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Trying to be an artist, but I'm better at being a thug. Tentando ser artista, mas o destino é ser vândalo.
domingo, 27 de abril de 2025
Heroína ou Ironia? Capítulo XIV.
Capítulo XIV.
Então quer dizer que ele vendeu duas geladeiras e ninguém falou nada, roubou a da namorada do apartamento e a da sua Tia que estava na casa da sua avó, que absurdo, como alguém rouba uma geladeira e ninguém vê, olha o tamanho disso, como alguém consegue carregar sozinho. disse a minha esposa enquanto abria a geladeira para pegar alguma coisa para o almoço.
Na verdade a geladeira da namorada, os viciados da região deve de ter ajudado ele a carregar, agora o da casa da minha avó, a geladeira que era da minha tia, eu já não estava mais morando lá e nessa época a minha tia tinha voltado a casa do meu tio e estava tentando voltar com ele, o meu primo se aproveitando da situação, falou que a minha tia tinha pedido para ele levar a geladeira para ela na casa do pai dele, a coitada da minha avó e o meu pai, não suspeitaram de nada e deixaram ele colocar a geladeira na camionete e levar embora, só depois quando a minha tia, conversou com a minha avó que foram descobrir que era mentira ele conseguiu vender a geladeira e gastar tudo em droga.
Mano do céu, que história cabeluda, tenho que concordar o cara era bom de xaveco ou tramoia, meu Deus, não sei como ele não vendeu a casa da sua avó.
Porque não tinha documento. Disse eu rindo.
A minha esposa riu, mas ainda estava incrédula e disse.
Quando ele vendeu a geladeira nos ja estavamos casados, agora eu lembro que fui com você em um Natal, nós ainda namorávamos e não tinha Peru na ceia de Natal, mas eu lembrava que você falou que alguém já tinha comprado, mas não estava na mesa da ceia e você falou que o seu primo tinha vendido o Peru de Natal para comprar droga, que absurdo o cara roubou o Peru de Natal e vendeu ou trocou por droga, nã hora que você falou, achei que você estava brincando, você vive fazendo piadinhas, até achei que era brincadeira mesmo, eu lembro que na mesa tinha um frango, Brioche, pavê, Rabanada, Peril, tinha arroz e outras coisas, mas não tinha nenhum Peru, tinha muitos doces porque a sua tia e a sua avó eram ótimas cozinheiras, contando ninguém acredita uma coisa dessa, não dá para acreditar,o cara trocou o Peru da ceia da família por droga, se eu não tivesse visto com o s meu próprios olhos diria que era mentira.
Pois é, qualquer coisa que ele podia fazer rolo, vender ou trocar era uma moeda de troca por droga,era o que ele fazia para se drogar.
Eu lembro que essa época foi muito difícil para você, você estava magro com a cara chupada, tinha olheiras, o rosto estava bem magro, eu não sei o que vi em você nessa época, você era só o pó Zé ruela. Falou a minha esposa rindo e tirando sarro.
Sim foram tempos difíceis, mas eu lembro que quando comecei a trabalhar e não dormia direito, uma noite que eu estava voltando da sua casa e no caminho eu encontrei um amigo e ele perguntou se eu não queria trabalhar?
Eu pensei duas vezes antes de responder, mas respondi que sim, o rapaz falou que tinha que começar sempre às 05:00 horas da manhã e já logo na primeira noite que tinha que acordar cedo, o meu primo deu Show e não deixou ninguém dormir aquela noite, corria para o guarda-roupa, subia na casa, brigava com a mãe, foi um inferno e quando o cara chegou para me buscar para ir trabalhar, eu já estava acordado, aliás eu nem tinha dormido e assim foram algumas noites, eu ia trabalhar sem dormir e não podia comprar nada , porque tudo que eu comprava ele roubava para comprar droga, continuava na mesma situação, mas um dia eu estava tão de saco cheio dessa situação, que eu estava na cozinha e ele do lado da mesa e eu perto da pia e a minha tia e aminha avó perto da porta que dava para o quintal do fundo, estávamos discutindo e ele falou para mim assim: - Oque foi, o que você está olhando quer brigar, quer sair na porr.. E antes que ele terminasse a frase, eu fui dando socos nele, da pia até o armário do outro lado da cozinha, dei um monte de socos nele, só parei de bater quando a minha tia e a minha avó entrou no meio de nós e o covarde aproveitou e me deu um chute no saco e correu até a gaveta da pia para pegar uma faca e veio para cima de mim com a faca eu agarrei na faca, cortei todos os meus dedos e empurrei ele, depois eu corri para a sala e sai para a rua, ele veio atrás, quando eu cheguei na rua, havia um buraco cheio de pedras de asfalto, daquelas que se usa para pavimentar rua, eu peguei algumas e atirei nele com toda força, atirei para acertar na cabeça, mas ele se abaixou e a pedra bateu na parede fazendo um buraca que saiu até fumaça, se tivesse acertado a cabeça dele eu acho que tinha matado, mas tinha atirado para matar mesmo ele pegou a pedra e jogou de volta , eu peguei mais pedras e fui atirando sem parar ele correu e entrou de volta para dentro de casa e depois disso eu ainda tinha que me trocar para ir trabalhar, fui trabalhar com a mão toda cortada, mas antes de eu sair, ele estava doidão e pegou a faca e cortava a própria barriga, querendo dizer que não tinha medo, era quase todo dia assim.
Experimenta esse feijão para mim, vê se está salgado. Pediu a minha esposa, com uma colher cheia de sopa cheia de caldo de feijão para eu experimentar do feijão que ela estava preparando para o nosso almoço.
Hum, está um pouquinho salgado, vai me fazer mal. disse eu para ela após experimentar o caldo do feijão.
Deixa eu tentar arrumar. Ela colocou mais água.
Experimente agora! disse ela colocando uma colher com caldo de feijão na minha boca, já sem paciência.
Coloquei mais água, pronto agora não tem gosto de nada. disse ela brava porque falei que o feijão estava salgado, eu devia ter ficado quieto.
Ela ficou calada tentando melhorar o tempero do feijão, batendo a colher na panela e no fogão e depois ficou resmungando, eu esperei um pouco ela se acalmar e me oferecer de novo para experimentar o caldo do feijão.
Tô experimentando agora! disse ela enfiando a colher sem paciência na minha boca.
Hum!! Que delícia, agora sim está perfeito. ainda estava salgado, mas eu sabia que não podia dizer isso, mas ela chamou a minha filha para experimentar.
Filha experimenta esse feijão para mim. ela pegou um pouco do caldo do feijão e colocou na boca da minha filha, eu fiquei gesticulando para a minha filha não falar que estava salgado, mas.
Está muito salgado mãe. Aí eu tentei avisar ela.
Salgado! essa droga ainda está salgada, ah vocês vão comer assim mesmo, se quiser vocês que façam outro.
A minha filha olhou para a minha cara, eu estava sinalizando para ela com os olhos, querendo dizer, eu tentei te avisar para não falar.
pelo faça alguma coisa, arruma a mesa para nós almoçarmos!
Eu e a minha filha, pegamos a toalha de mesa e colocamos sobre a mesa, depois os pratos, os copos e os talheres, a minha esposa nos serviu e nos sentamos para almoçar.
Aposto que naquela época que você estava magro não comia uma comidinha assim feita com carinho.
É naquela época eu sentia muita falta disso, coitada da minha avó e da minha tia, era difícil se concentrar para ter um almoço de família, diante dos fatos daquela época, mas quando eu comecei a frequentar a sua casa, foi uma das coisas que me fez não querer ir embora e querer ficar lá, fui justamente nessa época que eu dormi pela primeira vez na sua casa, eu dormi no sofá na sala, e fazia tempo que não dormia tão bem, mas na verdade eu precisava de um lugar para dormir e melhor ainda se eu pudesse ficar mais tempo com você
Safado pilantra, eu sei bem quais eram as suas intenções.
O que?
O que é, eu posso dar detalhes, porque a minha filha está aqui agora. disse a minha esposa olhando para minha filha que disse.
Eu não quero ouvir nada disso, por favor me poupe. disse ela tampando os ouvidos.
E nós rimos bastante da cena e eu continuei.
Eu me lembro como se fosse hoje, naquela noite quando eu cheguei em casa depois de trabalhar o dia inteiro, me deparei com o meus troféus todos quebrados e jogados os pedaços no canto da sala no chão, como se alguém tivesse varrido e deixado ali, mas não fiz questão nenhuma, porque o que me interessava era ganhar o campeonato, o troféu era só um símbolo, dei de ombros e subi para o meu quarto para se trocar não me preocupei com nada, porque não tinha mais nada para ele roubar no meu quarto, que antes era um quarto de adolescente muito legal ,como já falei que antes dele ir morar lá, no meu quarto tinha uma prancha de surf pendurada na parede, o meu rádio ao lado da cama, em cima do criado mudo, a parede do lado da minha cama era toda grafitado do chão ao teto, fora outros desenho que haviam espalhados pelas outras paredes do quarto, o violão que não funcionava pendurado na parede oposta do graffiti, ao lado de um pequeno desenho feito com estêncil do garfield, a minha bicicleta e o meu Skate.
Você já falou isso. disse a minha esposa.
Sim, falei para você, mas a nossa filha não sabe disso. disse eu apontando para minha filha que retrucou.
Você já me falou isso milhões de vezes. disse ela fazendo uma cara de adolescente impaciente.
Tá, está bom, mas aquele, quando olhei para o meu quarto e pensei, é! está vazio, não tem mais nada, só o guarda roupa velho caindo as pedaços, sem porta que o meu primo também conseguiu quebrar, eu não sabia o que sentir ou pensar sobre aquilo, mas tinha um pensamento de que o que se foi, só eram bens materiais, que no fim se só se torna lixo ou resto de alguma coisa, o que importa são as pessoas o ser humano e a lição que tiramos disso, mas eu tinha um problema, eu tinha que pôr o rádio do serviço para carregar e deixar o bip do serviço junto, eu não podia sair por aí carregando o bip e também não podia deixar o rádio carregando na casa da vizinha onde estava o resto das minhas coisas, não podia abusar e usar a energia dela também para carregar o rádio, e na sua casa eu ainda não tinha tanta intimidade assim, então eu o deixei carregando na tomada do meu quarto, ainda meio que escondido, inocente pensei acha que o meu primo, não iria pegar aquilo, o que ele iria fazer com aquilo, ainda deixei junto da bota do serviço, debaixo da cama, mas ele ficava acesso um luz vermelha que ficava verde depois de carregado, e eu me lembro que era uma sexta-feira de carnaval por isso havia trago o aprelho para casa, o rádio walk talker e o Bip Pager do serviço, assim os deixei carregando, pensei várias vezes acreditando que o condenado não iria pegar e colocava embaixo da cama, atrás do criado mudo, tentei esconder de tudo quanto foi jeito, porque precisava deixar carregando, então tomei banho coloquei uma roupa qualquer e fui me trocar na casa da vizinha, onde estava as roupas novas que havia comprado e fui para a sua casa, nós ficamos juntos o feriado de carnaval inteiro e só voltei para casa terça feira a noite, quando cheguei em casa, estavam todos preocupados, dizendo que o meu primo havia sido preso e estava na cela da delegacia perto de casa, o meu pai era o mais agitado e falava sem parar.
Dessa vez ele paga, ele vai pagar por tudo o que ele te fez e te roubou.
Mas porque ele vai pagar ? perguntei porque não estava entendendo nada, até que a minha tia me explicou que.
Ele foi pego tentando vender o rádio, o bip e a bota do seu trabalho.
Eu não acreditei, coloquei a mão na cabeça e só pensava eu estou ferrado, vou perder o emprego, por causa desse vagabundo, mas não consegui acreditar no que ela estava me contando.
