D I B
Trying to be an artist, but I'm better at being a thug. Tentando ser artista, mas o destino é ser vândalo.
domingo, 6 de abril de 2025
segunda-feira, 31 de março de 2025
Heroína ou Ironia? Capítulo X.
Capítulo X.
A sua família é tudo louca, depois você fala da minha, cambada de debiloide, retardado, pensa que tem peito de aço, acha que é mais homem que os outros, é bom para aprender, não morreu por sorte, se fose comigo tinha atirado na cabeça, aí eu queria ver, o outro toma a rma do traficante e sai andando como se estivesse no quintal da casa dele, muito otário e vacilão. O senso crítico dela está à flor da pele, acho que ela está na TPM.
Depois dessa, eu fiquei quieto observando, sem saber se continuava o que estava falando.
Vai falar, conta o resto ou vai ficar mudo com essa cara de bocó, não gostou que eu falei da sua família? vai ficar emburrado agora? - Ah quer saber, não quero ouvir mais nada da sua boca ou da sua família, para mim chega.
Vixii!! cruzes, que bicho que te mordeu? Eu só ia terminar dizendo que o pior, que eles falavam que eu era louco, porque quando éramos criança, eu que era a ovelha negra da família.
Também com uma mãe igual a sua, não virou bandido ou morreu por pouco, onde se viu uma mãe trocar o filho por homem e ainda colocar o filho em um orfanato e depois que envelhece quer cobrar carinho, amor, ah tenha santa paciência, o inferno está cheia de gente assim, a pessoa abandona o filho e depois quer que o filho lembre que ela exista, e se você tivesse morrido, igual o seu primo, aí eu queria ver ela querer cobrar alguma coisa, a sua irmã que tem que cuidar dela, afinal ela cuidou da sua irmã, agora você não foi abandonado no mundo, deixado a Deus dará, a sorte do destino, quando você me fala essa coisas, me dá uma raiva e olha que hoje eu ainda estou calma, que foi, porque está me olhando agora com essa cara de que comeu e não gostou? ela estava falando pelos cotovelos, com um ódio no olhar.
Nada, eu não estava falando da minha vida, estava só contando uma história, você que está colocando a carroça na frente dos burros, tirando conclusões precipitadas, deixa eu terminar a história.
Vai termina de contar essa merda.
Tá bom, posso?
Vai, conta logo.
ok, então depois do Traficantizinho de merda, eles foram me procurar, para avisar sobre o que estava acontecendo, eles foram até lá em casa e me contaram tudo, que era para eu ter cuidado, porque o cara era traiçoeiro, mas eu acreditava que o traficante não iria fazer mais nada depois de tomar um apavoro dos meu primos, mas também não era bom eu ficar vacilando, nesse mesmo dia depois que conversamos, eu saí com eles, junto com outros amigos deles, fomos em uma festa, estavam lá curtindo a festa e uns caras, os amigos do meu primo me ofereceu droga, os meus dois primos colocaram a mão no ombro do cara , que me ofereceu droga e falaram para ele que não era para oferecer droga para mim e os dois falaram para o cara.
Ele sem droga é mais louco que a gente chapado, careta já muito louco, agora imagina cheirado ou doidão, vai acabar com essa festa. todos riram do comentário dos meus primos.
Você acha isso engraçado? Eu teria vergonha de ser chamada de louca. Eu não queria falar nada, mas hoje ela estava insuportável.
É ! Hoje você está difícil. eu acabei falando.
Difícil porque? você me conheceu assim.
Ah não vou contar mais nada, hoje não dá pra conversar com você, você está insuportável.
Insuportável é a senhora sua mãe, que coloca filho no mundo e não cria.
pronto, lá vem você falar da minha mãe de novo,a minha mãe não tem nada haver com a história e você fica aí falando dela.
Eu não estou falando mal, só estou falando a verdade.
Que verdade? Não tem nada haver com o que estava falando, eu ia continuar a história.
Você não acabou?
Não, eu ia terminar de falar que além desse dia, teve uma outra história com o meu primo, que ele resolveu para mim.
Qual dos drogados?
O que ficou vivo e morreu agora recentemente.
Ah o folgado, filhinho da mamãe, que mamãe fazia tudo para ele, diferente da tua, que mesmo nessa situação não abandonou ele ou trocou ele por outro homem.
Fiquei em silêncio.
Que foi, não vai terminar a história? Vai terminar, prometo que não dou nem mais um piu e nem vou comentar ou dar a minha opinião.
Duvido.
Do ouvido sai cera. falando ela tentando fazer graça.
Fiquei parado olhando para ela.
Que foi? perguntou ela
O mosquito engoliu um boi. Respondi para ela que riu.
Vai termina a história.
Então, mesmo depois de adolecente, não parei de soltar pipa eu sempre gostei e gosto até hoje em dia.
Não tem vergonha, um marmanjo desse tamanho soltando pipa.
Eu gosto,é relaxante, gosto de sentir o vento e dominar a pipa, eu sinto uma sensação de liberdade.
Uma sensação de falta do que fazer.
Ué não era você que disse que não iria dar mais a sua opinião.
Mas não é verdade, um bando de marmanjo, olhando para o céu e correndo atrás de pipa que nem uns tontos, igual quando vai jogar bola , um bando de idiotas correndo atrás de uma bola, coisa mais estúpida.
Fiquei em silêncio novamente, só observando.
Tá, não vou te interromper mais, termina essa droga da história.
Como eu estava falando, eu gostava de empinar pipa.
Xiiii! Eu falei para ela colocando o dedo na boca em sinal de silêncio.
Que foi? eu não ia falar nada, só bocejei.
Então, onde eu estava, ah tá, estava empinando uma pipa um dia e a minha pipa caiu em cima de uma casa, eu subi na casa para pegar e quando eu estava lá pegando a pipa, eu vi uma bicicleta novinha escondida no telhado, logo deduzi que aquela bicicleta era roubada, eu sabia de onde tinha sido roubada, de uma casa de alguns quarteirões atrás, que havia sido arrombada a alguns dias atrás, eu passei pelo local e vi a polícia e uma criança chorando que haviam roubado até a bicicleta dele, logo deduzi e juntei tudo e quando eu desci, contei para o meu amigo que tinha o apelido de Sapo, ele era sangue ruim, e ele teve a ideia de tomar a bicicleta do Baianinho, então nós fomos até a casa do Baianinho, chamamos ele e falamos que sabíamos de onde ele havia roubado aquela bicicleta então o Sapo falou assim para o Baianinho.
Se você não me der essa bicicleta eu vou te caguetar, porque eu conheço o dono da casa. O Baianinho ainda quis confrontar o Sapo e sacou uma faca, o Sapo deu um tapa na cara dele e mandou ele entregar a faca, o Baianinho estava entregando a faca com a lâmina virada para o Sapo, que mandou ele entregar a faca virando cabo par ele, o inocente do Baianinho entregou a faca segurando na lâmina, quando o sapo pegou no cabo da faca ele puxou com força cortando os dedos do Baianinho, que gritou de dor e o sangue escorreu rápido da sua mão, pingando no chão, depois disso sapo ainda bateu com o cabo da faca na cabeça do Baianinho e mandou ele ir buscar a bicicleta. O Baianinho buscou a bicicleta e trouxe para a gente, eu peguei a bicicleta dele, ele saiu pelo portão e foi acompanhando a gente pela rua, o Sapo que não era bobo percebeu que o Baianinho estava com má intenção, percebeu que ele estava escondendo alguma coisa.
O que você tem aí ? perguntou o Sapo.
Nada. respondeu o Baianinho.
Nada,, e o que é esse volume então? disse o sapo levantando a camisa do Baianinho.
Outra faca,me dá essa porra qui!
O Baianinho tirou a faca da cintura e entregou a faca segurando pela lâmina novamente,o que foi o erro dele. O Sapo puxou a faca novamente sem dó, cortando a outra mão do Baianinho, que gritou de dor e novamente escorreu mais sangue entre os seus dedos, ele saiu correndo na direção da casa dele gritando de dor e gritando que aquilo não iria ficar assim, que ele iria contar para o Batata.
Quem é Batata agora? É Baiano, Batata, mas eu gostei do Sapo esse é dos meus, sem dó de vagabundo, puxou a faca sem dó, ai que gostoso, deve ter doído muito.
Você gosta de maldade, né? Por isso que quando falei do sapo falei que ele era sangue ruim.
Mas o que essa história tem haver com o seu primo?
Agora que você vai entender, nesse dia o Sapo virou para mim e falou.
Fica com a bicicleta com você, esconde ela, não anda com ela por enquanto, esconde ela na sua casa por enquanto, depois a gente pinta ela e muda a cor e tal.
Nesse dia eu entrei com a bicicleta e subi com ela, escondendo-a no banheiro de cima, que ninguém usava. Alguns dias depois a minha tia me chamou na casa dela, e eu fui até lá, mas nem imaginava do que se tratava, quando cheguei lá, estavam ela e o meu primo me esperando, quando eu cheguei o meu primo foi direto ao assunto.
Você está ficando doido, roubando de Bandido?
No começo eu não entendi, então ele explicou.
Estou falando da bicicleta que está escondida lá na casa da vovó.
Que bicicleta?
A que você tomou do Baianinho, e ainda por cima machucou tudo a mão dele.
Ah tá, mas o que tem?
Ah tá nada, o problema não é o Baianinho, mas sim o Batata, ele que é o cabeça do assalto, o Baianinho é um Zé ruela , que só estava escondendo as coisa do roubo, mas o Batata não, ele é matador, mas eu sou amigo dele de infância e ele sabe que você é meu primo e veio falar comigo, que ele iria te matar, que você e um outro cara, tinham tomado a bicicleta do Baianinho e ainda por cima, machucaram ele.
Mas não fui eu.
Mas você estava junto e escondeu a bicicleta lá na vovó, a vovó falou que a bicicleta está coberta com um pano no banheiro de cima.
Não, eu quis dizer que não fui eu que cortei os dedos do Baianinho.
Eu sei que ele falou, mas eu conversei com ele, conversei muito com o Batata pra ele deixar quieto, mas vê se não fica vacilando, ele é matador, é sangue ruim também, já vi ele matar um cara por muito menos.
Sim. concordei com a cabeça e voltei para casa, quando cheguei em casa a minha avó estava gritando para eu me desfazer da bicicleta, mas se eu me livrasse da bicicleta iria que se ver com o Sapo, essa história durou semanas e alguns meses depois, encontrei com o meu primo que me perguntou.
Lembra do Batata da história da bicicleta, que queria te matar?
Sim, o que tem?
Ele foi preso e morreu na cadeia, o bicho era ruim, chegou na cadeia e já matou um cara, aí a justiça da cadeia o sentenciou e mataram ele com vários golpes de estilete, falaram que ele morreu de olho aberto de tão ruim que ele era.
Até hoje eu penso nessa história, eu só não morri porque o meu primo conversou com ele e ele foi preso logo na sequência e morreu, porque não sei o que teria acontecido. por isso que não julgo as pessoas, nunca sabemos o dia de amanhã e também não sou santo.
Amanhã é terça-feira, eu sei que dia é amanhã e gosto de falar a verdade na cara das pessoas e falo mesmo, sem dó e sem rodeios. falou a minha esposa fechando a mão e mostrando os dentes.
domingo, 16 de março de 2025
Capítulo IX.
Capítulo IX.
Algumas noites depois, cheguei em casa tarde, abri a porta de casa com cuidado para não acordar ninguém, estava tudo escuro e não acendi a luz para não acordar ninguém e nem o meu primo que deveria estar dormindo no sofá na sala, abri e fechei a porta com cuidado para não fazer nenhum barulho, andei no escuro até a escada desviando da mesa de centro e da poltrona onde o meu pai costumava se sentar para ver televisão, imaginando onde ela deveria estar, cheguei até a escada e quando fui subir o primeiro degrau e coloquei o pé no degrau, ouvi uma voz do nada.
Boa noite!
Tomei um susto, demorei para entender, mas lembrei que o meu primo dormia no sofá embaixo da escada, eu estava tão acostumado a dormir primeiro que ele, porque ele não parava em casa sempre chegava de madrugada depois de mim nos últimos dias depois dos acontecimentos, com medo ou vergonha de me encarar, que pensava que ele poderia estar ali, mas evitava acender a luz para não fazer contato caso estivesse e infelizmente esse dia ele estava e puxou conversa, eu demorei para responder até processar tudo o que estava acontecendo e por fim respondi.
Boa noite também.
E ele respondeu.
Posso conversar com você só um minuto.
Assenti com a cabeça, mas a voz disse novamente.
Posso conversar com você, é rápido,não precisa me ignorar.
Assenti com a cabeça novamente. E a voz disse mais uma vez.
