Trying to be an artist, but I'm better at being a thug. Tentando ser artista, mas o destino é ser vândalo.
segunda-feira, 26 de julho de 2021
sábado, 24 de julho de 2021
quinta-feira, 22 de julho de 2021
domingo, 18 de julho de 2021
sexta-feira, 16 de julho de 2021
Torre de Subsistência.
Torre de Subsistência.
O senhor Jorge sentado na sua cadeira
de balanço na varanda da sua bela casa no Morumbi, observa o seu filho de
quatro anos brincando no gramado do seu jardim ao lado da piscina. Ele dá uma
tragada no seu charuto Cubano de U$ 100 cada, solta a fumaça se debruça e
apanha a sua taça de vinho francês, dá uma golada que custou mais de U$
100, deposita a taça na mesinha ao seu lado esquerdo e desastrosamente derruba
o balde de gelo espatifando no degrau da escada a sua garrafa praticamente
cheia de vinho, ele se curva-se em sua cadeira, coçando a cabeça e observa
aquele liquido tão valioso escorrer através dos degraus, até chegar a
grama do seu jardim, ele fica vermelho de raiva e diz para si mesmo:
- 1.500 dólares escorridos
nestes malditos degraus.
Ele passa mão no seu rosto, tentando se
conformar, abaixa a cabeça e quando ele levanta os olhos se depara com seu
filho Thiago lhe observando, que pelo barulho que a garrafa fez quando se
quebrou chamou a atenção do menino, que naquele momento parava de brincar com seu caminhãozinho e
o seu trator e observava o pai.
Neste
exato momento Dona Vera aparece na porta da sua
varanda atraída pelo barulho e diz:
- O que foi isso Jorge?
- O que foi? - Essa droga de garrafa
que me custou uma fortuna se espatifou, ficou em mil pedacinhos, Made in France
e eu só tinha dado um golinho, só sobrou essa taça,
foi o que me sobrou, você quer experimentar?
- Relaxa homem, você tem uma adega
cheia de vinhos, pede para a Maria buscar outra para você.
- Buscar outra? - Você pensa que meu
dinheiro é capim? - E ainda mais, mandar esta destrambelhada buscar
outra garrafa, para que? - Para ela quebrar mais uma garrafa.
- Você não consegue relaxar um
minuto, só pensa em dinheiro.
- Eu só penso em dinheiro? –
Não, eu trabalho duro para te dar todo esse conforto que você tem e você me diz
ainda que eu só penso em dinheiro.
- É isso mesmo, você é muito
ganancioso, quanto mais tem, mais quer ter, com toda a fortuna que você tem,
nem os nossos netos vão precisar trabalhar nesta vida. Mas não, você
não sabe aproveitar o que tem, só pensa em mais e mais, nem fica com seu filho
direito, e quando fica alguns poucos minutos, só fica com reclamação e
resmungando com mixaria, pois pra você essa garrafa de
1.500 dólares não é nada, é troco de pão, mas a vida anda e seu filho
está crescendo, se você não aproveitar agora este momento, nem com
todo dinheiro do mundo você não poderá comprar o tempo perdido de
detalhes da infância do seu único filho.
- A cala a boca! - Eu estava justamente
agora curtindo ele brincar, e fumando um charuto e tomando este, quer dizer
pretendia tomar antes de quebrar, foi por causa disso que derrubei a
garrafa eu não tirava os olhos dele e falando em tirar os olhos dele, olha só o
que o seu filho está fazendo.
O menino com o seu tratorzinho cavoucava a
grama e movia a grama e a terra do jardim.
Dona Vera olha e dá risada.
- Você dá risada
porque não é do seu bolso que vai sair o dinheiro para o
jardineiro vir aqui arrumar isso. Tire esse menino de lá agora!
- Se você não tirar eu tiro.
- Você não vai relar um dedo
nele, tá vendo só como eu tinha razão, você só pensa em
dinheiro, se preocupando novamente com migalhas.
Seu Jorge
olha firmemente para Dona Vera dar uma suspirada e entra xingando,
batendo a porta que dava acesso para a casa. Dona Vera balança a cabeça,
fica estática por alguns instantes e depois olha para o seu
filho que continua cavoucando a grama e dá um sorriso.
De repente ela chama o menino.
- Vem Thiago já está tarde,
vamos tomar banho.
- Maria me ajude aqui com os brinquedos
do Thiago.
Maria sai da casa pela porta da varanda
toda assustada olhando para dentro da casa chega perto da patroa e pergunta.
Oxi!!! Dona Vera que bicho mordeu
seu Jorge. Ele está lá dentro bufando feito um boi bravo.
- Deixa ele pra lá, vamos nos preocupar
com esse anjinho, que está todo sujo de terra. Bravo ele vai ficar mais tarde
quando eu contar pra ele que ele vai ser novamente pai.
- Oxi!! mais e Dona Vera, a
senhora tá prenha?
- Prenha não Maria, quem fica prenha é
bicho, eu sou uma gestante, vai chegar de conversa e vamos cuidar desse
bebezinho aqui.
Capítulo II.
O Sr. José encosta o seu carrinho de
pegar papelão no fundo do barraco, tira o seu boné surrado da cabeça, limpa o
suor com o próprio boné e o coloca novamente todo
torto na cabeça, ele leva a mão até o bolso de onde retira R$8,50 e
pensa.
– Missão cumprida, dá para
comprar o feijão e o arroz de hoje. Ele coloca o dinheiro novamente no bolso e
contorna o barraco e pela brecha de umas das ripas de madeira, que estava
mal pregada, ele observa seus cincos filhos sentados na cama de
casal, em cima daquele colchão surrado amarelado de tanto as crianças urinarem
nele. Ele tira novamente o boné, limpa o suor que escorria pela sua testa e dá
um sorriso e caminha em direção da porta, onde se depara com
a Sra. Fátima, sua esposa; ele dá um sorriso e um beijo nela e
adentra no barraco e quando os seus filhos o vê, correm todos em sua
direção. O primeiro a correr é o mais velho, que tinha seis anos que se
chama Marcos, o segundo a vir atrás é o de três anos,
Paulo, que vem cambaleando e logo atrás vem os
outros dois, Joaquim e Manuela de quatro que não entendia
nada do que estava acontecendo e todos pulavam em cima do pai fazendo
gracinhas.
Eles brincam e dão muitas risadas, ele
pede silêncio por um momento, distribui balas e doces para todos colocando o
dedo na boca, para que a mãe deles não visse, então ele se agacha e todos se
agacham também e vão todos engatinhando pelo chão de terra até a cama onde
estava um bebê de um ano, era a Marina que sem entender nada olhava firmemente
para o teto e quando o pai coloca o rosto no alcance da sua visão, o bebê solta
um sorriso e balança as perninhas e os bracinhos, fazendo gracinha, os outros
filhos que vinham acompanhando o pai se dividem dois para cada lado da cama e
brincam com o bebê junto com o pai e depois só ficam observando o bebê. Alguma
coisa peluda começa a se esfregar nele, era o par de luvas, seu cachorro e
companheiro inseparável, que tinha esse nome porque ele tinha só metade das
patas dianteiras brancas, que parecia que ele estava usando um par de meias,
mas como eram as patas dianteiras eles o apelidaram de “par de luva” ele se
vira para o cachorro e o acaricia para ele se acalmar e voltar olhar para o
bebê.
E o seu transe só é interrompido pela
dona Fátima.
- E aí José o que você conseguiu hoje”
Homi”?
José se levanta da cama e caminha até a
dona Fátima que estava preparando o jantar no fogão, azul e branco que se
destacava do chão vermelho de terra e que estava equilibrado em cima de quatro
tijolos, ele dá um abraço nela por trás e dá um beijo no seu cangote, que chega
a estalar.
- Uuu!! para com essa brincadeira, o
meu ouvido ficou zumbindo e o beijo no cangote me arrepiou todinha e tem mais
acho que estou prenha de novo, ainda não desceu para mim e já está atrasado
duas semanas.
José dá um pulo para trás, Fátima se
vira para ele para olhar o que o marido estava fazendo, ele estava se
ajoelhando no chão e se aproxima da barriga dela e dá um beijo.
- Esse colchãozinho que eu trouxe para
nós, não é que deu sorte, mais um bacuri Zinho, ô coisa abençoada de Deus e
você minha nega é uma parideira de mão cheia hein muié?
- Pois é Homi, nossa família está
crescendo.
- Se, se lembra quando nós estávamos no
sertão, lá na seca sem ter o que cume? Eu você e os nossos quatros bacurizinhos
nós vivíamos só de farinha de mandioca e cacto, até que decidimos vir embora
para São Paulo e você me prometeu, que se conseguíssemos "subriviver"
aqui, você me daria mais dois "fiu", promessa cumprida muié, graças a
promessa que fiz para "Padinho Padi" Cicero. E hoje tamo aqui com os
nossos bacurizinhos, nós temos água, comida e olha o que eu consegui hoje, não foi
grande coisa, mais dá para garantir o que come amanhã, toma segura e me dê um
abraço.
Ela o abraça e dá um beijo nele.
Vocês ouviram cambada, mamãe está
esperando mais um barrigudinho, mais uns irmãozinhos para vocês.
Todos correm e abraçam os dois, depois
eles vão até a cama e todos se deitam em volta da pequena Marina, fazendo uma
festa na cama.
Capítulo III.
Sr. Jorge estava no banheiro, ele abre
a porta do espelho e pega um frasco de plástico amarelo e pega um comprimido
para dormir, pega uma garrafa de água no frigobar, coloca a água no copo e toma
o comprimido, deposita o copo na pia, dá sete passos até a bacia da privada, se
senta na sua privada almofadada com tecido de Seda, ele pega uma revista no
porta revistas e começa a folhear a revista, onde ele se depara com uma
manchete: “Rapaz de dezoito anos é preso após assaltar um casal de namorado”
ele lê um pedaço do conteúdo da reportagem: “ O delinquente foi pego em
flagrante no ato do delito, o mesmo estava espancando a vítima exigindo que o
mesmo retirasse o seu tênis e o entregasse, quando a polícia chegou ele tentou
fugir, mas foi capturado alguns metros depois”.
- Que absurdo! - Hoje em dia não se
pode nem namorar em paz mais ou ter um par de tênis, que está muito perigoso.
Ele folheia mais algumas páginas e lê outra reportagem: “A seca no Nordeste,
força retirantes a deixarem a sua terra”, ele lê um pouco da reportagem:
“Retirantes migram para as grandes cidades a procura de sobrevivência e
emprego, famílias inteiras têm como preferência a cidade de São Paulo diariamente
essas famílias, chegam na cidade de diversas maneiras, alguns vem grande parte
a pé, chegando na capital muito desgastados.
- São Paulo é um coração de mãe mesmo,
recebe todo mundo de braços abertos, gente do mundo inteiro e do Brasil
inteiro, essa terra é abençoada é um mundo dentro de outro mundo, o problema é
quando as coisas dão erradas para essas pessoa e constroem favelas que enfeiam
a nossa cidade, alguns são mal educados e ficam pedindo esmolas nos faróis,
outros se tornam bandidos e acabam com a segurança da cidade, e lotam as nossas
penitenciárias, eu acredito que quando eles vão presos, deveriam ser
extraditado para suas terras natais e lá o governo que arque com o custo da
detenção deles, deveriam aproveitar o sertão que não produz nada, para
construir presídios lá , assim aproveitando essas terras inférteis, ou podendo
assim fazer uma troca levando os presidiários locais para lá também e no caso
dos estrangeiros , tem que ser extraditados, ou melhorando assim a vida dos
bandidos locais, seriam tratados melhor , seria tratados como humanos e não
como animais e assim eles realmente seriam recuperados para a sociedade, as
celas seriam mais vazias e os custos seriam menores e não teríamos perigo de
rebeliões como tem acontecido por causa da superlotação dos nossos presídios ,
que é consequência justamente disso, setenta por cento dos nossos presidiários
são de pessoas que vieram de outras cidades ou países .
Ele balança a cabeça e continua
folheando a revista e se interessa por mais uma reportagem, que dizia
que: “FMI empresta mais dinheiro para o Brasil” ele não lê a
reportagem e vai para a página ao lado que tinha como manchete : “ O Dólar
aumento trinta por cento do esperado este mês” na mesma página em baixo ele lê:
“ O juros para a casa própria terá um aumento entre doze por cento e
vinte por cento este ano.
Ele vira a página e o que chama a sua
atenção é a manchete de que: "Polícia Federal incinera cargas de produtos
apreendidas e uma grande carga de Soja que estava no mesmo armazém apreendida
por falta de documentação de exportação que tinha o destino final para o Japão
apodreceu e todo carregamento foi comprometido, causando um grande prejuízo.
Ele pensa que desperdiço, isso tudo poderia ser reaproveitado para as nossas
crianças nas escolas, creches, etc.
Indignado ele vira a página da revista
e na outra página a manchete era: “Exército Brasileiro é investigado por desvio
de verbas de uniformes”, virar a página: “Guerra religiosa aumenta no Iraque”.
- Chega, credo, nossa, não tem uma boa
notícia, ser humano é um lixo mesmo, bando de animais, vou usar essa revista
como papel higiênico.
Ele joga a revista na porta revista, se
limpa e dá a descarga.
Ele fica olhando a descarga e imagina:
- Isso também não está certo, é um desperdício de água, esse sistema existe a
anos e ninguém cria nada melhor para eliminar as fezes e a urina de uma maneira
mais ecológica, é lógico é muito cômodo jogar nos rios e consequentemente
poluindo tudo, é, o ser humano é uma raça de merda mesmo.
Ele dá risada sozinho e vai em direção
a sua cama rindo.
A sua esposa que já estava na cama
lendo uma revista pergunta para ele.
- Com quem você estava
falando no banheiro?
- Estava falando sozinho.
- Está ficando doido é? E do que você está
rindo?
Ele olha para ela e observa a que
revista que ela estava lendo.
- Revista de fofoca, falando da vida de
artista, só ostentação para iludir o povo, ou quem matou a Odete Roitman? – É
por isso que o Brasil está esse lixo, olha a cultura que se cultiva aqui,
mexericos da vida dos outros é mais importante do que está acontecendo no
Plenário, qual a votação que está acontecendo lá, se vão acabar com a seca no
Nordeste.
- Credo!! Eu só perguntei do que você
estava rindo?
- É isso que estou falando, eu estava
rindo exatamente dessa situação que o país se encontra, uma verdadeira casa da
maria Joana um verdadeiro circo, eu estava rindo de mim mesmo, que faço parte
dessa palhaçada, ganho milhões sonegando impostos , também polui os rios com as
minha fábricas e dou alguns trocadas para as pessoas certas ou para alguma
instituição, que não repassam nenhum centavo e tudo fica tudo certo e ainda
acho graça disso, isso não está certo, nós precisamos mudar isso, precisamos
fazer algo para mudar essa situação, eu vou investir em novas pesquisas para
descobrir, novas fontes de energia, vou investir em tudo que possa melhorar
esse planeta para vivermos melhor nele, nem que eu tenha que investir todo o
meu dinheiro nisso, mas vou mudar a maneira que vivemos, não posso ficar de
braços cruzados.
Eu tenho dó dessa geração que vem aí,
coitados, se não começar uma mudança agora , eles vão morrer de sede, vão viver
sem horizontes, só com ilusão de se tornar um jogador de futebol, precisamos
mudar isso, chega de ser o país do futebol e vamos ser um país sério.
- Por falar em futuro você vai ter mais
um Herdeiro.
- Futuro nesse país onde o futebol
alimenta a ilusão de milhares de herdeiros do carnaval, que só serve como circo
para o povo, para que esqueçam tantas falcatruas, você disse herdeiro? - Você
quer dizer herdeiro um novo filho?
- Isso, herdeiro de herança do seu
sangue do seu nome.
- Como assim, o que você quer dizer com
isso? Que vou ser pai?
- Isso mesmo, você vai ser pai de novo?
- Não, eu não acredito que você parou
de tomar a pílula, não pode ser, eu estou falando dessas situações , exatamente
isso, nas condições em que o país se encontra, que as pessoas são
irresponsáveis, e ficam colocando filhos no mundo sem nenhuma responsabilidade
e você me vem com essa agora, que está grávida, não, não pode ser, vamos
começar tudo de novo, perder noites de sono, o meu sossego e descanso, gastar
com fraldas e remédios e isso e aquilo, quarto para o bebê, mais uma babá,
contratar um decorador para o quarto do bebê , sendo que o bebê só vai usar ele
por um ano e depois ter que decorar tudo de novo, se tem um puta gasto com a
decoração do quarto do bebê e no final ele nem acaba dormindo no próprio quarto
, vai querer ficar aqui no quarto, dormindo com a gente é tudo uma ilusão e gasto
de dinheiro atoa.
- Você só pensa em dinheiro mesmo,
credo, nem em uma hora dessa não consegue esquecer um pouco do dinheiro, pensei
que você fosse ficar feliz, você é muito insensível, credo que coração de
pedra.
- Ah tá!! Desculpa, o que você quer que
eu diga? – Nossa que bom, mais uma boca para alimentar.
- Eu vou dormir no quarto do meu filho,
porque com você não tem diálogo e assim eu tenho a companhia dele e alguém para
conversar, é melhor escutar ele falando dos desenhos dele inocente do que conversar
com você todo experiente; e tem mais, dinheiro não é tudo na vida não, viu, tchau!!
Ela sai do quarto triste e ele fica
naquele quarto enorme todo decorado com as coisas mais chiques e caras sozinho.
Papai me leva junto com você no seu
carrinho para passear?
- Vamos chamar os seus irmãos também,
que pena que a Marianinha não pode ir, ela é muito pequena ainda.
As quatro crianças entram no carrinho,
todas sorridentes e saem com pai para trabalhar, o par de luvas, vinha atrás
como sempre, o fiel escudeiro, assim vocês ajudam o papai amassando as caixas
de papelão que eu colocar no carrinho, vocês desmontam e deitam em cima para
amassar, assim fica melhor para vender, fica mais compactado e mais pesado, na
hora de pesar.
Assim eles saem pelas ruas da cidade.
- Nossa papai!! Olha que casa bonita é
essa.
-É meu filho é muito bonito mesmo, deve
ser de alguém muito importante, mas olha no lixo dele tem uma bicicleta, será
que é para jogar fora.
- Vamos perguntar papai?
- É isso mesmo meu filho, vamos tocar a
campainha e perguntar se é lixo?
Seu José toca a campainha e espera
alguns segundos, até aparecer uma empregada.
- Bom dia moça, desculpe te incomodar,
mas esta bicicleta que está aqui no lixo, pode pegar?
- Se está aí é lixo né moço, pode
levar.
- É que está novinha.
- Eu sei, jogou fora porque estava
estorvando na garagem e o seu Jorge, me mandou jogar fora antes que arranhe os
carros deles.
- Posso pegar então né moça?
- Lógico e bom aproveito para o senhor.
O seu José coloca a bicicleta no
carrinho e os olhos das crianças brilham feito estrelas.
- Nossa pai está novinha.
- É filho, mas vocês viram como é bom
ser honesto, agora ganhamos uma bicicleta novinha e estamos com a consciência
tranquila e vocês podem brincar tranquilamente.
- Mas pai, porque ele jogou fora?
- Filho você é muito novo para entender
algumas coisas, com os seus poucos anos de vida, mas vou tentar te explicar ,
imagina assim: Que toda comida do mundo, seja um cacho de banana, onde a classe
mais pobre fica com uma banana para dividirem para eles e o restante fica tudo
para o rico, ele poderia muito bem vivem com uma dúzia de bananas, mas ele quer
o cacho inteiro para ele, deixando apenas uma banana para o povo, mas ele
prefere ver apodrecer do que dividir o restante, porque a partir do momento que
ele doa , ninguém mais vai querer batalhar pelo pedaço da única banana que é
destinada e o rico não ganha o cacho dele, isso se chama capitalismo, quando
ele fica com noventa e nove por cento das bananas e quando ele doa de uma forma
igual vira socialismo, mas isso é ruim para a economia do país , porque ninguém
mais iria querer trabalhar, só esperando a sua parte do cacho de banana e por
isso que eles preferem deixar apodrecer do que favorecer os pobres , muitas
vezes eles são gananciosos e deixam o povo com migalhas por ganância, por mais
que eles tenham, sempre querem mais , independente , se terão tempo nesta vida
para gastar tudo o que ganhou.
- Eu não gosto de banana papai, pode
ficar com a minha parte.
- Seu José dá uma gargalhada e resume.
- É meu filho, eu não disse para você,
que você era muito jovem para entender, mas a sua inocência, mostra que o mundo
poderia ser bem melhor, se todos fossem generosos como você.
- O que é generoso papai?
- Generoso é ser uma pessoa que doa a
sua banana para outra pessoa, por não gostar de banana e prefere doar para
outra pessoa do que vê-la apodrecer.
- Papai, eu posso trocar a minha banana
por uma maçã?
- É meu filho é aí que começa o mal do
mundo, alguém até pode te dar uma maçã em troca da banana, mas vão te dizer que
a maçã é mais cara que a banana e que você precisaria dar uma dúzia de bananas
por uma única maçã, é o que eles chamam de juros, rendimentos, é o próprio
capitalismo, que deveria se chamar espertíssimo, onde todo mundo só quer se dar
bem, só eles são os espertos, só eles querem lucrar e sair ganhando sempre,
como disse aquele moço que tem o nome do automóvel, o sr. Ford, que: quando um
esperto e um otário se encontram, é quando se fecha um acordo de negócio, ou
seja se você quiser trocar a sua banana por uma maçã, você vai ficar devendo
todas as outras bananas e vão querer te cobrar juros dos dias que você não
pagou os restantes das suas bananas e das cinco bananas que você devia, agora
eles vão querer cinquenta.
- Mas eu gosto de maçã e não de banana.
- Esse é problema meu filho, a gente
sempre quer o que não tem , sempre quer viver a vida das outras pessoas,
deixando de ser feliz com o que temos, tudo bem meu filho, eu só estou
filosofando com você e fui longe demais com os meus pensamentos, tentando te
explicar essa diferença social que sempre existiu no mundo, que em certas
partes do planeta existem crianças adoecendo por obesidade, diabetes por
consumirem doces e comida demais e em outras partes do mundo existem crianças
morrendo desnutridas, mas chega de falar nisso e vamos caminhar e trabalhar que
a mamãe está nos esperando para almoçarmos.
O menino fica olhando para o pai sem
entender nada, mas na sua inocência estava feliz, pela bicicleta que ele estava
levando para casa, não se importando se havia pago com bananas ou maçã.
- Papai, como o senhor sabe disso tudo?
- Vivência da vida meu menino.
Capítulo V
Seu Jorge olha pelas janelas e vê o Sr.
Jose colocando a bicicleta na carriola.
- Esses sangues suga, não faz nem dez
minutos que a Maria colocou a bicicleta no lixo e já estão pegando e olha só
que sujeito irresponsável, catando papelão pelas ruas com quatro crianças
penduradas na carriola, eu aqui com todo esse conforto e estou quase ficando
louco de preocupação com essa história de gravidez e esse doido coloca quatro
almas neste mundo para sofrerem, como eles vão dividir aquela bicicleta para as
quatro crianças, isso vai dar briga por essa bicicleta, que futuro essas
crianças vão ter? Vão catar papelão igual ao pai ou vão se rebelar contra o
sistema e se tornarem delinquentes, ou talvez morram cedo e não sofram muito,
porque caso contrário vão parar em alguma cadeia e vai comer, vestir e dormir,
tudo nas custas dos imposto que eu pago, sendo mais que vai superlotar as
cadeias e o governo terá que construir novas cadeias e assim gastar o nosso
dinheiro desnecessariamente, deixando feia a cidade ainda mais com presídios,
ela tinha é que voltar tudo para as terras deles e se for preso também tem que
ser mandado para cadeias na terra deles, assim aproveitar aquele deserto de
terra rachada que não dá nenhuma fruta e levar esses frutos podres daqui, mas
esse sistema de reclusão não corrige ninguém, só os tornam mais selvagens, o
ideal seria, mandar tudo para outro planeta, se
descobrissem novos planetas, ou tornassem a lua habitável, podia mandar esses
delinquentes junto com quem quisesse ir com eles, mãe, pai irmão , cachorro,
tudo para outro planeta ou na lua e viver lá soltos ou em casas construídas com
algum sistema que tornasse habitável e que pudesse sobreviver longe
da sociedade da terra. Assim aqui na terra ficaria só os frutos bons, separando
os frutos podres.
- O que você está resmungando aí Jorge?
- Ah! Nada, só estava pensando com o s
meus botões.
- Está mais calmo com a notícia do
nosso novo herdeiro.
- Um pouco, depois da cena que vi
através da janela, me fez pensar e estou mais conformado.
Capítulo VI
- Mãe, mãe, olha o que nós achamos no
lixo hoje, olha mãe uma bicicleta.
- Que linda, mas você não sabe andar
ainda.
- Não tem problema, eu quero ficar só
olhando para ela, junto com os meus irmãos e vamos ficar imaginando, mil aventuras
no espaço, no fundo do mar ou voando no céu.
- E aí José como foi o seu dia hoje?
- Foi bom, eu fui lá para os lados do
Morumbi e conseguiu bastante tralhas no lixo deles os meninos me ajudaram
bastante, compactaram os papelões com o peso deles e assim coube bastante
coisa., peguei bastante papelão, alumínio e olha o que eu trouxe para você, uma
panela de pressão e um abajur, hoje o dia rendeu.
- Que bom assim eu vou comprar,
bastante mistura para nós.
- Amanhã eu vou de novo para aqueles
lados, quem sabe não dou sorte de novo.
- Olha mamãe, estou andando de
bicicleta, não é tão difícil.
- Cuidado menino!
- Está bem, que legal eu já sei andar
de bicicleta.
- Tá bom agora chega e vão todos se
lavarem para almoçarmos.
Seu José tira três baldes d ́ água do
poço e dá banho nas quatro crianças, que fazem uma festa, quando a água gelada
caia na cabeça delas e dava arrepio elas gritavam e riam.
- Pronto, agora vamos comer!
Todos se sentam em volta da cama para
comerem e depois de todos satisfeitos, seu José dá o seu sermão:
- Hoje vocês foram trabalhar com o
papai e vocês viram o que é ser um homem honesto e trabalhador, o que é dos
outros é dos outros, se não te derem, nunca pegue, peça primeiro.
- Os poucos homens honestos que existem
no mundo, são os poucos que fazem a diferença, para que o mundo tenha um
equilíbrio e seja melhor para vivermos com honestidade, se todos os homens
fossem desonestos não existiria mais razão da dignidade humana, papai é um
homem de pouco estudo, mas eu tenho muita sabedoria, de vivência da vida graças
ao meu bom Deus, a minha humildade e a minha simplicidade , nunca foi vergonha,
porque quem é humilde e sabe que não sabe nada e procura saber e quem é simples
e vive na simplicidade da sua felicidade e feliz com o que tem.
Por isso meus filhos nunca cobiçam nada
do seu próximo, sejam felizes com o que vocês têm.
- Um dia você entendeu que o mundo é
igual a um cacho de banana, onde os gananciosos sempre irão querer prevalecer,
na divisão de um cacho de banana, vão querer ficar com noventa por cento das
bananas e vão deixar um por cento para os humildes. Se eles pudessem também
levariam esse um por cento, e pegariam tudo para eles ficando com os cem por
centos e deixaria só o resto das cascas para o povo sobreviver.
Vocês viram hoje lá naquele bairro
chique, casas que pareciam palacetes, onde dariam para morar diversas famílias
, mas não , dentro de uma casa daquela , vivem só três pessoas, mas se ele tem
uma casa daquela, deve ter feito por merecer, estudo trabalhou e conquistou,
foi merecedor, mas existem outros como o dono Banco santos, políticos e afins,
que tentam chegar nesse patamar de uma forma desonesta e nunca será feliz
consigo mesmo, com a sua consciência, até pode ostentar riquezas, mansões,
carros, joias , etc. Mas é podre de espirito, dependendo da sua honestidade,
quando a pessoa é desonesta ela faz mal para o mundo , o mundo se torna
desconfiado e um lugar perigoso para se viver onde um desconfia do outro, onde
se todos fossem honestos, poderíamos viver despreocupados e andar
tranquilamente pelas , sem ter medo de que alguém nos roube algum pertence ou
que até tire a sua vida, mas o pior mesmo são os políticos , que desviam verbas
de um projeto de uma escola ou de hospital de um projeto social a consequência
disso só vai parecer no futuro sendo que muitas vezes a consequência se volta
contra ele, porque aquele dinheiro que ele desviou da educação de uma
determinada criança e no futuro essa criança vira bandido, pode cruzar o seu
caminho e tudo aquilo que ele conquistou com a sua corrupção , ele nunca vai
poder desfrutar, porque sempre terá um bandido de plantão para roubar o seu
carro o seu relógio ou até a sua vida e tudo consequência do delito que ele
cometeu no passado, porque um país sem educação é um país de ignorantes e os
ignorantes não tem nada a perder e não medem as consequências e
sendo assim aquele político corrupto se torna vítima da sua própria ambição,
não poderá ostentar a sua riqueza, para não chamar a atenção do ladrão que
virou ladrão por falta de educação, por causa desse político corrupto e muitos
dessas crianças se o sistema não ajuda o crime ajuda e esses seres humanos sem
perspectivas de vida, que se tornam traficantes e donos do morro, criando a sua
própria sociedade e assim essa cidade vira terra de ninguém onde todos querem
lucrar custe o que custar e muitas vezes as drogas que aquele traficante está
vendendo, é vendido para um filho de um político afetando ele indiretamente ou
diretamente, nesse círculo vicioso , essa é a consequência.
Agora a pergunta que não quer calar,
vale a pena tanta ambição? Deixando tanta desigualdade social, porque qualidade
de vida todos nós queremos e porque para alguns mais e outros mesmos, porque
não pode ser tudo igual como no socialismo, talvez não precise do socialismo,
pode ser uma mistura de capitalismo com socialismo, o que já acontece, mas
ninguém nunca pensou assim , nós temos escolas públicas , hospitais públicos,
remédios de graça, merenda, bolsa família, etc. ou seja quem não tem
condições de pagar por esses serviços, usam o público, resumindo quem precisa
do governo vive em um sistema socialista , que igual para todos que usam esses
serviços, é justamente aí onde os corruptos tiram proveito, porque se todos
fossem auto suficiente vivendo da renda próprio no sistema capitalista ,não
iria abrir espaços para os políticos roubarem, aqueles que destacam, dando um
duro, estudando e buscando o melhor para a vida dele, merece a sua conquista, a
sua melhor condição de vida digna, o que não pode é existir classe miserável, a
classe miserável é o problema de todo mundo, como eu já disse, é de onde os
políticos se aproveitam e fazem de tudo para que essas pessoas permaneçam nessa
situação, por isso que é muito difícil eles saírem dessa situação, os deixando
alienados sem estudos , para que não questionem toda a corrupção, não deveria
existir isso , deveria ser: A classe rica e a classe média, abaixo
disso é desumano, os ricos seriam as pessoas que conquistaram as suas riquezas
por merecer, sendo assim se só existisse essas duas classes , as pessoas
poderiam usufruir tranquilamente tudo o que ostenta de uma forma adequada , sem
medo de um moleque o roubo em um farol , ou leve um tiro por andar na rua
usando um artigo de luxo, se a pessoa trabalhou e comprou, pagou todos os seus
impostos , nada mais justos, fazendo valer os imposto para a segurança deles,
porque esses impostos que eles pagam nada mais é que isso mesmo, para manter os
desfavorecidos longe das suas famílias e da suas posses e quando esse dinheiro
é desviado e isso não acontece é onde todos estamos à mercê da insegurança e do
caos, porque nem o rico e nem o pobre conseguem
viver adequadamente e sobrevivem do jeito que conseguem, alguns se
armam e outros morrendo por falta de comida e saúde e tudo isso pela má
administração de um político.
Não existiria a classe miserável,
seríamos todos iguais, tudo que dependesse do governo, seria mais simples e
teríamos um país mais justo, com saneamento básico, alimentação, saúde, se a
pessoa não tivesse emprego, não passaria necessidade. Só com o dinheiro que é
extraviado para contas no exterior e até os pequenos desvios, que no final se
torna uma avalanche resolveria isso. Mas a consequência é a violência que a
cada dia só aumenta e os gastos a cada dia são maiores, com hospitais e
penitenciárias, porque quando não se gasta com educação se gasta com reclusão.
Isso que estou falando para vocês não é
nenhuma ilusão e não é exagero.
As crianças estavam quietas, ele olhava
para ver quem ainda estava prestando atenção no que ele estava falando, é só o
Joaquim e a esposa estavam olhando para ele, alguns já dormiam e outros se
distraiam com os brinquedos.
- eu sei que estou sendo repetitivo ,
estou tentando ter uma linha de raciocínio e as vezes me foge a ideia, então eu
tenho que repetir , eu acho que tenho déficit de atenção de manter concentrado
no que penso, mas deixa eu terminar antes que eu esqueça,
então esses gastos já existem e o que precisa fazer é direcionar
para o lugar certo a necessidade certa e pôr em prática o que já existe, de uma
forma justa e humana, porque o que se gasta com penitenciaria daria para
investir em faculdades de última geração, mas infelizmente somos todos tratados
como animais e nos tornamos animais, por ter que ficar trancados como animais
para não matarmos uns aos outros por migalhas, enquanto não mudarmos os nossos
conceitos e atitudes, as coisas só vão piorar e o sonho de uma vida de
igualdade e felicidade para todos se torna uma utopia.
Seu José para de falar e olha em volta
da mesa que ninguém mais estava prestando atenção no que ele estava falando e
pensa.
- Espero que um dia isso tudo mude e
esses inocentes possam desfrutar de uma vida mais justa e humana e nunca
esqueçam que o pai deles foi um homem simples, mas foi um homem honesto e
digno, que anda de cabeça erguida por pior que seja a classe social dele.
- Bom vamos todos para a igreja agora
Capítulo VII
Dona Fátima coloca roupas simples, mas
limpas em todas as crianças e depois de todos trocados, eles vão para a igreja
que fica a alguns quarteirões dali, passando por dentro da favela.
Chegando na igreja eles se ajeitam na terceira
fileira de bancos e esperam o culto começar, O Pastor sobe no Púlpito e pede
para que todos orem e depois eles cantam canções Cristã até o momento do sermão
e o Pastor pergunta.
- Vocês sabem a diferença entre
sabedoria e inteligência?
Ninguém se manifesta.
- Tudo bem eu vou explicar para vocês:
O inteligente é aquele que tem a facilidade para aprender coisas como
matemática, português, engenharia, etc. Sem se desvencilhar dos bens materiais.
Agora a sabedoria vem do senhor, você
pode ser Analfabeto, mas se for uma pessoa sábia, entenderá as palavras do
Senhor e na hora da sua aflição, terá sabedoria para escolher o melhor caminho
a tomar e na hora da angústia de um irmão também será sábio nos seus
conselhos, para aliviar as chagas do irmã, as vezes nós nos
confrontamos com o senhor dizendo que ele não nos deu inteligência
suficiente para sermos ricos ou bem sucedidos, mas nos esquecemos que ele nos
deu a sabedoria para continuarmos a viver com o pouco que nós temos, driblando
os obstáculos superando as decepções, mas sempre com vontade de viver, porque
nem sempre a riqueza nos traz felicidade, essa riqueza material não vale nada
depois que morremos, agora a riqueza espiritual, essa sim podemos levar conosco
e deixar como ensinamento de sabedoria para os que ficam, que sempre vão
lembrar de você como um sábio que sabia como resolver empecilhos causados pela
vontade de viver, ou seja: Nem sempre o inteligente é sábio, mas o sábio é
sempre inteligente.
- Aleluia, Aleluia, aleluia.
Gritam todos e novamente cantam canções
evangélicas.
E o pastor dá outro sermão.
- Cristo disse amai uns aos outros como
eu os amei.
- Essa frase de Cristo, para que amemos
uns aos outros, é o que salva o mundo, que ainda nos faz humanos e é o que
ainda vai fazer do mundo um lugar melhor para viver, sem guerra, só paz e amor.
- Para aqueles que não acreditam no
filho de Deus, no nosso salvador, não tem fé no que ele nos ensinou, só basta
seguir esse exemplo do homem que ele foi, para que as nossas vidas sejam
melhores, seja saudável, amorosa, só precisamos seguir as suas palavras que em
um mundo melhor viveremos. Existe pessoas que diziam que Cristo foi um
charlatão e por isso não conseguiu se salvar da cruz, morrendo, se ele tivesse
poder teria se salvado, enganasse esta pessoa , porque Cristo se Salvou sim ,
depois de derramar o seu sangue e de ter suportado toda aquela dor insuportável
para um mortal, para nos mostrar como somo cruéis e assassinos, que só pensamos
em vinganças ou castigos e que a partir da sua morte isso poderia mudar, porque
a sociedade só julga os oprimidos e fortalece os forte, em poucas palavras como
ainda acontece hoje em dia: “ Quem tem dinheiro sempre será imortal” não , não
, não é assim que funciona, porque eles podem ter dinheiro e se safar da
justiça dos homens, mas nunca escaparam da justiça de Deus, podem retardar a
podridão das suas carnes, mas um dia também irão apodrecer, como qualquer
mortal e a sua alma será julgada na terra dos anjos onde o dinheiro não vale
nada, não influencia ninguém, pode ser que o demônio o acolhe, porque foi quem
criou a ganância e se aproveita do estrago que ela faz destruindo almas e assim
conquistar os pecadores, por isso nunca esqueçam Cristo deixou-se ser morto
para mostrar que aqui se faz aqui se paga, e o perdão é a salvação, lembrem-se,
nós temos que perdoar o próximo, sempre, nunca tenha a vingança em
suas mãos, porque Cristo perdoou os seu agressores e quem é você para ser
melhor que o filho de Deus.
-Aleluia, aleluia, aleluia.
- Que Deus guie o nosso caminho e seja
a luz das nossas estradas, guiando os nossos passos por todos os nossos
destinos.
-Aleluia, aleluia, aleluia.
Capítulo VIII
- Vamos logo a Dona Vera, anda com
isso, daqui a pouco não vai ser mais jantar, vai ser Breakfast,
chega de se emperiquitar, já está parecendo um pavão.
Dona Vera faz uma cara feia para ele e
o ignora, passando o rímel nos olhos.
Seu Jorge dá de ombros e desce para a
garagem onde ele vai em direção a sua Mercedes último modelo e a ficar
admirando-a e limpa uma sujeirinha que estava no capô e pensa em voz alta:
- Está sujo, esses empregados não fazem
nada direito, droga, eu vou limpar isso eu mesmo.
- Que isso Jorge, para de ser tão
detalhista, isso aí é só uma sujeirinha, você não estava com pressa, vamos logo
me encheu o saco para andar rápido e agora fica nos atrasando por pozinho, uma
sujeirinha atoa.
Com a ponta da manga do paletó ele
limpa a sujeirinha.
- Pronto, agora sim, podemos ir.
Ele liga o carro e sai em direção ao
bairro Jardim América, desfilando o seu mais novo produto de consumo.
- Eu fiz uma reserva no Pestana.
- Que bom!! Vamos tomar um bom vinho.
- Olha essas crianças pedindo dinheiro
no farol, nós deixamos o nosso filho com a babá com todo conforto e ainda assim
ficamos preocupados, imagina se eu iria deixar o meu filho assim, isso tem que
acabar, essas crianças tinham que está dormindo, descansando para poder estudar
e aprender melhor e não fica pedindo trocado no farol, aposto que os pais delas
estão em algum canto só forçando elas a pedir dinheiro.
Um menino vem com uma garrafa cheia de
água com sabão e joga no para-brisa do carro.
- Não quero, droga não deu nem tempo de
abaixar o vidro que o moleque já me jogou essa água suja no para-brisa, vai lá
saber o que tem nessa mistura, é capaz de manchar a pintura do carro ainda, sai
daí moleque!
O moleque usa um rodinho para puxar a
água, seu Jorge balança a cabeça e a criança vai até a janela do motorista
estendendo a mão.
- Vai Jorge dar um trocado para a
criança, pelo menos ela está tentando ganhar uns trocados em troca de algo.
Seu Jorge resmunga de tirar uns trocados
do bolso e dá para a criança que sai correndo para praça toda contente e
entrega o dinheiro para uma mulher que estava sentada na grama da praça.
- Alá, não falei, olha a vagabunda lá
que fica mandando as crianças ficarem pedindo dinheiro no farol.
O farol abre e o carro trás buzina para
o seu Jorge andar.
- Está com pressa!! Passa por cima.
- Calma Jorge, que estresse.
O carro de trás emparelha com o carro
dele e acelera.
- Pronto era só o que me faltava, agora
o cara quer tirar racha comigo com esse carro velho, não vou nem perder o meu
tempo, ele não sabe que está cheio de radares, só para roubar dinheiro do povo.
O carro dá outra acelerada.
- Está bom, então vamos. Seu Jorge olha
para a janela do outro carro e dá risada e arranca o carro com tudo deixando o
outro carro para trás ele entra no túnel em alta velocidade e já no fim do
Túnel não havia nem sinal do outro carro ele entra na primeira rua à direita e
vai devagarinho no rumo que tinha que tomar e o outro carro passa fazendo muito
barulho que parecia que iria desmontar.
- Anhá, até parece que eu ia perder.
- Está bom agora vamos para o
restaurante antes que você implique com mais alguém.
Chegando no restaurante ele entrega a
chave para o manobrista com dó e avisa.
- Cuida bem do meninão, acabei de
ganhar uma disputa com ele, essa fera anda muito. Diz ele se gabando.
O Manobrista pega a chave da mão dele e
olha para a Dona Vera que estava olhando para o Seu Jorge com uma cara de
impaciência.
O Maitre cumprimenta o seu Jorge.
- A mesa do senhor já está reservada, a
mesma de sempre, por favor me acompanhe. O Maitre os conduz até a mesa onde
eles se acomodam, outro garçom já vinha trazendo o cardápio.
- O Senhor quer que lhe traga a carta
de vinho?
- Não pode me trazer o mesmo vinho de
sempre.
- Ok senhor, como queira vou pedir para
buscar na nossa adega de vinhos especiais, o seu vinho preferido.
O Sommelier traz o Vinho, e o serve da
maneira que tem que ser.
Seu Jorge cheira a taça, dá um pequeno
gole, faz bochecho com o vinho e solta um sonoro.
- Que delícia!! São os $5.000,00 mais
bem gastos.
Seu Jorge escolhe no cardápio Lagosta
ao molho do Chef, dona Vera escolhe Risoto de frutos do mar.
Enquanto eles esperavam a comida seu
Jorge repara nos garçons e comenta.
- As pessoas dizem que a escravidão
acabou, eu penso que não acabou, ela só acabou para quem tem dinheiro e pode
desfrutar da vida de uma maneira digamos que: “- Mais bem servida”, porque
aqueles que não tem dinheiro ainda são escravos do mesmo jeito.
- Sim, são escravos por opção, são
escravos do dinheiro. Comenta a dona Vera.
- Sim, veja por exemplo todas essas
pessoas que trabalham aqui, estão o tempo todo servindo as pessoas, como os
escravos faziam com os seus senhores, recebendo ordem o tempo todo e tratando
as pessoas com muita educação , porque a educação é um doutrina para que as
pessoas sejam bem tratadas, ou seja, não pode faltar com respeito de nenhuma
maneira é quase uma humilhação, começando pelo manobrista que faz o serviço do
antigo Carroceiro, o Sommelier que faz o papel da Governanta, o garçom o
cozinheiro, todos eles tem praticamente a mesma função que os escravos tinham,.
- A diferença é que eles são
remunerados. Acrescenta Vera.
- Sim, eles são escravos do dinheiro e
consequentemente do seu emprego e consequentemente do Dono da Senzala, ou desse
restaurante que servem os seus convidados, aqui no caso os clientes do
restaurante.
- É uma escravidão moderna, como já
disse, se quer dinheiro tem que servir direito e trabalhar respeitando as
regras ou vai para o “tronco”, que no caso aqui é ser despedido. Dialoga com a
vera.
- É, resumindo é uma escravidão moderna
ou contemporânea e nós seriamos os Senhores Feudais, porque estamos sendo
cortejados ou servidos como um Rei e uma Rainha e eles são como se fossem
nossos serviçais. Conclui seu Jorge.
- Mas se pararmos para pensar, hoje em
dia, todo mundo que trabalha se torna um escravo de uma certa maneira,
favorecendo os seus patrões. Analisa a Vera.
- Sim, é a sobrevivência, são como
peões no tabuleiro de Xadrez, são os mesmo que construíram as pirâmides do
Egito, imagina isso: - Na época dos Faraós, os seus escravos, trabalhavam
forçadamente para construírem as Pirâmides, deviam de ser milhares de homens,
onde centenas morriam só para construir um mausoléu gigante, só para servir de
tumba para um único Faraó, só para a vaidade dele, essas construções não tinham
nenhum interesse em melhorar as vidas do seu povo, naquela época se o povo se
rebelasse e se voltasse contra os faraós e construírem abrigos ao seu favor,
muita coisa seria diferente hoje em dia, o Mundo poderia ser mais igual para
todos, muita coisa seria bem diferente, mas os Faraós eram os espertos daquela
época, os patrões de hoje em dia, onde homens trabalhavam para a sua vaidade e
hoje me dia homens continuam trabalhando da mesma maneira só mudou o objetivo
das coisas que são construídas, hoje existem fábricas de carros , de
brinquedos, fabrica de diversas coisas, os empregos são variáveis, mas os
Faraós são os mesmos, não são Deuses temidos, agora são gordinhos carecas
sentados atrás de uma mesa em uma cadeira chique.
- Isso acontece porque grande parte da
população é preguiçosa e egoísta e não se unem, preferem se acomodarem em
barracos equilibrados em barrancos, ou ficar esperando que o governo crie algum
projeto habitacional, como esses CDHU e COHAB, Cingapura da vida,
onde nenhuma dessas opções trazem qualidade de vida para os cidadãos, porque
são apartamentos minúsculos, sem arquitetura e sem cultura, digo sem
cultura porque são feios e mal acabados, são como o que o
Michelangelo falou sobre a Capela Sistina antes de pintá-la, quando o Papa
perguntou para ele, o que ele achava da arquitetura da Capela? Ele respondeu.
“- Isso é um Caixote”. Toda edificação tem que ter a preocupação de fazer algo
que traga beleza e benefício ou qualidade de vida, se o povo da época das
pirâmides , tivessem começado lá atrás a reivindicar e não ficar obedecendo
ordens dos faraós, para os seus caprichos, hoje em dia tudo seria
diferente, ainda mais com as novas tecnologias que temos hoje em dia , que
poderiam ser usadas para melhorar ainda mais, mas o povo é sempre enganado e
manipulado, por religião ou por um ato político.
Vera dá um gole no vinho e acrescenta.
- Poderia ser tudo tão diferente, todo
mundo trabalhando em pró de um só objetivo, visando uma qualidade de vida
melhor para todos, sem ganância, sem essa de um querer tem mais que o outro, só
por status, se tudo fosse arquitetado antes de se amontoaram em morros, beira
de rios e construíssem grandes edificações com um bom designer, com uma
estruturação social, educacional, tudo em um só lugar, na mesma região,
calculado e pensado pela quantidade de pessoas que viveriam na determinada
edificação, assim acabaria com os problemas de trânsito, poluição
desnecessárias e áreas verdes seriam preservadas por ser tudo planejado, até a violência
seria controlada, porque seriam todos da mesma localidade e assim inibindo
práticas de violência.
- Eu já penso em um projeto um
pouquinho mais audacioso para o futuro, talvez daqui uns cem anos eles tenham
tecnologia para colocar em prática, eu imagino assim: Um prédio que tenha
quilômetros de raio e largura, formando uma grande circunferência, onde os
primeiros andares teriam 100 andares e os outros próximos andares também teriam
mais cem andares, só que eles iriam diminuindo como um bolo de noiva
a cada cem andares, e seriam apartamentos gigantes com jardim, garagem e até
piscina, como se fossem mansões no alto, e quanto maior fosse o seu raio de
largura, maior seria a sua altura, aí que mora a minha pretensão, esse prédio
seria tão alto que daria para entrar em órbita, ele seria tão alto e as sacadas
seriam usadas como garagem, você estacionária o seu carro na sua varanda.
- Mas será que vai existir carro que
voa no futuro mesmo? pergunta Vera.
- Já existe, nós temos avião,
helicóptero, que são carros que voam, o que precisa é só melhorar alguns
detalhes para que eles possam decolar e pousar de uma maneira mais precisa,
usando turbinas, já existem caças que decolam dos porta aviões assim, sem
precisar de pista de decolagem, já existem muitos projetos, mas a nossa
tecnologia ainda é muito inviável, vou fazer uma comparação e te dar mais um
exemplo, você lembra como eram os primeiros computadores?
- Sim, eram máquinas imensas, que
ocupavam uma sala inteira e tinham poucas funções, quando a testaram pela
primeira vez, chegou até a acabar com a energia da cidade onde foi testada
durante a segunda guerra Mundial.
- Pois é elas eram imensas e só
conseguiam fazer o que uma simples calculadora faz hoje em dia fácil e hoje nós
já temos celulares que tem milhões de funções a mais que aquele computador e
ainda cabem no nosso bolso, eu imagino que essa evolução vá acontecer com os
aviões também, ainda vão descobrir materiais mais leve e mais resistentes ou
inventar um combustível que vai facilitar isso.
Seu Jorge olha para a garrafa de vinho,
que estava vazia e a conversa é interrompida pelo garçom que trazia os pratos
principais, o garçom serve o risoto todo decorado da Vera e depois serve a
Lagosta do seu Jorge.
- Você pode pedir para trazer mais uma
garrafa desse vinho. Pede Jorge
O garçom balança a cabeça e dá um passo
para trás e vira e volta em direção a cozinha.
Seu Jorge dá uma garfada e solta
novamente um sonoro- HUMMM, que delicia, toma querida experimenta e me deixa
experimentar o seu.
- Que isso Jorge, aqui é um restaurante
chique, tenha modos.
Jorge fica com o braço esticado com um
pedaço de Lagosta espetada no garfo.
- Ah, para com isso, eu estou pagando,
experimenta!
- Está bom, está bom.
Vera saboreia e fala suspirando.
- Que delícia, troca comigo?
- Agora você quer trocar, né, tenha
modos.
- Ah que se dane os modos, me dá um
pouco aqui.
- Calma me dá o seu prato que eu coloco
um pouco para você.
- Acho que estou ficando bêbada e
esqueci que estou grávida.
Fala Vera dando risada.
O garçom traz a segunda garrafa e
quando ele preparava para fazer todo o ritual, seu Jorge toma a garrafa da mão
dele e se serve e serve a esposa que ria.
Eles saboreiam os pratos regados a
vinho e seu Jorge retoma o assunto.
- Você percebeu como seria o prédio que
idealizei?
- Deixa eu ver se entendi, ele seria
uma espécie de pirâmide, só que circular, como um anel em camadas dentro de
outro anel, começando do maior e terminando no menor bem alto?
- Isso mesmo como um Funil com degraus,
mas bem largo e sabe como poderia ser construído isso, dá mesma forma que as
pirâmides foram construídas, só que voltado para a moradia como citei, voltado
para as pessoas viverem dentro, mas não seriam Pombais ou Cortiços mofados,
teria sistemas de Ventilação para que o ar fosse circulado mantendo assim um
ambiente limpo e agradável.
- E na fase de construção, tudo seria
feito em estampas, seria construído primeiramente um em escala menor para
acomodar as pessoas que viveriam na área onde fosse construído o prédio
principal, a cada sequência de Anel as pessoas já poderia, se mudar e usufruir
das suas moradias , dessa maneira iremos acomodar e se adaptar de uma maneira
tranquila e assim continuava a construção dos próximos anéis sem que as pessoas
fossem incomodadas, e com o passar dos anos, os filhos que se tornaram adultos
e se casassem, já poderiam adquirir os seus imóveis com as suas famílias e
assim por diante morando nas nova alas, assim o progresso seguiria o seu curso
até chegar no seu limite, no topo do céu e já entrando em órbita .
