora eu entendi, porque você tem esse hálito perfumado e esse cheiro de Cecê, até parece um cozinheiro Francês, só não levanta o braço se não você mata um. disse ele bebendo e rindo.
Hi-Fi de desodorante, você se acostuma, quer que coloque um guarda-chuvinha para decorar o copo missie? Disse o cozinheiro rindo imitando um sotaque francês.
Faltou uma porção de camarão para acompanhar. Disse o meu primo já bêbado de desodorante rindo.
Chiuuu! se não vão nos descobrir, não dê pala, age naturalmente! Pede o cozinheiro com o dedo na boca fazendo sinal de silêncio e rindo por cima.
E assim foram se passando os dias,sempre que chegava a compra com desodorante era uma festa, e as pessoas pensavam se gasta tanto desodorante mas o cozinheiro continua fede a suor e agora o meu primo também, hálito perfumado como suvaco fedido,mas isso não ajudou o meu primo em nada, só piorava as coisas, aquilo só estava fazendo ele querer algo mais forte e regredir, e assim ele começou a querer fugir dali , mas sempre lembrava o pai falando.
Nesse lugar eles só te aceitam uma vez, eles tem um lema, Respeito e confiança, se perder um desses não tem cura, por isso anda na linha até você se curar, caso você queira sair antes ou fugir eles não te aceitam mais, dá você como um caso perdido sem solução, o método deles só funciona uma vez, quem não aceita essa primeira fase , não pode chegar a segunda fase, o fim dessa pessoa é caixão e vela preta.
Ele só pensava no que o pai havia dito e isso não saia da sua cabeça e era a única coisa que o segurava ali, mas ele não resistiu e em uma noite enquanto todos dormiam, ele saiu pela janela, subiu em uma árvore que dava acesso a rua, se pendurou e pulou o muro para fora da instituição, estava uma escuridão no meio da serra e daquele matagal, mas ele fugiu assim mesmo, até sem sabe para que lado ir.
Na manhã seguinte ele entra pela porta da cozinha da casa da sua mãe, que estava cozinhando.
Que cheiro bom! diz o meu primo para a minha tia que se assusta e deixa cair a panela que estava na sua mão derrubando todo o molho no chão.
O que você está fazendo aqui?
Eu fugi mãe, não aguentava mais.
Não, você não pode ter feito isso, você tinha que ter ficado lá até se curar totalmente, você tem que voltar.
Eles não aceitam mais quando a gente foge.
Como você fugiu daquele lugar?
Eu esperei todo mundo dormir, pulei o muro por uma árvore e depois andei por uma estrada de terra por alguns quilômetros, até chegar na Rodovia onde havia alguns ônibus dos torcedores do Corinthians parados, eles estavam voltando do jogo de Santos e se envolveram em uma briga de torcedores, estava muita correria eu aproveitei entrei no ônibus e fiquei quietinho lá até o ônibus começar a andar, o ônibus parou em santana e eu vim a pé de lá até aqui. A mãe estava incrédula olhando para ele sem acreditar que era ele que estava ali, que aquilo não era uma miragem, a única coisa que trazia a realidade era o cheiro que exalava dele.
Pelo cheiro que você está inalando eu acredito, parece que não toma banho a um mês.
Essa é outra história.
O seu pai vai ficar uma fera e agora o que vamos fazer?
Ele olha para a mãe, pega uma banana na fruteira e sai comendo indo para a rua e só voltando tarde da noite, bêbado e drogado.
A sua mãe ainda não havia contado para o marido o que havia acontecido e assim que ele atravessa a porta, naquele estado o seu pai dá um grito.
Você fugiu? Eu não acredito, foi difícil de conseguir uma vaga para você e você me apronta mais uma dessa, ah não, quer saber, aqui você não fica, pode juntar as suas coisas e ir embora, aqui você não fica.
A mãe ainda tentou dialogar com o pai que estava irredutível e ele voltou para ela e gritou.
Se você quiser pode ir junto também.
E assim voltamos onde havia começado o meu pesadelo, como já havia contado, a minha tia sem ter para onde ir, foi morar com o meu primo na casa da minha avó, onde ela dormia no quarto da minha avó e eu e meu pai no quarto da frente o meu primo na sala, no sofá, onde ele tinha total liberdade para fazer o que ele bem entendesse, entrar e sair a hora que quisesse, usar droga, beber, furtar, etc.
Hi-Fi de desodorante, credo! Imagina o gosto que horrível. disse a minha esposa fazendo uma careta, após escutar a história, incrédula da bebida de desodorante.
Entendeu agora meu amor, que as coisas não são tão fáceis como você imaginou e isso é só o começo, tenho histórias muito mais chocantes para te contar.
Tá, tá, já entendi, mas tomar tiro foi merecido, devia ter morrido, assim, não dava trabalho para ninguém, tentaram de tudo para ajudá-lo, até espiritismo ou macumba sei lá o que é.
Mesa branca, Candomblé, disse eu rindo dela.
Que seja, até no Budismo, e mesmo assim ele fez o que fez e você acha que isso não é motivo para matar ele? - Se a irmã o matou, até que demorou, eu já tinha matado ele a muito tempo, acabou com o casamento dos pais dela e com a vida de todo mundo que o rodeava. Eu não duvido da minha esposa, até fiquei com medo do que ela acabou de dizer agora.
Sim, eu acredito que ela não fez isso, tomara que não, mas quem que sabe?
Na verdade a irmã estava saturada de todos tentarem ajudar, tinham paciência, e diálogos noturnos, eram vários diálogos, o meu primo gostava da noite, ele era Boêmio era como um gato, dormia de dia e era ativo a noite em todos os sentidos, longas conversas regadas a bebidas e cigarros, ele não era de comer muito, ele até dizia que havia visto uma pesquisa de quem comia demais tinha mais probabilidade de morrer mais cedo e quem comia pouco viveria mais, eu lembro dele dizendo isso, estranho, nessa época era o que mantinha o seu corpo em forma , ele era magro, mas não esquelético, mesmo usando tanta droga como ele usava, para a sua altura, ele até que tinha um corpo ideal, alto e não tão magro, algumas pessoas até o apelidaram de Magrão, mas em um futuro esse apelido poderia ter sido Gordão antes de falecer.
Nas primeiras noites na casa da minha avó, onde agora era a sua casa, estava tudo indo muito bem, dentro dos conformes, a paz estava instaurada, o meu primo estava tentando resistir ao vício, então quando ele se sentia na paranoia, tínhamos vários diálogos longos, eram diálogos noturnos como falei, as vezes saiamos a noite para passear e espairecer, em uma dessas noites nós fomos juntos , para uma danceteria, ele não tinha mais o que vestir, só alguns trapos, ele havia vendido quase toda a sua roupa para um tênis e uma blusa para ele e falei.
Cinco “V” em.
O que é cinco V? perguntou a minha esposa com cara de ué e gesticulando os braços.
Vai e volta viu viado.
Ah, seu besta e eu ainda caio nessa.
Mas você riu, eu vi, o meu primo também deu muita risada ele fez a mesma pergunta que você na época.
Voltando para o que eu estava contando, então eu emprestei o meu tênis e a blusa ele calçou o tênis e vestiu a blusa, eu ainda avisei , cuidado com esse tênis, eu paguei uma nota dele e não foi fácil achar, é um modelo exclusivo, comprei ele em uma galeria lá no centro de São Paulo e essa blusa também , não foi barato, custou quase meio salário mínimo, depois de pedir cuidado com as minhas coisas, saímos, andamos até o ponto de ônibus na direção de Santana, dentro do ônibus estava lotado, era sabado de carnaval e as pessoas estavam indo para o Sambódromo, se esprememos para passar e acabamos sentando na tampa do motor do ônibus, meu primo me olhou e me abraçou, sorriu e disse.
É nessas horas que o Jipe faz falta.
Eu olhei para ele e dei de ombros, não quis dizer nada, mas a minha vontade era dizer, também você depenou o carro, só sobrou a carroceria e o pneu magrelo, pensei com o meu botões e disse.
É aquele Fusca Baja que tinha a pintura personalizada da bandeira do Brasil?
Meu primo me olhou pensando e eu ainda dei mais detalhes de como era o carro.
Era um fusca transformado em Baja, tinha os pneus para barro, todo transformado, mas a pintura da bandeira do Brasil era o máximo, o círculo da bandeira ficava no meio do teto, o losango amarelo descia pelas loterias e a parte de baixo a frente e a traseira eram verde formando o resto da bandeira, esse carro era seu e do seu amigo Paulão, você mataram juntos antes de você se envolver com as drogas pesadas , porque maconha vocês usavam como água , dentro do carro já cheirava maconha estava impregnado com o cheiro da erva e da fumaça, você fumavam tanto dentro dele, que parecia que a mata da bandeira estava pegando fogo, a parte verde parecia estar em chamas, de tanta fumaça que saia de dentro do carro, parecia a amazônia pegando fogo, tinha tanta fumaça que devia atrapalhar até a visibilidade para dirigir, e coitado do carro, vivia todo amassado não saia do funileiro de tanto vocês baterem ele dirigindo muitos loucos, a bandeira tinha que ser retocada toda hora.
Meu primo me olhou balançou a cabeça e falou.
Está bem, eu já entendi, depois de tudo isso que você falou, que memória hein, eu vendi a minha parte para o Paulão por uma mixaria, em uma noite de loucura.
Na verdade ele queria dizer em uma noite de paranoia e trocou por droga, não é isso? falou a minha esposa sarcástica.
Sim foi isso, em uma noite de fissura e vontade de se drogar, não conseguindo nenhum dinheiro ele praticamente trocou o carro por droga.
Mas deixa eu terminar a história.
A minha mulher fez uma careta de criança entortando os olhos ficando vesga e mostrando a língua, eu olhei para ela e dei risada.
Então quando eu eo meu primo chegamos no nosso destino, já na entrada o meu primo conhecia todo mundo, consegui pagar a minha entrada e adele com desconto porque ele conhecia o cara da bilheteria e assim entramos no baile, ele comprimentnado quase que todo mundo, ficamos alí na parte debaixo da danceteria, que tinha dois ambientes , na parte de baixo era escuro, sendo iluminado só pelas luzes de efeito coloridas e pelos lasers do salão, a luz de estrondo me deixava enjoado, ficamos ali curtindo a música e de repente a música parou e do teto desceu um lustre de luzes formando uma espaçonave, girando e se abrindo ficando maior girando mais rápido fazendo um show com efeito de luzes , era luz para todo lado, de todas as cores e tamanhos, rios, estrondo, lasers, tudo ao mesmo tempo, ao som de uma batida forte misturada ou um remix de uma música clássica, o Mc da festa, pegou o microfone e gritou. - Boa noite Vênus!
A galera foi a loucura e respondiam ao boa noite aos gritos, o Dj começou a fazer Scratch nas pickups, como um alucinado tocando pedaços de músicas de sucesso, obedecendo o pit da batida, ele trocava a música sem perder a agitação. a galera não parava de dançar e formavam rodas e grupos de danças de passinhos, outros que assistam dançavam sozinhos, como eu e o meu primo, mas ninguém ficava parado. ele me deu um toque no ombro apontou para cima, querendo dizer para subirmos, porque o som estava tão alto que não iria conseguir entender o que ele estava dizendo, nós fomo s na direção da escada e subimos, na parte cima ficava o bar e a parte do pessoal que gostava mais de rock e clássicos da época, quando acabamos de subir já no final da escada, algumas garotas avistaram o meu primo e vieram na nossa direção gritando.
Nenê,Nenê, ela o abraçaram e o beijaram e eu só de lado olhando, uma delas ofereceu um copo de cerveja para o meu primo, que aceitou sem titubear e perguntou para ele.