Tá tia, mas como que ele foi preso com as minhas coisas, como a polícia sabia que era roubado, o que aconteceu? perguntei porque não estava entendendo nada.
Ele foi preso porque quando a polícia o abordou e encontrou o rádio com ele, a polícia acreditava que ele estava tentando ouvir o rádio da polícia, mas quando eles modularam o rádio, a coisa ficou pior, porque quando o policial usou o rádio, uma pessoa o respondeu do outro lado, o policial perguntou de onde era e a pessoa do outro lado respondeu que era de uma empresa de carro forte de transporte de valores.
Entendi na hora o que aconteceu e respondi com um sonoro.
Vixxiii!! A polícia pensou que ele estava armando um esquema para assaltar a empresa de carro forte. Eu deduzi na hora e a minha tia consentiu balançando a cabeça e disse.
E agora você tem que ir lá na delegacia, eles querem saber quem é o dono da rádio. dizia ela desesperada coitada.
Eu vou com! Você disse o meu pai de primeira com vontade de fazer justiça.
No caminho o meu pai foi falando como eu nunca tinha visto ele falar, ele estava nervoso e com raiva e dizia.
Você não pode ser bobo, mais do que ele já te fez de bobo, tem que registrar um Boletim de Ocorrência e dar queixa, porque se você não fizer isso, pode ser considerado cúmplice daquele desgraçado e ainda por cima perder o emprego que te arrumei com muito sacrifício, você tem que por esse vagabundo na cadeia, Deus me perdoe por falar assim do meu próprio sobrinho, filho da minha irmã, mas olha o que ele fez com as nossas vidas, principalmente com a sua, será que isso nunca vai ter fim.
O meu pai falava tudo aquilo, mas eu só conseguia pensar, porque ele achava que tinha conseguido aquele serviço para mim, não tinha nada haver, acho que ele estava louco de raiva e não sabia o que estava dizendo.
Chegando na Delegacia, fiquei esperando a minha vez para ser atendido, a delegacia estava cheia de gente, quando o Delegado me chamou para depor, eu contei tudo o que estava acontecendo para ele, que o meu primo era viciado e que já vinha me roubando tudo o que eu tinha, que me deixou quase pelado e sem nada, que roubou o rádio, guitarra, contei tudo para o delegado e expliquei que os aparelhos que estava com o meu primo quando ele foi abordado e o rádio Walk Talk era do meu trabalho, mas o Delegado queria explicação porque que quando o policial modulou o rádio estava no canal da empresas de transporte de valores, eu só tinha uma explicação, que era que o rádio ficou o final de semana inteiro carregando e o sinal dele deve de ter ficado muito forte, que às vezes acontecia de entrar em outros canais o rádio, o que realmente era muito comum , pessoas que não eram da nossa empresa entravam no nosso sinal, principalmente no centro de são Paulo, acontecia muito, acostumados até a conhecer e reconhecer as pessoas que cruzavam o s nossos sinais, muitas vezes até o sinal da polícia, seguranças do metrô, etc.
O Delegado chamou o Policial e pediu para ele verificar os braços do meu primo para verificar o que eu estava falando sobre ele ser viciado em aplicar droga.
O Senhor aguarda um pouco até o detetive ir lá averiguar o que você falou, mas agora em relação ao rádio, o bip e a bota ,eu preciso que uma pessoa legal por parte da empresa, venha representar e retirar com a nota ou algum documento que comprove o que o senhor relatou, a bota você pode levar, naquela hora e um pensei ferrou, e agora o que ele vão achar disso tudo, vou perder o meu emprego, vou ser mandado embora por se envolver em algo assim, depois de alguns minutos o detetive voltou assustado com o que el tinha visto.
Doutor a coisa é feia, o cara não tem mais os canos, as veias estão todas estouradas, dos dois braços. O Detetive se referia a canos de água como veias humanas.
Ele também costuma aplicar na veia da testa ou da perna e até no dedão do pé. Eu explico para o Delegado os detalhes.
Eu nunca vi isso na minha vida e olha que tenho experiência nisso. dise o delegado abismado como o meu primo se aplicava em outros locais no corpo , porque as veias dos braços estavam tão machucados que ele não conseguia mais se aplicar pelo braço.
O Delegado olhou para mim e disse:
Na testa e no dedão do pé! Como não acreditava na situação que estava diante dele, disse ele balançando a cabeça.
É Doutor ele faz isso há tantos anos, que machucou os seus braços, acho que nem pega mais a droga na veia do braço, ele destruiu os canos dele do braço e os canos de esgoto da casa da minha avó, por causa disso.
Como assim ele estragou os canos de esgoto?
Ele depositava as seringas usadas pela descarga , depositou tantas durante alguns anos que o entupiu todo o esgoto, a minha avó teve que contratar um encanador para desentupir. tentei explicar para o Delegado como foi.
O Delegado estava perplexo, mas tanto ele como o Detetive que ouvia o que estava contando, o detetive chama mais gente para ouvir aquilo desacreditando que podia ser verdade, ele só acreditava porque ele viu com os próprios olhos os braços do meu primo machucados e depois toda hora levava alguém com ele para mostrar os braços e agora a testa e o dedão do pé, ele mostrava o meu primo para as outras pessoa dentro da cela, como uma aberração, o meu pai contou o inferno que virou a casa da mãe dele e da importunação diária que era a casa por causa dele depois que se drogava.
Bom, ele vai ficar detido, foi pego em flagrante com um produto suspeito e agora fruto de furto, você prestou queixa contra ele e como os aparelhos são da empresa, você precisa avisar que precisa vir alguém aqui retirar representando a empresa, mas também serão notificados judicialmente, por hora é só e vocês estão dispensados, dedão do pé,cada uma que me aparece. termina o Delegado não acreditando ainda na história.
Voltamos para casa, contamos para a minha tia o que tinha acontecido e que ela precisava contratar um advogado, porque o filho dela ficou detido e vai responder por suspeita de crime e furto qualificado.
Ela entrou em pânico, chorou bastante, mas ao mesmo tempo parecia um livramento para ela, aquela noite ela iria conseguir dormir, porque não iria ter show, mas também estava preocupada, talvez sim ou talvez não, porque coração de mãe sabe como é né. Mas aquela noite todos dormiram bem, estavam exaustos e cansados, foi uma noite tranquila, sem briga escândalo, batucada de porta, como havia acontecido umas noites que antecederam esse dia, eu tinha conseguido colocar o meu primo para fora de casa, tomei a chave dele e falei para ele ir embora e não voltar mais, inocência da minha parte achando que ele iria mesmo embora, durante a mesma madrugada, ele arrombou a porta da cozinha do fundo, a bacia que ficava pendurada atrás da porta fez um barulhão, foi um escândalo que acordou toda a vizinhança, o barulho foi tão alto que o s vizinhos foram em casa reclamar e queriam pegar ele, desse jeito acabamos deixando ele dentro de casa se ele saísse a vizinhança lixava ele, e assim ele acabou ficando.
Agora essa noite o silêncio só era interrompido pelo rádio do meu pai e assim foram as noites por dois meses, que foram o s meses que ele ficou detido e quando ele saiu da cadeia me jurou de morte, falou que quando saisse iria me matar, por causa disso eu tive que morar na cas deum amigo porque na época a sua mãe ainda nãoaceitava eu dormir lá direto,mas os pais do meu amigo também não deixaram eu morar lá por muito tempo e tive que voltar para a casa da minh avó; quando eu voltei era um domingo a noite e fui para o meu quarto, eu estava cansado, mas antes de dormir pensei nas minhas coisas, mas lembrei que já tinha deixado na vizinha uns dias atrádepois daqueal briga que tivemos na escola, que você falou que eu estava colando de você durante a prova, mas eu não estava, só estava pensando alto e tentando lembrar um detalhe, tanto que tirei a nota mais alta que a sua, eu tirei B+ e voçê B naquela prova de matematica, aquele dia a minha cabeã estava a mil, eu preicisava passara de ano de qualquer maneira, estava nervoso e não tinha para onde ir, não podia ficar naa casa da minha avó, poruqe o meu primo poderia fazer alguma maldade comigo dormindo e também não podia mais incomodar a casa do meu amigo e não podia ficar na sua casa a sua mãe nãome deixava dormir lá, os pai do meu amigos disseram que estava tendo muita despesa e que ue nãopodia mais ficar lá e na sexta feira dia da prova, depois despegar as minha coisas e colocar dentro de uma mochila, que tudo o que eu tinha naquela época cabia dentro de uma mochila túnel o que eu tinha se resumia a uma mochila, eu havia estudado o dia inteiro poruqe não podia tirar nota vermelha se não eu ria repetir poruqe já havia tirado nota vermelha na primeira prova e não iria concluir o cloegial e consequentemente iria perder o meu emprego que estava exigindo o diplom,a do colegial, agora imagina a minha cabeça como estava e você não foi nem um pouco compreensiva, me deixou mais para baixo, dizendo que eu queria colar de você e continuou dizendo me deixando mais nervoso, e continuou dizendo até depois que a professora havia recolhido as provas, ainda bem que fiquei nervoso depois disso, porque se fosse durante a prova, ela tinha me reprovado, na verdade eu não sei até hoje como ela não me reprovou, depois de eu rasgar o meu caderno no meio e jogar na lixeira e chutar a carteira na lousa e a lata de lixo, ela gritou.
Vai para a Diretoria agora!
Eu me levantei, pulei o muro e fui embora deixando as minhas roupas dentro da mochila na sala de aula, a sorte que você pegou a mochila para mim e a levou até a casa da minha avó, a sorte que você foi atrás de mim aquele dia, com a mochila pesada.
É eu lembro quando te encontrei você estava sentando na entrada da casa da sua avó sem saber o que fazer e quando cheguei perto de você, você ainda foi grosso comigo.
Eu devia ter falado bem feito para você por ter carregado aquela mochila pesada e mais os seu material e o meu,mas ainda te agradeci muito, só estava chateado e desesperado sem saber o que fazer, mas fiquei muito feliz quando te vi, porque você era a minha única esperança, e você realmente foi, depois que deixamos as minhas roupas na vizinha, eu fui com você até a casa da sua mãe e explicamos a minha situação, ela me deixou passar o final de semana lá, mas depois do final de semana eu tive que voltar para a casa da minha avó, aquela noite havia sido a pior noite da minha vida até então.
Quem vai lavar a louça eu já cozinhei, ou você ou a sua filha lava.
Eu lavo com maior prazer.
segunda-feira, 21 de abril de 2025
Heroína ou Ironia? capítulo XIII
Capítulo XIII.
Me ajuda aqui estrupício a estender a roupa, é muita roupa, você suja roupa igual criança, você e a sua filha pode dar as mãos, dá para contar o que é meu.
Isso quer dizer que tenho bastante roupa, ao contrário de outra época que quase fiquei pelado.
É, mas isso não quer dizer que você precisa usar todas e sujar ao mesmo tempo.
Se é doida, não exagera.
Exagerando eu, dá uma olhada nesse varal, olha o tanto de roupa que tem sua e olha o que é meu, você acha que estou exagerando?
Sim, eu ainda tenho muita roupa guardada, até preciso doar um pouco.
Isso mesmo, às vezes precisamos doar o velho para vir coisas novas.
Eu sempre lembro de uma frase, que a vizinha me disse na época que eu não tinha mais nada, que toda vez que quebrar ou alguém tomar ou roubar algo seu, precisamos pensar em comprar outro maior e melhor e não se apegar a trapos e velharias, no fim são só bens materiais e ninguém leva para o céu ou para o inferno.
Agora eu penso,será que o seu primo está em um lugar melhor, será que ele pagou os seus pecados, tomará que ele esteja em lugar melhor, assim espero, por mais maldade que ele tenha feito, tomara que esteja em um lugar bom.