- Isso está me parecendo familiar, não
tem uma história assim na Bíblia, lembrei!!- Torre de Babel, é isso.
- É mais ou menos isso, mas o deles não
dá certo, o meu daria certo porque.
Sua tira a sua caneta Montblanc do
bolso, pega um guardanapo e começa a desenhar círculos e explica para Vera:
- Imagine que um prédio que tenha um
raio de dez quilômetros e a cada 100 andares, cada andar com cinco metrôs de
altura e que para os próximos cem andares diminuíssem só cinquenta metros, e
fosse diminuindo assim até chegar no topo, quantos andares daria para fazer?
- Eu acho que a gente já bebeu demais,
estamos viajando nessa ideia, um Prédio que tenha um raio de cinco quilômetros,
isso é impossível.
- Faz o cálculo comigo, a cada anel
dividido por cem metros quadrados, com uma circunferência de dez quilômetros, quantos
anéis de cem andares daria para fazer?
- Vamos fazer uma conta simples cinco
metros que é cada andar, vezes cem que é a quantidade dos primeiros anéis, já
são 500 metros de altura, agora divide isso por dez mil metros o que dá cinco
mil andares, tirando o recuo das divisas dos anéis, daria mais ou menos uns
quatro mil e quinhentos andares vezes cinco que cada andar tem. O prédio teria
vinte e dois mil metros de altura, para entrar em órbita do nível do mar
até A órbita mínima por curto
período de tempo fica entre 100 e 200 km, mas neste caso o decaimento devido ao
arrasto na rarefeita atmosfera, se usássemos, então para que um prédio entrasse
em órbita teríamos que construir ele com um raio de vinte e cinco quilômetros,
isso é um quarto da cidade de São Paulo capital, assim chegaríamos com o prédio
a uma altura de cento e cinquenta mil metros de altura, assim teríamos uma base
para sair para o espaço, uma estação espacial com contato direto com a terra,
onde os estudos espaciais se tornaram mais viáveis, em pensar que isso até é
possível e que só depende da mão de obra certa.
Seu Jorge pediu outra
garrafa de vinho, falando mole já, o Garçom traz a outra garrafa e tenta abrir
a tampa o abridor escapa deixando metade da rolha para fora da garrafa e a outra
metade para dentro, seu Jorge pega a garrafa da mão do garçom e termina de
abrir no dente e enche a sua taça e a da sua esposa até a boca e diz com uma
fala bem mole.
- Bebe mulher, bebe
que nós vamos ter outro bebê e precisamos comemorar a vida nova que está
chegando trazendo esperança e novas alegrias para as nossas vidas.
- Vixe, você está bem
alegre, para estar comemorando, que bom, sendo assim tenho que aproveitar e
beber.
Enquanto eles
terminavam a terceira garrafa, ele pede a conta e quando o Maitre traz a conta,
ele olha o valor.
- Vichi, dava para
comprar um carro, mas dinheiro é para gastar, e não todo dia que a gente vai
ser pai. Ele entrega o cartão para o Maitre que executa o pagamento e entrega o
cartão para ele e pergunta.
- O senhor está bem
para dirigir?
- Sim, imagina.
- O senhor não quer
que alguém dirija para o senhor até a sua casa e lá ele retorna com um táxi.
- É Jorge, é melhor,
ainda mais que estou grávida.
Seu Jorge olha para a
barriga da mulher, pisca os olhos lentamente e concorda entregando a chave para
o Maitre, que pede para o Manobrista que leve eles até a casa deles, e avisa.
- Depois que você os
deixar lá, pega um táxi que a gente paga aqui.
Eles entram no banco
de trás do carro e no caminho de casa ele faz outro comentário visionário para
o futuro do mundo.
- Eu esqueci de
mencionar é o famoso dinheiro de plástico, o cartão de crédito, esqueça o
plástico e pense assim, só no crédito ou seja: Todo cidadão que nascesse
deveria já ter o seu número vinculado com o seu CPF, RG, etc. Tudo em um só
documento e sendo assim para a vida dele o Governa já disponibiliza um quantia
para toda a vida dele, lógico que não seria uma vida de luxo, isso seria para
um vida simples , mas já estaria incluso , moradia, alimentação e educação, dessa
maneira cada cidadão que viesse no mundo não estaria desamparada porque estaria
com a sua vida já planejada, sem ter a necessidade de cometer crimes para
sobreviver e porcentagem de criminalidade iria diminuir em grande parcela ,
porque só cometeria crime quem realmente tivesse índole para isso e não mais
por necessidade, até o governo lucraria com isso, porque o dinheiro destinado a
esse cidadão, ficaria em uma conta onde renderia juros.
Só o que se precisa fazer é começar com
um primeiro cidadão, mas não pode ter corrupção, por isso, cada cidadão que
tiver esse projeto, também tem que ter um chip que só é ativado pelo DNA
daquela pessoa, senso impedindo que outra pessoa use a conta de outra
indevidamente.
- Interessante, mas porque você está
pensando tanto nisso, vai se candidatar a algum cargo público?
- Não, só estou pensando como
poderíamos melhorar o mundo que vivemos.
- E o Prédio o espaço interno dele não
seria aproveitável.
- Essa é a principal parte dele ,
porque é o se seu corredores seriam largos a ponto de poder passar até um carro
ou caminhão, caso fosse preciso entrar um carro ali ou carregar algo, mas não
seria preciso, porque seria tudo por esteiras no chão e elevadores
ultra modernos e a parte central , seria usada, para salas de aula, ginásio de
esportes, teatros , estádios, igrejas, ou seja teríamos tudo dentro do prédio,
seria uma cidade vertical , você não precisaria sair do prédio para nada, teria
tudo ali dentro , mercado , shopping, hospital , etc., etc.
- Essa ideia poderia ser usada na Lua
também, só que na lua o prédio teria que ser lacrado com um sistema de
ventilação e oxigenação, para poder ser habitável e seria mais um ponto ou base
para poder explorar o espaço sideral, sendo feito isso a cada planeta que desse
para se alojar, até chegar em um planeta adequado e parecido com o clima da
terra.
- Chega de histórias de prédio enormes
e espaço e lua porque chegamos em casa agora.
- Muito obrigado rapaz, você é novo,
quem sabe você não consiga ver acontecer tudo isso que estou imaginando para a
humanidade um dia.
O rapaz olha para ele sem entender nada
do que ele estava falando.
- Toma uma caixinha para você e vai com
Deus.
O rapaz agradece e caminha até a
avenida onde faz sinal para um táxi que vinha passando.
- Vem Jorge, entra, vamos dormir, você
está muito bêbado o rapaz já até foi embora.
- Rapaz apressado, nem esperou eu
terminar o resto da minha história, queria falar para ele como ele poderia se
preparar para o futuro.
Capítulo IX
- Papai eu posso ir trabalhar com o
senhor hoje?
_ sim você pode, mas vamos sair
devagarzinho para não acordar os seus irmãos, porque hoje o papai pretende ir
bem longe e acho que até você vai me atrapalhar um pouquinho, mas pega a
marmita que a mamãe preparou, que a gente divide ela depois e vamos saindo
devagarzinho, para que eles não acordem.
Seu José sai do barraco e o Par de
Luvas estava abanando o rabo, começa a latir.
- Fica quieto amigão! – Senão você vai
acordar todo mundo, vamos Marquinhos sobe na carroça, mas não se esqueça depois
que a carroça estiver cheia você vai ter que andar.
- Pode deixar papai.
Assim eles partem.
- Hoje não só vamos lá embaixo, vamos
atravessar o rio pela ponte e vamos para Pinheiros.
E no caminho ele já apanhou alguns
papelões, um pouco de papelão aqui, um pouco de ferro ali e vai andando até
chegar na Ponte Euzébio Matoso.
- Hei papai eu acho que o carrinho não
vai passar pela calçada.
- Verdade filho, nós vamos ter que ir
pela avenida no meio fio.
Seu José atravessa o retorno da Saída
da Marginal embalado para subir a ladeira da ponte, assim que ele cruza a
entrada do retorno da Marginal Pinheiros para a ponte Eusébio Matoso, ele
escuta uma freada bem forte atrás dele, os motoristas começam a buzinar e
xingar com palavrões, outros Gritavam: “-Quer morrer?”, “Irresponsável”, “- Sai
da rua seu louco!”.
Uma mulher para ao lado e briga com
ele.
- Você está maluco, andando assim aqui,
ainda mais carregando uma criança juntamente com você”.
Seu José pede desculpa para a mulher e
o Par de meias latir para ela, a mulher balança a cabeça e os carros atrás
começam a buzinar e ela arranca com o carro, os outros carros passavam
buzinando, um homem buzina tanto que parecia que a buzina iria explodir de
tanto tocar e foi assim até o fim da ponte.
E seu José assustado depois de tanta
buzinada e palavrões ele encosta no canteiro central embaixo da passarela,
abaixa o carrinho com cuidado e diz.
- Ufa filho, que sufoco, essa foi por
pouco hein, você viu que gente maluca.
- Eu gostei das buzinadas, mas não
gostei dos palavrões.
- Deixa para lá filho, tem hora que é
melhor ser surdo.
Vamos atravessar assim que o farol
fechar e subir pela passarela para sair lá do outro lado na avenida Butantã,
vamos passear pela pontinha, meu querido filho?
- Oba! Vamos papai .
Eles atravessam a passarela, o menino
fica encantado por ver os carros passando por baixo e fica observando tudo o
que via eles dessem na avenida Butantã, mas logo em seguida entram
pelas ruas laterais e vão andando até sair na avenida Pedroso de Morais.
- Papai, o que aquele homem está
fazendo ali sentado no meio da praça da Avenida?
- Não sei filho e o que será que todas
essas pessoas estão fazendo uma fila para falar com ele, vamos lá perguntar.
Seu José se aproxima do último homem da
fila, abaixa o carrinho na grama do canteiro central e pergunta.
- O que vocês estão fazendo
aqui moço?
- Nós estamos na fila para pegar uma
senha com o homem da praça, para depois ir retirar uma Cesta básica no centro
Judaico.
- Mas porque tem que retirar a senha
com ele?
- É um projeto que se chama: “O homem
da praça”.
- Dizem que ele é um filósofo que fica
aqui dia e noite nunca só escrevendo sobre as pessoas que passam por aqui e que
param para falar com ele, ele está nesse local por anos sem sair do local e só
vive de água ele não come nada e quando as pessoas perguntam se ele precisa de
alguma coisa, ele pede só caneta e papel, ele está aí a tanto tempo que as suas
pernas atrofiaram.
Seu José estica o pescoço e olha para o
Homem, que se cobria com um saco plástico e usava um chapéu de papel muito
surrado, o homem tinha uma grande barba branca e estava sentando em cima das
próprias pernas, ao seu lado havia uma bicicleta de criança e embaixo dos
plásticos haviam muitos cadernos, que pareciam ser usados.
Se José entra na fila e observa as
pessoas irem até o homem que fazia alguma anotação no seu caderno, e entregava
uma senha anotada para a pessoa, algumas pessoas não ganhavam e saiam da fila
bravos. Seu José pergunta para o homem à sua frente, porque alguns não ganham.
- Eu não sei, eu só sei que ele sempre
entrega a senha às terças-feiras e que escolhe quem tem direito e quem não tem,
agora o motivo que faz ele escolher eu não sei.
A fila anda mais um pouco, faltando só
mais algumas pessoas à sua frente.
- Moço, mas quando chove ele fica aqui
mesmo, dessa maneira?
- Sim, ele se cobre com o plástico
transparente e fica embaixo dele escrevendo e fazendo as suas anotações.
- E para que aquela bicicleta?
- Como as suas pernas o atrofiaram a
usa para se locomover, quando precisa de algo.
Chega a vez do seu José, ele chega
perto do homem e percebe que o homem tinha um cheiro forte de suado com mofado,
que fazia tempo que ele não tomava banho.
- Bom dia moço, eu queria uma das
senhas, para poder retirar uma cesta básica, o que eu tenho que fazer?
O Homem fala bem baixinho.
- O que o senhor falou moço, eu não
estou te ouvindo.
E o Homem da praça repete:
- O que é mais necessário a sabedoria
ou a coragem?
- A sabedoria. Responde seu José.
O que é mais importante o alimento ou o
dinheiro.
- O alimento, responde seu José.
Seu José acha estranho a pergunta.
E o homem anota o que ele falou, com as
anotações: “Um homem com traços do Norte, me perguntou o que era preciso para
ganhar uma senha e respondeu a minha pergunta com rapidez, vou perguntar
novamente agora espero que ele me responda com mais sabedoria, já que foi o que
ele respondeu”.
Novamente fala o homem bem baixinho.
- Você pode me responder novamente
agora com mais detalhes.
Seu José coça a cabeça e balança a
cabeça dizendo que sim.
Eu acho que a sabedoria e a coragem são
uma coisa só, porque quem tem coragem tem sabedoria, para poder expor as os
seus pensamentos, tem que ter coragem, muitos vão dizer que o seu pensamento
está errado, outros vão te ofender e sem coragem para defender a sua sabedoria,
não vale de nada; Agora entre o dinheiro e o alimento os dois também
são necessários, o alimento é mais importante, porque não adianta você ter
bastante dinheiro ou ouro e não conseguir comprar nenhum alimento, por um
motivo que o impeça de conseguir esse alimento, as vezes a pessoa tem tanto
dinheiro e está acostumado a mandar as pessoas a fazerem coisas básicas da sua
vida , e um dia que essas pessoas não possam fazer, essa pessoa não sabe o que
fazer, como cozinhar ou coisas básicas ou então em caso extremos,
como de uma guerra e catástrofes naturais, onde o dinheiro da pessoa está
depositado em um determinado banco e este banco foi destruído ou está sem
energia, ou sem sistema para o seu acesso, fica incapacitado da pessoa
conseguir sacar algum dinheiro, ela vai ser um miserável como um outro
qualquer, também li em uma revista que no futuro um copo de água vai custar uma
fortuna e sendo assim o dinheiro não mata a sua sede, independente de tão rico
que você seja, agora um bom copo de água fresca não tem preço.
- Parabéns! Diz o homem um pouco mais
alto do que costumava falar.
- Você é um homem sábio e merece a sua
senha, aqui está.
Seu José apanha um pedaço de papel da
mão do homem e vê, que tinha algo escrito: “-A sabedoria é mais importante, sem
ela você não planta, não colhe, não caça, não constrói, não evolui, e assim
morre de fome e para por isso em prática tem que ter coragem e estar
alimentado, para pôr ultimo ganhar dinheiro, o dinheiro é a consequência, mas
vem por último, porque você não come dinheiro para ganhar alimento, é sempre ao
contrário.
Seu José agradece o homem pela senha e
o homem que estava na sua frente na fila o aguardava para irem retirar as
cestas juntos.
- Vamos juntos eu te levo até lá.
- O que ele te perguntou? Pergunta o
homem.
- Perguntou sobre sabedoria, coragem,
alimento e dinheiro e para você o que ele perguntou?
- Ele perguntou o que era mais
importante, Caráter ou Dignidade e o que era menos importante luxo ou vaidade.
- E qual foi a sua resposta?
- Eu respondi, que: Quem tem fome não
tem vaidade.
- Legal e o que está escrito no papel?
- Quem tem caráter e dignidade, sabe
que luxo é vaidade e o mais importante é ter o que comer.
Seu José entrega o bilhete para o homem
que estava na porta onde se retirava as cestas. O homem pega o papel e o coloca
junto a outros que estavam em cima de uma mesa e entrega a cesta para o seu
José.
Seu José vem carregando a cesta básica
com um sorriso de orelha a orelha.
- Olha filho o que conseguimos.
Legal pai.
Ele deposita a cesta no carrinho.
- Eu acho que já ganhamos o dia e já
podemos ir embora.
- Papai quem é aquele homem e porque
ele gosta de viver ali?
- Talvez ele não goste filho, ele
simplesmente aceita viver a vida dele ali, naquele lugar como um projeto,
porque ele parado ali ajuda muito mais pessoas, do que todas esses pessoas, que
passam para cima e para baixo o tempo todo com pressa e não te dizem nem bom
dia e ainda é bem capaz de te xingarem, esse homem é um homem
simples, não tem nenhuma ambição na vida, ele simplesmente vive ali no seu
cantinho, se contentando apenas com água, caneta e papel para registrar os seus
pensamentos, ele não é um mendigo ele fica ali sempre com a mesma paisagem,
olhando pessoas estranhas passando por ele com pressa engarrafada no trânsito
e que muitas vezes olham para ele e pensam “Coitado” e
ele olhando para a pessoa que está no carro parado, ele pensa a mesma coisa
“Pobre coitado perdendo o seu tempo parado nesse trânsito”, ele é um exemplo de
vida, se as pessoas tivessem um pouco da consciência que ele tem, poderíamos
tornar esse mundo um lugar melhor para se viver, com pequenos gestos e atitudes
que nenhum dinheiro o corrompa, esse homem poderia aceitar caridade de alguém e
ficar em um lugar protegido da chuva ou em um lugar mais digno, sem que ninguém
o incomodasse a escrever os seus pensamentos, mas ele prefere ficar ali, porque
talvez seja o que inspire ele a ser quem ele é e poder ajudar outras pessoas,
isso é uma ironia, as pessoas passam por ele e nem imaginam que ele tem o poder
de fornecer alimento para outras pessoas, isso é irônico demais , será que essa
foi a intenção da associação?
- Olha papai quanto ferro ali!
- É uma grade de uma janela.
- Vamos levar no carrinho, eu te ajudo
papai a colocar no carrinho.
- Mas não cabe no carrinho é muito
grande.
- Papai eu entro no carrinho e amasso
todo o papelão e fico segurando por dentro a grade.
- Mas você vai ficar preso.
- Sim, vou ficar igual eu fiquei com os
meus irmãos é divertido.
Com a ajuda do Marquinho seu José com
muito esforço consegue colocar a grade em cima do carrinho prendendo o seu
filho dentro do carrinho, que ria e se divertia achando tudo aquilo engraçado
dizendo.
- Estou preso papai, agora sou um fora
da lei igual nos filmes de bang-bang e o senhor é o Xerife e o par de luvas é o
seu cavalo.
- Você não acha que o par de luvas é
muito pequeno para ser um cavalo?
- É só de brincadeirinha papai.
Capítulo X
- Vamos vender esses ferros e levar a
cesta para casa.
Mas no seu caminho seu José se depara
com o destino de pessoas que era oposta à do homem da praça, ele atravessa
novamente o rio pela ponte Eusébio Matoso, só que dessa vez bem mais lento, por
causa do peso do carrinho e as buzinas esgoelar atrás dele, freadas e
xingamentos e gestos obscenos. Ele atravessa o rio e entra nas ruas menos
movimentadas para evitar mais xingamentos.
- Papai, estou com fome.
-Puxa vida, eu fiquei tão empolgado com
a história do homem da praça que até esqueci da marmita do meu filho, deixa eu
achar um lugar para almoçarmos.
- Mas você vai ter que comer aí dentro
porque se eu tirar a grade depois a gente não consegue colocar de volta.
- Eu como aqui dentro mesmo papai igual
nas celas dos filmes que os bandidos comem e sempre usam o talher para escapar
das prisões.
- Que imaginação. Diz o seu José rindo
enquanto abria a marmita, que tinha Arroz, feijão e coxinhas de frango ele pega
uma coxinha e coloca na boca e dá a marmita para o filho entre os ferros da grade
comer, ele come a carne da coxinha de frango e dá o osso para o par de luvas, o
menino come a sua pequena parte e devolve o restante para o pai, que se senta
em uns degraus de um estabelecimento que estava fechado, seu José coloca um
pouquinho com o garfo no chão para o par de luvas e come o restante.
- Pronto, agora podemos prosseguir, já
estamos alimentados pela nossa sabedoria como disse o homem da praça.
E no momento que o seu José manobrava o
carrinho, que estava um pouquinho pesado ele dá um solavanco por causa de um
degrau que havia ali e o carrinho dá uma guinada para a direita e a ponta da
grade de janela arranha um carro preto que passava com o som no último volume,
o carro para e dentro dele descem três rapazes e um deles estava bastante nervoso
e gritando.
- Você é cego? - Olha só o que você fez
no meu carro e agora quem vai pagar por isso?
- Desculpa moço.
- Desculpa é o caralho!!
E o rapaz dá um tapa no seu José que se
desequilibra e que cai no chão e os outros dois rapazes dão pontapés no seu
José caído no chão, o par de luvas avança nos homens tentando proteger seu
José, afastando os homens dele, mas foi temporário, porque um dos rapazes dá um
chute no cachorro que grita de dor.
- Cain, Cain, Cain.
Seu José ainda caído olha para o
cachorro gritando de dor e pede desculpa novamente para os garotos.
- Desculpa!!
- Desculpa o que, nós vamos levar esse
carrinho embora, nós só vamos amarrá-lo no engate do carro e levá-lo embora.
- Não faz isso moço, eu tenho que
sustentar a minha família com ele.
E antes que ele terminasse a frase
tentando falar que o filho dele estava dentro do carrinho, ele leva um chute e
fica inconsciente.
- Não quero saber, quem mandou riscar o
meu carro.
Eles amarram o carrinho no engate do
carro com as próprias cordas que seguravam a grade dando risada.
- Até logo tio! Eles entram
no carro e disparam com o carrinho engatado.
Seu José desperta e grita que o filho
dele estava no carrinho, mas o som alto do carro não deixa eles ouvirem o que o
Seu José gritava e corria atrás do carro deles. Eles olham pelo vidro traseiro
e observam o seu José correndo atrás do carro gritando eles dão risada.
- Sei José corre atrás do carro
gritando desesperado.
- Por favor não façam isso pelo amor de
Deus, devolvam o meu carrinho com o meu filho dentro. Ele corria desesperado já
com as lágrimas se misturando com o sangue que escorria pelo seu rosto e nos
seus olhos, que não estava deixando-o enxergar direito e a sua sandália se
arrebenta e ele tropeça batendo o dedão no asfalto, que arranca a sua unha do
dedão e ele cai de cara no chão.
Par de luvas vinha correndo atrás
latindo para ao lado do seu José e ficava olhando para aquele homem que chorava
com o pé sangrando igual a uma criança e repetia sem parar.
- Meu filho, meu filho, porque, porque,
existem pessoas tão ruins, porque!!
E ele grita, mas ninguém o escutava
para poder ajudá-lo.
- Eu quero o meu filho de volta!
Ele se levanta, olha para o par de
luvas que estava mancando também e diz.
- Está vendo amigão, foi como eu disse
lá atrás, as vezes as pessoas não ajudam umas às outras e só fazem atrapalhar
ainda mais a vida dos outros, quanta ignorância, quanta injustiça que deixa
esse mundo um lugar horrível para sobreviver.
Chegando em casa dona Fátima toma um
susto.
- José!! O que aconteceu com você
homem? –E cadê o Marquinho?
Seu José conta tudo o que aconteceu e
se lamenta das coisas que estavam no carrinho, mas isso não era nada, a coisa
mais importante era o filho dele que estava dentro do carrinho.
Dona Fátima entra em desespero e começa
a gritar.
- Eu quero o meu filho, você vai ter
que achar o meu filho!!
Seu José a abraça e os dois choram
juntos, as outras crianças choram também vendo os seus pais chorando.
Dona Fátima enxuga as suas lágrimas e
as lágrimas do marido o abraça mais uma vez e diz.
- Nesse mundo gigante e injusto homem,
onde vai saber onde está o nosso filho?
- Vai homem sai atrás dele quem sabe
você o encontra, coração de mãe não se engana e algo me diz que é preciso ir
atrás dele, vai homem volta pelo mesmo caminho, quem sabe você não o encontre.
O dono do carro chega na porta da sua
casa e desamarra o carrinho e diz.
- Vou usar esse carrinho para levar o
entulho que o meu pai pediu para o terreno baldio, mas antes preciso me livrar
desses lixos, me ajudem aqui a tirar essa grade de cima do carrinho para eu
poder levar ele para o meu quintal.
Ele tira a grade e quando o carrinho
abaixa para eles, se deparam com Marquinhos que estava chorando e assustado.
- Que porra esse moleque está fazendo
aqui.
- E agora o que vamos fazer com esse
moleque?
- Isso é sequestro da cadeia.
- Vamos matar ele então.
- Não!! - Você é louco, não fala merda.
- Agora ele viu onde eu moro e pode me
entregar para a polícia.
- Para com isso e vamos levar ele para
a casa dele.
- Onde você mora moleque?
- Não sei. Responde o Marquinho
- E agora ele não sabe onde mora, o que
vamos fazer com esse moleque.
- Já sei, vamos levar ele onde nós
encontramos o cara do carrinho que deve ser o pai dele e a gente o larga lá.
- E se esse moleque se perder.
- Melhor ainda, assim não vai entregar
onde eu moro.
- Você é muito ruim.
- O que você quer fazer então, que
deixe ele na polícia?
- É uma boa ideia.
- E o que você vai dizer para polícia,
que ele apareceu do céu, esqueceu o que fizemos, podemos responder por agressão
e sabe-se lá o que mais por trazer esse pirralho com a gente.
- Verdade, é vamos deixar ele onde o
encontramos.
- Entra no carro moleque que nós vamos
te deixar onde o encontramos, quem sabe o seu ainda não esteja por lá.
Marquinho entra no carro e os rapazes o
deixam exatamente onde o seu pai havia caído.
- O pai do moleque não está aqui, vamos
largar ele aqui sozinho mesmo?
- O que a gente vai fazer, adotar ele
agora?
- Larga esse moleque aí e vamos embora.
Eles deixam o menino no meio da rua e
partem com o carro.
Marquinho filho olhando o carro se
distanciar ele olha para um lado olha para outro e se assusta com a buzina
atrás dele.
- Saí da rua moleque, que morrer!!
Grita o carro que passava.
Ele vai para a calçada e pensa.
- Eu acho que o caminho é para cá.
Já estava escurecendo e as luzes da rua
começaram a acender e ele vai andando com medo de não ser aquele o caminho.
Ele vai andando e no caminho ele
reconhece uma casa bonita.
- Estou no caminho certo, essa é a casa
bonitona que nós passamos por ela ontem.
- Seu Jorge e o par de Luvas estavam
andando procurando pelo Marquinhos e foram andando até onde havia acontecido a
briga dos rapazes com ele.
- E agora amigão, não achamos ele, o
que a gente faz.
O cachorro parecendo que tinha
entendido o que o seu dono havia falado, começa a farejar algo como um cão de
caça.
- A amigão se você pudesse rastrear o
Marquinho igual os cachorros dos filmes, seria muito bom.
O Cachorro late e corre pela calçada.
- Espera amigão onde você vai?
O Cachorro corre e para lá na frente
latindo para o seu Jorge como se quisesse que ele o acompanhasse. Seu Jorge
tenta acompanhar o cachorro.
O cachorro corre e para esperar o seu
dono.
O cachorro para em uma esquina e o seu
José chega perto dele, o cachorro fareja, fareja levanta a cabeça e late.
Seu José avista o Marquinho andando do
outro lado da rua
Ele corre ao encontro do filho que se
vira e avista o pai correndo e vai de encontro dele, os dois se abraçam e o par
de meia rodeia os dois, seu José abraçava e olhava para filho não acreditando
que tinha encontrado o seu filho.
- Eles falaram que iriam me matar
papai, fiquei com muito medo eles machucaram muito o senhor?
- Não foi nada a minha dor maior ter
perdido você, isso estava doendo tanto que nem lembrava desses machucados.
Eles voltam para casa e quando a Dona
Fátima os vê ela corre ao encontro deles e atrás dela vem a criançada junto e
todos se abraçam, chorando e sorrindo ao mesmo tempo, foi uma festa.
Capítulo XI
Seu Jorge deita na cama e comenta com a
esposa.
- Depois de toda a nossa conversa me
deu mais uma ideia.
- vou investir o meu dinheiro em uma
espécie de helicóptero ultra moderno, vou usar aquela nova tecnologia que
estamos desenvolvendo, no começo vamos precisar ter um paraquedas embutido com
um sensor inteligente que é ativado assim que ele percebe que o
helicóptero está caindo, acionado do meio do ferro onde fica o rotor das
hélices na parte de cima , não interferindo assim nas hélices ou enrolando nas
mesmas , por que só será ativado como um tiro para cima na certeza de que o
aparelho está caindo e a carcaça do helicóptero será anfíbio podendo assim
flutuar na água como um jet-ski usando uma das turbinas como propulsor e a
cabine fica lacrada não permitindo que a água entre, virá quase que um
submarino de superfície, estou falando isso porque estava pensando como os
carros viraram um transtornos pré-históricos, se tornou um transporte caótico,
porque já não existe espaço para os carros estacionarem e os acidentes são
ainda mais frequentes, vai chegar um dia em que vai travar tudo de uma maneira,
que ninguém vai conseguir andar, vai ter tantos carros nas ruas, que o número
carros vai ser maior que o espaço existente, o certo seria desistir desse
sistema falido e investir em transportes alternativos com novas tecnologias,
parecido como um trilho aéreo, eu vou investir nisso, terá todo tipo de
tecnologia de ponta do existir mais avançado.
Seu Jorge fica pensativo, pega uma
revista, ele ajeita o travesseiro para se acomodar para uma posição melhor para
a leitura, ele folheia a revista e na última página ele comenta.
- Eu adoro essas histórias da última
página desta revista, sempre leio todas, nunca perco uma.
Ele lê a história e dá risada sozinho.
- Olha que interessante, hoje a
história de é de precocidade, aqui ele diz que grande gênios revelam os seus
talentos dos 3 aos 8 anos de idade, seja na pintura, música ou literatura , mas
deve de ser chato ser um gênio precoce, porque você não faz outra coisa da
vida, vai passar a vida inteira, sendo lembrado e homenageado, sempre pelo
mesmo motivo as vezes eles deixam de ser crianças e não aproveitam a melhor
parte da vida, não sabem como é bom subir em um pé de fruta e comer uma fruta
fresquinha no pé ou brincar de uma brincadeira de criança
despretensiosa, só por diversão.
- Os Gênios anulam as suas vidas para
darem prazeres aos outros, não sabem o que é ser um inocente sem habilidades
artríticas ou sábias, que aproveitam a vida a todo instante com detalhes
simples, bobas, mas divertidas e corriqueiras.
- Os precoces geniais, nunca relaxam,
estão sempre criando, observando, pensando, estão sempre ocupados com os seus
talentos.
A esposa do seu Jorge que ouvia a
história que ele lia, olha para ele estranhando o marido e pergunta.
- Será que o nosso bebê vai ser algum
gênio desses precoces?
- Tomara, mas pensando bem, eu prefiro
que, ele ou ela seja, o que quiser ser o que eu puder fazer para estimular e
incentivar qualquer que seja o talento do nosso bebê eu irei fazer, sempre
procurarei estar bem atento a suas primeiras manifestações de talento que ele
apresentar.
- E falando no nosso bebê amanhã eu vou
no obstetra fazer alguns exames, você me leva?
Levo sim e aproveito para perguntar
para a médica sobre essa reportagem, se na barriga já se pode observar algum
detalhe especial.
- Está bom, amanhã você pergunta, mas
vamos dormir agora.
Capítulo XII
- Nosso filho está são e salvo, mas e
agora como eu vou fazer para ganhar o sustento de hoje, eles levaram o meu
carrinho, por pura maldade, por causa de um risco naquela porcaria daquele
carro, será que a pintura daquele carro vale mais que a necessidade de comer
dos nossos filhos, ainda por cima quase mataram um dos nossos filhos e se
aquele carrinho se desprende e tomba, aqueles rapazes além de malvados eram irresponsáveis,
podiam ter machucado outras pessoas também.
- Calam José, o que você pode fazer até
conseguir outro carrinho e levar um saco de estopa ou o de farinha e tentar
apanhar só pequenos objetos até construir outro carrinho.
- Boa ideia muie, por isso que te amo,
vou fazer justamente isso.
Ele dá um abraço e um beijo na esposa e
vai até o fundo do quintal do barraco e apanha dois sacos grandes com alguns
objetos dentro, ele esvazia os sacos.
- Pai, pai, pai, deixa eu ir com o senhor?
- Não filho hoje não, ainda mais depois
do que te aconteceu, eu ainda não me recuperei do susto.
- Deixa pai, eu levo a bicicleta e
ajudo o senhor a carregar o saco nela.
- É uma boa ideia, mas ainda não sei,
pode ser perigoso.
- No fim dá tudo certo pai, deixa vai.
- Está bom, então vamos indo.
Marcos pega a bicicleta e o par de
luvas percebendo o movimento, levanta as orelhas e se levanta rapidamente e sai
acompanhando os dois, Seu Jorge anda alguns quarteirões, eles brincam com a
bicicleta improvisando uma garupa e amarando um dos sacos nela, eles apanham
algumas latinhas de alumínios e algumas peças de ferro e fio de cobre.
- É filho a vida é assim sempre
começando de novo, não importa como, se você está vivo tem que sacudir a poeira
e se levantar não pode parar, só para a morte que não tem jeito, morreu acabou.
Eles andam mais alguns quarteirões e
não acham mais quase nada e o sol do meio dia começava a castigar.
- É filho, esse sol está castigando a
nossa moleira.
- Pai, estou com fome.
- Eu sei filho, também estou e o pior
que eu nem lembrei da marmita.
Eles desceram a Av. Washington Luiz e o
seu José vê embaixo da ponte uma barraca de Coco verde e tem uma ideia e lhe
vem a lembrança de quando ele era criança e depois de beber a água dos cocos, a
sua mãe abria os cocos e davam para eles comerem a carninha do coco, como eles
chamavam a fruta do coco ainda verde que bem molinha.
- Moço o senhor vai usar esses cocos
que já beberam a água?
O vendedor olha para ele e responde.
- Não porquê?
- O senhor poderia me dar alguns para mim
e o meu filho os abrirmos e comer o miolo de dentro?
O vendedor olha para o seu José e
depois olha para o Marcos e concorda com a cabeça.
- Claro, pegue quantos quiser.
Seu José agradece e pega o saco de lixo
preto com os cocos dentro ele agradece o vendedor e o chama o Marcos.
- Vamos Marcos, vamos nos sentar ali
debaixo daquela ponte do outro lado da avenida. Marcos se anima e monta na
bicicleta e atravessa a avenida sem olhar para o lado um carro buzinar
freneticamente e freia. Seu José corre e tira o seu filho do perigo.
- Menino presta atenção, você quase
morreu agora, o que eu iria dizer para a sua mãe, se te acontecesse alguma
coisa com você. E agora o saco de lixo rasgou quando corri e vou ter que
apanhar os cocos que caíram na avenida.
No momento que passa um carro e esmaga
um coco caído no meio da avenida.
Fica quieto aí que eu vou apanhar os cocos
que caíram.
Seu José olha para a avenida e verifica
que não vinha carro algum e corre para pegar os cocos que caíram, ele apanha
alguns e faz uma montanha de cocos equilibrando no peito, mas acaba deixando
cair alguns, ele coloca os cocos que ele conseguiu carregar na calçada e volta
para pegar os que caíram.
- Droga menino eu falei para você ter
ficado em casa, olha que situação.
Seu José vai buscar os cocos dando
bronco no Marcos e se distrai e dá um pequeno toque no coco com o pé, que faz o
coco rolar para a avenida, ele tenta pegar rapidamente, pega o coco e se
levanta sorrindo para o filho e diz.
- Peguei!
Der repente um freada brusca, seu José
se assusta e ginga tentando pular para desviar do carro, que o
atinge e faz um barulho ensurdecedor e o corpo do seu José é arremessado a mais
de oito metros de altura, o corpo dele voa tão alto que passa por cima do
semáforo, rodando no ar parecendo um boneco, passa por cima de um
ônibus e cai do outro lado da avenida, o corpo dele atravessou toda a avenida
no ar e só parou depois da faixa de pedestre do outro lado da avenida, o corpo
dele cai no chão todo torcido e quebrado e desliza no chão até parar, o seu
corpo estremece e para, a cabeça dele estava aberta como uma abóbora e o sangue
que sai pela abertura da cabeça, forma uma poça de sangue gigante no chão.
Os passageiros do ônibus ainda tentaram
correr para tentar socorrer aquele pobre homem, mas já era tarde sua sina se
acabava ali. Marcos que assistiu a tudo, detalhe por detalhe, estava em choque
parado imóvel, par de luva vai ao encontro do corpo do seu José chega perto e
lambe o sangue e as feridas dele como se quisesse curar as chagas, mas uma voz
grita com ele.
- Sai daí cachorro!
Ele se assusta e corre para o outro
lado da avenida e um carro o atropelou também e morreu ali junto com o seu
dono.
O resgate chega examina o que sobrou do
corpo e cobre com lençol térmico.
A polícia interroga o motorista e
algumas testemunhas no local.
Quando o Policial vai até o vendedor de
coco verde. Ele conta como tudo havia acontecido aponta para o Marcos que
estava no mesmo lugar, parado imóvel desde o atropelamento. Aquele menino é
filho do acidentado.
O policial se aproxima de Marcos e
tenta falar com ele, mas ele não emite nenhuma palavra, o policial pede para
ele entrar no carro da polícia para tentar descobrir onde ele mora.
Capítulo XIII
- Vamos Vera eu já estou atrasado e não
posso chegar atrasado nessa reunião que tenho hoje, você tinha que marcar esse
ultrassom para hoje, não podia ser outro dia?
- Você prometeu e não dava para
remarcar, é hoje é pronto, você não relaxa um instante só pensa no trabalho, é
reunião atrás de reunião, aposto que se eu remarcasse, você iria pedir para
remarcar novamente.
- É! Mas é dessas reuniões de onde sai
o nosso dinheiro, que te dá todo esse luxo que você adora.
- Vai jogar na cara agora? Eu não estou
pedindo nada para mim, é para o nosso filho que vai nascer eu quero que você
seja mais presente e não dê presentes para compensar igual você faz com o nosso
menino, o menino tem tanto brinquedo, mas não tem com quem brincar e fica com
essa cara de bobo sem saber o que fazer que chega a parecer um retardado.
Dona Vera entra na Mercedes Benz prata
depois de ter colocado o menino no banco traseiro. Seu Jorge nem esperar ela
entrar no carro direito e arranca com o carro, ele sai em disparada rumo ao
consultório, já no consultório sentado na recepção, onde o seu filho brincava
com as revistas que estavam na mesa, e ele estava impaciente e não parava de
olhar para o relógio, de minuto a minuto ele olhava novamente para o relógio,
quando ele não olhava para o seu relógio, ele olhava para o relógio da parede
do consultório.
A recepcionista avisa que ele já podia
entrar para fazer o exame.
Dona Vera pega na mão do filho com uma
mão e com a outra pega na mão do Sr. Jorge e o arrasta para dentro do
consultório.
O Médico percebe a cara carrancuda do
Jorge e tenta brincar para quebrar o clima.
- Mas seu Jorge esboça um sorrisinho
pelo menos, vai nascer mais um corintiano, não é amiguinho?
Seu Jorge faz uma cara feia.
- Ele é São Paulino. Diz a dona Vera
rindo.
Jorge não esboçou nenhum sorriso.
O médico desconversa.
- E você garotinho que time você torce?
- Sou palmeirense. Responde o menino.
- Tem que ser corintiano, gosta de
preto e branco, mas vamos começar, por favor Vera deite-se na maca e vamos
começar a examinar essa barriga.
O médico passa gel na barriga dela que
dá um gritinho.
- Ui, que gelado.
Seu Jorge olha para ela, não diz nada e
olha para o relógio.
O médico começa a explicar.
- Olha aqui é a bacia é essa a coluna
do bebê e esse som, são os batimentos do coraçãozinho dela.
- Dela? Pergunta Vera.
- Isso mesmo, ela, já está muito
nítida, está vendo essa imagem que parece um Big Mac pequenininho, é a
xoxotinha dela, então vai nascer uma nova São Paulina. Diz o Médico olhando
para o Seu Jorge que não estava ouvindo nada e estava olhando para o relógio.
- Ah! O que? Desperta Jorge.
- Vai ser uma menina Jorge, você não
escutou uma palavra do que nós dissemos aqui né?
- Escutei ele dizendo que iria nascer
uma nova São Paulina.
- E que mais? Diz Vera olhando para
ele.
- Ele disse também que estava com fome
e que queria um Big Mac.
- Não é nada disso, deixa para
lá. Diz Vera olhando para ele de rabo de olho.
Jorge dá de ombros e tenta se fingir de
interessado no exame.
O Médico termina o exame, entrega
alguns papéis toalha para ela se limpar.
Sr. Jorge se levanta rapidamente, se
despede do médico e quase pega a Vera no colo e sai arrastando-a pela mão
esquecendo o menino.
- O Menino seu doido. Diz Vera.
Ele volta pega o menino e vai direto
até o carro e arranca como um doido, fazendo barbeiragens pelas ruas de São
Paulo em alta velocidade, mas são Paulo é uma cidade imprevisível como o humor
de uma mulher que muda bruscamente, São Paulo imprevisível, tanto no clima como
no trânsito e de uma hora para outra escurece tudo ou para tudo e o trânsito
fica horrível e o Sr. Jorge fica preso na Marginal e fica irritadíssimo,
querendo quase passara por cima dos outros carros xingando.
- Droga de trânsito e esses molengas
não andam. Ele buzina e xinga e gesticula e buzina freneticamente como um
louco.
- Ah, vou tentar contar caminho e sair
desse trânsito vou por dentro e pegou a Avenida Vicente Rao e vou pela Avenida
Cupecê e corto por Diadema até São Bernardo, porque até eu conseguir chegar na
Avenida Bandeirantes vou perder o meu compromisso.
Ele sobe com as duas rodas do lado
direito do carro pela calçada e cortando alguns carros e entra na primeira
ruazinha à sua direita, entra em uma rua que era contramão e sai no final da
Av. Roque Petrônio Jr. já entrando na Avenida Vicente Rao e ele pensa.
- Será que eu trouxe o contrato?
- Vera por favor abre a minha maleta e
olha para ver se não esqueci o contrato em cima da mesa da sala!
- Está bom, mas vai mais devagar, você
está muito rápido.
Dona Vera abre a maleta.
-Qual desses papéis que você quer?
O Sr. Jorge passa a mão na cabeça.
- Não, não pode ser. Ele sacode a
maleta de ponta cabeça e olha no banco traseiro para ver se não estava mesmo
ali e continua dirigindo a sua Mercedes Benz em alta velocidade e
não percebe que havia alguém no meio da Avenida agachado e quando ele olha para
a frente se depara com o Homem se levantando com um coco na mão, ele
estanca o freio do carro que derrapa e não para, atropelando aquele
homem e arremessando o seu corpo para longe, o vidro do carro se estilhaça e o
coco do homem cai dentro do carro.
O carro derrapou até parar ao lado do
corpo do homem acidentado.
O Sr. Jorge fica meio desorientado sem
saber o que fazer, não acreditando no que tinha acontecido, ele olha para a
esposa que estava em choque, olha para trás para o filho que estava procurando
ver o que estava acontecendo, estava tudo bem com ele.
- Vera, você está bem?
- Não, não estou, matamos uma pessoa e
agora o que a gente faz?
- Fica aqui dentro do carro!
Ele olha para o homem no chão com a
cabeça aberta e todo aquele sangue tomando o asfalto, ele coloca a mão na
cabeça e aponta para o homem, olha para Vera dentro do carro, ele entra em
pânico e se senta na calçada chorando de desespero e de dó daquele pobre homem.
Dona Vera desce do carro para consolar
o marido, mas quando vê o corpo do homem no chão no estado que estava, se sente
mal e desmaia.
Capítulo XIV
Seu Jorge não consegue dormir, as cenas
do homem batendo no seu carro e voando mais alto que o semáforo, não sai da sua
cabeça, o barulho da freada, todo aquele sangue, ele gira na cama de um lado
para o outro, e quando ele consegue adormecer, acorda gritando.
- Nãooo!!
- O que foi isso marido?
- Sonhei com o homem morrendo, o seu
corpo voando e caindo no chão, e depois a cabeça dele se transforma em um coco
vazio sendo esmagado e de dentro sai um cachorro correndo chorando na direção
de um menino.
- Calma marido, você quer que eu faça
um chá para você tentar relaxar, ainda é muito recente.
- Não, não sei o que eu quero, mas não
quero dormir e ficar relembrando.
- Eu sei, que um Whisky?
- Acho que sim, você conseguiu
descobrir algo sobre a família daquele pobre coitado?
- Descobri que ele tem cinco filhos e
mora em um barraco perto da Av. Água espraiada, os nossos advogados estão
tentando dar alguma assistência para a família, mas a mulher está inconformada,
ela quer o marido dela de volta e se recusa a aceitar algum tipo de ajuda.
- Nós precisamos ajudá-la, não podemos
deixá-la desamparada.
- Sim, estamos tentando.
- Precisamos garantir pelo menos a
subsistência da família dela, subsistência....
O Seu Jorge fica pensativo e a sua
esposa pergunta.
- Que foi marido? O que você está
pensando?
- Essa palavra Subsistência, me deu uma
ideia, vou colocar no papel e depois te mostro, me traz aquele whisky que você
me ofereceu, já que não consigo dormir vou escrever.
A esposa balança a cabeça apoiando e
sai para buscar o Whisky para o marido.
Ele se senta na frente do computador e
escreve:
SUBSISTÊNCIA.
A esposa trás o seu Whisky ele agradece
e fala.
- Me faz mais um favor, sabe aqueles
livros da coleção de Filosofia/
- Qual? Os da coleção do Jornal?
- Isso, esse, eu fiz alguns grifos neles,
e acho que vai me ser útil agora.
- Viu! Como foi bom eu fazer essa
coleção, e você só reclamando que eu só queria gastar dinheiro e no fim quem
acabou lendo e gostando foi você.
Ele balança a cabeça com impaciência e
diz.
- Ainda bem que eu li, porque você só
iria gastar dinheiro e deixar de enfeite e depois jogar fora.
- A coleção completa ficou bonita na
estante da biblioteca, os livros de capa dura na cor preta e fala a verdade e
ficou bem mais fácil a consulta também do que os livros originais, como aqueles
livros pesados de mil páginas, como aquele que tem o nome parecido com de um
cantor.
- Paul Sartre?
- Isso!
- Que cantor é esse? Pergunta ele balançando
a cabeça com cara de espanto.
- O dos Beatles, Paul.
- O dos Beatles é Paul McCartney. Diz ele rindo.
- Pelo menos te fiz
rir. Diz a esposa saindo para buscar os livros.
Ele lê na tela do
computador o que havia escrito:
SUBSISTÊNCIA.
A sua mente
fervilhava de ideias e ele pensava em como começar a escrever.
- Já sei que vou
imaginar uma pessoa que queira ter uma vida cultural, mas não tem tempo e assim
vou desenvolvendo.
A esposa traz alguns
livros.
- Olha eu trouxe
esses depois se você precisar, você pega o resto tá bom, vou voltar para a cama
e tentar dormir mais um pouco.
Ele faz que sim com
a cabeça e pega o número um da coleção, e lê.
A REPÚBLICA –
PLATÃO.
Ele abre o livro em
uma página marcada, relê a anotação, que como um estímulo cerebral, o inspira a
começar a escrever:
PROJETO MOVIMENTO SOCIOCULTURAL
DE SUBSISTÊNCIA.
Apresentação
Jorge Mendes
dos Santos, nascido em São Paulo em 05/05/1972, onde ainda reside, casado e pai
de um menino, estudou Administração na FAAP. Atualmente é empresário do ramo de
investimentos Tecnológicos, filantrópico, pretendendo desenvolver um novo
projeto social.
O Sr. Jorge dá um trago no
Whisky, lê o que escreveu, algumas palavras estavam grifadas de vermelho pelo
corretor ortográfico, ele as corrige e continua.
Introdução.
O Projeto
Movimento Sociocultural de subsistência, abordará questões socioculturais
relacionados a arte urbana, com pensamento crítico, desenvolvendo conceitos e
questões artísticas com uma estrutura de subsistência (que é aquilo que mantém
ou permanece, que sobrevive, para que seja praticado com o possível de um
mínimo de arte, “O domínio mais adaptativo da cultura está presente na
tecnologia, economia de subsistência e fatores da organização social vinculados
à produção”; A arte tradicional com o passar do tempo perdeu o seu espaço para
novas tecnologias, como os Futuristas já haviam previsto “ Os adeptos do movimento rejeitavam o moralismo e o
passado, e suas obras baseavam-se fortemente na velocidade e nos
desenvolvimentos tecnológicos do final do século XIX ” . Atualmente os jovens também já não estavam tendo interesse
nas artes convencionais, achavam-nas monótonas, assim a ressurreição da arte
contemporânea e pelo clássico para a juventude é dada pelo grafite e pela arte
urbana com a cooperação da internet, que conseguiram atrair a atenção dos
jovens devido a sua acessibilidade e pela identificação marginalizada, por ser
em alguns casos geralmente praticada nas ruas. Atraindo assim olhares para
obras, seja pelo tema contemporâneo ou pela crítica social, assuntos atuais ou
simplesmente pela estética e a beleza do trabalho artístico, destacando-se e
assim atraindo diversos views e likes nas redes sociais. O grafite será
o ponto de partida, mas não se restringindo somente a esse estilo de arte,
outros tipos de arte também serão utilizados, como a pintura acadêmica,
clássica, abstrata ou conceitual, também estão inclusos, a música, artes
cênicas, literatura e a poesia. Todo o ato de arte será um motivo de
complemento como uma somatória juntamente com a sua participação, para fortalecer
o desenvolvimento deste movimento com um manifesto. A origem deste pensamento
será explicada a partir de questões socioculturais, e preocupações com o meio
ambiente, moradia, educação, saúde, ecologia e segurança. Mostrará a
importância e a necessidade de se praticar atos políticos, como exemplo, dentro
das favelas, onde estão aqueles que já vivem abaixo do limite de uma
subsistência, mostrando a importância de reivindicar e de se fazer valer o seu
direito de cidadania dentro de uma democracia, sem conflito, sem violência,
apenas usando a arte, atuando e exigindo uma subsistência sociocultural
adequada, através de um olhar crítico, para que a comunidade tenha
harmonia, sendo equilibrada, libertadora e justa dentro de uma sociedade.
O Sr. Jorge
lê o que escreveu e pensa:
- Aquele
documentário sobre Hip hop e arte urbana que assisti na tv a cabo, veio a
calhar, estava pensando nisso a dias e depois disso passei a observar os
grafites nos muros como mais atenção e realmente, existem jovens com talentos
absurdos que não são valorizados.
- Por hoje
está bom, amanhã eu continuo, vou tentar dormir um pouco que daqui a pouco
tenho que pegar no batente, ele vai para a cama com a cabeça fervilhando de ideias.
No dia seguinte no trabalho, ele não parava de pensar no seu projeto, fazia
anotações no seu moleskine enquanto participava de uma reunião como um grupo
japonês que havia descoberto um minério em uma região invadida por uma favela.
Aquilo chamou a atenção dele, que por um momento parou para prestar atenção no
rapaz que traduzia a fala do japonês para o português.
O rapaz
explica que o local onde se localizava a favela, o seu subsolo, havia partes do
cometa que havia caído na terra na época dos dinossauros e que esse material
era extremamente eficaz para as novas tecnologias. E que eles só conseguiram
descobrir usando super raio –x de solo e depois de muitas pesquisas e
pesquisas, entenderam o poder desse minério classificado como X-DMPA –
(Experiência, Desenvolvida de matéria prima Alienígena).
- E o que
exatamente se pode fazer com esse minério? E como ninguém descobriu esse
material antes? Pergunta ao sr. Jorge para o rapaz oriental.
- Tudo,
ninguém descobriu porque ele se parece com uma rocha comum, só conseguimos
identificar, agora com esse super raio-x e está bem abaixo do solo.
responde o rapaz com um sotaque japonês.