- tem alguma coisa aí?
Mesmo com aquele som alto deu para entender e ler os lábios dela perguntando.
Tem alguma coisa aí?
O meu primo balançou a cabeça e olhou para mim tentando disfarçar e disse.
Não estou de boa.
A moça acompanhou o olhar dele para mim juntamente com outra garota e perguntou para ele.
Quem é esse gatinho? disse a moça da cerveja.
É o meu primo.
Nossa que família, só tem homem bonito nela. disse a moça passando a mão no meu rosto e apertando as minha bochechas.enquanto a outra passava a mão pelo os meus ombros e me abraçou.
Ai!
Ela fez assim na sua bochecha? pergunta a minha esposa apertando as minhas bochechas, ciumenta.
Modéstia à parte, mas o meu primo era bonito e consequentemente eu também era e sou.
A minha esposa fez fusquinha para mim, entortando os olhos e mostrando a língua e puxando uma corda imaginária dizendo que iria se enforcar.
Na minha família somos bonitos e charmosos, o meu primo era quatro anos mais velho que eu, mas eu já estava se tornando um homem deixando de ser adolescente, e puxando a beleza da família e realmente eu sou bonito, eu disse aquilo já esperando um beliscão da minha esposa, que deu de ombro.
Mas voltando a história eu também era bonito junto com o meu primo onde as garotas o rodeava ele me puxou para junto delas e dele e fiquei no meio deles, alguma me abraçando querendo me beijar.
Calma isso faz tempo, não me belisca.
Tá bom convencido, termina logo essa história.disse a minha esposa com cara de poucos amigos.
as garotas traziam mais bebidas, caipirinha, Whisky, cerveja.
Vamos para o meio da pista adoro essa música, disse uma delas que segura um copo de whisky com bastante gelo em uma mão e na outra segura a minha mão e me arrastou junto com ela e formaram uma rodinha em volta da gente, o meu primo agitava,
Dança vai, dança !
E a garota com o copo de Whisky era a mais agitada.
Dança vai, você está muito duro, mexe esse corpo, tá dá um gole para se soltar.
Está vendo não sou só eu que te acha duro para dançar, disse a minha esposa rindo.
Eu sabia que você iria dizer isso, mas deixa eu terminar, a garota colocou o copo com Whisky na minha boca, senti um gosto forte de Malte Escoces na língua enquanto um líquido gelado descia pela minha garganta, depois de tirar o copo da minha boca, só senti uma língua quente se contrastar com o da bebida, procurando a minha língua e se enroscando nela, a garota estava dançando com o copo na mão por cima do meu ombro e me beijando ao mesmo tempo, aquilo foi muito bom e foi assim que comecei a gostar de whisky.
Eu não devia de estar contando esses detalhes para você, está ficando emburrada.
Tô nada, isso foi no passado, estou pouco me lixando.
Até parece, se você visse a cara que ela está fazendo, mas está bom , pelo menos não me beliscou mais.
Heroína ou Ironia ? Capítulo Vl.
Capítulo Vl.
Na manhã seguinte a mãe do meu primo, levou café da manhã para ele na cama, o leite com achocolatado batido, que ele tanto adorava, uma xícara de café[e um misto quente e ovos mexidos, o cheiro do quarto se misturava com o cheiro de café e essências de candomblé.
Toma meu Nenezão, a mamãe trouxe o seu café da manhã. O apelido do meu primo era Nenê, porque a minha tia o chamava assim,mesmo ele já adulto e a minha prima o chamava do mesmo jeito, na rua, na escola e assim levando esse apelido para a vida.
A minha tia se senta na cama ao seu lado e pergunta.
Como você está? mas antes que ele respondesse, se ouve um grito da cozinha.
Cadê o meu dinheiro ? Eu não estou achando, eu não o acho, aposto que foi o Nenê que pegou. gritava a Avó por parte de pai.
A mãe dele ainda no quarto olhou nos olhos dele, bem dentro dos olhos com uma fúria vontade de dar uns tapas nele, mas ele não teve coragem de encarar a mãe, assim ela entendeu tudo e a sua cara de decepção foi instantânea, da alegria de mimar o filho a decepção de ser enganada mais uma vez. A avó entrou no quarto questionando sobre o dinheiro, mas ele negava de pé junto que não tinha pego dinheiro nenhum, mas neste momento a mãe dele se tornou cúmplice, no mesmo momento que a tia por parte de pai chegava para visitá-lo cheia de idéias e boas intenções.
O que está acontecendo? perguntou ela sem entender o que estava acontecendo, mas já suspeitando dos velhos e atuais hábitos de desaparecer as coisas.
O dinheiro que eu havia guardado para a ceia de Natal, sumiu.
Não Sogra a senhora deve de ter colocado em e outro lugar, o Nenê não foi, ele não saiu desse quarto, eu vou ajudá-la a encontrar, quanto que tinha, qual era o valor?
Acho que eram Cr$100,00.
Deixa ver se eu acho. no desespero a minha tia sai do quarto deixando a avó e a tia por parte de pai, no quarto, sai discretamente pela porto dos fundos, abrindo a porta de tela com proteção para mosquito com cuidado para não fazer barulho, mas a mola da porta dá uma rangida, ela encolhe os ombros e fecha os olhos ficando estática e espera alguns segundos, para ver se ninguém aparência, ela observa que ninguém percebeu e vai até a sua casa, dá um pulo superando os três degraus da escada para chegar mais rápido na porta da sua casa que ficava na edícula dos fundos, quase porta com porta, abre a porta da sua casa bruscamente, pega a bolsa virando ela de ponta cabeça jogando tudo que havia dentro dela em cima da mesa e pega o dinheiro que cai na mesa, volta correndo para acasa da frente, abrindo a porta de tela bruscamente que range e demora para fechar, ela se assusta porque esqueceu que não podia fazer barulho e finge que estava procurando pelo dinheiro, abrindo as portas do armário.
Quanto que era mesmo?
CR$100,00, grita a Sogra.
A minha tia conta o dinheiro rapidamente, separa uma nota de cinquenta e cinco notas de dez e grita.
Achei!! Está aqui. grita ela fechando a porta do armário e assusta com a cunhada que já estava ao seu lado.
Onde você achou? pergunta a Sogra atrás da cunhada.
Aqui no armário. responde a minha tia.
Sim, mas que lugar ? pergunta a Sogra.
Aqui embaixo dos pratos, responde a minha tia.
Mas eu olhei tudo aí e não achei, mas eu acho que não achei porque estava procurando um volume maior, pensei que eram dez notas de dez e não uma de cinquenta e cinco de dez.
A minha tia titubeia por alguns segundos, procurando por uma desculpa, olha para a mesa onde haviam rabanadas em uma forma e diz.
Nossa eu adoro a Rabanada da senhora. ela enfia uma inteira na boca e fala de boca cheia, que sai um som abafado que quase não deu para entender..
A senhora deve ter se enganado, por isso não encontrava, nossa! A senhora precisa me dar a receita dessa Rabanada, hum que delícia!
A cunhada, vendo o que estava acontecendo e observando tudo, entendeu o que tinha acontecido, no mesmo momento que a porta da cozinha de tela verde contra mosquitos, estalou, e assim terminando de se fechar, devido a pressão da mola da porta.
Eu vim aqui hoje porque tive uma idéia, estava pensando que podíamos fazer a cabeça do Nenê
Fazer a cabeça? perguntou a avó tentando entender.
Hum, hum, hum, hum. A minha tia, ainda de boca cheia, estava tentando emitir um som querendo entender o que era.
Sim, fazer a cabeça no candomblé é: prepará-lo para ser um cavalo e estar preparado para receber entidades.
Mas dá para ensinar isso? Não tem que ter um dom? perguntou a minha tia terminando de engolir a rabanada em uma engolida seca, tentando limpar a garganta.
Sim e não. respondeu a Cunhada.
Sim é possível ensinar, mas pode dar algo errado se a pessoa não tiver realmente o dom .
Mas isso não é perigoso? perguntou a minha tia.
Perigoso porque, o que pode acontecer é ele receber um santo do mal, com más intenções, que queira se aproveitar da situação e do cavalo, para prazeres carnais, como sexuais, vícios em jogos, cigarro, bebidas e drogas, etc. assim que ela terminou de falar e mal acabou a frase, começou a gritar e rodar colocando a mão direita na testa e a esquerda na costa, de repente parou e disse: Eu mulher de sete maridos e comigo ninguém pode.
A minha tia ficou encarando ela e a Sogra disse.
Laroyê. saudou a Sogra e disse.
É a Pombajira, vou buscar o champanhe e o charuto.
A Pombajira ficou parada, se balançando para frente e para trás com as duas mãos nas costa, e de vez em quando batia no peito com a mão fechada, a sogra retornou com uma taça de Champanhe e o charuto e entregou para ela, colocou colares e uma saia rodada nela, passou batom e colocou um brinco enorme, a Pombajira deu uma tragada e o cheiro do charuto dominou o quarto, se misturando com o cheiro das essências de candomblé e do café, a Pombajira deu uma tragada no charuto e um gole no Champanhe deu gritou bateu no peito, deu mais uma tragada forte e falou.
Donde está o rapaz que precisa da ajuda da Pombajira, mulher de sete maridos?
falou ela com um sotaque Cigano afriacano.
A mãe do meu primo apontou para a cama, enquanto a avó corria para sair do quarto e deixá-los à vontade, ela vai na direção da cama faz sinal para que o meu primo se levantasse, comprimenta ele batendo o ombro direito no esquerdo dele e depois o esquerdo no direito dele várias vezes soltando gritos que pareciam indígenas, quando iam caçar, dá uma baforada no charuto e solta a fumaça pelo corpo do meu primo, dos pés a cabeça, ela se curva bate no peito se levanta e diz: - Ocê que tá precisando largar este vício de fumar droga? diz ela olhando para ele e depois olhando para a mãe e avó.
O meu primo só balançou a cabeça dizendo que sim.
Então tá bom, Pombajira vai te ajudar, primeiro você coloca este colar com as minhas cores em torno do corpo para sempre ter a minha proteção. falou ela o ajudando a colocar o colar preto, dourado e vermelho pelo pescoço e por baixo do braço, cruzando o corpo e forma de proteção fechando o seu corpo.
Pronto agora vamos começar a senhora pode se retirar e nos deixar sozinhos para trabalhar. a minha tia se retira do quarto e avó estava do lado de fora do quarto curiosa, e fez sinal como se perguntando o que estava acontecendo, a minha tia só balançou a cabeça como que não sabia o que dizer.
A cunhada, ou melhor agora representada pela Pombajira ficou sozinha com o sobrinho, do lado de fora só se escutava a pomba gira falar e falar sem parar, as vezes subia um cheiro mais forte da fumaça do charuto e outras vezes se ouviam gritos de igual que os indígenas fazem quando estão se preparando para a guerra, a voz da Cunhada havia mudado, agora era a voz de um homem.
É o Sete flechas. disse a sogra para a minha tia para ela com o ouvido colado na porta, ela abriu a porta e já sabia o que fazer, colocou vários colares coloridos no pescoço da filha agora incorporado pelo Sete Flechas, retirou a saia e os brincos se não a entidade ficava brava, colocou um cocar nele e acendeu várias velas coloridas, preparou uma poção com a bebida e o charuto, mais umas ervas e entregou para a entidade, que deu um gole e assoprou pelo quarto e pelo corpo do meu primo, da cabeça aos pés, de cima a baixo, no peito ,na barriga, nas pernas, deu uma tragada no charuto e várias baforadas na rosto do meu primo, que fechou os olhos e franziu a cara para se proteger da baforada do charuto, o Sete flechas preferia cachaça em vez de Champanhe, a Avó entregou para ele um copo de cachaça, ele ou ela deu um gole fez bochecho e cuspiu no meu primo fazendo um spray de cachaça no corpo dele e gritou em uma língua incompreensível. E novamente a voz mudou, agora era uma voz calma de um senhor que falava baixinho.