Me desculpe, só queria me desculpar, isso está me matando, preciso conversar com você, isso está acabando comigo.
Consenti com a cabeça mais uma vez e foi só aí que percebi e entendi que estava escuro e que ele não estava vendo eu consentir com a cabeça, então respondi.
Sim, mas vamos lá na cozinha!
Ok. ele respondeu balançando a cabeça, deu para ver no escuro ele balançando a cabeça, porque a luz que entrava pela janela iluminava ele, no momento que passava um carro na rua com o farol alto, ele estava fazendo a mesma coisa que eu havia feito, ´só que ele não sabia eu tinha entendido ou visto ele balançar a cabeça no escuro. Então desci um degrau da escada e acendi a luz e fui na direção da cozinha, acendi a luz da cozinha e pedi para ele apagar a luz da sala, ele apagou a luz e veio na minha direção, ali estava ele, o cara que me trouxe os problemas dele, ele estava descalço, vestindo um shorts e estava usando uma camiseta de uma banda de rock.
Eu conheço essa camiseta. Disse eu lembrando que havia ganho essa camiseta de uma antiga namorada e um shorts.
Eu peguei no varal, era a única que estava seca, pensei que fosse uma minha, mas desculpa depois eu te devolvo. disse ele sem olhar nos meus olhos, ele não conseguia me encarar ou olhar para mim, ficava com a cabeça baixa com vergonha.
Também eu acho que ninguém iria querer comprar essa camiseta velha. pensei comigo.
O meu primo, tentava começar um diálogo, mas não sabia como, eu me sentei na cadeira da mesa da cozinha, o passarinho, um canário da terra que era todo amarelinho e xodó da minha avó, que dormia na gaiola coberta por um pano, deu um Pio, como se estivesse reclamando da luz acesa.
Calma Tim, já apago a luz. disse eu para o passarinho que se chamava Tim.
O meu primo puxou uma cadeira também e se sentou.
Piu. piou o passarinho mais uma vez reclamando da luz acesa.
E o meu primo meio que sem jeito começou a se desculpar e falar.
Me desculpe por pegar o seu tênis e a sua e trocar por droga, eu vou tentar pegar de volta ou te pagar outro, a blusa está com um amigo que deixei como garantia do dinheiro, eu só deixei com ele até ter o dinheiro para pegar de volta e ter o dinheiro que peguei emprestado.
Eu só balançava a cabeça, ele conseguia ser convincente nos seus argumentos, por isso conseguia convencer as pessoas nas suas tramóias, ele era um malandro, eu só estava ouvindo, até que disse.
Sim, eu te perdoo só quero tentar te ajudar a se livrar dessa merda. naquela época eu não podia imaginar como estava sendo ingênuo, inocente, acreditando que eu poderia ajudá-lo, acreditando que ele poderia se livrar desse vício, mas eu não era o único, a tia dele por parte de pai também tentou de tudo, até o levou em centro de candomblé, paraprera-lo para poder incorporar entidades, fazer a cabeça como ela se referia a prepará-lo para tal procedimento, como ela já havia começado, quando ele estava morando no quarto da Avó por parte de pai, nesse dia eu fui junto, quando chegamos no terreiro de Umbanda, da rua já se ouvia tambores que tocavam com força e animação, na entrada no terreiro um cheiro de incenso com charuto dominava o ar, quase todas as pessoas ali estavam vestidas de branco, tirando a nossa família, só o meu primo e a tia dele estavam de branco, rasparam a cabeça dele, outras entidades rodeavam ele enquanto raspavam a cabeça dele, depois o levaram para o centro do terreiro, os tambores tocaram mais alto e com mais força, entidades incorporadas nos seus cavalos, cavalo era a pessoa que a entidade usava para se manifestar através do corpo dela, eles dançavam em volta do meu primo, até que os tambores pararam bruscamente, entrou uma entidade usando uma roupa de palaha que cobria todo o seu corpo e rosto, falou no ouvido de uma senhora vestida de baiana, que foi na direção do meu primo, pegou na mçao dele e o levou para uma porta no canto do terreiro, enquanto isso ficamos ali parados e os tambores voltaram a tocar, depois de alguns minutos o meu primo saiu da porta, a entidade mandou chamr a minha tia, depois a minha prima, a minha avó
e por último me chamou também, então lá fui eu, assim que passei pela porta ficou escuro, fiquei um pouco assustado, era um corredor comprido só iluminado por velas, logo na entrada havia algumas oferendas que estavam sendo preparadas para ser deixadas em alguma encruzilhada, despachadas em algum canto da cidade, havia algumas galinhas que ainda sangravam em um tacho ou um vasilhame de barro, mas o que mais me assustou foi uma coisa que não consegui identificar direito, parecia um pedaço de carne com um monte de espinhos ou espetos enfiados nele, isso me deixou assustado pela aparência, uma entidade vestida de branco pegou na minha mão e me levou até o fim do corredor onde estava a entidade vestida de palha, que estava sentado em um trono ao lado dele havia outra entidade, sentado em um banquinho, ele usava um chapéu e não mostrava o rosto, ele fumava um charuto e não mostrava o rosto, ficava o tempo todo de cabeça baixa, a entidade de branco me posicionou na frente das outras duas entidades, a entidade que fumava charuto deu uma baforada com a fumaça do charuto em mim, eu quase tossi, ele continuou soprando a fumaça por todo o meu corpo, falando umas palavras, que parecia ser de uma lingua africana. me deu vontade de rir, mas me segurei para nçao rir e a entidade falou.
O que posso fazer por vosso se?
Eu fiquei sem saber o que dizer, não esperava nada sobre isso, só achava que tinha haver com o meu primo, pensei um pouco e disse.
Por mim nada,mas o que eu queria era que vocês possam ajudar o meu primo a se livrar desse vício maldito.
A entidade que não olhava nos meus olhos, que ficava o tempo todo de cabeça baixa, deu uma tragada no charuto, bateu no peito deu um grito, falou umas palavras estranhas novamente e disse.
Sei, vosso se tem o coração bom, preocupado com o outro cavalo, o outro irmão, o seu pedido está encaminhado, a entidade se levantou, deu mais baforadas com a fumaça do charuto em cima de mim, dessa vez eu tossi, ele disse mais algumas palavras estranhas, bateu no peito, a entidade vestida de palha se levantou e dançou em volta de mim, as duas entidades se sentou e falaram.
Pronto pode ir, que oxalá o guie.
A entidade vestida de baiana pegou na minha mão e me levou até a saída do corredor, mas antes de sair eu tropecei em uma das oferendas, justamente na que mais me assustou, o pedaço de alguma coisa cheia de espinhos, eu peguei o negócio com nojo e coloquei no vasilhame , a sorte que o vaso não quebrou, endireitei o vaso, sai pela porta rapidamente e fui de encontro da minha família, que me olhavam tentando entender o que tinha caído do outro lado.
O tim piou mais uma vez reclamando da luz, me tirando do transe da lembrança, mas aquela conversa iria ser longa, seria mais um diálogo noturno.
A minha intenção era ajudar e não julgar, porque nunca sabemos o nosso dia de amanhã.
Amanhã é segunda-feira. respondi para mim mesmo, rindo fazendo uma piada boba.
E tenho que trabalhar. mas aquela noite o meu primo queria abrir o coração, colocar o seu coração na mesa, ele começou a chorar e disse que:
Eu estava um mês sem usar nada dessa vez, acho que foi uma das vezes que fiquei tanto tempo sem usar, depois que fiquei internado na clínica de recuperação, bastou eu encontrar as pessoas erradas, com um pouquinho de má influência e foi tudo por água abaixo, era um mê sabe o que é isso, sabe como foi difícil, esse um mês parecia um ano, a minha mãe me pediu para não decepcioná-la, que nós já não tínhamos mais para onde ir e que essa era a nossa última chance de superar, eu consegui por um mês, um mês.
Ele ficou repetindo várias vezes e eu não sabia o que dizer nessa hora, fiquei pensativo, mas ainda estava chateado com ele, por ter vendido o meu tênis que havia pago caro, além do meu moletom, balancei a cabeça e disse:
Vai dar certo, nós vamos conseguir, a esperança é a última que morre, vou tentar te ajudar, mas você vai ter que ter força de vontade, tem que ser forte.
Força de vontade, como fui ingênuo, não sabia onde estava me enfiando, era um inocente, iludido achando que poderia acreditar na cura de um viciado em Heroína.
O meu primo me agradeceu e mais uma vez me disse.
Eu vou pagar pelas suas coisas ou vou pegar de volta.
Piu! Piou o passarinho mais uma vez.
Eu lembro que você me contou que ficava até tarde conversando com aquele estrupício do seu primo, foi um pouco antes de começarmos a namorar, também lembro que aquele lazarento roubou o meu Walkman que havia te emprestado e a blusa novinha que te dei no nosso primeiro dia dos namorados, Deus que me perdoa, mas quando eu ia na casa da sua avó depois que casamos, e ele teve a overdose eu tinha vontade de fazer maldade com ele, quando o via deitado na cama hospitalar no canto da sala, até isso ele tinha sorte, tinha cama e enfermeiro e médico que o atendiam em casa uma vez por semana, isso era injusto, tantas pessoas doentes não tinham essa sorte, esse atendimento, isso é muito injusto, foi ele que procurou isso, não foi uma doença que aconteceu, é nessas horas que sou a favor de liberar as drogas, mas tem que ser assim, quer usar usa, mas se precisar de assistência hospitalar tem que ser pago do seu bolso ou deixa morrer, não pode tirar o lugar de um pai de família que pagou impostos e que fica doente sem causar a própria doença, quer usar, que use, mas não pode tirar o lugar em um hospital de uma pessoa que nçao tem nada haver com isso, era por isso que eu tinha vontade de beliscar ele, esfregar fralda suja de mnerda na cara dele, ou afogar ele com um travesseiro, quando eu lembro disso tudo que ele te fez eu gostaria de ter a metade do corção que você tem ou essa capacidade de perdoar que você tem, eu sei que errei com você também e você me perdoou, por isso fiz de tudo para te ajudar com o seu pai,cuidei dele como pude, o levava no médico, cuidei das feridas do pé dele, ira lá duas vezes por semana para fazer curativo, poruqe eu lembro quando você chegou em casa quando o seu pai estava internado e os médicos queriam amputar o pé dele, você estava branco e assustado e nós demos um jeito eu e a minha irmã nos revazavamos e faziamos o curativo no pé podre do seu pai, você mesmo não conseguia, só de você chegar perto te dava ansia de vomito, pois é fiz isso e muito mais, levava ele no médico, até bati o carro uma vez porque ele me deixava nervosa, como aquela vez, que ficou enjoado e abriu a porta do carro para vomitar com o carro em movimento, quase bati o carro de novo e foi aí que dei um basta e falei que não levaria mais no médico sozinha, mas o médico logo depois falou que o Alzheimer do seu pai havia piorado e não podia mais morar sozinho e assim tivemos que levá-lo para morar com a gente, foi uma barra, o problema de urina que ele tinha, era terrível, ele não queria usar fralda e enfiava tudo o que achava pela frente na cueca para tentar conter a sua incontinência urinária, era saco plástico , até caneca ele enfiou no saco e o pior era que ele não lembrava se havia comida e ficava pedindo mais comida ou reclamando e brigando comigo enquanto você estava trabalhando e quando você chegava em casa, muitas vezes encontrava eu chorando de um lado e o seu pai chorando do outro, aí quando decidimos colocar o seu pai em um asilo a família toda me crucificou como se a culpa fosse minha, ele era o seu pai e você que decidiu depois que tentamos de tudo percebemos que não tinhas capacidade para cuidar dele, poruqe a cada dia que passava ele piorava e precisa de um acompanhamneto de profissional, mas é fácil julgar né, a sua prima um pouco antes da sua tia falecer, eu lembro que ele te ligou e perguntou como era a casa de repouso, que ela não iria cuidar do irmão, e que queria coloca-lo também poruqe a sua tinha já estava velhinha e não tinha mais saúde para cuidar dele. a minha esposa não entendia como eu tinha a capacidadede lidar com tudo isso, mas o que eu pensava, que tudo o que o meu primo me roubava, era só bens materiais, e que eu a perdoei por causa da nossa família e o meu pai, foi o alccol que acabou com a vida dele, ele era alcolatra e isso destruiu a vida dele também, o seu casamento, a vida social, poruqe ninguem o respeitava, parecido como o meu primo fez com a dele por causa de um vício.
Você falando assim e vendo de fora, não vou dizer que é fácil julgar, mas se isso fosse com a sua família, digamos que se a sua irmã se envolvesse com droga, ou melhor que o seu pai destruiu a sua família por causa do alcoolismo, como ele quase fez, se não fosse a sua mãe segurar toda a barra, como você iria resolver isso, o que você iria fazer?