- Como Tudo?
Pode ser mais específico? Questiona o Sr. Jorge.
O chefe do
rapaz pergunta em japonês para ele o que o Sr. Jorge estava questionando.
O rapaz
traduz e o seu chefe pede para que ele lhe conte os benefícios para a
humanidade, com o uso desse novo material.
- Ele pode
ser usado nas telecomunicações, como muito mais precisão em uma quantidade de
material menor, também pode ser usado misturado com o outros materiais,
deixando muito mais resistente que o aço é mais leve que fibra de carbono, um
fio de cabelo desse material é mais forte que um fio de uma teia de aranha,
experimento que já fizemos também misturando os dois, deixando o ainda mais
resistente e leve.
O rapaz é
interrompido pelo seu chefe e fala bastante coisa em japonês.
- O que ele
disse? Pergunta o Sr. Jorge para o rapaz.
O rapaz olha
para ele e olha para o chefe e diz:
- Ele disse
que o Japão já tem a patente desse material, mas que o lugar onde ele existe em
maior quantidade está debaixo de uma comunidade que vocês chamam de
Paraisópolis.
- É só a
maior favela de São Paulo. Afirma o sr. Jorge.
- Sim.
Concorda o rapaz.
- Essa
favela só tem 10 km 2, são 10 km 2 de famílias que vivem ali.
- Esse é o
problema, como vamos extrair esse material de lá, sem afetar essas famílias?
O chefe
japonês, resmunga na língua deles.
O Seu Jorge
olha para o rapaz com cara de ué.
E o rapaz
traduz.
-
Precisamos desabilitar toda aquela área, tirar todas aquelas famílias de
lá.
Sr. Jorge
fica pensativo e diz.
- Eu tenho
uma ideia, para fazer isso de uma maneira adequada, sem deixar ninguém no
relento, mas, me diz, quantos andares se pode fazer com uma coluna feita com
esse material?
- Cem vezes
mais que um ferro normal.
- Ok, eu vou
precisar de uma parte desse material para construir algumas centenas de
andares, o que sobrar é de vocês.
O rapaz
traduz para o Chefe, que responde em japonês.
- Não
precisa traduzir, pela expressão dele já entendi que ok?
O Rapaz
concorda que sim.
- Me diz
mais uma coisa, o que vocês pretendem construir com esse material?
O rapaz
traduz a pergunta para o chefe que lhe entrega uma pasta e aponta para o sr.
Jorge olha.
O Sr. Jorge
pega a pasta na mão e a abre, havia desenhos de um robô que era a mistura de
uma aranha com um drone.
- O que
isso?
- Isso é a
última palavra em tecnologia, esses robôs podem trabalhar 24 horas por dia, nas
mais variáveis temperaturas, abaixo de zero, calor escaldantes, no fundo do
mar, nas alturas, eles são feitos com esse metal que estamos falando e como o
metal eles trabalham mil vezes mais rápido que um ser humano.
- Isso me
parece muito útil para o meu projeto. Fala o Sr. Jorge com um brilho no
olhar.
Sr. Jorge,
volta para casa com a cabeça com o dobro de ideias que já estava.
Ele divide
as suas ideias com a esposa durante o jantar.
- Marido
você sempre foi muito pés no chão, ver você falar de uma ideia utópica como
essa, não estou te reconhecendo, realmente aquele acidente mexeu com
você.
Ele dá de
ombros, se levanta da mesa de jantar e se tranca no escritório, liga o
computador e escreve:
Desenvolvimento
e entendimento do projeto MSS.
O Projeto
MSS pretende atuar dentro da cultura, no entendimento da palavra “Subsistência”,
devido a necessidade de sobrevivência de um sujeito que tenha que se dedicar a
maior parte do seu tempo áreas que não tenham nenhuma relação com a arte,
estando alienado e ficando por horas dentro de um escritório, deixando
de lado muitos dos seus sonhos, com pouco tempo para a prática de uma arte ou
de um ato político, seja pelo desenho ou pintar, tocar um instrumento musical
ou escrever um livro.
A criação com as mãos
representa a expressão de uma capacidade reprimida, que foi substituída por
empresas e fábricas. A expressão gestual das mãos, assim como a prática de
transformar, assegura a liberdade de criação [ ] com relação aos interesses de
práticas artísticas, destaca-se a importância do imaginário e da capacidade de
sonhar, de encantar-se, assim como da busca do belo, que se refere a atividades
eruditas e populares relacionadas à arte, ao teatro, ao cinema e à literatura. Pág.
26 – Sociologia integrada.
Todo
individuo precisará de muita força de vontade, praticando de madrugada ou nos
finais de semanas, nas suas horas vagas, para colocá-lo em prática como é
observado por Platão:
A finalidade da arte não é outra, sem
dúvida, senão aquela para que foi destinada, conseguir para o seu objeto o
máximo bem estar. 2002. A República. Pág. 32
Contudo,
esse movimento não se restringe só a essa categoria, ele abrange a todos
aqueles que queiram participar ou que se sintam incomodados com algum tipo de
preconceito ou desigualdade de tratamento, sendo ele de gênero ou racial,
canalizando todo grito de liberdade ou do excluído. Todo artista que possui
algum tipo de talento, sente uma necessidade de expressá-la e de praticá-la,
seja por hobbies ou profissionalmente, o artista de “fim de semana” sacrifica o
seu descanso e a sua vida pela arte e é a partir desse sacrifício que surge a
Arte de Subsistência, com dedicação e respeito como mencionou Kant.
Certamente os grandes talentos,
com uma atividade que lhes é apropriada, podem também ser fontes de respeito ou
de um sentimento análogo a este, bem merecendo, por outro lado, que esse
respeito lhes seja dedicado; mas nestes casos, parece que a admiração é
idêntica ao sentimento de respeito. Observando, porém, mais de perto, podemos
notar que, como se permanece sempre na incerteza quando se trata de verificar,
na habilidade, entre o que provém do talento inato e o que provém da cultura
devida ao esforço pessoal, a razão nos apresenta essa habilidade como sendo
provavelmente fruto da cultura, por conseguinte, como um produto do trabalho, o
que rebaixa sensivelmente nossa presunção e tanto nos recrimina a respeito como
nos impõe seguir semelhante exemplo, na medida das possibilidades que são as
nossas. Pag97 e 98 – Crítica da razão prática- Immanuel Kant.
Todo artista
contemporâneo precisa de um conceito para poder expressar a sua realidade,
rompendo com o convencional, encontrando a sua própria identidade ou
descobrindo uma nova tendência artística, “A Arte está para a vida como o vinho
está para a uva” (Vygotsky, 199, p 308. A questão a qual será abordada, como
uma abertura para a utilização do senso crítico e do grafite como uma das
ferramentas, sendo que: esse já faz parte de um movimento conhecido como
Hip-Hop que é uma
expressão social, artística e política. É composto por quatro
elementos artísticos: grafite, break, MC e o DJ, esses dois últimos
constituem o Rap. A diferença do MSS para o Hip-Hop,
será nos seus elementos agregados, que conversa com todos os estilos de
pinturas (clássica, realista, abstrata, expressiva) dentre o próprio grafite e
os seus referenciais, sendo estes destaques e a sua ruptura com os suportes e
pensamentos tradicionais, esses trabalhos depois de concluídos, poderão usar as
novas tecnologias através das mídias digitais (internet). como observado por
Fernandes:
A rede converteu-se, assim, num
espaço de ações no mundo real. Castells viu nessa tendência uma forma de
aumentar a liberdade e de empowerment (empoderamento) do cidadão. Nesta ótica,
a internet trazia uma mais-valia para a democratização, permitindo,
tendencialmente, igualar “as condições nas quais distintos atores e instituições
podem agir” (CASTELLS apud FERNANDES, 2013, p. 269). Pág. 72 – Sociologia da
comunicação.
A diferença
está na execução e na produção de como uma obra será executada, podendo ter o
auxílio de um pincel ou de tintas a óleo, mas a preponderância será sempre o
uso de uma tinta spray no momento da produção de uma obra, que demonstrará a
habilidade do artista ao trabalhar em uma tela. Na arte de subsistência,
reforço que é obrigatório o uso de uma lata de tinta de spray, como os artista
do Fauvismo que “Na ânsia de pintar o
estado de graça, muitas vezes aplicava-se a tinta diretamente na tela, onde os
vermelhos, os amarelos, os verdes uivavam e antecipavam o gosto moderno pela
cor pura. Era o novo espírito de síntese” Essa nova prática foi o motivo da
ruptura para a sua época. Como o grafite que rompe com as tendências
artísticas, através do spray e das suas cores. como o grafite que é produzido
direto nos muros pelas ruas das cidades, na questão levantada aqui, o objetivo
é trazer essa essência para as telas, junto de suas imperfeições e
características, mas nada mudará em relação da produção do grafite com seu
método tradicional de ser produzido em muros com seus mais variados estilos e
temas pelas ruas das cidades.
- Acorda
Jorge!
-Ah!
- Você
dormiu na cadeira, o dia já amanheceu.
- Aí meu
pescoço, aí as minhas costas, estou ficando velho. Ele levanta reclamando e a
esposa dá risada.
- Vai tomar
um banho que eu vou pedir para a Maria deixar o café pronto.
Ele entra no
chuveiro, fica ali parado deixando a água quente cair no seu pescoço. As gotas
de água que escorriam pelo seu corpo e caiam nos potes de Shampoo que estavam
no chão, formavam um ritmo, uma batida, como uma música.
-Música!!! É
isso que precisava para desenvolver um projeto cultural.
Ele desce
para tomar café e se senta à mesa, e brinca com os talheres, fazendo de baqueta
de bateria, batendo nos copos, xícaras e pratos.
- Tá animado
marido, que bom.
- Sim, estou
tendo umas ideias boas, escrever esse projeto que vai ajudar muitas pessoas,
está me ajudando a superar tudo o que aconteceu.
- Que bom
marido, realmente faz bem, ajudar outras pessoas.
Ele termina
o seu café, pega a sua maleta, dá um beijo na esposa.
- Hoje eu
vou dirigir o meu esportivo, pode dispensar o Alfredo para me acompanhar, deixa
ele a disposição de você se você precisar, vou superar o meu trauma de dirigir
novamente.
- Que bom
Marido, toma está aqui a chave do carro, aquele carro está muito tempo parado,
só não arriou a bateria pôr o Alfredo, liga ele quase todo dia e deixa ele
sempre brilhando.
Ele entra na
garage, olha para aquele carro esportivo vermelho, anda na sua direção, dá uma
tapinha na lataria do carro, abre a porta, joga a maleta no banco do
passageiro, se senta no banco do motorista, segura com as duas mão o volante e
decide dar a partida, o ronco do motor toma conta da garagem, ele brinca com o
ronco do motor, apertando o acelerador algumas vezes, até exagerar e a esposa
aparecer na porta da garagem, gesticulando e levantando os braços.
- Desculpa,
exagerei, esse ronco é música para os ouvidos.
Ele engata a
ré para sair com o carro.
A esposa faz
sinal de tchau e volta para dentro da casa.
Ela anda com
o carro por uma rua longa e parar no semáforo, aproveita para ligar o rádio,
procura por uma estação de rádio.
- Essa não,
essa também não, credo essa menos ainda. Ele desiste da rádio e ativa o
bluetooth do celular para conectar com o rádio do carro, o rádio faz um barulho
moderno e seleciona a sua playlist e escolher, de cima para baixo, letra V,
Villas lobos, Las bachianas.
- Essa!
Exclama ele e aperta o play, uma voz de anjo, começa a sair dos altos falantes,
ele fecha os olhos por um instante e quando ele abre os olhos e olha em seu
entorno, as pessoas admiravam aquele carro vermelho brilhante e o seu ronco
forte e ritmado, o farol acende a luz verde e ele sai com o carro aumentado o
ronco do motor, vai dirigindo tranquilamente e ouvindo aquele canto gregoriano,
cantado por uma voz de um anjo, a intensidade da música vai aumentando e ele vai
acelerando o ronco do motor, e se empolga com o a música e com o motor do carro
e pensa.
- Opa,
melhor não se empolgar e tirar o pé do acelerador, mas isso que é música, é
disso que as crianças precisam aprender.
Ele chega no
escritório, passa um dia normal, sem nenhuma novidade, o que dava
oportunidade para ele anotar algumas ideias para o seu projeto, ele aproveita o
dia calmo e trabalha no seu projeto particular, mas antes de começar ele se
levanta vai até a sua coleção de discos, passa o dedo escolhendo um disco e
para na letra M, Mozart, isso mesmo que preciso, música de piano, ele coloca o
disco no toca disco, e a sala é tomada por um solo de piano, ele fecha os
olhos, com uma sensação de prazer, ele se senta se ajeita em frente o laptop e
digita:
A
importância da Música dentro do movimento MSS
A importância da participação da
música dentro do MSS é fundamental, tendo em conta que ela atua como parte de
um dos principais elementos mais importante, sendo assim, ela deverá apresentar
qualidade, mostrando a importância do seu ensinamento dentro de uma instituição
de ensino, o conceito de repertório mediado, onde Vieira (2009) estabelece o
seguinte conceito:
As preferências musicais dos alunos
parecem estar condicionadas a fatores estritamente ligados ao meio social em
que vivem, à geração à qual pertencem e às questões de gênero. Os professores,
por sua vez, possuem graus distintos de interferência nas escolhas do que deve
ser trabalhado em aula. Estas interferências são condicionadas à visão que cada
um desses professores tem sobre a atividade que desenvolvem; suas inclinações
ideológicas, seus preconceitos; enfim, suas visões de mundo. Portanto, o
repertório desenvolvido em aula é fruto de negociações entre os professores e
seus alunos, mediadas pelos fatores expostos acima, entre outros. (VIEIRA, 2009,
p. 100)
Como observado e que possa
melhorar o nível de qualidade musical dos alunos ou dos seus praticantes, sendo
indicado composições inspiradas em poemas de subsistência. Na atualidade está
sendo observado que jovens de comunidades gostam de ouvir e produzir Rap, Funk
e Samba, segundo Corrêa (2009):
Muitas vezes, o repertório ouvido e
tocado por adolescentes pode ser um dos pontos que geram um distanciamento na
aula de música, originando preconceito de ambas as partes. Preconceito que
geralmente advém de um desconhecimento do próprio professor sobre um
determinado tipo de repertório ou sobre uma determinada realidade, que muitas
vezes não diz respeito aos educadores; assim como preconceito de jovens em
relação a fazer aulas, por desconhecerem o tipo de ênfase e realidade do professor.
(CORRÊA, 2009, p.37)
O samba faz parte da cultura
brasileira e precisa ser incentivado pelos jovens para que eles mantenham essa
cultura brasileira viva, mostrando-lhes a importância de manter uma cultura; o
Rap é composto por um Dj e um MC, o Funk também, mas a diferença está no ritmo,
que usam batidas eletrônicas, letras violentas e pornográficas, enquanto o
outro tende a agir como um escape. Esses estilos de música vêm sendo criticado
pelos críticos de música e pela opinião pública. Aqui a pergunta é: Mas como
eles poderiam ser afinados e ter uma boa qualidade técnica? Sendo que nunca lhe
foi ensinado música na escola; aqui está a questão é o motivo da reivindicação
pelo movimento MSS, de que seja ensinado música nas escolas, e que essa
proposta também se torne acessível para os moradores de uma comunidade.
Os temas das
músicas também seriam acompanhados pelos mesmos poemas de subsistência, por
isso a importância deste elemento no movimento. O poema terá um outro papel
dentro das propostas, que possam ser publicados ou expressados em muros,
através da prática de artes urbanas ou poesia concreta.
O telefone
toca.
- Alô!
- Oi
querido, você vai demorar para voltar para casa?
- Não, acho
que já vou embora, não tinha quase nada para fazer hoje, nenhuma reunião,
aproveitei para trabalhar no meu projeto.
- Que bom
querido, fico muito feliz, vem embora logo que vou pedir para a Maria fazer uma
janta bem gostosa para você, te amo.
- Também te
amo. Diz para esposa que fica muda do outro lado do telefone por um
instante.
- Um beijo
querido, vem rápido que estou te esperando e também te amo muito.
- Também te
amo muito, minha querida. A esposa fica novamente em silêncio.
- Tchau! Ela
desliga o telefone e fica parada com o telefone na mão.
- O que foi
patroa, a senhora viu fantasma, foi?
- Não Maria,
o meu Marido disse que me ama.
- Oxxi!! E
isso não é bom?
- Sim, mas
sabe quanto tempo fazia que ele não me dizia que me ama, fazia muito tempo que
ele não dizia isso para mim.
A Maria dá
um sorriso e balança a cabeça, limpando as mãos no avental e diz.
- Vou
caprichar no jantar hoje Dona Vera, deixa comigo.
- Isso mesmo
que eu ia te falar, coloca um vinho para gelar também, acho que a felicidade
está voltando aos poucos nessa casa.
- Mas a
senhora não pode abusar do álcool, o Bebê já está quase para nascer.
- Sim, você
está certa Maria.
O Sr. Jorge
está parado em um farol e olha o contraste que o seu carro vermelho esportivo
fazia com a realidade daquela localidade, barracos se amontoando um sobre o
outro no morro, no farol crianças pediam dinheiro, outros faziam malabares e
alguns vendedores vendiam, bebidas , acessórias para celulares, capas de
volante e havia uma mulher grávida, com uma criança de colo pedindo ajuda,
dizendo que o seu marido havia falecido, havia sido atropelado e ela
estava sozinha agora cuidando de cinco crianças, o seu Jorge deduz que aquela
mulher era a esposa do Homem que havia atropelado, ele coloca um óculos escuro
para que ela não reconhecesse e a chama oferecendo dinheiro, ela vem até o carro
e ele lhe dá mil reais, ela agradece muito, ele evita de olhar diretamente para
ela, para que ela não o reconheça, as outras crianças que pediam dinheiro no
farol , vendo ele dar dinheiro para ela veem na direção dele também, ele dá uma
nota de cem para cada um, os vendedores cercam o seu carro, ele compra um monte
de tranqueira que nem precisava, os carros atrás buzinavam para que ele andasse
com o carro que o farol já estava aberto a algum tempo, ele arranca com o carro
e ainda dá uma última olhada para a senhora com a criança, que lhe agradece
levantando a mão.
Ele chega em
casa toma banho e desce para jantar, a mesa de jantar estava farta com muita
comida, eles jantam, bebem, mas o Sr. Jorge estava um pouco calado, não estava
tão empolgado como de manhã.
- O que foi
marido? Você está calado.
- Hoje
quando estava voltando para casa encontrei a esposa do senhor que atropelei
pedindo ajuda no farol, ela está grávida, com um barrigão e segurando outro
bebê eu lhe dei 1.000 reais, sem que ela me reconhecesse.
- Ah é isso!
Mas marido a gente ofereceu ajuda para ela, ela não quer a nossa ajuda, o que
vamos fazer?
- Precisamos
insistir, esperar ela nos perdoar e assim, oferecer a nossa ajuda.
- Maria, tem
umas coisas que comprei no farol que estão no carro, você pode pegar para mim
por favor.
A Maria vai
até o carro enquanto eles continuavam a conversa, quando ela volta a Dona Vera
dá risada.
- O que é
isso?
A Maria,
estava segurando um saco de laranja, com a capa para volante pendurada no
pescoço, uma raquete de matar mosquito, adaptadores de celulares, palheta de limpador
de para-brisa.
- O que você
vai fazer com isso Jorge?
- Nada, na
hora eu só quis ajudar aquelas pessoas, também não estava raciocinando
direito.
A dona Vera
ri, a Maria ri balançando a raquete de matar mosquito e ele também ri.
-
Quero ajudar as pessoas, isso é melhor que terapia, me faz muito bem, quero
mudar o mundo, fazer um mundo melhor para se viver, olha a nossa mesa, com
tanta comida enquanto tem gente passando fome no mundo a fora.
- Que bom
marido, que você está pensando assim, o que eu poder te ajudar, irei
ajudar.
Ela o abraça,
que corresponde o abraço abraçando a cintura dela.
Ele vai para
o escritório coloca o laptop na mesa, o abre, analisa um pouco antes de começar
a escrever e digitar:
Pensamento social e político e a sua
percepção ética.
A partir
desse ponto foi percebido que esse movimento precisaria de um manifesto e a
partir dessa necessidade foi necessário um aprofundamento em estudos sociais e
filosofia, o que foi notado que ao estudar grandes pensadores, que há uma
oportunidade no Movimento Cultural de subsistência de ser social e político
abrangendo questões sociais em um país como o Brasil, e assim pensando
como se poderia aplicar-se este movimento nesse sistema, como manifesto e com
um pensamento mais humano e com respeito.
O respeito se refere sempre e
somente às pessoas, nunca às coisas. - Pág. 96- Immanuel Kant – Crítica da
Razão Prática.
Com respeito
as pessoas, o que precisaria mudar então? A resposta é, dar continuidade nos
programas sociais que já existem, um exemplo é a lei:
nº 10.835 Publicação Original [Diário Oficial da
União de 09/01/2004] (p. 1, col. 1) ,
de 8 de janeiro de 2004, que “institui a renda básica de cidadania e dá outras
providências”, com vista a autorizar a instituição do Fundo Brasil de Cidadania
e do conselho deliberativo desse fundo e dá outras providências.https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=415312
Se a
resposta é essa, então como fazer? Já que já existe a educação pública, o
hospital público e alguns sistemas habitacionais, e a lei citada acima,
questões que serão o nosso ponto de partida; o que precisaria então? Precisaria
de ética e de respeito, criar um setor ou um canal para onde sejam encaminhadas
todas as reclamações dos indignados ou dos manifestantes que representantes de
alguma causa ou de algo. Que essas solicitações sejam respondidas rapidamente,
juntamente com um setor de justiça, modernizado e adequado para que
análise dessas solicitações juntamente com auxilio das novas tecnologias, sejam
atendidas em um curto prazo e assim impedindo atrasos, prejuízos ou facilidade
para que corrupções desviem verbas destinadas a setores necessários para
a subsistência da população, sendo nos hospitais ou nas escola ou nos projetos
sociais que são voltados para a habitação popular; não permitindo oportunidades
de desculpa para desvios de verbas, que deixam esses sistemas sucateados ou
ficarem desatualizados e defasados; não permitindo que a criminalidade assumam
o poder aliciando estudantes para atos de contraversões; garantindo assim
que as crianças e a população carente, tenham mais oportunidades e melhor
condição de vida. Tomás More cita a lei dos Macarianos:
Cujo rei, no
dia de sua tomada de posse, se compromete por juramento, após ter oferecido
grandes sacrifícios, a nunca ter em seu tesouro mais que mil moedas de ouro ou
equivalente em dinheiro. Dizem que essa lei foi introduzida por um príncipe
excelente, mais preocupado com a prosperidade da pátria do que com o seu
enriquecimento pessoal [ ] impedir um acúmulo de recursos que haveria de
empobrecer o povo. Pág. 41 Utopia
Para manter
uma cadeia custa caro, custa mais caro que manter uma escola e assim, aquele
dinheiro que poderia ser destinado as escolas, acabam sendo gastos com a
necessidade da segurança pública, deixando as escolas abandonadas e professores
mal remunerados; contudo, com um governo sem ética e sem respeito ao cidadão,
resta a população assumir o controle do que lhe pertence, mas como? Sendo ativo
e participativo. Aquele pobre, morador de uma comunidade que depende do governo
e de uma escola pública, de hospitais públicos, do SUS ou de remédios, do CDHU,
diferente daqueles que possuam o maior capital que preferem que o Estado seja
mais liberal possível, que prefere o neoliberalismo e não interferindo no livre
comércio, sendo assim, o país ficaria dividido em classes e essas classes
poderiam ser classificadas como Capitalista e Socialistas, onde ocorre uma
segregação e ao mesmo tempo um equilíbrio entre as classes; capitalistas para a
elite detentora de grande parte da economia, que preferem um Estado neoliberal;
socialista para aqueles que dependem do Estado e não sendo explorado ao ponto
de:
Usar e abusar do suor dos pobres,
pagando-o do modo mais vil possível. Pag 121- Utopia.
No MSS não
poderia existir nada ou ninguém, abaixo da linha de subsistência, onde a mesma
é uma referência da qualidade de vida de uma sociedade, no primeiro momento a
dedicação seria para erradicar essa última linha a “Miséria”, como é indicado
no gráfico abaixo.
|
|
________________________________________________________ |
Linha limite____________________________________________ |
4-Miséria- moradores de rua e favelas. |
O Ideal é
que a quarta linha seja eliminada, e com a evolução desse sistema com o tempo a
terceira linha, também seja eliminada, mantendo só a primeira e segunda linha.
Isso seria um trabalho árduo, quase utópico, como apresentou o tradutor do
Livro “Utopia” de Thomas More:
Utopia é uma obra de ficção. Não
é um romance. Uma novela. É uma ficção da realidade humana, uma transposição da
realidade para a imaginação daquilo que deveria ser realidade. Este aparente
jogo de palavras quer simplesmente sublinhar que Utopia é uma crítica direta e
implacável à sociedade humana, que se diz fundada na união e na compreensão, na
política da boa vizinhança e na paz, na justica e na equidade, no respeito e no
acesso ao bem- estar garantido a todos. Pag 07 Utopia.
O gráfico acima mesmo sendo
destinto do gráfico abaixo, que tem um pensamento parecido com o de David
Ricardo que era oposicionista de Thomas Malthus “Ricardo concordava com a ideia
de o crescimento populacional ser responsável pela “corrosão” salarial do
trabalhador, sempre levando esse salário ao nível de subsistência.”
Assimilando este pensamento para um nível elevado e usando o gráfico abaixo de
referência oposta da teoria de Malthus:
Para Malthus, essa era a
tendência natural da humanidade: “independentemente do êxito conseguido pelos
reformadores, em suas tentativas de modificar o capitalismo, a atual estrutura
de proprietários ricos e trabalhadores pobres reapareceu inevitavelmente”
(HUNT, 2005, p. 69). Essa divisão de classes era uma consequência inevitável da
lei natural: “parecia que, pelas leis inevitáveis da natureza, alguns seres
humanos teriam de passar necessidade. Essas eram as pessoas infelizes que, na
grande loteria da vida, tinham tirado um bilhete em branco” (ibidem, p. 69). As
leis dos pobres [...]tendem a rebaixar a condição geral do pobre dos dois modos
seguintes. Sua primeira tendência óbvia é de aumentar a população sem um
aumento de alimento para sustentá-la. Um pobre pode casar com pouca ou nenhuma
perspectiva de ser capaz de sustentar uma família com independência. Pode-se
dizer que, de certo modo, as leis criam o pobre que mantêm; e como as provisões
do país, em consequência do aumento populacional, devem ser distribuídas a cada
pessoa em pequenas quantidades, é evidente que o trabalho daqueles que não são
sustentados pela assistência da paróquia comprará menor quantidade de provisões
do que anteriormente e, consequentemente, a maioria deles será forçada a
reclamar por sustento. (MALTHUS, 1996, p. 270-1). FUNDAMENTOS DE ECONOMIA PARA
AS CIÊNCIAS SOCIAIS, p 27.
Entretanto,
esse pensamento não é impossível, dependendo das condições em que uma sociedade
se encontra como em um país como é o Brasil, que oferece escolas públicas com
programas como FNDE, Fundeb, Fundef, sendo:
Esses recursos, se bem aplicados
e fiscalizados adequadamente, com a participação dos conselhos, no âmbito dos
Estados, Distrito Federal e Municípios, poderão constituir avanços no
financiamento para as diversas etapas do ensino e modalidades da educação. Pág.
90 - FUNDAMENTOS DE ECONOMIA PARA AS CIÊNCIAS SOCIAIS, p 27.
Assim também
são os hospitais, que fornecem remédios gratuitos e pronto atendimento através
do SUS, os projetos habitacionais (CDHU), bolsa família, resgates de
emergências (Samu), Atende (que busca e levam os idosos ou doentes para
consultas e exames), sendo assim; se tudo isso existe e alguns desses serviços
funcionam, porque ainda existem pessoas nas condições de miséria e analfabetos?
Ficando a América do Norte com o melhor e a América latina nessa situação como
citado abaixo:
Mesmo frente à impossibilidade de
atribuir um fato único para a passagem “moderno” - “contemporâneo” na arte
Brasileira, alguns acontecimentos nos anos 1970 podem ser chaves para a leitura
das zonas fronteiriças “entre”, Nessa direção, foi lançada a pergunta: O que é
nosso para nós, essa imensa maioria de outros que reside abaixo da linha do
equador? Arte censura liberdade.20018. Pág. 80.
Se o Estado
fornece todos esses serviços, porque não funciona? Não funciona porque falta a
participação daquele cidadão que não participa da política, como mencionado por
Platão:
Todo governo, como governo, não tem por
finalidade velar pelo bem de mais ninguém, senão do súdito de quem cuida, quer
este seja uma pessoa pública ou particular. 2002 A república. Pág. 32
Sendo essa
república uma democracia, ou seja, que a população tenha que ser mais
participativa, mas não só participativa na hora de eleger um determinado
candidato, tem que ser participativo no dia a dia, cuidar e zelar pelo que é
seu, da sociedade da qual faz parte, seja na escola pública ou no hospital ou
nos projetos habitacionais, que seja igual para todos àqueles que fazem uso
desse auxílio público, como em um sistema “socialista”, onde a educação seria a
maior arma como citado por Borges:
Os movimentos sociais sabem que
as políticas públicas são formas de garantir alguma coisa para a população,
pois a sociedade capitalista, [..] utiliza-se da educação [...] como um
mecanismo social e político a seu favor para se manter no poder, tanto no
aspecto econômico como político, pois saber escolar é um ato que ocorre no
cotidiano da vida, que atua no indivíduo como verdades, valores, princípios,
que orientam sua postura social e política de cada ser humano. (BORGES, 2007,
p. 89)
A classe que está na linha de
subsistência ou abaixo dela, está dentro de um país Democrata Republicano onde
o seu cidadão tem o direito de exercer a sua cidadania e sua democracia, mas
não o fazem, é aqui que entra o MSS podendo fazer a diferença, fazendo com que
esse cidadão seja mais participativo, alertando-o a reivindicar os seus
direitos e zelar por eles, dentro de um capitalismo, que aliena o proletariado
que tem:
A
condição mais essencial para a existência e a dominação da classe burguesa é a
acumulação da riqueza nas mãos de particulares, a formação e o aumento do
capital; a condição do capital é o trabalho assalariado. O trabalho assalariado
baseia-se exclusivamente na concorrência dos operários entre si. Manifesto do
partido comunista.2002. Pág. 57.
Thomas More
já havia previsto esse mesmo pensamento, séculos passados, mas com alguns
adendos e cuidados, como aquele velho ditado “Se é melhor ensinar a pescar, ou
dar o peixe de graça?”.
De fato, esse grande sábio havia
previsto [ ] único caminho conduz a salvação pública, isto é, a igual
distribuição dos recursos. Como conseguir realizá-la onde os bens pertencem aos
particulares? [ ] Estou convencido, portanto, de que os recursos não podem ser
distribuídos de modo igual e justo, que os negócios dos homens não podem ser
geridos com equidade, se não for suprimida a propriedade privada. Enquanto essa
subsistir, a parte mais numerosa e melhor da humanidade carregará um pesado e
inevitável fardo de miséria e preocupação.
Tomas More
analisou que a Subsistência possa ser uma fábrica de vagabundos da seguinte
maneira:
Parece-me impossível imaginar uma via
satisfatória onde os bens são postos em comum. Como produzir para a Subsistência
necessária quando qualquer um pode se esquivar do trabalho, pois ninguém estaria
pressionado pela necessidade e todos poderiam repousar preguiçosamente
confiando no empenho dos outros? Pág.. 46 – Utopia.
É justamente essa a questão que
faz toda a diferença, para analisarmos um sistema que acredite na raça humana,
lhe dando um voto de confiança e assim conseguindo dar a ela, um equilíbrio
para sua existência e que lhe traga algum tipo de felicidade de viver ou que
consiga aliviar o desespero de só sobreviver. Como a água que é um bem
necessário, que nos é dada pela natureza, porém o homem a canalizou e a
comercializa como uma mercadoria, e aqueles que não podem pagar por ela, são
excluídos do seu acesso, são excluídos de algo necessário e essencial para a
sua sobrevivência, aquele cidadão que tem o seu fornecimento de água cortado, isso
é como se fosse sentenciado a morrer de sede e ficar sem higiene ou sem
alimentação, porque para poder alimentar, também precisa de água, caso esse não
tenha alguém ou um vizinho que lhe ajude com um pouco de água; a água e a
energia elétrica são necessidades essenciais para a subsistência de um
ser ou de um indivíduo, como a internet também está se tornando essencial,
porque o estado no sentido de se soluções de problemas ou emissão de
documentos, atualmente sem internet a pessoa não consegue nem agendar o seu
atendimento, o que se faz necessário que a internet seja fornecida ao cidadão
que não pode pagar por ela, já que o Estado o obriga a usar esse caminho esse
mecanismo de um sistema. Caso isso não ocorra esse cidadão fica cada vez mais
esquecido e abandonado, sem um documento necessário para a sua existência.
Devido a esses fatos, esses três serviços se fazem necessários para a
subsistência contemporânea de um cidadão, e como suprir as necessidades? Que
sejam fornecidos gratuitamente para aqueles que precisam do estado ou que seja
criado algum programa de auxílio, como um financiamento com o estado de uma
dívida ativa registrada em um CPF, onde a pessoa não fique sem os benefícios,
mas que fique registrado o seu consumo para amortização de uma dívida futura de
alguma forma, caso esse cidadão deixe de depender da subsistência do Estado;
esse mesmo processo pode ser aplicado para os sistemas habitacionais e
assim favorecendo aquele cidadão participante da subsistência do
Estado.
A ociosidade nesse caso pode ser
um problema, porque a pessoa vai consumir. energia, água e internet, mas como
ela vai arrumar um emprego ou estudar sem esses benefícios e conseguir subir
dentro da linha de subsistência, então assim se faz necessária esse
consumo para aquele que está ocioso, para que esse ser humano tenha tempo de
pensar e analisar o que ele quer para a sua vida, por esse motivo, que se tem
que se ensinar a pescar da seguinte maneira: O cidadão tem a sua
subsistência necessária garantida pelo Estado, que lhe dá Moradia, saúde,
educação (internet e energia elétrica) , alimentação (Água), então do que
mais esse cidadão precisaria para ser feliz? Precisaria satisfazer o seu ego,
sendo dentro de uma modalidade esportiva, cultural, intelectual, ganância ou
poder, porque quando esse cidadão não tem a opção de escolher e se agarra na
primeira oportunidade que aparece, isso é chamado de desespero, ele se agarra
na primeira vara de pescar que lhe foi oferecida, para pescar o seu próprio
peixe, porém digamos que a sua pescaria, não seja tão boa e ele só consiga
fisgar peixes pequenos e cheios de espinhos ou nenhum peixe, isso não vai
satisfazer a sua fome e o que vai acontecer? Ele vai tentar pegar um peixe
maior do balde do vizinho ou pedir para o Estado que lhe dê um peixe, porque
ele não tem talento para pescar.
Se todos só trabalham seis horas ao
dia, vocês podem pensar, não se arriscaria inevitavelmente alimentar uma
penúria de produtos de primeira necessidade? Pág. 61 - Utopia
O que se torna um desperdício de
tempo, material, dinheiro e o mais importante, tirando a oportunidade de outro,
aqui a ociosidade se faz importante para que o cidadão descubra o seu talento,
o seu ofício, o ser humano não nasceu para ficar estagnado, por mais preguiçoso
que ele seja, chega um momento, que ele precisa encontrar algo para fazer, seja
criando ou desenvolvendo algo, o corpo doí se ficar muito tempo na mesma
posição, ele começa a doer e reclamar, lógico que existem alguns seres humanos
que estão mais propícios ao sedentarismo e tenham o talento para a preguiça,
porém sai mais barato um ocioso livre, do que um ocioso que esteja encarcerado
para o estado, os custos em manter um presidiário daria para sustentar
vários ociosos livres. Mas é assim que se separa os bons pescadores dos maus
pescadores, é assim que se descobre grandes talentos, não deixando que um
péssimo pescador tire a oportunidade de um grande talento, deixando o ficar
fora do barco e dessa maneira aquele talentoso pescador se torna um péssimo
padeiro ou um futuro contraventor. Essa analogia se faz favorável tanto para o
capitalismo, como para o perfil de quem precise de subsistência, porque aquele
que descobre o seu talento e faça sucesso na sua carreira, sendo ela
profissional, artística ou esportista, ele eleva a linha de subsistência com
ele, e deixa de participar dessa linha, desse auxílio se tornando um
capitalista que consegue pagar pelo próprio peixe, podendo escolher o maior e o
melhor, porque teve a oportunidade de poder escolher, sem ser pressionado
pelo desespero de sobreviver. A liberdade é o mais importante, se imaginar que
o MSS possa ser uma fábrica de ociosos, o capitalismo comprova que é uma usina
de injustiças, e é aqui que aparece o equilíbrio, um se faz necessário ao
outro, os capitalistas vão continuar pagando os seus impostos e aqueles que
venham a precisar do Estado, possa fazer um bom uso dos serviços oferecidos, o
capitalista fica livre para poder viver sem se preocupar tanto com a
desigualdade, sabendo que o dinheiro do imposto que ele pagou, está sendo bem
aplicado a seu favor e a favor da sociedade.
Por isso é que os utopianos pensam que
é necessário respeitar os acordos entre cidadãos privados, bem como as leis do
Estado, visando a uma boa distribuição dos bens da vida que são a própria
substância do prazer, seja porque um bom príncipe as promulgou legalmente, seja
porque um povo livre de toda tirania e de toda influência dissimulada as tenha
sancionado de comum acordo. Pág.. 80 – Utopia.
Ele fecha o
livro do Thomaz More, olha pela janela e percebe que já estava amanhecendo e
pensa.
- Ainda bem
que não vou trabalhar hoje, hoje é sábado, vou descansar, me empolguei e nem vi
a hora passar, ele se deita e tenta dormir, mas a sua cabeça não parava de
pensar e de ter novas ideias.
- Amor
levanta, vamos tomar café juntos?
O marido
abre um olho, tentando entender onde estava, olha para ela e diz.
- Sim meu
amor, vamos, só me deixa tomar um banho.
- Posso
tomar com você?
- Lógico,
mas é claro que pode, aliás, deve!
Eles entram
juntos no box do banheiro e fazem amor embaixo do chuveiro.
Ele toma
café da manhã juntos e se sentam na varanda enquanto observavam o seu filho
brincar na grama, com uma xícara de café em uma das mãos e na outra o jornal.
Ele lê as notícias e comenta com a esposa.
- As
notícias nunca mudam, são sempre as mesmas notícias, Corrupção, desastre de
avião, morte de algum artista famoso, futebol, não muda, às vezes aparece uma
pequena manchete de um cientista que tenha descoberto algo que faça algum
benefício para a humanidade.
A esposa só
olha para ele e não diz nada e dá de ombros.
- Preciso
voltar a escrever, vou lá para o escritório, preciso fumar um charuto e não
quero te incomodar por causa do bebê, também estou cheio de idéias é preciso
fazer algo para mudar essa humanidade, não posso ficar acomodado enquanto
existem pessoas morrendo por desigualdade social. Ele vai até o seu bar, se
serve de uma pequena dose de Whisky, pega um charuto e vai para o escritório,
ele acende o charuto, dá um gole no Whisky, pousa o copo na mesa o charuto no
cinzeiro e escreve:
5.0
Metodologia desejada a ser aplicada e desenvolvida.
1.
Escola e comportamento.
A resposta
de como o cidadão possa ser ativo, é reivindicar o que é seu por direito, vem
da educação:
“Do ponto de vista conceitual, o termo
“público” significa: do relativo, pertencente ou destinado ao povo ou à
coletividade. O interesse público sempre prevalece sobre o interesse particular
e, num regime democrático, a sociedade designa alguns representantes para fazer
valer a sua vontade, compondo o chamado setor público.” [--} O setor público é
composto pelos órgãos destinados a representar a comunidade, ou seja, o
interesse público como um todo. Supostamente, cabe a tais órgãos agirem em nome
da totalidade da população [--] assim, o que é público é do povo e a ele se
destina, e esse povo designa alguns representantes para a defesa de seus
interesses. As políticas resultantes dos debates são designadas “políticas
públicas”, que têm por objetivo refletir o equilíbrio dessa balança de
interesses em discussão. Ao setor público cabe implementar essas políticas, em
consonância com os interesses da sociedade que o constituiu. - Pág. 14 e 15 -
Planejamento e políticas públicas de educação
Dessa
maneira, esse “público” aqui representado pelos alunos e pelos pais desses
alunos, que estejam matriculados em colégios públicos; é preciso que eles sejam
mais participativos:
Contudo, a participação
democrática ainda é um desafio para as escolas brasileiras. Isso é notado,
principalmente, na participação dos pais, uma participação rudimentar, que
ainda necessita de um tempo maior para que eles compreendam o sentido do
trabalho coletivo e para uma participação efetivamente política, já que não têm
demonstrado muita clareza das suas possibilidades e potencial de influência na
discussão dos assuntos e na tomada de decisões. Pág. 47 - Planejamento e
políticas públicas de educação.
Sendo
assim mostrar que essas decisões são importantes dentro da instituição, e que é
sagrado aprender e receber tarefas, como as de limpeza do ambiente de estudo e
a sua preservação, como são aplicadas aos alunos do japão, onde os próprios
alunos limpam as escolas; para que esses alunos entendam a importância de zelar
pelo o que é seu, e que seja cobrado uma atitude parecida com as dos pais
desses mesmos alunos:
Os edifícios que se deterioram
são reparados imediatamente. Até mesmo as degradações iminentes são prevenidas,
de tal modo que com um mínimo de trabalho as construções resistem muito tempo e
os empreendedores por vezes ficam sem trabalho. Os operários então ficam em
casa preparando vigas, pedras de alvenaria para que em caso de necessidade, uma
construção possa ser concluída mais rapidamente. Pág. 63 – Utopia.
Essa
atitude propõe uma obrigatoriedade para que contribuam com serviços auxiliares,
como serviços de manutenção predial, ou um auxílio na cozinha, na administração
e até em sala de aula, como um(a) auxiliar de professor(a), um exemplo de como
poderia ser aplicado é no desperdício de tempo que os professores perdem
fazendo a chamada de presença dos alunos, tempo precioso este que é perdido,
que ainda é feito de uma maneira arcaica, porque não foi implementado nenhum
sistema moderno de tecnologia que elimine essa tarefa do professor (no sistema público),
tarefa essa que poderia ter a ajuda de um auxiliar, seja um pai, mãe
desempregados ou de um aluno, parece absurdo, mas é um detalhe que faz
diferença, porque se for calculado o tempo que é perdido com a chamada durante
o ano letivo, percebe-se que este tempo é grande, onde o mesmo poderia ser
melhor aproveitado ensinando o aluno e melhorando a sua qualidade de ensino,
como demonstrado por Selene:
As associações civis de cidadãos
independentes, em torno de questões de interesse público. Selene Herculano/ ONGS
E MOVIMENTOS SOCIAIS: A QUESTÃO DE NOVOS SUJEITOS POLÍTICOS PARA A
SUSTENTABILIDADE.
Essa atitude
tem que ser cobrada daqueles pais que estão desempregados e até mesmo pais que
estejam empregados, cobrando uma maior participação em dia e horário que eles
possam estar disponíveis e assim possam melhorar as condições de uma escola,
sendo exercendo uma política e a sua democracia de maneira proativa come se
fosse um contrato social:
Os movimentos que nos ligam ao corpo
social só são obrigatórios por serem mútuos, e é tal sua natureza que,
respeitando-os, não é possível trabalhar para os outros sem trabalhar também
para nós. Do contrato Social -2002- pág. 43.
Junto dessas escola, que seja
reservado uma área para menores abandonados, menores de dez anos, porque para
as crianças com mais dez anos irei explicar depois, assim esses menores tenham
onde sobreviver, se alimentando e estudando, como uma creche, mas uma creche
evoluída, e assim nunca desistindo dessas crianças, garantindo as suas
subsistência.
Para incentivar os professores
dessas instituições, se faz necessário oferecer alguns regalos, direitos e
honras, da seguinte maneira, o professor tem que ser visto como uma figura
sagrada, respeitada e sempre homenageada, os professores têm que ser isentos de
impostos, para que assim o seus honorários possam render e serem gastos
em outros benefícios para eles, que sejam isentos de gastos com transportes
públicos, como o metrô e coletivos, também junto de toda escola deverá haver um
prédio habitacional, dedicado só aos funcionários da escola, um edifício amplo
e bem planejado, que enquanto esse professor for funcionário dessa instituição
ele possa aproveitar essas instalações sem nenhum custo para ele, todo
patrocinado pelo Estado, sejam isentos de custos, além disso, que sejam criados
associações de professores , com direito a clube de férias, para os seus dias
de descanso. Assim que esse professor funcionário seja estimulado a dar o seu
melhor, sendo mais valorizado, melhor remunerado possível, se não for monetariamente
que seja por honras e direitos, tendo esses professores uma subsistência
assegurada acima de um nível superior, sendo assim preparando melhores alunos
para o futuro.
No dia 24 de
junho de 2020 foi publicada a Lei nº 14.016, que dispõe sobre o combate ao
desperdício de alimentos e a doação de excedentes de alimentos para o consumo
humano.
Art. 1º Os
estabelecimentos dedicados à produção e ao fornecimento de alimentos, incluídos
alimentos in natura, produtos industrializados e refeições prontas para o
consumo, ficam autorizados a doar os excedentes não comercializados e ainda
próprios para o consumo humano que atendam aos seguintes critérios:
I – Estejam dentro
do prazo de validade e nas condições de conservação especificadas pelo
fabricante, quando aplicáveis;
II – Não
tenham comprometidas sua integridade e a segurança sanitária, mesmo que
haja danos à sua embalagem;
III – tenham
mantidas suas propriedades nutricionais e a segurança sanitária, ainda que
tenham sofrido dano parcial ou apresentem aspecto comercialmente indesejável.
- Sr.
Jorgeee, desculpa te incomodar, mas acredito que a bolsa da dona Vera estourou.
- Bolsa,
depois eu compro outra para ela.
- Não seu
Jorge, a bolsa do Bebê.
- Bolsa de
que bebê você está falando Maria....
- Sim o bebê
vai nascer, corre Maria pega a bolsa com as coisas do bebê, que eu vou tirar o
carro, não estou muito nervoso e bebi não posso dirigir, chama o Alfredo!
- Já está
tudo no carro Sr. Jorge e o Alfredo e a Dona Vera só estão te esperando.
- Mas eu não
posso ir assim de roupão, ah vou assim mesmo.
Ele corre
até o carro entrar na porta traseira.
- Oi meu
amor, está tudo bem?
- Sim, não
tem perigo o hospital é aqui perto e já liguei para a ginecologista Obstetra,
ela vai nos encontrar no hospital.
- Então
vamos Alfredo.
- Não
precisa correr Alfredo, pode ir com cuidado. Fala a Dona Vera.
O Chover sai com o carro com todo
cuidado.
- Amor só me dá mais uma tolha,
que essa já está encharcada.
Ele a ajuda ajustar a toalha e
fica com a mão na barriga, olhando para a esposa sem saber o que fazer.
O Hospital era realmente muito
próximo e eles chegaram rápido, a Obstetra já a aguardava na porta do Hospital
e veio recebê-la com uma Cadeira de rodas.
A Médica leva a Dona Vera para a
sala de parto, o seu Jorge fica na sala de espera andando de um lado para o
outro, ele senta não fica dois minutos sentado e se levanta e anda de um lado
para o outro, até ́que ele resolve andar pelo hospital, ele observa como aquele
hospital era bonito e muito limpo, os funcionários , todos bem uniformizados,
prestativos e educados, ele bate a mão no bolso do roupão e encontra o seu
moleskine, e pensa: - Que bom na hora certa. ele faz algumas anotações no seu
Moleskine. O alto-falante do hospital anuncia, Sr. Jorge acompanha a esposa
Vera, por favor comparecer na sala de visita dos recém nascidos.
- Sou eu! grita ele para o
funcionário que passava por ele.
- Onde fica a sala dos recém
nascidos, por favor? Pergunta para o funcionário que o acompanha até o
local.
Ele chega em um grande aquário
onde haviam vários bebês um ao lado do outro.
A enfermeira bate no vidro e
pergunta para ele através do vidro, monossilábicando o nome dele, se ele era o
Jorge.
Ele faz que sim com a cabeça e a
enfermeira aponta para uma bebê, com uma toquinha rosa, essa é a sua filha.
Ele faz uma joia para a
enfermeira, agradece juntando as duas mãos.
- Essa é a minha pequena Sophia.
Ele fica ali olhando para ela até as pernas cansarem.
Um funcionário vem até ele e
pergunta se ele não queria esperar pela sua esposa no quarto.
- Tem quarto?
- Sim, senhor, ninguém lhe
notificou?
- Não, eu estava tão nervoso, que
acho que alguém me falou mas eu não prestei atenção.
- Ok senhor, eu posso te
acompanhar até o quarto da sua esposa.
O funcionário o acompanhou até o
quarto onde a sua esposa já estava descansando.
- Ela vai demorar um pouquinho
para acordar, o senhor quer que eu ligue a televisão ? Ou prefere acessar
a internet?
- Prefiro a internet, muito
obrigado.
- Fique à vontade
- Ok!
Ele olha para a esposa que ainda
estava dormindo sobre o efeito da anestesia, observa o quarto, se senta em
frente a um computador, acessa o seu Google drive, abre uma página de Word e
começa a escrever:
2.
– Hospitais e as novas
tecnologias voltadas para a saúde.
Aquelas
pessoas que têm parentes internados ou que precisam deste ambiente para seu
benefício, a atitude tem que ser a mesma que a das escolas,
Abranches (2003) afirma que, para
alcançar a democracia e cidadania, é necessário que os participantes estejam
capacitados politicamente para esse desafio, pois, caso contrário, apenas
assumiram um discurso participativo e que na prática não se caracteriza como
uma participação efetiva. Pág. 50 - Planejamento e políticas públicas de
educação.
Esse
cidadão tem que ser participativo, cuidando dos hospitais, seja na manutenção,
na cozinha, no serviço de tecnologia, recepção, auxiliando e assim não ficaria
esperando que o estado resolva tudo. Quem já acompanhou um idoso em uma
consulta, sabe o sacrifício que é para eles.
Os doentes são os primeiros,
porém, a merecer cuidados e eles são tratados em hospitais públicos [ ] além
podem-se isolar aqueles que sofrem de doenças contagiosa [ ] Cuidados especiais
e assíduos são oferecidos nesses hospitais, a presença de médicos experientes é
tão constante neles que , embora ninguém seja obrigado a internar-se neles, não
há por assim dizer ninguém em toda cidade que não prefira, quando cai doente,
receber cuidados médicos no hospital a recebê-los na casa dele. Pág. 67 –
Utopia.