É o Preto Veio. afirmou a Sogra olhando para a minha tia que assistia todo aquele ritual do lado de fora do quarto pela porta aberta agora.
A Sogra tirou os colares coloridos e colocou um preto e branco, colocou um chapéu na cabeça da filha, deu uma bengala, acendeu um cachimbo e colocou uma cadeira perto do neto, para que o pretoVeio pudesse se sentar.
Não se conseguia escutar o que ele dizia, ele falava muito baixinho, mas dava para perceber que eram conselhos, porque o meu primo só balançava a cabeça, de repente o preto veio parar de falar, se levantou e deu grito.
Eu sou mulher de sete maridos e comigo ninguém pode, ela pegou a taça de champanhe e a Mãe lhe deu o charuto, deu uma golada e uma tragada se virou para o sobrinho e disse.
Vós suncê vai preparar este cavalo, ele vai galopar e se armar desse vícios. falou ela girando e cantando uma canção que parecia Cigana ou Africana.
dito isso ela parou na porta do quarto e ficou balançando para frente e para trás, com os olhos fechados, ficou parada em frente a minha tia, balançando para frente e para trás, de um lado para o outro e de repente abriu os olhos e perguntou.
O que aconteceu?
A minha tia ia começar a falar, mas a sogra lhe tomou a frente e explicou o que tinha acontecido, que haviam se manifestado as entidades Pombagira, Sete flechas e o Preto Veio e o que eles fizeram. A Cunhada olhando a mãe explicar o que tinha acontecido,aparentava estavar muito cançada e sonza pela bebida que as entidades consumiram
Mas deu certo? perguntou a cunhada para a mãe.
Não sabemos vamos ter que esperar. disse a Avó no momento que a porta da cozinha se abriu, era o pai do meu primo que entrou deu um beijo na mãe, na esposa e na irmã e falou.
Eu consegui um lugar para internar o Nenê, um amigo do serviço que conseguiu na verdade, é uma casa de recuperação para dependentes químicos, que fica no Riacho Grande, no meio da mata e no meio do nada, bem longe da cidade.
Todos ficaram em silêncio só ouvindo o que o pai dizia e explicando como funcionava.
domingo, 23 de fevereiro de 2025
Heroína ou Ironia? Capitulo V.
Capítulo V.
Quando ele começou a usar heroína, o seu vício aumentou muito e os aparelhos eletrônicos da minha tia, começaram a sumir tudo, jão quase não existia nenhum aparelho, ele vendeu o liquidificador, rádio da cozinha, da sala e do quarto, torradeira elétrica, sanduicheira, ele já havia vendido tudo, uma coisa que ele nunca fez, foi assaltar, se fez não ficamos sabendo, não tivemos nenhuma notícia sobre isso, mas depois de não ter mais o que vender a sua dívida só aumentava com o traficante, até um dia que a sua dívida estava tão alta e alguém acima do traficante estava cobrando ele e assim o traficante foi cobrar o meu primo, depois de já ter cobrado por várias vezes, ele ameaçou o meu primo com uma arma, mas não atirou, ficou apontando e gritando, cutucando com a a arma, em um desses cutucões o meu primo se irritou tomou a arma do traficante e deu um soco no traficante jogando o contra a parede derrubando o no chão, então o meu primo olhou o traficante no chão, jogou a arma em cima do cara caído, deu de ombro e a sa costa e saiu andando como se nada tivesse acontecido, o que foi um erro, o traficante ainda grogue e tonto, pegou a arma, se levantou cambeleando e saiu atrás do meu primo atirando, o meu primo correu por mais tonto que o traficante estava, ele acertou o meu primo no ombro, depois de vários disparos descarregando a arma, para sorte do meu primoque ainda conseguiu correr por alguns metros , conseguindo chegar em uma casa que estava com a garagem aberta de onde o dono da casa estava saindo com o carro, ele entrou gritando por socorro todo ensanguentado, no primeiro momento o dono da casa se assustou e não entendeu o que estava acontecendo, depois de entender a situação e colocou o meu primo dentro do carro e o levou para o pronto socorro público.
Os meu tios foram notificados do ocorridos e chegaram alguns minutos depois no hospital, depois de atendido os médicos tranquilizaram o meu tio e a minha tia, dizendo que ele não corria mais risco de vida, porque a bala havia atravessado, não havia ficado alojada o que era bom ,porque não pegou nenhum órgão vital, a minha tia juntando as duas mãos e agradecendo os céus, agradeceu o médico o meu tio concordou balançando a cabeça, a minha dizia só agradecia, porque na família já havia acontecido uma fatalidade com outro sobrinho, que levou um tiro e ficou com a bala alojada muito próxima da espinha, o médico informou que o caso dele não era grave que logo iria para cas, sóprecisava ficar em observação e bastante descanso, porque havia perdido muito sangue.
A minha tia voltou para casa e foi pedir para a avó por parte de pai do meu primo, se ela poderia deixar ele usar um quarto que estava vago na casa da frente de onde eles moravam, porque o meu tio não queria ele de novo dentro de casa, aquele quarto na verdade não estava vazio, era usado para a prática do candomblé pela tia do meu primo por parte do pai, que era espírita e mãe de santo e ela costumava usar aquele quarto para incorporar entidades, no quarto haviam diversas estátuas de santo, velas, colares, cocares, tambores, vasos, tudo para a prática da religião, e assim a avó por parte de pai, concedeu o uso do quarto após consultar a filha, a tia que usava o quarto para os suas práticas espirituais, elas prepararam o quarto espiritualmente, prepararam o caminho espiritual para recebê-lo e assim tentar ajudá-lo espiritualmente.
Quando o meu primo teve alta,foi só chegar e deitar na cama preparada para ele, todo mundo se preparou para ajudar e cuidar dele, era comida na boca, banho na cama ou com ajuda no chuveiro, remédio na hora certa, orações e mais orações, invocações de santos que conversavam muito com ele, dava conselhos, era sempre a Pomba Gira que se manifestava, mas também apareciam , Preto Veio, sete flechas, Marinheiro, São Cosme e Damião, Exu, Capa preta, entre outros, todos se manifestaram usando como cavalo o corpo da tia do meu primo por parte de pai, velas ficaram acesas, o que deixava o quarto com um cheiro peculiar e assim se passaram vários dias depois do susto, parecia que dessa vez o meu primo iria largar das drogas, já estava há algumas semanas sem usar, com a ajuda de todos os santos literalmente,quando ele melhorou e começou a receber visitas, e teve em especial, a visita do Chantilly, visita essa que pôs tudo a perder, o meu primo já foi falando para ele que estava louco para usar algo, que ele não aguentava mais, estavam todos vigiando ele e também não tinha dinheiro e o agravante que o traficante queria mata-lo, se não pagasse o que devia, o chantilly Balancou a cabeça e falou.
Foi um homem alto loiro, lá no bar e pagou a sua dívida, o traficante aceitou, fazendo um acordo desde que você não o entregasse e assim ficou tudo certo.
Pagaram a minha dívida? Exclamou o meu primo, já planejando fazer outras dívidas indevidas.
Sim.
Como era esse sujeito? perguntou o meu primo , mas sabia de quem se tratava.
Ele era como falei, alto loiro, boa pinta e parecia ser cheio do dinheiro, chegou com um carro do ano.
Acho que é o meu cunhado.
Eu não sei, faz tempo que não falo com a sua irmã, depois de tudo que fizemos, das drogas, etc, ela não fala mais comigo.
É pela descrição é ele sim, mas o mais importante é que ele pagou a minha dívida.
E agora? pergunta o Chantilly esfregando as mãos.
Não sei, eu não posso sair, mas você pode, não quer ir lá pegar algo para nós?
Com que dinheiro? perguntou o Chantilly esfregando um dedo no outro, fazendo sinal de dinheiro.
Espera um pouco.
O meu primo se levantou, foi até a cozinha, mas antes olhou se não havia ninguém, se não tinha ninguém olhando, abriu o armário procurou pela carteira da avó, não a encontrou , mas encontrou um dinheiro escondido dentro das tigelas de vidro, ele pegou o dinheiro e voltou para o quarto.
Toma vai lá buscar para nós, pega uma nota de um Barão.
O Chantilly consentiu com a cabeça e saiu às pressas, retornando depois de algumas horas, quando ele retornou o meu primo reclamou.
Que demora, já estava preocupado, estou salivando e ansioso pela ess dose, vei prepara logo.
Ok. disse o Chantilly fazendo sinal de positivo, e foi até a cozinha pegou uma colher, retornou para o quarto, acendeu uma vela vermelha e preta dos santos para usar como fogo para cozinhar a droga, ele se aplicou e passou para o meu primo a mesma seringa, o meu primo se aplicou e e relaxou na cama, o chantilly deitou do seu lado e os dois ficaram curtindo o efeito da droga, os dois ficaram calados, por alguns minutos, curtindo com um olhar de nada em direção do teto até a brisa da droga passar.
Após passar o efeito da droga, o Chantilly começou a reparar no quarto.
Nossa, quantas estátuas e colares, velas, vasos.
É da minha tia, ela é mãe de santo. falou o meu primo coçando a cabeça como alguém que acabara de fazer alguma coisa errada.
Sinistro! Como você consegue dormir aqui?
Eu ando tanto a base de remédio para a dor que desmaio e nem reparo , mas estou acostumado, convivo com tudo isso desde criança, foi tudo isso que me ajudou a ficar sóbrio todos esses dias, eu sou mesmo um desgraçado, olha o que fiz, depois de todo mundo ter me ajudado, eu os decepcionei novamente, quando eles descobrirem, será o meu fim, coitada da minha mãe, ela me pediu tanto, e na primeira oportunidade já pisei na bola, eu devia de ter morrido assim dava sossego para todo mundo. meu primo disse isso e começou a chorar.
O Chantilly se aproximou e o abraçou para consolá-lo, o meu primo correspondeu o abraço.
O meu primo olhou para o Chantilly que estava olhando para ele de uma forma estranha, um olhar de olhos brilhantes, sem piscar, ele achou aquilo estranho, nunca tinha percebido o amigo com aquelas atitudes, daquele jeito como se quisesse…
O Chantilly tentou beijar o meu primo.
O que você está fazendo? Ficou doido!!! Você é viado?
Sim, eu sou, a sua irmã nunca te contou nada? Ela sempre soube que sou Gay.
Você é Gay? Puts!! eu devia de estar muito louco, usei muita droga para não perceber, mas eu acho melhor você ir embora agora, só não vou te socar, porque ainda estou me recuperando, vai embora!!
Essa foi a última vez que o meu primo viu o Chantilly “vivo”.
domingo, 16 de fevereiro de 2025
Heroína ou Ironia? capítulo lV.
Capítulo lV.