Eu ia dar um pau nela todo dia e o meu pai iria deixar que a minha mãe resolvesse, porque se ela aceita ele ser assim, o problema é dela, eu já não aceito.
Eu sei disso. rimos muito do sarcasmo dela.
O pior que ela estava falando a verdade a irmã iria apanhar todo dia , ou seria uma briga feia todo dia, e o pai dela ou tomava jeito ou se ferrava.
Engraçado como o passado está tão presente, você lembrou do Walkman, um aparelho que já estava usado, surrado e velhinho, mas o pior foi o meu primeiro rádio que ele roubou, depois de uma noite de diálogos e promessas, eu fui trabalhar e não imaginei que ele iria pegar o meu rádio, aquele rádio que havia pago com o meu 13º salário e mais umas parcelas no crediário também, era aquele Micro System, com duas caixas de alto falantes acoplada, Surround da Philips, era aquele da propaganda que passava na televisão, da galera dançando na rua e onde eles pisavam a rua se acendia como se estivesse te ensinando a dançar e tocava a música do Technotronic, naquele dia eu cheguei em casa e subi para o meu quarto e percebi que o criado mudo estava vazio e que estava faltando alguma coisa, demorei para entender e acreditar, até a ficha cair e quando a ficha caiu, eu desci reclamando para a minha tia, coitada ela não sabia mais o que dizer, e eu disse:
Hoje ele apanha, fiquei esperando ele aparecer, mas essa noite ele não voltou para casa, estava no hospital internado, ele havia se envolvido em uma briga na rua e tomou uma facada, foi superficial, a facada não atingiu nenhum órgão vital, mas ele teve que ficar em observação no hospital público, ele era vaso ruim de quebrar e tinha sorte, tomou tiro e facada e nenhum dos dois acertou um órgão vital, essa história me fez lembrar, do meu outro primo que que morreu, ele foi assassinado com cinco tiros e não teve a mesma sorte que ele, e o motivo foi o mesmo, por causa de droga, mas antes dele morrer, esse meu outro primo um pouco antes de morre, estava junto com outros usuários de droga em uma roda de amigos e como meu primo que eraprimo dele também, os meus dois primos estavam juntos usando droga, o que morreu e esse da história, e no meio deles estava um traficante pé de chinelo que queria me matar por causa de uma briga, então alguns muleques que moravam na minha rua passou perto deles e sse traficante se levantou, sacou uma arma e gritou para os muleuqes da minha rua.
Avisa lá o seu amigo, que isso aqui é para ele. Disse o traficante mostrando a arma e dizendo o meu nome. Eu havia tido um desentendimento com esse traficantezinho de merda e na porrada ele não aguentou e queria me pegar na trairagem, queria se vingar.
Nesse dia os meus dois primos que estavam juntos, quando ouviu o meu nome, se entre olharam e perguntaram entre eles, se era de mim que ele estava falando, o traficantezinho confirmou que era, e para azar dele os meu dois primos compraram a minha briga e foram para cismado traficante, dizendo que ele não era louco de encostar um dedo em mim e tomaram a arma do cara e descobriram que a arma não tinha bala, por sorte naquele dia, ninguém se machucou, porque se arma estivesse carregada o meu primo poderia ter tomado outro tiro, um dos dos meus primos, ou o que morreu poderia ter morrido nesse dia, porque os dois deram uns tapas no traficantezinho. isso era honra de família, e já havia acontecido algo parecido, esse meu primo que morreu, uma vez arrumou uma briga com um homem bem mais velho que ele, por causa do filho do cara, o meu primo tomou uns socos do cara mais velho e o meu primo correu e foi chamar o irmão mais velho dele também, assim os dois foram até a casa do cara que bateu no meu primo, o irmão mais velho gritava para o cara sair, se fosse homem, o cara saiu armado, e como estava dizendo os meu primos são tudo loucos, aliás eram, porque quando o cara saiu armado, o irmão mais velho do meu primo que morreu, levantou a camisa até o peito e gritou:
Eu tenho mais medo disso no chão do que na sua mão, se você é homem mesmo, atira ou vou te encher de porrada. disse ele levantando a camisa e batendo no peito e gritava.
Se você é homem, atira!
Se ouviu um estrondo, um estopim, meu primo mais velho colocou a mão no peito e viu o sangue escorrendo, o homem atirou mesmo, mas graças a Deus ele não morreu, mas tem a bala alojada até hoje perto da espinha.
A sua família é tudo louca, depois você fala da minha.
sábado, 8 de março de 2025
Heroína ou Ironia? Capítulo VIII
Capítulo VIII
Nesse dia o meu primo estava feliz, ele sorria e me olhava e fazia sinal de positivo para mim, dizendo silabicamente:
- Esse é o meu primo!
Ficamos ali no meio da pista curtindo, bebendo, dançando, beijando, curtimos muito essa noite, o meu primo era conhecido, as pessoas passagem por ele e o comprimentavam, alguns comprimentos de mão eram estranhos e demorados outros discretos, mas um deles que eu deveria ter reparado mas não percebi um momento crucial, sempre abraçado com uma das garotas, as vezes duas, era muita intimidade, beijos e abraços entre eles.enquanto as outras garotas me abraçavam também, uma delas brinca comigo.
Vamos fazer igual?
E antes que ela terminasse a frase, já havia enfiado a língua dentro da minha boca, eu só fechei os olhos e curti o momento, foi uma loucura, o Dj mudou a música bem naquela hora e colocou para tocar um clássico dos Ramones, “Surfin bird” e uma sequência de playlist punk rock, California Uber alles do Dead Kennedys, Nellie the Elephant do Toy dolls, a galera foi a loucura e cantavam juntos, pulavam e faziam roda de Punk se batendo uns nos outros, simulando uma dança indigina, muito legal eu queria que aquela noite não terminasse nunca, foi muito divertido, mas o tempo passa e tudo que bom se acaba.
Vamos embora. disse o meu primo.
As garotas já estavam indo também e ainda ganhei mais um beijo de despedida, de cada uma delas, era boca de todo sabor, chiclete de hortelã, halls de cereja, gosto de cerveja, whisky, cigarro, amarga, doce e uma com um gosto químico que não soube distinguir o que era, essa garota era a mais agitada de todas, estava alucinada, agitada com um olhar inquieto, eu me lembro do meu primo gritar.
- Chega de beijo porra! - vamos logo porra! Ele estava diferente, como se algo o perturbasse ou que estava cansado porque acabou a energia, algo assim.
Eu tentava me despedir das garotas, mas elas estavam tão bêbadas, alucinadas, que voltavam para dar outro beijo e eu tentava sair mas não conseguia, saia uma, voltava outra e dizia.
Só mais um beijo de saideira.
A outra dizia.
É o último, eu prometo. Dizia ela, mas não era.
Fiquei ali, estava adorando, ser água benta na saída da igreja, onde as pessoa passam a mão na água e se benzem, até o meu primo me puxar
Uma das garotas nos deu uma carona e nos deixou perto de casa, na hora de se despedir, foi mais beijo, essa era a garota mais bonita de todas, usava um perfume maravilhoso e a sua boca tinha gosto de mistura de Halls com algo químico, eu desci do carro e dei a volta no carro e ganhei mais um beijo pela janela do carro, o meu primo me puxou e deu tchau para a garota, que antes de partir ela me olhou e disse.
Tchau meu Anjo. e me mandou um beijo beijando a mão e assoprando, ela ligou o carro e partiu dando tchau com a mão fora da janela do carro.
Estou apaixonado. Eu disse e o meu primo me abraçou pelo pescoço, e fiquei preso no seu suvaco com a cabeça entre o seu peito e a sua barriga, com a cabeça virada para cima, eu olhei para cima e percebi que as narinas dele estavam brancas, com resto de cocaína, eu me desvencilhei do seu abraço e olhei nos seus olhos, que estavam vidrados, ele estava com a boca seca, o que o forçava a colocar a língua para fora para tentar umedecer e ele disse.
E aí, gostou? disse ele olhando para o vazio,tentando se concentrar, mas sem esperar uma resposta direta, como se já não lembrasse mais da pergunta que fez.
Eu fiquei fitando ele, demorei para responder para ele ali parado na minha frente como um Zumbi, pensei comigo, que foi que deu Cocaína para ele e não percebi, e parece que não foi pouco, pelo estado que ele está, misturou várias bebidas e droga, olha o estado que ele está, foi aí que juntei as coisas, lembrei da menina que tinha gosto químico na boca, que perguntou quando chegamos, se ele tinha alguma coisa, eu lembro dele falar que não, mas na hora não havia entendido a sua resposta, agora eu entendi e faz sentido o que ela disse, que na hora não consegui ler os seus lábios, que disse:
- Eu tenho.
Agora faz sentido, as pessoas que comprimentavam o meu primo e que deravam para soltar a mão estavam entregando para ele os papelotes pagos pelas meninas, por isso estava tão agrupados para disfarçar, e agora a menina do carro, tão linda mas também estava com gosto químico misturado com Halls na boca, ela deve de ter cheirado com ele no momento que me esperava enquanto as outras meninas tiraram uma casquinha comigo, eu percebi que tinha hora que ela dirigia estranho, e tinha momentos de lucidez e outras horas, parecia que estava dirigindo no céu sobre nuvens, devia de estar viajando com o efeito da droga e por isso que o beijo dela, não terminava, ela beijava gostoso como se não queria mais parar de beijar, devia estar achando que eu era um anjo do céu, e queria beijar sem parar, viajando no efeito da droga, mas que beijo gostoso que foi, espero que ela chegue em casa bem e não se envolva em nenhum acidente.
Sim, adorei!
Respondi para o meu primo, que já não sabia mais do que eu estava falando, ele me olhou, fechou e abriu os olhos tentando entender o que eu estava falando, ele deu um sorriso e descemos andando a rua de casa, entramos pela porta da sala tentando não fazer barulho, porque já era bem tarde, e qualquer barulho menor que seja nesse horário parece uma orquestra sinfônica tocando, eu subi para o meu quarto e ele ficou no sofá da sala que ficava embaixo da escada sentado como um Zumbi, mas antes de eu subir ele me chamou em um momento de lucidez e me disse tirando a minha blusa e descalçando o par de tênis.
Toma guarda isso.
Naquele momento achei estranho aquela atitude, peguei o meu tênis e a minha blusa e subi, deixei o tênis entre a minha cama e a do meu pai, me deitei para dormir, mas o meu pai roncava e ainda estava com o rádio ligado ao lado do travesseiro, eu demorei para dormir, pensava na noite que havia acontecido e no gosta que estava na minha boca, era uma mistura de whisky, cigarro, cerveja, bala sabor de cereja e um gosto estranho que não sabia identificar na hora, mas agora eu já sabia o que era, fiquei me lembrando do que havia acontecido até adormecer.
Por volta das 05:00 hrs da manhã escutei uma barulheira, barulho de porta fechando e sofá arrastando a minha tia e a minha avó gritando, pulei da cama rapidamente e desci as escadas correndo, pulando os degraus para chegar mais rápido lá embaixo e me deparei com uma cena, que se tornaria rotineira naquela época da minha vida.
O meu primo havia empurrado o sofá até a porta da entrada da sala como se quisesse bloquear a passagem de alguém, se apoiava no sofá fazendo força para impedir que alguém entrasse, a minha tia estava de pijama e tentava segurar o meu primo, pedia para ele parar, que nem tinha ninguém ali, era tudo da imaginação dele, ela falava chorando e gritava.
Porque? Como se ela já tivesse visto isso e que iria começar tudo de novo.
A minha avó, que estava ainda estava de camisola cor de rosa, chorava também, sem saber o que estava acontecendo.
o Meu primo olhava para elas e pedia silêncio colocando o dedo no meio da boca.
Chii ! eles estão aqui e vão me pegar, - OH! , estão aqui, escuta, são eles, - oh!
Não tem ninguém aqui, para com isso, por favor! dizia a minha tia chorando.
E ele abria a parte do vidro e espiava, olhava, olhava e se passasse um carro ou alguém andando na rua, ele trancava rapidamente o vidro e dizia,
Oh! oh! estão aqui.
E fez isso por um bom tempo.
Eu e a minha avó estávamos estáticos, observando aquela cena medonha sem entender nada e sem saber o que fazer.
De repente passa um carro na rua, o meu primo pula a poltrona rapidamente, derrubando o vaso e os objetos que estava na mesa de centro, ele corre e sobe as escadas correndo e entra dentro do guarda-roupa, podíamos escutar o barulho das madeiras dentro do guarda-roupa quebrando.
A minha avó gritava.
Você vai quebrar todo o meu guarda-roupa. mas era em vão ele não escutava uma palavra do que ela dizia.