Um detalhe
interessante que Thomas More faz de que “além podem-se isolar aqueles que
sofrem de doenças contagiosa” como isso é tão atual, pelo o que o mundo passou
com o Vírus Covid 19 recentemente; continuando em relação ao idosos, mesmo
existindo o Atende, que leva e traz o paciente a uma consulta marcada, nem
sempre o serviço está disponível ou dispõe atendimento para todos e assim este
paciente idoso, precisa da ajuda de um familiar ou de um vizinho para
acompanhá-lo na consulta em um hospital público, os deixando amontoados pelos
corredores lotados por pessoas que madrugam para conseguir aquela consulta e
assim, ficam ali aguardando para serem atendidos pelos mesmos médicos, que às
vezes não possuem nenhuma ferramenta adequada para um bom atendimento, porque o
computador está quebrado ou pela falta do mesmo, por falta de um serviço de
TI ou um computador que foi subtraído. Esse computador faz toda a
diferença, porque aquele médico que consegue acessar o histórico do paciente
pelo computador, não precisa de um arquivo físico do mesmo e caso o computador
estivesse ali funcionando, este médico ganharia tempo aplicando um melhor
atendimento aos seus pacientes. O uso das novas tecnologias será um grande
aliado, implementado uma rede interligada da internet entre os hospitais,
laboratórios de exames, farmácias com o computador pessoal do paciente, como já
são feitos pelos hospitais e laboratórios particulares, muitas dessas consultas
poderiam ser feitas sem que este idoso tivesse que sair de casa, a consulta
poderia ser feito através da videoconferência, como estão sendo feita na
atualidades, devido a pandemia do Covid 19, como estão sendo feitos
pelos planos de saúde privado, que criaram o atendimento via aplicativo e estão
conseguindo comprir uma demanda atendendo casos de consulta corriqueiras a
consultas emergências, encaminhado os pacientes para realizarem exames, adiantando
uma solução para o paciente, dessa forma, quando este médico possuir os
resultados desses exames de sangue ou urina, também sendo estas mesmas amostras
coletadas na residência dos idosos, evitando que saiam pelas ruas onde podem
passar mal devido estarem de jejum. Após a análise das coletas, elas estariam
disponíveis para o médico, agilizando o processo. A pressão arterial também
pode ser medida a distância como também a glicose de um diabético, porque já
existem aparelhos portáteis modernos que fazem esse aferimento. O paciente
receberia seus remédios prescritos pelo médico em casa, pois a farmácia do SUS
ou uma farmácia particular que esteja integrada com essa rede, encaminhará os
medicamentos a seu domicílio. Detalhes como esses podem fazer a diferença, onde
um cidadão que tenha o conhecimento de TI possa realizá-lo, até a conservação
destes mesmos sistemas e computadores, sendo esse cidadão mais participativo
sem precisar esperar pelo Estado.
- Oi! amor!!
Você está aí? Fala a esposa acordando.
- Oi
querida, você está bem?
- Sim,
estou, você já viu a Bebê?
- Sim, já
fui no berçário e a enfermeira me mostrou a Sophia.
- Sophia?
Então você se decidiu mesmo por Sophia, também gostei.
Naquele
momento a enfermeira abria a porta do quarto acompanhada por um segurança
trazendo a Sophia.
- Hora do mama
mamãe. Diz a enfermeira.
A enfermeira
aperta um botão na cama que se inclina a 30 e ajuda a segurar o bebê para
amamentá-la.
O seu Jorge
só fica olhando admirando a beleza da filha.
Logo em
seguida entra a médica no quarto.
- Como está
a nossa mamãe? Pergunta médica.
- Estou bem,
dormi bastante.
- Ok! A
médica examina Dona Vera e vira para o Sr. Jorge fala.
- Ela está
bem e o senhor está mais calmo, estou vendo que o senhor ainda está com o
roupão, o senhor se alimentou?
- Sim, estou
mais calmo, e nem pensei em comida, agora que você falou me deu fome.
- Vai para
casa Jorge trocar de roupa e descansar um pouco. Fala a esposa.
- Sim, Sr.
Jorge pode ir que a sua esposa está em boas mãos.
Ele usa o
telefone do quarto para ligar para o Alfredo enquanto olhava para a filha,
desliga o telefone, dá um beijo na esposa e volta para casa.
Ele come
algo primeiro, depois toma banho e desmaia na cama. De madrugada ele acorda
pensa na esposa e na filha e não consegue dormir mais, ele resolve pegar o
laptop e escreve:
- Projetos
habitacionais, sem tetos e urbanização social.
Pessoas
moram embaixo de pontes, porque o sistema está mais preocupado em construir
pontes do que construir casas ou conjunto habitacionais, constroem pontes para
encurtar os percursos dos carros e prolongam a dor de quem não tem um teto,
alguns carros vivem melhor do que muitas pessoas , os carros têm as suas
próprias garagens, enquanto alguns seres humanos dormem nas calçadas, o certo
seria os carros dormem nas calçadas e os sem teto nas garagens, as garagens são
do tamanho de um quarto, onde pessoas poderiam viver e se alojar
tranquilamente, mas os carros são mais importante que as pessoas, tem seguro
próprio e pagam IPVA e o morador de rua é só mais um DNA sem sorte, só
esperando a sua morte,
Por esse
motivo que o cidadão de bem precisa ter ética e atitude, precisa colocar a mão
na massa literalmente, ser ativo, ser um pedreiro ou um servente, pintor ou
cozinheira. A diferença é não esperar pelo estado. Muita coisa pode ser feita
sem a dependência do Estado, mas o povo está acomodado, eles não reivindicam os
seus direitos e não tomam atitudes, e quando reivindicam, fazem de uma maneira
precipitada com protestos mal organizados; protestar é necessário, mas que seja
de uma maneira organizada e efetiva, buscando um resultado objetivo do seu
direito de ter uma moradia. A arte é um grande aliado nesse quesito, através da
música, do poema e das artes plásticas, a arte tem o seu poder, e tem um
alcance além do horizonte não precisando usar a violência. Esse é o propósito
da arte com sociologia, e se tornam temidas, por fazer as pessoas pensarem,
mostrando de uma forma silenciosa, por um grito de liberdade ou de ajuda. Essa
arte já viu o fim de uma ditadura, essa mesma arte nos últimos trinta anos, já
presenciou o Impeachment de dois presidentes, devido o seu poder libertador, o
seu poder de expressão, o seu poder de manifestar, de indagar e mostrar a sua
indignação aos que faltaram com a ética, como disse Aristóteles:
Há duas espécies de virtude, a
intelectual e a moral. A primeira deve, em grande parte, sua geração e
crescimento ao ensino, e por isso requer experiência e tempo; ao passo que a
virtude moral é adquirida em resultado do hábito, de onde o seu nome derivou;
“Do grego ethos, e sua derivação ethiké” 2003 – Ética a Nicômaco- pág. 40.
Essa mesma ética é o que falta,
para que pessoas possam ter uma vida melhor do que a de um automóvel, enquanto
faltar ética no parlamento, os sem teto vão continuar vendo os carros passarem
pelas suas cabeças e no fim da jornada, este mesmo automóvel vai poder descansar
seguramente dentro da sua garagem, enquanto o indigente dorme no relento ou em
um barraco mal equilibrado, mal acabado e sujo.
É preciso existir um espaço
coletivo próximo dos centros urbanos, pequenos quartos individuais com uma cama
e um lavabo, não muito grande, o suficiente para caber uma cama, sendo um
prédio não muito alto com vários quartos em um mesmo corredor, cada um com a
sua porta e sua chave, um local que integre junto com pontos onde são servidos
almoços do “Bom prato” que tenha cozinha e banheiro com chuveiros coletivos,
lavanderia coletiva, barbearia, farmácia, tudo coordenado por um serviço
social, com um espaço de confraternização amplo a céu aberto, como uma grande
praça, onde a higiene seja prioridade, para que o bem estar seja coletivo, que
seja um endereço conhecido, para que os voluntários possam saber onde entregar
as suas doações.
Usuários de droga, como os da Cracolândia
do centro de São Paulo, seriam encaminhados para hospitais psiquiátricos,
devendo ser tratados como doentes mentais, porque eles precisam de ajuda e da
forma como eles vivem naquela região da cracolândia é desumano, eles são um
perigo para a sociedade, colocando as próprias vida em perigo e as de outros
cidadãos, deixando as pessoas temerosas de passearem pelo centro.
Manter o habitar na dimensão humana,
que é o contato direto entre as pessoas. Um estudo feito na Universidade de
Harvard, em 2001, concluiu que, quanto mais fortes são os laços sociais entre
as pessoas de uma comunidade, maior é a qualidade de vida e o nível de
satisfação. Tive a oportunidade de conhecer, em Paris, um bairro que foi
construído no fim da Segunda Guerra. Na rua que me mostraram havia prédios de
quatro andares, de um lado, e de 12, do outro. O grupo que prestava assessoria
técnica à periferia de Paris constatou que a vida dos que moravam nos edifícios
mais baixos (onde foram criados espaços comunitários como áreas de recreação e
clube de idosos) era muito melhor que a dos que moravam nos apartamentos mais
altos (onde não havia nenhuma iniciativa para agregar seus moradores). Pág.
204. - Camacho, Prof. Adilson Rodrigues. – Sociologia Rural e Urbana.
O centro da cidade deve ser
revitalizado com prédios modernos de conjunto habitacionais, escolas e
hospitais públicos, equilibrar e trazer o cidadão para o centro, desafogando as
periferias, para que possa ser revitalizada como novos conjuntos habitacionais
em áreas que foram invadidas. Outro exemplo de mudança necessária, seria no Rio
de Janeiro, que é visto como o Cartão postal do Brasil, representado pelo
Cristo Redentor localizada no topo do morro do Corcovado,
e também pelas comunidades (favelas) nos outros morros em torno do Rio
de Janeiro, é essa a imagem que queremos do Brasil? Uma mudança se faz
necessária para mudar essa paisagem, uma grande mudança, complexa e
radical, devido a sua magnitude, então pensamos e imaginamos um cenário como o
das Ilhas Gregas em Santorini Grécia, com o seu cenário no alto dos morros com
os seus restaurantes, hotéis e residências, todos com as suas arquiteturas
pintadas de branco, agora imaginamos algo parecido para o Rio de Janeiro em
torno de todas as comunidades que são visíveis da orla, não que seja uma
maquiagem, deixando o restante como cenários vazios, onde só a fachada é
alterada e o restante continuaria falso, projetos arquitetônicos, de prédios
que vistos do horizonte lembram a forma de escadas, com varandas uma sobre as
outras acompanhando e contornando o morro, varandas essas que fazem menção a
cultura e a tradição das festas (churrasco) de Lages no Rio de janeiro,
projetos adequados e com belas fachadas, fossem feitas como um efeito cascata,
até chegar na última peça ou barraco, pensando no coletivo como Roberto Pompéia
do projeto da USP (LabHab) nos narra na sua experiência:
Quando era estudante de arquitetura,
Roberto Pompéia ouviu de um dono de construtora uma frase que jamais
esqueceria: “É um absurdo pensar em se dedicar aos pobres, pois os pobres não
têm como te pagar”. A sentença surtiu efeito contrário. Roberto tornou-se um
representante da arquitetura popular no Brasil. Foi integrante do Laboratório
de Habitação da Unicamp (LabHab), que se especializou em projetar mutirões para
erguer casas na periferia, durante 13 anos. Quando o Laboratório foi extinto,
em 1999, trabalhou sozinho para terminar um mutirão no sul de Minas Gerais. Ao
todo foram mais de 15 comunidades em estados como Alagoas, São Paulo e Rio
Grande do Sul. Roberto acaba de defender, na USP, a tese de doutorado em que
conta a história do LabHab e dos mutirões em que esteve envolvido. “A vivência
nas favelas e na periferia me trouxe a certeza de que a preservação e a
qualidade do espaço público dependem de uma identidade coletiva que zela pelo
seu lugar”, diz. E para se criar essa identidade coletiva é preciso antes
voltar os olhos para a história de cada morador. Pág. 202. Camacho, Prof.
Adilson Rodrigues. – Sociologia Rural e Urbana.
Esse cenário mudaria para
melhor o cartão postal do Brasil, mudaria a má impressão de um turismo
violento, para um local de turismo seguro, causando uma mudança no ramo de
atividade dos próprios moradores do morro, da seguinte maneira: o traficante
devido ao seu filling de comerciante, passaria a ser proprietário de algum
ponto comercial, como um restaurante ou um hotel e o seus capangas “funcionários”
seriam garçons, concierge, etc., consequentemente trazendo uma mudança social e
econômica para toda as comunidade, de uma forma organizada, pensada e voltada
para a vida, para que o ser humano tenha a sua subsistência pensada e adequada,
descobrindo a sua importância como cidadão, e também usando a ecologia a favor
dessa moradia, onde os projetos habitacionais também façam o uso de energias
renováveis, como a energia solar, a reutilização da água da chuva e do esgoto,
o que acarretará em uma diluição nos gastos de consumo desse cidadão, podendo
ter a sua subsistência de consumo de energia e abastecimento de água
garantida e ecologicamente correta, sendo um exemplo e trazendo turismo e
empregos para esses cidadãos, podendo também ser aplicado para outras cidades,
que possuam comunidades em morros que são avistados da orla, como é o caso da
cidade do Guarujá em São Paulo e Fortaleza no Ceara, dentre outras
cidades.
A campainha tocou a Maria foi atender,
eram dois meninos pedindo para falar com o Sr. Jorge.
- Sr. Jorge tem dois meninos
querendo falar com o Senhor aí na porta.
- Comigo, duas crianças?
- Sim, parece que eles são filhos
do homem do acidente.
Seu Jorge deu um pulo, correu até
o protão, quando ele abriu o portão ele reconheceu o menino que estava no dia
do acidente, o menino olhou para ele e demorou a pronunciar uma palavra.
- O que posso te ajudar menino,
terei a honra de poder fazer qualquer coisa por você.
- Desculpa incomodar moço, mas a
sua mulher, falou se precisássemos de algo era para vir aqui ou ligar, como nós
não temos telefone decidimos vir andando até aqui.
- Claro, mas o que eu posso te
ajudar?
- A minha mãe é orgulhosa e não
queria aceitar a ajuda do senhor e da sua mulher, mas a sua esposa deixou o seu
endereço comigo, a minha mãe está para dar cria, ele está com muita dor, então
eu resolvi vir pedir ajuda de vocês.
- Fez muito bem, onde ela está
agora?
- Está lá em casa.
- E onde você mora?
- Depois do Rio.
- Você não sabe o endereço?
- Só sei que fica próxima da
Avenida Água Espraiada.
- Ok, e como a sua mãe está?
- Ela estava gritando muito de
dor.
- Vou chamar uma ambulância,
Maria chama o Alfredo urgente enquanto eu ligo para a ambulância.
O Alfredo chega com o carro, ele
pede para os meninos entrarem no carro enquanto ele falava com o resgate,
pedindo para eles se encontrarem na agua espraiada.
O Alfredo arranca com o carro e
encontra com a ambulância parada na água espraiada ele buzina para a ambulância
e pede para que ela o seguisse, os meninos vão explicando como chegar na casa
deles, eles chegam o local o sr. Jorge corre para dentro do barraco os
bombeiros correm juntos carregando uma maca.
A Dona Fatima estava caída no
chão em um possa de água.
- A bolsa estourou gritou o Sr.
Jorge.
Os bombeiros a colocaram na maca
e colocaram uma máscara de oxigênio nela.
- Levem-na para o Hospital neste
endereço, eu vou pagar por tudo, só a deixe nesse hospital por favor, pode
falar o meu nome e falar que a minha esposa está neste quarto também, estarei
indo logo depois.
O Bombeiros a colocam na
ambulância e saem em disparada para o mesmo hospital onde estava a esposa do
Sr. Jorge.
Sr. Jorge olha para as crianças
dentro do barraco e pensa:
- Eu não posso deixa-los aqui
sozinhos, nesse lugar, nem sei se posso chamar isso de casa. Ele olha a
situação daquela família, se sente mal, por lembrar do acidente o que os deixou
mais desamparados.
- Vamos lá para casa, vou deixar
você com a Maria até tudo se normalizar, eu pego o bebê e vocês levam os seus
outros dois irmãos para o carro. Ele deixa as crianças aos cuidados da Maria e
vai para o Hospital.
- Oi marido, nossa que cara é
essa?
- Nem te conto o que está
acontecendo.
- O que é?
- Sabe a mulher do senhor do
acidente que estava grávida?
- Sim, o que tem?
- Os filhos dela bateram lá em
casa pedindo por ajuda, que ela está parindo e que estava com muita, dor, foi
uma correria e pedi para trazerem ela para cá.
- Você fez isso? Que bom, ela não
queria a nossa ajuda, e como ela está?
- Ainda não sei, tenho que ir lá
na recepção avisar que vou pagar por tudo pelos serviços prestados e que quero
que façam o melhor para ela, cadê a Sophia?
- Está lá no berçário.
- Vou lá vê-la.
Ele vai até o berçário e avista a
Sophia deitada no seu berço, ao lado dela havia um novo bebê, ele pensa. – Esse
bebê deve de ser o bebê da senhora que mandei vir para cá. Ele vai até a
recepção e acerta tudo o que teria que pagar para a senhora e volta para o
quarto da esposa.
- E aí querido, você conseguiu
ver a filhota e resolver o caso da senhora?
- Sim, mas agora estou pensando o
que faço, se devo ir lá no quarto dela?
- Vamos eu vou com você.
- Mas você, já pode andar?
- Sim a médica só pediu para ir
devagar.
Eles vão juntos até o quarto da
senhora, eles batem na porta ninguém responde, eles abrem a porta e olham
dentro do quarto, eles se deparam com a dona Fátima olhando para eles.
- Podemos entrar?
A mulher não responde nada.
- Eu vim só avisar que os filhos
da senhora estão lá em casa e que vou pagar por tudo pelo atendimento da
senhora.
- Eu falei que não queria a ajuda
de vocês! Grita a mulher.
- Desculpa, mas era questão de
vida ou morte.
- De morte você entende bem. Diz
a mulher e se cala.
O seu Jorge e a dona Vera se
olham e ficam sem saber o que fazer e vão saindo do quarto.
- E agora marido, ela não quer a
nossa ajuda de jeito nenhum, o que vamos fazer?
- Mulher deixa na mão do
destino.
- E agora o que faço a Maria está
lá em casa com os filhos dela, precisa ir ajuda-la.
- Vai lá que eu estou bem, te
amo.
- Também te amo.
Maria estava servindo o almoço
para as crianças, ela segurava o bebê no colo e as outras estavam todas ao
redor da mesa, incluindo o filho do Sr. Jorge que sorria, Ele nunca havia visto
o filho tão feliz, eles brincavam um com os outros e comiam com vontade, até a
cachorrinha estava agitada querendo participar e brincar, depois do almoço
todos correram para o quintal. A Maria os adverte para que não entrassem na
piscina pois haviam acabado de almoçar, até a Maria estava feliz, parecia estar
gostando de ter todas aquelas crianças ali ao seu redor, eles brincavam de pega
a pega, O Sr. Jorge imaginou se todas aquelas crianças fossem seus filhos.
- Essa casa é tão grande, tem
tanto espaço, a alegria dessas crianças preencheu o que faltava, poderia
sugerir para a mãe deles vir morar aqui, mas ela nunca aceitaria, ele está com
um ódio mortal de mim, que pena, que acidente maldito que tinha que acontecer, por
isso que se chama acidente, ninguém escolhe ou espera que isso aconteça, uma
pequena imprudência e é fatal, mas e agora? O que vai ser dessas crianças? Eu
poderia tanto ajuda-las, mas a mãe deles é orgulhosa, só me deixou leva-la para
o hospital, porque estava inconsciente, caso contrário teria negado a minha
ajuda, vamos ver o que o destino nos aguarda.
Sem ter muito o que fazer ali,
ele percebe que as crianças estavam a vontade e que só ficavam um pouco repreensiva
quando chegavam perto dele ou com a sua, então ele resolve deixa-las mais
a vontade e sobe para o escritório, ele pega as suas anotações enquanto o
computador ligava, se ajeita na mesa e assim que a tela fica pronta pra usar
ele digita:
5.4 - Forças
armadas e segurança pública.
A
participação das forças armadas também se faz necessária na questão da
violência urbana, o próprio exército teria uma participação muito importante
dentro do MSS, sendo que o serviço militar é obrigatório para todos aqueles que
completam 18 anos e a maioria desses recrutas são estudantes ou trabalhadores
de todas as classes, que precisam parar as suas vidas para servirem a forças
armadas, Exército, Marinha ou Aeronáutica, deixando os ociosos mais
ociosos.
De fato [ ] pela mesma ilusão que
leva vocês a sustentar aqui tantos servos na ociosidade [ ] o Estado assegura
sua estabilidade mantendo um sólido exército composto, sobretudo, de veteranos
porque não se tem qualquer confiança nos recrutas [ ] e que os braços e a
coragem adormecem na ociosidade. Pág. 24 e 25 – Utopia.
Imaginamos
que esses recrutas fossem substituídos por delinquentes que cometessem
crimes leves e no lugar de serem encaminhados para a Fundação casa ou algum
tipo de reclusão, ficariam sobre a responsabilidade das forças armadas,
da seguinte maneira: toda criança a partir dos 10 anos e até se tornar adulta
ao completar 21 anos, que fosse flagrado cometendo algum ato ilícito,
deveria servir as forças armadas, estudando em um colégio militar e aprendendo
a respeitar a uma hierarquia dentro do sistema militar, para aprender a
obedecer a um sistema que mudaria sua vida de delinquente, transformando-o em
um homem preparado para a sociedade, impedindo que sejam aliciados por
traficantes ou deixados ao acaso, assim liberando os cidadãos de bem de pararem
as suas vidas para servir a pátria, dessa maneira fazendo um melhor uso do
dinheiro do Estado, fortalecendo o exército e produzindo melhores cidadãos,
aproveitando aqueles soldados com os melhores resultados, depois de ser
comprovado a sua recuperação e demonstrar ter se tornado um bom cidadão, para
que seja contratado e que participe do grupo da polícia Militar, que seja uma
obrigatoriedade, que todos os cândidos a se candidatar para o grupo da polícia
militar, só possa ser feito por aqueles que serviram as forças armadas, dessa
maneira dando continuidade de integração social desses cidadãos, dentre as
opções essa seria só uma delas, porque eles aprenderiam diversas profissões
dentro das forças armadas, para depois servir a sociedade com dignidade e uma
carreira profissional, e assim diminuindo a violência ou fazendo uso dela a
favor como Thomas more descreve:
- Seria o mesmo que dizer,
repliquei então, que se deve, por amor da guerra, proteger os ladrões porque
deles haveria tantos quantos poderiam ser soldados. Com efeito, se os bandidos
não são menos corajosos que os soldados, os soldados não são menos ousados que
os ladrões, também é a semelhança entre dois ofícios. Pág. 24 – utopia
Já estava de noite e o telefone
tocou.
- Sr. Jorge o hospital ligou e
falou que a dona Vera vai ter alta amanhã cedo.
- Obrigado Maria.
Na manhã seguinte seu Jorge chega
em casa trazendo a Esposa e a Sophia no colo, o Bebê estava toda vestida de
vermelho.
A Maria vem ao seu encontro.
- Deixa eu pega-la, deixa eu ver
essa belezura.
- Ah!! Que linda! Parece muito
com o Senhor, mas tem os olhos da mãe.
Dona Fátima ri e o Sr. Jorge fica
todo orgulhoso.
As crianças vêm ver o bebê, só o
irmãozinho dela que fica de longe e não se aproxima.
- Vem ver a sua irmã Thiago!
O menino não se move por um
tempo, se vira e sai correndo.
- Oxxi! o que deu nele?
- Não sei Maria, mas acho que
ficou com ciúmes. Responde a Vera.
O seu Jorge estava tão empolgado
com a chegada da filha que não dá importância para a atitude do filho.
O dia foi todo dedicado a Sophia,
eles deram banho nela, amamentaram, trocaram de roupa muitas vezes, ela parecia
um brinquedo para eles, uma bonequinha.
A noite a senhora Vera dá de mamá
para a menina, e se sente muito cansada e diz.
- Amor estou exausta, eu acabei
de amamenta-la e ela pode gorfar, e é perigoso, você dá uma olhada nela enquanto
descanso,
- Sim claro, é lógico, me dá ela
aqui, Sr. Jorge a pega no colo e fica caminhando balançando-a.
- Não balança muito ela, se não
ela vomita.
Sr. Jorge concorda balançando a cabeça,
ele pega o seu laptop, percebe que a noite iria ser longa vai até o quarto do
bebê, fica a segurando por um tempo namorando a filha, ele a coloca no berço e
se ajeita na cômoda ao lado do berço, sem tirar os olhos do bebê, ele abre o
laptop e digita:
5.5 - Ecologia e oportunidade.
O MSS também se preocupara com a
ecologia, nas obras produzidas pelos artistas, temas ecológicos serão abordados
a respeito da preocupação com a camada de ozônio, em defesa do clima, da
natureza e dos animais, como a a obra abaixo do artista Dib intitulada
“Oil Slave”:
Figura 02
Também será proposto para que
nos projetos habitacionais, sejam cumpridas exigências ecológicas, como o
uso de energia solar e eólica, a reutilização da água da chuva e da água do
esgoto, mostrar a importância da reciclagem, a reutilização de matérias primas
que são despejadas diretamente na natureza e que podem favorecer a
subsistência desses cidadãos, prevenindo um desastre ecológico, conscientizando
para um descarte consciente que não prejudique o solo e diminuindo espaços que
são designados ao descarte do lixo de uma cidade, disponibilizando depósitos e
setores de reciclagem rentáveis e ecologicamente corretos, seja usando mão de
obra humana ou de maquinas e assim usando as novas tecnologias a favor do
meio ambiente e favorecendo com a subsistência do cidadão , diminuindo os seus
gastos com tarifas ou cobranças de consumos, favorecendo a economia desse
cidadão, da natureza e do Estado.
O bebê chora. Sr. Jorge a pega
ano colo, logo em seguida entram no quarto a Maria e a dona Vera.
- Ela deve de estar com fome. Diz
a Vera.
- A menina mama e continua
chorando.
- Deve de ser a frauda. Diz a
Maria, já separando uma frauda limpa.
O Sr. Jorge se aventura a trocar
a frauda, ele tira o laptop de lado e coloca a menina na cômoda onde estava
digitando, tira a roupinha dela, puxa as fitas que prendiam a frauda e solta
um.
- Nossaaa! – O que foi isso!
A Dona Vera e a Maria o ajudam e
ele consegue trocar a frauda com sucesso.
- Pronto! Já posso dizer que
troquei a frauda da minha filha. Diz ele todo orgulhoso.
- Deixa eu fazê-la dormir agora,
vai se deitar, que depois que ela dormir a gente coloca a babá eletrônica para
monitorar ela.
Sr. Jorge fica preocupado e sai
de costa do quarto.
Na manhã seguinte todos já
estavam a mesa do café da manhã, era um falatório só, as crianças estavam
agitadas, Dona Vera tentava fazer a bebê parar de chorar no colo, Sr. Jorge se
senta na ponta da mesa e olha toda aquela gente na mesa e pensa.
- Não sei se me acostumaria com
isso, a paz acabou das manhãs tranquilas, seria muito bom ter uma família grande
assim, mas isso dá um trabalho.
As crianças terminam o seu café e
correm para jogar vídeo game na sala, a Dona Vera e a Maria sobem para dar
banho no bebê, Sr. Jorge sem saber o que fazer, pega o laptop se senta na
varanda, se ajeita e digita:
Preocupação com o uso das novas tecnologias
e o desemprego.
As novas tecnologias
serão a solução para uma nova sociedade que terá a sua subsistência garantida
pelos robôs subdesenvolvidos as favor do benefício humano, porque os empregos
que hoje conhecemos estão com os dias contados, aquele chão de fábrica, onde a
mão de obra humana era necessária, não vai mais existir, o que provocaria
um desemprego generalizado, isso é fato e o caos estaria instaurado na
sociedade, se não for tomada uma atitude sobre essa situação, as empresas
irão continuar lucrando cada vez mais, a mais valia que antes era medida pelo
lucro da mão humana, entre um acordo do funcionário com o pratão, também não
vai mais existir e assim as empresas vão ter lucro com a produção robótica e
também com a economia dos impostos e benéficos que deixarão de pagar: como Fins
e Confins, plano de saúde, tickets alimentícios, INSS, etc., o lucro dos
empresários só aumentará, só com a quantidade de impostos e benefícios que
deixaram de pagar, devido a essa economia, pode ser criada um novo imposto para
a Subsistência daqueles trabalhadores que perderam os seus empregos para as
novas tecnologia, dessa maneira a máquina trabalha a favor do cidadão
favorecendo a sua subsistência, garantida pela produção das maquinas, a
subsistência não virá só dos impostos cobrados das empresas, novas tecnologias
serão usadas em uma agricultura pública que garantirá o alimento na mesa do
cidadão, robôs vão ser a solução e não o problema, a população cresce a cada
dia e os números de empregos são limitados, sendo assim: os robôs irão garantir
a subsistência humana , enquanto esses seres humanos, produzem cultura,
praticam esportes ou só aproveitam a vida, com o auxílio dos robôs, o capital
de giro será afetado, mas ainda será mantido por um novo sistema capitalista,
virtuais ou de trocas, como Bit coins, onde o que for produzido culturalmente
pela mão de obra humana, como pinturas , composições musicais, artesanato,
livros, etc. será convertido para um renda monetária virtual, que irá garantir
a subsistência melhorada, para aquele cidadão capitalista, esse capitalismo
ainda irá existir, mas será diferenciado, não como status , mas sim com títulos
ou garantias diferenciadas de bem estar e moradia, o cidadão capitalista não
ficara estagiando, pode ser diferenciado do cidadão que depende da subsistência
total que não produz nada, ficando na ociosidade, diferente do cidadão
Capitalista, que já não será mais ameaçado com violência pelo cidadão
desempregado, porque aquele valor que antes era furtado, como dinheiro e bens
de valor, não serão mais comercializado como antes, o que terá valor, será sem
valor diferente do sentido monetário, porque essa nova sociedade será mais
justa, sem violência, por ter a sua subsistência garantida por maquinas, que
produzem comida, geram valores depositados pelos impostos pagos pelas fabricas,
vão garantir dentro de um lar a rotina de cama, mesa e banho, cuidando de
crianças, idosos e doentes, essas novas tecnologias também será usada na construção
civil, produzindo projetos habitacionais em uma escala necessária para sanar a
demanda necessária da população desejada, dessa maneira as maquinas irão
garantir, Habitação, saúde, educação, alimentação, energia, e todas as
subsistências necessárias para que o ser humano, esteja livre para viver e
fazer o que quiser, aquela tão sonhada liberdade, felicidade e assim
evitando o caos.
Dona Vera se
senta ao lado dele na varanda.
- Cadê a bebê?
Pergunta ele.
- Está com a
Maria, ela está olhando os dois bebês. Responde ela
- Estava
precisando ficar com o meu marido um pouco, como está o seu projeto.
- Estou
desenvolvendo, não sei se estou certo, mas estou colocando as ideias no
“papel”. Ele faz com as mãos entre aspas no ar.
Ela ri e pega na
mão dele, que para de digitar por um momento e ficam olhando a paisagem e
curtindo o silêncio que logo é interrompido pela gritaria das crianças que
passam correndo na direção da piscina.
- Imaginou se
eles fossem todos os nossos filhos?
O Sr. Jorge grita
para a criança menor não entrar na parte mais funda da piscina, o irmão mais
velho pega a criança pelo braço e o coloca na parte rasa, Sr. Jorge faz um
sinal de positivo para ele.
- O que você
estava dizendo, se essas crianças fossem todos os nossos filhos?
- Já estaríamos
loucos.
Os dois riem.
- Acho que vou
fazer um churrasco, o que você acha?
- Boa ideia, vou
pedir para a Maria tirar a carne do Freezer.
Eles passam o
dia como uma família, churrasco, doces, fazem a festa.
As crianças
estavam exaustas e dormem profundamente.
A Dona Vera
coloca a Bebê no berço e vai para a cama.
- Eu vou só
escrever um detalhe e vou dormir também.
Dona Vera já
estava dormindo, ele olha para ela, olha para a pequena tela da Babá eletrônica
que monitorava a criança, estava tudo ok, ele abre o lap top e digita:
Problematização,
pensamento crítico e político.
Abordaremos
questões polémicas, como a “pena de morte”, onde uma parcela da opinião
pública, são a favor e outra parcela não.
Deus proibiu
matar e nós hesitamos tão pouco em matar por qualquer insignificância de
dinheiro roubado! Pág. 29 – Utopia.
Falar de
pena de Morte é como brincar de Deus, o homem mata usando formas mecânicas e químicas,
mas também cria vidas sintéticas, como é o caso da ovelha Doly, o ser humano já
tem o poder de mudar o DNA de algo que a natureza criou, mudando a sua genética
e criando novas formas. Então a questão aqui é não desperdiçar vidas e buscar
soluções científicas na busca de curas de doenças e soluções para a humanidade.
O assunto será dividido em questões como essas, para que reflitam de que não se
trata só de uma questão de opinião e que é preciso abordar e discutir com muito
cuidado, porque no Brasil não existe pena de morte, então imaginamos que se
existisse e um assassino que fosse julgado e condenado, se tratando de um
assino cruel, como um assassino de aluguel, psicopata, Serial Killer, etc.,
diferente de um crime cometido por uma pessoa que tirou a vida de uma só
pessoa, para que não ocorra injustiça, resumindo que a pena de morte fosse para
pessoas que cometeram diversos crimes, assim não ocorreria a possibilidade de
um inocente ser executado, e somente os que fossem comprovados por crimes bárbaros
com uma continuidade, esse sujeitos depois de julgados e condenados, em vez
desse mesmo ir para o corredor da morte, esse assassino que era um cidadão
perderia o seu direito de cidadania e ficaria a disposição da ciência, da
seguinte maneira: seria uma “cobaia humana” onde seria feito diversas
experiências com ele, a favor da sociedade, sendo essas experiências podendo
ser patrocinadas por laboratórios particulares, não desperdiçando vidas, servindo
como exemplos para educar gerações futuras, como citado abaixo:
Contra ladrão são decretadas
penas duras e terríveis quando seria melhor proporcionar-lhes meios de Subsistência,
a fim de que ninguém se visse na cruel necessidade de roubar primeiro e a
seguir ser enforcado. Pág. 23 – Utopia - Thomas More.
Essa
problemática arremete a um ato de crueldade e esse tipo de pensamento fará com
que o participante do movimento analise situações complexas e
necessárias. É apenas uma suposição sobre um tema muito polémico, cruel,
mas é necessária de uma realidade.
O que
fazer com os assassinos? Seria uma dúvida possivelmente levantada, tendo em
conta que a violência é uma eterna brincadeira de polícia e ladrão. E quem é
mais cruel, o bandido ou o sistema? Por isso a necessidade de cuidar do cidadão
antes que ele se torne um contraventor.
Se vocês não remediam esses
males, é totalmente em vão se vangloriar da maneira pela qual vocês reprimem o
roubo. É mais ilusório que justa e eficaz. Com efeito, vocês educam de modo
errôneo e estragam paulatinamente por crimes dos quais trazem, desde seus primeiros
anos, a promessa assegurada. O que vocês fazem, pergunto, senão fabricar os
ladrões que depois vocês enforcam? Pág. 28 – Utopia.
Esses são meus argumentos contra
a legitimidade da pena. Creio que ninguém ignora tão absurdo e mesmo quão
perigoso é para o Estado infligir a mesma pena ao ladrão e ao assassino. Pág.
30 – Utopia.
O
pensamento é que o cidadão e o estado tenham atitudes responsáveis, assegurando
a educação das novas gerações, por políticas de controles necessários,
para que não deixem que as suas crianças se tornem criminosos, cobrando do
estado soluções, sem que deixem de atuar no funcionamento do sistema só
esperando ajuda do Estado, precisando ser o seu próprio sistema de governo,
pensando como anarquista em um determinado momento, acreditando que o
Estado não exista, e assim os deixando por conta própria onde é percebido que é
preciso pescar seu próprio peixe, como pensou Maquiavel:
Quando os estados que são conquistados
[] estão acostumados a viver sob as suas próprias leis e em liberdade, para
mantê-los há três modos: o primeiro arruína-los; o outro, ir morar lá
pessoalmente; o terceiro, deixá-los viver com suas leis, extraindo-lhes um
tributo e criando ali um estado de poucos. 2018. O príncipe – pág. 68.
Quantos são
aqueles que não conseguem pescar os próprios peixes, como os idosos e as
crianças? Em alguns casos, tanto os idosos quanto as crianças são considerados
incapazes.
Mas que ainda restava preocupar-se
oficialmente daqueles que a doença ou a velhice jogam na indigência e os tornam
incapazes de qualquer trabalho para prover a seu sustento. [ ] De minha parte
proponho que se vote uma lei para distribuir todos esses pobres entre conventos
beneditinos, onde são mantidos como irmãos leigos. Quanto as mulheres, ordeno
que se tornem freiras. Pág. 34 – Utopia.
Os idosos
fariam parte de um sistema integrado usando as novas tecnologias juntamente com
uma faculdade de medicina, hospitais e asilos, tendo um tratamento especial,
porque uma sociedade que não respeita seus idosos, não respeita a sua própria
história e não respeita sua própria cultura. As crianças seriam beneficiadas,
caso o que foi citado funcionasse. A educação de uma criança pode ser a consequência
do futuro, sendo ela a maior arma e o principal elemento para o futuro desse
movimento. A questão aqui não é só política, é um tema necessário para que não aconteça
um caos, como já é sabido as novas tecnologias estão aí, tirando o trabalho de
muitos cidadãos, o proletariado está sendo substituído por robôs,
Há muitos estudiosos que querem
entender a importância do lazer em nossas vidas. Estes, como Joffre Dumazedier
(1999) e Georges Friedmann (1973), concluíram que o avanço da produtividade
industrial propiciado pela inserção da tecnologia no processo produtivo,
reduzindo a carga horária semanal, e a introdução da informática na prestação
de serviços conjugadas com a reestruturação organizacional contribuem para a
ampliação do tempo de lazer e a redução da centralidade do trabalho na
sociedade capitalista, levando o trabalhador a ter o direito à preguiça,
segundo Lafargue (1999). Seria interessante se a introdução de tecnologia não
viesse acompanhada de perdas de postos de trabalho. Pág. 152 – Sociologia do
trabalho
seres
não vivos e os vivos estão sendo descartados, esse descarte pode virar um caos
e para que esse caos não aconteça é preciso uma atitude de se antecipar a esse
caos, usando as novas tecnologias a favor da humanidade, fazendo com que essas
maquinas trabalhem para a sociedade e não ao contrário, fazendo com que maquinas
produzam, moradias, escolaridade, segurança e alimento para os seres humanos,
os deixando em um ócio necessário:
Um desses fatores é a atual
revolução digital, que tem responsabilidade direta na grande parcela de
trabalhadores que estão obtendo reajustes salariais decrescentes. Dessa forma
fica, então, a dúvida: como os jovens terão trabalho e renda suficientes para
uma vida digna nas sociedades cujas crises promovem baixo crescimento, enfraquecendo
o poder do Estado que, com pouco emprego, arrecada pouco e pouco pode amparar? Pág.
156 – Sociologia do trabalho.
Sendo assim como diz aquele velho
ditado: “mente vazia oficina do diabo”; O MSS se faz necessário para que esse
vazio não prevaleça e assim evitar que um caos aconteça.
O bebê emite um som e a babá eletrônica
captura o som que propaga no quarto dos pais, seu Jorge vai conferir, mas a
dona vera já estava em pé indo verificar.
- Nossa! De onde você veio?
- Intuição de mãe.
Eles trocam a fralda, alimentam a
criança.
- Já está quase amanhecendo, hoje
preciso ir trabalhar, vou dormir um pouquinho.
O Sr. Jorge chega no trabalho, a
sua secretária lhe entrega um envelope onde havia um endereço escrito em
japonês, ele deduz que deveria de ser o projeto dos Japoneses, ele abre o
envelope, analisa e diz.
- Muito bom, agora é só começar a
resolver o jurídico e começar a produzir, quem tem boas intenções, colhe bons
frutos, um projeto pronto agora me deixa concluir o outro:
Ele digita:
Conclusão
O Movimento
Sociocultural de Subsistência é uma revolução que não faz nenhum uso de arma, é
manifestada através da arte, essa que é a sua maior arma, a sua maior força,
esse manifesto visa uma mudança ética, almejando aquilo que pode ser mudado ou
melhorado, fazendo valer os seus direitos, garantidos na 5º e 6º emendas da constituição
brasileira, questionando por uma melhor gestão dos programas sociais já
existentes, almejando uma evolução do cidadão brasileiro e uma mudança do seu
comportamento, para que se pratique um mínimo de política, que seja através da
arte ou de uma atitude política ativa dentro de uma sociedade ou de uma
comunidade.
A
preocupação deste movimento é que não exista ninguém abaixo da linha de
subsistência, como previsto na constituição, que projetos sociais voltados para
a miséria, educação, saúde e habitação sejam melhores administrados, com
valores éticos para seja alcançada uma sociedade adequada. O significado dessa
preocupação não quer dizer que os participantes desse movimento ou desse
sistema, permaneçam estagnados na mesma posição social. A linha de subsistência
tende a subir e chegar a níveis mais elevados, dependendo da evolução da
população. Quanto melhor a vida de uma nação, mais alto fica a linha de
subsistência, assim essa palavra perde o seu primeiro significado e se torna um
sistema social e cultural, onde é percebido que mesmo dentro de uma república
democrática, possam existir dois sistemas: um Capitalista e outro socialista.
Aquele
que depende do Estado terá um tratamento igual para as suas necessidades como
em um sistema Socialista, a escola, o hospital, a moradia, serão iguais para
todos, com o seu devido funcionamento, mas isso não quer dizer que esse
sistema seja apenas voltada para a classe necessitada dos serviços sociais,
porque quando estamos cuidando dos menos favorecidos, automaticamente estamos
favorecendo o sistema capitalista evitando assim um Caos Social, antecipando um
problema e cuidando daqueles que estavam na linha da miséria, possam
evoluírem com a educação, com a moradia e com uma alimentação adequada e
com uma boa saúde, consequentemente a segurança melhoraria, diminuindo
assim a violência, porque aqueles que antes cometiam atos de violência por não
ter onde morar e não ter o que comer, percebem que que não é mais preciso recorrer
a atos ilícitos, buscando assim uma sobrevivência dentro de uma subsistência,
lógico que nem todos fazem parte dessa estatística, ainda irá existir aqueles
ambiciosos que almejam alcançar o status da elite usando a força, mas uma
grande parcela será significativa de pessoas que terão um endereço,
saindo das favelas, porque o que favorece um criminoso é não ter um endereço e
dessa maneira, muitos criminosos se escondem dentro de comunidades, que é de
onde vem a má fama da favela, onde grande parte dessas comunidades são formadas
por pessoas trabalhadoras que são pré-julgadas devido a sua condição social
naquele momento. Moradores da região do Morumbi, estão com um projeto de construírem
um imenso muro, para esconder a favela do Paraisópolis, separando-a do da
região nobre, como se isso iria resolver essa situação, o dinheiro que fosse
gasto com esse muro , já seria uma parte para um reurbanização, parecido com o
projeto “Cingapura”, feito pelo ex- prefeito Paulo Maluf , porém a diferença
seria na arquitetura, teria que ter uma preocupação com a estética e com o
espaço, usando matérias recicláveis e fontes de consumos renováveis,
favorecendo com os custos internos das dependências. Para que assim esses
moradores, consigam sentir a sua melhor condição de vida, e lhe
dando uma melhor condição de bem estar aos moradores da comunidade e
automaticamente, melhorando a vista e a segurança da região nobre com a
urbanização dessas comunidades, mudando a arquitetura e sua urbanização usando
uma estética mais apresentável para a sociedade, com projetos arquitetônicos
modernos com características e linhas artísticas, trazendo uma leveza de
designer para os prédios de projetos habitacionais, sendo esses projetos feitos
pelos estudantes de engenharia e arquitetura das universidades públicas, como a
USP ou Unicamp, barateando os custos dessas construções e dando oportunidade a
esses novos engenheiros e arquitetos; esses prédios teriam no máximo quatro
andares, para não depender de elevadores, devido aos custos e tendo belas
sacadas ventiladas com escadas de fácil acesso, os apartamentos precisam ser
maiores que oitenta metros quadrados, sendo bastante amplos para que o morador
se sinta adequadamente acomodado em um ambiente confortável e adequado e não em
um cubículo de quarenta metros quadrados, mofado e amontoado e que o deixe mais
revoltado, por não ter privacidade ou uma acomodação para os seus filhos. A
primeira problematização e preocupação de conflito seria como convencer e
remover as pessoas desses locais habitados inadequadamente, onde seria
necessária a remoção das mesmas, para que as novas habitações fossem
construídas, precisando de um grande trabalho, sendo esses trabalhos executados
por assistentes sociais convencendo-os de que seria para o bem deles,
para melhorar a qualidade de vida dos mesmos, e assim depois que tudo
isso fosse almejado, conquistariam um nível adequado de subsistência.
Então aquele cidadão Capitalista de uma elite detentora da maior parte das
riquezas ou de das classes abaixo, também seriam favorecidos, podendo
transitarem tranquilamente sem medo de sofrerem algum ato de violência,
usufruindo de locais mais justos de conviverem, por estarem todos em uma linha
de subsistência adequada. Este acontecimento também favorece o capital, com uma
mão de obra mais qualificada, por ter um cidadão com uma educação elevada, que
se tornam consumidores mais exigentes e ativos, elevando a economia de uma
sociedade e do seu PIB.
Na volta para o Sr. Jorge se
depara com a casa silenciosa, ele entra procura pelas crianças e não as acha,
só encontra o seu filho Thiago chorando.
Ele vai até a esposa e pergunta.
- Cadê todo mundo?
- A mãe deles veio aqui, não quiz
conversar, pegou os filhos dela e foi embora, foi uma choradeira, os meninos
não queriam ir, o Thiago também não queria que eles fossem embora, mas a mãe
deles não quis saber, os pegou e foi embora.
- Nossa a casa ficou tão vazia.
2º parte
Trinta anos depois.
Filo está sentado no sofá dentro do
apartamento de quinhentos metros quadrado, que fica no milésimo andar do prédio
onde mora com a sua mãe Fátima e sua Irmã Marina. Que observavam ela contar a
história do dia que ele nasceu, ele não perdia um detalhe, independente de
quantas vezes ela contasse aquela história, ele nunca se cansava dela.
- Quando eu cheguei no hospital, levado
pela Ambulância do resgate, eu não sabia o que fazer, porque os seus outros
irmãos, nasceram tudo de parto natural lá no sertão no meio do nada, embaixo de
árvore, na terra, alguns partos foram fáceis outros foram na base de muita
reza, suor e sangue, como o da sua irmã Marina aqui, parecia que não queria vir
para o mundo, ela estava atravessada e não saia, as parteiras diziam que ela não
iria sobreviver, nunca senti tanta dor na minha vida como naquele dia, digo dor
da carne, porque dor na alma já senti bem pior e vocês sabem disso, como no dia
que perdi o seu pai e depois os seus irmãos, mas não quero falar disso, vamos
continuar a história do Filo, você não sabe como foi tudo aquilo, com você foi
tudo novidade e diferente para mim, a Ambulância me levou para um Hospital
depois de desmaiar, sem saber o que fazer, porque eu não tinha com quem deixar
vocês, o seu irmão correu para pedir ajuda, na época eu era muito orgulhosa, se
eu estivesse em condições de recusar, teria se recusado, mas graças a Deus eles
nos ajudaram e me levaram para aquele Hospital Chique que o Homem que atropelou
o papai pagou, lá tive um tratamento Vip, me colocaram em quarto que era maior
que o meu barraco, me deram uma injeção onde não sentia mais dor nenhuma, me
deram banho e colocaram em uma banheira chique, onde você nasceu, eu não senti
nada, nadinha, nenhuma dor no parto, já me colocaram você nos meus braços,
quase não chorava parecia um anjinho, até o seu choro parecia música, diferente
dos choros dos seus irmãos que esgoelavam coitados, o seu choro não tinha
sotaque nordestino.
Todos dão risadas.
- Agora até choro tem sotaque mãe? Diz
Marina rindo.
- Como é choro com sotaque mãe? Em vez
de EEEEE! É “OXEEENTEEE”?
Eles dão risadas.
- Você já nasceu com Choro de Paulista,
um choro discreto e com elegante, bem baixinho.
Todos dão risadas.
- Graças a Deus eu não senti dores no
seu parto, o dia do seu nascimento foi um dia muito feliz para mim, você me
trouxe muita alegria, porque naquela
época eu não aguentava mais sentir tanta dor, eu acho que todas as minhas dores
se esgotaram com a morte do seu pai, até hoje eu não me conformo, ele era um
homem tão bom, não fazia mal para ninguém e era tão carinhoso, como sinto a
falta dele depois de todo esse tempo.
Nesse momento a conversa é interrompida
por um carro que pousava na garagem da Varanda no milésimo andar. Carro pousa e
uma mulher desce e entra na primeira redoma de vidro, as travas de segurança
movidas por energia magnética terminam de estacionar o carro dentro da vaga no
estacionamento.
As portas de acesso a sala se abrem.
- Oi amor, oi dona Fátima, oi Marina.
- Boa tarde Sophia, seja bem-vinda
minha vida, minha flor que floresce nas alturas. Se declara Filo dando um beijo
na Sophia sua namorada.
- HII!! Vai começara a melação. Fala
Marina
Dona Fatima ri.
- O que eu devo a honra da sua visita?
Pergunta Filo.
- Você esqueceu que dia é hoje?
Pergunta Sophia.
- Hoje é cinco de maio de 2048, cinco
de maio? – Nós temos que ir buscar o meu irmão, ele vai sair hoje da
Penitenciaria.
- Isso mesmo eu vim te buscar para
irmos juntos buscar ele hoje, para fazer uma surpresa para ele.
Dona Fátima se levanta do Sofá com os
olhos brilhando e diz.
- Eu não acredito que chegou esse dia,
e não vejo a hora de poder abraçar o meu filho novamente.
Filo olha para a sua mãe, olhando toda
aquela alegria e ansiedade, ele se emociona e dá um abraço na mãe.
- Está, está bom, deixa eu ir, se não a
gente se atrasa.
- Que maravilha, vou ter os meus filhos
que ainda estão vivos comigo novamente, que felicidade e que orgulho de você
meu filho, eu tenho tanto orgulho de você, por isso eu não me canso de contar
como você nasceu, dês de que você nasceu só me trouxe alegria, Agora mais uma
felicidade, se formou em Doutor, se torno um Advogado e ajudou o seu irmão a
sair da prisão, se o seu pai ainda estivesse vivo ele iria ter muito orgulho de
você e como você é parecido com ele, na determinação , na honestidade.
- Está bom mãe, mas me deixa ir agora,
se não ele vai sair e vai achar que esqueci dele.
- Vai! – Vai com Deus e que senhor
Jesus Cristo ilumine o seu caminho de vocês.
Ele aciona o botão que libera o carro
do estacionamento e enquanto o carro era liberado do estacionamento ele se vira
para a mãe e diz.
- Mãe eu já falei para a senhora que eu
sou ateu, como a maioria do mundo hoje, que depois de todo aqueles escândalos e
as guerras santas que no fim foi descoberta que as empresas de armas estavam
por trás, e hoje em dia a população é mais instruída e sabe que religião só
servia para explorar e dominar as pessoas.
- Ah está, está bem.
O carro fica parado na primeira redoma
de vidro esperando eles entrarem.
- Vamos Sophia, deixa eu dirigir esse
novo modelo da fábrica do seu pai.
- Pode levar, mas você não
precisa fazer quase nada ele é todo automático, é só sentar e apreciar a
paisagem, que a energia magnética, junto com o gravitator que neutraliza a
gravidade com mais facilidade, e a sua carroceria é muito mais leve , quase não
tem ferro, a sua carroceria é toda feita de material reciclável e do mesmo
metal do meteoro que o meu pai encontrou, o mesmo metal usado nos últimos
andares desse prédio, que é leve e forte, deixando o carro mais leve e
facilitando os seus comandos, para desviar dos outros carros e obstáculos, ele
tem funções muito mais avançadas já programadas nele, é impossível bater esse
carro ou cair com ele, mesmo que você queira ele desvia sozinho.
- Tudo bem eu me contento em só apoiar
os braços no volante.
- Você lembra como eram os primeiros
que ele construiu para ajudar os robôs pedreiros para usar na construção desse
prédio?