No começo foi tudo bem, eu conversava bastante com ele, nós saímos juntos, foi um época até que legal, sair com ele era bom , porque ele era bonitão, boa pinta como dizia a nossa avó, as meninas olhavam para ele e queriam se aproximar, e ele era bom de papo, xavequeiro profissional, e eu me dava bem estando junto, sempre sobrava uma amiga da amiga que ficava com ele para mim, era por isso que ele tinha muita namoradas, uma delas até deixava o carro dela com ele, eu lembro de uma dessas namoradas, que tinha um jipe, era um jipe bonito, todo equipado, verde exército, com pneus largos, para choque reforçado, bancos de couro, santo antonio cheio de faróis de milha, ele abaixava a capota e nós saímos por aí, dando umas voltas se divertindo, por passávamos as pessoas olhavam para nós, eu me sentia importante e elegante, era gostoso sentir o vento na cara, aquela sensação de liberdade, os olhares das garotas, só os solavancos do Jipe que era um pouco desconfortável, quando ele fazia uma curva um pouco mais rápida, o Jipe balançava tanto que parecia que iria capotar, “Nós capota, mas não freia” gritava o meu primo rindo, realmente não capotava devido a suspensão preparada, era bem alta feito com os melhores amortecedores que havia na época, mas nem tudo são só flores e logo ele começou a mostrar poruqe veio e os problemas começaram, começou a sumir as coisas na casa da minha avó, eu lembro como se fosse ontem, a primeria coisa que ele me roubou foi um tènis que eu haviam emprestado para ele quando saimos juntos, ele me devolveu e o coloquei embaixo da cama e ele viu eu escondendo, na manhã seguinte quando fui procurar o tènis ele nçao estava no lugar onde eu havai deixado, havia sumido, até então eu não fiz muita questão, oque hoje vejo como um erro, poruqe se eu tivesse cortado o mal pela raiz, a árvore de problemas não teria dado frutos amargos, na época como estava falando só conversei come, passamos a noite conversando e depois dessa conversa ele falou que não iria fazer mais, me pediu mil desculpas , ele dizia que tinha hora que o vício era mais forte.
Desculpa primo, eu nunca faria isso com você, mas a hora que bate a paranoia, eu não penso em nada, só quero satisfazer o meu desejo, aliviar essa sensação da Heroína nas minhas veias, a sensação na hora é muito prazerosa, mas quanto mais eu uso, parece que essa sensação dura menos e preciso de mais, nessa hora não existe nada que substitua essa sensação, o que é um Ironia, a ironia é que a palavra heroína, tem a sonoridade parecida, Heroína para ser uma mulher com super poderes, como a Mulher Maravilha, parece que ela vai te salvar e depois vocè vai agradecer, minha Heroína muito obrigado, mas o que é a Ironia que você primeiro agradece quando o seu líquido entra na sua veia, a sensação de te salvar da realidade e te proporcionar muito prazer, mas quando acaba a heroína vira vilão e só te traz desgraça, eu pergunto novamente, Heroína ou Ironia?
Nessa hora eu não sabia o que dizer e nem poderia imaginar o que ele estava dizendo, nunca usei e pretendia não usar também, porque ele me dizia assim.
Primo nunca entre nessa, nunca use droga, olha a minha vida, nunca faça isso, lembre-se sempre dessa pergunta, Heroína ou Ironia? Se alguém chegar a te oferecer lembre-se dessa pergunta.
Depois disso ele me falou que não iria fazer mais e que iria me devolver o meu tênis ou me dar outro, me pediu mil desculpas eu acreditei nele e queria tentar ajudá-lo, mas fui inocente e ingênuo, ele até tentou, arrumou um emprego de motorista em uma empresa grande, ele dirigia uma Kombi, parecia até que as coisas estavam dando certo, mas por azar do destino ele fez um frete de um material valioso e isso juntou a fome com a vontade de comer e a tentação foi maior que a responsabilidade, ele vendeu uma parte da carga e comprou droga mas depois que o efeito da droga passou ele se arrependeu e tentou simular um assalto, ele viu que deu certo e tentou fazer isso vária vezes , até a empresa começar desconfiar e mandar ele embora, ele até que deu sorte porque poderia ser preso, até nisso ele dava sorte.
Aff! como sempre todo mundo passava a mão na cabeça dele é por que deu no que deu, se fosse comigo já tinha dado um basta logo no começo vocês foram muito trouxas. disse a minha esposa com razão.
E assim depois desse tênis, foi outro tênis, uma blusa, dinheiro da minha carteira, uma guitarra, dois rádios, e assim chegando ao ponto de eu não ter mais o que vestir.
Está vendo, isso parece um passado recente, eu lembro que te dei um Walk man e ele roubou para trocar por droga, é por isso que eu não acho que a sua prima não matou ele, olha quanta coisa ele fez, roubou o apartamento dela, onde ela morava e na praia, quanta coisa ela aguentou e agora ainda sobrou para cuidar dele, depois que a sua tia faleceu, mas a sua tia foi culpada disso tudo, se ela não tivesse passado a mão na cabeça dele e acompanhado ele até a casa da sua avó, levando este problema para ela também e para você, seu pai, os vizinhos, se ela não tivesse ido junto talvez ele teria tomado jeito. falou a minha esposa com aqueles olhos azuis arregalados e mais vermelha de raiva, do que já era de nascença, branca poloca, rosada por natureza.
As coisas não são assim tão fácil como você está falando, ele era como um irmão para mim , a familia toda tinha a esperança de um dia resolver isso juntos, é o que uma família tenta fazer, nunca abandonar um soldado um membro da família, a esperança é ultima que morre, enquanto tiver munição a gente morre atirando.
É isso que estou falando,vocês foram iludidos, e culpados também, olha quanta coisa, se fosse comigo já tinha matado ele no começo , já poupava todo esse sofrimento , acredito que a sua prima não teve coragem para fazer isso, mas eu tenho e teria feito com certeza, já teria até colocado veneno na comida dele, não pensava duas vezes. Os olhos da minha esposa pareciam que iriam saltar do rosto.
Sim passamos a mão na cabeça dela, antes dele começar a tomar baque, eu não sou dedo duro, mas deveria ter contato para o meu tio, ele começou com a maconha, tudo tem um começo, existe o meio termo e o início da pior fase, não sei se já te contei como tudo piorou e começou, a história do início da droga mais forte?
Você já me contou tantas histórias, que já nem lembro mais ou se quero lembrar, qual é a desculpa dessa vez? porque para mim qualquer história vai ser desculpa, usa droga quem quer, não vem com essa história de curiosidade, ou de ser pobre, passando por alguma necessidade emocional, espiritual ou carnal, usou droga porque é trouxa, em pleno século XX, existem propagandas conscientizando, informando que isso não é bom, olha a Cracolândia lá no centro, para mim tinha que matar todos eles, dar uma droga batizada com um veneno ou um dose mais forte e deixar morrer todos eles, o pior que ainda dão trabalho para o governo, o governo que tem que arcar com as despesas médicas, muitas vezes um drogado desse está tirando o leito de um pai de família que não procurou, esse problema para ele, eu sou da seguinte opinião, quer usar droga , que use ,desde que não tire o lugar de outro no hospital, se abdique de atendimento médico, não me vem com desculpa de que é culpa da sociedade, que é vítima, usou droga porque quis, ninguém te forçou a usar, enfiou no seu nariz ou goela abaixo, mas tá desculpa é que essas desculpas me tiram do sério, o que você ia contar ou qual vais ser a desculpa de como tudo começou? Eu estava estático olhando para ela tentando reformular a história que eu iria contar, mas já não sabia se contava ou não porque ela poderia achar que era só mais uma desculpa.
Não sei se devo te contar como tudo começou, você pode achar que é uma desculpa, mas não é isso só te contar como realmente começou independente da sua opinião sobre isso, só quero te contar a história de como aconteceu, as consequências são outros quinhentos.
Tá conta , não vou mais dar a minha opinião,
Não deixa, você está julgando, já falei para você não julgar para não ser julgada, eu só estava lembrando de como foi, você já entrou em questões sociais, se alterou, eu sei que o que aconteceu não foi certo, mas você não sabe como é, nunca sentiu na pele, vai dizer que: Ah ! Meu pai era alcoólatra e que etc,etc, pode até ser um problema também, mas não é igual.
Não é igual porque não foi você que sentiu na pele e que apanhou sem motivo, toda vez que ele chegava bêbado.
Em nenhum momento eu falei que você não sofreu, sim é ruim tanto quanto, mas o álcool a pessoa compra e arruma em qualquer bar de esquina, é liberado pela lei, tem bêbados que bebem e dirigem e acabam atropelando e matando alguém,, isso é gravíssimo, mas a questão aqui é outra, o bêbado que também é errado, ainda consegue se conter, o drogado quando bate a paranoia, não tem essa escolha, eles fazem mal para ele mesmo, só afetam outras pessoa , quando não tem dinheiro para sustentar os seu vício, aí começa a roubar, assaltar e até matam também, mas no caso do meu primo, o que você chama de passar a mão na cabeça, era justamente que ele não roubasse outras pessoas na rua, a família não tinha paz, mas o problema era nosso.
Não tem nada haver o que você falou, é tudo igual, ferinha do mesmo saco, são drogas iguais, seja líquida em pó, erva, química, alteram a normalidade da pessoa, tira o reflexo, altera o comportamento, são alucinógenos para fugir da realidade, são pessoa fracas, que não conseguem aguentar a pressão do sistema e buscam soluções nas drogas, na bebidas com a desculpa que está triste, no caso da bebidas atá a felicidade é motivo, quando bembem para celebrar. ela não deixava eu falar, distorceu tudo que estava falando.
O que você está me olhando? Eu só falei a verdade, era isso que faltou fazer com o seu primo, contar umas boas verdades. Ela pensa que é fácil falar, falar até papagaio fala.
Nem sempre as pessoas querem ouvir a verdade, às vezes tudo o que a pessoa tem é esperança, e quando se fala a verdade de um forma com raiva, você tira isso dela, você acaba dizendo o que não quer dizer e muitas vezes tira a esperança da pessoa, você acha que não falamos isso para o meu primo, falamos milhares de vezes, será que ele ouviu uma palavra sequer, acho que só gastávamos saliva, acredito que não, na cabeça dele deveria estar esquematizando alguma coisa de como conseguir mais drogas, enquanto falávamos na sua frente como ventríloquos sem voz.
Ah! quer saber não falo mais nada, não quero ouvir o que você iria me dizer. ela fala isso e sobe as escadas pisando forte.
Eu também não iria mais te contar, não dá para conversar com você, era mais fácil conversar com o meu primo drogado do que com você sóbria, ele era mais humano e sabia conversar.
Então vai lá na cracolândia, conversar com os Drogados, lá vai ter um monte de ouvintes para você conversar. O sarcasmo dela me mata.
Eu não vou mais contar a história para ela, muito chata quer por palavras na minha boca e vocês caros ouvintes ainda querem saber como foi a primeira vez que o meu primo usou droga mais forte? Eu vi que você balançou a cabeça dizendo que sim, ok, então vamos lá, O meu primo tinha um amigo em comum com o cara que havia roubado a sua casa e as suas roupas, o nome dele era na verdade o apelido dele era Chantilly, ele também era um amigo da família, no começo ele era amigo da irmã do meu primo, mas eles tinham a mesma idade e assim o meu primo e ele tinham as mesmas ideias, e logo se tornaram melhores amigos, para tudo, eles pegavam ondas juntos, saiam para as baladas juntos, se envolviam em brigas e um se garantia com na companhia do outro, agora aquele outro amigo em comum, o ladrão que roubou a casa e as roupas, pois é, esse sujeito, além de ladrão, também traficava cocaína e macaonha, ele havia acabado de comprar um bar de fachada para vender droga, uma vez o meu primo e o Chantilly, estavam passeando com o Jeep da namorada do meu primo eles pararam o Jeep na porta deste Bar , para tomar uma cerveja, o Chantilly não bebia mas gostava de acompanhar o meu primo tomando refrigerante, o traficante os recebeu com toda atenção e cortesia, lhes serviu uma cerveja e um refrigerante e deu de cortesia um papelote de cocaina para eles dizendo:
Tome cortesia da casa, fica pela blusa que peguei sua, um presentinho para vocês.
O meu primo olhou para ele, e pensou.
Filho da puta, foi ele mesmo que roubou a minha casa.