Eu não sabia o que fazer, só fiquei ali sem saber como ajudar ou o que atitude tomar.
A minha tia estava envergonhada, era a primeira crise de Paranóia que acontecia na casa da mãe dela, que estava tentando ajudá-los dando abrigo e suporte, naquela noite ninguém mais conseguiu dormir, era um tal de subir e descer escada, trancar e abrir porta, empurra sofá e coloca no lugar e volta a empurrar novamente na direção da porta, era a minha tia tentando acalmá-lo a minha avó sem saber o que fazer gritava.
Para com isso menino, não tem nada aqui.
E foi assim até passar o efeito da droga, ele estava com a boca mais seca, uma gosma branca ressecada nos dois cantos da boca, ficava colocando a língua para fora e para dentro da boca e depois de conseguir acalmá-lo e ele dormir.
A minha tia se virou para mim e para a minha avó, enquanto o meu pai dormia desmaiado.
Onde ele conseguiu dinheiro para comprar droga?
Eu lembrei que ele tinha usado no baile e mencionei com ela o que eu havia percebido e que poderia ter acontecido, e ela balançando a cabeça respondeu.
Não foi isso, esse tipo de droga não deixa ele assim, foi algo mais forte, mas essa droga que você falou só abriu o apetite dele, fazendo com que ele ele quisesse mais, algo mais forte, a droga injetável. disse a minha tia apontando para o braço dele onde havia um pequeno burraco, que ainda sangrava na veia no meio do braço na dobra do cotovelo, era possível ver resquícios de sangue seco em volta enquanto no buraco gotejava sangue.
Vai dar uma olhada, se não está faltando nada de vocês mãe. disse a minha tia olhando para a minha avó, ele não olhou para mim com vergonha do que estava acontecendo e já sabendo que o que tinha sumido provavelmente era meu, ela disse sem me olhar.
Você também, vai olhar as suas coisas!
Eu pensei e lembrei do tênis e subi correndo para o meu quarto, já no quarto, não encontrei o tênis, não estava mais lá, me deu uma raiva e desci com vontade de bater nele, a minha tia me pediu calma implorando e disse que me daria outro.
Calma? a senhora sabe quanto custou esse tênis? Foi quase um salário mínimo, parcelei em várias vezes para pagar.
Está bem , eu te dou outro assim que receber o meu décimo terceiro.
Fiquei com tanta raiva que sai para a rua sem comer nada depois de trocar e disse.
Não quero nem saber, eu quero outro, se não eu vou matar esse filho da puta, vou pegar a arma do meu amigo emprestada e dou um tiro nele. mas falei aquilo da boca para fora. a minha tia coitada estava apavorada e a minha avó preocupada comigo só dizia.
Não sai assim , sem comer nada em jejum, faz mal.
E sai assim mesmo, batendo a porta, a noite quando voltei para casa, estava todo mundo apreensivo, pensando que eu iria cometer algum ato impensado.
A minha avó e a minha tia vieram na minha direção, assim que abri a porta.
Você não está armado, está? perguntaram praticamente juntas as duas enquanto um barulho vinha do guarda-roupa do quarto da minha avó, o meu pai estava na ponta da escada segurando um pedaço de pau, com os olhos arregalados.
O que está acontecendo? eu perguntei.
Ele está drogado de novo. disse a minha avó.
Como ele conseguiu mais droga?
Não sei, olha se não está faltando mais nada seu. disse a minha tia.
A minha blusa. subi correndo e procurei por ela, mas nada, ele havia pego.
Ele pegou a minha blusa que comprei com o dinheiro que vendi a minha moto.
Vamos dar um pau nele. disse o meu pai com um pedaço de pau na mão, com muita raiva, que até gaguejava para falar.
A minha avó pedia calma, e a minha tia se desculpava e pedia para não fazer nada também, elas ficam na frente da subida da escada nós tentando impedir de subir, impedindo de tirar ele de dentro do guarda-roupa, que estalava e dava para ouvir o barulho lá de baixo.
Deixa filho, outra hora a gente pega ele. disse o meu pai colocando a mão no meu ombro.
Assim desistimos de bater nele e fomos jantar na cozinha, na cozinha percebi que havia muita comida gostosa, em cima da mesa e do fogão, a minha tia e a minha avó para me agradar fizeram várias coisas que eu gostava, eu estava faminto não havia comido nada o dia inteiro, em cima da mesa havia, pão de brioche recheado de presunto e queijo, pão de maçã, coxinha, bolo, no fogão, havia arroz de forno, panqueca, purê e suflê de batata, na geladeira tinha e uma torta de morango e uma de pêssego e no congelador um sorvete caseiro que a minha tia costumava fazer. eu não sabia por onde começar e peguei um pedaço do Brioche recheado de presunto, queijo e tomate.
Cuidado ainda está quente acabei de fazer.demorei para fazer por causa do show do seu primo, me atrasou toda eu e a vovó, não me deixava terminar , ficava me chamando e gritando, que iriam pegar ele, eu tentei ignorar, mas tem hora que não dá. disse a minha tia, mas já era tarde, queimei a boca com o tomate quente, não sei porque mas o tomate sempre demora para esfriar.
Assoprei com a boca cheia tentando esfriar na boca e querendo mastigar por causa da fome que estava e do sabor que instigava a engolir quente mesmo, enquanto mastigava assoprando a minha tia veio até a mim pedindo mil desculpas, que iria me devolver tudo o que o meu primo me roubou, a minha avó também veio ao meu encontro pedindo calma, mas eu estava com tanta fome, que só queria comer e balançava a cabeça concordando com elas.
Está vendo todo mundo passava a mão na cabeça dele, se tivesse tomado uma atitude diferente. Disse a minha esposa e tive que concordar com ela.
Você tem razão, tenho que concoradr com você dessa vez, fui burro e estupido, acreditando que as coisas poderiam ser diferente, essa foi a primeira vez que ele roubou uma coisa minha, se eu tivesse tomado uma atitude diferente, naquela época não teria chegado onde chegou
Está vendo, foi o que disse, tinha que ter dado um pau bem dado nele, mas não todo mundo só passava a mão na cabeça dele, aí se fosse comigo, eu dei uma paulada no meu pai, imagina o que não teria feito com ele se fosse comigo? Disse a minha esposa vermelha de raiva.
terça-feira, 4 de março de 2025
Heroína ou Ironia. Capítulo VII
Capítulo VII.
Uma semana depois o meu primo entrava por um portão de ferro, que parecia a entrada de uma cadeia, a mãe eo pai o assistiam de longe encostados no carro, na Belina vermelha, ele entrando e sumir dentro da instituição até perdê-lo de vista, ele entrou por um corredor comprido e gelado que cheirava a mato, tinha um ar puro e gelado devido a proximidade da Serra do Mar, onde haviam vários janelões através do corredor de onde ele pode observar o seu pai abraçar a sua mãe que chorava e depois abrir a porta da Belina vermelha para ela, entrar no carro e partir, ele sentiu um frio na espinha, medo e uma vontade de chorar, mas não demonstrou nenhuma fraqueza para a pessoa que se aproximou e se identificou.
Bom dia eu me chamo José, eu sou responsável pelos candidatos a se curarem do veneno que destrói vidas, nós vamos te ajudar a se livrar dessa maldição, olha pra você rapaz, um jovem bonito que tem toda a vida pela frente ainda, não pode desperdiçar a vida assim, por causa desse vício.
O meu primo só balançava a cabeça e não falava nada, só concordava com a cabeça.
O Senhor José o levou até um quarto, colocou a sua mala sobre a cama e avisou.
Aqui nós temos regras, que precisam ser obedecidas para poder dar certo, esse é o nosso objetivo, o respeito é a primeira das regras, respeitar para ser respeitado, a confiança também é uma regra, quando se perde a confiança, se perde o tudo, por isso não nos faça perder a confiança em você, é ela que vai trazer esperança, dignidade e cura, se perder isso, tudo está perdido e voltamos a estaca zero.
O meu primo só balançava a cabeça.
E assim ele se adaptou o local ou pelo menos tentou, os dias foram se passando na instituição, nos primeiros dias ele resistiu bem, mas logo teve uma recaída, se contorcia a noite por não conseguir dormir, por falta da droga, e o vício querer falar mais alto, teve febre, crises de vômito, calafrios e dormia de cócoras no chão segurando os joelhos junto ao corpo na tentativa de aliviar aquela dor, foi uma fase difícil para superar a abstinência, passando essa fase, parecia que tudo iria dar certo, começou a trabalhar na horta, depois na cozinha, fez amizades com outros pacientes, jogavam bola, praticavam atividades físicas e artística, rezavam em uma pequena capela que ali havia, aos domingos um padre vinha administrar uma missa para eles, preparavam a própria comida e justamente na cozinha foi onde ele aprendeu a ludibriar a vontade de tomar alguma coisa que o tirasse da sobriedade, ele conheceu o cozinheiro chefe, um viciado também que estava tentando se curar, ele tinha uma cara de poucos amigos, não era muito de falar, calado, mas quando falava se notava um hálito etílico perfumado.
o meu primo percebeu que tinha algo estranho ele pensava o que poderia ser aquele cheiro? O Bafo do cara cheirava a desodorante pensou o meu primo.
O cozinheiro lhe passou as tarefas diárias e assim eles foram se envolvendo e aprendendo tudo o que lhe passava as coisas boas e as coisas ruins, e foi assim que o meu primo descobriu porque o cozinheiro tinha o hálito cheiroso, o Cozinheiro o ensinou a preparar uma bebida com desodorante líquido, esses do tipo Rexona, que tem grande parte formada por álcool, o cozinheiro pegou duas laranjas e as espremer em uma caneca, depois tirou debaixo da bancada um tubo de desodorante, tirou o bico dosador e derramou todo o líquido dentro da caneca, jogou o tubo vazio no forno a lenha para que ninguém percebesse, o que deixava um cheiro de plástico queimado e o cozinheiro dizia que tinha esquecido de tirar a embalagem de plástico da carne ou do que quer que fosse, quando alguém percebia, então ele colocava açucar e gelo na caneca mexia e bebia normalmente como se estivesse bebendo uma laranjada, ele serviu o meu primo que recusou balançando a cabeça dizendo que não iria beber aquilo, o cozinheiro deu de ombros e deu um gole e novamente dizendo.
Experimenta!
Então ele pegou o copo, levou até a boca e deu uma golada, ameaçou cuspir, o cozinheiro o repreendeu e o fez engolir, ele fez uma careta após engolir e devolveu o copo para o cozinheiro.
Gostou? perguntou o cozinheiro.
Não, é horrível, como você consegue beber isso? respondeu o meu primo.
OK, vou colocar mais gelo, costumava ficar mais suave e mentolado. O cozinheiro pegou uma forma de gelo, tirou algumas pedras de gelo e colocou na caneca acrescentado algumas folhas de hortelã.
O meu primo bebeu e continuou achando ruim,balançando a cabeça e respondeu,
Está menos ruim, um pouco melhor , mas é estranho o perfume agarrar na garganta é horrível parece que estou bebendo álcool puro, desce queimando, parece pimenta.
O cozinheiro dava risada e o meu primo também, já sentia o efeito do álcool agindo no seu organismo e disse.
Pelo menos dá uma brisa, vale a pena pelo resultado e agora eu entendi, porque você tem esse hálito perfumado e esse cheiro de Cecê, até parece um cozinheiro Francês, só não levanta o braço se não você mata um. disse ele bebendo e rindo.
Hi-Fi de desodorante, você se acostuma, quer que coloque um guarda-chuvinha para decorar o copo missie? Disse o cozinheiro rindo imitando um sotaque francês.
Faltou uma porção de camarão para acompanhar. Disse o meu primo já bêbado de desodorante rindo.
Chiuuu! se não vão nos descobrir, não dê pala, age naturalmente! Pede o cozinheiro com o dedo na boca fazendo sinal de silêncio e rindo por cima.
E assim foram se passando os dias,sempre que chegava a compra com desodorante era uma festa, e as pessoas pensavam se gasta tanto desodorante mas o cozinheiro continua fede a suor e agora o meu primo também, hálito perfumado como suvaco fedido,mas isso não ajudou o meu primo em nada, só piorava as coisas, aquilo só estava fazendo ele querer algo mais forte e regredir, e assim ele começou a querer fugir dali , mas sempre lembrava o pai falando.
Nesse lugar eles só te aceitam uma vez, eles tem um lema, Respeito e confiança, se perder um desses não tem cura, por isso anda na linha até você se curar, caso você queira sair antes ou fugir eles não te aceitam mais, dá você como um caso perdido sem solução, o método deles só funciona uma vez, quem não aceita essa primeira fase , não pode chegar a segunda fase, o fim dessa pessoa é caixão e vela preta.