- Sim eu era criança e ficava olhando,
eles funcionavam praticamente como um elevador, sem cabo, porque eles só subiam
e desciam, não tinham outras funções.
- É mais, foi esses Drones e os robôs
pedreiros que construíram esse prédio e todos os outros que beiram o Rio Tietê,
eles trabalharam 24 horas sem parar.
Filo e Sophia entram no carro e decolam
da varando do apartamento do milésimo andar tranquilamente, e por comando de
voz, dão a ordem de que o carro os levasse para a prisão estadual do estado de
São Paulo, onde o Marcos irmão mais velho de Filo o esperava ansiosamente,
porque ele não queria ser transferido para a nova prisão espacial na
lua, muitos presidiários estava sendo transferidos e outros que tinham suas
penas quase compridas, estavam sendo liberados, com a ajuda de um advogado.
Filo desfilava pelo céu de São Paulo
com o novo modelo de carro da fábrica do pai da Sophia, por São Paulo
praticamente era pai dela também, porque quase toda São Paulo pertencia ao pai
dela.
- Não tem uma vez, que eu não venha
aqui e não me lembre do sítio que era do meu pai, eu adorava essa Chácara ou
sítio, tinha muitos animais, tinha cavalo , vaca, porco, galinha, tinha um lago
cheio de peixes, essa chácara era muito grande ela tinha 5 alqueires e o meu
Pai usou quatro alqueires Paulista
que medem cada um 24.200m, ele usou 96.800m para
construir a circunferência desse Prédio, o raio do prédio tem 48.400
m e com esse raio o meu pai conseguiu, colocar o último andar do prédio na
primeira órbita, o que facilitou muito para o programa espacial embarcar para o
espaço e em um único prédio e ele também conseguiu colocar quase que
toda a população da zona norte de São Paulo em um único prédio, isso fez com
que ele usasse os entulhos da demolição das casas nos alicerce dos outros
prédios e aquele minério especial que ficava embaixo da antiga favela
Paraisópolis, o que facilitou muito , porque foi com ele que ele ergueu as
colunas e produziu, os robôs, com a ajuda dos japoneses que construiram este
prédio, tão rápido, aquelas maquinas trabalham até hoje noite e dia, não
quebram, hoje estão desatualizadas, mas ainda continuam funcionando a todo
vapor, algumas ainda aqui na terra e outras pelo espaço a fora.
- Mas chega de falar do meu pai e você
Filo, está feliz?
- Estou ansioso, este meu irmão foi
quem me ensinou quase tudo o que eu sei nessa vida, o que sou hoje foi graças
aos conselhos que ele passou para mim, com a ausência do meu pai, ele foi como
um pai para mim , lógico de que dentro do possível, nas visitas na
penitenciaria ou quando antigamente ele tinha as suas saídas de induto de natal,
pascoa ou dia das mães, mas depois daquela rebelião onde morreram várias
pessoas o induto foi proibido e eu só via ele nas visitas dentro da
penitenciaria, ele nem sabe mais como está o mundo aqui fora, está
desatualizado por uns quinze anos ou mais anos.
- Que bom que você gosta tanto assim a
ponto de velo como um pai, porque eu e o meu irmão, somos como dois inimigos,
não posso nem ouvir a voz dele.
- Credo, mas o que foi que ele te fez
de tão mal assim?
- Nada não deixa para lá, olha já
estamos chegando, falei que esse drone era rápido.
Filo estaciona o carro na porta da
penitenciária e fica aguardando o seu irmão sair.
Os laser da penitenciaria é desligado e
a imagem do Marcos aparece no escuro da saída da penitenciária , ele estava
usando uma calça jeans e bota de couro bico fino, uma camiseta branca colocada
por dentro da calça, que ressaltava os seus músculos de tanto malhar na
penitenciária, as suas tatuagens e algumas cicatrizes, o seu cabelo estava
penteado para trás e ele tinha um cigarro atrás da orelha, a imagem dele era
igualzinho aqueles detentos de filme, ele sai na luz e protege os
olhos da luz, se benze e faz o sinal da cruz, se vira para trás e mostra o dedo
do meio para a penitenciária, ele era um homem bastante forte para um homem
de quarenta e poucos anos, ele caminha em direção ao Filo.
Filo não se aguenta e corre para
abraçar o irmão, o irmão retribui o abraço e diz.
- Obrigado irmãozinho, se não fosse
você eu ainda estaria lá dentro ou a caminho para a nova penitenciária na lua,
mas agora vamos comemorar e por falar em comemorar, que é essa moça bonita,
você não vai me apresentar?
- É Claro essa é a Sophia, Sophia esse
é o Marcos.
- Larga a mão de ser bobo e me dá um
abraço logo Marcos, seu bobo.
Eles dão risada.
- Ok vamos comer agora que estou louco
para comer pizza, hambúrguer, sorvete e tudo quanto for besteira.
Eles entram no carro, Marcos se senta
no banco de trás e fica olhando para o carro, achando aquilo coisa de outro
mundo e dá um grito quando o carro levanta voo.
- Aí me Deus eu tinha ouvido falar que
o s carros estavam voando, mas não tinha me imaginado andando ou voando em um,
ai que frio na Barriga que dá.
- Logo você se acostuma. Fala o filo.
- Tá bom, mas vai mais devagar é muito
rápido, ai´!!
Filo coloca o carro no automático e se
vira para trás para conversar olhando para o irmão.
- O que você está fazendo. Quem está
dirigindo este treco?
- Calma esse carro é super moderno é
mais fácil cair um raio na sua cabeça do que esse carro cair, está no automático.
Sophia e filo dão risada.
Marcos se agarra no banco e comenta.
- Nossa como está tudo diferente, que
prédios enormes são aqueles lá adiante, aparece que vai dar na Lua, vai até o
final do céu, eles parecem bolos de casamentos gigantes, esse são aqueles
prédios que estavam sendo construídos na minha última saída de induto, mas como
eles conseguiram construir tão rápido assim?
- Tecnologia a mesma que está sendo
usada na Lua é uma longa história. Diz Sophia.
- E a propósito nós estamos indo para
lá, é lá que nós moramos agora, Nós moramos no prédio chamado Subsistência. Diz
filo
- Nossa você se deu bem na vida hein,
quando vocês falaram que estava morando em um apartamento pensei que fosse
nesses prédios convencionais e eu até tinha visto uma reportagem na televisão
na cadeia, mas estava sem som eu pensei que fosse uma cena de filme
de ficção científica, não dá para acreditar em uma coisa dessa, é muito grande
e muito alto, deve de custar caro um apartamento desses?
Não Marcos lembra que a mamãe vivia fazendo
inscrição para o CDHU, então esse é o CDHU do futuro, esses apartamentos só são
mais bonitos e melhores, com mais espaços o que dá mais qualidade de vida para
as pessoas.
- Esse apartamento é grande quanto, tem
cinquenta metrôs, como todos os apartamentos?
- Não multiplica isso por dez vezes.
Diz Filo
- Multiplicar por dez, dá quinhentos
metros?
- Isso mesmo, quinhentos metros
quadrados,
- Nossa senhora isso é maior que muitas
mansões.
- Sim, mas a qualidade de vida, está só
nisso, está vendo que os prédios são bem largos e bem altos, mas na sua volta
tem uma floresta fechada, além da floresta normal no solo.
- É verdade parece aquelas cenas de
filmes, onde tem um castelo no meio da floresta.
- Esse foi o único jeito que foi
encontrado para manter a natureza e o equilíbrio da terra, porque do jeito que
as coisas estavam indo, a terra iria ter um fim, estavam ocorrendo diversos
terremotos e furacões e maremotos, que quase extinguiu toda a raça humana.
- Eu lembro de um desses terremotos
quando estava na prisão, muitos parceiros morreram lá também, más ninguém
sentiu a falta daqueles presidiários, acharam até bom.
- Então depois disso tudo perceberam
que era preciso fazer algo rápido para mudar tudo isso e começar de novo, e é
onde o pai da Sophia entra na história, o pai dela tinha diversos projetos para
o futuro e entre esses projetos estavam o primeiro protótipo desse carro que
estamos andando, que não polui e é movido por uma energia limpa
ecologicamente correta e econômica também, é uma espécie de energia nuclear só
que sem perigo, ela é fria e não explode, ela se implode, mas caso essa energia
falhasse no céu em pleno ar o carro também não cai, porque esse carro tem um
efeito que inverte a função da gravidade ou seja ele fica leve como uma pena, assim
o carro flutua, alterando as moléculas coisa de científico maluco, como que é
Sophia que funciona?
- Eu só sei explicar algo que ele me
disse assim basicamente eu acho que é assim: O carro flutua alterando as
moléculas e átomos, ou seja essa máquina consegue fazer flutuar até um navio
cargueiro se for colocado vários em volta dele, e ele construí alguns e depois
os próprios robôs construiriam milhares deles e foi assim que ele
montou a primeira fábrica deste automóvel , que na verdade ele chamou de planador,
os primeiros modelos custavam uma fortuna, mas depois que começou a construir
em série, os preços foram banalizando chegando ao preço de um carro comum. E
Esse planador foi aceito pelo mundo a fora mudando a história da humanidade
depois do computador, e os fatos que aconteceram também o ajudaram, meu pai
conseguiu trazer para a aterra um grande meteoro de um metal muito forte e leve
instalando esses planadores no meteoro, os planadores no espaço funcionam com
um turbo invertendo a gravidade e na terra ele funciona ao contrário, como um
freio ou elevador, foi assim que ele conseguiu colocar o meteoro imenso na
terra e aproveitar o seu metal precioso na construção daqueles prédios.
E assim esse planador foi aceito no
mundo e agora está sendo vendido no mundo inteiro e mudando as paisagens das
grandes cidades, ajudando na construção de prédios como esses.
- E o pai dela se tornou o homem mais
rico do mundo, como o Bill Gates, a história do pai dela foi muito parecida,
mas ele ganhou muito , mas muito dinheiro, que o Bill Gates, foi
primeiro trilionário do mundo o pai dela, não tem como calcular a sua fortuna
ele é praticamente dono de tudo no Brasil, ele pagou todas as dívidas do Brasil
e se tornou uma espécie de dono, um rei ou um presidente, mas sem ser eleito,
porque ele tinha descendência de Don Predo I e com isso ele
retornou o sistema de monarquia no Brasil comprando o Brasil e
usando os seus títulos, mas o seu reinado é muito bom para a população ele só
pensa no melhor para o povo, ele quer construir um mundo mais justo e só
conseguiu derrubando todo aquele esquema de corrupção que existia em Brasília.
- Então quer dizer que ele é o rei do
Brasil, é ele que manda, eu lembro dele de criança, ele era um cara muito
legal, ele até queria nós adotar, mas a mãe era muito orgulhosa, mas ele sempre
deu um jeitinho de nos ajudar sem ela saber, ele tinha um bom coração e como
ele ficou tão poderoso?
- Sim, ele que manda em tudo e dessa
maneira ele consegue construir esses prédios.
- Porque o Brasil passou a usar todas
as suas invenções para o bem, até a cura para o Câncer o pai dela conseguiu
descobrir.
– Isso é muito bom, mas como ele
conseguiu isso?
- Ele investiu muito nas faculdades de
Medicina e veterinária e os cientistas descobriram, que o câncer nada mais era
que uma evolução, ou seja, as pessoas acreditavam que o tumor estava destruindo
as células, mas na verdade ele estava tentando evoluir e isso as vezes acabava
destruindo o órgão contaminado.
- Como assim, que papo loco?
- Vou te explicar agora o que o
cientista fizera foi, em vez de tentar destruir as células, eles estimularam o
câncer a se desenvolver e assim eles conseguiram criar super. órgãos, ou as
vezes os órgãos se multiplicavam, hoje me dia você pode encontrar pessoas com
três rins, dois corações ou quatro pulmões, mas o mais difícil é quando é no
cérebro, a pessoa fica com dois cérebros ou um cérebro maior como novas funções
se tornando muito inteligente e são essas pessoas que estão, ajudando a cada
dia tornar o mundo um lugar melhor para viver, mas tem casos onde as pessoas
retiram depois de evoluído os órgãos duplicados e os doavam para os
necessitados, contribuindo também para quem precisava de órgão.
Eles descobriram que a vida moderna que
levavam, fazia com que os órgãos tentavam se adaptar, com o ar poluído, a água
alterada com cloro e outras substâncias, os alimentos com agrotóxicos e a carne
com vacinas e remédios e por causa disso o nosso organismo tentava se adaptar,
mas acabavam destruindo os tecidos.
- Isso é uma evolução muito grande.
- Sim mas ele não se preocupou só com
isso também construiu moradias, para cuidar melhor dos idosos e das
crianças, das nossas fazendas , fazendo assim duplicar as produções agrícolas,
ninguém mais precisa trabalhar, foi o que ele chamou de linha de subsistência
desses tipos de emprego, não existi mais aqueles empregos braçais , hoje as
maquinas fazem tudo e as pessoas vivem a vida do jeito que querem , estudam,
pintam , faz música, vivem dos seu Hobbies, as pessoa só fazem
coisas intelectuais, a linha de subsistência que tanto ele mencionou, agora ela
só existe uma linha, a primeira linha, somos todos iguais, com uma qualidade de
vida maravilhosa, e isso não tem nada a ver com o Socialismo ou Comunismo, o
capitalismo que antes era selvagem uma guerra entre os humanos, ainda existe,
só que mantido pelas máquina e robôs, eles trabalham a favor do ser humano, foi
o que ele previu, ele se antecipou ao caos que iria acontecer, as maquinas iria
tirar os empregos das pessoas de uma forma ou de outra, ele criou um imposto,
equivalente a quantidade de trabalhadores que uma máquina tiraria e assim manteve,
os chamados desempregados, recebendo um auxílio de subsistência até chegar no
nível que estamos hoje, a linha de subsistência, era lá embaixo, quase na miséria
e hoje ela está no topo, somo todos elite, ou melhor dizendo Seres humanos,
porque assim acabou com os assaltos, que não tinha mais sentido roubar ninguém,
o valor das coisas, agora são diferentes, é lógico que sempre tem uma maça
podre ou alguém que goste de cometer algum tipo de crime ou violência, isso já
está dentro desse ser humano , independente que ele evolua, sempre será um
ignorante, mas é lógico que os gênios, aqueles que tem o cérebro aumentado o
pai dela leva para trabalhar com ele, aperfeiçoando ainda mais as suas
tecnologias.
- A ideia da prisão espacial foi dele
então?
- Sim foi ideia dele também e sabe
porque esses prédios são tão altos, para facilitar a entrada na
orbita do espaço, pelo buracos nas camadas de ozônio que foi
provocado pela poluição do passado, esses prédios também são base espaciais,
lembra quando os foguetes soltavam aquelas explosões e fumaça para poder entrar
em órbita, pois é, com esses prédios agora não precisa mais daquilo, a nave é
colocada no elevador que fica no alto do prédio, o elevador tem alguns
kilometros, assim quando ele chega na órbita, só o que se tem que se fazer é só
decolar suavemente e passar para o espaço usando essa mesma
tecnologia usada nesse carro.
- Se o Pai da Sophia é o rei do Brasil,
a Sophia é um a princesa então?
- Sim, ela é uma princesa de verdade, a
minha princesa. Conclui Filo.
Sophia abaixa a cabeça envergonhada
dando uma risadinha e diz.
- Se você casar comigo vai se tornar
meu Rei.
- Um, acho que estou de vela aqui, acho
melhor chegar rápido lá naquele bolo de Noiva gigante.
Me diz uma coisa a coluna do meio a
mais alta é por onde eles conseguem embarcar para o espaço? Pergunta Marcos
desacreditando que dava para entrar em órbita por ali.
- É mais ou menos isso, do meio da
torre sobe o elevador que coloca as naves em órbita.
- Cuidado!! Você vai bater no prédio
igual aqueles aviões de 11 de setembro.
- Calma irmão, relaxa que você vai ver
como tudo é muito seguro, o sistema de magnetismo não deixaria uma coisa dessa
acontecer, o avião se desintegraria antes de chegar no prédio, mas agora vamos
estacionar olha como é tudo muito prático e ele faz tudo sozinho.
- Pronto viu, não doeu nada, não
balançou nada não deu nem para enjoar.
- Caramba que alto!!! - Que andar nós
estamos aqui?
- No milésimo andar!
- Nossa é inacreditável é muito grande,
isso aqui faz as pirâmides do Egito parecer um barraco igual o que a gente
morava.
- Nossa olha que legal tem piscina em
todos os andares e jardim também, isso aqui é uma mansão no alto, que coisa
linda, é muito bonito e como o apartamento é grande, olha essa vista verde, é
só mato deste lado.
- Sim, assim que eles conseguiram
controlar a ecologia do planeta e manter a Subsistência dos seres humanos, tudo
isso que você está vendo, são fazendas, tudo controlada por tecnologia, o ser
humano não precisa fazer mais nada os robôs fazem tudo, plantam e colhem e
entregam tudo nos prédios, a vantagem deste prédio, com toda a sua verticalidade,
fez com que os espaços que sobraram a sua volta fossem melhor aproveitados,
para o plantio, agropecuária, sem falar nas paisagens espetaculares, os rios,
as cachoeiras que foram mantidas intactas, os rios voltaram a ter as suas águas
cristalinas, lembra do Rio Tiete?
- Sim, lógico.
- Hoje você pode nadar, pescar e até
beber a água dele direto do rio.
- Eu que não me atrevo, se é doido
aquele rio podre, credo.
- Se você ver ele hoje, você não
reconhece, dá para ver o fundo do rio, as suas águas são cristalinas, não
existe mais esgotos que caiam nele, os esgotos dos prédios funcionam como Hidroelétricas,
gerando a energia do próprio prédio, além da capitação da água da chuva e do
uso da energia, solar e eólica, que funciona muito bem, devido à altura que se
encontra.
- Não sei o que dizer, estou besta e
impressionado com o tamanho e a beleza desses apartamentos.
- como eu já te disse cada apartamento
tem quinhentos metros quadrados.
- Nossa isso é uma mansão aérea, quase
parecida com a que a Sophia mora com o pai dela, mentira a mansão que a Sophia
mora é dez vezes maior, eu lembro da piscina e do gramado gigante que brincávamos
de pega a pega e futebol.
- Puxa vida como está tudo tão
diferente.
- É mano, só você que não mudou nada
com esse visual de galã dos anos oitenta.
- Porque estou fora da moda?
- Não só uns cinquenta e cincos anos
atrasados, quando você nasceu essa moda já era atrasada.
- É, mas a mamãe gostava e por falar na
mamãe, cadê ela?
- Estou aqui filho.
Marcos corre para abraça-la, eles se
abraçam forte como se ninguém se pode separa-los, eles ficam abraçados por um
longo tempo, emocionando todos que estavam ali.
- Sophia e Filo se abraçam também
emocionados.
Capítulo XV
Eles colocam a conversa em dia, depois
de muita choradeira e matar a saudade.
Filo se levanta e diz.
-Você vai ficar aí com a mamãe eu vou
dar uma volta com a Sophia.
- Mas nós não íamos comemorar juntos?
Filo olha para a Sophia que diz.
- É mesmo Filo, vamos nós três juntos,
vamos levar ele para conhecer as novidades, ele só viu o prédio por fora, ainda
não viu como é por dentro, vamos levar ele para conhecer os Bares, o cinema, os
teatros, o Shopping ou só passear pelos parques.
- Ele gosta de parque de diversão,
quando ele era criança ele ficava encantado com os brinquedos e comas luzes dos
parques. Fala a mãe recordando a infância do filho.
- Verdade mãe, era muito legal os
carrinhos de bate-bate a roda gigante, o papai que gostava da roda gigante, ele
ficava encantado olhando tudo lá de cima e apontava mostrava, quase não parava
sentado na cadeira, eu ficava morrendo de medo dele cair.
Marcos para de relembrar e olha para a
sua mãe que estava olhando para ele com os olhos cheios de lágrimas, ele a
abraça e diz.
- Eu também tenho muita saudade dele,
mãe como eu adorava o meu pai ele era tudo para mim, adorava estar na companhia
dele.
- Eu sei meu filho, eu sei.
Filo tentando mudar de assunto fala.
- Mano eu vou te levar no parque de
diversões, mas os brinquedos são bem diferentes da sua época, existe uns
brinquedos bem legais e bem forte, com muita emoção.
Marcos solta a mãe e pergunta.
- E igreja, tem igreja aqui Filo?
- Tem sim.
- Depois você me leva lá, eu quero
rezar para o papai.
- Tudo bem eu te levo, mas as igrejas
não têm padre, é tudo digital, as imagens de santos são hologramas e os textos
são todos digitalizados, você pode acender uma vela virtual para o papai.
- Vela virtual?
- Isso mesmo, antigamente existia vela
de sete dias, a vela virtual é eterna, ela fica on line e você
pode atualizar de qualquer lugar onde você pode fazer uma dedicatória, colocar
fotos, vídeos em memória da pessoa querida, sendo assim nunca deixando a
memória dela ser esquecida, você pode acessar www.inmemorian.com , e tem mais, agora você também pode enterrar o corpo
do seu ente querido n espaço em um planeta onde as temperaturas são muito
baixas, o que não deixa os corpos se decompor e assim não se perde mais
terrenos com cemitérios.
- Quer dizer se o papai tivesse acabado
de morrer, era só mandar o corpo dele para esse planeta e lá ele iria ficar
como uma manequim de uma vitrine imóvel, mas intacto?
- Isso mesmo e na tumba de cada pessoa,
lá você tem o link da pessoa onde você pode acessar e saber sobre a história
daquela pessoa.
- Que pena que não tem mais como fazer
isso com o papai.
- Pode sim.
- Pode? – Como?
- Alguns cemitérios aqui na terra
depois da construção desses prédios ficaram intactos e viraram parques, onde as
pessoas ainda podem matar saudade do seu ente querido, indo visitar a tumba ou
a gaveta de ossos de cada defunto, e lá existem telas planas com os
links dessas pessoas , onde você acessar e saber quem foi aquela pessoa e o que
ela fez da vida ela, pelo link do www.immemorian.com, eu já fiz isso na gaveta
de ossos do nosso pai, o link é esse, aqui você pode entrar e contar uma
história que você lembre ou colocar uma foto um vídeo ou deixar um vídeo
gravado na hora.
Marcos fica olhando para o filo e
pergunta.
- Quer dizer que, se eu for lá onde
está a gaveta de ossos do papai vai ter uma tela na gaveta dele falando quem
foi ele?
- Isso mesmo.
- Depois você me leva lá?
- Sim eu te levo e te levo agora na
igreja para você rezar e já acender a sua vela virtual para o papai e
acrescentar o que você quiser.
Marcos tira uma velha foto da carteira
e diz.
- Eu quero colocar essa foto, posso?
Filo olha para a foto onde na foto
estavam: O pai deles, a mãe ainda gravida do Filo e todos os irmãos, com o Par
de meias na frente da foto.
Dona Fátima rapidamente tira a foto da
mão do Filo, observa a foto depois comenta.
- Eu estava grávida de você aqui Filo,
olha o Par de meias, companheirão do pai de você tanto que morreu junto com
ele, como você conseguiu guardar essa foto por todo esse tempo Marcos?
- Não foi fácil, mantive ela comigo na
prisão, era o que me dava força para sobreviver e quando tinha rebelião era a
primeira coisa que eu protegia para não destruírem ela, não foi fácil, quase
perdi ela em um incêndio de colchões em uma das rebeliões, salvei ela por
pouco, e também esconde ela em cada lugar para não me tomarem eles, vocês nem
imaginam por onde essa foto já passou comigo.
Dona Fátima estava petrificada com a
foto começa a chorar e diz.
- Que saudade, do seu pai e dos seus
irmãos que se foram também, até do par de meias eu sinto falta, ainda sinto ele
passando nas minhas pernas pedindo comida, quando estava com fome.
- Mãe me devolve a foto, que eu vou
colocar ela na página do papai.
Fátima entrega a foto para o Marcos,
que a coloca de volta na carteira.
- Vamos mudar de assunto, maninho que
mais tem nesse prédio, me mostra e me conta.
- Aqui tem escola, faculdade, tem de
tudo é uma cidade vertical e internamente você não precisa de carro para se
locomover, existem esteiras e elevadores por todo prédio.
- Essa foi outra maneira que o meu pai
encontrou de não precisar mais de automóvel. Diz Sophia.
- Vem! Vamos sair pela porta de dentro,
porque você só conheceu a porta de fora, vamos só dar uma olhada por aí, depois
a gente aproveita melhor tudo o que o prédio tem.
- Caramba como é largo esse corredor,
dá para passar dois caminhões aqui e tudo movido por esteiras.
- Sim, mas se você quiser andar
normalmente é só usar a parte fixa, igual a uma calçada.
- Tem esteira para tudo quanto é lado,
é um vai e vem da moléstia.
- Moléstia, fazia tempo que não ouvia
isso.
Eles dão risada.
- E tudo isso aqui é tudo movido pela
mesma energia do planado.
Marcos olha para o corredor e parecia
que não tinha fim.
- Nossa parece que não tem fim, é muito
grande.
- Legal né.
- Mas a ideia do meu pai também foi de
que o lado de fora do prédio fosse usado para moradia com qualidade de vida se
baseando na filosofia de Kant, que tudo fosse belo e agradável, espaçoso, onde
todos tenham qualidade de vida e que cada apartamento tenha uma linda paisagem,
conforto, entrada de luz e ar. Como Hitler queria para o seu povo alemão, o que
era o único lado bom de Hitler, que mostra no filme “Arquitetura da
destruição”.
Marcos olha para Sophia como quem não
estava entendendo nada e coça a cabeça.
- Ah! Chega de falar vem vamos passear,
você já ficou muito tempo no mesmo lugar.
- Você ainda continua corintiano?
Pergunta Filo.
- Mas é claro, porque?
- Porque o Corinthians vai jogar hoje
aqui.
- Aqui?
- É aqui.
-Você está querendo me dizer que tem um
estádio de futebol aqui dentro.
-Tem sim, fica na coluna central.
- Mas como, como pode?
- Podendo ué.
- Então vamos logo comprar ingressos
antes que acabe.
- Relaxe mano, o estádio cabe um milhão
de pessoas.
- Um milhão? Mas como, se no Pacaembu
cabia só quarenta e cinco mil pessoas, como pode isso?
- Isso mesmo, são vários andares de
arquibancada, cada andar cabe 200 mil pessoas, são cinco andares, é só fazer a
conta.
- Um milhão.
- E tudo muito organizado cada andar é
responsável pela sua bilheteria.
- E por falar em comprar, você tem que
retirar o seu chip de dinheiro, hoje não existe mais dinheiro em espécie como
era antes, é tudo virtual, todo mundo tem uma espécie de cartão de crédito
vinculado com o seu CPF, que já é o número da sua conta no banco,
Cada cidadão já tem uma quantia
depositada no seu CPF para ter uma vida dentro da normalidade. Quando eles
fazem isso, eles tem um controle melhor do que é depositado na sua conta, se
aparece algo diferente na sua conta rapidamente eles investigam para saber se
você não está roubando ou fazendo algo ilícito, dessa maneira acabou com os
assaltos, porque as pessoas perceberam que não valia a pena, porque
era rapidamente descoberto e porque a quantia que é depositado dá
para se ter uma vida adequada, sem necessidades, somos todos iguais aqui,
ninguém tem mais que ninguém, ninguém cobiça o que é dos outros e vivemos assim
todos em comunhão de bens pacificamente.
- Vem vamos andando que eu vou te
contando os restantes das novidades.
- Mano você entendeu agora, o que é
esse prédio?
-Pelo o que entendi esse prédio é uma
cidade vertical, na verdade é uma Metrópole é como se cada andar fosse um
bairro, começa com os primeiros andares são bem maiores e conforme vai subindo
vão diminuindo.
- É isso mesmo é uma cidade que vai
crescendo a cada 100 andares o anel entra para ficar mais fino e mais leve,
dividido por anéis e corredores dividido por letras, nos primeiros andares são
diversos corredores que vai de A à Z e depois continua como Anel A1 até a Z99,
um exemplo do nosso endereço que é nos anéis mais altos, são poucos anéis, um
exemplo o nosso endereço está no A e o número dos nossos apartamentos é 10.008
A se fosse no B seria 10.008 B, entendeu?
- Ahan, eu acho que entendi, Chega Filo
é muita informação par em um único dia, a minha cabeça está muito confusa,
daqui a pouco vai dar um Piripaque nas ideias, vamos beber alguma coisa.
- Piripaque, essa também fazia tempo
que eu não ouvia.
- Vamos encher a cara.
- Vamos enchera a cara até precisar
tomar glicose na veia.
- Aqui tem hospital né, é lógico que ia
ter.
- Sim positivo, mas funciona da
seguinte forma, se você precisar ficar internado, você fica na sua própria casa
e fica sendo monitorado pelo sistema direto com o hospital, todos os
medicamentos são enviados pra a sua casa, e o médico te acompanha na sua casa
também, caso precise de uma cirurgia, é feita ali mesmo , porque com as novas
tecnologias , quase não tem mais sangue e é tudo robotizado e preciso
milimetricamente, a mamãe precisou retirar um tumor uns tempos atrás e foi tudo
feito muito rápido e preciso.
- A mamãe estava com um tumor?
- Sim, mas era um tumor benigno, e não
precisou evolui-lo, nesses casos é mais fácil retirar.
- É tudo muito novo para mim, todas
essas novidades.
Capitulo XVI
Chegando no bar.
- Garçom me dá um rabo de galo!
- Nossa exclama Sophia.
Todos dão risadas.
E depois de uns goles e conversa vai e
vem Sophia estava um pouco alto pergunta para Marcos.
- Porque você estava preso, me desculpa
perguntar.
Marcos e Filo se olham.
Filo balança a cabeça e diz.
- Isso não é assunto para conversarmos
agora, nós estamos querendo esquecer que isso aconteceu.
Marcos coloca a mão no ombro do irmão e
diz.
- Está tudo bem, ela merece saber
porque.
Filo olha para o irmão e depois ele
olha para a namorada e concorda.
- É eu já devia ter contado a história
para ela.
- Você quer saber tudo bem, mas já vou
avisando é uma longa história, você quer saber mesmo?
- Eu quero, eu gosto de longa
histórias.
- Tudo bem então, tudo começou quando
eu tinha dez anos e estava trabalhando com o meu pai, ele catava papelão, o
Filo te contou?
- Sim ele falou que ele era um
reciclador.
- Reciclador que nome chique que deram
para o homem da carrocinha.
- Homem da Carrocinha, eu me lembro dá
minha mãe me colocando medo, dizendo se eu não me comportasse ela iria me dar
para o homem da carrocinha me levar embora, mas hoje em dia eles foram
extintos, um pouco antes de serem extintos, alguns anos atrás os recicladores
eram considerados heróis, porque fazem um serviço de reciclagem, que era muito
importante para a ecologia., hoje em dia essa profissão foi substituída por
maquinas, mas desculpa te interromper, continua.
Filo balança de novo a cabeça.
- Então como eu estava dizendo eu ia
com ele para ajuda-lo e porque queria sempre estar junto dele, eu aprendia
muitas coisas com ele, nunca me esqueci de nenhuma palavra das histórias que
ele contava, ele era um homem sem estudo , mas era muito inteligente, ele fazia
comparações de coisa sobre a vida e para mim ele era o meu herói, ele era o
homem mais forte, mais inteligente do mundo, ele era o meu ídolo, eu sempre
imaginei ser como ele quando crescesse, mas a vida é uma caixinha de surpresa
onde aparecem alguns obstáculo e onde acontecem alguma tragédias e uma delas, o
meu pai foi tirado de mim e dos meus irmãos, Filo por exemplo nem chegou a
conhece-lo, ele faleceu quando a mamãe estava grávida dele .
- Mas me desculpa, mas o que isso tem a
ver com você ter ido preso?
- Tudo, eu vou te contar a história
triste agora sem rodeios
Um dia eu o papai e o par de luvas, que
era o nosso cachorro de estimação, estávamos já retornando para casa, com a
carroça carregada, era ir vender, então nós paramos para almoçar e na hora de
voltarmos para a rua o meu pai arranhou sem querer um carro de uns playboys,
que desceram do carro e bateram no meu pai e ainda não satisfeitos eles
amarraram a carrocinha no engate do carro e me levaram junto dentro da
carrocinha.
- Nossa que maldade.
- É mas deixa eu terminar a história, o
pior estava por vir, no dia seguinte meu pai estava sem a sua carrocinha e
precisava trabalhar de alguma maneira, o que ele fez, pegou um saco para
recolher o que podia colocando dentro daqueles sacos, eu quis ir junto para
ajuda-lo, mas acabei mais atrapalhando do que ajudando, aquele dia eu devia de
ter ficado em casa, mas eu não conseguia , queria sempre estar junto dele e fui
teimoso e insisti para ele me levar junto e o que aconteceu?
Marcos dá uma respirada profunda e
continua.
- Essa é a pior parte, pelo fato de
estarmos sem a carrocinha, o serviço não rendia e estávamos demorando muito,
estávamos cansados e famintos e foi quando meu pai teve a maldita ideia de
pedir uns cocos vazios para um vendedor de coco , para podermos abri-los e
comermos a carninha de dentro, era como o meu pai chamava a parte mole do
coco e foi nesse exato momento que a minha vida mudou, eu sai
correndo na frente com a bicicleta, atravessando uma avenida perigosíssima e
quase que um carro me acertou, o meu pai correndo atrás de mim deixou alguns
cocos caírem na avenida, depois que ele se certificou que estava em segurança
ele voltou para pegar os cocos que caíram e foi atropelado, eu nunca esqueço
aquela cena do corpo do meu pai voando como um boneco e tudo mudou a partir
daí.
- Ainda não entendi porque você foi
preso, desculpa.
- O Motivo foi o seguinte, lembra dos
caras, que falei que bateram no meu pai, que roubaram a sua carroça e ainda por
cima me levaram junto sem saber que eu estava dentro da carrocinha.
- Sim o que tem?
- Então eu sempre achei que tudo aquilo
que aconteceu foi culpa deles, por isso nunca culpei o seu pai, o caso do seu
pai foi um acidente, consequência dessa situação. Eu nunca esqueci a cara deles
e de uma tatuagem que um deles tinha tatuado no braço, era uma caveira, com uma
faca e uma cobra enrolada no crânio, era igual a essa aqui que eu fiz na cadeia
em mim, eu nunca esqueci este desenho, eu mesmo desenhei e eu mesmo tatuei em
mim.
- Você está começando a entender porque
fui preso?
- Mais ou menos.
- Tá eu chego lá
- Alguns anos depois da morte do meu
pai eu estava cabulando aula com o s meus amigos e vi o carro desse cara da
tatuagem, e também me recordei do lugar, porque como eles haviam me levado
junto, reconheci aquele lugar.
Eu me certifiquei e de verificar se era
o carro realmente, e para a minha infelicidade lá estava o arranhado que o meu
pai tinha feito no carro, o arranhado estava enferrujado, mas continuava ali
igualzinho a do dia que havia acontecido, eu olhei dentro da casa em frente
onde estava o carro estacionado e adivinha o que eu vi dentro do quintal
abandonado em um canto apodrecendo na chuva.
- O que?
- A carroça do meu pai, ele o guardou
como um troféu, aquele filho da mãe, mas a partir desse dia eu não tive mais
paz, passei a ficar rodeando a casa daquele sujeito, eu não dormia mais, não
brincava, só pensava em vingança e os anos foram passando e ele trocou de carro
umas duas ou três vezes e eu sempre lá observando o que ele fazia da vida dele,
sabia todas as suas manias e rotinas, sabia todos os seus horários,
seu nome , o nome da namorada dele, aquilo virou uma obsessão para mim e nessa
mesma época eu me envolvi com uma turminha da pesada, fumava maconha o dia
inteiro, roubava e ´só fazia o que não presta , tudo ao contrário do que o meu
pai me ensinou, para azar desse tal de Rodolpho em um desses roubos eu consegui
uma arma, aquilo brilhou na minha mão como um objeto de desejo de muito tempo,
eu aprendi a atirar, treinei e planejei tudo certinho.
Em uma noite eu combinei com os meus
amigos todo o plano e eles toparam de ir comigo. Eu falei para você que era uma
história longa.
- Continua estou gostando e tendo uma
ideia também.
- Está tendo uma ideia?
- Sim, mas continua a história depois
eu te conto a minha ideia.
- Ok, continuando, como eu sabia o
horário que que ele chegava todo dia, fiquei esperando ele chegar e tinha
comigo um buquê de flores na mão.
Deixei ele estacionar o
carro e entrar no quintal dele assim que ele estava
entrando eu apareci com o Buquê de flores dizendo que uma pessoa chamada Sheila
que estava mandando para ele, Sheila era atual namorada dele, ele ainda fez um
comentário arrogante dizendo assim: “Mulher idiota, fica gastando dinheiro com
flores, o que eu vou fazer com essa merda, pode jogar isso fora”, assim que ele
terminou de dizer isso e abriu o portão, eu saquei a arma e coloquei na sua
cabeça e mandei que ele entrasse no carro dele onde os meus amigos me esperavam
do lado, dei a chave dele para o Barriga dirigir o carro dele, então levamos
ele até um barracão atrás da casa onde morávamos e amarramos e amordaçamos ele,
ficamos com ele vários dias, judiando dele.
- Eu perguntei para ele, você se lembra
de mim? Ele fez com a cabeça que não, então eu respondi para ele. – Mas eu
nunca te esqueci e quero o endereço dos seus outros dois amigos que estavam com
você no dia que bateram no meu pai e tomaram a carrocinha dele e ainda disse
que iria me matar, os olhos dele se arregalaram e disse: “Eu não sei do que
você está falando”. – Então eu disse, não sabe é, e aquela carroça que estava
no seu quintal até alguns anos atrás? - Novamente ele arregalou os olhos, agora
você se lembrou né? Eu quero o endereço dos seus outros dois amigos, ele me deu
o endereço e eu e o Barriga e o cabecinha fomos atrás deles com o carro dele, o
que tornou tudo mais fácil para nós.
Fomos ao encontro deles e quando o
amigo dele viu o carro na sua porta, veio na direção do carro abriu a porta e
entrou para a sua surpresa, se deparou com um revólver calibre 38 no meio do
seu nariz, nós o amarramos e o amordaçamos e o colocamos no banco de trás e
depois fomos atrás do outro cara a história foi um pouco parecido
mas com um final diferente, ele veio em direção ao carro também, mas não entrou
ele se abaixou na janela para falar alguma coisa e viu que não era o Rodolpho
estranhou e quando ele olhou para o seu amigo no banco de trás ele tentou
correr, eu desci do carro e dei um tiro bem no meio das costas dele, ele caiu
ali na rua, o cabecinha ligou o carro, parou do meu lado, eu entrei no carro e
fomos embora, levando só o outro cara para o cativeiro, chegando no cativeiro o
cabecinha teve uma ideia de pedirmos resgate por eles, mesmo que fosse pouco,
assim levantaríamos alguns trocados e então decidimos fazer isso e pedimos
coisa de dez mil reais na época, para o pagamento do resgate, os familiares
deles levantaram o dinheiro e nós entregaram certinho, mas eu não queria
cumprir com a minha parte do trato e dei um tiro na cabeça de cada um,
enterramos os corpos e ficamos com o carro e o dinheiro esse foi o nosso erro
eu ainda era de menor e continuamos assim a fazer pequenos assaltos, armados e
motorizados, assaltávamos postos de gasolina, supermercados, ficamos um tempo
só assim, usando esse carro para as fitas. Tem uma história muito engraçada,
uma vez nós roubamos uma loja de fantasias e o Cabecinha tomou um puta susto
com uma fantasia que era novidade, ele se transformava em um monstro
alienígena, emitia sons, soltava líquidos e dobrava de tamanho, ela parecia de
verdade., aquele cabecinha era terrível, quando ele viu essa fantasia teve uma
ideia muito louca de assaltar um banco com ela mas sem arma, a ideia dele foi a
a seguinte, nós contratamos um maquiador, que fazia uma maquiagem muito rela de
mordidas e manchas e pedimos para ele fazer nas nossas pernas e braços, nos
rasgamos as mangas longas de umas camisetas e costuramos com dois pontinhos bem
fraquinhos e fizemos isso nas calças e fomos para um banco, nos dividimos a
fantasia em três partes e colocamos em três mochilas, o
cabecinha levou maior parte da fantasia dentro da mochila maior,
entramos um por um no banco e deixamos a mochila em canto do banco que tinha um
ponto cego, eu passei e joguei a minha parte, o Barriga jogou a dele e o
Cabecinha, montou as três e a vestiu e começou a infla-la com um bomba por
dentro e foi saindo emitindo aquele barulho fingiu que morde o barriga, que
fingindo que estava gritando de dor espirando suco de tomate como sangue falso
do seu braço, depois foi a minha vez que finge que fui ajudar o barriga e que o
liquido que saia do monstro estava queimando a minha perna, as pessoas entraram
em pânico no banco e foi uma correria para sair pela porta, mas o segurança
ainda tentou atirar na fantasia, a sorte que ele atirou na parte de cima e não
acertou o cabecinha fantasia tampava os buracos sozinha com uma segunda pele,
mas ficava muito real porque os remendo eram vermelhos, e parecia que estava
saindo mais línguas, do monstro, parecendo muito real, o segurança vendo que o
monstro não morria e estava indo para cima dele, correu também, e nós ficamos
sozinhos dentro do banco, então pegamos as mochilas enchemos elas de dinheiro,
nós timão o cabecinha da fantasia a deixamos lá funcionando normalmente e
saímos correndo do banco como se tivéssemos conseguido fugir, o problema foi as
pessoas querendo nos socorrer , mas nós gritamos que o bicho estava saindo e
todo mundo correu, nós entramos no carro e nos demos bem, depois a gente deu
muita risada, só o cabecinha para ter uma ideia dessa, nós zuamos pra caramba
com o dinheiro que roubamos, mas um dia para o meu azar, sabe aquele
cara que dei um tiro nas costas dele , ele não havia morrido e tinha dado toda
as nossas características e do carro para a polícia que estava atrás de nós. E
um dia que nós estávamos vacilando rodando com o carro e polícia começou a nós
seguir o cabecinha não parou o carro e acelerou o carro o mais rápido que ele
pode e assim começou um perseguição, pelas ruas de São Paulo, logo os policiais
pediram mais reforços, para a perseguição pelas ruas e sem querer eu disparei a
arma e a polícia pensou que eu tinha atirado neles, e começaram a dispara
contra o carro e um desses tiros acertou o cabecinha que estava no volante do
carro, que se desgovernou e bateu contra um muro com tanta força que o corpo do
cabecinha voou pelo para-brisa e eu que estava no banco do passageiro fui parar
no banco de trás, mas tive pequenos ferimentos, mas eu preferia ter morrido
aquele dia também, quando eu olhei do meu lado o barriga que era o meu irmão
Joaquim estava baleado na cabeça, com os olhos abertos eu ainda o peguei no meu
colo na esperança de que ele ainda estivesse vivo, e passou um filme na minha
cabeça ao pensar dando a noticia para a aminha mãe o que tinha acontecido, eu
só imaginava que ela não iria aguentar mais uma perda de um filho.
- De mais um filho, porque?
- É justamente a cena que veio na minha
cabeça na hora, eu nem reparei na polícia, tentando me tirar de dentro do
carro, eu só imaginava a imagem da minha mãe gritando a morte do meu irmão,
igual o dia que ela viu a Manuela e o Paulo se afogarem na enchente.
- Mas como foi isso, o filo nunca me
falou nada, não estou entendendo.
- Eu te conto detalhe por detalhe, as
imagens ainda estão na minha cabeça como se fosse ontem, nesse dia choveu muito
e choveu muito forte e nós morávamos em um barraco que tinha um córrego atrás
do barraco, este barraco é o mesmo que eu usei como cativeiro depois para se
vingar do cara que roubou o carrinho do meu pai, depois do acidente com os meus
irmãos a minha mãe construiu outro de alvenaria um pouco para frente, mas
quando aconteceu no barraco antigo , foi tudo muito rápido a água começou subir
muito rápido e entrar no barraco, enchendo ele quase derrubando-o, eu apanhei
nos meus braços a Marina que ainda era um bebê e sai correndo para um morrinho
que tinha do outro lado do quintal como o Joaquim já andava e já corria bem ele
veio comigo e ficamos lá embaixo de chuva, como sempre ele me acompanhava em
tudo desde pequeno, nas alegrias e nas tristezas, nessa época a mamãe ainda
estava esperando o Filomeno ela estava de oito meses e ela foi saindo do
barraco puxando pelas mãos a Manuela e o Paulo, mas veio uma tromba d'água tão
forte, que a derrubou e a enxurrada começou a arrastar os meus irmãos, a
correnteza estava muito forte e arrastou eles, eles gritavam chamando pela
minha mãe, mas a enxurrada puxou eles para o fundo até desaparecerem a minha
mãe tentando salva-los, quase morreu junto se não fosse um homem que veio
correndo e a agarrou, ela teria ido junto , o que era a vontade dela, ela se debatia,
chorava e gritava: “eu quero os meus filhos” e gritava e chorava tentando
entrar novamente na enxurrada, mas o homem não deixava e agarrava ela, até ela
passara mala e a levarem para o hospital e quase que o Filo não sobrevive
também, mas graças a Deus ele sobreviveu, para amenizar as dores
dela e foi o que talvez fez ela ter vontade de viver novamente, mas
voltando a história de como fui preso, a polícia me agarrou de dentro do carro,
eu estava agarrado com o meu irmão, que estava no meu colo e eu só pensava na
minha mãe e relembrava o sofrimento dela na cena da enxurrada, que nunca havia
saído da minha cabeça, os policiais me chutavam e me davam socos, pancadas com
o cassetete, mas eu não soltava o meu irmão, por nada, até que conseguiram me
soltar e me levaram preso, então eu fui acusado por diversos crimes, eu era
procurado pela polícia, mas o que mais agravou fou um cidadão que morreu de
bala perdida, a bala que matou o cidadão era da polícia, mas colocaram a culpa
em mim, ai você já sabe né, na época toda a mídia em cima como Urubu na
carniça, me sentenciaram a 100 anos por isso, mas como no Brasil, só se fica
preso 30 anos, se tiver bom comportamento pode até diminuir ainda mais, mas na
prisão as coisas não foram fáceis para mim e tive que me defender de
quem me queria mal e acabei ficando um pouco mais, até o meu irmãozinho aqui,
que é o orgulho da família se formou e me soltou, evitando assim que eu fosse
transferido para a prisão espacial, prisão entre aspa né, porque dizem que um
novo mundo, você é expulso da terra e tem direito a viver em um apartamento lá
em um prédio igual esse e ainda te dá o direito de levar a família ou um ente
querido, que queira ir junto, é como se fosse uma segunda chance de viver
livremente e começar tudo de novo, em vez de ficar mofando em uma cela , só
dando prejuízos para o governo, mamando na teta do Governo, eu acho que o
modelo dos apartamentos da lua devem de ser parecidos com esses daqui, a
diferença deve de ser pouca porque, o sistema é o mesmo, se abrir uma porta e
fechar a outra, não deixando o oxigênio fugir, funciona como uma redoma fechada
onde se respira normalmente o oxigênio fornecido e gerado por maquinas.
- E por falar em prédio, vamos sair
desse bar e dar umas voltas.
- Boa vamos.
- Porque chega de histórias tristes eu
quero falar de coisas boas, chaga de falar de tragédia.
- Ok, Mano vamos lá para a ala do campo
de futebol, vamos ver o timão jogar, você tem que ver o nosso novo centroavante
Airton, ele bate um bolão.
Capítulo XVII.
- Chegamos no estádio bem na hora que
vai começar a partida.
- Olha que beleza de estádio, o futebol
na mudou muito, só que mudou foi a tecnologia, que agora ajuda até o
juiz a controla o jogo, por exemplo você está vendo as linhas do campo, nelas
agora estão instalado sensores que tem um receptor na bola, que dá um retorno
par ao juiz, quando a bola sai pela lateral ou passa da linha do gol emite um
positivo no relógio do juiz e nas chuteiras também tem sensores, que
mede com precisão se o jogador está ou não impedido, pelo menos assim ninguém
mais xinga mãe do juiz, e tem também aqueles telões, de onde o juiz pode
assistir o replay e certificar se foi falta e tomar uma decisão mais precisa e
pode voltar atrás.
- Interessante, mas eu estou gostando
dos fogos de artifícios em forma de hologramas, parecem muito reais e são muito
bonitos. Diz o Marcos com uma cara de criança curiosa olhando tudo aquilo e
estava pensando se não estava sonhando.
- Você viu o jogo é o mesmo, a mesma
emoção e assim não tem mais roubo, é o que é, sempre falavam que o juiz ajudava
o Corinthians, agora não tem mais desculpa, o Corinthians é o
maior campeão de todos os tempos.
- Sempre foi, mas e a grama não precisa
de sol?
- A grama é uma grama transgênica é um
cruzamento de uma planta que não precisa de sol, algumas partes também
são artificias na pequena área onde o goleiro mais fica, lembra da
expressão: “onde goleira pisa não nesse grama” lembra que geralmente tinha
aqueles buracos no campo na pequena área, poia agora não tem mais, essa grama
cinética é bem macia, para que o goleira possa pular sem se machucar, é uma
grama artificial muito boa, mas nada como o cheiro e a textura de uma grama
verdadeira como a do restante do campo, mas se você não quiser assistir ao jogo
no estádio você também pode assistir de onde estiver usando um óculos virtual,
com esse óculos é como se você estivesse no estádio, você vê tudo em 360º de
onde estiverem.
Naquele momento era anunciado no
Estádio: “E agora uma palavra do nosso excelentíssimo Rei” E aparece o Rei no
telão do estádio.
Marcos olha para o telão não
acreditando no que ele estava vendo e fica petrificado, não piscava e quase não
respirava, até o Filo cutucar ele e dizer.
-Que isso Mano não precisa ficar assim
com a imagem do Rei, vai se acostumando ele sempre aparece nos eventos, para
ser uma figura sempre presente.
- É que, qqueee, queee eu não, não, é
ele, é é ele.
- O que foi mano para de gaguejar e
fala logo.
- Foi ele quem atropelou e matou o
nosso pai.
- Não pode ser, ele é o pai da Sophia,
não pode ser, você está confundindo-o com outra pessoa, você ficou muito tempo
trancado, você não iria conseguir lembrar.
- Não eu tenho certeza, é ele eu nunca
esqueci o rosto dele me olhando e depois olhando para o pai caído no chão, foi
a última coisa que eu me lembro desse dia.
- O que é que vocês estão falando, eu
não estou conseguindo ouvir nada com a torcida gritando. Fala Sophia.
- Nada não Sophia, ele está encantado
com o Estádio, só isso.
- Ah bom, é bonito mesmo né?
- É. Responde Marcos monossilábico.
- Filo pergunta para ele, ele não quer
ir assistir ao jogo da cabine de honra junto com o meu pai?
- Não!!
- Não precisa gritar tanto, eu estou do
seu lado e para de ser bobo, vamos de lá.
- Não, não.
- Ah! Vamos deixa de ser bobos. Sophia
puxa o Filo e o Marcos os segue até a cabine de Honra.
- Oi papai!
- Oi Sophia minha princesa querida do
meu coração.
- Iii! o nojento do meu irmão veio com
você hoje, está querendo alguma coisa, só pode.
Credo estragou o meu dia. Resmunga
Thiago irmão da Sophia.
- Deixa eu te apresentar o irmão do meu
namorado, esse é o Marcos e Marcos esse é o meu pai, também o nosso Rei George.
Marcos olha no fundo do olho do rei
George e apertando a sua mão, como se não estivesse acreditando no que estava
acontecendo, e como se todo aquele barulho tivesse sumido e não existia mais
ninguém ali, só estavam ele e o rei George e passa um filme na cabeça do Marcos
e uma das cenas era o seu pai voando e a outra ele avançando no pescoço do Rei
e dizendo: “lembra de mim, lembra de mim? – Pois eu nunca te esqueci, você
matou o meu pai”.