Nossa você falando assim, estamos evoluindo, agora acredito que a sociedade tem uma solução, como diria ou Evolucionistas baseados em Darwin, viemos do macaco e evoluímos.
Eu não vim do macaco, só se for você Chimpanzé.
Eu sabia que você iria falar isso. Nós rimos da brincadeira.
Você ainda não respondeu a minha pergunta Lazarento.
Do que?
De como o seu primo fazia quando não tinha dinheiro para comprar droga, o que ele fazia para ficar doidão.
Ah tá!
Lembra que te falei, que eu tinha um tio que fazia sapato no fundo do quintal da minha avó.
Sim, eu cheguei a conhecer ele.
Então ele construiu uma edicula no fundo da casa da minha avó, lá ele montou o seu ateliê e o seu escritório, onde ele atendia os seus clientes, ele trabalhou lá por anos, mas quando a minha tia e o meu primo se mudaram para lá, ele não aguentou o meu primo, várias coisas dele também começaram a sumir,já nos primeiros meses o meu primo já havia roubado um monte de coisas del, ferramentas, produtos, tecidos, produtos finalizados, então ele desistiu e se mudou, mas largou muita coisa para trás, tecidos, latas, linhas, moldes e latas de cola de sapateiro.
O que tem isso?
Você nunca ouviu falar em cheirar colo de sapateiro, nunca viu aqueles moleques no centro da cidade de São paulo, na praça da Sé tem bastante, eles ficam com os saquinhos, inalando e ficam doidão.
Sim, mas isso é tão forte assim?
Depende da qualidade da cola ou com o que você mistura.
Misturar com o que?
Então a cola é só um detalhe, uma parte do cocktail que o meu primo fazia para se drogar, quando ele já acordava na secura, ele não tomava nem o seu achocolatado que a minha tia preparava para ele todas as manhãs, ele recusava e fazia manhã para que a mãe lhe desse dinheiro, e se ela não tinha ou não dava ele fazia birra igual uma criança mimada, as vezes a minha tia dava os últimos trocados que ela tinha, que não dava para comprar droga, mas ele conseguia comprar uma garrafa de pinga, aminha tia tentava relutar,mas no fim sempre acabava cedendo e assim ele ficava o dia inteiro bebendo e assistindo televisão,as coisas começavam a piorar, quando ele acabava a primeira garrafa e começava a segunda, o que para uma pessoa normal, isso já era quase como alcoólico, mas para ele isso era só uma entrada.
Sim, eu entraria em como alcoólico já no terceiro copo de pinga, eu sou fraca para pinga, mas eu não suporto nem o cheiro, lembra aquela vez que quis experimentar?
Nós rimos lembrando da situação.
Então às vezes ele não chegava a beber tudo, mas fica o dia inteiro sentado no sofá, bebendo ou dando pequenos goles e assistindo televisão, mas quando anoitecia ele já estava bêbado e percebia que a bebida não satisfazia e não dava o mesmo barato da heroína, então depois que todo mundo subia para dormir, ele pegava os remédios da minha avó, que ficavam dentro do armário da cozinha, a velhinha deixava ali para não esquecer de tomar, ficava tudo separadinho para ela tomar nos horários certos, tinha vários tipos de remédios, para diabete, pressão alta, colesterol e remédio para dormir, calmante, depois que começou a sumir ela tirou essa de lá, mas até então,era uma fonte de droga para ele, as vezes ele tão audacioso que ele percebia que a minha vó havia escondido esses remédios , ele subia no quarto dela enquanto ela dormir, procurava e achava e aí a festa estava festa.
Como assim?
Ele misturava esses remédios com álcool, nunca ouviu falar dessa mistura?
Não.
O álcool potencializa o efeito dos remédios, mas é uma combinação perigosa, pode causar uma parada cardíaca, consumindo o álcool com remédios.
Nossa, que perigo e o lazarento não morria.
Pois é, o Lazarento era duro na queda, mas calma a melhor parte está por vir agora.
Tem mais?
Sim! falei já rindo por lembrar da história.
Então ele misturava, pinga com remédio da minha avó, quando acabaram os calmantes ou qualquer remédio que desse algum efeito, ele pegava qualquer coisa para tentar sentir algo parecido com a heroína, lembra do quartinho do meu tio que eu estava falando?
Sim.
Lembra das latas de cola que falei que ele deixou para trás?
Sim, o que tem essa droga de cola, o que tem, fala logo seu tonto.
Então ele inalava a cola, depois de ter tomado pinga com remédio.
Deixa ver se entendi, ele bebia pinga, misturava com remédio e ainda por cima cheirava cola, caramba imagina a dor de cabeça no dia seguinte.
É mesmo, mas ele acordava como se nada tivesse acontecido, lógico acordava às 03:00 horas da tarde.
Caramba, como ele não morreu antes?
Uma vez ele ficou tão doido, mas tão doido com toda essa mistura, que acho que foi o dia que vi ele mais alucinado, eu cheguei da escola e todo mundo já estava dormindo, mas a luz do fundo do quartinho estava acesa, eu estava com fome e fui para a cozinha comer alguma coisa, eu percebi que a porta da cozinha estava aberta, quando fui fechar a porta, escutei um barulho, abri a porta e fui conferir o que era,fiz muito barulho porque a minha avó colocava bacias de alumínio atrás da porta justamente para fazer barulho, eu fiquei parado por uns instantes, pararisado e o passarinho tim piou, então abri o restante da porta tentando não fazer mais barulho e consegui sair para o quintal, a luz do ateliê do meu tio estava acesa e pude ver pela porta de vidro uma silhueta, eu conhecia aquela silhueta era o meu primo, ele segurava uma lata grande de 20 litros de cola de sapateiro na altura do peito, a lata deveria de estar no finalzinho, porque ele não iria conseguir segura-la tão fácil se estivesse cheia, o cheiro era o mesmo, até sobrava mais espaço para ele enfiar a cabeça dentro da lata e inalar o cheiro, mas quando eu sai no quintal deposi de ter feito o barulho, ele estava estáticosegurando a lata e com a outra mão fazia com o dedo na boca, pedindo silêncio, eu pensei , mas apra quem que ele está pedindo silêncio.
Xii! Fica quieto, senão eles vão nos ouvir e vão nos pegar, ele parecia estar conversando com outra pessoa.
Então ele colocou a lata de cola no chão e foi para o outro lado, como se trocasse de lugar com alguém, a silhueta dele ficou um pouco atrás da parede então eu fui um pouco para o lado para poder ver o que ele estava fazendo e quando ele se posicionou do outro lado, ele assumiu uma outra postura e mudou a voz e começou a dar bronca na outra pessoa imaginária que estava segurando a lata.
Eu falei para você não fazer barulho, você é estupido e burro, agora eles vão vir nos pegar e é tudo culpa sua, seu idiota, você faz tudo errado, nunca faz nada certo. ele apontava o dedo para o outro lado como se estivesse alguém ali, depois que ele terminou de dar a bronca, ele voltou para o outro lado e sua silhueta apareceu do outro lado, ele pegou a lata de cola do chão, deu uma inalada, mudou de voz, estava usando uma voz de coitado e falou como se queria se desculpar com alguem.
Me desculpa por favor, me perdoa, eu não vou fazer de novo, eu prometo, juro que tomo cuidado, mas não me bate por favor.
E ele se ajoelhou no chão juntando as duas mãos em forma de presse olhando para cima e implorando para a pessoa imaginária não bater nele perdoá-lo.
E falava gesticulando e implorando perdão, depois ele se levantou e trocou de lado novamente, eu me ajeitei novamente para acompanhar a silhueta, então ele assumiu outra voz e dizia.
Não você não presta, você é ladrão safado, você merece morrer, não merece perdão, você tem que ser castigado, você não merece viver, você é uma desgraça, você engana todo mundo, ninguém mais confia em você.
Então ele trocou de lado novamente, pegou a lata de cola e inalou novamente e mudou de voz.
Eu prometo vou melhorar, não é a minha culpa, a culap é desse maldito vício que não me deixa, eu sou bonzinho eu tenho um bom coração.
Então ele depositou a lata no chão e foi para o outro lado eu me ajeitei para acompanhar, ele mudou de voz e dizia.
Não você é um maldito, você acabou com o casamento da sua mãe e do seu pai, agora está acabando com o resto de vida da sua avó, dando trabalho para a velhinha que não tem mais saúde, toma desgraçado você merece morrer.
Ele dava golpes, como se estivesse dando chicotadas em alguém, dava soco no vento e chutes como se estivesse batendo em alguém, já sem fôlego ele mudou de lado e assumiu o papel de quem estava apanhando e assim a silhueta apareceu do outro lado, ele pegou a lata do chão deu uma inalada e assumiu o papel de quem estava apanhando.
Não, por favor, não me bate, ai, ai , está doendo, para por favor.
Ele colocou a lata no chão e implorando com as mão em forma de prece, suplicando.
Não me bate mais, você vai me matar, eu sei que não presto, mas eu prometo que vou mudar, eu sei que sou um verme e que só ferro com as vidas das pessoas.
Ele pegou a lata, deu uma baforada e trocou de lado novamente assumindo a voz brava, mas agora só com uma das mãos porque estava segurando a lata de cola, ele apontava com o dedo e dava bronca.
Eu não acredito mais em você, você gastou todas as suas fichas, morrer é pouco para você, você não pode morrer assim tão fácil, tem que sofrer muito antes, para pagar os seus pecados.
Ele colocou a lata no chão e foi para o outro lado e eu acompanhando ajeitando o corpo para não perder nenhum detalhe daquele teatro, já do outro lado a sua silhueta no vidro da porta assumiu a voz de coitado mas estava debochado.
Aí não me mate o todo poderoso. ele dizia isso e dava risada.
Aí como você é forte, eu tenho tanto medo de você, olha como estou morrendo de medo. ele mostrava a mão para o nada .
Vai se foder , filho da puta, vai tomar no seu cú, pensa que eu tenho medo de você, quem você pensa que é para falar assim comigo, você acha que é melhor do que é?
Então ele mudou de lado, pegou a cola e deu mais uma inalada e mudou de voz.
Então é assim, ficou valente agora, não se cansou de apanhar, mas o que é seu está guardado , você vai dormir ou vai vacilar, aí eu te pego.
Ele mudou de lado rapidamente e remendou a outra voz.
Aí ele vai me pegar, aí que medo, eu sou o rei da malandragem, nasceu ontem e já quer dar um de cão para cima de moá, tem que comer muito feijão, rainha de sabá.
Eu pensei que estava louco e não aguentei e soltei uma risadinha, ele escutou e parou e olhou para o lado da cozinha,ele tentou olhar pelo friso da porta.
Viu você está fazendo muito barulho, eles vão nos pegar e você vai morrer, eu não, só você que vai morrer, você faz tudo errado, ele mudou a voz novamente.
Xii , viu, tem gente aí, e agora?
Ele trocou de lado e a voz brava perguntou.
Quem está aí?
Eu corri para a cozinha e dei uma pancadinha na porta, a bacia pendurada no prego fez barulho, mas eu entrei rápido e subi para o meu quarto.
Eu pensei comigo, que louco, hoje ele está doidão, alucinado, se eu contar ninguém vai acreditar, tinha que ter filmado, isso já não é mais louco é insanidade, camisa de força é pouco, é caso de internar no hospício.
Literalmente. disse a minha esposa
Vixi era para chamar o cata louco, caso de hospício daquele de alta periculosidade. disse a minha esposa perplexa e depois riu.
Meu que loucura.