Ele só pensava no que o pai havia dito e isso não saia da sua cabeça e era a única coisa que o segurava ali, mas ele não resistiu e em uma noite enquanto todos dormiam, ele saiu pela janela, subiu em uma árvore que dava acesso a rua, se pendurou e pulou o muro para fora da instituição, estava uma escuridão no meio da serra e daquele matagal, mas ele fugiu assim mesmo, até sem sabe para que lado ir.
Na manhã seguinte ele entra pela porta da cozinha da casa da sua mãe, que estava cozinhando.
Que cheiro bom! diz o meu primo para a minha tia que se assusta e deixa cair a panela que estava na sua mão derrubando todo o molho no chão.
O que você está fazendo aqui?
Eu fugi mãe, não aguentava mais.
Não, você não pode ter feito isso, você tinha que ter ficado lá até se curar totalmente, você tem que voltar.
Eles não aceitam mais quando a gente foge.
Como você fugiu daquele lugar?
Eu esperei todo mundo dormir, pulei o muro por uma árvore e depois andei por uma estrada de terra por alguns quilômetros, até chegar na Rodovia onde havia alguns ônibus dos torcedores do Corinthians parados, eles estavam voltando do jogo de Santos e se envolveram em uma briga de torcedores, estava muita correria eu aproveitei entrei no ônibus e fiquei quietinho lá até o ônibus começar a andar, o ônibus parou em santana e eu vim a pé de lá até aqui. A mãe estava incrédula olhando para ele sem acreditar que era ele que estava ali, que aquilo não era uma miragem, a única coisa que trazia a realidade era o cheiro que exalava dele.
Pelo cheiro que você está inalando eu acredito, parece que não toma banho a um mês.
Essa é outra história.
O seu pai vai ficar uma fera e agora o que vamos fazer?
Ele olha para a mãe, pega uma banana na fruteira e sai comendo indo para a rua e só voltando tarde da noite, bêbado e drogado.
A sua mãe ainda não havia contado para o marido o que havia acontecido e assim que ele atravessa a porta, naquele estado o seu pai dá um grito.
Você fugiu? Eu não acredito, foi difícil de conseguir uma vaga para você e você me apronta mais uma dessa, ah não, quer saber, aqui você não fica, pode juntar as suas coisas e ir embora, aqui você não fica.
A mãe ainda tentou dialogar com o pai que estava irredutível e ele voltou para ela e gritou.
Se você quiser pode ir junto também.
E assim voltamos onde havia começado o meu pesadelo, como já havia contado, a minha tia sem ter para onde ir, foi morar com o meu primo na casa da minha avó, onde ela dormia no quarto da minha avó e eu e meu pai no quarto da frente o meu primo na sala, no sofá, onde ele tinha total liberdade para fazer o que ele bem entendesse, entrar e sair a hora que quisesse, usar droga, beber, furtar, etc.
Hi-Fi de desodorante, credo! Imagina o gosto que horrível. disse a minha esposa fazendo uma careta, após escutar a história, incrédula da bebida de desodorante.
Entendeu agora meu amor, que as coisas não são tão fáceis como você imaginou e isso é só o começo, tenho histórias muito mais chocantes para te contar.
Tá, tá, já entendi, mas tomar tiro foi merecido, devia ter morrido, assim, não dava trabalho para ninguém, tentaram de tudo para ajudá-lo, até espiritismo ou macumba sei lá o que é.
Mesa branca, Candomblé, disse eu rindo dela.
Que seja, até no Budismo, e mesmo assim ele fez o que fez e você acha que isso não é motivo para matar ele? - Se a irmã o matou, até que demorou, eu já tinha matado ele a muito tempo, acabou com o casamento dos pais dela e com a vida de todo mundo que o rodeava. Eu não duvido da minha esposa, até fiquei com medo do que ela acabou de dizer agora.
Sim, eu acredito que ela não fez isso, tomara que não, mas quem que sabe?
Na verdade a irmã estava saturada de todos tentarem ajudar, tinham paciência, e diálogos noturnos, eram vários diálogos, o meu primo gostava da noite, ele era Boêmio era como um gato, dormia de dia e era ativo a noite em todos os sentidos, longas conversas regadas a bebidas e cigarros, ele não era de comer muito, ele até dizia que havia visto uma pesquisa de quem comia demais tinha mais probabilidade de morrer mais cedo e quem comia pouco viveria mais, eu lembro dele dizendo isso, estranho, nessa época era o que mantinha o seu corpo em forma , ele era magro, mas não esquelético, mesmo usando tanta droga como ele usava, para a sua altura, ele até que tinha um corpo ideal, alto e não tão magro, algumas pessoas até o apelidaram de Magrão, mas em um futuro esse apelido poderia ter sido Gordão antes de falecer.
Nas primeiras noites na casa da minha avó, onde agora era a sua casa, estava tudo indo muito bem, dentro dos conformes, a paz estava instaurada, o meu primo estava tentando resistir ao vício, então quando ele se sentia na paranoia, tínhamos vários diálogos longos, eram diálogos noturnos como falei, as vezes saiamos a noite para passear e espairecer, em uma dessas noites nós fomos juntos , para uma danceteria, ele não tinha mais o que vestir, só alguns trapos, ele havia vendido quase toda a sua roupa para um tênis e uma blusa para ele e falei.
Cinco “V” em.
O que é cinco V? perguntou a minha esposa com cara de ué e gesticulando os braços.
Vai e volta viu viado.
Ah, seu besta e eu ainda caio nessa.
Mas você riu, eu vi, o meu primo também deu muita risada ele fez a mesma pergunta que você na época.
Voltando para o que eu estava contando, então eu emprestei o meu tênis e a blusa ele calçou o tênis e vestiu a blusa, eu ainda avisei , cuidado com esse tênis, eu paguei uma nota dele e não foi fácil achar, é um modelo exclusivo, comprei ele em uma galeria lá no centro de São Paulo e essa blusa também , não foi barato, custou quase meio salário mínimo, depois de pedir cuidado com as minhas coisas, saímos, andamos até o ponto de ônibus na direção de Santana, dentro do ônibus estava lotado, era sabado de carnaval e as pessoas estavam indo para o Sambódromo, se esprememos para passar e acabamos sentando na tampa do motor do ônibus, meu primo me olhou e me abraçou, sorriu e disse.
É nessas horas que o Jipe faz falta.
Eu olhei para ele e dei de ombros, não quis dizer nada, mas a minha vontade era dizer, também você depenou o carro, só sobrou a carroceria e o pneu magrelo, pensei com o meu botões e disse.
É aquele Fusca Baja que tinha a pintura personalizada da bandeira do Brasil?
Meu primo me olhou pensando e eu ainda dei mais detalhes de como era o carro.
Era um fusca transformado em Baja, tinha os pneus para barro, todo transformado, mas a pintura da bandeira do Brasil era o máximo, o círculo da bandeira ficava no meio do teto, o losango amarelo descia pelas loterias e a parte de baixo a frente e a traseira eram verde formando o resto da bandeira, esse carro era seu e do seu amigo Paulão, você mataram juntos antes de você se envolver com as drogas pesadas , porque maconha vocês usavam como água , dentro do carro já cheirava maconha estava impregnado com o cheiro da erva e da fumaça, você fumavam tanto dentro dele, que parecia que a mata da bandeira estava pegando fogo, a parte verde parecia estar em chamas, de tanta fumaça que saia de dentro do carro, parecia a amazônia pegando fogo, tinha tanta fumaça que devia atrapalhar até a visibilidade para dirigir, e coitado do carro, vivia todo amassado não saia do funileiro de tanto vocês baterem ele dirigindo muitos loucos, a bandeira tinha que ser retocada toda hora.
Meu primo me olhou balançou a cabeça e falou.
Está bem, eu já entendi, depois de tudo isso que você falou, que memória hein, eu vendi a minha parte para o Paulão por uma mixaria, em uma noite de loucura.
Na verdade ele queria dizer em uma noite de paranoia e trocou por droga, não é isso? falou a minha esposa sarcástica.
Sim foi isso, em uma noite de fissura e vontade de se drogar, não conseguindo nenhum dinheiro ele praticamente trocou o carro por droga.
Mas deixa eu terminar a história.
A minha mulher fez uma careta de criança entortando os olhos ficando vesga e mostrando a língua, eu olhei para ela e dei risada.
Então quando eu eo meu primo chegamos no nosso destino, já na entrada o meu primo conhecia todo mundo, consegui pagar a minha entrada e adele com desconto porque ele conhecia o cara da bilheteria e assim entramos no baile, ele comprimentnado quase que todo mundo, ficamos alí na parte debaixo da danceteria, que tinha dois ambientes , na parte de baixo era escuro, sendo iluminado só pelas luzes de efeito coloridas e pelos lasers do salão, a luz de estrondo me deixava enjoado, ficamos ali curtindo a música e de repente a música parou e do teto desceu um lustre de luzes formando uma espaçonave, girando e se abrindo ficando maior girando mais rápido fazendo um show com efeito de luzes , era luz para todo lado, de todas as cores e tamanhos, rios, estrondo, lasers, tudo ao mesmo tempo, ao som de uma batida forte misturada ou um remix de uma música clássica, o Mc da festa, pegou o microfone e gritou. - Boa noite Vênus!
A galera foi a loucura e respondiam ao boa noite aos gritos, o Dj começou a fazer Scratch nas pickups, como um alucinado tocando pedaços de músicas de sucesso, obedecendo o pit da batida, ele trocava a música sem perder a agitação. a galera não parava de dançar e formavam rodas e grupos de danças de passinhos, outros que assistam dançavam sozinhos, como eu e o meu primo, mas ninguém ficava parado. ele me deu um toque no ombro apontou para cima, querendo dizer para subirmos, porque o som estava tão alto que não iria conseguir entender o que ele estava dizendo, nós fomo s na direção da escada e subimos, na parte cima ficava o bar e a parte do pessoal que gostava mais de rock e clássicos da época, quando acabamos de subir já no final da escada, algumas garotas avistaram o meu primo e vieram na nossa direção gritando.
Nenê,Nenê, ela o abraçaram e o beijaram e eu só de lado olhando, uma delas ofereceu um copo de cerveja para o meu primo, que aceitou sem titubear e perguntou para ele.
- tem alguma coisa aí?
Mesmo com aquele som alto deu para entender e ler os lábios dela perguntando.
Tem alguma coisa aí?
O meu primo balançou a cabeça e olhou para mim tentando disfarçar e disse.
Não estou de boa.
A moça acompanhou o olhar dele para mim juntamente com outra garota e perguntou para ele.
Quem é esse gatinho? disse a moça da cerveja.
É o meu primo.
Nossa que família, só tem homem bonito nela. disse a moça passando a mão no meu rosto e apertando as minha bochechas.enquanto a outra passava a mão pelo os meus ombros e me abraçou.
Ai!
Ela fez assim na sua bochecha? pergunta a minha esposa apertando as minhas bochechas, ciumenta.
Modéstia à parte, mas o meu primo era bonito e consequentemente eu também era e sou.
A minha esposa fez fusquinha para mim, entortando os olhos e mostrando a língua e puxando uma corda imaginária dizendo que iria se enforcar.
Na minha família somos bonitos e charmosos, o meu primo era quatro anos mais velho que eu, mas eu já estava se tornando um homem deixando de ser adolescente, e puxando a beleza da família e realmente eu sou bonito, eu disse aquilo já esperando um beliscão da minha esposa, que deu de ombro.
Mas voltando a história eu também era bonito junto com o meu primo onde as garotas o rodeava ele me puxou para junto delas e dele e fiquei no meio deles, alguma me abraçando querendo me beijar.
Calma isso faz tempo, não me belisca.
Tá bom convencido, termina logo essa história.disse a minha esposa com cara de poucos amigos.
as garotas traziam mais bebidas, caipirinha, Whisky, cerveja.
Vamos para o meio da pista adoro essa música, disse uma delas que segura um copo de whisky com bastante gelo em uma mão e na outra segura a minha mão e me arrastou junto com ela e formaram uma rodinha em volta da gente, o meu primo agitava,
Dança vai, dança !
E a garota com o copo de Whisky era a mais agitada.
Dança vai, você está muito duro, mexe esse corpo, tá dá um gole para se soltar.
Está vendo não sou só eu que te acha duro para dançar, disse a minha esposa rindo.
Eu sabia que você iria dizer isso, mas deixa eu terminar, a garota colocou o copo com Whisky na minha boca, senti um gosto forte de Malte Escoces na língua enquanto um líquido gelado descia pela minha garganta, depois de tirar o copo da minha boca, só senti uma língua quente se contrastar com o da bebida, procurando a minha língua e se enroscando nela, a garota estava dançando com o copo na mão por cima do meu ombro e me beijando ao mesmo tempo, aquilo foi muito bom e foi assim que comecei a gostar de whisky.