Mas der repente o seu transe é cortado
pela Sophia e pelo rei.
- Que aperto de mão forte que esse
rapaz tem.
- Esse aqui é o nojento do meu irmão
Thiago.
Marcos entende a mão, mas o irmão da
Sophia não corresponde deixando-o no vácuo.
- É me arrependi de vir aqui e
encontrar com essa coisa meiga afeminada.
- Eu digo o mesmo para você também sua
mocreia, estava tão bom aqui, mas o ar ficou irrespirável, ou piores
intragáveis cruzes que nojo.
- Não liga para ele não Marcos ele é só
uma mocinha fresca meiga de mais para o meu gosto. Diz Sophia se desculpando
com Marcos pela antipática do irmão.
- Bicha loca! Xinga o irmão a Sophia.
- Mocreia! Xinga a irmã o Thiago.
- Vocês dois querem parar com isso aqui
por favor, tenham modos de Príncipe e Princesa.
- Desculpa pai eu vou voltar para onde
eu estava.
- Foi ela que começou papai eu estava
aqui no meu cantinho só assistindo esses homens maravilhosos correndo para lá e
pra cá correndo atrás de uma bola, desculpe eu quero dizer batendo um bolão.
A Sophia beija o pai e puxa Filo pelo
braço, que puxa o Marcos pela camisa, que estava em transe de boca aberta com
um olhar fixo, não piscava e não tirava os olhos do rei George ou o mesmo homem
que atropelou o seu pai Sr. Jorge, que mudou o seu nome para George depois que
virou rei, para parecer mais com um nome de rei.
- Espera um pouco Sophia, eu acho que
vi a minha irmã lá dentro. Diz filo.
- Sua irmã a Marina?
- Sim a Marina.
Ele volta e diz.
- Marina?
- O que foi? Diz a Marina.
- O que você está fazendo aqui?
- Assistindo um jogo de futebol da
tribuna de honra, ou você acha que vim fazer tricô aqui?
- Você não tem jeito né, sempre
arrogante e metida, quem você conhece aqui ou melhor dizendo com quem você está
transando aqui ou transou para estar aqui?
- Credo você está me ofendendo assim e
eu não te devo satisfação do que eu faço com a minha vida.
- Eu só não vou contar para a mamãe
porque ela não pode mais passar nervoso e você nem sequer cumprimentou o nosso
irmão que saiu da cadeia.
-Eu hein! De assassino eu quero
distância e pra mim até hoje o Joaquim morreu por causa dele, por mim eu quero
que ele se exploda.
- Vamos Marcos não liga para ela não.
Marcos dá uma encarada em Marina, que
dá de ombros para ele.
- Ela nunca foi me visitar na prisão
ela era a minha irmãzinha querida, eu sempre cuidei dela, levava ela para a
escola e trazia, até fralda dela eu troquei e é assim que ela me trata. – Devia
der deixado você morrer no lugar da Manuela e ter salvado ela e o Paulo!
Grita marcos para irmã, que não esboça
nenhuma reação e lixa a unha como se nada estivesse acontecendo.
- Vamos Marcos deixa pra lá, ela não é
mais essa irmãzinha, ela se tronou uma mulher sem escrúpulos e decência, se
tornou gananciosa de mais, vende o seu corpo como se fosse mercadoria e eu nem
te conto o que ela me propôs alguns dias atrás, para ser cúmplice com ela em
uma das suas aventuras ou trabalho como ela diz.
- O que foi que ela te propôs de tão
grave assim? Pergunta Sophia com uma cara de brava.
- É muito difícil para mim como irmão
dela, de contar isso para alguém, a vergonha é muito grande e ainda mais que a
Sophia está aqui, eu me sinto constrangido de falar desse assunto.
- Por mim não, que a sua irmã é uma
puta, isso já não é nenhuma novidade para ninguém, agora me espanta você ficar
cheio de dedos para contar para o seu irmão, o que foi que ela te chamou para
você participar de uma transa com ela e ela racharia com você o dinheiro.
- Ela fez isso? – quer dizer ela te
propôs isso?
- Pois é mano ela queria que eu
transasse com ela enquanto um magnata ficava só nos assistindo se masturbando,
ela me daria metade do dinheiro depois, depositando no meu CPF, pode uma coisa
dessas, minha própria irmã querer que eu transe com ela?
- Ainda mais nessa situação deplorável.
- É transar com irmão é a coisa mais
deplorável do mundo.
- Como você sabe disso, você já transou
com o seu irmão?
- Eu não! – Credo!
- Então porque você falou com tanta
convicção assim, com tanta certeza?
- Eu só estou imaginando e além do mais
o meu irmão é Gay e eu o odeio.
- Tá bom chega de falar desse assunto.
- E você Marcos, você tem certeza de
que foi ele mesmo.
- Tenho sim, absoluta certeza, ele está
mais velho, mas é ele sim, eu nunca consegui esquecer a imagem dele me olhando,
do seu rosto, conseguiria distinguir ele mesmo depois de trinta anos, mesmo se
ele estivesse no meio dessa torcida toda.
- Do que você está falando? - Quem que
tem certeza do que é?
- Sophia preciso te contar uma história
que talvez você não vai acreditar ou não vai aceitar, o meu irmão acha que foi.
- Acha não, tenho certeza. Afirma
Marcos
- Certeza do que gente, do que vocês
estão falando? Pergunta Sophia.
- Tá bom, ele está dizendo que foi o
seu pai que atropelou o nosso pai.
Sophia fica sem entender e fica olhando
para os dois e diz.
-O Que? – O meu pai? – Mas como,
porque?
- O seu pai não teve culpa não, a culpa
foi minha eu que provoquei aquele acidente.
- Mas ele nunca tocou nesse assunto,
talvez você esteja enganado e confundindo ele com outra pessoa.
- Não Sophia eu tenho
certeza, a partir desse dia a minha vida mudou, esse dia parece um
filme na minha cabeça que reprisa várias vezes o tempo todo e eu sempre
assisto como se fosse a primeira vez a mesma cena, o que eu não tenho certeza é
se o seu pai deu o suporte necessário depois do acidente para a minha mãe, eu
sei que eles se conversaram várias vezes, ele até pagou pelo parto do Filo,
pagou o hospital e depois disso sumiu, assim eu imagino que ele poderia ter
ajudado mais a nossa família já que ele tinha tanto dinheiro.
- Isso é verdade, mas isso não é do
perfil dele.
Sophia se cala e fica pensativa.
- O que foi Sophia? - Porque
que você está tão calada?
- Eu estava pensando, puxa vida, você
já reparou como tudo entre nós dois são tão iguais e no mesmo tempo tão
opostas, nós nascemos no mesmo dia, que foi justamente esse o motivo que nós
aproximou, porque foi exatamente no dia do nosso aniversário que nós saímos
juntos com a galera da faculdade, para comemorar e acabamos nos beijando e
estamos namorando até hoje, agora as diferenças, eu sou filha de um milionário
e você vem de uma família humilde e entrei na USP para fazer (FDUSP) por ter estudado nos melhores
colégios e você não, você estudou em escola pública e teve que se esforçar
muito para entrar na Faculdade pública, eu acho isso em você muito digno e é o
que me atraí em você, a sua dedicação e o seu esforço, a sua sabedoria, você
sempre tem uma opinião ou um pensamento para cada situação, você ama
intensamente todas as pessoas a sua volta, um exemplo disso é o seu irmão que
está aqui com a gente e que não me deixa exagerar, onde você sempre que
possível ia visita-lo, na penitenciaria.
- Isso é verdade ele sempre ia me
visitar, e quando não ia me visitar é porque realmente não tinha como ir por
algum motivo maior, desde criança, você sempre ia com a mamãe me visitar e
depois que a mamãe não ia mais, você continuou indo sozinho, você foi a única
pessoa que não me abandonou, porque você fazia isso e faz isso que a Sophia
está falando?
- Você dizia que eu era parecido com o
papai, que eu tinha a sabedoria dele e me contava histórias dele, coisa que ele
fazia, e isso me fazia idealizar ele ali, como se ele ainda existisse e assim
eu associei a imagem do papai a você, porque quer queira ou não, você sempre
foi um pai para mim, sempre me dando conselhos bons e eu os seguia ao pé da
letra, se o que eu sou hoje, eu devo isso a você.
– Mas me deixa terminar o meu raciocínio
agora, já estava desviando o meu pensamento, pensem comigo! Diz Sophia.
- O meu pai atropelou o seu, nós
nascemos nos mesmos dias e fora outras coisas que eu não lembro agora, você não
acha que isso é obra do destino?
- Pode ser que: “Quem aceita o seu
destino, acredita em Deus e quem acredita em Deus, acredita no destino” era o
que o papai dizia.
- Isso mesmo, como você sabe disso?
Pergunta Marcos.
- Foi você quem me contou isso.
Responde Filo.
- Nossos destinos já estavam escritos,
mesmo antes da gente nascer, eu acho que você nasceu para mim e eu nasci para
você. Diz Sophia.
- Mesmo agora sabendo que foi o seu pai
que atropelou o meu pai eu não sinto nada contra você, pelo contrário, agora
que entendo ainda mais esse amor que sinto por você.
Sophia abraça o Filo.
- Eu sinto muito pelo o seu pai, eu
quero retribuir tudo que o meu pai fez de ruim para a sua família.
- Tá bom então comece me dando um
beijo.
E os dois se beijam deixando o Marcos
ali de vela.
- Ei vocês dois dá para pararem com
isso, eu estou sem graça e além do mais eu não namoro a mais de trinta anos,
quero dizer não namoro com uma mulher, o que eu estou dizendo para o meu irmão
caçula.
- Tudo bem mano eu entendo a sua
situação e a necessidade: “Qualquer pedaço de osso vira filé”.
Eles dão risada e continuam o tour pelo
prédio, pelos corredores, esteiras e elevadores.
Capítulo XVIII
- Até agora eu não entendi, como esse
prédio aguenta esse peso todo?
- Foi feito com muita tecnologia e os
matérias usados, são mais leves e resistentes, matéria prima do espaço, só o
alicerce que foi feito com materiais recicláveis , de carros e entulhos das
construções que foram demolidas, e toda carcaça de carro que existia, foi
derretida e transformada em aço para as colunas, porque o prédio, não tem
paredes ele é feito todo de coluna e as paredes são de vidros, que escurecem ou
ficam transparentes eletronicamente, não precisa de cortina, para ter
privacidade ou proteger da luz o sol, você escurece da maneira em uma densidade
que você precisa em uma determinada situação, e as colunas principais dos
ultimas andares, são todas feitas como material que foi retirado do meteoro, e
os últimos andares são todos dedicados ao projeto espacial, as naves espaciais
são todas feitas lá como o mesmo metal usado nas colunas do prédio que são
ultraleves e resistentes e de lá mesmo eles embarcam para o espaço e retornam
através dos buracos na camada de ozônio.
- ainda não consigo acreditar, eu me
lembro de você me contar sobre isso na prisão , mas eu não imaginava que era
assim , eu nem imaginava, achava que era invenção sua algo desse jeito, então
não dava muita importância no que você falava.
- Por isso você sempre mudava de
assunto, perguntava do Corinthians, aliás você só queria saber do Corinthians.
- É maninho, na verdade eu gostava da
sua companhia, não importava o assunto que conversávamos eu ficava muito feliz,
mas depois que você ia embora me dava um aperto no coração, uma depressão tão
forte que me dava um desespero, uma saudade que doía e por falar em saudade, eu
quero ir ver a mamãe, já estou com saudade dela e quero matar a saudade
abraçando muito ela.
- É acho melhor nós irmos ver a mamãe e
assim paramos de te encher com tantas novidades e informações, porque a mames
deve de estar nos esperando acordada como sempre com medo de aconteça alguma
coisa com nós.
Chegando no apartamento.
- Olha Marcos não falei ela acabou
dormindo na poltrona, nos esperando.
- Vamos coloca-la na cama.
- Deixa que eu a coloco, depois de
tanto tempo sem tocar a minha mãe, isso pra mim é um prazer imenso.
Marcos pega a senhora Fátima nos braços
e a carrega para o quarto.
- Dorme aqui hoje Sophia, está muito
tarde para você ir embora.
- Não sei, acho que isso vai ser um
sacrifício pra mim.
- Sua boba.
Os dois dão risada e se abraçam e se
beijam.
- Pronto coloqueiiii, ihii, de novo,
vocês não se desgrudam?
Os Dois balançam as mãos para o Marcos
ficar quieto e continuam se beijar.
- Ah vocês dois, eu já coloquei a mamãe
na cama e estou com fome e vocês não estão?
- Eu estou pouquinho. Fala
Sophia se soltando do beijo.
- Eu também estou.
- Então eu vou prepara alguma coisa
para nos comermos lá na cozinha.
Marcos começa a preparar tudo com uma
prática incrível.
Sophia e filo ficam espantados com a
praticidade de marcos com a faca na hora de cortar os legumes.
- Nossa Marcos onde você aprendeu a
cozinhar assim?
- Na cadeia e 'lógico.
- Onde acende esse fogão?
- Aqui nesse desenho de chama no vidro,
pronto está ligado.
- Mas cadê a chama?
- Não tem chama é indução de calor é só
colocar a panela em cima que ela vai aquecer igual a uma chama normal.
- Eu devia imaginar isso, que o fogão
iria ser algo diferente.
- Pronto viu já está esquentando.
- Legal, eu não sei como ainda tem
comida comum para a gente cozinhar.
- E quem falou que esses alimentos são
comuns.
- Porque não são? – O quem tem de
diferente neles?
Filo e tira o escuro do vidro e acende
uma luz do cômodo ao lado onde aparece uma horta suspensa.
- Nossa que coisa linda, olha isso, mas
como pode crescer dessa maneira, não consigo entender, não precisa explicar
Filo como isso funciona, que maravilha quanta variedade de legumes e frutas,
olha essas arvores em miniatura, que bonitinha.
Marcos fica encantado com a horta.
- Está queimando o óleo. Grita Sophia.
- Me distrai com a Horta e esse fogo,
fogo não essa indução é forte.
Marcos tira a panela um pouco do
aquecimento, para não queimar mais e coloca os legumes para refogar, enquanto
ele mexia os legumes com uma colher.
- Então como eu estava dizendo, aprendi
isso na cadeia, trabalhei muito tempo na cozinha.
- Mas ele te ensinou lá, diziam que era
servido quentinhas para os presidiários.
- Antigamente sim eles serviam
quentinhas que muitas vezes chegavam azedas, mas depois que apareceu o Simon,
isso mudou.
- Simon, quem era Simon?
- Simon diz, você não vai lembra desse
desenho que tinha um cara muito inteligente que dizia assim: “Simon diz, corra”
e a pessoa corria.
- Eu não lembro desse desenho.
- Nem eu. Diz a Sophia olhando para o
filo com um cara de interrogação.
-Desculpas maninho, mas não estou
entendo essa história, explica ela direito.
- Simon era um cara muito inteligente,
ele era um sábio e tudo mudou quando ele apareceu na prisão, eu não esqueço
aquele dia, porque a partir daquele dia tudo ficou diferente, as celas eram
superlotadas, as celas tinham a capacidade para vinte pessoas e ali viviam mais
ou menos umas oitenta pessoas, as camas ficavam só para os mais fortes ou os
mais poderosos.
-Então em uma tarde a porta de cela se
abriu e apareceu a silhueta de um cara muito estranho na entrada da cela, ele
entrou e encarou um por um nos olhos, chegou até a cama onde dormia o Geraldão,
que era um Afro descendente de dois metros de altura e dois metros de largura,
só o seu braço era do tamanho da minha perna, então Simon se aproximou dele e
perguntou: “De quem é essa cama?” O Geraldão se levantou e parecia que não iria
mais parar de levantar de tão grande e respondeu: “É Só meu porquê?” e o Simon
respondeu para ele: “Simon diz que ela agora é minha” e antes que o Geraldão
pudesse expressar alguma reação, Simon com um movimento muito rápido, enfio
dois dedos na jugular do pescoço do Geraldão, fazendo com que, aquele homem de
dois metrôs de altura, caísse como uma banana madura, jorrando sangue para todo
lado no chão, estrebuchando até morrer ali, todos ficaram assustados sem
entender nada até o Dentinho mandar dois capangas dele pegar o Simon, quando os
capangas tentaram agredir o Simon e se deram mal.
- E os dois foram mortos, muito fácil,
ele quebrou o pescoço dos dois, e se juntaram no chão com o Geraldão.
Depois disso, todos que estavam ali se
afastaram e se acumularam no fundo da cela, estavam todos assustados, pensando
quem era aquele homem, mas Simon se deitou na cama que era do Geraldão e dormiu
como se nada tivesse acontecido.
Filo serve a comida no prato para a
Sophia e depois para o irmão e se serve e senta na mesa para comer, ele dá uma
garfada e o Filo pergunta.
- E o que aconteceu depois?
- Um ficou muito bom a minha comida,
que delícia.
- Está bom mesmo, você me surpreendeu.
Diz a Sophia.
- Gostou de Sophia, que bom, eu adorei
a sua namorada Filo, ela é muito simpática e simples, não dá para imaginar uma
pessoa como ela filha de quem ela é, ser essa pessoa tão agradável.
Sophia fica vermelha.
- É mano acertei a sorte grande, ela é
um tesouro, mas continua a história.
- Onde eu parei?
- Que o Simon dormiu como uma criança.
Diz a Sophia com a boca cheia.
- A tá! então no dia seguinte ele
acordou e colocou em prática o seu plano, os carcereiros tiraram todo mundo da
cela para poderem tirar os três corpos dali e enfileiraram todos no corredor e
começaram a perguntar quem tinha cometido aquele crime, Simon deu um passo para
a frente se apresentando e gritou: “Simon diz, fui eu”, todos os presidiários
olharam para a coragem dele e ficaram pensando agora ele está ferrado.
Os Guardas agarraram ele pelos braços e
o Diretor foi até ele e disse: “você é o presidiário que chegou ontem e já está
me dando trabalho, vou te mostrar como as coisas funcionam por aqui” e assim
que o Diretor terminou de falar, Simon pediu para falar em particular como
Diretor que se recusou, então Simon gritou um nome, eu não consegui entender o
nome que ele gritou, mas o diretor entendeu muito bem, porque ele se virou
rapidamente para ele e pediu para que os seguranças se afastassem, então Simon
chegou bem perto do ouvido do diretor e disse mais alguma coisa, o Diretor
balançou a cabeça concordando, quando o Simon terminou de falar o diretor olhou
para ele, olhou para o resto do pessoal e pediu para os seguranças liberar todo
mundo para o banho de sol e o Simon foi tomar banho de sol com a gente como se
nada tivesse acontecido.
Quando voltamos para a cela depois do
banho de sol, Simon pediu a atenção de todos e começou o seu discurso.
- Boa tarde senhores, eu estou aqui com
você agora, mas poderia estar em outro lugar porque tenho diversos cursos
superiores, se eu quisesse não estaria aqui, estaria em uma cela especial para
quem tem curso superior, mas isso não me interessa, sabe o que me
interessa, vocês, Vocês são soldados que nunca forma treinados, eu criei um
nome falso e depois eu cometi um crime para poder vir parar aqui e criei o meu
personagem, este personagem que vós fala, eu sou Simon e tudo que Simon diz,
acontece e Simon diz, que vocês não devem aceitar viverem trancados como
animais e olha que existem animais que vivem melhor que vocês, enquanto vocês
estão aqui trancados neste cubículo, onde era para caber vinte homens , existem
quase oitenta, enquanto isso em um Zoológico, existem animais que são muito bem
tratados e vivem com muito mais espaços que vocês aqui, que tem um
médico e até uma comida melhor do que a que é servida aqui, agora me diz, você
acham isso justo?
Alguns que estavam seguindo o
raciocínio do Simon, murmura dizendo que não e se aproximavam dele formando uma
grande roda .e ele dizia”-Venham se aproximem de mim, eu não vim
aqui para lhe fazer mal eu vim aqui para salva-los mostrar para vocês, que
ninguém tem o direito de julgar ninguém e muito menos condenar outro ser
humano, eu sou a salvação de vocês, eu sou um dos cavaleiros do apocalipse de
visão de Zacarias e de São João, a imagem que vocês conhecem é essa tatuagem
que eu carrego comigo na minha costa.” Ele tirou a camisa e se virou, mostrando
o desenho que havia na sua costa, que era toda tatuada e no meio havia quatro
cavaleiros, que eram os cavaleiros do apocalipse: A morte, a doença, a praga
e o fogo, ele se virou e continuou o seu discurso: “Vocês estão
vendo esse será o nosso fim, por isso precisamos nos ajudar uns aos outros,
vocês estão se perguntado como podemos fazer isso daqui, porque estamos
trancados e como faríamos isso ? a resposta é simples, olhem a sua volta
quantos homens estão aqui, só nessa cela é um número bem maior do que os números
de carcerários que cuidam dessa prisão , isso só aqui nessa cela , agora
calculem todas as celas juntas desta prisão, somo mais de mil homens, homens
não, somos mil soldados e podemos ser um número muito maior, somos um exército,
vocês eram um exército sem um comando , agora isso acabou, seremos um exército
mais poderoso que já existiu.
Gritem comigo! “Somos poderosos e
ninguém pode com a gente” Isso aqui é um exército perfeito, tudo o que vocês
precisavam era de um comandante que os guie e eu estou aqui justamente para
isso. Os homens na sala ficaram agitados, alguns riam dizendo que o Simon era
um louco igual o vilão do gato Felix e riam, mas o Simon se levantou e foi até
um dos homens que ria e com um golpe certeiro o matou, todos se calaram e ele
perguntou:” alguém mais aqui acha que eu sou um louco ou quer morrer? Eu estou
aqui me sacrificando por você e o que eu ganho em troca, são chacotas, eu disse
que sou um general e não um palhaço”. Todos ficaram olhando para ele, eu tive a
impressão que ele estava pegando fogo, parecia que ele estava soltando fogo
naquele momento.
- Por favor Filo agora experimenta esse
outro prato, vê se não está salgado este molho, eu não estou entendendo muito
como funciona esse sal.
- Hum!! Está uma delícia, experimenta
Sophia!
- Eu não quero saber de molho, eu quero
saber o que tem haver essa história do Simom com você saber cozinhar?
- Ah claro! Eu chego lá.
- Então aquele os homens se sentaram
com medo novamente e sem risadinhas em volta dele e ele começou a explicar os
seus planos: “-Nós iremos fazer uma rebelião silenciosa, sem destruir nada, sem
queimar colchão, nós iremos tomar a prisão silenciosamente e assim tomar o
comando dela para nós e iremos transforma-la no nosso QG, vai ser a nossa
fortaleza, vamos usar o que nos prende ao nosso favor, se não podemos sair eles
também não podem entrar e vamos transformar essa prisão em um lugar descente
para viver, com dignidade e honra, a nossa pátria será esse presídio, vamos
transformar em um Castelo será a nossa fortaleza, a nossa nacionalidade , vamos
ter a nossa própria bandeira, hino e tudo que uma nação precise”. A ideia dele
foi passada de boca em boca dentro do presídio, por cela em cela e como uma
lavagem cerebral ele convenceu um por um, com as suas palavras sábias e assim
ele conquistou a lealdade de quase todos e os que não concordavam apareciam
mortos. E em uma certa noite ele colocou em prática o seu plano e o colocou em
ação e foi assim, eles dominaram todos os guardas da prisão, renderam um por um
sem fazer alvoroço e sem fazer barulho e tomaram a prisão para eles e alguns
presos vestiram os uniformes dos guardas e assumiram os postos dos guardas como
se nada estivesse acontecendo, trocando de lugar com eles, até o diretor foi
rendido, mas nada foi feito de mal com eles, porque se algo acontecesse com um
deles, alguém poderia perceber do lado de fora e foi ai que descobrimos que o
Simon era um Milionário e pra mim ele era um Demônio também.
- Demônio? Pergunta filo.
- É isso ninguém nunca conseguiu
provar, mas ele tinha um poder persuasão sobre as pessoas, parecia que as
pessoas ficavam hipnotizadas diante dele e obedecia os seus comandos,
e as vezes ele matava um ou outro porque talvez precisa-se da alma
daqueles pobres coitados e para poder mostra poder, quando havia resistência,
mas ele tinha muito dinheiro e ofereceu uma vida melhor do que o governo
mantinha para eles, tudo o que eles tinham que fazer era manter as suas vidas
normalmente e não comentassem com ninguém, ele usou a melhor psicologia que ele
poderia usar com o diretor e com os guardas dizendo que estávamos
todos juntos, e que eles também eram soldados do seu exército, que ninguém
nunca mais iria lhe fazer mal porque dentro do presídio éramos todos da mesma
família, ninguém era mais que ninguém, perante ele erramos todos iguais, fora
os que não cumpriram com o combinado, ai era diferente, mas para o Diretor e
para os guardas, ele providenciou do bom e do melhor e falava: “Se é dinheiro
que vocês querem eu tenho muito e vou lhes dá, agora o que não pode é
continuar com essa rotina de gato e rato, brincando de polícia e ladrão, que
sentido tem isso, o mundo está tudo errado e se perde muito tempo e dinheiro em
prender as pessoas, o tempo que se perde com isso poderíamos fazer mundo muito
melhor, dedicando esse tempo gasto prendendo as pessoas com os hospitais.
Asilos e creches, mas o ser humano só sabe de querer pegar o que é do próximo e
o outro só pensa em trancafiar, isso não tem sentido e seguimos isso sem
questionar, se isso é certo ou errado, porque agredimos uns aos outros? Porque
ofendemos uns aos outros? Onde a consequência sempre é a morte de um e a prisão
do outro, porque tem que ser assim, não podemos mudar isso”. - Tinha momentos
que eu não sabia se o Simon era um Demônio ou um Anjo, ele deixava a gente todo
confuso, com as suas ideias e pensamentos, nunca descobrimos qual era realmente
os objetivos dele.
- Ele estava usando vocês para estudo,
devia de estar fazendo algum tipo de pesquisa como cobaias humanas vivas e
mortas. Diz a Sophia com uma cara de sabichona.
- Agora sou eu que ainda não entendi o
que tem isso haver com você saber cozinhar? Fala Filo reclamando.
- Tá deixa eu terminar essa história,
eu vou explicar essa parte.
- Tá bom. Diz o filo concordando com a
cabeça.
- E foi assim que o seu plano começou e
funcionou, ele transformou a cadeia em um quartel e em uma faculdade, ele mudou
tudo da água para o vinho, ali todos tinham que ter uma função, ocupar a mente
nada de vadiagem, tinha que fazer algo útil ou aprender algo novo, desde música,
pintura, pedreiro e adivinha o que?
- Cozinhar! Fala a Sophia.
- Isso sua sabichona, curso de
cozinheiro e foi assim que eu aprendi a cozinhar, e coloquei em prática na
prisão, onde tinha que trabalhar na cozinha, onde eu cozinhava do bom e do
melhor o Simom mandava comprar, Carne, queijos, frutas, camarão, Lagosta, até
caviar tinha, tinha um adega de vinho e outras bebidas, mas as pessoa tinham
que beber moderadamente, quem abusava era punido, foi uma fase muito boa, por
isso estou forte assim , comia do bom e do melhor, aquilo parecia um hotel.
- Agora entendi como você aprendeu a
cozinhar tão bem, mas agora eu quero saber que fim levou esse Simom? Termina a
história, que agora estou curiosa. Diz a Sophia.
- Gostou da história né, realmente é
algo que não se escuta todo dia, ninguém nem imagina o que acontece, nos
presídios, enquanto as pessoas se matam não faz diferença para ninguém e ainda
dizem assim, bandido tem mais que morrer mesmo, mas as pessoas esquecem que um
dia por algum motivo podem ir parar lá também , por um crime passional, ou um
acidente que resulta-se na morte de outra pessoa, pensão alimentícia, por isso
nunca se deve julgar ninguém.
- Então o Simon fez da cadeia um lugar
descente, para todos viverem , fez por nós, coisa que o governo não fazia e uma
vez ele disse: “Se você que um mundo melhor para se viver, faça a sua parte de
alguma maneira” realmente ali era como se fosse um novo país, uma espécie de
Vaticano, que é um País que fica dentro de outro País e é um País
mais rico que a própria Itália, como os Papas no Vaticano, nós também vivíamos
como rico, não sei de onde o Simon tirava e ganhava tanto dinheiro, nós
tínhamos de tudo o que você pode imaginar, até medico bom e dentista, nós tínhamos,
Nós tínhamos as nossas próprias leis, que eram diferentes, mas sempre vendo o
lado humano, o Simon nunca mais matou ninguém e tratava todos como
irmãos e ele dizia: “Que pena, que alguns irmãos morreram no começa, porque
hoje poderiam estar aqui com a gente, aproveitando os frutos, mas como tudo na
vida, sempre tem os obstáculos”. Mas de vez em quando o Simon exigia que
treinássemos como soldados, que tínhamos que ter disciplina e dizia que
tínhamos sempre que estar preparados e sendo assim, nós nos dividíamos em
turnos da manhã, tarde e noite, tudo era um aprendizado, se você pegasse o
período da manhã para ser um soldado, você treinava exercícios militares, desde
de aulas de artes Marciais, treinávamos tiro e testávamos novas armas de fogo
de tudo quanto era jeito. Quando acabava o período de treinamento de soldado,
depois de se alimentar e descansar você tinha os cursos profissionalizante e
era assim que ia melhorando as vidas das pessoa, os pedreiros ia construindo
novos prédios com melhores acomodações, novos quartos , salas, os costureiros,
faziam a sua parte e assim por diante e quando terminavam este período começava
o noturno que era voltado para a acultura, sabedoria e lazer, nós aprendíamos
sobre filosofia, música, teatro, pintura, xadrez, os estudo eram bem
aprofundados, onde apareceram diversos talentos na música, na pintura e no
teatro, que chegavam a sair do presídio para se apresentarem canais de
televisão e casas de show, galeria de arte.
Simon dizia que um exército perfeito
era aquele que fazia do seu habitar um lugar ideal para viver ou sobreviver,
podendo progredir perante a um inimigo ou a sua própria vida, aquela prisão era
o melhor lugar do mundo para se viver, ninguém queria ir embora o diretor e os
guardas, muitas vezes tínhamos que lembrar eles de continuarem as suas vidas
fora da prisão, muitos se divorciaram, só para não ter que ir embora. Mas como
diz o ditado: “Nem sempre o que é bom dura para sempre” Da mesma foram que ele
tornou na prisão na calada da noite em um ambiente adequado e ideal, tentaram
fazer ao inverso, alguém nos traiu e descobriram todo o esquema, o
que virou uma guerra e realmente tínhamos que estar sempre
preparados, lutamos por um tempo, mas depois que descobriram os nossos esquema,
ficamos se suplementos e água, por que o Simon havia pensado nisso , mas não
havia dado tempo de construir uma reserva maior e os homens começaram a morrer
de fome e sede e pensávamos em se entregar, mas não antes de lutar muito,
alguns prisioneiros conseguiram escapar enfrentando a polícia de frente porque
tínhamos um poder de fogo muito grande, muitos morreram e outros conseguiram
fugir, mas essa fuga enfraqueceu os soldados que ficaram e depois de tanta
resistência e privação , eles conseguiram invadir e nos rendemos, eles prenderiam
todo mundo novamente e voltamos ao regime antigo. Eles descobriram que o Simon
era um milionário lunático, que investia todo o seu dinheiro contra o sistema ,
que ele não concordava como funcionava, realmente o seu sistema era bem mais
humano e funcionava, só não deu tempo de todos estarem preparados para
resistirem por um longo período, nessa lutas até os guardas ficaram do nosso
lado, o diretor também, mas quando o Simon percebeu que estávamos perdendo ele
pediu para os Guardas e o Diretor dizerem que eles foram sequestrados e
ameaçados, para não serem prejudicados, mas não deu muito certo não, todos eles
foram afastados e alguns foram até aposentados, mas pelo menos não forma presos
e nem mortos.
O plano do Simom era tão bom, pena que
não conseguiu chegar até o fim.
- E o que aconteceu com ele?
- Parece que ele está em uma cela
especial e as suas ideias estão sendo usadas nessas prisões espaciais, que
tiveram que tomar uma atitude depois do que ele fez, acharam que as prisões
eram muito vulneráveis e poderiam se tornarem grandes bombas contra o sistema e
sendo assim parece que é o Simon que está por trás das ideias da prisão
espacial.
- Caramba o cara é um Gênio. Diz filo.
- É ele é mesmo uma pessoa muito
inteligente, uma vez eu vi umas anotações dele sobre uma prisão na lua, na
época eu achei uma besteira tamanha, mas agora tudo faz sentido, mas a parte
que peguei eu acho que era já uma parte muito avançada, ele já estava se
preocupando com quem tivesse que ser preso na lua, olha como a mente do cara
era avançada.
- Mas o que dizia nesse papel? Pergunta
Sophia
Estava anotado assim: “A solitária será
em um estrela ou meteoro com os tamanhos adequados, isolado do resto da
humanidade lunar, caso esse sujeito venha a cometer algum crime na lua, mesmo
depois de já estar vivendo lá, porque a na lua não pode ter nenhum tipo de algo
que lembre um cela ou prisão, a Lua é uma prisão onde as pessoas só são
separadas da sociedade da terra, mas o condenado vivera como uma vida normal,
com todas as necessidades humanas, mas sem grades, terá toda liberdade para
poder se regenerar, a água será recebida por balões infláveis que recolhem a
água que escapa pelos buracos na camada de ozônio colhida por uma máquina que a
armazena em balões pipas infláveis gigantes, onde depois de cheios de água, são
direcionados para a lua e novos balões são acoplados na máquina que recolhe a
água do buraco da camada de ozônio, os alimentos será algum tipo de composto, e
a comunicação será a mesma que a da terra, onde reprodutoras de sinal dos
satélites, levará o sinal até aos apartamentos dos condenados a viver na lua,
onde os seus entes queridos poderá acompanha-los, pai, mãe, irmã, quem quiser
ir junto para uma nova vida”.
- Sabe o que eu estou lembrando agora,
eu lembro de um recorte de uma reportagem dos prédios do seu ao lado dessas
anotações, agora eu lembrei onde eu tinha visto a foto desse prédio, mas achei
que aquilo era coisa de cinema ou propaganda falsa, agora tudo faz mais sentido
ainda.
- Caramba que coincidência de novo né
Filo? Pergunta Sophia.
- Estou de boca aberta.
- Por falar em boca aberta, gostaram da
comida?
- Eu nunca comi nada tão gostoso,
parece aquelas comidas de restaurante Francês, típica de um chef de cozinha.
- Agora eu vou dormir aqui no sofá e
vocês vão fazer o que vocês tiverem que fazer, namorar, dormir sei lá, mas me
deixa descansar agora que estou muito cansado.
Capítulo XIX
Filo acorda e olha para o lado da cama
e não vê Sophia, ele se levanta e anda pelo corredor até a sala onda encontra a
Sophia e o Marcos conversando.
- Bom dia, sobre o que vocês dois estão
conversando de tão interessante assim, logo cedo?
- Nada de mais eu só estava contando
para a Sophia como é gostoso dirigir o carro dela, dirigir pilotar, pilotar
também não é, acho que é ser passageiro.
-Você já saiu hoje?
- Sim, que horas que você pensa que já
é, já são onze horas.
- Puxa vida, dormi pra caramba, dormi
para valer está noite foi boa e você foi aonde com o auto planador?
- Fui até onde a gente morava, você
acredita que o barraco ainda está de pé, ele ainda existe está com algumas
madeiras podres, mas está de pé e ainda encontrei alguns amigos meus. Que no
começo não me reconheceram, mas depois se lembraram de mim.
- O que você foi fazer lá, relembrar
lembranças tristes?
- Não um verdadeiro homem nunca esquece
as suas origens, sempre lembra quem foi e sabe de onde veio, sabe quem ele é,
assim eu lembrei de todas as coisas que fiz da vida, coisas boas e coisas ruins,
essas coisas só me dão mais experiência para fazer o certo no futuro, mas se um
dia inventaram uma máquina que volta no tempo eu não corrigiria os meus erros,
deixaria tudo como está, porque sem os meus erros e sem os meus acertos eu não
sou nada, se você não conhece a derrota, também não vai saber valorizar uma
vitória, nunca saberia a diferença entre ganhar e perder, acharia que tanto
faz, mas quando você amarga uma grande derrota, aí sim você aprende a valorizar
um vitória.
- Ah! E daí o que tem isso, para que eu
vou querer valorizar derrotas, prefiro sempre vencer.
- Credo Maninho que mal humor, você
sempre acorda assim, acorda todo dia mal-humorado todo dia?
- Não ele não é assim não, ele está
estranho hoje. Fala Sophia.
- Eu estou achando estranho essa
história do meu irmão ir até onde morávamos, isso está esquisito, ele está
armando alguma mutreta, está tramando alguma coisa, mas deixa para lá, vocês
têm razão, vou melhorar o meu humor, vou tomar um café com leite de soja.
- O que você quer fazer hoje Marcos?
- Não sei, o que o meu guia me diz.
- Que tal surfarmos?
- Surfar onde?
- No céu.
- No céu?
- Você nunca fez isso né?
- É lógico que não, como é isso, nem
imagino como seja.
- Deixa eu tomar o meu café e depois
nós vamos até uma loja de aluguel de pranchas, se você ficar com medo pode ir
com um motoplanador, que também e 'muito gostoso.
A porta da sala se abre e ´por ela
entra a Marna.
- Isso são horas Marina, você quer
mesmo matar a mamãe, se o coração dela não fosse artificial, ela já teria
morrido.
- Ah!! Não enche, me deixe em paz que
da minha vida cuido eu.
Marina entra e vai direto para o
corredor dos quartos, entra no quarto dela e se tranca.
- Que coração artificial é esse que
você falou?
- Eu não te contei né? – Você não
reparou que a mamãe quase não envelheceu?
- Não!
- Já que você não reparou eu vou te
contar então, depois da morte do Joaquim e da sua prisão, ela deixou se abater
muito e vivia em uma depressão e isso provocou um enfarte nela, que causou
falência de vários órgãos dela, mas para a sorte dela novos protótipos de
vários órgãos estavam sendo testados e ofereceram para, perguntaram se ele não
queria ser uma cobaia, como ela estava nem ai com a vida ela aceitou e eles
substituíram vários órgãos dela, os rins, o fígado, o coração, vesícula, e até
um pequeno aparelho que substitui a função da tireoide, tudo o que eles
precisavam de uma pequena parte da célula tronco dela, para desenvolver os
órgãos com o DNA dela para que o organismo dela não rejeitasse os novos órgãos
e assim foram feitos todos esses órgãos e depois disso tudo ela
superou a depressão e começou a se cuidar mais , fazer exercícios físicos e
cuidar melhor da saúde dela e esses novos órgãos ajudaram também um melhor
funcionamento do seu organismo que fez com que ela envelhecesse pouco.
- Que bom, que lega, quer dizer que
essa nova tecnologia criada para os órgãos, salvou a mamãe, isso é muito bom,
porque se não fosse isso talvez eu nunca mais iria rever a mamãe viva novamente
se ela tivesse morrido antes de eu sair da cadeia eu iria ficar com muito peso
na consciência.
- É morrer hoje em dia, já é quase
opcional, se você não morrer por acidente ou se não for assassinado, você pode
substituir os seus órgãos e prolongar a sua vida, eles já estão fazendo
experiência com cérebros mortos e estão reanimando-os estimulando alguns
neurônios.
- Ressuscitando, quer dizer que quando
eles terminarem essas pesquisas e estiver tudo funcionando e se você sofrer um
acidente e tiver uma morte cerebral, eles vão te ressuscitar reanimando os eu
cérebro, trocando as partes danificadas por partes novinhas e assim continuar a
viver essa vida maravilhosa.
- É, agora chega de papo furado e vamos
nos divertir né Sophia.
- Mas é lógico.
- Você gosta né de sua danadinha de uma
adrenalina.
- Adrenalina, porque isso dá medo?
- Dá nada é gostoso.
- Mas é seguro?
- É lógico, mas não se preocupa, se
cair e morrer eu mando te ressuscitar, congelo o seu cérebro até a experiência
ficar pronta.
- Vamos logo!
Já na loja.
- Bom dia, eu quero alugar duas
pranchas, uma para mim e outra para a minha namorada e quero também um
motoplanador para o meu irmão.
- Ok me dá o seu número do seu CPF,
para debitar o aluguel, podem ir escolhendo as pranchas a vontade.
- Eu vou com essa.
- E eu vou com essa cor-de-rosa, olha
que linda!
- Não existe nada mais seguro? Eu fico
aqui e vocês vão.
- Nada disso você vai com a gente.
- É vamos nessa você não precisa fazer
nada e só colocar a motoplanador no automático, com a opção acompanhar, que ela
vai nos seguir, a aí só deixar com ela, que ela vai fazer tudo sozinha, você só
tem que colocar o cinto de segurança, que o itinerário que nós fizermos ela vai
fazer também.
- Pronto está tudo certo, vamos nessa.
E eles saem em disparada.
- HU, huuu.
- Aí que frio na barriga. Diz o Marcos.
- Não esquenta que você se acostuma.
Grita a Sophia que mergulha no céu com a prancha.
O Filo vai atrás e a motoplanador vai
atrás fazendo o Marcos gritar muito, deixando ele com o coração na mão e os
olhos arregalados.
E assim eles brincam no céu e se
divertem junto com os passarinhos. Depois de muita diversão eles retornam para
a loja para devolverem os brinquedos.
- E aí Marcos, gostou?
- Nunca mais quero andar num troço
desse, crê em deus pai, eu quero ir para a casa devo o de estar todo cágado na
calça.
- Ah!! Para de ser chato, você não
achou divertido?
- É a coisa mais divertida que conheço.
Diz a Sophia.
- Para mim nada vai ser mais divertido
do que andar no carrinho de pegar papelão do meu pai, aquilo sim era divertido,
eu adorava, ficar dentro daquele carrinho e sair pelas ruas da cidade com o meu
pai, com ele puxando o carinho e cantando as suas canções do nordeste, eu era
muito feliz, daquele jeito, única vez que não achei legal, foi a vez que
aqueles playboys me levaram junto no dia que eles tomaram o carrinho do meu
pai, eles foram muito rápido e a cada curva eu achava que o carrinho iria
capotar, e dava cada solavanco que dava frio na barriga igual ao da
motoplanador.
- Você não esquece o papai né, ele era
tudo para você né?
- Sim ele era tudo para mim, meu herói,
meu palhaço o meu pai.
- Ele gostava muito de cantar “Asa
Branca” agora entendo eu tinha tudo a ver com ele, essa música era a cara dele,
mas deixa para lá, vamos falar de coisas alegres.
- É vamos falar de coisas boas.
Assim eles se divertiram a tarde toda
até a noite, só voltando anoite para casa para dormirem.
Capítulo XX
Marcos se levanta do sofá depois de
todos terem dormido, vai até o auto planador da Sophia ele dá as coordenadas
para o auto planador dizendo:
- Casa!
O planador vai direto para a casa da
Sophia e pousa na garagem. Marcos fica de prontidão na casa do pai da Sophia e
fica ali de espreita até o irmão da Sophia aparecer, ele estava andando pelo
jardim da casa tranquilamente. Marcos Caminha por trás dele cautelosamente e
aplica uma gravata e tampa a sua boca, desacordando ele, depois o carrega até o
auto planador, onde já haviam ali cordas, ele amarra o irmão da Sophia e dá a
ordem para o Auto planador: Barraco!
E o auto planador se dirigi para o
barraco.
Chegando no barraco dois homens já
esperavam pelo Marcos.
Era o Zoinho e o Pinguim.
- Está tudo certo aí zoinho? Pergunta o
Marcos.
- Está tudo ok. Responde o zoinho.
- Aqui está o trampo, vamos colocá-lo
dentro do barraco, ajuda aqui Pinguim.
Eles carregam o Thiago para dentro do
barraco e colocam em cima de uma cama, que já estava preparada.
- Pronto está tudo certo agora é só
pedir o resgate, mas antes eu tenho que voltar para casa, bom vocês já sabem o
que tem que fazer, é só mandar a carta com o pedido de resgate.
Marcos dá as ordens e volta para o
apartamento e se deita no sofá como se nada estivesse acontecido.
Já pela manhã.
- Acorda dorminhoco, hoje foi você quem
dormiu um pouco mais, vai levanta que eu quero assistir o meu programa favorito
de esporte e já deve de estar começando.
Filo liga o transmissor digital e
aparece a imagem no meio da sala, que já anunciava a vinheta de esporte:
“Esporte aventura vai começar, mas antes um anuncia mento do nosso Rei”, “Bom
dia meus cidadãos, desculpe estar invadindo a privacidade da casa de vocês logo
cedo, mas venho até vocês notificar que está madrugada, meu filho Thiago foi
sequestrado e peso aos sequestradores que não machuquem o meu filho ele é o meu
precioso e pagarei, desculpa falar pagar, ainda são velhos hábitos,
irei fazer o que vocês me pedirem, para me devolver ele, por favor entre
em contato para resolvemos isso o mais rápido possível, eu quero saber como ele
está, ele não é muito forte com certas situações, ele é muito frágil, fico no
aguardo de novas notícias, muito obrigado”. “Voltamos a nossa programação, que
coisa em companheiro, sequestraram o nosso príncipe”.
- Credo Sophia sequestraram o seu irmão
Sophia e agora, nós temos que ir para a a sua casa ajudar o seu pai, ele deve
de estar preocupado com você também.
- É eu tenho que ir para casa,
realmente ele deve de estar preocupado comigo, tchau para vocês, depois eu te
ligo.
- Caramba fazia anos que não se ouvia
falar em sequestro, que loucura.
Filo olha para o Marcos que estava com
um olhar penetrado.
- Você não tem nada haver coisa, tem?
- Eu haver com o que?
- Você sabe muito bem do que eu estou
falando.
- Mas como eu iria fazer isso, se eu
estava aqui o tempo todo.
- É tá melhor deixa pra lá, esquece o
que eu te falei, vamos tomar café que hoje eu tenho que fazer alguns serviços
para ganhar uns trocos e agora com essa história do sequestro a Sophia vai
precisar de mim.
Capítulo XI
Filo chega em casa junto com Marcos e
encontra a Sophia sentada no sofá.
- Oi meu amor como você está?
- Eu estou bem, mas lá em casa está um
clima ruim, está muito pesado, eu sai um pouco para descontrair, eu quero ir no
cinema, vamos no cinema?
- Vamos está passando A liga da Justiça
e a Guerra dos planetas, dizem que está demais, o Batman está com uma armadura
muito legal, é super. high tech, A nova Mulher Maravilha é muito linda, ela é
igualzinha a Mulher maravilha dos anos 1970 e tem os super. Gêmeos com aquela
casa que faz aquele seriado que você gosta.
- Qual?
- Dos dois irmãos que não se entendem,
que só brigam.
- Ah tá, “Como cão e Gato”.
- Isso e tem o Aquaman com aquele galã
o atchummm.
- Quem?
- O Atimo, droga.
- Não acredito, aquele homem lindo
maravilhoso, de olhos verde, barriga tanquinho e etc. e etc.
- É ele mesmo e o pior que ele não usa
camisa no filme.
- Agora que quero ir igual o The Flash.
- Vocês estão falando dos super. heróis
da minha época.
- Na verdade é dá época de todos nós,
que criança nunca quis ser um super-herói?
- Nesse filme estão muito outros Super.
heróis, esqueci do Superman.
- Superman. era o meu preferido quando
criança. Diz o Marcos.
- Vai vamos logo!
- Você tem certeza Sophia, você acha
mesmo que é uma boa hora, para sairmos?
- Vamos logo para mim, vai ser bom
distrair um pouco, vai me fazer bem, e me fazer esquecer toda essa história do
sequestro do meu irmão.
- Por mim tudo bem, só me deixa tomar
banho primeiro, ai nós vamos.
Filo vai tomar banho e quando ele sai
do banho ele encontra Marco e Sophia cochichando e dois param de conversar
assim que avistam o Filo, Filo acha estranho a atitude deles, mas dá de ombros.
- Eu já estou pronto Marcos, agora só
falta você.
- Eu acho que não vou não, vou deixar
vocês dois namorarem um pouco, chega de ficar de vela.
- Nada disso, você vai com a gente sim.
Insiste a Sophia.
- Vai se arrumar!
Marcos ainda tenta argumentar, mas
percebe que não vai ter jeito e desiste e vai tomar banho.
- Pronto podemos ir.
Eles saem do apartamento e entram no
elevador depois pega esteira que sai em frente as salas de teatros e cinemas.
Chegando no cinema.
- Nossa que lindo e que grande.
O cinema era muito parecido com o
estádio de futebol, ele tinha vários andares, e tinha uma característica dos
antigos Drive in, onde as pessoas assistiam os filmes dentro dos carros onde
eles namoravam também, havia um holograma gigante onde já passava o trailer de
alguns filmes que ainda iria lançar.
- Ninguém vai comprar pipoca?
- Você quer pipoca, é só apertar este
botão e fazer o seu pedido e coloca o número do seu Cpf, como você ainda não
está habilitado eu coloco o meu, pronto.
- Um agora essa bagunça que eu fiz,
quem vai limpar? Mas também é impossível comer pipoca sem derrubar nenhuma.
- Relaxa maninho, tudo isso é aspirado
por um sistema assim que a sessão acaba, está vendo essas aberturas nos bancos
na frente, então é por aqui que se aspira.
- Agora pede outra pipoca que eu vou no
banheiro, isso não dá para ninguém fazer pela gente. Filo se levanta e vai até
o banheiro, quando ele volta encontra Marcos e Sophia conversando novamente e
pararam de novo assim que o viram, filo acha estranho, mas não fala nada.
O Filme começa e todos prestam atenção.
O filme acaba e na saída Marcos comenta
que filme legal, você viram aquelas cenas do Aquaman dentro da água, muito legal.
- Eu gostei das cenas do espaço, quando
a mulher maravilha usa o seu avião invisível, o Superman destruindo as naves e
o Batman no sua Batnave e o Lanterna verde em uma nave verde, feita pelo anel.
- E você filo do que mais gostou?
- Eu gostei de todos, o filme é muito
bom.
- Credo Filo você está estranho de
novo, você anda muito estranho.
- Eu, não estou não, só estou cansado.
Chegando no apartamento a Sophia diz.
- Bom filo hoje eu vou embora para
casa, o negócio está feio por lá.
- Eu também estou cansado e vou dormir.
Ele dá um beijo nela e se despede.
Sophia entra no seu planador e vai
embora.
- Marcos deita e desmaia no sofá.
- Filo meio desconfiado, olha para o
irmão, pensa em falar alguma coisa, mas desiste e vai para o seu quarto.
Filo deita-se em sua cama e se cobre,
mas der repente, lhe dá um estalo e vai devagarinho e espia o irmão, que estava
se levantando, já trocado e sai pela porta da sala, Filo acha aquilo estranho e
busca o seu sapato correndo e começa a seguir o irmão.
Marcos vai até a loja de aluguel
motoplanador e aluga ume sai.
Filo corre e aluga uma prancha que era
mais rápida e segue o irmão, como o Marcos não tinha muita habilidade, filo
alcança rapidamente e tem que disfarçar para o irmão não o veja, Marcos não
percebe nada e continua na sua viagem.
Marcos chega no barracão onde estavam o
Pinguim e o zoinho, cuidando do Thiago, Zoinho e o Pinguim se levantam
rapidamente.
- É você Marcos que sustos. Diz o pinguim.
- Está tudo sobre controle?
- Sim está, está tudo ok.
- Nós vamos ter que entrar em contato
com a família.
Nesse momento o Filo chegava no barraco
e entra e dá de cara com o Marcos, que se assusta ao ver o irmão.
- O que você está fazendo aqui?