O Cara foi um perfeito ator, digno de um Oscar, se um dia eu escrever um livro e um ator interpretar essa cena desse jeito, ele ganha um Oscar com certeza, aquilo foi melhor que muitas peças de teatro, teve drama, comédia, foi hilário ao extremo, foi tudo ao mesmo tempo, acredito que foi a coisa mais louca que já vi na minha vida, eu ali no escuro assistindo aquele espetáculo, só faltou a pipoca e poltrona reclinável, eu poderia ficar a noite toda assistindo aquilo, que ator, que interpretação, foi muito emocionante, o medo de ser descoberto, foi uma experiência única.
Posso imaginar, aliás não dá para imaginar, deve de ter sido muito doido, algo único é impossível imaginar algo assim.
Agora eu fico pensando, como uma moça bonita e cheia de grana se envolveu como seu primo, com essa loucura toda e ainda por cima ele passou Aids para ela coitada, como ela se chamava mesmo?
Também não lembro do nome dela, eles se chamavam de um nome carinhoso, Xuxuzinho,algo assim.
Era muito falso, falso foi o que ele fez comigo e com ela, nessa época eu já estava desempregado e vivia de bico e de rolo, fazia um bico aqui, um rolo ali, nessa época até apareceu uma entrevista de emprego em uma empresa boa, eu fui na entrevista de emprego e passei,mas no dia que eu iria começar a trabalhar novamente o meu primo me roubou durante a noite o outro rádio que eu havia comprado, com o dinheiro dos bicos que eu estava fazendo, era um rádio menor do que o primeiro que ele roubou, ele era vermelho bonitinho e tinha um som bom, mas não aproveitei nada ele, acho que não durou um mês, naquele dia quando acordei para ir trabalhar o rádio havia sumido, o criado mudo estava vazio, acordei todo mundo naquele dia, xinguei de tudo quanto foi nome, dei um show e no fim eu falei.
Quer saber de uma coisa, eu não vou trabalhar coisa nenhuma,para quê, não posso ter nada que esse desgraçado me rouba, vou ser vagabundo igual esse filho da puta, eu falava isso e tentava pegar ele, mas a minha tia, o meu pai e a minha avó entrava na frente e não deixava, o desgraçado ainda estava drogado sobre o efeito da droga com a boca torta com o meu patrocínio, com a droga que ele deve de ter pego na troca pelo o meu rádio, ele correu e se escondeu dentro do guarda roupa, eu dei um monte de paulada no guarda roupa para assustá-lo, ele saiu do guarda roupa com os olhos arregalados com a boca seca e torta, correu e subiu na caixa d'água, eu podia ter pego ele, mas não sou covarde e a minha avó estava na frente podia ter machucado ela, que coitada gritava.
Acabei de arrumar a caixa d'água você vai quebrar de novo, mas o desgraçado era egoísta e não estava nem aí, para o que era dos outros, quebrava e roubava.
No fim deixei para lá, não adiantava bater nele naquele estado.
Mas a única coisa que ele não conseguiu me roubar foi um relógio, porque eu não tirava do pulso, havia comprado com o dinheiro dos meu bicos e rolos, só não virou pó, por causa que sempre estava comigo, caso contrário já tinha sumido também.
Nessa época eu queria aprender a tocar algum instrumento musical, eu e os meu amigos queríamos montar uma banda, na [época eu queria aprender a tocar violão, guitarra ou contrabaixo, que era o que eu mais gostava, então o que eu fiz, eu conheci um cara que tinha uma guitarra, propus um rolo para ele, trocar o meu relógio com a guitarra dele, o relógio valei a um pouco mais, mas eu não fiz questão , porque já estava acostumado a perder coisas de valor, a minha vontade de aprender a tocar guitarra ou violão e contrabaixo era maior, eu até tinha conseguido um rolo em um violão velho e quebrado, que estava remendado, comecei a estudar com ele, pelo menos para entender as notas, mas não consegui evoluir porque o violão não afinava devido ao braço estar remendado e não deixava afinar as notas, pensei que a guitarra iria me ajudar e seria mais fácil e assim fiz o rolo com o cara, dei o relógio e peguei a guitarra e isso foi na mesma época que ele começou a namorar com ela, ela havia dito que tinha um loja de instrumentos músicais, então eu tive a infeliz ideia de perguntar para omeu primo, se ela não podia trocar a guitarra por um contrabaixo, e é lógico que ele concordou na hora, fiu a oportunidade de pegar algo e ficar um tempo sem ser descoberto, então eu falei legal, então um dia eu cheguei em casae quando entrei no meu quarto e fui pegar a guitarra, ela não estava lá, eu costumava deixa ela pendura em suporte na parede, ela era vermelha e contratava com a parede azul clara, o que deixa uma decoração bem legal no quarto, e quando entrei no quarto a parede vazia foi chocante, dava para perceber que estava faltando alguma coisa, poruq na parede oposta eu também tinha uma prancha de surf pendurada na parede, era um prancha quebrada, remendada que não servia para nada, só para decorar, por isso o meu primo nunca a roubou também, ele foi surfista e sabia que a quela prancha não valia nada, mas não duvido que não tenha passado nada na cabeça dele sobre rouba-la e tentar enganar alguém até então, porque depois ela sumiu também, junto com o meu Skate velhinho, que o shape estava todo destruído, já não tinha nose e tail, era só um resto de madeira, mas ele conseguiu vender assim mesmo e na parede à direita ficava o violão quebrada também, que depois mesmo quebrado o meu primo sumiu com ele e com a prancha, tudo que ele podia pegar e dar um jeito de enganar alguém, ele fazia, não tinha consideração com ninguém, era egoísta ao extremo, só interessava o vício dele e de como aliviar o seu desejo de se drogar, então nesse dia quando eu vi a parede vazia, eu pensei comigo, pronto virou pó e já desci bravo xingando pronto para bater nele, mas antes que eu falasse alguma coisa ele já foi falando.
Eu levei a guitarra para o meu Xuxuzinho.
Quem é Xuxuzinho, é algum traficante?
Não a minha namorada. Ele até falou o nome dela na época, mas agora eu não lembro.
Ah tá!
Eu levei para ela ver se consegue trocar para você, mas ela falou que tem que esperar um pouco, um contrabaixo com o preço equivalente, porque os que ela tem lá são todos muito caros.
Eu concordei balançando a cabeça e disse.
OK, está bom. até me senti mal por desconfiar dele, pobre inocente ingênuo que fui.
Acreditando na história assim, mas o tempo foi passando e nada dela me dar uma resposta, como eu não tinha intimidade com ela, nunca cobrava porque ele, dizia para não fazer isso, deixava que ele falava com ela, e toda vez que eu a via, o meu primo dava um jeito de desconversar e disfarçar, até que um dia eu cheguei em casa tarde da noite e peguei os dois transando no colchão que agora ele colocava no meio da sala para dormir com ela, os dois estavam pelados na sala, eu cobri os olhos para respeitar a moça e não ficar olhando ela pelada, mesmo o meu primo sendo um canalha, eu não sou talarico e tenho os meus conceitos de respeito com a mulher do próximo, assim ela puxou uma coberta e se cobriu, ela estava em pé no colchão tentando achar a roupa dela, ela estava morrendo de vergonha, eles acreditaram que eu já estava em casa dormindo, porque já era tarde, eu cheguei de madrugada em casa e como eu costumo fazer pouco barulho quando chego tarde, eles não perceberam eu entrando, devido estar no rala e rola, eu fiquei um pouco sem graça de atrapalhar o dois, eu e amoça estavamos com vergonha um do outro, mas o safado do meu primo , não estava nem ai, parecia estar gostando daquilo e ficava desfilando todo peladão, estava bem a vontade com o pinto balançando para lá e para cá, como se não tivesse perigo da minha avó descer ou a mãe dele.
Eu pedi desculpa para a moça e subi para o meu quarto, isso só piorou a situação, depois disso eu morria de vergonha dela e ela de mim e não podia perguntar ou não tinha coragem de perguntar, se ela tinha conseguido trocar o instrumento por outro e toda vez que ela me via ficava vermelha de vergonha e assim o tempo foi passando e demorando para saber ou resolver isso, até que um dia ela estava sozinha na sala e eu cheguei da rua e o meu primo havia saído por algum motivo, acho que tinha ido se drogar longe dela ou algo assim, estava enrolando ela que ficou sozinha na casa da minha avó esperando por ele, aí eu pensei é agora, vou aproveitar e perguntar sobre o contrabaixo, mas antes que eu dissesse qualquer coisa, ela falou primeiro.
Mocinho, posso falar com você um segundo?
Eu inocentemente, pensei: oba! Agora ela vai falar que conseguiu o meu baixo e balancei a cabeça dizendo que sim, então ela começou a falar.
eu não aguento mais dar presente para o meu namorado o seu primo e você roubar dele para comprar droga, eu dou tênis, blusa, relógio e outras coisas mais e você rouba tudo, quem você pensa que você é para ficar roubando os outros assim?
Em um primeiro momento eu fiquei sem resposta e confuso e não falei nada e ela continuou.
Você não tem vergonha na cara de ficar roubando os outros, de pegar algo que não é seu.
Eu fiquei ali sem saber o que dizer ou por onde começar, até que a minha avó se intrometeu e disse dando risada.
Ele roubando do primo, tenha santa paciência é ao contrário, é o primo que rouba tudo dele, o coitado não pode comprar nada ou ter qualquer coisa que o safado do primo pega tudo para comprar droga.
Não ele falou que é ao contrário, não é sogra, não foi que até a senhora confirmou aquele dia?
A minha tia também sem saber por onde começar e o que falar, balançou a cabeça e disse .
É ao contrário mesmo, é o meu filho que rouba todas as coisas dele, o menino ai nunca pegou nada do meu filho,pelo contrário até tenta ajudar ele a largar desse vício maldito, então tudo que você der para ele, ele vai trocar por droga, qualquer presente que tenha algum valor, vai virar droga ou pó, possivekmente tudo o que você deu para ele já não existe mais nada.
A moça olhou para mim sem saber o que dizer, querendo chorar.
eu acabei de dar uma blusa para ele, porque ele falou que não tinha mais nada para vestir porque o primo estava roubando as coisas dele.
Vamos ver se ele vai voltar com a blusa, você viu ele saindo com ela, se você puder esperar, você vai ver com os seus próprio olhos.
Mas porque a senhora confirmou aquele dia e não me falou que era mentira.
A minha tia tentava falar alguma coisa,mas não saia nenhuma palavra da boca dela, a moça olhou para mim, mas não pediu desculpa, então eu até contei a história da guitarra.
Ele também estava me enganando, ele falou que você tinha uma loja de instrumento musical, então eu pedi para ele pedir para você trocar uma guitarra por um contrabaixo.
Que guitarra? Falou a moça.
Ela não precisava falar mais nada, que eu já tinha entendido o que tinha acontecido, a minha guitarra já era, já tinha virado pó.