Eu não devia de estar contando esses detalhes para você, está ficando emburrada.
Tô nada, isso foi no passado, estou pouco me lixando.
Até parece, se você visse a cara que ela está fazendo, mas está bom , pelo menos não me beliscou mais.
Heroína ou Ironia ? Capítulo Vl.
Capítulo Vl.
Na manhã seguinte a mãe do meu primo, levou café da manhã para ele na cama, o leite com achocolatado batido, que ele tanto adorava, uma xícara de café[e um misto quente e ovos mexidos, o cheiro do quarto se misturava com o cheiro de café e essências de candomblé.
Toma meu Nenezão, a mamãe trouxe o seu café da manhã. O apelido do meu primo era Nenê, porque a minha tia o chamava assim,mesmo ele já adulto e a minha prima o chamava do mesmo jeito, na rua, na escola e assim levando esse apelido para a vida.
A minha tia se senta na cama ao seu lado e pergunta.
Como você está? mas antes que ele respondesse, se ouve um grito da cozinha.
Cadê o meu dinheiro ? Eu não estou achando, eu não o acho, aposto que foi o Nenê que pegou. gritava a Avó por parte de pai.
A mãe dele ainda no quarto olhou nos olhos dele, bem dentro dos olhos com uma fúria vontade de dar uns tapas nele, mas ele não teve coragem de encarar a mãe, assim ela entendeu tudo e a sua cara de decepção foi instantânea, da alegria de mimar o filho a decepção de ser enganada mais uma vez. A avó entrou no quarto questionando sobre o dinheiro, mas ele negava de pé junto que não tinha pego dinheiro nenhum, mas neste momento a mãe dele se tornou cúmplice, no mesmo momento que a tia por parte de pai chegava para visitá-lo cheia de idéias e boas intenções.
O que está acontecendo? perguntou ela sem entender o que estava acontecendo, mas já suspeitando dos velhos e atuais hábitos de desaparecer as coisas.
O dinheiro que eu havia guardado para a ceia de Natal, sumiu.
Não Sogra a senhora deve de ter colocado em e outro lugar, o Nenê não foi, ele não saiu desse quarto, eu vou ajudá-la a encontrar, quanto que tinha, qual era o valor?
Acho que eram Cr$100,00.
Deixa ver se eu acho. no desespero a minha tia sai do quarto deixando a avó e a tia por parte de pai, no quarto, sai discretamente pela porto dos fundos, abrindo a porta de tela com proteção para mosquito com cuidado para não fazer barulho, mas a mola da porta dá uma rangida, ela encolhe os ombros e fecha os olhos ficando estática e espera alguns segundos, para ver se ninguém aparência, ela observa que ninguém percebeu e vai até a sua casa, dá um pulo superando os três degraus da escada para chegar mais rápido na porta da sua casa que ficava na edícula dos fundos, quase porta com porta, abre a porta da sua casa bruscamente, pega a bolsa virando ela de ponta cabeça jogando tudo que havia dentro dela em cima da mesa e pega o dinheiro que cai na mesa, volta correndo para acasa da frente, abrindo a porta de tela bruscamente que range e demora para fechar, ela se assusta porque esqueceu que não podia fazer barulho e finge que estava procurando pelo dinheiro, abrindo as portas do armário.
Quanto que era mesmo?
CR$100,00, grita a Sogra.
A minha tia conta o dinheiro rapidamente, separa uma nota de cinquenta e cinco notas de dez e grita.
Achei!! Está aqui. grita ela fechando a porta do armário e assusta com a cunhada que já estava ao seu lado.
Onde você achou? pergunta a Sogra atrás da cunhada.
Aqui no armário. responde a minha tia.
Sim, mas que lugar ? pergunta a Sogra.
Aqui embaixo dos pratos, responde a minha tia.
Mas eu olhei tudo aí e não achei, mas eu acho que não achei porque estava procurando um volume maior, pensei que eram dez notas de dez e não uma de cinquenta e cinco de dez.
A minha tia titubeia por alguns segundos, procurando por uma desculpa, olha para a mesa onde haviam rabanadas em uma forma e diz.
Nossa eu adoro a Rabanada da senhora. ela enfia uma inteira na boca e fala de boca cheia, que sai um som abafado que quase não deu para entender..
A senhora deve ter se enganado, por isso não encontrava, nossa! A senhora precisa me dar a receita dessa Rabanada, hum que delícia!
A cunhada, vendo o que estava acontecendo e observando tudo, entendeu o que tinha acontecido, no mesmo momento que a porta da cozinha de tela verde contra mosquitos, estalou, e assim terminando de se fechar, devido a pressão da mola da porta.
Eu vim aqui hoje porque tive uma idéia, estava pensando que podíamos fazer a cabeça do Nenê
Fazer a cabeça? perguntou a avó tentando entender.
Hum, hum, hum, hum. A minha tia, ainda de boca cheia, estava tentando emitir um som querendo entender o que era.
Sim, fazer a cabeça no candomblé é: prepará-lo para ser um cavalo e estar preparado para receber entidades.
Mas dá para ensinar isso? Não tem que ter um dom? perguntou a minha tia terminando de engolir a rabanada em uma engolida seca, tentando limpar a garganta.
Sim e não. respondeu a Cunhada.
Sim é possível ensinar, mas pode dar algo errado se a pessoa não tiver realmente o dom .
Mas isso não é perigoso? perguntou a minha tia.
Perigoso porque, o que pode acontecer é ele receber um santo do mal, com más intenções, que queira se aproveitar da situação e do cavalo, para prazeres carnais, como sexuais, vícios em jogos, cigarro, bebidas e drogas, etc. assim que ela terminou de falar e mal acabou a frase, começou a gritar e rodar colocando a mão direita na testa e a esquerda na costa, de repente parou e disse: Eu mulher de sete maridos e comigo ninguém pode.
A minha tia ficou encarando ela e a Sogra disse.
Laroyê. saudou a Sogra e disse.
É a Pombajira, vou buscar o champanhe e o charuto.
A Pombajira ficou parada, se balançando para frente e para trás com as duas mãos nas costa, e de vez em quando batia no peito com a mão fechada, a sogra retornou com uma taça de Champanhe e o charuto e entregou para ela, colocou colares e uma saia rodada nela, passou batom e colocou um brinco enorme, a Pombajira deu uma tragada e o cheiro do charuto dominou o quarto, se misturando com o cheiro das essências de candomblé e do café, a Pombajira deu uma tragada no charuto e um gole no Champanhe deu gritou bateu no peito, deu mais uma tragada forte e falou.
Donde está o rapaz que precisa da ajuda da Pombajira, mulher de sete maridos?
falou ela com um sotaque Cigano afriacano.
A mãe do meu primo apontou para a cama, enquanto a avó corria para sair do quarto e deixá-los à vontade, ela vai na direção da cama faz sinal para que o meu primo se levantasse, comprimenta ele batendo o ombro direito no esquerdo dele e depois o esquerdo no direito dele várias vezes soltando gritos que pareciam indígenas, quando iam caçar, dá uma baforada no charuto e solta a fumaça pelo corpo do meu primo, dos pés a cabeça, ela se curva bate no peito se levanta e diz: - Ocê que tá precisando largar este vício de fumar droga? diz ela olhando para ele e depois olhando para a mãe e avó.
O meu primo só balançou a cabeça dizendo que sim.
Então tá bom, Pombajira vai te ajudar, primeiro você coloca este colar com as minhas cores em torno do corpo para sempre ter a minha proteção. falou ela o ajudando a colocar o colar preto, dourado e vermelho pelo pescoço e por baixo do braço, cruzando o corpo e forma de proteção fechando o seu corpo.
Pronto agora vamos começar a senhora pode se retirar e nos deixar sozinhos para trabalhar. a minha tia se retira do quarto e avó estava do lado de fora do quarto curiosa, e fez sinal como se perguntando o que estava acontecendo, a minha tia só balançou a cabeça como que não sabia o que dizer.
A cunhada, ou melhor agora representada pela Pombajira ficou sozinha com o sobrinho, do lado de fora só se escutava a pomba gira falar e falar sem parar, as vezes subia um cheiro mais forte da fumaça do charuto e outras vezes se ouviam gritos de igual que os indígenas fazem quando estão se preparando para a guerra, a voz da Cunhada havia mudado, agora era a voz de um homem.
É o Sete flechas. disse a sogra para a minha tia para ela com o ouvido colado na porta, ela abriu a porta e já sabia o que fazer, colocou vários colares coloridos no pescoço da filha agora incorporado pelo Sete Flechas, retirou a saia e os brincos se não a entidade ficava brava, colocou um cocar nele e acendeu várias velas coloridas, preparou uma poção com a bebida e o charuto, mais umas ervas e entregou para a entidade, que deu um gole e assoprou pelo quarto e pelo corpo do meu primo, da cabeça aos pés, de cima a baixo, no peito ,na barriga, nas pernas, deu uma tragada no charuto e várias baforadas na rosto do meu primo, que fechou os olhos e franziu a cara para se proteger da baforada do charuto, o Sete flechas preferia cachaça em vez de Champanhe, a Avó entregou para ele um copo de cachaça, ele ou ela deu um gole fez bochecho e cuspiu no meu primo fazendo um spray de cachaça no corpo dele e gritou em uma língua incompreensível. E novamente a voz mudou, agora era uma voz calma de um senhor que falava baixinho.
É o Preto Veio. afirmou a Sogra olhando para a minha tia que assistia todo aquele ritual do lado de fora do quarto pela porta aberta agora.
A Sogra tirou os colares coloridos e colocou um preto e branco, colocou um chapéu na cabeça da filha, deu uma bengala, acendeu um cachimbo e colocou uma cadeira perto do neto, para que o pretoVeio pudesse se sentar.
Não se conseguia escutar o que ele dizia, ele falava muito baixinho, mas dava para perceber que eram conselhos, porque o meu primo só balançava a cabeça, de repente o preto veio parar de falar, se levantou e deu grito.
Eu sou mulher de sete maridos e comigo ninguém pode, ela pegou a taça de champanhe e a Mãe lhe deu o charuto, deu uma golada e uma tragada se virou para o sobrinho e disse.
Vós suncê vai preparar este cavalo, ele vai galopar e se armar desse vícios. falou ela girando e cantando uma canção que parecia Cigana ou Africana.
dito isso ela parou na porta do quarto e ficou balançando para frente e para trás, com os olhos fechados, ficou parada em frente a minha tia, balançando para frente e para trás, de um lado para o outro e de repente abriu os olhos e perguntou.
O que aconteceu?
A minha tia ia começar a falar, mas a sogra lhe tomou a frente e explicou o que tinha acontecido, que haviam se manifestado as entidades Pombagira, Sete flechas e o Preto Veio e o que eles fizeram. A Cunhada olhando a mãe explicar o que tinha acontecido,aparentava estavar muito cançada e sonza pela bebida que as entidades consumiram
Mas deu certo? perguntou a cunhada para a mãe.
Não sabemos vamos ter que esperar. disse a Avó no momento que a porta da cozinha se abriu, era o pai do meu primo que entrou deu um beijo na mãe, na esposa e na irmã e falou.
Eu consegui um lugar para internar o Nenê, um amigo do serviço que conseguiu na verdade, é uma casa de recuperação para dependentes químicos, que fica no Riacho Grande, no meio da mata e no meio do nada, bem longe da cidade.
Todos ficaram em silêncio só ouvindo o que o pai dizia e explicando como funcionava.
domingo, 23 de fevereiro de 2025
Heroína ou Ironia? Capitulo V.
Capítulo V.
Quando ele começou a usar heroína, o seu vício aumentou muito e os aparelhos eletrônicos da minha tia, começaram a sumir tudo, jão quase não existia nenhum aparelho, ele vendeu o liquidificador, rádio da cozinha, da sala e do quarto, torradeira elétrica, sanduicheira, ele já havia vendido tudo, uma coisa que ele nunca fez, foi assaltar, se fez não ficamos sabendo, não tivemos nenhuma notícia sobre isso, mas depois de não ter mais o que vender a sua dívida só aumentava com o traficante, até um dia que a sua dívida estava tão alta e alguém acima do traficante estava cobrando ele e assim o traficante foi cobrar o meu primo, depois de já ter cobrado por várias vezes, ele ameaçou o meu primo com uma arma, mas não atirou, ficou apontando e gritando, cutucando com a a arma, em um desses cutucões o meu primo se irritou tomou a arma do traficante e deu um soco no traficante jogando o contra a parede derrubando o no chão, então o meu primo olhou o traficante no chão, jogou a arma em cima do cara caído, deu de ombro e a sa costa e saiu andando como se nada tivesse acontecido, o que foi um erro, o traficante ainda grogue e tonto, pegou a arma, se levantou cambeleando e saiu atrás do meu primo atirando, o meu primo correu por mais tonto que o traficante estava, ele acertou o meu primo no ombro, depois de vários disparos descarregando a arma, para sorte do meu primoque ainda conseguiu correr por alguns metros , conseguindo chegar em uma casa que estava com a garagem aberta de onde o dono da casa estava saindo com o carro, ele entrou gritando por socorro todo ensanguentado, no primeiro momento o dono da casa se assustou e não entendeu o que estava acontecendo, depois de entender a situação e colocou o meu primo dentro do carro e o levou para o pronto socorro público.