- Eu que pergunto o que você está
fazendo aqui?
Filo avista o Thiago amarrado.
- Eu sabia que você estava fazendo
alguma coisa errada, foi você mesmo que sequestrou o Thiago.
- Não filo me deixa te explicar, não é
bem assim, mas eu não posso te dizer nada.
- Estou decepcionado com você, você não
tem jeito né, que passar toda a sua vida em uma prisão, a mamãe não vai
aguentar passar por tudo aquilo de novo, você vai matar a mamãe se for preso
novamente,
- Eu sei.
- Porque você está fazendo isso? É por
vingança, meu esquece o passado, esquece o que passou, vai viver a sua vida,
esquece essa coisa de vingança, isso não vai trazer o papai de volta, não vai
mudar nada.
- Agora é tarde, não dá mais para
voltar atrás, já está feito.
Filo olha com muita raiva para o irmão
se vira e sai correndo do barraco, ao sair correndo ele dá de frente com a
Sophia que estava chegando no seu aero planador.
- Ferrou tudo agora. exclama o Filo.
Marcos coloca a mão no ombro do irmão e
pede calma.
- O que você está fazendo aqui?
Pergunta Sophia
- Eu nada, quero dizer estou matando a
saudade do lugar onde eu nasci. Responde o Filo.
- Quer dizer que foi aqui que você
nasceu então, deixa eu ver como é por dentro.
- Não! Não! Você não pode entrar está
cheio de ratos e você morre de medo de ratos.
- Eu perdi o meu medo de rato, não
tenho mais medo.
- Eu não quero que você entre aí, eu
tenho vergonha de onde eu morava.
- Você sabe que eu não ligo para essas
coisas Filo.
- Se você entrar vai estar tudo
terminado entre nós dois.
- Relaxa Filo eu só quero dar uma
espiadinha, só uma olhadinha.
Sophia vai entrando, Filo ainda tenta
impedi-la, mas não consegue.
Ela caminha até o quarto e vê o irmão,
que se alegra ao ver lá.
Capitulo XXII
Sophia dá uma risadinha e diz:
- E aí Maninho está confortável, e aí
está gostando da hospedagem? O serviço de quarto é bom, está do seu agrado? Seu
de fresco desgraçado.
Ela agarra o irmão pelos cabelos e dá
um monte de tapa na cara dele e grita.
- E aí maninho está gostoso, está
gostando, só vai doer um pouquinho, o papai não vai ver e não vai ficar
sabendo, mas se você não cooperar eu vou contar para o papai que você quebrou a
garrafa de vinho raro dele, seu desgraçado. Grita a Sophia esbofeteando o
irmão.
- Chega Sophia. Diz o Marcos agarrando-a.
Filo não estava entendendo nada e fica
ali só observando aquela cena, sem acreditar no que estava acontecendo.
Sophia cospe no irmão e o chuta e
grita.
- Seu porco nojento!
O irmão dela chorava e tentava dizer
alguma coisa, mas a sua voz não saia.
- Porque? Pergunta o Filo.
- Porque Filo? Você quer mesmo saber,
será que você ainda vai querer ficar comigo depois que eu te contar, porque eu
tenho vergonha de contar para você o que esse verme fazia comigo quando éramos
criança, uma vez eu quebrei uma garrafa de vinho muito rara do meu pai, eu
estava brincando com o meu cachorro correndo pela casa e cai e bati no balcão
onde estava o aquele vinho separado para a noite, porque naquele dia o meu pai
iria receber uma visita importante e ele queria impressionar com aquele vinho,
quando o meu pai descobriu que o vinho havia caído, ele ficou louco, ficou
muito bravo, gritava e xingava, então eu fiquei com medo de dizer que tinha
sido eu que havia quebrado o vinho, e esse verme sabendo que tinha sido eu, se
aproveitou da situação e a noite ele entrou no meu quarto enquanto eu dormia e
acordei com ele em cima de mim dizendo, se eu não fizesse o que ele queria, ele
iria contar para o meu pai quem tinha quebrado o vinho, ele dizia assim: “Vai
doer, só um pouquinho no começo, depois só vai ficar gostoso, você vai gostar”
e assim ele me estuprou quando eu tinha apenas dez anos de idade, foi horrível,
depois ele tentou outras vezes, mas ai eu o ameacei dizendo que eu que iria
contar para o meu pai o que ele fez comigo, mas nunca contei e demorei anos
para superar isso, quando arrumava namorado na hora que ele me tocavam eu
sentia nojo e saia correndo porque tinha um trauma e o pior que eu não pode
tratar porque não podia falar para o meu pai, eu só consegui ter um namorado,
quando te conheci, parece coisa do destino mesmo, parece que você realmente
nasceu para mim e eu para você, porque quando você me tocou, foi como um passe
de mágica e me fez esquecer e superar toda aquele trauma, você era tão gentil
comigo, que superei .
- Mas ele não é Gay?
- Hoje ele é, mas naquela época eu acho
que ele queria se afirmar, mas devia de ter medo de sair com uma menina e por
isso fez o que fez, com certeza ele não gostava de mulher porque ele me tratou
como uma putinha. Sophia diz isso e cospe no irmão mais uma vez.
Filo fica sem saber o que dizer e pensa
com os seus botões:
- Agora entendi o que está acontecendo,
a ideia do sequestro foi da Sophia para se vingar do irmão e pediu a ajuda do meu
irmão, por isso eles cochichavam tanto, é, nesse caso, não sei se ela está
certa no que está fazendo, mas ela ferrou com o meu irmão agora porque não tem
mais volta.
Filo olha para o irmão que diz para
ele.
- Está vendo maninho, todos não temos
as nossas vinganças particulares, não sou só eu que não sei esquecer ou
perdoar. Diz o Marcos.
- Pó mano eu estava pensando besteira
de você, pensei tanta coisa, pensei até que você queria ficar com a Sophia.
- Credo maninho que nunca faria uma
coisa dessas com você, nem que ela fosse a última mulher da terra, conheci
muitos homens que estavam presos, porque pegaram as suas mulheres traindo eles
e acabaram matando a esposa, namorada, noiva, ouvi cada história, que me
ensinou que respeitar a mulher do próximo ainda mais do meu irmão credo, isso é
coisa de Talarico e homem que não tem vergonha na cara, merece realmente morrer
de uma forma bem feia, igual as histórias que ouvi na cadeia, mas outra hora eu
te conto essa história, agora não é hora, na situação que estamos aqui.
- Mas pode deixar Sophia que eu vou
cuidar bem do seu irmão, na cadeia eu tinha uns namorados bem feios que o seu
irmão e agora eu vou ensinar ele a não estuprar mais ninguém, vou ensina-lo de
manhã, tarde e de noite né minha loirinha.
Filo balança a cabeça e me reprovação
ao irmão e sai do barraco pega a sua prancha e volta para o prédio, ele
entregue a prancha na loja de aluguel o homem avisa que ele não havia pago, na
hora que ele retirou a prancha, ele faz o pagamento e fica esperando
pelo seu irmão para poder pagar o aluguel dele, aquele doido, fazia as coisa
sem pensar, ele tem um bom coração e acaba fazendo as coisas erradas por causo
disso, ele é um bom homem, mas o seu destino foi cruel com ele.
Marcos chega com a motoplanador.
- O cabeção como você ia pagar o
aluguel da motoplanadora.
- Putz maninho não tinha pensado nisso.
Filo paga para o irmão e diz.
- Ainda bem que descobri o que você
está fazendo a tempo, assim eu vou te ajudar a pensar e não deixar você fazer
alguma besteira, vou te ajudar a sair dessa agora.
- Você me ajudando como sempre,
maninho.
Os dois caminham até o apartamento onde
a Sophia já esperava pelos dois.
- Muito bem vocês dois, tem algo para
me contar, vamos lá estou esperando, quando foi que tudo isso começou, quem foi
que teve a ideia? Pergunta o Filo.
- A ideia foi toda minha Filo, quando
você me contou do seu irmão, eu tive essa ideia na hora e fui visita-lo na
cadeia sem você saber e combinei com ele se o ajudasse a sair da prisão se ele
me ajudaria com isso que estou fazendo com o meu irmão.
- Por isso quando ele saiu, eu percebi
que vocês já se conheciam, como se já tivessem se visto, seus dois safados
agindo nas minhas costas.
- Não fala assim, eu facilitei as
coisas para você quando você entrou com a papelada para liberar ele, eu só usei
a influência do meu pai sem você saber e te ajudei a tirar o seu irmão de lá.
- É maninho foi assim mesmo, um belo
dia ela pareceu lá na prisão e me dizendo quem era ela e me fez essa proposta,
eu aceitei na hora é lógico, essa era minha grande chance de viver de novo e
não queria perder mais chances na minha vida, eu não queria voltar para o crime
, mas tinha que fazer essa última vez para pagar a minha promessa e depois que
isso se resolver eu quero ter uma vida livre e honesta, viver uma vida
diferente de toda a que vivi até hoje.
Eles conversam sobre o assunto e não
percebem que a Marina estava atrás da porta ouvindo tudo o que eles diziam.
Capitulo XXIII
Filo ainda não se conformava, com tudo
que estava acontecendo e pensa:
- Então era isso, que vocês dois
ficavam de cochicho.
- Porque o que você pensou que fosse
Maninho?
- Nada.
- Maninho eu te amo muito, jamais iria
te trair, você é uma pessoa muito boa, que não faz mal para ninguém e a Sophia
te ama demais também, e pelo pouco que eu a conheço, ela nunca faria uma coisa
dessa com você.
- É verdade filo eu te amo de mais,
você não tem noção como foi difícil expor essa história do meu irmão para você,
você não sabe o medo que fiquei de te perder, se eu te perdesse, não sei o que
faria da minha vida sem você, de tudo o que eu tenho nessa vida, a herança do
meu pai, o título de princesa, nada disso vale nada, se você não estiver do meu
lado.
Filo estava com os olhos cheios de
lágrimas olhando para a Sophia, que tentava dizer alguma coisa com a voz
embargada.
- Euu, eu, eu também te amo muito, não
sei mais viver sem você, você é o meu tudo, é a minha outra metade, só penso em
você o tempo todo e não gosto quando você vai embora, eu quero estar ao seu
lado 24 horas por dia, não consigo sair um minuto do seu lado, que parece uma
eternidade, realmente você nasceu para mim.
- E você nasceu para mim também, te
amo.
Os dois se abraçam e o Marcos abraça os
dois e diz:
- E eu amo você dois, faria qualquer
coisa por vocês.
- Eu também te amo Maninho. Diz o Filo.
- Eu também te amo como se fosse um
irmão diferente do que sinto pelo o irmão que tenho, eu gostaria que ele fosse
como você. Diz a Sophia.
Os três se abraçam e todos riem.
- Mas e agora como vamos resolver essa
situação?
- Eu só vou dar um susto no meu irmão e
depois eu vou solta-lo, assim vai ficar tudo resolvido.
Marina que ouvia tudo do corredor, fica
pensativa e tem uma ideia e pensa.
- Melhor esperar mais um pouco e ver
até onde essa brincadeira vai, depois disso eu armo o meu bote.
Dona Fátima se levanta para ir ao
banheiro, se depara com a Marina ali parada no corredor falando sozinha dá um
susto nela.
- Marina o que você está fazendo aí
minha filha?
- Nada mãe só estou indo para a cozinha
pegar um copo d´água.
Os três que conversavam param e olham
para o corredor de onde estava vindo as vozes da Marina e da Dona Fátima, de
onde surge a silhueta da Mariana indo em direção a cozinha, só para disfarçar.
Todos ficaram preocupados e pensativos.
- Será que ela escutou alguma coisa?
(Pergunta Marcos)
- Não sei, e agora se ela escutou e
contar para alguém. Comenta Sophia preocupada.
- Vamos ter que ficar espertos com ela,
ela pode usar disso para se dar bem, está vendo isso já está ficando perigoso e
qualquer vacilo é fatal, você não pensou em tudo e tem mais se eu não estou
enganado, a Marina pode ser amante do pai da Sophia.
- Amante do meu pai?
- Isso mesmo, vocês não lembram
aquele dia lá no jogo de futebol, que a Marina estava na tribuna de honra
da realeza, então das duas uma, ou ela estava com o seu pai ou com o seu irmão,
o seu irmão deixa uma dúvida, ou era alguém muito próximo deles, algum
conhecido, que era tudo o que ela queria para poder tirar proveito e se dar
bem, oportunista da situação que cai no colo dela.
- Realmente ela gosta de tirar proveito
de tudo, você está certo e eu errada, tem sentido e vamos ter que descobrir o
que ela escutou, porque se ela escutou a nossa conversa, vamos ter que dar um
jeito nela, digo prende-la por um tempo até essa história terminar. – É lógico
como não vamos machucar o seu irmão, também não vamos machuca-la, mas vai ser
legal dar um susto nela também.
- Chiuu, que ela vem vindo.
Marina passa pela sala como se não
tivesse ninguém ali, esnobando os três, dentro da sua arrogância.
- Você estava ouvindo a nossa conversa
né Marina? Grita Filo.
Marina de ombros.
- Eu estou falando com você, sua metida
a besta.
- Eu ouvi o que? – O que que me
interessa a conversa de vocês.
- Não sei o que te interessa, mas se
for algo que me interessa e que possa me prejudicar e você se der bem. Fala
Marcos.
- O que você poderia fazer de tão
interessante assim que eu poderia tirar proveito de você seu inútil. Marina
responde para o irmão com agressividade, dá as costas para ele e volta para o
seu quarto.
- Ela ouviu alguma coisa sim, vamos ter
que impedi-la de nós prejudicar e atrapalhar o nosso esquema. Diz Marcos.
- Tive uma ideia, vamos faze-la prisioneira
no seu próprio quarto, a gente lacra a janela e tranca a porta também, até que
tudo isso acabe, caso contrário ela vai nos prejudicar, nós vamos precisar se revezar
para vigia-la, também vamos precisar alimenta-la ou podemos matá-la.
Fica um silêncio.
- Estou brincando. Brinca
Filo.
Todos dão risadas.
- Mas bem que podíamos deixa-la morrer
de fome. Brinca Sophia agora.
- Chega de brincadeira e vamos falar
sério, nós não sabemos exatamente quanto tempo isso vai durar o sequestro do
irmão da Sophia e iremos precisar muito de você filo, agora você também é
cúmplice estamos juntos.
- Vai precisar de mim? Eu não quero me
envolver mais do que já me envolvi, não quero saber dessa história não.
- Tudo bem, se você quer assim, a
Marina pensa que você está junto com a gente no sequestro e se acontecer uma
investigação, vão dizer que você sabia do sequestro e não denunciou o que te
torna um cúmplice.
- Mas eu não fiz nada, vocês dois que
são doidos e me envolveram na tramoia de vocês.
- Te envolvemos não, você que foi
curioso, quem mandou você seguir o seu irmão.
- Está bom, o que eu tenho que fazer?
- E só cuidar da Marina, alimentar ela
e vigia-la, depois que a trancarmos no quarto dela.
- E o que eu vou falar para a mamãe?
- Ixii a mamãe!
- Diz que ela está com uma doença
contagiosa e que não pode sair, porque está de quarentena e a doença é
contagiosa, a gente arma com um médico falso, finge que ele está saindo do
quarto dela e pede para ele mesmo dizer para a mãe de vocês que ela não pode
sair do quarto de jeito nenhum, que tem que ficar trancada no quarto, nós
também podemos dopa-la, para ela ficar maior parte do tempo dormindo, colocando
tranquilizante na bebida dela e na comida.
Nós temos que pegar a cópia da chave do
quarto dela aí você fica com as chaves e pronto a sua parte está feita.
- Tá, tá está bom, mas como lacrar a
janela dela?
- Com parafusos e um cadeado e a porta
a gente tranca com a própria chave da porta, se for necessário colocamos um
cadeado também, porque se ela tiver mais de uma cópia com ela, porque ela vive
trancando o quarto dela, tem um medo de que um de nós entra no quarto dela, eu
não sei o que ela tem de tão valioso naquele quarto, também não podemos
esquecer de pegar o comunicador dela, para ela não chamar ninguém.
- Nós já vamos fazer isso hoje à noite?
- Sim só vamos esperar ela entrar em um
sono mais profundo, aí você entra no quarto dela e pega a chave e o seu
comunicador e pega também qualquer coisa que você ache que ela possa usar para
se comunicar com alguém.
Eles esperam mais algumas horas e lá
vai o Filo fazer a parte dele na missão que o irmão mais velho o havia
designado a fazer.
Filo tenta abrir a porta do quarto bem
devagarzinho, mas a porta estava trancada, ele pensa:
- E agora, ela trancou a porta, já sei
vou dar a volta e entrar pela janela.
- Vamos dar a volta, você entra pela
janela e depois que você entrar eu parafuso ela com a parafusadeira depois que
você estiver terminado de fazer o que tem que fazer.
Filo e Marcos dão a volta, Filo tenta
abrir a primeira janela, mas sem sucesso a janela estava trancada, então ele
vai para a segunda janela e empurra o vidro para o lado que desliza
facilmente quase derrubando-o. Marcos coloca o dedo na boca pedindo silêncio e
o Filo fica estático com medo da irmã ter escutado e acordado, ele espia através
da cortina de ceda que a irmã havia instalado no quarto dela, ele a vê dormindo
bem tranquilamente, ele faz sinal de joia para o irmão e entra no quarto e
solta um:
- Uau!!
Ele coloca a mão na boca e admira o
quarto da irmã:
- Nossa o quarto dela é muito chique
olha todos esses tecidos e almofadas espalhadas pelo quarto todo, parece
aqueles quartos dos filmes de Sheik Árabes, até a cama dela tem um véu, agora
eu só não sei que inseto iria incomodar ela aqui no milésimo andar, a bicha é
fresca e exagerada.
Ele vai entrando devagarinho na ponta
dos pés até o criado mudo que havia ao lado da cama da Marina, onde estavam a
chave e o comunicador dela, ele pega a chave que faz um barulho e Marina se
mexe na cama, ele se abaixa e se deita no chão, espera um pouco e dá uma
espiada, ela continuava a dormir, então ele pensa:- Se você tivesse que guardar
uma cópia de chave onde você guardaria? Dentro de uma gaveta e onde tem gaveta
nesse quarto, na cômoda das roupas e no criado mudo, junto das roupas ela não
colocaria, eu vou arriscar no criado mudo.
Ele deita no chão e se arrasta até o
criado mudo e começa a abrir a gaveta que dá uma rangida, Marina dá uma
resmungada, ele fica imóvel ela se vira para o outro lado, ele
espera um pouquinho e termina de abrir a gaveta, ele começa a tatear o fundo da
gaveta e pega algumas coisas estranhas que sem querer ele aciona um botão e
algo vibra na sua mão, ele pega aquele objeto vibrando e o coloca embaixo da
almofada que estava no chão e pensa: - O que será que era aquilo, melhor nem
pensar o que era. Então ele continua a tatear o fundo da gaveta. – Achei a
chave como pensei. Ele pega a chave e vai saindo, a Marina estava sonhando e
diz algo, Filo se assusta e tropeça na cadeira de balanço fazendo muito
barulho, Marina acorda assustada acende o abajur e vê o irmão no quarto dela.
- O que você está fazendo aqui, o que
você quer?
Filo corre para a porta a destranca e
pega a chave e retira a chave da fechadura e rapidamente a fecha de novo
trancando a irmã dentro do próprio quarto, enquanto isso Marcos já terminava de
parafusar a primeira janela com a parafusadeira e corria para a segunda janela
para parafusa-la. Marina esmurrava aporta e gritava pela sua mãe, mas a sua mãe
não escutava nada o quarto da mãe era bem no fundo do corredor e a porta estava
trancada, ela percebe que ninguém iria ouvi-la, então ela decide correr para a
a janela, onde ela vê o Marcos parafusando a janela e a lacrando-a. Ela grita
com ele e o xinga e o ameaça.
- Vocês me pagam, quando eu sair daqui
vocês vão ver, eu vou direto para a casa do pai dessa umazinha aí e vou contar
tudo o que eu ouvi vocês falando, agora vocês vão ver com quem vocês estão
mexendo.
Marcos fica fazendo carretas para ela,
ele ri dá própria careta e volta para a sala onde estava o Filo e a Sophia.
- Nós esquecemos de um detalhe agora, a
mamãe, nós devíamos ter esperado até amanhã cedo, porque se ela acordar agora,
não podemos dizer o que combinamos e ela vai querer saber porque trancamos
a nossa irmã.
- A gente diz o que combinamos, que
descobrimos agora a noite e estamos esperando um médico chegar para dar o
diagnóstico que ela não pode ter contato com a Marina até sabermos o que
realmente ela tem e que até o médico chegar ela não pode ter contato com outras
pessoas, porque essa é uma doença nova que está matando milhões de pessoas e
que nós havíamos acabado de assistir no noticiário e que ela chegou com os
sintomas da doença.
- Ah tá, quero ver a mamãe acreditar,
ela vai querer cuidar dela como ela sempre fez, vai querer dá comidinha na boca
dela, você sabe como a mamãe é com os seus filhos, eles podem estar realmente
com uma doença contagiosa, que ela não vai querer saber, ela vai querer
ficar do lado do filho.
- Eu sei, mas você vai ter que
impedi-la, pelo mesmo por alguns dias, porque eu também vou ter que ir cuidar
do irmão dela agora e não posso estar em dois lugares ao mesmo tempo.
- Me ferrei de graça, tudo bem eu dou
um jeito, vou chamar um amigo meu que é médico de verdade e pedir para ele
fazer esse favor, me dando um diagnóstico em um papel timbrado e tudo mais, vu
pedir para ele vir aqui como combinamos.
- Então eu posso contar com você filo?
- Sim pode.
- Ok, então eu vou lá ver a irmãzinha
da Sophia, quero dizer o irmãozinho.
- Pode ir Marcos, eu vou ficar aqui
para ajudar o Filo e você fica lá direto, por alguns dias , que assim eu digo
para a sua mãe que você que estava com a doença também e passou mal
agora a noite e nós tivemos que te socorrer e que os médicos pediram para
isolar quem estava com suspeita do vírus, e até o momento só a Marina estava
com os sintomas, assim deixamos você internado e voltamos para buscar a Marina,
mas ela havia se recusado a sair, e assim estávamos aqui esperando um médico
chegar, que no caso vai ser o amigo do Filo, o Filo não sabe mentir e vai
acabar estragando o plano, é melhor eu ficar aqui, tó pega o meu auto planador,
vai com ele assim você não vai dar muita bandeira andando por ai tendo que
alugar um e ter prazo para devolver, fica com o meu lá direto.
- Maninho, acho melhor você andar na
linha com ela, nunca a queira como um inimigo, vai lá sabe o que ela poderia
armar para você.
Filo olha para a namorada e diz.
- Quem é você, cadê a minha namorada?
Me devolve ela o Alcapone! Menina que mente criminosa que você tem e agora
viramos sequestradores, sequestramos, sequestramos não, vocês fizeram e agora
praticamente estamos mantendo a nossa irmã em cativeiro.
- Já falamos disso, deixa eu ir que os
rapazes devem de estar precisando de mim.
Marcos dá um beijo no irmão caçula e um
beijo na Sophia entra no auto planador e vai para o velho barraco.
Capítulo XIV
Marcos chega no velho barraco estaciona
o auto planador caminha até o Pinguim e o Zoinho, vigiarem lá fora, que o
assunto dele agora era com o Thiago.
- Me deixem sozinho com a mocinha, que
eu vou mostrar para ele o que fazíamos com estuprador na prisão.
Os dois saem imediatamente e o Marcos
se aproxima do Thiago e dá um soco nele, deixando-o desnorteado, então Marcos
tira a sua roupa e tira a calça de pijama do Thiago e vira o Thiago bruscamente
o deixando de quatro e como ele estava com as mãos amarradas, ele ficou com a
cara enfiado no colchão e diz.
- Estou muito tempo sem uma mulher, e
sempre te achei bonitinho desde criança, quando a gente brincava na piscina,
achava a sua pele branquinha, bonita coisa de rico, mas acho que vou te
machucar um pouco no começo, mas depois prometo ser mais carinhoso, também vai
doer um pouquinho no começo depois fica gostoso, como dizia o Simon.
Marcos puxa o Thiago para a ponta da
cama, passa saliva no seu órgão genital e sem nenhum pudor. Marcos penetra no
Thiago com tanta violência, que o Thiago tenta gritar, mas o seu grito é
impedido pela fita que estava na sua boca e ele geme de dor tentando escapar do
seu agressor, mas o Marcos era um homem muito grande e muito mais forte que o
Thiago e o puxava e o penetrava com mais força, o Thiago gemia alto mesmo com a
fita, que o Pinguim e o Zoinho escutaram o seu gemido e vieram ver o que estava
acontecendo.
Os dois veem a cena do Marcos bombando
na bunda do Thiago, aquele homem grande forte estava bombando na bunda do
Thiago que era franzino e tentava gritar e chorava, que as suas lágrimas
escorriam pelo seu rosto, ele também esperneava a cada hora que o Marcos
bombava sem dó, batendo o quadril dele contra a bunda do Franzino que chegava
estralar e o levantar no alto tirando-o do colchão de tamanha violência com que
o Marcos o estuprava. O Pinguim e o Zoinho olham um para a cara do outro e dão
risadas e voltam para fora rindo. Marcos continua bombando na bunda do
Thiago de onde o sangue escorria e pingava no colchão, até o Marcos ejacular
dentro do Thiago e quando ele retira o seu pênis de dentro do Thiago, escorre
sangue misturado com esperma pela suas cochas caindo no colchão, Marcos empurra
ele com o pé para o lado e o Thiago, se contorce, tentando aliviar a dor que
estava sentindo e se encolhe todo juntando os joelhos junto ao seu corpo,
movimento esse que forçou e liberou o restantante do esperma misturado com
sangue, que escorre pela sua nádega esquerda até o colchão.
Marcos se limpa e diz:
- Nossa, você tem uma bunda gostosa,
que delícia branquinha e macia, se prepara que vai ser assim todos os dias,
talvez mais de uma vez ao dia.
Thiago se encolhe todo.
E assim foi por alguns dias, Marcos era
insaciável e judiou muito do rapaz.
Passado uma semana Marcos volta para o auto
planador e volta de madrugada para o apartamento para que a sua mãe não o veja,
ele encontra a Sophia e o Filo na sala, a Sophia pergunta ansiosamente para o
Marcos.
- Fez o que combinamos?
- Fiz.
- E como foi?
- Foi sem dó.
- E como ele ficou?
- Fez o que? Do que vocês estão falando
agora? Não, não me diz que você matou o irmão dela, por favor não me diga isso,
que você fez uma besteira dessa.
- Besteira eu fiz e até que gostei,
confesso que foi gostoso, acho que estou até viciado naquela bunda branquinha e
macia, ele é gostosinho, é muito melhor do que aquelas bichas veias e feias da
prisão.
- Você está dizendo que você transou
com o irmão dela?
- E foi você que pediu para você fazer
isso com ele?
- É foi. Diz a Sophia.
- Vocês estão loucos? Agora além de
sequestro é estupro também, meu Deus o que mais vocês estão planejando?
- Você quer mesmo saber.
- Não, acho melhor não, senão eu vou me
envolver mais do que já estou envolvido nessa maldita situação, nós vamos todos
para em uma prisão na lua.
- Pensa pelo lado bom, e mesmo assim
ainda vamos poder ficar juntos lá.
- Não vocês perderam o juízo.
- Você não quer saber, mas eu te conto
assim mesmo, o que nós planejamos, nada de mais ele só vai fazer isso quase que
todo dia por um mês com o meu irmão, para ele sentir na pele o que ele fez
comigo.
- Meu Deus, quem é você? – Vocês estão
loucos.
- E como estamos aqui? – Deu certo o
nosso plano com a Marina.
- Sim, quer dizer, para
alimentar ela nos primeiros dias foi um pouquinho difícil, me senti entra
na jaula de uma Leão para alimenta-lo, nos primeiros dias, como ainda não
havíamos dado o tranquilizante para ela, ela estava uma fera e avançou em mim
me arranhando todo, dá uma olhada.
- Vixii!! Creem deus Pai!!- Foi ela que
te fez isso?
- Sim foi.
Sophia dá uma risadinha.
- Você ri né, porque não foi você que
ela arranhou.
- Termina de contar para o Marcos como
foi.
- Eu levei uma garrafa de água batizada
um copo de suco e um lanche para ela, abri a porta e tentei colocar rapidamente
e fechar , mas ela enfiou as unhas no meu braço e se agarrou em mim me puxando
para dentro, me dando muitas unhadas, a sorte e que a Sophia estava atrás de
mim, com o aparelho de choque e deu um choque nela, só que ela estava agarrada
em mim e eu tomei o choque junto com ela, ela caiu e eu cai por cima dela,
quase matei ela esmagada, ai a Sophia teve que me arrastar para fora, bem feito
par ela que que fazer muito esforço para me arrastar e trancar a porta de novo.
O Marcos Ri.
- Você ri também, mas quase que
estragou tudo, a mamãe me viu no chão e queria saber o que tinha acontecido
comigo, pensou que eu tinha sido contaminado e queria me levar para o hospital
ela quase que ligou para um médico de verdade a sorte foi que eu despertei bem
na hora e consegui convencer ela que eu estava bem e a mamãe fica o tempo todo
na porta da Marina, que fica gritando que ela não tem nada e que é tudo um
plano sujo meu, ai eu tenho que dizer que, se ela sair, vai ter que ficar
internada em um hospital igual a um que você está, onde ninguém pode ir te
visitar, ai ela acredita tadinha e prefere que a Marina fique aqui eu não sei
até quando eu vou conseguir segurar ela, acho melhor terminar com isso logo.
- Então eu acho melhor eu voltar para o
barraco, Sophia eu fico no aguardo de um sinal seu.
- OK eu te aviso.
- Tchau maninho, segura as pontas aí.
- Fazer o que né, acho que já acabei
com o estoque de band aid, apesar que agora ela está grogue de tanto
tranquilizante que dei para ela, eu posso entrar e sair do quarto, que ela fica
viajando achando que é um sonho, ela está chapadona, estou achando que a Sophia
trocou o tranquilizante por outra droga, não duvido nada, porque ela não dorme
e fica dizendo que tem um monte de borboleta no quarto dela.
Sophia pisca para o Marcos que ri.
- Eu não acredito, você deu droga para
ela mesmo e acho que deu para a minha mãe também, tadinha a velhinha, não está
dizendo coisa com coisa também.
- Dei nada Filo, é só tranquilizante.
- Você deu tranquilizante para a minha
mãe?
- Eu não sei o que ela bebeu, eu tinha
preparado a bebida da sua irmã e ela apareceu na cozinha e disse um que gostoso
e que estava com sede e quando eu olhei para ver o que ela tinha bebido era o
suco batizado da sua irmã, e o que eu iria fazer, enfiar o dedo na goela dela e
fazer ela vomitar?
- Devia ter feito isso, e o pior que o
que ela bebeu não era tranquilizante né?
- Aí eu não sei dizer o que era, mas só
sei que dá um barato louco.
- Que situação, coitada da minha mãe,
agora só falta a velhinha viciar, no que sei que você deu para ela. Diz o Filo
balançando a cabeça.
Marcos Ri, e passa a mão na cara e diz
- Ótimo deixa eu ir, se precisar mais
do remedinho me avisa, tchau para vocês agora eu vou.
Marcos decola e a dona Fátima aparece
na sala.
- Era o Marcos?
Filo e Sophia se entreolham.
- Ele está montado em uma linda
borboleta azul gigante, que borboleta linda.
- Vem mãe a senhora está sonhando,
vamos para a cama.
Filo faz um sinal de bravo para Sophia,
que dá de ombros.
Marcos volta para o barraco e vai até o
Thiago e o coloca de quatro.
Thiago estava tentando dizer alguma
coisa, então o Marcos tira a fita da boca dele e ele diz.
- Não por favor eu não aguento mais.
- Ah é, vou deixar você sem fita,
porque quero escutar os seus gritos.
Então Marcos empina bem a bunda do
Thiago passa saliva no seu órgão e penetra no Thiago que grita e diz.
- Aiii!! Que gostoso.
- O que você disse?
- Eu disse não para, não para, vai mais
fundo, quero com mais força, vai mexe essa coisa enorme.
Marcos obedecendo o pedido, foi bem
fundo, que chegou a estalar e o Thiago gemia e gritava. – Gostoso, me fode
mais, vai meu garanhão, meu bruto selvagem. Marcos se excitou com o que o
Thiago dizia e foi bem forte e gozou e gemeu diferente das outras vezes,
ficando com as pernas bambas e moles que soltou o seu corpo por cima do Thiago
que se aproveitou da situação se virou bruscamente, Marcos se assustou.
- Calma gostosão, você disse que iria
me foder várias vezes por dia, eu quero mais, deixa eu te chupar coloca aqui na
minha boca, quem sabe assim eu te estimulo, para você me foder de novo.
- Você está louco, você vai morder a o
meu bilau.
E antes que o Marcos terminasse a
frase, o Thiago lhe dá um beijo deixando o Marcos sem reação, que chega a
corresponder o beijo, mas logo retoma o juízo.
- Você está louco, você acha que
eu caio nessas de chupeta para você morder o meu pau, eu já vi muito isso na
prisão, vi até um cara arrancar a cabeça do pinto do outro e cuspir a cabeça no
chão como se fosse um carroço de azeitona.
- Que isso gostosão, eu não iria fazer
isso com você não, pelo contrário quero te chupar bem gostoso, para você me
foder de novo e de novo até não aguentar mais, vem deixa eu te chupar, coloca
aqui na minha boca, eu tinha vontade de fazer isso com você desde de quando éramos
criança, você despertava algo em mim, que não sei explicar, a primeira vez que
te vi, tive uma sensação de felicidade misturado com tesão, acho que foi a
primeira vez que me masturbei, e foi pensando em você.
Marcos fica sem saber o que dizer e
concorda.
- Está bom, mas se você fizer alguma
gracinha arrebento a sua cabeça.
- Pode arrebentar o que você quiser,
depois de te chupar e deixar você a ponto de bala, me arrebenta todo de novo
com essa vara, vem, vem cá.
Marcos se aproxima e deixa o Thiago
chupa-lo, Thiago nem espera ele chegar tão perto e cai de boca no órgão do
Marcos sugando-o, Marcos se entrega e o Thiago chegava a se engasgar de tão
guloso, Marcos gemia e o Thiago se empolgava mais fazendo com tanta vontade que
o Marcos ejacula na boca dele. Thiago olha para o Marcos lambendo os lábios e
engole o esperma do Marcos que vai a loucura.
- Nossa ainda está duro, quer me foder
mais.
Marcos sem pensar duas vezes, vira
o Thiago de bruços e fode ele, só que agora um pouco mais carinhoso e o Thiago
não parava de dizer safadezas para ele e ele goza novamente, mas não parava de
bombar e continuava bombando sem tirar de dentro.
- Nossa você e insaciável gostosão, meu
garranhão, vai enfia com força!
Marcos se empolga com as palavras do
Thiago e bombava e ejacula mais uma vez e se deita ao lado do Thiago, que desce
beijando o corpo do Marcos, caindo de boca novamente, chupando e limpando o
membro do Marcos que se excitava novamente e só que dessa vez o Thiago senta no
Marcos e começa a cavalgar e se vira para o Marcos continua cavalgando e o
beijava enquanto cavalgava, fazendo ele gozar mais uma vez.
- Chega não aguento mais.
- Que isso gostosão eu também estou
satisfeito, agora sim você fez muito gostoso, fez bem feito, eu quero assim
todos os dias pelo resto da minha vida.
Marcos estava meio atordoado, sem
acreditar no que tinha acabado de acontecer e no que tinha feito, fica surpreso
com o desempenho dele e olhava para o Thiago que se deita suspira e lambe o seu
dedo. Marcos tira as cordas dele e o Thiago o puxa e lhe dá mais um beijo e
diz.
Gostosão pode me deixar solto, que
daqui eu não saio nunca mais, aliás eu não vou sair do seu lado nunca mais,
daqui agora eu só saio morto, porque encontrei o que eu estava procurando pela
minha vida toda e você me deu, nunca me realizei tanto na minha vida, eu tinha
vontade de dar o meu cú para alguém mas tinha medo, eu já havia tentado outras
vezes, mas a pessoa ficou com receio e com dó e me fez desistir, mas você não,
me arrombou com vontade, na primeira enfiada doeu de mais, mas foi como você
falou, no começo doí e depois só fica gostoso, foi exatamente o que senti e
depois que ficou gostoso, eu só queria que você enfiasse mais fundo, você
arrombou o meu cú, me tirou sangue e tirou a minha virgindade anal, agora você
vai ter que se casar comigo, mas como você sabia disso.
- Você esqueceu que fiquei preso muitos
anos, quando você não tem uma bicha ou um travesti na sua ala, você tem que se
aliviar de alguma maneira e é aquilo né, para receber você também que dar, eu
nunca gostei porque sempre gostei de mulher, mas depois de ficar vários anos
fazendo isso, você acaba se acostumando e infelizmente, também acaba gostando.
- Que bom porque eu estou
apaixonado por você, quando você sai do meu lado depois que me fode, parece que
o meu mundo vai acabar, eu só quero ficar sentido você dentro de mim, pode ser
paradinho, mas eu acho que não aguento ficar paradinho com você dentro de mim,
nossa como isso é bom, eu te dou todo meu dinheiro, faço qualquer coisa para
ter você comigo pelo resto da minha vida.
Marcos abraça o Thiago carinhosamente e
rapidamente se afasta e pergunta.
- Se você gosta de um relacionamento
assim, porque você fez o que fez com a sua irmã?
- Isso é complicado de explicar e eu me
arrependo muito de te feito aquilo com ela, um dia eu espero que ela possa me
perdoar.
- Sim eu entendo que você esteja
arrependido, mas o que te fez fazer aquilo?
- Como posso te explicar, até ela
nascer eu nunca tinha percebido que eu era gay, eu gostava de coisas de
meninas, mas só tinha brinquedo de menino, então não sentia falta ou tinha
certos desejos, mas depois que ela nasceu eu via todas aquelas coisas delicadas
de menina e queria para mim, e assim fomo crescendo, eu brincava escondido com
as bonecas dela e ela foi crescendo e começou a usar vestido e calcinhas,
aquilo me deixou maluco, eu entrava no quarto e pegava as suas calcinhas, elas
eram pequenas e quando elas não entravam no rego, eu acabava aliciando-as ,
muitas vezes estragando-as e uma noite eu não tinha mais nenhuma calcinha
comigo então naquela noite eu resolvi ir pegar no quarto dela e entrei no
quarto dela enquanto ela dormia e peguei uma calcinha de seda, estava tão ansioso
para coloca-la que coloquei ali mesmo no quarto dela, aquela toque da calcinha
de seda na minha pele e o perfume que a calcinha tinha me deixou muito
excitado, e quando eu olhei para a minha irmã dormindo na cama dela eu a achei
tão linda, o brilho da lua que entrava pela janela, porque aquela noite está
tão calo e ela estava dormindo com a janela aberta e estava com uma camisola
tão linda que torneava o corpinho dela que estava começando a virar um corpo de
mulher, ela tinha um peitinho pequeninho, que se sobressaia na camisola, eu
queria tocar naquele corpo, queria aquele corpo para mim, aquele pele macia e
branca , parecia uma boneca de porcelana, aquilo foi me deixando louco, que
perdi o meu autocontrole e esqueci por um momento que aquela menina deitada ali
era a minha irmãzinha que tanto amava, por um momento ali era um corpo, um
objeto de desejo que queria se ou possui-lo e acabei me deitando por cima dela
e falando algumas besteiras ameaçando-a, porque queria
possui-la e conclui o ato, infelizmente machucando e tirando a
virgindade dela, isso foi a maior merda que fiz na minha vida, não tem um dia
que não passo sem esquecer isso, se tivesse algo que eu pode-se fazer para
reparar isso eu faria, até daria a minha vida por ela, porque depois disso, o
nosso relacionamento mudou, é lógico, seria estranho se não muda-se e
depois daquela noite a minha irmã perdeu a virgindade dela para mim e eu perdi
um irmã, depois disso as coisas ficaram mais complicadas para mim, eu não
conseguia me relacionar com nenhuma mulher fiquei traumatizado e achava que
todas as mulheres com quem eu me relacionava era a minha irmã, tudo
por causa de uma noite que perdi o meu autocontrole , mas é igual como um
assassinato, depois que a pessoa atira na outra não tem mais volta e é assim
que penso e sofro sozinho e o meu relacionamento com ele mudou da água para o
vinho, o amor que eu sentia por ela e ela por mim virou ódio.
- É realmente ela te odeia, quem deu a
ideia de te sequestrar e depois te estuprar foi ela.
- Eu sei as vezes eu correspondo o ódio
dela só para aliviar a minha culpa, mas isso faz com que nós afastamos cada vez
mais, mas eu acho que isso que aconteceu me libertou, nunca me senti tão bem na
minha vida toda, eu acho que me encontrei e agora eu só quero o perdão da minha
irmã, será que você pode me ajudar com isso?
- Vou pensar, mas acho que posso tentar
fazer isso sim.
- Se eu conseguir o perdão dela,
acredito que já posso morrer, apesar de ter te encontrado agora eu não gostaria
de morrer, eu quero te sugar muito.
E assim os dias se passaram, Thiago não
sabia se ele estava com a síndrome do Estocolmo ou se realmente estava
apaixonado.
Um mês se passou e o que era para ser
um castigo virou um caso de amor, Marcos cuidava do Thiago como se fosse a sua
esposa e o Thiago se entregava para ele como se fosse a sua esposa, era uma
relação de entrega que começou com ódio e a cada dia o amor dos dois crescia,
mas como um mês havia se passado Marcos precisava terminar o que havia
começado e colocar um fim naquela situação, terminar com aquela história do
sequestro, porque querendo ou não, o pai do Thiago estava preocupado com ele e
procurando por ele e querendo saber quem era os sequestradores e tinha o
agravante da irmã dele que ele precisava resolver.
Capítulo XV
Marcos vai até o apartamento onde ele
encontra o Filo que diz:
- Nossa maninho como você está abatido
e está magro, o que está acontecendo com você, o veadinho está te sugando?
Marcos ouvindo aquilo, agarra o irmão
pelo colarinho com muita raiva e ameaça o irmão.
- Não fala assim dele não que eu te
arrebento.
- Desculpe não tive a intenção.
- Não, eu que peço desculpa, me
desculpa, eu não queria te ameaçar eu nunca te faria mal nenhum a você, mil
desculpas.
Marcos abraço o Filo e o aconchega no
seu peito.
- Tudo bem, mas temos que acabar com
essa situação, não aguento mais essa situação, de todo dia ter que dar comida e
bebida batizada para a Marina, ela já deve de estar viciada, nas drogas que
estamos dando para ela e também não aguento mais mentir para a mamãe, a coitada
está angustiada com a situação ficar se lamentando pelos cantos, dizendo assim:
“Aminha filha, coitadinha da minha filha”, eu não sei mais por quanto tempo
consigo aguentar essa situação e sem dizer as tentativas de fugas da
Marina, quase toda vez que eu abro a porta para alimenta-la , quando ela não está
sobre o efeito da droga ela tenta fugir, outro dia ela me acertou na cabeça e
quase conseguiu fugir, a sorte é eu a Sophia sempre está comigo e ela é mais
bruta que a Marina, qualquer hora dessa ela vai conseguir escapar. Ai meu irmão
eu não sei o que vai acontecer.
- Você tem razão Filo, essa situação já
levou muito tempo, nós precisamos acabar com isso, vou falar com a Sophia que
chega dessa história, para ela por um fim e dar um jeito de terminar com isso,
acho que já está de bom tamanho.
- Eu também preciso falar com ela,
tenho boas notícias e preciso falar com ela sobre um assunto que tive com o
irmão dela.
- Quando ela chegar nós falamos com ela
para pôr um fim nessa história, já chega e por falar no Diabo.
- Quem é Diabo aí?
- Ninguém só modo de falar.
- Bom dia para vocês também, nossa
Marcos como você emagreceu e está abatido.
- Abatido nada a culpa é do seu irmão,
não me deixa por nenhum momento, o bicho é insaciável, eu não aguento mais, não
que não esteja gostando, mas precisamos por um fim nisso, terminar com esse
sequestro.
- Tudo bem que quero ir lá ver o meu
irmão e ver a cara dele e dizer se ele gostou das suas férias planejadas.
- Eu preciso falar com você Sophia
sobre o seu irmão e sobre a noite que ele abusou de você.
- Eu não quero falar sobre isso, estou
de bom humor.
- Mas não é ruim não, é coisa boa,
quero dizer te explicar porque ele fez isso com você.
- Eu prefiro escutar isso dele.
- É você está certa, mas só preciso te
dizer o que eu percebi vivendo com ele todos esses dias, ele te ama, e está
muito arrependido do que aconteceu, ele tem uma explicação para você e espero
que você possa perdoa-lo, porque ele sofre muito com isso.
- Quem sofre com isso sou eu, eu que
fui a vítima, fui eu que perdeu a inocência de uma maneira muito traumática, se
ele sofre com isso, é pouco, eu quero mais que ele morra.
- Tudo bem então, vamos lá, Filo
aguenta aí só mais um pouco, que vamos terminar com isso ainda hoje eu te
prometo.
- Sophia e Marcos entram no auto
planador e saem em direção do barraco, Marcos se ajeita no banco e aproveita
para cochilar um pouco.
- Nosso você está um caco, o que você
está fazendo que não dormem.
Marcos não responde e dá uma roncada.
Sophia dá de ombros.
Eles chegam no barraco e o Marcos ainda
dormia, Sophia desce do auto planador e caminha até o barraco deixando o Marcos
dormindo no auto planador e entra ela encontra o Zoinho e o Pinguim que a reconhecem-na
e a deixa entrar no quarto onde Thiago estava que faz um comentário.
- Já voltou meu amor?
Mas não era o seu amor e a silhueta da
Sophia aparecem na sua frente.
- Ah é você, o que você quer?
- Quem mandou deixar você assim todo
solto, sem mordaça e sem a corda, isso aqui não é férias não. É um sequestro.
- Vai tomar no cú!
- Eu acho que foi você que tomou muito
no cú nessas suas fêrias forçadas, você tomou no cú literalmente né
irmãozinho, mas agora me diz o que você tem para me dizer, o Marcos tentou me
dizer, mas eu prefiro ouvir de você, quer dizer que você se arrependeu do que
fez comigo?
- Eu nunca quis te fazer mal,
infelizmente eu fui um fraco e não sabia o que estava fazendo, fiz a maior
besteira da minha vida, praticamente acabei com a minha vida e também a sua
naquela maldita noite, eu entrei no seu quarto, para pegar uma calcinha sua
para eu usar, porque eu fazia isso com frequência, mas aquela noite aquilo me
deixou fora de mim, e quando eu te vi, te achei tão linda e queria te tocar,
queria ser você, eu queria o seu corpo para mim e acabei perdendo a cabeça como
você sabe bem.
- É, mas foi eu que sofri mais por
todos esses anos e convivi com esse trauma dês de os meus dez para onze anos,
você não imagina pelo o que eu passei, noites e noites em claros com medo de
você entrar novamente no meu quarto, eu nunca mais consegui dormir com a porta
ou a janela aberta.
- Eu posso tentar imaginar, porque para
mim também não foi fácil, eu nunca consegui me relacionar com uma mulher depois
disso, sempre lembro de você na hora “H”, mas esses dias que se passaram , por
essa situação que nós encontramos eu encontrei o amor da minha vida,
encontrei a felicidade e pude perceber o mal que te fiz e quero te pedir
perdão, por favor me perdoa, eu te amo muito posso não ter mostrado durante
todo esse tempo depois do que aconteceu, mas até aquela maldita noite , você
era a minha maior felicidade eu adorava brincar de casinha com você, adora
estar junto de você, por mais brinquedos e luxo que tínhamos, você era a minha
maior felicidade, eu era muito sozinho, mas depois que você nasceu, eu senti
ciúmes no começo, mas depois foi uma felicidade tão grande, foi a maior
felicidade da minha vida e só reencontrei essa felicidade semanas atrás e
percebi que tinha que reparar o que fiz com você, eu mereci esse castigo, eu
realmente merecia até coisa pior e estava e estou disposto a fazer qualquer
coisa por você que posso aliviar a sua dor.
- É, realmente tem que ser alguma coisa
muito grande e forte para me fazer esquecer todo esse sofrimento por anos.
- Eu não sei como, mas eu vou te provar
de alguma maneira.
- Está bem você pode fazer uma coisa
para começar, se eu te soltar você vai contar para o papai o que aconteceu.
- Claro que não vou contar para o
papai, mas não sei o que eu iria dizer para ele, onde eu estava, ele vai
perguntar insistentemente até saber a verdade, querendo saber o que foi que
aconteceu, onde eu estava por todo esse tempo e tem o agravante do pedido de
resgate, aquilo foi um erro.
- É, nós cometemos muitos erros o tempo
todo, se não tivéssemos feito isso, poderíamos dizer que você tinha ido viajar,
mas ele vai perguntar porque o pedido de resgate e foi até na televisão pedir
ajuda e notificar o seu sumiço, e se falar que foi uma brincadeira ele vai
ficar muito bravo, mas é agora a única ideia que me vem à cabeça é essa de
dizer que era uma brincadeira, e virou um mal entendido.
- Você está louca, você acha que ele
vai acreditar nisso mesmo, ele vai dizer assim: “Não me subestime, não
desacredite da minha inteligência” até parece que você não conhece o papai.
-Então você vai ter que ficar mais uns
dias aqui, até acharmos uma desculpa agora, uma forma de mentir para ele sem
que ele perceba.
- O pior se contarmos a verdade o irmão
do meu namorado volta para a cadeia, ele ainda está em liberdade condicional,
qualquer tipo de violação da sua conduta o manda de volta para trás das grades.
Aquelas palavras entraram no coração do
Thiago como uma flecha e ele grita.
- Não, isso não, eu vou imaginar uma
desculpa boa, vou inventar uma desculpa cabeluda para o papai acreditar, mas o
Marcos não pode voltar para a cadeia não, eu não saberia viver sem ele, ele me
fez descobrir o amor e a paixão me trouxe a vontade de viver novamente, só de
imaginar ficar longe dele o meu coração dispara de medo de perde-lo.
- Engraçado como os homens dessa
família fazem a nossa feliz, parece que eles nasceram para nos dar amor, algo
que faltava na nossa família, o Filo para mim também é tudo eu superei tudo o
que aconteceu só depois que conhecei ele, ele fez o meu coração ficar mais leve
e também me devolveu a vontade de viver e poder acreditar no amor, eu sempre
achei estranho isso e você sabia que foi o nosso pai que matou o pai deles
atropelado.
- Credo, como assim, por isso no começo
eu sentia tanta raiva do Marcos comigo, ele me machucou muito no começo me
tirou sangue e me machucou muito, porque ele tinha muita raiva.
- Fui eu que pedir para ele fazer isso
com você.
- Sim eu imaginei, mas a raiva que ele
sentia vinha do coração dele como se ele quisesse se vingar, eu não sei como
ele não me matou, porque quando ele me pegou pela primeira vez eu achei que ele
iria me rachar no meio de tamanho ódio.
- É pode ser que ele queria descontar
em você.