Mas elo não disse nada, pegou o papelote e segurou na mão enquanto o Chantilly balançava a cabeça em sinal de negativo, mas o meu primo deu de ombros e foi até o banheiro, ele abriu o saquinho fez uma carreirinha na pia suja do banheiro e aspirou a droga, o Chantilly estava atrás dele dizendo para ele não fazer aquilo.
Puts , que sensação, experimenta você tem que experimentar.
O chantilly resistiu, mas de tanto que o meu primo insistiu e acabou cedendo e experimentou também. o nariz do Chantilly ficou branco de pó e o meu primo ria e dizia.
Chantilly em pó. E os dois riam mas o que eles não sabiam que essas risadas iriam se transformar em lágrimas, no futuro essa gratuidade vai custar caro.
Ele ficaram tão chapados, que o Chantilly, deixou o refrigerante de lado e bebeu várias cervejas, e cheirando cocaína até o papelote acabar, eles estavam tão loucos, que apostaram com o traficante, que ele conseguia subir com o Jeep as escadas da entrada do bar e estacionar o Jipe dentro do Bar.
O traficante aceitou e dobrou a aposta com mais dois papelotes de cocaína, e disse:
Mas tem que estar os dois dentro do Jipe. o meu primo concordou balançando a cabeça, o Chantilly, arregalou os olhos tentando dizer não, mas não adiantou, eles foram até o jipe e o meu primo pediu para o Chantilly sentar no banco do passageiro, meu primo deu a partida no carro, deu uma ré forte, acelerando forte o motor, fazendo ele roncar alto, o que fez com que saísse muita fumaça do escapamento, o ronco do motor era forte, o trânsito parou com o jipe atravessado na rua, ele acelerou forte e arrancou contra os degraus da entrada do bar, a escada tinha 10 degraus altos, os degraus eram mais altos que de comum, onde as pessoas acostumaram usá-los como banco e sentavam ali, as pessoas que estava ainda sentadas não acreditavam que ele iria mesmo fazer aquilo e quando viram o jie vindo na direção delas saíram pulando e correndo para sair da frente, o Jipe bateu no primeiro degrau e balançou forte de um lado para o outro, o Chantilly deu um grito de medo, o meu primo continuou acelerando o jipe contra os degraus, fazendo muito barulho e muita fumaça e a cada degrau superado a galera vibrava e o Chantiliy gritava e foi assim acelerando e subindo até chegar no ultimo degrau no alto da escada parando o carro dentro do bar, a galera foi a loucura o Chantilie esta rouco de tanto gritar de medo, no final eles desceram do carro e se abraçacaram e raim muito, eles olharm para o traficante que veio na direçao deles e disse:
Eu cumpro com a minha palavra. ele apertou a mão do Chantilly deixando os dois papelotes com ele, Chantilly entregou para o meu primo que devolveu um para ele, eles continuaram no bar, bebendo cheirando, mesmo após o dono do bar fechar as portas, eles passaram a noite no bar, bebendo cheirando e fizeram isso por três noites, nessas três noites o traficante deu as drogas de graça, na quarta noite foi quando todo problema começou, o traficante falou que agora eles teriam que pagar pela droga,eles não tinham um centavo, até a gasolina do jipe era a namorada que colocava, sem nenhum centavo para pagar a droga ele resolveu vender o rádio do Jipe e assim esse foi o seu primeiro furto, um sujeito se interessa pelo rádio e com o dinheiro ele garantiu a droga da semana, depois ele mentiu para a namorada, dizendo que haviam roubado o rádio do Jipe, que ele havia deixado o carro na rua e quando voltou, havia roubado o rádio e assim conforme as semanas foram passando ele foi depenando o Jipe, vendo os acessórios do carro, guincho, faróis de milha, e a desculpa era sempre a mesma, deixei o carro na rua e quando voltei roubaram tudo e assim foi até ele vender os pneus. quando a namorada ganhou o Jipe do pai era um lindo Jipe iponente com todos os acessórios de que um carro off road precisava para fazer uma trilha e assim quando ele vendeu e trocou os pneus grandes com roda e tudo, trocando por outros pneus finos com roda de ferro, o que deioxu o jipe parecendo um carro magrelo com aparencia de carro velho, a namorada sem saber o que dizer par ao pia, deu um basta e se separaou dele, assim sem ter de onde tirar o dinheiro para a droga, começaram outros problemas e sem ter como pagar ele pegou fiado do traficante e o Chantilly teve a ideia de começar a usar droga injetável para durar mais o efeito, e assim eles trocaram a cocaína por Heroína, usando o chamado baque, eles pegaram um papelote com o traficante de heroína e se trancaram no banheiro, o Chantilly instruindo de como ele deveria fazer.
Primeiro a gente ferve a droga e uma colher com o isqueiro, quando ferver a gente coloca dentro da seringa e se aplica na veia, amarando o braço para as veias saltarem, aplicamos a droga e soltamos o elástico, assim a droga se espalha rapidamente.
Quantas vezes eu vi o meu primo fazer isso depois, na minha frente, ou ouvir ele fazer isso trancado no banheiro da casa da minha avó, ele fazia isso e jogava a seringa na privada e dava descarga, ele fez isso tantas vezes que chegou a entupir a caixa do esgoto, quando o encanador quebrou o quintal para chegar no cano do esgoto para descobrir o que estava entupindo a saído do esgoto ele se deparou com um aglomerado de seringas descartáveis
, eram dezenas, eu lembro que a minha tia pedia para o encanador usar uma pá ou algo assim para retirar as seringas, com medo de que ele se picasse e se contamina-se com alguma doença, na época, na hora e no dia eu não havia entendido porque e isso já é outra história.
terça-feira, 4 de fevereiro de 2025
Heroína ou Ironia? Capítulo lll.
Capítulo lll
Essa história mexeu muito. está sendo um enxurrada de lembranças, muitas histórias vieram a tona, como um foguete, algumas boas outras nem tanto, o engraçado que tudo parece tão recente, eu lembro de quando o meu primo foi viajar com a família toda, eu lembro como se fosse hoje, o meu tio foi dirigindo a Belina vermelha, ele usava um óculos de sol Rayban de lente verde, com armação dourada, a minha tia estava no banco do passageiro, ná época ela ainda era bonitona, era charmosa, ela estava usando um chapéu e um óculos escuros, aqueles de madame, que cobre todo o rosto, o que era uma pena , ela tinha lindos olhos verdes, o meu primo sentado na janela de trás do motorista, caracterizado de surfista, no meio a minha prima, contar os detalhes vai ser covardia, não é porque era a minha prima, mas ela era bonita, ela estava usando um shortinho curto, deixando as coxas grossas,ela tinha uma pele morena e os pelo descoloridos contrastavam com a melanina, ela usava um top, que parecia um número menor, parecia que os seus peitos iam pular para fora, ela tinha uns lábios carnnudos e tinha passado um batom brilhante, os seus olhos eram cor de mel esverdeados e os seus cabelos eram negros igual de uma india, a minha prima era gostosa puta …., aiiiii, porque você me beliscou?
Fica ai falando todos os detalhes da sua prima, que ela era toda gostosona, a boasuada, a rainha da cocada preta.
O que você quer que eu fale, ela era mesmo, eu lembro disso com perfeição, usei muito essas lembranças na minha puberdade, aiii!!, de novo!!
Não precisa mais de detalhes, termina logo a história. Falou a autoritária ciumenta.
ok, onde eu estava mesmo? ah tá, vou pular essa parte, então estávamos todos na Belina vermelha novinha, do ano, na época do meu tio indo para a praia, eu estava sentado no banco de trás do passageiro com a janela aberta, parecendo aqueles cachorros com a cabeça para fora, sabe?
a minha esposa só resmungou e balançou a cabeça impaciente.
Eu adorava quando eles me levavam para passear de carro, então quando chegamos na praia, era um feriado prolongado, parecia que São Paulo todo estava na praia, como eu havia dito, éramos uma família bonita, o meu primo tinha uma pinta de surfista, bermudão de surf, ele só andava com roupa de marca, tinha o cabelo parafinado, um corpo atlético e meio magrelo, com uma tatuagem de um cavalo alado no braço, tatuagem essa que deu oque falar na época que ele fez, o meu ficou muito bravo com ele, a minha prima quando desceu do carro, foi um festival de assobio, era um tal de chamar o meu tio de sogrão, o lá em casa, etc, a verdade que ela parou o trânsito literalmente, ela não era alta, era até mediana, mediana na altura porque em gost.. ops, deixa eu te poupar os detalhes , antes que você me belisque de novo, mas ela de tirar suspiros, assobios, seios fartos, bunda grande e firme que pareciam duas bacias uma do lado da outra.
Você não ia me poupar dos detalhes? observadora.
É que essa parte não tem como pular, porque você precisa imaginar a cena agora, a minha prima tirou o shorts curto e por baixo ela usava um biquíni verde limão, entendeu, agora:
Sim posso imaginar, ela ficou parecendo um vagalume, chamando mais atenção, do que o professor em dia de prova. Que comparação esquisita, eu diria, chamando mais atenção que uma luz na escuridão.
Então, imagina a cena, ela que tinha o corpo bronzeado usando esse biquíni fluorescente, o contraste era chocante, ela sempre estava rodeada de rapazes, onde quer que fosse, a coitada não tinha paz e o meu tio também, todo mundo que passava mexia com ela, queria o telefone , saber o nome dela, o meu tio parecia, aquelas pessoas que ficam espantando mosca com as mãos, ele tinha um ciúmes gigante dela, mas esse dia a paz que ele foi procurar na praia, o pesadelo foi junto, ele tentava relaxar, sentado na sua cadeira de praia, embaixo do guarda-sol, ele havia preparado tudo para relaxar, a cadeira, o guarda-sol., uma cadeira para a minha tia do seu lado direito, um cooler cheio de cerveja, whisky, gelo e um vidro de conservas, no meio dele e da minha tia, e assim ele tentava relaxar, abria uma cerveja, pegava uma cebola em conserva, mas era só tentar abrir o vidro que aparência algum engraçadinho fazendo piadinha, sogrão e coisas parecidas, tudo isso porque a minha prima, estava deitada na esteira na areia, tomando sol à sua frente, ela estava lambuzada de bronzeador pelo corpo todo, o que deixava o seu corpo, temperado, preparado para fritar no fogo do pecado, todo homem, rapaz, e moleque e até algumas mulheres que passavam olhavam, alguns até tinham a audácia de oferecer para passar bronzeador nela, o que deixava o meu tio mais doido, mandando a pessoa ir passar na mãe dele ou na avó, etc, coitado do meu tio, não iria ter sossego,quando a minha prima ficou com o bubum virado na direção do sol, aí a coisa ficou séria, o meu tio tentava cobrir com uma toalha, a minha prima brigava e tirava a toalha, dizendo que iria deixar o bronzeado manchado, era ela tirar a toalha, que os olhares se voltavam para a obra de arte, era uma exposição chamada Sensualidade, feita com um corpo sobre óleo exposto na areia, com a composião de duas montanhas simétricas, com pinceladas da cor do pecado, dentro do movimento Explicito. Eu e o meu primo assistiamos aquela cena, e dávamos risada, o meu cansou de assistir aquela cena, pegou a sua prancha de Surf e entrou no mar, eu fui atrás, ele passou a arrebentação eu fiquei na parte rasa, só olhando ele surfar e quando olhava para a praia, onde estava o guarda-sol amarelo de uma marca de cerveja, onde o meu tio estava agitado, xingando, gesticulando espantando algumas rapazes, como se espanta mosca, o meu primo se aproximou e falou.
Vem que vou te ensinar a surfar. ele chegou do nada depois de pegar uma onda que eu não estava vendo.