Os meu tios foram notificados do ocorridos e chegaram alguns minutos depois no hospital, depois de atendido os médicos tranquilizaram o meu tio e a minha tia, dizendo que ele não corria mais risco de vida, porque a bala havia atravessado, não havia ficado alojada o que era bom ,porque não pegou nenhum órgão vital, a minha tia juntando as duas mãos e agradecendo os céus, agradeceu o médico o meu tio concordou balançando a cabeça, a minha dizia só agradecia, porque na família já havia acontecido uma fatalidade com outro sobrinho, que levou um tiro e ficou com a bala alojada muito próxima da espinha, o médico informou que o caso dele não era grave que logo iria para cas, sóprecisava ficar em observação e bastante descanso, porque havia perdido muito sangue.
A minha tia voltou para casa e foi pedir para a avó por parte de pai do meu primo, se ela poderia deixar ele usar um quarto que estava vago na casa da frente de onde eles moravam, porque o meu tio não queria ele de novo dentro de casa, aquele quarto na verdade não estava vazio, era usado para a prática do candomblé pela tia do meu primo por parte do pai, que era espírita e mãe de santo e ela costumava usar aquele quarto para incorporar entidades, no quarto haviam diversas estátuas de santo, velas, colares, cocares, tambores, vasos, tudo para a prática da religião, e assim a avó por parte de pai, concedeu o uso do quarto após consultar a filha, a tia que usava o quarto para os suas práticas espirituais, elas prepararam o quarto espiritualmente, prepararam o caminho espiritual para recebê-lo e assim tentar ajudá-lo espiritualmente.
Quando o meu primo teve alta,foi só chegar e deitar na cama preparada para ele, todo mundo se preparou para ajudar e cuidar dele, era comida na boca, banho na cama ou com ajuda no chuveiro, remédio na hora certa, orações e mais orações, invocações de santos que conversavam muito com ele, dava conselhos, era sempre a Pomba Gira que se manifestava, mas também apareciam , Preto Veio, sete flechas, Marinheiro, São Cosme e Damião, Exu, Capa preta, entre outros, todos se manifestaram usando como cavalo o corpo da tia do meu primo por parte de pai, velas ficaram acesas, o que deixava o quarto com um cheiro peculiar e assim se passaram vários dias depois do susto, parecia que dessa vez o meu primo iria largar das drogas, já estava há algumas semanas sem usar, com a ajuda de todos os santos literalmente,quando ele melhorou e começou a receber visitas, e teve em especial, a visita do Chantilly, visita essa que pôs tudo a perder, o meu primo já foi falando para ele que estava louco para usar algo, que ele não aguentava mais, estavam todos vigiando ele e também não tinha dinheiro e o agravante que o traficante queria mata-lo, se não pagasse o que devia, o chantilly Balancou a cabeça e falou.
Foi um homem alto loiro, lá no bar e pagou a sua dívida, o traficante aceitou, fazendo um acordo desde que você não o entregasse e assim ficou tudo certo.
Pagaram a minha dívida? Exclamou o meu primo, já planejando fazer outras dívidas indevidas.
Sim.
Como era esse sujeito? perguntou o meu primo , mas sabia de quem se tratava.
Ele era como falei, alto loiro, boa pinta e parecia ser cheio do dinheiro, chegou com um carro do ano.
Acho que é o meu cunhado.
Eu não sei, faz tempo que não falo com a sua irmã, depois de tudo que fizemos, das drogas, etc, ela não fala mais comigo.
É pela descrição é ele sim, mas o mais importante é que ele pagou a minha dívida.
E agora? pergunta o Chantilly esfregando as mãos.
Não sei, eu não posso sair, mas você pode, não quer ir lá pegar algo para nós?
Com que dinheiro? perguntou o Chantilly esfregando um dedo no outro, fazendo sinal de dinheiro.
Espera um pouco.
O meu primo se levantou, foi até a cozinha, mas antes olhou se não havia ninguém, se não tinha ninguém olhando, abriu o armário procurou pela carteira da avó, não a encontrou , mas encontrou um dinheiro escondido dentro das tigelas de vidro, ele pegou o dinheiro e voltou para o quarto.
Toma vai lá buscar para nós, pega uma nota de um Barão.
O Chantilly consentiu com a cabeça e saiu às pressas, retornando depois de algumas horas, quando ele retornou o meu primo reclamou.
Que demora, já estava preocupado, estou salivando e ansioso pela ess dose, vei prepara logo.
Ok. disse o Chantilly fazendo sinal de positivo, e foi até a cozinha pegou uma colher, retornou para o quarto, acendeu uma vela vermelha e preta dos santos para usar como fogo para cozinhar a droga, ele se aplicou e passou para o meu primo a mesma seringa, o meu primo se aplicou e e relaxou na cama, o chantilly deitou do seu lado e os dois ficaram curtindo o efeito da droga, os dois ficaram calados, por alguns minutos, curtindo com um olhar de nada em direção do teto até a brisa da droga passar.
Após passar o efeito da droga, o Chantilly começou a reparar no quarto.
Nossa, quantas estátuas e colares, velas, vasos.
É da minha tia, ela é mãe de santo. falou o meu primo coçando a cabeça como alguém que acabara de fazer alguma coisa errada.
Sinistro! Como você consegue dormir aqui?
Eu ando tanto a base de remédio para a dor que desmaio e nem reparo , mas estou acostumado, convivo com tudo isso desde criança, foi tudo isso que me ajudou a ficar sóbrio todos esses dias, eu sou mesmo um desgraçado, olha o que fiz, depois de todo mundo ter me ajudado, eu os decepcionei novamente, quando eles descobrirem, será o meu fim, coitada da minha mãe, ela me pediu tanto, e na primeira oportunidade já pisei na bola, eu devia de ter morrido assim dava sossego para todo mundo. meu primo disse isso e começou a chorar.
O Chantilly se aproximou e o abraçou para consolá-lo, o meu primo correspondeu o abraço.
O meu primo olhou para o Chantilly que estava olhando para ele de uma forma estranha, um olhar de olhos brilhantes, sem piscar, ele achou aquilo estranho, nunca tinha percebido o amigo com aquelas atitudes, daquele jeito como se quisesse…
O Chantilly tentou beijar o meu primo.
O que você está fazendo? Ficou doido!!! Você é viado?
Sim, eu sou, a sua irmã nunca te contou nada? Ela sempre soube que sou Gay.
Você é Gay? Puts!! eu devia de estar muito louco, usei muita droga para não perceber, mas eu acho melhor você ir embora agora, só não vou te socar, porque ainda estou me recuperando, vai embora!!
Essa foi a última vez que o meu primo viu o Chantilly “vivo”.
domingo, 16 de fevereiro de 2025
Heroína ou Ironia? capítulo lV.
Capítulo lV.
No começo foi tudo bem, eu conversava bastante com ele, nós saímos juntos, foi um época até que legal, sair com ele era bom , porque ele era bonitão, boa pinta como dizia a nossa avó, as meninas olhavam para ele e queriam se aproximar, e ele era bom de papo, xavequeiro profissional, e eu me dava bem estando junto, sempre sobrava uma amiga da amiga que ficava com ele para mim, era por isso que ele tinha muita namoradas, uma delas até deixava o carro dela com ele, eu lembro de uma dessas namoradas, que tinha um jipe, era um jipe bonito, todo equipado, verde exército, com pneus largos, para choque reforçado, bancos de couro, santo antonio cheio de faróis de milha, ele abaixava a capota e nós saímos por aí, dando umas voltas se divertindo, por passávamos as pessoas olhavam para nós, eu me sentia importante e elegante, era gostoso sentir o vento na cara, aquela sensação de liberdade, os olhares das garotas, só os solavancos do Jipe que era um pouco desconfortável, quando ele fazia uma curva um pouco mais rápida, o Jipe balançava tanto que parecia que iria capotar, “Nós capota, mas não freia” gritava o meu primo rindo, realmente não capotava devido a suspensão preparada, era bem alta feito com os melhores amortecedores que havia na época, mas nem tudo são só flores e logo ele começou a mostrar poruqe veio e os problemas começaram, começou a sumir as coisas na casa da minha avó, eu lembro como se fosse ontem, a primeria coisa que ele me roubou foi um tènis que eu haviam emprestado para ele quando saimos juntos, ele me devolveu e o coloquei embaixo da cama e ele viu eu escondendo, na manhã seguinte quando fui procurar o tènis ele nçao estava no lugar onde eu havai deixado, havia sumido, até então eu não fiz muita questão, oque hoje vejo como um erro, poruqe se eu tivesse cortado o mal pela raiz, a árvore de problemas não teria dado frutos amargos, na época como estava falando só conversei come, passamos a noite conversando e depois dessa conversa ele falou que não iria fazer mais, me pediu mil desculpas , ele dizia que tinha hora que o vício era mais forte.
Desculpa primo, eu nunca faria isso com você, mas a hora que bate a paranoia, eu não penso em nada, só quero satisfazer o meu desejo, aliviar essa sensação da Heroína nas minhas veias, a sensação na hora é muito prazerosa, mas quanto mais eu uso, parece que essa sensação dura menos e preciso de mais, nessa hora não existe nada que substitua essa sensação, o que é um Ironia, a ironia é que a palavra heroína, tem a sonoridade parecida, Heroína para ser uma mulher com super poderes, como a Mulher Maravilha, parece que ela vai te salvar e depois vocè vai agradecer, minha Heroína muito obrigado, mas o que é a Ironia que você primeiro agradece quando o seu líquido entra na sua veia, a sensação de te salvar da realidade e te proporcionar muito prazer, mas quando acaba a heroína vira vilão e só te traz desgraça, eu pergunto novamente, Heroína ou Ironia?
Nessa hora eu não sabia o que dizer e nem poderia imaginar o que ele estava dizendo, nunca usei e pretendia não usar também, porque ele me dizia assim.
Primo nunca entre nessa, nunca use droga, olha a minha vida, nunca faça isso, lembre-se sempre dessa pergunta, Heroína ou Ironia? Se alguém chegar a te oferecer lembre-se dessa pergunta.
Depois disso ele me falou que não iria fazer mais e que iria me devolver o meu tênis ou me dar outro, me pediu mil desculpas eu acreditei nele e queria tentar ajudá-lo, mas fui inocente e ingênuo, ele até tentou, arrumou um emprego de motorista em uma empresa grande, ele dirigia uma Kombi, parecia até que as coisas estavam dando certo, mas por azar do destino ele fez um frete de um material valioso e isso juntou a fome com a vontade de comer e a tentação foi maior que a responsabilidade, ele vendeu uma parte da carga e comprou droga mas depois que o efeito da droga passou ele se arrependeu e tentou simular um assalto, ele viu que deu certo e tentou fazer isso vária vezes , até a empresa começar desconfiar e mandar ele embora, ele até que deu sorte porque poderia ser preso, até nisso ele dava sorte.
Aff! como sempre todo mundo passava a mão na cabeça dele é por que deu no que deu, se fosse comigo já tinha dado um basta logo no começo vocês foram muito trouxas. disse a minha esposa com razão.
E assim depois desse tênis, foi outro tênis, uma blusa, dinheiro da minha carteira, uma guitarra, dois rádios, e assim chegando ao ponto de eu não ter mais o que vestir.
Está vendo, isso parece um passado recente, eu lembro que te dei um Walk man e ele roubou para trocar por droga, é por isso que eu não acho que a sua prima não matou ele, olha quanta coisa ele fez, roubou o apartamento dela, onde ela morava e na praia, quanta coisa ela aguentou e agora ainda sobrou para cuidar dele, depois que a sua tia faleceu, mas a sua tia foi culpada disso tudo, se ela não tivesse passado a mão na cabeça dele e acompanhado ele até a casa da sua avó, levando este problema para ela também e para você, seu pai, os vizinhos, se ela não tivesse ido junto talvez ele teria tomado jeito. falou a minha esposa com aqueles olhos azuis arregalados e mais vermelha de raiva, do que já era de nascença, branca poloca, rosada por natureza.