- Espere eu estou lembrando agora, de
quando o papai atropelou o pai dele eu estava junto, nós estávamos indo no
médico para examinar você dentro da barriga da mamãe o papai estava muito
nervoso aquele dia e lembro dele correndo com o carro e de repente um barulho
muito forte, o papai gritava: Será que ele morreu?” e mamãe gritava :”Meus Deus
você matou o pobre homem, você matou”, mas nenhum momento ele perguntou se a
mamãe estava bem, pelo o que me lembro ele não queria que você tivesse nascido,
porque ele não queria outro filho e por isso ele não se preocupava se a
mamãe estava bem, mas eu lembro que eu quis descer do carro e mamãe não deixou
dizendo: “- Fica aqui, para você não ficar traumatizado”. E lembro de um monte
de gente correndo para tentar socorrer o pai deles, mas um imagem que não saia
da minha cabeça era de um menino que estava ao lado da minha janela que chorava
sem parar mas não se mexia, não fazia nada, estava ali imóvel e quando ele
olhou para mim eu vi o desespero nos olhos dele, ele estava ali sem saber o que
fazer e eu também estava dentro do carro sem saber o que fazer, porque a nossa
mão nós protegia demais, eu e aquele menino éramos os opostos ele estava ali
todo desprotegido e havia acabado de perder o seu pai e eu estava dentro do
carro sendo protegido para não ver uma cena traumática, mas espere agora eu
estou reconhecendo aquele rosto, era o..
- Sim era eu Thiago.
Sophia e o Thiago olham para o Marcos.
- Era eu e eu lembro de você também
dentro do carro, depois eu te vi na sua casa, mas você não me reconheceu, e
naquele momento eu não tinha para onde olhar,
não tinha para onde ir e só me restava olhar para você que não parava de me
olhar também, eu fiquei ali por alguns minutos mas me pareceu uma eternidade e
as únicas imagens que tinha na cabeça era o meu pai voando e você me olhando,
de resto eu não lembrava mais de nada.
- Agora eu entendo, porque os nossos
destinos se cruzaram, foi nesse dia, porque aqui se faz aqui se paga. Diz
Thiago.
- Meu pai me dizia isso, nosso parece
que vi ele dizendo isso agora, que estranho.
- É Sophia agora além de provar para
você, também vou ter que provar para o Marcos, de alguma maneira para aliviar a
dor de vocês, porque eu amo vocês dois e os nossos destinos estão trançados e
cheios de dor, mas eu vou dedicar a minha vida a partir de hoje a fazer vocês
dois felizes.
Capítulo XVI
Enquanto isso Filo se preparava para
servir o almoço da Marina e ele estava todo preocupado e com todo cuidado para
abrir a porta sem apanhar ou levar alguma pancada na cabeça e quando ele abre a
porta, levantando só braços e fechando o olhos nada acontece ele estranha e
olha cuidadosamente, procura pela Marina e nada dela aparecer para tentar
fugir, até ele sente um vento e se depara com a janela aberta, ele deixa cair a
comida e grita.
- Mãe!!Mãe!
- A Marina fugiu. Ele corre em direção
do quarto da mãe e pergunta.
- Mãe cadê ela, para onde ela foi?
- Eu não sei Fio.
- A senhora a ajudou, deu alguma coisa
para ela, a chave da porta, o que eu estou falando, está claro que ela fugiu
pela janela.
- Ela me pediu uma chave de fenda, para
arrumar o computador do quarto dela que não estava funcionando.
- E assenhora deu a chave de fenda para
ela?
- Eu dei uma chavinha que guardo comigo
que era do seu pai, aquela pequenininha com cabo de ferro, também era a única
que passava por baixo da porta.
- Essa não mãe e agora, o que eu vou
fazer, eu tenho que encontra-la antes que ele faça uma besteira e tenho que
avisar o Marcos e a Sophia, mas como vou fazer isso? Ah vou alugar uma prancha
que assim eu consigo chegar mais rápido e vou até eles.
Filo cai no truque da Marina que estava
debaixo da cama rindo.
- Que boboca, eu não acredito que ele
caiu nesse truque, será que ele achou mesmo que eu iria fugir por essa janela,
eu nem consigo passar por aquele vão e ainda por cima, estamos no milésimo
andar como será que ele pensou que eu fugi, que eu voei e bati assas, é um
tonto mesmo, mas pensando bem até que aqueles filmes de bang-bang, que o velho
idiota do Pai da Sophia gosta de assistir foram uteis para alguma coisa,
aquelas cenas que o bandidos e esconde dentro da cela, se pendurando no teto ou
simplesmente, se escondendo no vão da cama com a parede, para dar a
impressão de que não tinha ninguém ali na cela e quando o guarda
procura por ele e não encontra e entra na cela e é surpreendido pelo
bandido, ou o bandido sai despercebido, quando isso não acontece e o bandido
permanece na cela e o guarda sai gritando que o bandido fugiu, sai correndo
como um doido, deixando assim a porta de cela aberta e assim o bandido sai
calmamente andando pela porta da frente, igualzinho o que estou fazendo agora
com o meu irmãozinho, sempre achei que tudo aquilo era marmelada, mas não que
funciona mesmo, o tonto deixou a porta aberta agora eu vou me
arrumar e sair bem sossegada sem pressa, porque o último lugar que
aquele tonto iria me procurar seria aqui, mas eu acho bom me apressar porque
tenho que falar com aquele velho idiota e dizer para ele, que sei quem
sequestrou o filho dele e com isso eu ganho a confiança dele e posso
lucrar alguma coisa com isso. –
- Mãe a senhora viu aquele meu vestido
vermelho? Aquele decotado.
- Filha!! Você estava aqui esse tempo
todo e o seu irmão achando que você havia saído.
- É mãe. Ele é um tonto, a senhora viu
o meu vestido?
- Não, não vi, deve de estar para
lavar, você não o tira.
- Não é que não tiro, é que ele me
deixa mais bonita, ele deixa o meu corpo mais escultural como uma escultura e
assim completando essa obra de arte da obscenidade.
- O que você disse minha Fia, uma obra
de arte do século?
- Não mãe, nada disso, não é isso que a
senhora entendeu, ah deixa isso para lá, não posso mais perder tempo.
- Mas e o seu irmão, aquele maluco saiu
como um doido com tanta pressa dizendo que você tinha fugido e por falar nisso,
você me parece muito saudável, está até mais gordinha.
- Gordinha eu? Não pode ser.
- Mas o coitado do seu irmão estava tão
preocupado com você, cuidou de você todos esses dias, com medo de você ter pego
aquela doença que ele falou que nem sei pronunciar o nome.
- Doença? Então foi assim que ele
convenceu a senhora, coitado de coitado ele não tem é nada, ele é um tonto
mesmo, deixa eu me arrumar que eu vou sair também.
Capítulo 27.
Enquanto isso o filo chegava no
barraco.
- Pinguim cadê o meu irmão? Cadê ele?
- Calma veio, ele está no banheiro.
- Banheiro, que banheiro?
- Ali naquela portinha.
Filo vai até a portinha e bate na porta
para chamar o Marcos e a porta se abre mostrando Marcos agachado em cima
da privada.
- Pô meu não se pode nem cagar em paz
mais.
Filo dá risada e pergunta.
- Porque você sobe em cima da privada?
- Eu não consigo sentar em nenhuma
privada, eu peguei trauma dês daquela vez que o rato mordeu o meu saco e foi
aqui nesse mesmo banheiro e eu também não tinha privada na cela da
penitenciaria, que me acostumei assim.
- Rato que rato?
- você não vai se lembrar, você ainda
era bebê e eu estava aqui bem tranquilo lendo um gibi e fazendo as minha
necessidades, quando de repente eu ouvi um barulho estranho na água da
privada e de repente eu senti uma dor tremenda, no meu saco e sai
correndo com o rato pendurado por boa parte do caminho no meu saquinho, eu
gritava de susto e de dor, chamava pela mamãe, porque foi uma dor horrível e
além do mais isso aqui está um chiqueiro eu não iria sentar aqui.
Filo dá muita risada e orienta o irmão
mais velho.
- Nas novas privadas você pode sentar à
vontade sem nenhum medo de rato, porque eles não são mais ligados aos esgotos,
agora é tudo químico, que separa a água do bagaço das fezes, onde depois é
reutilizado como adubo tratado e a parte que não é usada, virar pó e sendo
assim também não polui mais os rios, deixando as suas águas limpinhas.
- É, mas mesmo assim eu ainda tenho
trauma e só consigo me aliviar se estiver dessa maneira, senão eu não relaxo e
não consigo fazer cocó e porque estamos falando das minhas necessidades
fisiológicas, porque você está aqui e tão desesperado que não podia esperar eu
terminar de fazer as minha necessidades?
- É que não tenho boas notícias.
- Já sei a Marina fugiu.
- Puts que vacilo é a Marina fugiu, mas
como você sabia que era isso
- Estava na cara, que isso iria
acontecer mais cedo ou mais tarde, e tem outra você não estaria aqui se ela
ainda estivesse naquele quarto trancado.
- Está tão na cara assim?
- Sim, mas como ela fugiu?
- A mamãe deu uma chave de fenda para
ela e ela conseguiu fugir.
- E como ela fugiu do milésimo andar,
ela saiu voando?
- É, mesmo como ela saiu de lá?
- Ela não saiu, ela fingiu que saiu,
para você fazer exatamente o que fez?
- E o que foi que eu fiz?
- Quando você saiu você deixou a porta
do quarto aberta não deixou?
- Sim deixei.
- Viu? - Por acaso você olhou debaixo
da cama ou atrás da porta?
- Eu olhei sim e debaixo da cama, não
tinha nada só as cobertas que estavam caídas no chão emboladas do outro lado,
safada, ela estava ali né?
- Você nunca assistiu um filme de
bang-bang, onde os bandidos dos filmes sempre fogem assim?
- Que me lembre não.
- Eu assistia muitos filmes assim com o
papai ele adorava, eram os filmes favoritos dele, assistíamos várias vezes,
porque quando todo mundo não estava mais usando Vídeo cassete por causa do CD,
o pai achou no lixo um vídeo cassete com várias fitas de vídeo cassete com
vários filmes, ele levou para casa e ligou na televisão de casa.
- Mano o que é um vídeo cassete?
- Você não sabe o que é um vídeo
cassete?
- Não e também não sei o é um CD.
- Eu esqueço que você já nasceu na era
onde tudo já era digital, Vídeo cassete era um aparelho que a gente plugava na
televisão e assistia a fita que você queria, por exemplo esse que o papai
achou, ele teve que desmontar o vídeo e limpar todo por dentro
passando álcool na parte principal do vídeo cassete e depois ele o ligou na
televisão e a imagem estava perfeita, porque se a bobina não estivesse limpa a
imagem ficava muito ruim, ficava cheio de chuviscos.
- Chuviscos? Como assim tinha água na
televisão?
- Não eram riscos na imagem que não
deixava assistir ao filme com qualidade, mas depois do CD isso acabou, o único
problema do CD era que ele travava as vezes.
- O que era um CD?
- Era igual ao vídeo cassete, mas a
fita era gravada e alta definição em um disco pequeno de plástico.
- Ah! Eu lembro disso, quando eu era
criança eu tinha uns que jogaram fora e eu usava como rodinha para os carrinhos
que eu montava.
- Isso, porque logo depois os CD´s
também entraram em desuso, mas eu não me esqueço daquele vídeo cassete, era
muito legal, naquela época as fitas que o papai achou haviam vários tipos de
fitas, de desenho animado, filmes policiais, tinham os que eu tinha medo de
terror e tinham alguns filmes de Bang - bang, como o “Dólar furado”
, “Sete homens e um destino”, “Sapata”
esse era muito bom ele levava com ele um caixão por onde ele andava e dentro do
caixão tinha uma metralhadora, e uma das cenas clássicas dos filmes sempre era
a fuga das cadeias, tinha uma mais legal que a outra e uma delas era essa que a
Marina te aplicou, agora eu me pergunto, onde será que ela viu isso, porque ela
também era muito pequena na época que o papai assistia esses filmes.
- Então ela me fez de bobo.
- É ela te fez de otário, mas isso não
importa agora, o que importa é quanto tempo nós ainda temos para poder fazer
alguma coisa para conseguir fugir ou se esconder e se livra das provas.
- Nós precisamos falar com a Sophia,
talvez ela tenha uma boa ideia para acabar logo com essa brincadeira, que agora
ficou muito perigoso, vamos usar o comunicador para falar com ela, mas não
podemos ligar daqui, vamos sair e dar uma volta para ninguém rastrear o nosso
sinal.
Eles saem caminhando pelas velhas ruas
da cidade antiga que estava praticamente abonda nada, alguma casa ainda
resistia e alguns moradores se recusavam a viver nos prédios cidades, porque
gostavam da vida antiga, coisa de idosos, e assim ele caminhava pelas ruas e o
como um tour, Marcos ia contando para o Filo histórias, sobre alguns lugares
por eles passavam e relembrando o passado.
- Essas casas onde a maioria, já está
demolida, aqui era um bairro muito chique, só moravam ricos nessa região, eu me
lembro dessa casa aqui, ela era tão bonita, até me lembro uma vez que a Manoela
estava com a gente no carrinho do papai e ela achou que essa casa era um
castelo que aqui morava uma princesa.
Marcos olha para trás e percebe que
alguém os seguia.
- Espera um pouco Filo, que está ali
atrás da árvore, deixa eu verificar.
Marcos anda até arvore e percebe que o
Thiago havia saído do barraco.
- O que você está fazendo aqui
- Senti a sua falta e não aguentei, sai
pelo buraco na madeira do barraco.
- Aqueles dois, não serve para nada,
como o meu pai dizia: “Se der duas tartarugas para eles tomarem conta uma foge
e a outra morre”, ai, ai, se você não estivesse do nosso lado, podia ir para
onde quisesse e estragar tudo, mas ainda bem que você agora é o meu parceiro.
Filo olha para os dois e fica sem
entender nada.
- Olha essa casa era onde eu morava
quando eu era pequeno.
- Era aqui que você morava?
- Sim, eu me lembro das poucas vezes
que brinquei de carrinho na vida e foi aqui nessa casa, eu gostava de brincar
na grama perto da piscina e o meu pai ficava brigando comigo, dizendo que
eu estava estragando a grama.
- Eu estava falando dessa casa agora
para o Filo, que a minha irmã achava que morava um aprincesa aí, teve até uma
vez, que o meu pai pegou uma bicicleta no lixo aqui, e foi por causa dessa
bicicleta que o meu pai acabou morrendo, droga, será que tudo sempre tem que
lembrar da morte do meu pai, lembranças boas acabam virando tragédia e traumas,
mas me deixa lembrar das coisas boas. Porque querendo ou não também tenho
boas lembranças daqui eu me lembro que nessas ruas eu cresci, e fiz coisas boas
e coisa ruins, por essas ruas eu caminhava com o papai no seu carrinho junto com
o par de luvas, aquilo era tão divertido para mim.
-Eu sei, você já falou muitas vezes
disso eu conheço essa história de cor e salteado.
- Mas era mesmo, hoje em dia com toda
essa tecnologia que existe, nada é capaz de me dar tanto prazer como andar dentro
daquele carrinho e estar junto dele, agora eu entendo o que ele queria dizer: “
que nas coisa simples que estavam as nossas alegrias, que só somos realmente
felizes quando descobrimos o que é importante para nós, e que viver a vida
ao lado de quem nos ama, não importa que seja um palacete ou uma
casinha de sape ou um barraco”, agora eu entendo muito bem isso.
- Eu não conheci o seu pai, mas eu sei
muito bem o que ele estava falando, é o que eu estou sentindo agora também.
- Pronto filo acho que está bom, já
podemos falar com a Sophia e avisa-la do que está acontecendo, sem que
rastreiem a nossa localização, mas seja discreto na ligação, para que ninguém
perceba do que vocês estão falando, fale em código com ela, finja que está
namorando, use a chamada de vídeo, mas não mostre muito, fale e pisque para que
ela entenda os seus sinais.
- Oi meu bem, tudo bem?
- Tudo, mas onde você está, de onde
você está falando? Que lugar é esse?
- Ah esse lugar é o nosso lugar
secreto.
- Que lugar secreto?
- O nosso lugar secreto, onde nós
víamos para namorar.
- A com certeza, sim, agora eu me
lembro, faz tempo né?
- Então eu queria que você estivesse
aqui agora, para podermos namorar, só nos dois, sem nenhuma vela, eu tenho
tanta coisa para te falar e conversar com você, relembrar os nossos
encontros aqui, você vem?
- Sim meu amor eu vou e vou levar uma
garrafa de vinho e queijos para fazermos piquenique, porque aí deve de estar
muito sujo, como o chão da minha casa.
- Você viu o que ela disse no final,
foi um sinal, dizendo que ela não podia falar direito estava sujo, ou seja,
tinha alguém ouvindo a conversa.
- Caramba mano, você foi ligeiro
pedindo para falar em código, pensou rápido.
- Eu acho que ela entendeu também o
recado e está vindo.
- Agora vamos voltar e esperar ela
chegar.
Sophia desliga o comunicador os
policiais que estavam na sala continuavam olhando para ela, suspeitando de
algo.
- Eu preciso sair, não dá para ficar
aqui e preciso ver o meu namorado.
- Espera menina aonde você vai a essa
hora, seu namorado é doido te ligar assim e te chamar para sair a essa hora.
- É o amor papai, ele deve de estar com
saudade.
- O amor... são essa palavra que move o
mundo, mas o mundo não muda nada, continua sempre igual, diferente do amor que
não evolui e não muda, não se atualiza e nunca envelhece, mas nunca sai de
moda, não fica brega e sempre está em alta, o que é o amor? Mas o que é o amor,
quem explica? Nunca ninguém conseguiu defini-lo, alguns dizem que ele destrói,
outros dizem que constrói, para alguns é bom e para outros é só dor, vai
entender, só quem o sente, sabe dizer o que quer dizer, né meu amor, meu amor
cadê você? Já se fo, isso é o amor.
Um dos policias proclama esse poema e
quando ele termina, todos estavam olhando para ele e o seu chefe balançava a
cabeça em sinal de reprovação.
Sophia dá uma risada discreta e saem
direção ao seu auto planador no momento que a Marina chega na casa dela.
- Ela deve de estar indo encontrar os
meus irmãos, cheguei na hora certa, agora só preciso falar com esse velho
bocoió, vou ligar, não ele pediu para não ligar para ele quanto ele estivesse
na sua casa, já sei vou fingir que sou uma vendedora, vendedora não ele não
iria me atender e iria pedira para a empregada me dispensar, já sei vou dizer
que sou de um centro de pesquisa, isso.
Marina sobe pela esteira chega na porta
da casa e toca o identificador e quem atende é a empregada.
- Pois não?
- Olá bom dia eu poderia falar com o
proprietário da casa?
- Do que se trata?
- É uma pesquisa sobre controle de
natalidade.
- Controle de Natalidade? Mas a senhora
não pode fazer isso pelo computador madame?
- Não essa é uma pesquisa diferente, tem
que ser pessoalmente, como era antigamente, nós estamos tentando resgatar, o
contato físico, digo o contato humano, mais preciso o diálogo o olho no olho,
só assim a nossa pesquisa tem valor e qualidade e tenho que começar pelo
cidadão número um, e o número um é o nosso Rei, é aqui que ele mora, não é? É
isso é um teste precisamos saber se ele aprova o tipo de pesquisa, isso foi
solicitado por ele mesmo, para que fizéssemos um teste com ele porque ele
queria saber se estava bom e estudar o que se pode melhorar.
- Eu gosto dessa coisa do olho no olho
também, eu sou dos costumes antigos, quando uma boa conversa era feita assim e
não por computadores, também concordo com esses resgates mais humanos, hoje em
dia eu sou uma das poucas domestica que ainda faz o serviço que eu faço, porque
fomos substituídas por maquinas e robôs, mas como eu estou muito anos nessa
família, eles me mantiveram aqui, lógico que com a ajuda dessas maquinas
também, a senhora espera um pouquinho que vou ver se ele pode atender a senhora.
- Não esquece de mencionar que é a
pesquisadora Marina a número um do projeto Social por uma causa nobre.
- Ok só um momentinho.
A empregada entra e avisa seu Jorge
sobre a pesquisa.
- Avisa ela que não posso atende-la
agora
- Ela pediu para avisar que o nome dela
é Marina, que é a número um do projeto social idealizado pelo senhor.
- Ela disse que se chama Marina?
- Isso mesmo.
- Ok, deixa eu ir ver se é o que estou
pensando.
Seu Jorge vem resmungando.
- Quem é que descobriu o meu endereço
agora e vem me incomodar.
- É aquela senhora Seu George.
Ele avista Marina, já imaginava que era
ela, mas mesmo assim fica preocupado.
- Pode deixar Sebastiana eu falo com
ela pode ir fazer os seus serviços.
A empregada se afasta.
- O que você está fazendo aqui?
- Você disse que eu não poderia te
ligar, mas eu preciso falar com você.
- Não aqui não, vai embora, se a minha
mulher te ver eu estou ferrado.
- É sobre o seu filho.
- Meu filho, o que você sabe sobre o
meu filho?
- Eu sei onde ele está.
- Você sabe onde ele está? Me diz logo,
me diz logo anda.
- Ele está em um velho barraco perto da
antiga Marginal.
- Na antiga Marginal, mas eu mandei
derrubar quase tudo ali, depois das cheias por causa do derretimento das
geleiras do polo norte., ali agora só tem água, que lugar exatamente você está
falando.
- É um pouco mais para cima, para os
lados do Morumbi, perto do Cemitério.
- Morumbi, eu morei lá quando era mais
novo, eu conheço bem aquela região, esse barraco é onde havia a favela perto do
Cemitério perto do antigo Córrego.
- Isso mesmo é lá mesmo.
- Então eu já sei onde é que é, é na
região perto do cemitério que não foi totalmente demolido por causa do
cemitério, não sabíamos como proceder com os restos mortais, porque eram muitos
e os seus familiares protestaram na época e atrasou o projeto que tínhamos para
ser executado ali e por respeito aos mortos, resolvemos esperar que todos os
corpos sejam retirados de lá, mas isso gerou muita polemica na época e deixamos
de lado aquele projeto.
- Eu vou avisar a polícia e já vamos
para lá procura o meu filho.
Capítulo XVIII
A Sophia chega o barracão.
- O que foi que está acontecendo?
Porque vocês me chamaram a essa hora da noite.
A Marina fugiu, nós precisamos acabar
com isso hoje sem falta. Fala Filo.
- Como ela fugiu?
Marcos olha para o Filo e Ri.
- O cabeção aqui caiu no truque dela.
- Isso já era esperado, nós corríamos
esse risco, até que conseguimos evitar por bastante tempo, mas agora aconteceu
precisamos resolver isso. Fala Sophia.
- Tudo bem vamos acabar com isso eu vou
conversar com o meu irmão e ver se ele realmente se arrependeu como ele já me
disse outro dia para mim.
Sophia anda até o irmão e pergunta.
- E aí maninho podemos acabar com isso,
já pensou como vamos terminar com isso agora, porque precisamos voltar para
casa o nosso tempo acabou, acabou agora para ser mais exata, porque a irmã do
Marcos e do Filo, que aparentemente é amante do papai conseguiu escapar.
- É eu sabia que ela tinha fugido, mas
não sabia que ela era amante do papai, velho safado, quando a mamãe souber
disso elevai estar ferrado e eu vou contar.
- Então chega de cativeiro maninho e
vamos voltar para casa agora, mas não esqueça eu estou te soltando e você
prometeu não contar nada para o papai sobre o que aconteceu aqui.
- Me solta, eu já estou solto e quem
foi que disse que eu quero ir embora, quem diria que eu seria mais feliz em um
barraco, sendo que vivo na casa mais luxuosa da cidade, mas também a mais pobre
no quesito de amor e felicidade, agora eu só vou onde o Marcos for, eu só vou
embora se ele for comigo, caso contrário eu quero ficar aqui mesmo, morando
nesse barraco com ele.
- Acho que essa é a primeira vez que a
vítima de um sequestro não quer sair do seu cativeiro, era só o que me faltava,
escuta aqui maninho, eu acho que você não entendeu, a irmã do Filo e do Marcos
a Marina fugiu e ela vai dar com a língua nos dentes, isso se já não deu,
porque acredito eu que a primeira coisa que ela fez , deve de ter sido ir
procurar pelo papai, e ai o bicho vai pegar, nos estamos ferrados se formos
pegos aqui, por melhor que seja a nossa desculpa ele não vai acreditar se nós
pegar aqui. E assim que ela terminava de falar, eles escutam sirenes cercando o
barraco.
- Parados e saiam com as mãos na cabeça
e não façam nenhum gesto brusco, que assim ninguém se machuca.
- É a polícia, estamos ferrados, droga
e agora. Fala o filo.
- Calma Maninho, para tudo tem um jeito
relaxa, eles não sabem exatamente quantas pessoa estão aqui e que são os
criminosos.
Mas o Pinguim e Zoinho se desesperam,
montam na moto e fogem pelos fundos do barraco.
- O que eles estão fazendo droga? Fala
Sophia.
- Deixa eles irem, isso vai ser bom
para nós tive uma ideia, com certeza alguns policiais vão seguir eles e eles são
tem a mínima chance de fugir de moto dos auto planadores da polícia, mas deixa
eles tentarem e vamos ver o que vai acontecer, dependendo do que eu coloco a
minha ideia em prática. Fala Marcos olhando para o Thiago que olhava para ele
assustado.
O Zoinho e o Pinguim, partem como uns
loucos em alta velocidade na moto e a polícia os perseguia pelo alto nos
autos planadores ordenando que parassem ou eles iriam atirar.
E para fugir dos auto planadores era
muito difícil e assim eles apelavam e sendo um pouco espertos, entraram em
becos estreitos o que dificultava o voo dos auto planadores, que os
acompanhavam do alto sem poder capturá-los e assim eles desciam escadarias com
a moto, e entravam em mais vielas, mas nada de despistar a polícia que só
acompanhavam eles esperando o momento certo para capturá-los, e quando os becos
se acabam eles chegam na linha de trem da Marginal, onde alguns tens ainda
funcionavam carregando entulhos e materiais recicláveis paras a obras dos
prédios cidades novos.
Eles entram na linha de trem e aceleram
o máximo que podem, mas logo os auto planadores estavam na captura deles, que
só não conseguia se aproximar por causa dos fios de força dos trens e
acompanhavam a uma distância razoável, mas sem perder eles de vista. Zoinho que
pilotava a moto, já estava acreditando que seria possível fugir da polícia e
começa a comemorar.
- Nós vamos conseguir fugir Pinguim,
olha eles não podem se aproximar por causa dos fios, se nós conseguimos chegar
até o túnel, talvez conseguimos fugir.
- Olha para a frente Zoio tem um trem
parado! Grita o Pinguim.
Zoinho desvia do trem parado e bate de
frente com um trem que vinha da outra direção e pedaços da moto e dos copos dos
dois voam para todos os lados e não sobra nada deles para contar história.
Capitulo XIX
Enquanto isso Marcos espia para ver
quantos policiais haviam lá fora.
- Não tem muitos policiais lá fora, a
maioria deve de ter ido atrás dos dois, vamos ficar quietinhos como se não
houvesse mais ninguém aqui, eu tive uma ideia, só deve ficar aqui o Thiago que
era a vítima, a hora que você achar que for propício você sai como se
estivesse sido deixado para trás, Sophia o seu auto planador está ao lado da
caixa de esgoto do banheiro lá de fora né.
- Está do lado daquele quartinho, acho
que é o banheiro.
O meu pai construí uma caixa de esgoto
uma vez, mas nunca a usou, ele pretendia construir um banheiro dentro da casa,
mas não chegou a terminar, ele construiu uma vala em vez de usar cano e cobriu
essa vala com tampas de concreto, quando éramos crianças a gente vivia se
escondendo nele e brincávamos muito nele, eu acho que consigo me arrastar até o
banheiro e de lá quando eles se distraem eu pego o auto planador e pego
vocês pela porta do fundo e fugimos em alta velocidade porque os auto
planadores não são tão rápidos como o dá Sophia.
- Certo Mano?
- Certo, mas e o seu medo de rato?
- Se aparecer um rato nessa hora eu o
mato na dentada.
- Agora vamos fazer silêncio, até eles
acharem que não tem mais ninguém aqui, porque eles não vão arriscar a entrar e
colocar a vida do sequestrado em risco, eles têm que ter certeza do que está
acontecendo aqui dentro, por isso não respondam a nenhuma investida deles.
A polícia anuncia mais uma vez.
- Saiam com as mãos na cabeça ou vamos
invadir.
Esse o era o momento que o Marcos
precisava ele levanta a tampa do esgoto desativado que ficava embaixo da pia da
cozinha e entra no buraco escuro, fedido e sujo, que cabia uma pessoa certinho,
enquanto o Marcos se arrastava pelo duto de esgoto, começa vir algumas
lembranças à tona na sua cabeça do dia que o seu pai construía essa vala,
enquanto as tampas de concreto secavam na forma que ele construiu de madeira, e
ele e o seus irmãos fizeram alguns desenhos e escreveram os sus nomes no
cimento que secava. Ele se arrasta até o final do duto, levanta a tampa e
espia, no momento que os policiais começavam a cercarem a casa, deixando a
retaguarda vazia e não havia ninguém perto do auto planador da Sophia, ele sai
do Buraco entra no auto planador e voa para o lado oposto da casa se
distanciando e contornando para poder vir por trás da casa, ele desce com o auto
planador dentro do córrego e vai na direção do barraco, ele chega na porta dos
fundos onde haviam dois policias ele atropela os policiais colocando o auto
planador em cima deles e grita .
- Rápido, vamos rápido.
Sophia, Filo e o Thiago correm e entram
no auto planador, rapidamente Marcos decola e entra novamente na vala do
córrego se distância da casa e sobe bem alto.
Capítulo XXX
A polícia os persegue e assim
começa uma perseguição alucinante, pelos antigos prédios e destroços
da Avenida Berrini, eles tentam despistar a polícia, que vinha no encalce
deles, mas como auto planador da Sophia era mais rápido que
o da polícia eles se distanciam e despistam a polícia por algumas
horas, mas eles haviam esquecidos que os auto planadores tinham rastreadores
era facilmente rastreado e assim começava novamente
a perseguição, só que dessa vez a polícia estava atirando neles e um
desses tiro acerta o motor do auto planador que começa a
perder potência e ativa o sistema de segurança que o faz pousar no
meio da floresta que rodeava os prédios novos, o auto planador bate
no chão e de repente um silêncio, todos estavam desnorteados, eles
avistam uma das torres nova, tossindo Sophia pergunta, se estavam
todos bem.
- Estão todos bem, ninguém se machucou?
- Eu estou bem. Fala o filo.
Eu também. Fala o Thiago.
- Eu acho que eu não, acho que levei um
tiro na perna e acho que quebrou um osso meu.
Todos tentam sair do auto planador,
Marcos tenta se levantar e não consegue.
- É não tem jeito, está quebrada mesmo.
- Vamos mano eu te
ajudo. Fala o filo.
- Eu também te ajudo Marcão. Fala o
Thiago.
Os dois retiram o Marcos do auto
planador e o carregam para dentro da floresta.
- Nós não vamos conseguir ir muito
longe assim não, vocês não vão aguentar a me carregar por muito tempo, o melhor
é sentarmos e esperarmos a polícia chegar.
- Não eu não quero, ser preso, eu não
fiz nada, isso é muito injusto. Fala filo.
- Calma Filo, tudo tem um jeito. Fala
Marcos.
- É verdade Filo, no fim tudo vai dar
certo, eu tive uma ideia, eu só preciso conversar com a minha irmã e depois eu
falo para vocês dois a minha ideia.
- Sophia eu preciso conversar com você,
vamos conversar como dois irmãos.
- Conversar sobre o que?
- Eu quero reparar o meu erro do
passado que cometi com você, quero me redimir agora com você e pedir o seu
perdão, você me perdoa do fundo do seu coração?
- Sim eu te perdoo acha que passamos
por umas boas essas semanas, mas você vai se redimir como?
- Eu vou dizer para o papai e para
a polícia que isso tudo, foi ideia minha e só queria dar um susto nele e
em você pelo modo que vocês vinham me tratando nos últimos tempos.
- Você faria isso?
- Faria se você me perdoar e disser que
me ama como seu irmão novamente esquecendo tudo o que aconteceu no passado e me
der um abraço bem forte, sim eu faço qualquer coisa por você.
Sophia fica pensativa e o Thiago fica
parado na sua frente com os braços abertos esperando a irmã o abraçar e o
perdoar.
Sophia levanta a cabeça com os olhos
cheios de lágrimas abraça o irmão e diz:
- Eu te amo sim e já havia te perdoado.
Os dois se abraçam por um tempo.
- Mas o que você vai fazer exatamente.
Thiago olha para o Marcos que estava
sentado com a mão na perna olhando para eles.
- Espera um pouquinho irmã.
Thiago caminha até o Marcos e pergunta.
- Você me acompanha se algo der errado,
você fica comigo até as últimas consequências, assim nos inocentamos o seu
irmãozinho e a minha irmãzinha, se nós dissermos que tudo isso foi ideia nossa
e que eles dois são inocentes que nós iriamos sequestrar a Sophia hoje, e que
havíamos sequestrado o seu irmão ontem para poder usar ele para pegar a Sophia,
que o ameaçamos e fizemos ele chamar ela até o barraco, mas que não deu tempo,
porque a polícia chegou.
- Sim é claro que faço isso.
- Mas tem um problema que você está
esquecendo a irmã de vocês a Marina, ela pode pôr tudo a perder, porque ela
escutou a nossa conversa e foi ela que avisou o meu pai que chamou a polícia.
- Vocês disseram que ela é gananciosa
e que é amante do meu pai, se eu conseguir falar com ela, ou se um de você
conseguir falar com ela é só oferecer algo que ela queira para ela ficar
quieta.
- Eu acredito também que se você fizer
isso o papai vai te perdoar e não vai deixar você ir preso.
- É, parece que você não conhece o
papai, ele nunca vai me perdoar, mas não custa tentar né.
- E se o seu pai não nós perdoar e se
formos sentenciados, teremos que ir viver no presídio na lua. Diz Marcos.
- Se você estiver ao meu lado eu vou
até para Marte, eu não me importo desde que você esteja ao meu lado e então
você topa?
- Se é para salvar o meu maninho e
minha cunhadinha querida, é lógico que sim, porque eu não tenho muitas
escolhas, por ser um ex presidiário.
- Então combinado, vocês entenderam a
história, nós quatros temos que contar a mesma história várias vezes para a polícia
e tem que ser igual todas as vezes.
Alguns autos planadores da polícia
pousam ao redor deles e em um dos carros estava o seu George, que desce do auto
planador e corre em direção do filho e o abraça e pergunta.
- Você está bem filho, eles não te
fizeram nenhum mal?
- Na verdade fui eu que não fiz mal
para eles.
- O que você está falando?
- Preciso te confessar para o senhor,
que toda essa ideia do sequestro foi ideia minha.
- Você não sabe o que está falando,
depois a gente conversa com calma e o que a sua irmã está fazendo aqui e olha o
marginal do namorado dela que te sequestrou, por isso a irmã deles sabia onde
vocês estavam.
- Não pai, não é nada disso, ele que é
a vítima nós o sequestramos ontem para poder sequestrar a Sophia hoje, mas não
deu tempo, eu que sou o sequestrador e contratei o irmão mais velho dele que
tinha experiência com sequestro e também contratei os outros dois que fugiram.
- Você quer dizer que morreram.
- Morreram como a polícia matou eles
- Não, na perseguição eles bateram de
frente com um trem em movimento.
Marcos olha para o Thiago e abaixa a
cabeça.
- Mas o que, que você está falando
filho, que tudo isso foi ideia sua?
- Sim pai, naquela noite que
encontramos eles no estádio, foi ali que comecei a esquematizar tudo, depois
que eles foram embora e a irmã dele me contou a história dele, eu o procurei e
pedi a ajuda dele e forjei o meu sequestro.
- Mas porque filho?
- Porque pai, porque você sempre
me tratou como um nada, nunca me deu amor ou carinho, sempre deu muito mais
valor nas suas coisas de valor, até uma garrafa de vinho era muito mais
importante do que eu, sempre foi assim, desde que eu me lembro como gente, você
não tem noção do que eu cheguei a fazer com a Sophia por causa de uma porcaria
de uma garrafa de vinho que ela quebrou, uma daquelas garrafas que
você dizia que era o seu licor dos Deuses.
- Ah então foram você que quebraram?
- Não, quem quebrou foi só a Sophia,
mas eu usei isso para chantagear ela tadinha, ela ficou com tanto medo de ter
quebrado aquela garrafa que eu me aproveitei da situação e tirei a virgindade
da minha irmãzinha.
- O que você está dizendo seu
desgraçado?
- É isso mesmo que você escutou infelizmente
essa desgraça aconteceu, mas a culpa não foi minha e muito menos da Sophia, a
culpa foi sua, nós tínhamos de tudo, de bens materiais, mas éramos carente de
amor de pai, nós éramos tão carente, que eu acabei virando Gay, e tem isso
também eu sou gay e em uma dessas minhas fantasias das loucuras da minha
cabeça, acabei perdendo o controle e machuquei a minha irmãzinha, porque e
estava psicologicamente perdido.
- Então era por isso que vocês se
odiavam tanto, agora está explicado.
- Sim era por isso e por causa desse
ódio que eu armei sequestrar ela e graças a Deus que deu errado esse sequestro,
assim não machuquei ainda mais a minha irmã, que me perdoou por tudo o que fiz
para ela.
- Não estou entendendo mais nada, eu
fiz de tudo por vocês, dei educação, paguei os melhores colégios.
- Justamente, mas eu queria a sua
atenção o seu afeto, fiz tudo isso pensando em descobrir se o senhor realmente
me amava e quando eu te vi na televisão anunciando, que havia me sequestrado,
eu cheguei a acreditar que você me amava se não tivesse continuado a ficar
olhando para a televisão e perceber que, quem havia feito aquele discurso foi o
seu pessoal de imagem, nada disso era pôr dinheiro, o dinheiro era só um
disfarce, uma desculpa para ver o quanto eu valia para o senhor.
- Eu não acredito no que você está me
dizendo, foram eles que fizeram você dizer tudo isso, não foi?
- Não pai foi tudo ideia minha e acho
que descobri que o senhor realmente me amava sim, e agora estou arrependido e
eu te devo desculpas e gostaria de saber se o senhor me perdoa?
- Perdoar depois de tudo o que você
fez, depois do que você fez com a sua irmã, eu estou começando a te odiar e não
quero nunca mais te ver na minha frente, eu nunca queria ter filho, isso sempre
foi o desejo da mãe de vocês, eu sempre soube que filho só dá trabalho e dor de
cabeça, mas isso era o sonho da sua mãe, para mim você morreu, isso não é coisa
que se faça com um pai, onde já se viu fazer uma coisa dessa, e tem mais você
vai responder por todos os seus atos, por toda a sua irresponsabilidade, vai
cumprir pena por sequestro, estupro, e todos os outros crimes cabíveis, vai
assumir e sentir as consequências, não vou interferir em nada, vou deixar você,
responder e pagar por todos os crimes que cometeu, por tudo que você fez e o
que não fez e tem mais. Eu não te perdoo, não perdoo, não perdoo.
Seu George diz isso e passa mal, tendo
que ser socorrido pelos policiais que estavam ali.
Mas com um restinho de força ele dá a
voz de prisão para o filho dizendo:
Guardas façam o serviço de vocês e
prendam ele e o capanga dele, só libertem a minha filha e o namorado dela
que também foram vítimas desse crápula que um dia eu chamei de filho, agora me
tirem daqui não estou suportando esse cheiro de esgoto, que não sei se é dá
boca dele ou da alma dele.
Capítulo XXXI
Vamos Filo, vamos logo, esquece que é
hoje que nós vamos visitar o meu irmão e o seu irmão na prisão Lunar.
- É lógico que não esqueci, você está
doida, você está ansiosa de mais, e fica me apressando.
- Realmente estou, como são as coisas
né, quando o meu irmão estava perto de mim, naquela época eu queria distância
dele, agora parece que está faltando um pedaço de mim, de tanta saudade.
- Está bom estou pronto.
- Então vamos logo, se não vamos perder
o ônibus espacial.
Alguns dias depois.
- Olha lá estão eles.
- Oi, oi, que bom que vocês vieram.
Eles se abraçam e se beijam.
- Cadê o meu irmão? Pergunta Filo.
- Ele teve que ficar em casa,
porque nós temos uma surpresa para vocês.
- Surpresa, que surpresa, agora eu
quero saber? Diz a Sophia.
- Vamos lá que vocês vão ver.
No caminho o Thiago comenta com a
Sophia, você sabia que a população aqui é setenta porcento de casais gays,
tanto de homens com homens como de mulheres com mulheres.
- Sério?
- Sim, sério, e sabe o que é estranho o
Filo estava lembrando de um dos sermões do seu pai Filo e ele lembrou uma vez
que ele falou sobre esse assunto, ná época ele achou estranho e nem imaginava
que isso poderia acontecer com ele.
- Mais do que se tratava esse assunto.
- Sobre o futuro do mundo, ser gay,
lógico que o linguajar do seu pai não foi bem assim. Diz Thiago e ri.
- Como assim irmão, como foi então?
- As palavras que o pai do filo usou?
- Isso.
- O Marcos contando é muito engraçado,
ele imita igualzinho assim eu acho que era e fico imaginando o seu pai dizer
assim: “O futuro do mundo vai ser desses frescos afeminados”.
- Não entendi. Diz a Sophia.
- É porque não contei o restante da
história, o que ele queria dizer era que o futuro do mundo era Gay, o Marcos,
contou que em uma dessas vezes que eles estavam andando com o carrinho de pegar
papelão e passavam por uma avenida chamada, acho que era Butantã, o Marcos viu
um Travesti e falou para o seu pai: olha pai um homem vestido de mulher, ele é
um mariquinha” e o seu pai o corrigiu dizendo: “Fio por mais que eu não goste
desse tipo de gente fresca afeminada, não podemos faltar com respeito com eles
e você sabia que o futuro do muno vai ser bem melhor graças a eles” E o seu
irmão ficou olhando para a cara do seu pai , parece que era a cara que ele
sempre fazia quando o seu pai tinha lapsos de sabedoria, e o Marcos
contando, ele faz o sotaque de nordestino, que ele diz que era igual ao do seu
pai, é muito bom ver ele imitando o seu pai, você tem que ver a felicidade dele
quando ele relembra essas histórias, ele já me contou tantas histórias que já
daria para escrever um livro com as histórias do seu pai com ele.
- Mas e o resto da história que você
começou a contar Thiago?
Ah tá, mas eu fico imaginando como ele
consegue lembrar de todas essas histórias com detalhes e tudo mais, só faltava
ter cheiro, mas como eu estava contando ele dizia: “Que os gays iriam ser a
solução para o planeta”
- Como assim?
- Deixa eu terminar, ele dizia que:
“Que homem com homem era errado , ou mulher com mulher, mas que isso era coisa
de Deus, porque Deus faz tudo certo e se todos fossem héteros o
mundo não iria aguentar com tanta gente que iria existir, o que ele queria
dizer era sobre o controle de natalidade, ele dizia que isso era tão
preocupante, que na China já estava acontecendo isso e um casal lá na
China na época não podia ter mais de um filho, só podia ter um filho , se um
casal tivesse mais de um filho, eles eram presos e o filho abortado, então ele
achava que o número de gays estava crescendo muito naquela época e que isso era
a vontade de Deus se manifestando”
- Nossa o seu pai tinha estudo Filo?
Pergunta a Sophia.
- Não, ele era analfabeto. Responde
filo.
- Sabe o que eu acho mais estranho, eu
acho que naquela época ainda não se falava sobre casamento gay ou famílias gays
como as que estão acontecendo, que hoje para nós é muito natural, mas naquela
época o preconceito era muito pesado, se o seu pai estivesse dito isso para um
amigo dele, com certeza o amigo dele iria rir da cara dele, mas ele tinha
razão olha essa cidade com as maioria de casais gays, que assim não
aumenta tanto a sua população, lógico que aqui aumenta por causa dos crimes que
as pessoas cometem na Terra e são mandados para cá, aqui quase não tem
crianças, são poucas, as crianças que tem aqui, mas eles tem uma ala só para
crianças, que são abandonadas ou órfãs, porque as pessoas morrem rápido aqui,
alguns não aguentam e entram em depressão e acabam se matando, deixando só
filhos sozinhos, fora os casos dos assassinatos, porque como ainda estamos em
fase de teste e os assassinos também são mandados para cá e muitas vezes não se
adaptam e acabam cometendo crimes e ai acabam sendo mandado para as prisões
solitárias nos esteroides, longe daqui, por isso a criminalidade aqui não é tão
grande porque a prisão solitária nos cometas é apavorante e todos tem medo,
dizem que as pessoas ficam loucas ou acabam morrendo quando o cometa colidi com
algum planeta ou entra em um buraco negro.
- Essa história me lembra do pequeno
príncipe que vivia em um planeta assim como se fosse um asteroide, ou o que
devia de ser.
- É mais ou menos isso a diferença que
muitas vezes os asteroides são maiores, e esses que são grandes são usados para
as pessoas que tem família aqui, onde se ele for mandado para lá por
teletransporte e tem que levar a família dele também, com ele e assim eles vão
ter que sobreviver com uma quantidade de água única, tem que sempre
filtrar as urinas deles, e toda água que eles usam, são novamente
recicladas e vivem assim, quando o asteroide é grande ainda tem toda essa
estrutura, o pior é quando se é mandado para um asteroide pequeno onde a pessoa
vive sozinho e vive só com ração de astronauta, sendo reabastecido de seis em
seis meses.
- Cruzes eu em, pensou viver assim.
- Se você pensar era como os
astronautas viviam em uma nave, só que agora em uma capsula fixada na pedra que
produz o próprio oxigênio e tem em mais espaço que uma nave do passado,
diferente das naves Navios que nós temos hoje em dia que são gigantes e viajam
pelo espaço como um cruzeiro a procura de novos planetas habitáveis.
Você está me contando toda essa
história, mas não consigo para de pensar o que será a surpresa, já estou quase
imaginando o que pode ser.
- Chegamos no apartamento meu amor,
entra Sophia entra Filo, deem uma olhada no nosso quarto o seu irmão deve de
estar na cama.
- Eu não acredito uma criança!
- Uma criança?
Isso mesmo, como não podemos ter
filhos, adotamos essa criança, é uma menina, a sua mãe não sobreviveu no parto,
ela estava muito doente,, era uma viciada e foi presa na terra e mandada para
cá, mas na viagem da terra para cá, ele teve complicações e não aguentou , mas
felizmente ele conseguiram salvar a criança, que foi levada para a ala das
crianças órfãs daqui e nós se escrevemos para adota-la, e como todo mundo sabe
de quem eu sou filho, me facilitaram.
A Sophia estava de boca aberta.
- Ela é linda, parece uma bonequinha de
porcelana.
- Ela se chama Camila e agora faz parte
da nossa Família.
- Oi para vocês também.
- Desculpa Marcos, é que fiquei
realmente surpresa com essa novidade, me dá um beijo meu irmão de coração.
- E você Maninho não vai me dá um
abraço também.
- `Lógico mano estava morrendo de
saudade de você, mas é que fiquei perplexo com essa criança.
- Ah, mas nós também temos uma surpresa
para vocês.
- Que surpresa?
- Você não reparou na minha barriga?
Não reparou que estou até mais gorda.
- Gorda você, para você engordar vai
ter que comer muito, você está linda e a cada dia mais bonita, o seu corpo é
escultural, mas olhando bem, você realmente está com uma barriguinha, nossa
você está gravida!!
- Estou e vai ser um menino e vai se
chamar José Sócrates da silva, o José é igual o Pai de vocês, o Sócrates
porque vocês diziam que ele era muito sábio e o silva que é da Família do
Filomeno Santos Silva.
- Ainda bem que você não colocou
George.
- Nos até estávamos pensando em colocar
e mostrar para ele que não temos mágoa dele, pensamos em colocar, José George Sócrates
da silva.
- Até que não ficou mal e por falar nele,
como ele está?
- Depois de tudo o que aconteceu ele
ficou sozinho.
- Ficou sozinho porquê?
- Você lembra da irmã do Filo a Marina.
- Sim, fiquei morrendo de medo dela
estragar todo o nosso plano e dedurar vocês.
- Pois é, sabe porque ela não fez isso?
- Nem imagino.
- Eu e o Filo fomos conversar com ela
assim que saímos daquela floresta e pedimos para ela não contar mais nada para
o meu pai, que nós iriamos ajudar ela a se dar bem com ele, e que se ela
contasse mais alguma coisa o Filo poderia ser preso e poderia matar a mãe dela,
que é a única coisa que coloca medo nela, é da mãe do Filo morrer, ela tem
pavor disso, eu disse assim para ela, se você não contar mais nada, eu vou
contar para a minha mãe que o meu pai tem uma amante e conhecendo ela, ela vai
pedir o divórcio e deixar o caminho livre para você, ela concordou na hora e
não falou mais nada, ficou de bico fechado.
- Mas cobrava o trato todo dia de mim,
não me deixava fazer nada, se ia no banheiro lá estava ela perguntando: “A
Sophia falou com a mãe dela?”, quando acordava, lá está ela me cobrando: “A
Sophia já falou com a mãe dela?”
- Pois é, e por causa disso, eu falei
com a mamãe, e foi difícil pra caramba para mim, fiquei com muito medo de
magoa-la, mas criei coragem e a chamei para a gente conversar e contei tudo
para ela.
- E ela tadinha, o que ela fez?
Pergunta o Thiago.
- Ela não ficou muito surpresa, parece
que já sabia ou imaginava, ela até sorriu como se era o que ela queria, e ela
só perguntou para mim: “você contaria essa história para um juiz?”, eu disse
que sim e ela falou: “Ótimo”.
E assim ela entrou com o divórcio e ficou
com metade dos bens do papai e foi viver com um novo namorado, uns trinta anos
mais novo que ela, mas eu suspeito que ela já o conhecia antes e ele já era
amante dela, porque ela aceitou a traição do meu pai assim, como se não fosse
nada e só pediu o divórcio, não chorou, não fez escândalo, apesar que isso não
era do perfil dela.
- Então foi assim que tudo aconteceu?
- É, mas não acabou, a Marina acabou
ficando com o papai também, ele deu uma vida de luxo para ela, e a levava para
viajar pelo mundo inteiro e esse foi outro erro do papai.
- Porque?
- Em uma dessas viagens a Marina
conheceu um homem rico e bem mais jovem que o papai e o trocou por ele deixando
o papai a ver navio e assim agora o papai vive praticamente sozinho naquela
mansão.
- Vichi que dó do papai.
- Dó depois do que ele fez com você,
ele poderia muito bem ter aliviado a sua prisão e a do Marcos, mas ele foi
orgulhoso e vingativo e aqui estamos.
- Eu não sou como ele, eu sei
perdoar e aprendi com a minha irmãzinha e o perdoo.
- Mas vamos falar de coisas boas e nós
precisamos comemorar as nossas novas vidas.
- O mais importante é que você está
muito feliz né maninha.
- Estou e você também me parece muito
feliz, mesmo estando vivendo aqui.
- Estou maninha, aqui não é muito
diferente do prédio que vocês moravam, é igualzinho , só e’ um pouco menor, mas
nós temos tudo aqui dentro também em uma escala menor do que o prédio da Terra,
mas a vida é a mesma, eu até gosto de viver aqui, nós temos essa vista
maravilhosa da Terra daqui e a felicidade é um estado de espírito, é uma coisa
que não se compra ou se escolhe independente de dinheiro ou outra coisa
qualquer, a felicidade muitas vezes é só estar com quem você ama, lógico que
nem sempre é uma mar de rosa, porque as vezes nós não suportamos nós mesmos,
mas estando com quem a gente ama, pode ser onde for, que não vai fazer
diferença, pode ser em um barraco ou em uma Mansão ou até em uma prisão, como
no caso aqui, que na verdade não lembra uma prisão em nada, só estamos
afastados da sociedade da Terra, para mim isso aqui é uma vida nova e
diferente, onde agora eu tenho a minha Família e estou e estarei feliz onde
estiver com eles.
Marcos abraça o Thiago e abraça a
Sophia e puxa o Filo para junto dele e todos ficam olhando o bebê em cima da
cama, que sorri para eles como se quisesse participar do abraço.
Fim.
Dib.
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