Depois desse dia a moça ficou com vergonha de ir lá em casa e com medo de que eu iria fazer alguma coisa com o meu primo, então a maluca teve a péssima idéia de levar o meu primo para morar com ela em um apartamento, ela tinha este apartamento, mas também morava com os pais, porque viajava muito a negócios, mas deixou o meu primo morando lá e quando ela queria ficar com ele, ela o encontrava lá e dois ficavam de boa, de “boa” nem tanto, acredito que o meu primo deve de ter dito alguma coisa para ela: dizendo que eu iria mata-lo ou coisa e tal e a coitada acreditou. Então depois de algumas semanas que ela deixou o meu primo morando lá sozinho no apartamento, alguns vizinhos ligaram para ela dizendo que o barulho e o entra e sai do apartamento de madrugada estava insuportável e que estava destruindo o apartamento como ela estava viajando não conseguiu retornar rápido, quando ela deixou o meu primo lá e saiu para resolver os seus negócios, o apartamento tinha de tudo, estava todo mobiliado e bem arrumado, quando ela retornou de viagem, encontrou o apartamento vazio e todo destruído, a porta do apartamento aberta, as paredes sujas de sangue, escrito: Heroína ou Ironia? os móveis haviam sumido e a polícia queria falar com ela, porque depois que o meu primo vendeu tudo de valor que havia no apartamento, e com o dinheiro fez festa e levou outros viciados para lá, quando acabou o dinheiro, ele pegou fiado com os traficantes locais daquela região, e os traficantes foram lá cobrar levados por outros viciados, o meu primo fugiu e largou tudo aberto lá, o resto que ficou os viciados e os traficantes levaram, os vizinhos até chamaram a polícia, mas quando a polícia chegou já era tarde, o meu primo saiu fugido com medo de morrer e voltou correndo para a casa da minha avó, o pior que a moça quando estava saindo do apartamento, foi abordada por dois traficantes que queriam o resto do dinheiro, a coitada teve que pagar mais dinheiro e ainda ficou com o prejuízo do apartamento, teve de pagar uma multa do condomínio e depois ainda teve que comparecer na delegacia para se justificar porque os vizinhos estava pensando que ela também era viciada e estava conivente com aqueles drogados. Depois disso ela não apareceu por um tempo, até um dia que cheguei em casa e a minha tia estava desesperada sem saber o que fazer e pediu para eu ir ajudar a moça.
Corre! Se não ele vai matar ela, eles estão lá no quarto da vovó.
Eu subi correndo as escadas e quando eu cheguei no quarto, a moça estava chorando segurando o braço com dor, ele tinha machucado ela e quebrou o braço dela, quando ele me viu se afastou dela com medo de eu ir para cima dele, eu fui até a moça peguei ela pelo braço que não estava machucado e a ajudei sair dali, acredito se eu não chego aquela hora ele tinha matado ela, mas mesmo assim ele tinha conseguido quebrar o braço dela, além de tudo ainda era covarde e batia em mulher.
Depois disso ela desapareceu e só aparece uns meses depois, dizendo que estava com Aids e coincidiu com a morte do Chantilly, que havia acabado de morrer e a causa tinha sido pneumonia, mas o real motivo era porque ele tinha Aids e ninguém morre de Aids mas de alguma doença que não se cura.
Que Lazarento, acabou com a vida da moça, a moça também era uma tonta, porque se é comigo eu tinha matado ele dormindo, que desgraçado destruiu a vida dela. disse a minha esposa indignada.
Eu sei. disse eu balançando a cabeça concordando com ela, com um olhar de lamentação.
E omaldido do Lazarento falou que era você que roubava as coisas dele, esse merece ir para o inferno, eu até queria desejar que estivesse em um bom lugar, mas se existe justiça divina acredito que ele está pagando.
Eu fiquei olhando para a minha esposa pensativa.
Me dá mais alguns pregadores e me ajuda a estender essa coberta, parei no tempo e já estou demorando para acabar com isso, também quando penso que já ouvi de tudo, o pior que posso imaginar, você me vem com outra história pior que a outra.
domingo, 20 de abril de 2025
Heroína ou Ilusão? Capítulo XII.
Capítulo XII.
Amor pega uma lata de extrato de tomate para mim por favor e coloca no carrinho, eu vou ver o preço do peixe.
Que marca você quer?
Escolhe uma que tem pedaços de tomate.
Eu dei um embalo no carrinho do supermercado, me apoiei no ferro de segurar e coloquei os meus no ferro em cima das rodas, deslizei com o carrinho até a gôndola de enlatados, usei o meu pé como freio e freiei a rodinha com a sola do sapato, procurei por uma lata de massa de tomate com pedaços, achei uma que estava escrito em italiano.
Pronto vai esse, gostei da foto da lata. eu peguei 3 latas e coloquei no carrinho, de volta para onde a minha esposa estava fui olhando o restante dos produtos, peguei um vidro de palmito na mão, mas quando olhei o preço desisti, coloquei na prateleira de volta, olhei para um vidro de aspargo e pensei.
Se palmito estava aquele preço imagina o aspargo. Continuei pelo corredor e achei um vidro de conserva de Cenoura, pepino e aipo, coloquei no carrinho, dei um impulso no carrinho e deixei ele me levar até o embalo acabar, a minha esposa vinha falando sozinha, falando estava resmungando eu dei risada.
O que você está rindo? É para chorar, está tudo caro, não tive coragem de comprar Bacalhau, está a preço de ouro, então pensei no salmão, também não tive coragem, então pensei na Tilápia, e pedi um kilo e meio, mas na hora que o peixeiro estava preparando, uma senhorinha que estava do meu lado, falou que a Tilápia não parecia estar muito fresca e ainda por cima estava cara, nós debatemos sobre os preços das coisa e no fim acabei pedindo para cancelar, me deu raiva e falei quer saber de uma coisa, eu não vou levar nada.
Ela foi reclamando até caixa, eu tentei falar alguma coisa sobre os preços também, mas não consegui, eu só balançava a cabeça, pagamos a conta e ela continuou reclamando para o caixa, que coitada, não podia fazer nada e contribui com um sorrisinho amarelo sem graça, eu carreguei o carro e ela continuou reclamando, de repente ela olhou para mim e disse.
- Lembra daquela vez?
Eu não entendi a pergunta.
Que vez?
Que o seu primo nos levou na boca de droga?
Pensei comigo,
Ferrou, agora ela vai desenterrar e reclamar que quase foi presa, que poderia ter sido presa sem saber, então falei.
Sim , o que tem?
Você só me leva para as furadas, naquela época nós ainda éramos noivos né, e aquele estrupício, nos pediu uma carona, quando estávamos saindo da casa da sua avó e você ainda deu a carona para ele, você sabia para onde poderia ser a carona e não me falou nada, quando chegamos em um lugar, onde havia um portãozinho podre de ferro e eu perguntei para você, que lugar é esse e você respondeu.
Acho que é um ponto de droga.
Eu fiquei apavorada e eu dizia para você, vamos embora, deixa ele aí, ele vai voltar com droga e se a polícia nos parar, estamos ferrados, eu inocente, nem beber eu bebia naquela época, só pensava no que o meu iria dizer se eu fosse presa com droga, que nem minha era, sem saber de nada, só por estar na hora errada no local errado.
Nesse dia realmente demos sorte, porque o pior era quando ele nos envolvia nas suas tramoias, nos rolos dele.
Como assim? perguntou a minha esposa querendo saber mais detalhes.
Mas porque você lembrou disso agora? perguntei.
As coisas estão tão caras que estou pensando em vender droga. disse ela sério.
Eu olhei para ela e ela riu.
Estou brincando, não levo jeito para isso, mas como ele te envolvia nos rolos dele?
Teve uma vez que ele me pediu uma carona e assim eu levei ele em um ponto de droga no meio do morro, chegando lá eu só percebi que era um ponto de droga quando já estava dentro do local. O meu primo me convenceu a ajudar ele com o rolo dele, mesmo que eu dissesse que não ele já tinha me envolvido no rolo dele com o traficante dizendo que eu era o cara que vendia roupas de marca de Surf e que eu tinha uma produção sendo feita e que assim que ficasse pronta eu iria deixar uma quantidade com ele e ele iria repassar para o traficante, quando eu percebi a mentira e o esquema que o meu primo estava tramando, eu não podia dizer que era mentira ali, porque nós dois iríamos morrer ali mesmo, e o traficante começou a me fazer perguntas, de como era roupa, se iria ter de tal marca e coisa e tal, eu pensei rápido e comecei a desconversar,mudei de assunto rápido, dizendo que o conhecia de algum lugar e realmente conhecia e lembrei que ele era irmão de um amigo,um amigo de infância da escola, lembrei de algumas histórias desconversei e fui saindo até conseguir ir embora, o meu primo para não ficar para trás veio comigo, porque ele percebeu se o irmão do cara mais novo voltasse ia me reconhecer e dizer que eu não vendia roupa nenhuma, aí estavamos ferrados, quando entrei no carro, xinguei o meu primo para caramba e falei para ele que se o meu amigo irmão do traficante estivesse ali, ele tinha ferrado com nos dois, depois fiquei calado o caminho todo de volta e omeu primo não disse uma palvra poruqe sabia que o plano dele podia ter matado nos dois.
Realmente você poderia ter morrido, nossa as coisa só pioram a cada lembrança.
Eu balancei a cabeça concordando com ela.
E no nosso casamento, lembra o que ele fez?
O que? perguntei porque não lembrava.
Quando ficamos sabendo que haviam roubado o carro do seu outro primo e o seu primo drogado pediu o nosso carro emprestado para tentar achar o carro do seu outro primo que foi roubado, eu fiquei morrendo de medo do nosso carro voltar faltando alguma coisa ou detonado, depredado ou quebrado, nós iríamos viajar com aquele carro no dia seguinte, graças a Deus ele voltou com o carro intacto sem faltar nada, mas até ele voltar parecia uma eternidade, nem conseguia relaxar para poder curtir a festa, até discutimos na festa por causa disso, eu briguei com você dizendo que você era um louco por emprestar o carro para ele, e realmente você deu muita sorte naquele dia, ele podia ter acabado com a nossa Lua de mel.
E às vezes ele conseguia fazer o que prometia, era raro, mas às vezes acontecia, em uma fase de tentar se recuperar e tentar largar o vício.
Lembra daquele vez que o time da nossa sala foi campeão de futebol da escola?
Lembro.
Então naquela noite, depois que ganhamos eu fui com o time para a padaria comemorar e você foi embora, naquela noite quando eu cheguei em casa todo feliz, porque tinha ganho o campeonato colegial e o troféu de melhor goleiro, o goleiro menos vazado, eu estava com dois troféus, do campeonato e de melhor jogador, eu cheguei em casa muito feliz mostrando os troféus para ele, mostrei para o meu pai todo orgulhoso, mostrei para a minha avó e novamente para o meu primo eu estava tão feliz que não queria brigar com ninguém.
Olha, fui o melhor goleiro e o meu time foi campeão.
A minha avó batia palma e me dava os parabéns o meu primo só fica me olhando, então eu coloquei os troféus na estante, porque por mais que os troféus eram dourados, eles eram de plástico pintados de dourado e não tinham nenhum valor vendável, só tinha um valor sentimental, depois que coloquei os troféus na estante a minha avó e o meu pai subiram para dormir, a minha tia ainda demorou para subir, ela estava terminando o seu chá que tomava toda noite para dormir, para poder relaxar e sempre deixava um copo de leite com Nescau para o meu primo, leite gelado batido com chocolate, ela terminou de tomar o seu chá, colocou a xícara suja dentro da pia, pegou o copo com Chocolate e entregou para o meu primo, deu um beijo nele, me desejou boa noite, e me deu os parabéns pelo os meus troféus e subiu para o quarto onde ela dormia junto com a minha avó, eu estava muito agitado para ir dormir, fiquei na sala assistindo televisão, que ainda não tinha sido vendida porque era velhinha, mas ele já havia tentado vender ela uma vez, mas a minha tia o flagrou tentando carregar, o som da vinheta do programa que passava , quebrou o silencio que pairava no ar e o gelo que estava entre nos dois, depois dapropaganda entrou novamente a vinheta que anunciava o programa após um trilah sonora de Jaz.
Jô onze e meia! O apresentador era engraçado, ele era um senhor gordinho e usava um óculos colorido, ele começou o programa contando uma piada, ele era bom e a piada foi boa, então eu ri alto e o meu primo riu também.
Foi a deixa para o meu primo puxar assunto.
Bonito os troféus que você ganhou.
Eu balancei a cabeça concordando.
Foi um campeonato de futebol de salão?
Novamente eu só balancei a cabeça enquanto assistia o apresentador gordinho entrevistar um músico que estava lançando um CD na época.
É a vida é um jogo. disse o meu primo.