As coisas não são assim tão fácil como você está falando, ele era como um irmão para mim , a familia toda tinha a esperança de um dia resolver isso juntos, é o que uma família tenta fazer, nunca abandonar um soldado um membro da família, a esperança é ultima que morre, enquanto tiver munição a gente morre atirando.
É isso que estou falando,vocês foram iludidos, e culpados também, olha quanta coisa, se fosse comigo já tinha matado ele no começo , já poupava todo esse sofrimento , acredito que a sua prima não teve coragem para fazer isso, mas eu tenho e teria feito com certeza, já teria até colocado veneno na comida dele, não pensava duas vezes. Os olhos da minha esposa pareciam que iriam saltar do rosto.
Sim passamos a mão na cabeça dela, antes dele começar a tomar baque, eu não sou dedo duro, mas deveria ter contato para o meu tio, ele começou com a maconha, tudo tem um começo, existe o meio termo e o início da pior fase, não sei se já te contei como tudo piorou e começou, a história do início da droga mais forte?
Você já me contou tantas histórias, que já nem lembro mais ou se quero lembrar, qual é a desculpa dessa vez? porque para mim qualquer história vai ser desculpa, usa droga quem quer, não vem com essa história de curiosidade, ou de ser pobre, passando por alguma necessidade emocional, espiritual ou carnal, usou droga porque é trouxa, em pleno século XX, existem propagandas conscientizando, informando que isso não é bom, olha a Cracolândia lá no centro, para mim tinha que matar todos eles, dar uma droga batizada com um veneno ou um dose mais forte e deixar morrer todos eles, o pior que ainda dão trabalho para o governo, o governo que tem que arcar com as despesas médicas, muitas vezes um drogado desse está tirando o leito de um pai de família que não procurou, esse problema para ele, eu sou da seguinte opinião, quer usar droga , que use ,desde que não tire o lugar de outro no hospital, se abdique de atendimento médico, não me vem com desculpa de que é culpa da sociedade, que é vítima, usou droga porque quis, ninguém te forçou a usar, enfiou no seu nariz ou goela abaixo, mas tá desculpa é que essas desculpas me tiram do sério, o que você ia contar ou qual vais ser a desculpa de como tudo começou? Eu estava estático olhando para ela tentando reformular a história que eu iria contar, mas já não sabia se contava ou não porque ela poderia achar que era só mais uma desculpa.
Não sei se devo te contar como tudo começou, você pode achar que é uma desculpa, mas não é isso só te contar como realmente começou independente da sua opinião sobre isso, só quero te contar a história de como aconteceu, as consequências são outros quinhentos.
Tá conta , não vou mais dar a minha opinião,
Não deixa, você está julgando, já falei para você não julgar para não ser julgada, eu só estava lembrando de como foi, você já entrou em questões sociais, se alterou, eu sei que o que aconteceu não foi certo, mas você não sabe como é, nunca sentiu na pele, vai dizer que: Ah ! Meu pai era alcoólatra e que etc,etc, pode até ser um problema também, mas não é igual.
Não é igual porque não foi você que sentiu na pele e que apanhou sem motivo, toda vez que ele chegava bêbado.
Em nenhum momento eu falei que você não sofreu, sim é ruim tanto quanto, mas o álcool a pessoa compra e arruma em qualquer bar de esquina, é liberado pela lei, tem bêbados que bebem e dirigem e acabam atropelando e matando alguém,, isso é gravíssimo, mas a questão aqui é outra, o bêbado que também é errado, ainda consegue se conter, o drogado quando bate a paranoia, não tem essa escolha, eles fazem mal para ele mesmo, só afetam outras pessoa , quando não tem dinheiro para sustentar os seu vício, aí começa a roubar, assaltar e até matam também, mas no caso do meu primo, o que você chama de passar a mão na cabeça, era justamente que ele não roubasse outras pessoas na rua, a família não tinha paz, mas o problema era nosso.
Não tem nada haver o que você falou, é tudo igual, ferinha do mesmo saco, são drogas iguais, seja líquida em pó, erva, química, alteram a normalidade da pessoa, tira o reflexo, altera o comportamento, são alucinógenos para fugir da realidade, são pessoa fracas, que não conseguem aguentar a pressão do sistema e buscam soluções nas drogas, na bebidas com a desculpa que está triste, no caso da bebidas atá a felicidade é motivo, quando bembem para celebrar. ela não deixava eu falar, distorceu tudo que estava falando.
O que você está me olhando? Eu só falei a verdade, era isso que faltou fazer com o seu primo, contar umas boas verdades. Ela pensa que é fácil falar, falar até papagaio fala.
Nem sempre as pessoas querem ouvir a verdade, às vezes tudo o que a pessoa tem é esperança, e quando se fala a verdade de um forma com raiva, você tira isso dela, você acaba dizendo o que não quer dizer e muitas vezes tira a esperança da pessoa, você acha que não falamos isso para o meu primo, falamos milhares de vezes, será que ele ouviu uma palavra sequer, acho que só gastávamos saliva, acredito que não, na cabeça dele deveria estar esquematizando alguma coisa de como conseguir mais drogas, enquanto falávamos na sua frente como ventríloquos sem voz.
Ah! quer saber não falo mais nada, não quero ouvir o que você iria me dizer. ela fala isso e sobe as escadas pisando forte.
Eu também não iria mais te contar, não dá para conversar com você, era mais fácil conversar com o meu primo drogado do que com você sóbria, ele era mais humano e sabia conversar.
Então vai lá na cracolândia, conversar com os Drogados, lá vai ter um monte de ouvintes para você conversar. O sarcasmo dela me mata.
Eu não vou mais contar a história para ela, muito chata quer por palavras na minha boca e vocês caros ouvintes ainda querem saber como foi a primeira vez que o meu primo usou droga mais forte? Eu vi que você balançou a cabeça dizendo que sim, ok, então vamos lá, O meu primo tinha um amigo em comum com o cara que havia roubado a sua casa e as suas roupas, o nome dele era na verdade o apelido dele era Chantilly, ele também era um amigo da família, no começo ele era amigo da irmã do meu primo, mas eles tinham a mesma idade e assim o meu primo e ele tinham as mesmas ideias, e logo se tornaram melhores amigos, para tudo, eles pegavam ondas juntos, saiam para as baladas juntos, se envolviam em brigas e um se garantia com na companhia do outro, agora aquele outro amigo em comum, o ladrão que roubou a casa e as roupas, pois é, esse sujeito, além de ladrão, também traficava cocaína e macaonha, ele havia acabado de comprar um bar de fachada para vender droga, uma vez o meu primo e o Chantilly, estavam passeando com o Jeep da namorada do meu primo eles pararam o Jeep na porta deste Bar , para tomar uma cerveja, o Chantilly não bebia mas gostava de acompanhar o meu primo tomando refrigerante, o traficante os recebeu com toda atenção e cortesia, lhes serviu uma cerveja e um refrigerante e deu de cortesia um papelote de cocaina para eles dizendo:
Tome cortesia da casa, fica pela blusa que peguei sua, um presentinho para vocês.
O meu primo olhou para ele, e pensou.
Filho da puta, foi ele mesmo que roubou a minha casa.
Mas elo não disse nada, pegou o papelote e segurou na mão enquanto o Chantilly balançava a cabeça em sinal de negativo, mas o meu primo deu de ombros e foi até o banheiro, ele abriu o saquinho fez uma carreirinha na pia suja do banheiro e aspirou a droga, o Chantilly estava atrás dele dizendo para ele não fazer aquilo.
Puts , que sensação, experimenta você tem que experimentar.
O chantilly resistiu, mas de tanto que o meu primo insistiu e acabou cedendo e experimentou também. o nariz do Chantilly ficou branco de pó e o meu primo ria e dizia.
Chantilly em pó. E os dois riam mas o que eles não sabiam que essas risadas iriam se transformar em lágrimas, no futuro essa gratuidade vai custar caro.
Ele ficaram tão chapados, que o Chantilly, deixou o refrigerante de lado e bebeu várias cervejas, e cheirando cocaína até o papelote acabar, eles estavam tão loucos, que apostaram com o traficante, que ele conseguia subir com o Jeep as escadas da entrada do bar e estacionar o Jipe dentro do Bar.
O traficante aceitou e dobrou a aposta com mais dois papelotes de cocaína, e disse:
Mas tem que estar os dois dentro do Jipe. o meu primo concordou balançando a cabeça, o Chantilly, arregalou os olhos tentando dizer não, mas não adiantou, eles foram até o jipe e o meu primo pediu para o Chantilly sentar no banco do passageiro, meu primo deu a partida no carro, deu uma ré forte, acelerando forte o motor, fazendo ele roncar alto, o que fez com que saísse muita fumaça do escapamento, o ronco do motor era forte, o trânsito parou com o jipe atravessado na rua, ele acelerou forte e arrancou contra os degraus da entrada do bar, a escada tinha 10 degraus altos, os degraus eram mais altos que de comum, onde as pessoas acostumaram usá-los como banco e sentavam ali, as pessoas que estava ainda sentadas não acreditavam que ele iria mesmo fazer aquilo e quando viram o jie vindo na direção delas saíram pulando e correndo para sair da frente, o Jipe bateu no primeiro degrau e balançou forte de um lado para o outro, o Chantilly deu um grito de medo, o meu primo continuou acelerando o jipe contra os degraus, fazendo muito barulho e muita fumaça e a cada degrau superado a galera vibrava e o Chantiliy gritava e foi assim acelerando e subindo até chegar no ultimo degrau no alto da escada parando o carro dentro do bar, a galera foi a loucura o Chantilie esta rouco de tanto gritar de medo, no final eles desceram do carro e se abraçacaram e raim muito, eles olharm para o traficante que veio na direçao deles e disse:
Eu cumpro com a minha palavra. ele apertou a mão do Chantilly deixando os dois papelotes com ele, Chantilly entregou para o meu primo que devolveu um para ele, eles continuaram no bar, bebendo cheirando, mesmo após o dono do bar fechar as portas, eles passaram a noite no bar, bebendo cheirando e fizeram isso por três noites, nessas três noites o traficante deu as drogas de graça, na quarta noite foi quando todo problema começou, o traficante falou que agora eles teriam que pagar pela droga,eles não tinham um centavo, até a gasolina do jipe era a namorada que colocava, sem nenhum centavo para pagar a droga ele resolveu vender o rádio do Jipe e assim esse foi o seu primeiro furto, um sujeito se interessa pelo rádio e com o dinheiro ele garantiu a droga da semana, depois ele mentiu para a namorada, dizendo que haviam roubado o rádio do Jipe, que ele havia deixado o carro na rua e quando voltou, havia roubado o rádio e assim conforme as semanas foram passando ele foi depenando o Jipe, vendo os acessórios do carro, guincho, faróis de milha, e a desculpa era sempre a mesma, deixei o carro na rua e quando voltei roubaram tudo e assim foi até ele vender os pneus. quando a namorada ganhou o Jipe do pai era um lindo Jipe iponente com todos os acessórios de que um carro off road precisava para fazer uma trilha e assim quando ele vendeu e trocou os pneus grandes com roda e tudo, trocando por outros pneus finos com roda de ferro, o que deioxu o jipe parecendo um carro magrelo com aparencia de carro velho, a namorada sem saber o que dizer par ao pia, deu um basta e se separaou dele, assim sem ter de onde tirar o dinheiro para a droga, começaram outros problemas e sem ter como pagar ele pegou fiado do traficante e o Chantilly teve a ideia de começar a usar droga injetável para durar mais o efeito, e assim eles trocaram a cocaína por Heroína, usando o chamado baque, eles pegaram um papelote com o traficante de heroína e se trancaram no banheiro, o Chantilly instruindo de como ele deveria fazer.
Primeiro a gente ferve a droga e uma colher com o isqueiro, quando ferver a gente coloca dentro da seringa e se aplica na veia, amarando o braço para as veias saltarem, aplicamos a droga e soltamos o elástico, assim a droga se espalha rapidamente.
Quantas vezes eu vi o meu primo fazer isso depois, na minha frente, ou ouvir ele fazer isso trancado no banheiro da casa da minha avó, ele fazia isso e jogava a seringa na privada e dava descarga, ele fez isso tantas vezes que chegou a entupir a caixa do esgoto, quando o encanador quebrou o quintal para chegar no cano do esgoto para descobrir o que estava entupindo a saído do esgoto ele se deparou com um aglomerado de seringas descartáveis
, eram dezenas, eu lembro que a minha tia pedia para o encanador usar uma pá ou algo assim para retirar as seringas, com medo de que ele se picasse e se contamina-se com alguma doença, na época, na hora e no dia eu não havia entendido porque e isso já é outra história.
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