Eu não sei nadar. Respondi, mas louco para tentar.
Você aprende vem não vou te deixar cair e cair eu te pego.
ok. Concordei balançando a cabeça.
Eu deitei na prancha com a barriga para baixo e agarrei nas laterais igual um gato arisco, enquanto ele me empurrava mar adentro, contra as ondas, fomos até o fundo, ele virou a prancha a favor da onda e encaixou a prancha em uma onda que se formava, pegamos um Jacaré com a prancha, a sensação foi muito boa, fomo até a beirada da praia.
Gostou?
Adorei. Disse eu rindo.
ele deu muita risada, mas uma confusão nos chamou a atenção no guarda-sol, o meu tio estava discutindo e empurrando alguns jovens, o meu primo correu para ajudar o pai e eu fui atrás.
O meu primo chegou na voadora, levantou areia para todo lado, o meu tio ficou assustado, não sabia se coçava a barriga ou a careca, a minha tia pequenininha que resolveu a situação como uma Leoa, ela xingou todo mundo e botou ordem na casa, os rapazes foram embora e a minha tia fez a minha prima se sentar na cadeira de praia e se comportar, enquanto a minha tia se sentava na toalha no lugar onde a minha prima estava antes.
Eu e meu primo voltamos para a água, ele foi para o fundo do mar novamente com a prancha e voltou surfando, eu fiquei até onde me dava pé só assistindo, meu primo se aproximou e brincamos de jogar água um no outro, ele resolveu tirar o shorts e rodar acima da cabeça.
Faz o mesmo, vai tira o shorts.
Eu tirei o meu shorts e fiz o mesmo, mas o meu primo pegou o meu short e jogou na onda brincando achando que iria conseguir pegar a tempo antes do mar levar embora, mas o shorts afundo e sumiu.
E agora eu vou ficar pelado, como vou sair?
O meu primo deu risada e falou.
Calma eu trouxe um shorts a mais vou buscar lá no carro.
Ele colocou o shorts dele e foi até o carro e eu fiquei pelado dentro da água abaixado para ninguém me ver pelado, ele demorou para voltar de propósito, mas quando ele chegou me trouxe um short que ficou gigante em mim, tive que amarrar um uma linha de pesca que achei jogada na areia, estávamos saindo da água quando olhamos na direção de onde estava o meu tio, ouvimo sum alvoroço ao nosso lado, a minha prima havia decidido entrar na água, havia um pessoal assanhado mexendo com ela, não tinha como ter paz e curtir a praia em paz, a minha prima arrastava multidões, meu tio se encheu e decidiu ir embora, então voltamos para casa, voltamos cedo da praia, quando chegamos na casa a minha tia deu grito.
A janela está aberta! haviam arrombada a janela do quarto e roubaram um monte de coisa, estava tudo bagunçado, levaram várias coisa de valor, roupas do meu primo e da minha prima, fato esse que foi crucial, porque depois de alguns dias, estávamos eu e o meu primo empinando pipa e avistamos um bandido conhecido na região passando na rua usando uma camiseta que era do meu primo e ele foi tirar satisfação com o bandido e perguntou.
Onde você arrumou essa camisa?
O bandido falou que não existia uma só camisa igual aquela, que o meu primo estava equivocado, conversa vai e conversa vem, o meu primo acabou virando amigo daquele bandido e aí as coisas começaram a mudar, e o meu primo era sempre visto andando com a galera do mal e assim começou a ter comportamentos ilícitos e a porta de entrada para as drogas, eu via sempre ele fumando maconha com os caras mais velhos no campinho e quando ele via, fazia um gesto com um dedo na boca para não contar nada a ninguém e me ameaçava para não contar para a minha avó ou para a minha tia e principalmente para o meu tio. Eu gostava de estar com ele, mas aí começamos a nos afastar, a minha percebeu que eu não ia mais na casa dela e que eu estava sumido, então um dia ela foi até a casa da minha avó me convidar para ir com eles no clube e assim lá fomos nós na Belina vermelha para o clube, o meu tio dirigindo a minha tia no lugar dela, o meu primo na janela, a minha prima no meio e eu na janela como um cachorro com a cabeça no vento. Quando chegamos no clube, como eu era convidado e não era sócio, eu não podia ter acesso às piscinas, mas a minha prima deu um jeito, ela estava com aqueles biquínis fluorescente, dessa vez era laranja, era um pouco menos chamativo que o verde limão, não contratava tanto com a sua pele como o outro biquíni, mas isso não quer dizer que os homens não iriam ficar babando por ela, é aí que a vaca torce o rabo e o tatu come terra, ela foi até os salva vidas que controlavam o acesso às piscinas e como não quer nada puxou assunto, ela não precisava nem falar era só olhar ou passar por eles, mas ela foi simpática até demais, porque ela também gostou do salva vidas, e quando os salva vidas se distraiam com a formosura da minha prima, não prestando atenção em mais nada deixando o caminho livre para que eu aproveitasse a distração para eu entrar nas piscinas, passei pelo outro lado da catraca despercebido, na verdade nessa hora passava uma boiada, a minha prima foi um boi de piranha, não vou dizer que ele foi uma vaca de piranha, isso soa estranho, eu gosto tanto dela, não quero ofende-la e assim enquando ela distrai os olhares gulosos eu corri e pulei na piscina, como nãoconhecia a piscina, pulei bem na parte funda, comecei a me afogar, mas para a minha sorte o meu primo já estava na piscina e salvou.
Você está doido pulando assim na parte funda? Mas está bem hoje eu vou te ensinar a nadar,você vai aprender a nada para podemos ir pegar onda junto.
Eu só escutava e balançava a cabeça, e assim ele me ensinou a nadar, eu pulava na piscina ele vinha e eu agarrava no pescoço dele, ele me levava no fundo da piscina e me impulsionava para cima e pedia para eu bater os pés e as mãos, depois me segurava e ficamos brincando assim por um bom tempo, depois de beber um pouco de água da piscina, foi assim que aprendi a nadar, nesse dia eu fiquei o dia inteiro na água, com medo de sair e depois não conseguir entrar de novo, fiquei tanto tempo na piscina que a minha pele estava toda enrugada, eu guardo essas lembranças com carinho do meu primo, porque depois que ele se envolveu com as drogas daí para frente foram só histórias tristes, o meu tio descobriu que ele estava usando droga, ameaçou de colocar ele para fora de casa, depois de descobrir que ele havia roubado várias coisas dentro de casa e do apartamento da irmã, na época a minha prima havia conhecido um cara cheio da grana e se casou com ele da noite para o dia e foi morar com ele em um apartamento bacana, onde ela tinha do bome do melhor, o marido dela a tratava como uma rainha, ela estava muito feliz, mas ..como tudo na vida não são só flores, um dia a minha prima foi viajar com o marido e deixou a chave com a minha tia para ela cuidar do cachorrinho, o meu primo descobriu e percebendo a oportunidade, pegou a chave escondidofoi até o aprtamento da irmã efurtou alguns objetos paa vender ou trocar por drogas e quando a minha prima voltou de viagem e encontrou o aprtamneto bagunçado e faltando alguns objetos de valor, questionou o porteiro do prédio, que confirmou a suspeita dela, que as unicas pessoas que estiveram lá foram a mãe dela e o seu irmão, o marido da minha prima ficou furioso e já juntou uma coisa na outra e lembrou de uma vez que eles foram para praia com ele e ficaramno apartamento dele, foi toda a familia, a minha prima no carro do marido e a minha tia o meu tio e meu primo na Belina vermelha, e no dia seguinte depois que eles estava lá, havia sumido alguns toca fita e objetos de valor de alguns carros do estacionamento do prédio, na época um dos porteiros do prédio até mencionou que a pessoa que estava mexendo nos carros parecia com o meu primo, mas a minha prima e o marido dela na época acharam aquilo um absurdo e falaram que o porteiro estava equivocado, mas na verdade o porteiro estava certo, mas dessa vez ele passou dos limites roubando a própria irmã, mas isso era só o começo. quando o meu tio soube do caso, a atitude dele foi de internar o meu primo para tentar recuperá-lo, para tentar se livrar das drogas, conseguiu interná-lo, mas ele sempre fugia e voltava para casa e fazia pior, cada vez foi ficando pior, internava, fugia voltava para casa e fazia tudo de novo, até que o meu tio perder a paciência e o colocou para fora de casa, a minha tia para não deixar o filho morando na rua foi juntar resolveram ir morar na casa da minha avó, onde eu também morava, e aí acabou a minha paz e começou a minha tristeza.
A partir daí eu já sei um pouco da história triste e abusiva. comentou a minha esposa que escutava eu lembrar dessas histórias.
sábado, 1 de fevereiro de 2025
Heroína ou Ironia? Capítulo ll.
Capítulo ll.
Se eu estou em choque imagina ela, as lembranças vem tudo como um trem descarrilhado, tudo vem a tona, cada detalhe, eu o perdoei, perdoei em vida de tudo que ele me fez, ferrou com a minha vida, mudou o destino da minha vida, quase me matou, mas ele era como irmão mais velho para mim, se não fosse as drogas, teria sido tudo diferente, ele mudou o seu destino, o meu da irmã, da família toda.
Ele sempre teve de tudo, porque o pai e a mãe dele, sempre faziam todos os seus gostos, atendiam tudo o que ele queria, estudou nos melhores colégios, tinha do bom e do melhor, tanto que conforme ele ia crescendo as suas roupas ficavam para mim, roupas de marcas famosas, às vezes novas quase sem usar, nessa época eu era considerado o ovelha negra da família, a vida é muito louco, nunca sabemos do nosso dia seguinte, por isso nunca julgo ninguém, não julgo para não ser julgado. Eu tenho muitas lembranças com ele, a primeira lembrança que veem na memória, é a de 1978, de quando o Corinthians foi campeão paulista por 1x0 em cima do Santos, com o gol do Palinha eu ele saímos como uns loucos comemorando pelas ruas gritando e carregando uma bandeira do Corinthians, enquanto muitos fogos de artifícios explodiam no céu, foi uma grande festa as pessoas buzinavam os seus carros, gritavam e nós dois corríamos flamejando a bandeira, na época eu tinha apenas seis anos e ele já tinha dez anos e iria fazer 11 anos, ele fazia aniversário em dezembro, e eu lembro que no seu aniversário que foi comemorado na casa da minha avó onde eu morava na época, eu tinha um triciclo de ferro e ele pegou e tentou andar nele, mas ele era muito grande e pesado para o brinquedo fazendo o brinquedo quebrar, separando a roda da frente das duas traseiras,a minha mãe escuotu o barulho e correu para o quintal e viu o brinquedo quebrado, ela brigou comigo pensando que tinha sido eu que tinha quebrado, depois que ela entrou o meu primo deu risada e teve a ideia de encaixar uma tábua comprida de mais ou menos um metro e meio, na parte que quebrou o do triciclo e montamos na tabua nos dois e desciamos a rua onde a minha avó morava, eu na frente e ele atras me segurando, descemos diversas vezes, até que de tanto encaixar e subir e decer a tabua se soltou e o ferro onde estava encaixado no triciclo, escapou e enfiou no meu pé, varando omeu pé, era sangue apra todo lado, lembro da familia toda tentando me acudir e lavando meu pé no tanque de lavar roupa, eu não lembro da dor, mas tenho a cicratriz até hoje, bem no meio do peito do pé, essa é uma das minhas lembranças que tenho antes dos meus pais se separarem e eu ir embora com a minha mãe e aí só retronaria depois de 3 anos, porque a minha mãe me lvou com ela quando se separou e aminha avó e o meu pai não sabiam por onde eu andava, eles me procuravam, junto com o pai do meu primo que tinha carro e saima por ai tentando me encontrar, as vezes o meu primo ia junto, até que um dia o meu tio, ele encontrou os irmãos da minha mãe e combinram de me levar para ver o meu pai e aminha avó, e assim eles fizeram e combinaram de se encontrar em uma feira livre, eu lembro daquele dia como se fosse hoje, eu estava parado com uma mala em uma barraca de pastel, comendo o meu pastel de palmito e de repente apareceu uma senhora chorando, me agarrando e me abraçando, eu olhei para a minha mãe, que pediu para que eu fosse com ela e que depois do final de semana ela iria me buscar, eu fui embora com a minha avó e quando cheguei na casa dela a primeira pessoa que vi foi o meu primo, que me esperava no portão, antes mesmo de ver o meu pai, ele estava lá, lembro que jogamos bola, empinamos pipa, lembro que subimos na laje do fundo onde havia uma caixa d'água, e o meu primo subir em cima dela e a tampa se quebrar e ele cair dentro da caixa d'água, me levando junto, porque ele tentou se agarrar em mim, dois ficamos encharcados, a minha avó apareceu na janela do quarto dela que ficava nos fundos da casa, gritando e preocupada.