Eu não entendi nada, mas ele completou.
Às vezes se ganha e outras se perde.
Eu concordei balançando a cabeça novamente.
Hoje você ganhou,mas vem perdendo tudo o que conquistou e a culpa é minha eu tento não te prejudicar, penso não posso fazer isso com ele, mas acabo fazendo e depois me arrependo e esse arrependimento é mais doloroso e só consigo aliviar essa dor com mais droga.
O meu primo estava querendo desabafar e me enrolar com conversa fiada e mole dele.
Pensei comigo ele está tramando alguma coisa, mas eu não sabia o que falar ou dizer para ele, já tinha tido todas as melhores intenções com ele, já havia conversado com ele por várias noites, mas essa noite eu não estava afim, estava cansado das sua mentiras e falcatruas, eu estava feliz e não queria me entristecer com o egoísmo e egocentrismo do meu primo, mas mesmo assim ainda respondi.
É não tenho mais nada, só tenho esse dois troféus agora. e pensei comigo pelo menos esses troféus ele não vai conseguir vender, pelo menos assim eu acho, porque é de plástico, imagina se fosse de ouro de verdade ele não iria pensar duas vezes.
Ele olhou para os troféus, olhou para mim e repetiu.
A vida é um jogo, um dia se ganha e na outra se perde ou como disse o Renato Russo: “parece cocaína, mas é só tristeza, mas eu prefiro: A Heroína é uma Ironia, essa é de minha autoria, a Heroína é uma Ironia, porque no começo ela é realmente uma Heroína te salva de todas as dores e de todos os problemas, como uma heroína de quadrinhos, ela te dá super poderes, te dá de tudo no começo, te dá um prazer imensurável, prazeres escondidos dentro da mente, que nem imaginamos que existam, como um sonho bom, mas com o tempo esses prazeres são precoces e mudam e duram pouco e o que era sonho vira pesadelo e heroína vira Vilã, por toda a sua vida deixando um questionamento sem resposta: Heroína ou Ironia? Ela te dá de tudo e depois te toma tudo, ela tem um custo caro para algo tão precoce.
Eu pensei comigo, nossa ele está usando palavras difíceis e virou filósofo e poeta, mas ele continuou.
Agora eu inverto a ordem Ironia ou Heroína? com uma pergunta com resposta, eu sei de todo o prazer que ela me proporciona, mas também sei de toda dor que ela me causa e de toda destruição que ela fez nas nossas vidas, seja o ativo o alvo direto ou indireto, o mal que causa nas pessoas que nos cercam, olha o que eu fiz com a minha vida, a da minha mãe, com o casamento dela, agora eu estou aqui destruindo a sua vida a da vovó e do seu pai, ou até de uma pessoa que não conheço andando pela rua, que muitas vezes eu penso em assaltar, olha como isso é egoísta, acaba com toda uma sociedade, seja ela do lar ou civil.
Pensei, pronto agora ele virou Sociólogo.
Quando ele terminou de falar tudo isso, ele estava tremendo a sua boca estava seca eelemesmo disse.
Olha agora eu estou sentindo uma vontade louca de se drogar, para poder aliviar essa angústia, essa dor que fica repetindo dentro da minha cabeça, Tome o seu remédio, você sabe o que vai te aliviar, precisamos da nossa dose diária , que de diária não tem nada, só dura minutos, precisamos desse remédio que ao mesmo tempo é o nosso veneno, que alivia tudo por um momento e depois vem a agonia eterna. Ele olhou para mim tirando algo enrolado em papel alumínio do bolso e me mostrou.
Isso é só uma substância, mas porque não consigo controlar essa tentação, o meu desejo por ela, sei que me faz mal, mas eu preciso dela, essa é a Ironia que nessa hora, a Heroína vira uma vilã e a pergunta fica sem resposta, isso é Heroína ou uma Ironia?
Eu estava estático só olhando para o papelote que estava na sua mão e não sabia o que dizer, ele olhou nos meus olhos e falou.
Você se importa de eu usar aqui na sua frente, eu não queria, estava esperando todo mundo subir para dormir para eu usar tranquilamente, não queria usar no banheiro, mas agora eu não estou me aguentando da vontade de sentir essa Heroína guerreira no meu sangue e na minha mente, que se foda a Ironia.
Não. Respondi monossabicamente, porque na verdade eu não sabia o que dizer, e estava curioso para ver alguém se aplicando, pensava que precisava dessa experiência, de ver como era e como a pessoa ficava, no momento em que a droga era injetada, e como ele fazia isso.
Então ele enfiou a mão no vão que separava o sofá e tirou lá de dentro um saquinho com uma seringa, uam colher queimada e um elástico daqueles usados na farmácia para aplicar injeção, ele pegou a colher queimada, ela estava preta de tanto que ele já a usou, ele foi até a cozinha e pegou um copo com um pouco de água, colocou no degrau da escada, mais próximo dele, encheu a seringa com água e colocou do seu lado, desembrulhou o papelote, e colocou um pouco daquele pó branco cristalino na colher, pegou a seringa com água na medida certa, dava para ver que ele tinha muita prática, sabia exatamente a quantidade certa, como alguém que já fizera aquilo centenas de vezes, ele acendeu o isqueiro e colocou embaixo da colher, ele esquentou o líquido até borbulhar, um cheiro de vinagre ácido predominou no ar, então ele colocou o liquido dentro da seringa, ele coloca a colher no chão e a seringa no sofá ao seu lado, pegou o elástico e amarrou um pouco para cima do cotovelo em cima do músculo, deu uns tapas na veia, para que elas ficassem saltadas, pegou a seringa e injetou o liquido na veia, quando ele aplicou um pouco de sangue voltou para a seringa, formando um desenho de fumaça de sangue dentro da seringa, de tudo aquilo eu só conseguia pensar que eu não iria conseguir me aplicar, assim pensava que essa era a pior parte, mas a pior parte viria agora era agora que a coisa iria ficar feia, quando ele terminou de aplicar, ele deixou o corpo cair para trsa no sofá, os seus olhos estavam revirados para cima, aparecendo a maior parte branco dos olhos, ele abria e fechava a boca de uam forma tão aberta que parecia que iria rasgar as bochechas, a seringa ainda estava no seu braço, retornando um pouco de sangue, até ele deixar o seu braço cair e bater no sofá derrubando a seringa no chão, deixando um buraco no braço,por ondeescorria um pouco de sangue, eu estava ali assistindo tudo aquilo curioso e observando cada detalhe, eu levantei para olhar mais de perto, eu era o unico expectador daquele show de horror, uma plateia de um só e espectador, assistindo aquele monólogo silencioso e ruidoso ao mesmo tempo, ele estava desconfigurado igual um personagem de filme de terror e foi relaxando em um coma profundo, parecia que não estava respirando, eu pensava: será que morreu? Será que ele teve uma overdose? eu fiquei ali olhando e pensando oque euifaço se esse idiota ter uma overdose ? Mas fiquei ali assistindo e observando aquela cena de teatro dentro do palco do inferno, ato: A droga sugando a sua alma, literalmente aquele corpo estava desalmado, era só um pedaço de carne que estava apodrecendo vagarosamente, observei que ele realmente era só pele e osso, estava tão magro que os ossos do seu corpo estavam sobressalentes, as costelas aparecendo igual aqueles cachorros de rua, os braços pareciam de um idoso, a cabeça parecia uma caveira,era possível ver a curvatura do crânio, ele não tinha bochechas, era fundo e formava a figura de uma caveira, e pensava como ele estava vulnerável e como seria fácil matá-lo naquele momento, mas ao mesmo tempo eu pensava, acho que até já morreu e agora o que eu faço? Chamo a minha tia, o que eu faço? se eu não fizer nada pode ser omissão de socorro, mas se eu deixar ele morrer, ninguém nem vai saber ou querer investigar, vai ser um livramento para todo mundo,vai acabar com o sofrimento dele, meu da minha avó e da sociedade como ele mesmo falou, mas a minha consciência não deixava e me fazia pensar, o que faço? ligo para a polícia, chamo uma ambulância, o que eu eu faço,aquele espetáculo estava ficando tenso, mas o corpo apresentou um espasmo, pensei, i morreu mesmo , esse foi o espasmo da lama deixando o corpo, não sei se foi um bom sinal ou se foi o último espasmo mesmo, fiquei ali estático olhando, observei a respiração é parece que não morreu, vou subir para dormir, fingir que não vi nada e que ele morreu aí sozinho, mas eu não vou conseguir dormir até saber o que realmente aconteceu, então fiquei ali esperando para ver se ele iria despertar ou se partiu, mas do nada ele abriu um olho arregalado e tomou fôlego como se estivesse se afogando dentro de uma piscina, olhou para mim que estava em cima dele, olhou em volta tentando entender onde ele estava, fechou a cara e disse.
Acabou, viu como é pouco a duração, como é pouco tempo e tão caro por ter que pagar toda a sua vida. disse ele já recolhendo a prova do crime, a seringa, o elástico e a colher, ele guardou o elástico e a colher no vão do sofá, se levantou e jogou a seringa no vaso sanitário e deu descarga a seringa desapareceu, mas a água da privada começou a subir até derramar, a privada estava entupida, ele deu um pulo para trás para não molhar os seus pés, deu de ombro e voltou para a sala, ele já não a estava tão falante e parecia envergonhado. Eu peguei o desentupidor da privada e forcei a descarga descer, voltei para a sala, desliguei a televisão e subi para dormir, demorei para pegar no sono, aquela cena do ato da morte, não saia da minha cabeça. na manhã seguinte acordei com uma gritaria.
O que aconteceu aqui? perguntava a minha avó.
Olha o estado desse banheiro, está todo alagado que cheiro forte e olha o que esse maluco escreveu na parede no azulejo. Estava um cheiro forte de esgoto e na parede estava escrito com sangue. - Heroína ou Ironia?
Eu pensei comigo, ele deve ter usado mais depois que subi e deixou tudo transbordar, mas antes pirou e usou o próprio sangue para escrever no azulejo.
A minha tia trazia um balde, um rodo e panos de chão para tentar limpar toda aquela, bagunça, aquilo não parecia ser novidade para ela, não estava abalada, parecia já estar acostumada, como se aquilo fosse parte da sua rotina, ela já sabia o que tinha acontecido ou imaginava,ela passava o pano no chão e torcia, mas ao mesmo tempo tentava limpar a frase da parede, aquilo parecia incomodar mais ela.
O que vamos fazer? perguntava a minha avó.
Vamos ter que chamar um encanador. Disse a minha tia.
Quando o encanador chegou, ele tentou desentupir a privada com um arame, mas havia algo muito duro que não deixava o arame passar.
É, acho que vamos ter que quebrar o quintal e desbloquear o esgoto pelo cano,mas antes vamos tentar pela caixa do esgoto.
A minha tia só olhava para o homem e concordava com a cabeça porque ela já sabia o que estava bloqueando a passagem da água.
Depois do encanador tentar de tudo quanto foi jeito, desistiu e resolveu quebrar o quintal até chegar no esgoto, com uma picareta ele arrebentou o cano do esgoto.
Nosso, o que é isso? perguntava o encanador
São seringas. respondeu a minha tia com uma cara de, você nunca viu uma seringa na sua vida.
Sim, eu sei, mas como isso veio parar aqui? se perguntava o encanador.
A história é longa moço, você não vai querer saber, o que posso fazer para te ajudar a retirar isso?
O homem pediu uma caixa ou um balde grande para depositar todo aquele lixo que estava bloqueando o esgoto, o Homem não parava de tirar seringa do esgoto, ele cutucava pelo outro lado e saia mais do outro lado.
Pega também um saco de lixo,porque não para de sair, deve de ter dezenas ou centenas delas,o homem já havia feito um pilha de seringas em cima da terra ao lado do buraco aberto.