O que aconteceu? Perguntou ela.
O priminho caiu dentro da caixa d'água, tentando pegar um pipa vó, eu estava ajudando e acabou caindo junto, para a minha avó não brigar com ele e a coitada acreditando nele , só perguntava.
Não se machucou ?
Eu balancei a cabeça dizendo que não, enquanto o meu primo só me olhava esperando que eu confirmasse a história e essa foi a segunda vez que ele colocou a culpa em mim, isso era só começo, me colocando como culpado da situação, porque depois desse dia, estávamos eu e ele empinando pipa na casa dele e ele resolveu subir no telhado da vizinha e quebrou as telhas fazendo muito barulho, a vizinha foi reclamar com a minha tia e ele falou que fui eu, mas eu não ligava eu gostava da companhia dele, eu o via como um irmão mais velho e assim eu decidi ficar e morar com a minha avó, não voltei morar mais com a minha mãe eu não me dava bem com o meu padrasto e então decidi morar com o meu pai e a minha avó e assim sempre estávamos juntos ele já tinha 13 para 14 e eu 9 para 10 anos, então como eu estava falando, eu gostava muito de pipa e sempre que pegava um pipa bonito ele pegava para ele, como esse dia que ele falou que havia sido eu que quebrei as telhas da vizinha, estavamo eu ele em cima do lage da casa dele, ele com um pipa grande ebonito e eu com pxinho pequeno, veio um pipa boiando cortao cheio de linha, ele tentou aparar o pipa e perdeu o dele, eu mesmo com um pipa pequeno consegui aparar os dois pipas para trazer para nós, mas os pipas se enrolaram e começaram a rodar, nos puxamos rapido para conseguir trazer até as nossa mãos, e assim quando estava bem pertino, havia linha pela laje toda, pisando com cuidado para não estragfar toda aquela linha, vacilamos quandoestava pertinho e os pipas se enroscaram na antena de televisão da vizinha, então ele decidiu subir no telhado da vizinha para pegar os pipas e pulo da laje no telahdo quebrando várias telhas, ele deu de ombro e continou subindo no telhado quebrando mais telhas até alcançar a antena onde estavam os pipas, a vizinha ouviu aquele barulhão e saiu para ver o que tinha acontecido, quando ela saiu eu estava olhando para ela, ela me viu e disse que estava indo reclamar para a minha tia e assim ela fez, dizendo que havia me visto pulando do telhado dela para a laje, eu não tinha nem tamanho para conseguir pular e alcançar o outro telhado, diferente do meu primo que era alto e magro, mas ninguém cogitou isso para me defender e o meu primo ficou quietinho deixando que eu levasse toda a culpa sozinho, a minha tia ficou muito brava comigo, brigou comigo e me mandou ir embora para a minha casa, no fim o meu primo ficou de inocente e ainda ficou com o pipas para ele, essa foi a época de criança, conforme íamos crescendo e as roupas dele ficando para mim, como ele era alto alguma ficavam enormes em mim apesar dele sempre me ferrar, eu sempre estava com ele, nós viviamos se metendo em confusão, encrencas e eu levando a culpa, mas sempre junto com ele, mas tinha uma coisa, ele nunca deixava outros meninos mais velhos me bater, sempre me defendia, como uma vez estávamos brincando com serpentinas deixadas em um carro de escola de samba abandonado na rua após o desfile da escola Camisa verde ebranco, o carro estava to enfeitado com fitas metálicas douradas, assim a criançada toda, apanhava a fita, amarrava uma pedra, rodava e jogava para o alto, e começamos a competir para ver quem conseguia jogar mais alto, então eu peguei uma pedra maior, amarrei e comecei a rodar com toda força, que a fita se arrebentou e acertou a testa deum menino mais velho, a pedrada foi tão forte, que machucou e escorria sangue da testa do menino, o menino queria me bater por causa disso e correu atrás de mim, mas o meu primo não deixou e me defendeu, está vendo, era um gráfico com altas e baixas.
É como você lembra disso tudo? perguntou a minha esposa.
Eu lembro de muita coisa, parece que foi ontem e agora com a morte dele veio tudo à tona.
ok, chegamos nos seus pais para almoçar, vou deixar o carro na porta deles, não tem vaga e vê se não fala mal do meu primo, tenha respeito agora que ele faleceu.
Oxi , agora que morreu virou santo, pois eu falo do jeito que for.
Eles entram pelo portão do quintal fazendo muito barulho, a mãe dela abre a porta da sala e antes mesmo de beijar a mãe ela vai dizendo.
Oi, mãe lembra do primo do meu marido?
Qual deles ? pergunta a mãe.
O Drogado que estava de cama, que antes de ficar de cama roubava todas as coisas que eu dava para o meu namorado.
Eu só olhei para ela, como se quisesse dizer é melhor não ter pedido ou dito logo ele está no inferno agora.
Sim filha, o que tem ele?
Então faleceu agora a pouco.
Oxxi, como foi isso, ele estava internado no Hospital?
Não morreu engasgado.
No hospital?
Não mãe na casa dele, enquanto a irmã estava dando o almoço para ele,
Morreu engasgado com a comida, que coisa, eu pensei que tinha sido no Hospital porque ele tinha Aids.
Não foi ele que levou tiro, facada, foi preso? pergunta o meu sogro se aproximando.
Sim pai.
Mas ele estava no Hospital?
Não morreu engasgado em casa.
Que coisa e morreu engasgado, que vida louca é essa, o sujeito sobreviveu a tudo isso, por isso pensei que estivesse no hospital, para morrer em casa engasgado.
Você vê como são as coisas.
Quanto tempo tem que ele estava acamado?
Quase trinta anos. eu falei
Não foi a mãe dele que faleceu recentemente.
Sim Sogra, foi ela, faz seis meses .
Vixxii e a irmã que estava cuidando dele?
Sim.
Coitado, que livramento, agora ela descansa. fala a Sogra.
Mas ela vai perder a pensão que ele recebia, eles estavam sem dinheiro, agora piorou. Falou a minha esposa deu para perceber né.
Está vendo seu doido, ela só tinha a perder, porque ela iria querer matar o irmão.
Matar ele, porque, não morreu engasgado? pergunta o Sogro.
O meu marido e a minha filha estão achando que a irmã matou o irmão, porque não aguentava mais cuidar dele.
Não é lógico que ela não iria fazer uma coisa dessa, ela era tão boazinha, eu lembro dela, porque você acha isso. diz a Sogra.
Não sei, ela estava muito estranha, não estava chorando, inquieta e irritada.
É lógico seu louco, ela ainda devia de estar em choque, o irmão dela havia acabado de morrer na frente dela maluco. não preciso dizer de quem é essa fala né?
Eu acho que foi um alívio para ela, mas não ela não teria coragem de fazer uma coisa dessa. Disse a Sogra.
Os dois acham que ela perdeu a cabeça e enfiou um monte de comida na boca dele, depois de perder a paciência com ele e quando percebeu o que tinha feito, titubeou ou deixou acontecer percebendo a grande chance de ouro de se livrar daquele problema.
Eu acho que não, apesar dele estar muito gordo e pesado, o que iria dificultar para ela poder desengasgar-lo ou tentar a manobra de Heimlich, ela não tinha força para fazer isso sozinha, ela era muito pequena perto dele, não iria conseguir levantá-lo e colocar os braços ao redor dele, do abdômen, a barriga estava enorme e ainda ter força para apertar a região epigástrica.
Epi o que:
Epigástrica, pesquisei no Google. eles dão risada.
É porque ela demorou tanto para chamar a vizinha ?
Porque estava em choque filho de Deus. Sabe quem é né caro leitor?
E se ela estava fingindo que estava em choque?
Pode ser mãe. Com a mãe ela é bem mais educada.
Ah! Desisto de vocês, até eu já estou entrando na de vocês, agora só falta você pai, achar isso, o que você acha?
O pai levanta a sobrancelha.
Ah não você também, ahhaa, vamos mudar de assunto, jogar baralho, jantar, que eu não aguento mais esse assunto.
Mas ela não saberia como fazer. diz a Sogra atrasada do assunto, pensando alto.
É parece que esse assunto vai longe
Heroína ou Ironia? Capítulo l.
Heroína ou Ironia?
Capítulo l.
Era uma manhã chuvosa, estava me exercitando no
fundo quintal, pensando nos meus problemas e de como iria resolve-los, pensava
comigo, para tudo na vida existe uma solução, só não existe solução para a
morte, um vento frio e forte veio do corredor da casa e refrescou o meu suor que
escorria pelo meu rosto, o telefone tocou no mesmo momento que o vento soprou,
alguns passarinhos que estavam empoleirados na antena do vizinho voaram, pensei
comigo quando o telefone fixo toca ou é trote, ou alguem querendo te vender alguma
coisa, plano funerário ou mudar de plano e de operadora, um novo pacote de
dados, aqueles golpes de uma pessoa chorando dizendo, mãe ou pai dependendo de
quem atender, mãe, pai me pegaram e eles estão querendo dinheiro para me
liberar, e se o pai ou mãe disser o nome do filho ou da filha, o golpe está
feito, uma pessoa do outro lado da linha assume o telefone dizendo o nome do
filho ou da filha , com uma voz ameaçadora, pedindo que se pague para liberar a
pesoa, caso contrário eles vão matar ela, de 100 % desses golpes 99 % não
dão certo, mas quando eles pegam uma idosa ou um idoso, acabam tendo exito e
extorquindo a pessoa, tirando tudo isso o que resta é a má notícia, quem ainda
usa telefone fixo e porque ainda tenho telefone fixo, tenho celular e hoje em
dia ninguém mais liga , é tudo por Whatsapp, o telefone tocou por algumas vezes,
demoramos para atender, eu estava no fundo do quintal a minha esposa no quarto e
a minha filha no quarto dela, o telefone ficava na sala, ninguem queria atender
achando que se tratava de trote como sempre ou alguem vendendo algo como disse, a
minha esposa não aguentou o a persistência do telefone tocando e desceu para
atender, xingando, dizendo que eramos folgados, etc, etc, ele pega o telefone
vermelho, tira o fone do gancho. o fio enrolado vai esticando até chegar na
orelha. Alô ! e em seguida ela exclama com um sonoro. Oi!. logo deduzi que não
era golpe ou alguém vendendo alguma e só podia ser uma coisa: - Má notícia! Então a
minha esposa me gritou, eu queria dizer chamar, mas seria muito normal, no caso dela a
vizinhança inteira escutou ela me “chamando” eu já estava indo em direção dela
quando ela gritou novamente. Calma, já estou aqui. É a sua tinha Dinha. Eu
peguei o telefone da mão da minha esposa que me olhava com aqueles dois olhões
azuis, curiosa para saber o que tinha acontecido. Oi, tia! Oi sobrinho! Oi,tudo
bem, aconteceu alguma coisa? O Edu faleceu. Que Edu? Não é o meu não, é o da Tia
Xuxu. Eu não sei direito, falei com a irmã dele, ela me ligou e pediu para
avisar toda a família aqui em São Paulo, como ela está lá no nordeste, é o
mínimo que poderia fazer para ajudar. Mas como aconteceu, como foi isso? Como
falei, eu não sei direito, ela ligou muito rápido, falou que havia acabado de
acontecer, não falou coisa com coisa, só dizia “eles estão lá dentro eu estou
aqui fora, demorou muito, a vizinha estava comigo” eu não entendi nada, acho
melhor você falar com ela, não sei mas acho que ela estava no Hospital. Ok, tia,
vou ligar para ela ou vou mandar uma mensagem pelo whatsapp ou tentar ligar para
ela, não sei se ela vai estar em condição de falar, porque pelo o que a senhora
disse acabou de acontecer. Isso, faz isso e depois me passa mais detalhes,
porque como ela está lá longe é ruim e coitada, perdeu a mãe acho que não faz
nem seis meses e agora perdeu o irmão, ela deve de estar arrasada. A minha esposa
sinalizava, gesticulava para saber detalhes do que havia acontecido, só faltava
entrar no telefone para saber. OK, vou ligar, mas e a senhora, tirando isso
agora de resto está tudo bem? Sim , estamos todos bem, eu levo e busco a minha
netinha na escola todo dia, é a minha vida e o meu tesouro, a mãe dela só
trabalha, coitada trabalha dia e noite, os outros meus filhos me ligam ou dão
uma passada rápida aqui, e você? está melhor?também vai fazer um ano que o seu
pai faleceu, já está melhor? Sim, estou melhor, mas não é fácil perder alguém
assim, por mais que estejamos preparados para o pior, achando que a morte, no
caso de uma pessoa doente e debilitada seja a solução, a saudade que fica dói e
tudo lembra a pessoa, eu não sei se te falei, mas eu joguei as cinzas do meu pai
lá no Estádio do Corinthians, foi muito emocionante, eu estava jogando as
cinzas, veio um vento e levantou as cinzas como um moinho de vento, que veio
tudo ao meu encontro , ficando sobre a minha roupa e pele, e nesse momento os
altos falantes do Estádio anúncio bem alto, “ Vai Corinthians!” acho que alguém
me viu depositando a urna com as cinzas na árvore nos fundos do Estádio e me
ajudou com essa homenagem foi emocionante, nesse momento parece que eu senti ele
feliz e falei assim , é você gostava mais do Corinthians do que do seu próprio
filho, e senti um sensação de felicidade, foi muito legal. Para ele, era Deus no
céu e o Corinthians na terra, mas liga para a sua prima e me avisa. Está bem,
sim vou ligar para ela . Isso liga e manda um beijo para as meninas aí, beijo
para você também. Desliguei o telefone porque a minha esposa já estava tendo
cãibra de tanto que sinalizava querendo saber detalhes, fazendo gesto para
desligar rápido, quando desliguei o telefone as duas juntas perguntaram. Morreu
como? Ainda não sei, vou ter que ligar para ela, para saber mais detalhes. ok,
liga, vai liga. ela estava mais curiosa do que eu para saber o que tinha
acontecido. ok, deixa eu tentar pelo whatsapp para saber se ela pode falar,
porque o celular como ligação perdeu sentido, mas tentei assim mesmo, fiz uma
ligação convencional sem usar o aplicativo, o telefone, tocou, tocou e tocou e
nada da minha prima atender, tentei várias vezes e nada, então mandei mensagem,
depois de tentar da forma tradicional de fazer uma ligação interurbana e apesar
de não lembrar direito como fazia isso, porque a ligação não completava e ainda
informava que o número não existia ou estava errado, nessa hora esposa já estava
sem paciência, não que isso fosse o forte dele, paciência era uma palavra que
não existia no vocabulário dela, ela tomou o telefone da minha mão. Deixa eu
tentar, você é muito lerdo, está fazendo errado, não sabe nem usar um telefone,
desaprendeu, só sabe usar mensagem, acho que nem sabe o número do seu próprio
telefone, deixa eu tentar com o meu telefone, pegou o número da minha prima no
meu telefone e discou e recebeu a mesma mensagem, “esse número de telefone não
existe ou está errado” como está errado, eu digitei certo, essa máquina está
errada que porcaria. Tomou sabichona? Agora você vai querer brigar com a
Inteligência artificial? Falei rindo e tirando sarro, ela arregou os olhões
azuis e fechou a cara e fez uma cara de poucos amigos. Tentei novamente pelo
Whatsapp e nada , então decidi mandar uma mensagem de Voice,mandei a primeira
mensagem, quando eu estava fazendo a segunda mensagem para falar o que tinha
acontecido, apareceu o símbolo de um telefone me ligando no meio da tela , era a
minha prima me ligando de volta. Oi prima, o que aconteceu? O meu irmão acabou
de falecer, a tia te ligou? agora está todo mundo me ligando, por isso não
atendi. s Sim , ela ligou, mas o que foi que aconteceu, a tia falou que ele
estava no Hospital. Não ele não estava no Hospital, a tia entendeu tudo errado,
ou coitada eu estava confusa também, acho que ele perguntou isso e eu falei, ah
não sei , ainda estou confusa, ele estava no quarto assistindo os gols do
Corinthians no Globo Esporte e eu estava dando comida para ele e derrepente ele
se engasgou. No hospital? perguntei novamente, porque não entendi se era no
quarto do hospital . Não esquece o hospital, foi em casa mesmo, ele estava vendo
televisão enquanto eu dava comida para ele, e queria comer e não queria perder a
reprise dos gols do Corinthians, mas também ficava pedindo comida que já estava
passando a hora de comer, que aquela hora a minha mãe já tinha dado comida para
ele e ficava gritando para dar comida e sair da frente da televisão. Ah tá,
achei que você estava dando comida para ele no hospital, a tia que falou que
estava no hospital, pensei que havia acontecido alguma coisa e ele havia sido
socorrido e levado para o hospital. Não esquece o Hospital, foi aqui em casa
mesmo, foi agora a pouco, na hora do almoço, uma hora atrás, a vizinha viu o meu
desespero e sai correndo pedindo ajuda, eu estava dando comida para ele e nessa
luta de dar comida e sair da frente da televisão ele se engasgou, começou a
ficar roxo, eu sai gritando pedindo ajuda, ligaram para o resgate, mas eles
demoraram para chegar, demorou mais de 24 minutos para chegarem, quando
chegaram, tentaram de tudo lá dentro, eu não quis mais entrar e fiquei aqui fora
esperando, mas infelizmente ele não resistiu e faleceu, mais de vinte minutos
sem oxigênio, não resistiu e faleceu. A vizinha viu todo o meu desespero, ela é
minha testemunha, que fiz tudo o que podia, ela viu, ela viu, ela está aqui quer
falar com ela? droga as pessoas não param de me ligar. Não, deixa, vou te deixar
refletir, depois a gente se fala, que fatalidade, pensei que ele estava no
hospital e havia acontecido alguma coisa. Não foi no hospital. Sim entendi, eu
te ligo. Tá bom! ok, se precisar de alguma coisa daqui, me avisa. Ok, tchau! E
ela desligou o telefone bruscamente! E aí o que aconteceu, ele estava no
Hospital? perguntou a minha esposa. Não, ela estava dando comida para ele e ele
se engasgou. No Hospital? Não, em casa, porque se fosse no Hospital eles teriam
socorrido ele, não teria morrido, eles são treinados e sabem fazer aquela
manobra de nome complicado, como é o nome mesmo? Heimlich! disse a minha filha e
continuou. Está muito estranha essa história. Eu também achei, ela não estava
chorando, estava muito nervosa, fria, ela não é assim, será que ela matou o meu
primo? Acho que não, ela não faria isso, conhecendo ela bem , ela é do bem.
disse a minha esposa. Eu pensei a mesma coisa pai, depois que a sua tia faleceu,
quanto tempo faz isso mesmo, acho que alguns meses, nem ano não é isso? Sim, faz
seis meses, pouco tempo, acredito que ela não estava aguentando mais cuidar do
irmão, gordo, acamado e chato, ter que trocar fralda, dar comida, banho, ficar a
disposição, fazer tudo o que a minha tia fazia, a minha tia já estava velhinha e
coitada, dava conta do recado, fez isso por mais de trinta anos e aguentou
calada. E você acha que a sua prima não aguentou nem seis meses? pergunta a
minha esposa. Coitada, ela pode ter perdido a paciência, não tinha a mesma
obrigação e paciência que a minha tia, porque ele ficava gritando querendo
comida, água, ligar a televisão, mudar de canal, aumentar o volume ou desligar,
acender a luz, apagar a luz e quando não atendia o que ele queria, ficava
gritando sem paciência, isso é para deixar qualquer um louco. Nossa a sua tia
foi uma guerreira, quanto tempo ela aguentou isso tudo coitada, isso é mãe de
verdade, diferente da minha sogra que largou o filho dela a Deus dará. Pronto
tinha que falar da minha mãe. Tá desculpa eu sei que isso não é hora para falar
isso, mas é verdade só uma mãe para aguentar isso, a sua prima não tinha
obrigação disso, apesar de ter sobrado para ela depois que a sua tia faleceu,
uma irmã não é uma mãe, não faz o que uma mãe faz, quer dizer nem todas mães
também, têm certa mãe que acredito que não faria isso, largaria o filho pelo
primeiro macho que aparecesse e deixaria na cas da avó para ela cuidar. Pô você
não falou que não ia tocar nesse assunto. Tá, tá bom, mas ela não estava
tentando achar uma casa de repouso para colocar ele, ou internar, internar essa
palavra me lembrou outra história. Você é difícil, sim, sim ela estava tentando,
mas ela estava esquisita no telefone, estava fria, estava dizendo que a vizinha
era testemunha como um Álibi. É mas se ela fez isso, ela não tem culpa , quem
procurou tudo isso foi o seu próprio primo, não nasceu assim, quem mandou ele
usar tanta droga. Sim, o pior que agora a consequência disso tudo tinha ficado
para a minha prima e ela não é mãe, por mais que ela amasse o irmão e depois de
tudo o que ele fez para ela , quando era saudável, roubou todas as coisas dela,
para comprar drogas, várias vezes, mas ainda acredito que ela não fez isso
agora. Eu também, mas se ela perdeu a paciência, da seguinte maneira, ele deixou
ela tão doida na hora que ela estava alimentando ele, assim ela perdeu a
paciência e encheu a boca dele de comida sem parar, gritando igual uma louca,
come, come desgraçado ingrato, toma come, come e morre engasgado, mas quando
percebeu o que tinha feito, já era tarde, e o meu primo engasgado tentando
respirar,ela deve de ter pensado, oportunidade de ouro de unir o útil ao
agradável, ninguém iria desconfiar que ela o matou, se ele morresse engasgado,
ele sempre comia semi deitado e nessas situações ninguém iria suspeitar dela,
era chance de se livrar desse fardo que estava acabando com a vida dela, que
sempre foi um fardo na vida dela, acabou com o primeiro casamento dela, tomou
toda atenção da mãe dela para ele. Procura aí filha, como matar uma pessoa
engasgada no Google! Eu não pai, depois isso fica no meu histórico, e a polícia
vai achar que estou tentando matar alguém. Para de besteira vocês dois e vamos
logo almoçar. Capítulo ll.
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