A minha tia trouxe um saco de lixo e atrás dela veio a minha avó ver o que era.
Ah meu deus, pai do céu! o que é isso, são seringas?
A minha tia concordou balançando a cabeça e recolhendo as seringas sujas de fezes e lodo colocando as dentro do saco de lixo.
Meu Deus que absurdo. Dizia a minha avó.
O homem só olhava para a minha tia e para a minha avó tentando entender como aquilo foi parar ali, ele sabia que alguém jogou na privada, como se quisesse se desfazer da prova do crime e quando ele tentava pegar a seringa a minha tia dizia.
Deixa que eu pego, como se ela soubesse de algo que pudesse infectar o homem com alguma doença até então.
Nossa que nojo, que horror, eu não acredito nisso, que loucura,não consigo nem imaginar, só consigo imaginar o cheiro, só vendo para acreditar, mas se tratando da sua família eu não duvido dessa história, credo que nojo. dise a minha esposa que estava calada só ouvindo esse fato e estava chocada a cada detalhe que eu contava para ela.
é só vendo mesmo para acreditar, até eu duvido às vezes, parece que isso foi só um pesadelo, realmente é inacreditável, depois de tanto tempo tempo, anos jogando seringas no vaso sanitário, uma hora isso tinha que dar merda literalmente, foram anos de deposito de seringa, o tanto que tinha ali, não sei dizer exatamente de quanto tempo foi, mas foram por anos, imagina assim na altura do campeonato, ele já havia me roubado tudo o que eu tinha, eu já não tinha nada, imagina a quantidade de droga que ele usou com as minhas coisas que ele pegou, mais o dinheiro que ele pegava da mão e da minha avó todo mês, mais os rolos que ele fazia para conseguir a droga, calcula comigo quanto dá isso,mais outras coisas que ele pegou da mãe e o dinheiro que dava quando ele descobria que ela tinha dinheiro, ele infernizava ela até conseguir o que queria, ali deveria de ter centenas ou até milhares de seringas, se cada seringa custa 0,50 centavos, calculando mais o preço da droga que custa em torno de R$10,00 cada papelote, calcula aí quanto que dá? no mínimo se uma ano tem 365 dias, dois anos são 730 seringas, mas ele às vezes usava mais de uma vez ao dia, como foi no dia que entupiu, 730 x 3 = 2190, mais ou menos isso para mais ou para menos,como diz aquelas pesquisas de Ibope.
Que loucura! mas é muito coisa.
Sim eu posso estar exagerando, ou pode ser até mais, porque tudo o que ele roubou, não vendeu pelo preço que valia, deve de ter vendido por uma mixaria na hora da fissura da paranoia, mas recalcular, se um Tênis que valia R$300,00 ele deve de ter vendido por R$30,00 ou no máximo R$50,00 e assim por diante, o rádio que valia R$500,00 deve de ter vendido por R$50,00 e pensando assim a quantidade diminui 60% a 70% do real valor.
O que é isso, aula do capital as inversas do Karl Max? disse a minha esposa rindo.
Não, mas é um capital as inversas mesmo de como realmente perder tudo no que você investiu.
Mas e o restante, se ele não tinha mais o que roubar de você e da casa, como ele conseguia a droga ou ficava doidão?
Mas antes me ajuda a guardar a compra, depois você me conta ou tenta me contar, porque isso é surreal.
sábado, 19 de abril de 2025
Heroina ou Ironia: Capitulo XI -
Capítulo XI.
Bom dia! falou a minha esposa.
Bom dia! Eu respondi, com um bom dia seco.
Está mais calmo? Perguntou ela.
Quem tem que perguntar isso sou eu.
Desculpa, estou chata mesmo, estava na TPM, desceu para mim agora, estou bem melhor.
Estava chata é apelido, você estava insuportável, já é chata por natureza, juntou com a TPM, ficou pior que o cão chupando manga, ninguém merece.
Ah! para vai, me desculpa. prometo que não te interrompo mais, termina o que você estava contando.
Nem lembro mais, deixa eu pensar, quer café?
Quero, respondeu ela.
Quer tapioca ou pão de queijo ou um ovo?
os três, acordei com muita fome. Disse ela, estava muito doce para um limão.
Preparei o café da manhã e nos sentamos para comer.
Lembrou onde você parou?
Deixa eu pensar me lembra alguma coisa.
Você estava contando a história do seu primo e da bicicleta.
Ah, tá.
Eu estava contando tudo aquilo, para mostrar que o meu primo também cuidava de mim, se preocupava comigo, por isso eu ainda tinha consideração por ele.
Me passa o adoçante por favor. pediu a minha esposa.
ela pingou 3 gotas no café , eu peguei o adoçante e pinguei algumas gotas.
Para, pra que isso?
Vai tomar adoçante com café ou café com adoçante.
o pior é o seu, é melhor tomar puro logo.
estava contando a história e ela me interrompeu mastigando um pedaço de pão de queijo, e parou de falar de repente, começou a tossir sem parar e não conseguia respirar, gesticulando para a boca, tentando pegar ar, pensei que ela estava brincando, até ameacei a dar um tapa nas costa dela, mas ela começou a ficar vermelha e depois roxa, ai que percebi que ela estava realmente engasgada, eu levantei ela da cadeira e a segurei por trás aplicando a manobra de reich, ela cuspiu o pedaço de pão de queijo e conseguiu respirar.
Ufa que susto, pensei que você estava zuando.
Zuando nada estrupício, quase morri de verdade agora, agora sei como o seu primo se sentiu, que desespero, parece que está morrendo afogado, credo que sensação horrível.
Está melhor? toma bebe água.
Ela bebeu água e ficamos parados refletindo o que tinha acabado de acontecer.
Caramba, que alívio, vai continua de onde você parou Tabacudo.
Mas você está bem?
Estou já falei energúmeno, foi só um susto, continua a porra da historia.
Não vou contar mais nada, você é muito ignorante, chata pra caralho.
então não conta mais nada, também não quero ouvir mais.
Tá bom, não conto.
Eu fui para o quarto ela ficou na sala, cada um no seu canto, mas não deu 10 minutos, ela subiu atrás de mim.
Me desculpe , ainda estou um pouco chata e fiquei nervosa com o engasgo.
Começou a me beijar,e fazer carinho, parecido com um gato, que chega não querendo nada e vai se esfregando e depois deitar nos seu pés, mas na verdade aqui ela não deitou nos meu s pés, às segundas intenções eram outras, coisas que não posso falar nesse horário, tem crianças nesse horário lendo, depois do momento romântico ela deitou para o meu lado e disse.
Pronto, agora estou mais calma.
E eu estou todo sujo de sangue, vou ter que tomar um banho agora e você também.
Tomamos banho e nos deitamos na cama, ela deitou no meu braço e disse.
Vai terminar de contar o que você estava falando.
Deixa ver onde eu estava, ha! sim, naquela época foram tempos difíceis, quando você apareceu na minha vida, eu já tinha passado um bocado com o meu primo, depois que ele voltou do hospital, por causa da facada, ele voltou como um santo, mas não demorou muito para ele voltar a aprontar, o meu pai coitadao só se preocupava com o seu rádio de pilha, velhinho que não valia nada, se o meu primo o roubasse, não comprava nem um copo de pinga.
A minha esposa riu.
Não valia nada mas era bom não descuidar mesmo, podia não valer nada , mas era tudo o que el tinha, o seu companheiro da solidão, o meu primo não tinha essa consideração, qualquer coisa que ele achasse que valia alguma coisa ele pegava e tentava trocar por droga, poderia valer centavos, já era suficiente para tentar trocar por droga, então o meu pai deu uma idéia de colocarmos um cadeado na porta do quarto, assim eu e ele saiamos para trabalhar mais tranquilo, tranquilo? não podia relaxar, no primeiro dia que voltei do serviço e tirei o cadeado da porta, quando entrei no meu quarto ele estava todo revirado, só havia roupas velhas jogadas no chão, as roupas boas e novas haviam sumido todas, o meu pai entrou no quarto desesperado e foi olhar embaixo do travesseiro da cama dele e disse.
Ufa! ele não roubou o meu radinho, ainda está aqui.
Eu e o meu pai chegamos juntos e a minha tia também, assim a minha avó ficava o dia inteiro em casa sozinha, sozinha não o meu primo ficava dormindo, igual gato aprontava a noite e dormia de dia, nós chamamos a minha tia, que subiu para ver o quarto, a minha avó veio atrás.
Meu Deus o que aconteceu aqui! disse ela.
O que você acha Vó o Drogado deu um jeito de entrar aqui.
Mas como? Se perguntava à minha tia.
Ele entrou pelo buraco do teto, da parte que o estuque caiu respondi para ela, lembra que no meu quarto havia um buraco no teto que caiu em cima de mim e do meu pai enquanto dormíamos, o estuque estava podre, lembra que contei essa história?
Sim, lembro que estava feio aquele buraco no teto. disse a minha esposa.
A sorte que quando caiu não caiu nas nossas cabeças, caiu só nas nossas pernas e eu e o meu pai não acordamos, acordamos depois com a minha avó acendo a luz e me cutucando, dizendo,
Caramba pode cair no teto nas suas cabeças que vocês não acordam, não ouviram o barulho que fez, eu meio sonolento olhei para a minha avó olhei para o meu pai que estava cheio de pó e não entendia o que estava acontecendo, demorei para entender, que havia um buraco no teto depois de cair o estuque em cima de mim e do meu pai, o quarto estava branco de pó e pedaços de argamassa com arame e tela de contenção.
Vixi, e você não acordou e não sentiu nada no dia? perguntou a minha esposa.
Pior que não e foi justamente por esse buraco que o meu primo conseguiu entrar no nosso quarto, ele subiu no telhado pelo buraco do alçapão que tinha no banheiro e que dava acesso a caixa da água e foi pisando nas vigas de madeira do telhado até chegar no meu quarto, o chão do quarto estava todo sujo de pó de cimento do estuque, haviam pegadas para todo quarto, porque na hora que ele entrou derrubou mais um pedaço do estuque, ele pegou tudo o que precisava e saiu pela janela do quarto carregando as minhas melhores roupas, me deixando praticamente sem nada.
A minha avó estava assustada e espantada com a audácia do meu primo e coitada ele dizia assim.
Eu até escutei um barulho e até subi para ver o que era, mas vi que a porta estava fechada com o cadeado, não desconfiei de nada.
Pra mim chega!, não vou ficar trabalhando por nada, ele levou tudo, não tenho mais nada, agora ele acabou com tudo, não tenho nem roupa para poder ir trabalhar.
Calma menino você não pode perder esse emprego. dizia a minha avó.
Mas depois dessa eu desanimei e comecei a faltar no serviço até ser mandado embora, agora eu também era vagabundo e podia dormir até tarde, ainda tinha um pouco de dinheiro na carteira, eu precisava comprar um tênis, não tinha mais nenhum em bom estado para usar, na época parece que foi transmissão de pensamento, estava em casa e de repente um conhecido me chamou, eu atendi a porta e ele me falou assim.
Você quer comprar um tênis eu conheço um cara que está vendendo por um bom preço, se quiser me dá o dinheiro que eu vou lá buscar para você. pensei pronto todo mundo me acha com cara trouxa, então eu disse.
Não eu vou com você, não confio em dar o dinheiro na sua mão eu nem te conheço direito.
Está bom, está certo, então vamos lá. disse o cara.
Assim eu fui com esse cara até o local chamado Singapura, era um conjunto de prédios da Cohab. Chegando lá ele falou assim:
Pronto, agora você fica aqui e eu vou lá buscar, eles não gostam que pessoas estranhas entrem lá, me dá o dinheiro que eu trago o tênis.
Não vou dar nada, você está querendo me passar a perna, pegar o meu dinheiro e comprar droga com ele e depois me deixar aqui esperando que nem um otário.
Não é nada disso, me dá só metade ou um pouco, eu ganho a comissão deles, são produtos roubados que o s viciados trazem para eles para trocar por droga.
Então acha que deve de ter muita coisa minha lá que o meu primo trouxe trocou por droga, esse tênis deve até de ser o que era meu.
Assim , por isso lembrei de você, achei parecido com um que vi com você uma vez e lembrei de você.
Não te dou nada, acho que nem tenho trocado, deixa ver o que tenho. Quando abri a minha carteira não havia dinheiro nenhum, tinha sumido, até as moedas, havia sumido tudo da minha recisão do trabalho que havia retirado na caixa, a minha barriga gelou, era todo dinheiro que eu tinha.
O cara do tênis continuou plantado na minha frente, tipo esperando uma resposta eu virei para ele e disse.
O que você quer, já chegaram primeiro, você chegou atrasado, o meu primo já levou tudo, pegou o meu dinheiro para comprar droga. eu dei um gritão.
FILHA DA PUTA!!!!
E disse para o cara.
Vai sai daqui antes que eu desconte toda a minha raiva em você.
o Cara olhou para a minha cara assustado, viu que eu não estava brincando, então ele desceu o morro e saiu correndo na direção que ele estava apontando onde iria comprar o “Tênis”.
Voltei para casa puto de raiva e sem nenhum puto literalmente, quando cheguei em casa que fui descobrir como que ele havia pego o meu dinheiro, só pode ter sido na hora que eu estava dormindo.
Também pode cair o teto em cima de você e do seu pai que vocês não acordam, podia entrar um batalhão no seu quarto que você e o seu pai não iriam acordar.
Sim o pior foi que na noite passada, anterior do dia que o cara foi me chamar para vender o tênis, quando cheguei em casa, o meu primo estava com vários maços de cigarro, várias cervejas, salgados, doces, chocolates e até me ofereceu, eu até peguei um chocolate, mas em nenhum momento passou pela minha cabeça que quem estava pagando tudo aquilo, era eu mesmo, até pensei comigo na hora, onde foi que ele arrumou esse dinheiro, deve de ter assaltado alguém, e nem imaginei que a vítima tinha sido eu mesmo, ele já estava bêbado e sobre o efeito da droga ouvindo Legião Urbana em um radinho de pilha parecido com o do meu pai, eu ainda olhei para ver se não era o do meu pai, mas era outro, ele estava muito louco de álcool e droga, estava falante, falando que a música que estava tocando tinha muito sentido, que o renato Russo era um poeta e sabia o que estava cantando na música, o refrão da música era: “Parece cocaína, mas é só tristeza”E o meu primo apontava para o rádio e dizia:
Esse cara é um Gênio, essa letra diz tudo o que estou sentindo.
E assim ele falou, falou e eu inocente e ingênuo, estava ali escutando ele falar sem saber que eu que era o patrocinador daquela festa particular.
Quando cheguei em casa e contei para a minha avó o que tinha acontecido, ela ficou chocada de boca aberta pela frieza e cara de pau do meu primo.
Meu! Isso é muita safadeza, que grandíssimo filho da Puta ele era, ai que raiva, você me contando isso, só me deixa com mais ódio, aí! que maldito, isso foi muita maldade e egoismo e não sei nem como classificar, me falta palavra para clasificar, e o que a sua avó falou no dia?
Ela disse, vamos falar com a mãe dele, isso não pode ficar assim , tem que parar.
Eu virei para a minha avó e disse, não vai adiantar nada, ela vai dizer a mesma coisa de sempre, “depois eu te devolvo ou compro outro para você, Deus vai te dar em Dobro e vai te abençoar, você tem uma fazendo lá no céu” Ela nunca devolveu ou comprou e o pior que ainda falava mal de mim por trás depois, na minha frente eu era o sobrinho querido, nas minhas costas só deus sabia o que falava.
É muita safadeza, ela nunca te pagou e eu lembro uma vez, mesmo você já não morando mais lá e foi levar aquelas farinhas que vinha na cesta básica do meu pai e como a minha mãe não usava você levava para a sua avó fazer pão caseiro, que era uma delícia e um dia você voltou dizendo que havia escutando a sua tia falando algo, o que foi mesmo¹
Sim, quando eu entrei na casa da minha avó a minha tia estava conversando com a minha prima e a cunhada dela , ela não escutou eu entrando e eu estava indo na direção da cozinha quando escutei ela dizendo assim: “ele vem aqui e só trás resto, é resto de cesta básica, resto de privada e pia, tudo o que a família da mulher dele não quer ele traz para cá, acha que estamos morrendo de fome e não ajuda em mais nada” Eu fiquei parado ali só escutando ela falar mal de mim.
Que pia e privada era essa que você levou? perguntou a minha esposa.
Aquela marron , que a sua mãe trocou por outro conjunto novo.
Ah! Lembrei caramba, eles estavam com uma pia quebrada e aquela privada toda ferrada, você e o meu pai que instalaram ainda e mesmo assim falou mal, é, é a sua família.
Eu só podia concordar com ela e lembrar que.
Você sabia que ela também foi culpada pela separação dos meus pais, foi ela que agrediu a minha mãe e a expulsou da casa da minha avó, fazendo a minha mãe deixar o meu pai e ir embora, mas o mundo dá volta, depois que saí de lá e a minha avó não suportava mais foi a minha vez de pedir para ela sair e ir embora, caso contrário eles iriam acabar matando a minha avó, mas na época o meu primo teve a overdose e ficou acamado dormindo na sala e assim eu acabei deixando para lá, ela só saiu depois que o pai do meu primo aceitou eles voltarem para morar na cas do fundo onde eles moravam antes, só porque a minha tia não queria cuidar da minha avó ou ajudar ela, e também reclamava que a casa da minha avó era muito velha, tanto quando eu escutei ela falando mal de mim foi nessa época, que ela estava planejando se mudar.
É depois que eles sugaram tudo, aí foram embora.
É naquela época que eu ainda morava lá, eu já não sabia mais o que fazer, com aquela situação, eu não tinha mais nada, roupa, tênis, radio, dinheiro, tudo que havia trabalhado para comprar durante anos, sumiram assim em um piscar de olho, a minha sorte foi que a vizinha do fundo, deixou eu usar um quartinho que ela tinha, para eu poder guardar o que sobrou das minhas roupas, era um quartinho de bagunça, onde toda vez que tomava banho e tinha que sair eu tinha que ir incomodar ela na casa dela, para poder pegar a minha roupa e me trocar, se não eu tinha ficado pelado e o pior que o meu primo roubou até o filho dela, ele chegou para o rapaz que gostava muito de moto e disse uma conversa fiada, se o rapaz não queria comprar umas peças de moto, porque ele tinha um amigo que estava vendendo e o rapaz sem desconfiar de nada, deu o dinheiro para ele ir buscar as supostas peças, o rapaz deu o dinheiro na mão dele e ficou esperando ele voltar com as peças de moto, o rapaz esperou o dia inteiro, quando foi a noite que ele viu que o meu primo não voltou com as peças, ele foi contar para a mãe dele, que deu um grito.
Você não fez isso? você não viu o que ele fez com o próprio primo? Você foi muito burro, ele roubou tudo do primo, deixou o rapaz quase sem nada, só não deixou sem nada, porque o resto que sobrou ele está guardando aqui em casa no quartinho de bagunça, você não viu umas bolsas lá no quartinho?
O rapaz foi conferir e viu que era verdade, o que a mãe estava dizendo,haviam bolsas com roupas então ele voltou e disse:
Vou chamar o pai e o meu irmão para tentarmos pegar o dinheiro de volta.
O rapaz foi lá na casa da minha avó com o pai e o irmão, mas nesse dia o meu primo estava mais louco que de costume, ele havia misturado de tudo, droga, pinga, remédio do coração e de diabete e outros remédio que nem sei para o que era da minha avó, os olhos dele estavam arregalados, a boca estava seca e não parava com a língua dentro da boca, ele fechava a porta e pedia para a gente fazer silêncio.
Xii, ele fazia colocando o dedo na boca e dizia.
Eles estão aqui e vão me pegar. então ele corria para o quarto da minha avó e entrava no guarda-roupa e se trancava dentro dele, mas no momento que o rapaz chegou com o pai e o irmão
Eu atendi a porta e o rapaz perguntou.
O seu primo está aí?
Sim e não. eu respondi.
Como assim? perguntou o rapaz.
Ele está super drogado. assim que eu tentava explicar para o rapaz o que estava acontecendo, nós ouvimo um barulhão na parte de cima da casa, era um barulho de telha quebrando e água caindo no corredor como se fosse uma cachoeira, o doido do meu primo havia saído do guarda-roupa e subiu pelo buraco do sótão para o telhado e entrou dentro da caixa d'água.
Todo mundo estava olhando para onde havia vindo o barulho.
Eu quero o meu dinheiro de volta. Gritava o rapaz no portão.
Vai ser difícil, o seu dinheiro virou pó, literalmente. Eu disse para ele.
Isso é um absurdo, vamos dar um pau nele. gritava o pai do rapaz.
Eu até adoraria ajudar vocês a bater nele, mas agora vai ser difícil, se tentarmos subir lá para pegar ele, corremos o risco de desabarem junto com a caixa d'água, está tudo podre. Eu saí para a rua para mostrar para eles onde ele estava, e o do meio da rua tentávamos ver onde ele estava, mas estava de noite e não conseguimos enxergar direito, de repente escutamos um barulho alto e um grande volume de água caiu na lateral da casa no corredor, o maluco conseguiu quebrar a caixa d'água e quase caiu junto com a água que desceu como uma grande cachoeira, podemos ver as telhas quebrando e duas pernas penduradas balançando, no meio das madeiras do telhado, ele quase morreu afogado com a quantidade de água e só não caiu junto porque a divisão de madeira que separa as telhas o segurou, mas deve de ter machucado e doído muito, depois que toda a água da caixa d'água caiu, podemos ver ele se levantar e quebrar mais telhas para sair dali, um jato de água forte jorrava água sem parar pelo cano de água que vinha do cano da rua e que alimentava a caixa d'água, o jato era tão forte que estava molhando a casa do vizinho do lado direito.
Fecha o registro da água da rua. Gritou o pai do rapaz
Eu corri e fechei o registro fazendo com que a água parasse de jorrar.
Depois disso ainda podemos ver o meu primo, correndo pelos telhados dos outros vizinho tentando fugir, podíamos escutar o barulho das telhas quebrando e mais gente saindo para a rua reclamando do que estava acontecendo. havia uma multidão na rua olhando para os telhados procurando entender o que estava acontecendo.
O rapaz das peças de moto olhou para aquela situação, olhou para o pai e perguntou.
E aí pai, o que vamos fazer?
Depois olhou para mim e perguntou.
E aí, o que vamos fazer?
Eu não sabia o que dizer e dei de ombros.
Sem saber o que fazer e respeitando a casa da minha avó, eles não invadiram a casa, desistiram de recuperar o dinheiro naquele momento depois de toda essa confusão e foram embora, mas sempre olhando para cima dos telhados tentando ver onde o meu primo estava.
Que vergonha, que situação, já está roubando até os vizinhos e agora quem vai pagar pelo conserto disso tudo, o que vou fazer? dizia a minha avó.
Credo que situação mesmo, eu queria que a caixa d'água desabasse com ele dentro, mas o bicho tem tanta sorte, que isso não aconteceu, o pior é destruir a casa da sua avó coitada, que não tinha culpa, não tinha até certo ponto para falar a verdade, porque ela podia mandar ele e a sua tia embora. falou a minha esposa.
Pois é! Eu concordei com ela balançando a cabeça.
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